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Pontuação na Língua Portuguesa

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GRAMÁTICA
Pontuação
Livro Eletrônico
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
Sumário
Apresentação .....................................................................................................................................................................3
Pontuação ............................................................................................................................................................................4
1. A Pontuação e a Ordem Direta .............................................................................................................................4
2. A Pontuação e os Termos Ligados ao Nome ...............................................................................................8
3. As Enumerações ..........................................................................................................................................................9
4. A Pontuação e outras Funções Sintáticas ..................................................................................................11
4.1. Vocativo ........................................................................................................................................................................11
4.2. Aposto .........................................................................................................................................................................12
5. O Zeugma .......................................................................................................................................................................15
Questões de Concurso ................................................................................................................................................17
Gabarito ..............................................................................................................................................................................60
Gabarito Comentado ....................................................................................................................................................61
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Elias Santana
ApresentAção
Já passeamos por alguns assuntos importantes da língua portuguesa, e a disposição dos 
conteúdos não é aleatória! Tudo aquilo que já vimos é completamente necessário para enten-
der outros assuntos. Na verdade, em gramática, um assunto sempre é pré-requisito para outro. 
Por isso, é preciso estudar de forma orientada.
O assunto deste PDF só é compreensível se você tiver estudado os assuntos anteriores 
com consciência (principalmente o primeiro). Na verdade, a maior dificuldade das pessoas 
com pontuação reside justamente na falta de pré-requisitos. Entender vírgula não é meramen-
te saber como colocar uma pontuação, mas entender se a estrutura morfossintática de uma 
sentença depende de pontuação para tornar a informação clara e inteligível.
Na verdade, a principal finalidade da pontuação na língua portuguesa é esta: CLAREZA. A 
língua falada se vale de vários recursos para garantir que a informação seja transmitida, como 
entonação, expressões faciais e gestos. A língua escrita possui comportamento bem diferen-
te. As palavras chapadas em um papel não possuem o mesmo potencial comunicativo. Para 
que as mensagens escritas alcancem o receptor de maneira adequada, os sinais de pontuação 
se fazem necessários.
Antes de entrarmos no conteúdo, faço uma última ressalva: o assunto pontuação costuma 
deixar os alunos ansiosos, por gerar dúvidas frequentemente. Mas eu peço que você “se res-
peite”. Não queira resolver em algumas linhas os problemas de muitos anos! Para se tornar ex-
pert em pontuação, faça o seguinte: estude este PDF; faça muitos exercícios sobre o assunto; 
leia textos, tentando identificar a razão da pontuação; por fim, aplique tudo isso na sua escrita. 
É uma técnica que envolve conscientização, internalização e aplicação! Não espere, ao fim da 
leitura deste PDF, já se tornar um craque da pontuação nas redações! Siga o meu passo a pas-
so, com paciência! O resultado virá!
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PONTUAÇÃO
1. A pontuAção e A ordem diretA
Desde o PDF 2, estou falando a você acerca da ordem direta da oração (S+V+C+A.Adv.). Ela 
é a base para que você entenda pontuação! Em linhas gerais, o esquema é o seguinte:
Pontuação
1 vírgula = separar
2 vírgulas = intercalar
Semântica
Sintática
Para encerrar
período → .?!
SØ VØC(,) A. Adv.
(cuidado com deslocamentos)
SØ VØC(,) A. Adv.+ + +
A. Adn. e C.N. = Vírgula proibida
Enumeração (mesma função sintática)
Vocativo (chamamento) → vírgula obrigatória
Zeugmas (omissão de um termo anteriormente citado)
Explicar → com pontuação
Restringir → sem pontuação
Apostos (X = Y)
Orações subordinadas
adjetivas
A. Adv. deslocados
CURTO (até 2) = facultativo
LONGO (3 ou +) = obrigatório 
Em outras palavras: não se separa o sujeito do verbo por vírgula; não se separa o verbo do 
complemento por vírgula. Facultativamente – por razões principalmente estilísticas –, é possí-
vel separar por vírgula um adjunto adverbial. Tudo isso NA ORDEM DIRETA!
Obs.: � A pontuação é dividida em três seguimentos: sintático, semântico e estilístico. O que 
frequentemente aparece em prova são os dois primeiros. Isso porque a estilística, 
como o próprio nome diz, revela o estilo de quem escreve, que é individual. Veja a defi-
nição de estilística, segundo o Houaiss: ramo da linguística que estuda a língua na sua 
função expressiva, analisando o uso dos processos fônicos, sintáticos e de criação 
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de significados que individualizam estilos. Uma pontuação estilística pode estar além 
das regras, mas encontra justificativa na finalidade do redator. Por isso, pouco aparece 
em provas!
Veja o exemplo abaixo:
EXEMPLO
(1) Os deputados votaram a nova emenda nesta quinta.
Sobre a pontuação no trecho: nada de vírgula entre “deputados” e “votaram”; nada de vír-
gula entre “votaram” e “a”. Facultativamente, uma vírgula poderia ser colocada entre “emenda” 
e “nesta”.
Elias, e se a oração não estiver na ordem direta?
É a partir de agora que o assunto começa a ficar mais interessante!
I – O sujeito pode estar em qualquer posição. NÃO SE SEPARA O SUJEITO DO VERBO 
POR VÍRGULA.
II – Se o complemento verbal (estou falando de OD ou OI) estiver deslocado, pode-se em-
pregar vírgula (A nova emenda, os deputados votaram nesta quinta). Não preciso nem esclare-
cer que a forma verbal “pode-se” empregada logo acima indica que a vírgula é facultativa neste 
caso, não é?
III – Como esclareci no PDF 3, o predicativo do sujeito NÃO é um complemento verbal, 
mas que acaba se comportando como um no que diz respeito ao ordenamento da oração. Em 
ordem direta, o predicativo também não é separado por vírgula. Mas, se deslocado, ele DEVE 
receber vírgula (casonão haja verbo de ligação). Veja:
EXEMPLOS
Os jogadores estavam cansados. (Ordem direta)
Cansados os jogadores estavam. (Pred.Suj. deslocado)
Os trabalhadores manifestavam revoltados durante a passeata. (Ordem direta)
Revoltados, os trabalhadores manifestavam durante a passeata. (Pred.Suj. deslocado).
Obs.: � Para você que já está pensando “professor, mas “cansados” e “revoltados” não são 
adjuntos adverbiais?”, aí vai o meu lembrete: adjuntos adverbiais são INVARIÁVEIS! Veja 
que as duas palavras concordam com “jogadores” e “trabalhadores”, respectivamente.
IV – E o adjunto adverbial deslocado? Agora, quero de você toda a atenção possível, pois, 
dos quatro tópicos que acabei de listar, este é o mais cobrado em provas! Veja comigo o se-
guinte exemplo:
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EXEMPLO
Nesta quinta, os deputados votaram a nova emenda.
O que fiz: peguei a oração (1) e desloquei o adjunto adverbial para o início da sentença. 
Conforme você observou, o emprego da vírgula é facultativo. Isso devido à extensão do adjun-
to adverbial.
ADENDO: A EXTENSÃO DO ADJUNTO ADVERBIAL
Quando o assunto são os adjuntos adverbiais deslocados, não se pode deixar de avaliar a 
extensão deles, uma vez que adjuntos adverbiais curtos podem ser isolados por vírgula, ao 
passo que adjuntos adverbiais longos devem. Via de regra, o adjunto adverbial curto é aquele 
que possui até duas palavras. Os longos, três ou mais. Esse critério não é muito preciso (pois 
a própria gramática trata o assunto com bastante subjetividade), mas é o mais adequado 
às provas de concursos públicos. A banca Cespe, por exemplo, se posicionou acerca do 
assunto em 2012 e afirmou que essa contagem de palavras é o traço distintivo entre adjun-
tos adverbiais curtos e longos. O entendimento dos gramáticos é um pouco mais amplo: o 
adjunto adverbial deslocado recebe vírgulas para não criar ambiguidades. Nessa esteira de 
raciocínio, os longos são os mais propícios a criar duplas interpretações.
Vamos a outra possibilidade:
EXEMPLO
Os deputados, nesta quinta, votaram a nova emenda.
Note que, agora, o adjunto adverbial está entre o sujeito e o verbo. Por ser curto, as vírgulas 
permanecem facultativas. Mas, agora, é preciso empregar duas, e não apenas uma.
ADENDO: QUANTIDADE DE VÍRGULAS
Tenha sempre o seguinte entendimento com você:
1 vírgula = SEPARAR
2 vírgulas = INTERCALAR
Intercalar significa que a leitura da informação começa antes da vírgula e continua depois 
dela. Em casos assim, via de regra, as duas vírgulas podem ser substituídas por travessões 
ou parênteses. Detalhe: nem sempre duas vírgulas em um mesmo período significam uma 
intercalação! É importante perceber se há essa interferência na leitura da informação!
E se ampliarmos o adjunto adverbial, professor?
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EXEMPLOS
Nesta manhã de quinta, os deputados votaram a nova emenda.
Os deputados, nesta manhã de quinta, votaram a nova emenda.
Agora, os adjuntos adverbiais são longos, e o emprego da vírgula passou a ser obrigatório. 
Viu como é simples?
Obs.: � Reitero: se o adjunto adverbial estiver em posição canônica (no fim da oração) o empre-
go da vírgula é facultativo, não importa se ele é curto ou longo! Isso só vale para os 
deslocados, ok?
001. (2013/CESPE/ANS) Durante o período de janeiro a março de 2013, foram recebidas 
13.348 reclamações de beneficiários de planos de saúde referentes à garantia de atendimento.
A vírgula logo após “2013” foi empregada para isolar adjunto adverbial anteposto.
Primeiramente, note: a ação de receber ocorreu “durante o período de janeiro a março de 2013”. 
Isso mostra que a expressão deslocada se refere ao verbo. Por isso, é um adjunto adverbial 
deslocado. Como ele está antes do verbo, podemos dizer que está anteposto. Nesse caso, por 
ser de longa extensão o emprego da vírgula é obrigatório.
Certo.
002. (2011/IADES/SEDF) Todo dia, você acorda de manhã e pega o jornal para saber das últi-
mas novidades enquanto toma café. Em seguida, vai até a caixa de correio e descobre que re-
cebeu folhetos de propaganda e (surpresa!) uma carta de um amigo que está morando em ou-
tro país. Depois, vai até a escola e separa livros para planejar uma atividade com seus alunos.
As vírgulas presentes nas linhas 1, 2 e 4 são empregadas pela mesma regra.
Em todos os casos, a vírgula foi empregada em função de adjuntos adverbiais deslocados. No 
primeiro caso, note que a ação de acordar ocorre “todo dia”; no segundo, a ação de ir acontece 
“em seguida”; no terceiro, a ação de ir ocorre “depois”.
Certo.
003. (2013/CESPE/ANS) Os planos com pior avaliação — durante dois períodos 10 consecu-
tivos — estão sujeitos à suspensão temporária da comercialização.
A substituição dos travessões por vírgulas ou por parênteses preservaria a correção gramati-
cal do período.
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Conforme expliquei acima, para realizar intercalações, via de regra, pode-se usar travessões, 
parênteses ou vírgulas.
Certo.
2. A pontuAção e os termos LigAdos Ao nome
Em pontuação, esse conhecimento é importante. Mas o princípio é fácil: não se separa por 
vírgula o nome do seu adjunto adnominal ou o nome do seu complemento nominal! Só isso!
004. (2014/IADES/SEAP) No período “Não existem registros oficiais sobre a fundação da ci-
dade.”, de acordo com a norma-padrão, o emprego da vírgula
a) poderia ocorrer entre “existem” e “registros”.
b) é facultativo para separar o sujeito do predicado.
c) deveria ocorrer para isolar da oração o termo “sobre a fundação da cidade”.
d) não poderia ocorrer entre “registros” e “oficiais”.
e) poderia ocorrer desde que “registros oficiais sobre a fundação da cidade” fosse deslocado 
para o início do período.
Primeiramente, note a estrutura sintática do período: há apenas o verbo “existem”, que é in-
transitivo; o sujeito é “registros oficiais sobre a fundação da cidade”; “não” é um advérbio de 
negação, todavia colocar uma vírgula em um “não” pode mudar completamente o sentido de 
uma frase. Veja:
EXEMPLOS
Não estudei. (realmente não foi praticada a ação de estudar)
Não, estudei. (na verdade a ação de estudar foi praticada)
Dentro do sujeito, há um núcleo, que é “registros”; “oficiais” e “sobre a fundação da cidade” são 
dois adjuntos adnominais. Em outras palavras: no período em questão, não há qualquer pos-
sibilidade de colocação de vírgula.
As letras “a”, “b” e “e” sugerem colocar uma vírgula entre o sujeito e o verbo, o que é proibido. 
A letra “c” propõe colocar uma vírgula entre o nome e o adjunto adnominal, o que também é 
proibido. Já a letra “d” diz que não pode ocorrer uma vírgula entre o nome e o adjunto adnomi-
nal. Por isso, esta alternativa é a correta.
Letra d.
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3. As enumerAções
Esse talvez seja o uso da pontuação mais famoso de todos! As enumerações são facilmen-
te reconhecíveis em qualquer texto!
005. (2012/CESPE/BANCO DA AMAZÔNIA) Entre os esforços empreendidos para ampliar e 
melhorar o acesso da população aos serviços bancários, o presidente do Banco Central do Bra-
sil (BACEN) ressaltou que a autoridade monetária prioriza três linhas de ação para aperfeiçoar 
a inclusão financeira: a identificação da demanda por serviços financeiros, o aprimoramento 
do marco regulatório e a promoção da educação financeira com transparência.
A vírgula logo após “financeiros” justifica-se porque isola elementos de mesma função sintáti-
ca componentes de uma enumeração de itens.
Entenda o texto: o autor menciona a existência de “três linhas de ação para aperfeiçoar a 
inclusão financeira”. Após os dois-pontos, ele lista, enumera essas três linhas. Além disso, 
há a estrutura clássica de qualquer enumeração: o emprego de vírgula entre os primeiros e a 
conjunção “e” entre o penúltimo e o último. Detalhe importante: toda enumeração é feita com 
elementos de mesma função sintática!
Mas nem toda questão acerca de enumeração é tão óbvia assim! É um assunto que exige do 
candidato atenção!
Certo.
006. (2013/CESPE/MJ) A assistência gratuita inclui orientação e defesa jurídica, divulgação 
de informações sobre direitos e deveres, prevenção da violência e patrocínio de causas peran-
te o Poder Judiciário.
O trecho “A assistência gratuita (...) Poder Judiciário” pode ser reescrito, mantendo-se a cor-
reção e as ideias do texto, da seguinte forma: A assistência gratuita inclui: orientação, defesa 
jurídica, divulgação de informações sobre direitos e deveres, prevenção da violência e patrocí-
nio de causas frente ao Poder Judiciário.
Qual foi o grande problema dessa reescritura? A enumeração! Veja que, no texto original, há a 
enumeração de quatro elementos:
A assistência gratuita inclui orientação e defesa jurídica (1), divulgação de informações sobre 
direitos e deveres (2), prevenção da violência (3) e patrocínio de causas perante o Poder Judi-
ciário (4).
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Já na reescritura, são cinco:
A assistência gratuita inclui: orientação (1), defesa jurídica (2), divulgação de informações so-
bre direitos e deveres (3), prevenção da violência (4) e patrocínio de causas frente ao Poder 
Judiciário (5).
Além disso, há outras mudanças. No original, tanto a orientação quanto a defesa possuem a 
característica de serem jurídicas; na reescritura, apenas a defesa é jurídica.
Os dois-pontos após “inclui” são estilísticos. Não ferem a correção. Além disso, “frente ao” é 
uma estrutura gramatical correta para Celso Pedro Luft.
Errado.
007. (2012/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS) A divisão do trabalho doméstico, a sociali-
zação de homens e mulheres e as relações de poder entre os gêneros são aspectos que con-
tribuem para a construção e reprodução dessa desvalorização.
No trecho “A divisão do trabalho doméstico, a socialização de homens e mulheres e as rela-
ções de poder entre os gêneros”, o emprego da vírgula no lugar do conectivo “e”, em “homens 
e mulheres”, não alteraria a relação semântico-sintática entre os termos da oração.
Questão semelhante à anterior. Faça, novamente, a contagem dos termos na enumera-
ção original:
A divisão do trabalho doméstico (1), a socialização de homens e mulheres (2) e as relações 
de poder entre os gêneros (3) são aspectos que contribuem para a construção e reprodução 
dessa desvalorização.
Agora, vamos fazer a alteração sugerida pelo examinador:
A divisão do trabalho doméstico (1), a socialização de homens (2), mulheres (3) e as relações 
de poder entre os gêneros (4) são aspectos que contribuem para a construção e reprodução 
dessa desvalorização.
Isso já torna o item errado! A alteração de sentido é evidente. Sintaticamente, há também mu-
danças: no trecho original, os núcleos do sujeito são “divisão”, “socialização” e “relações”; na 
reescritura, “mulheres” também passa a ser núcleo do sujeito, uma vez que não pertence mais 
ao sintagma “socialização de homem e (de) mulheres”.
Agora, você percebe como é preciso ter cuidado com as enumerações? As bancas sabem que 
os candidatos consideram essa parte do assunto fácil! Por isso, elas capricham!
Errado.
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4. A pontuAção e outrAs Funções sintáticAs
Existem funções sintáticas que ainda não estudamos, mas que também fazem parte da 
análise do período simples. Normalmente, elas são estudadas nas aulas de pontuação, devido 
à proximidade com o assunto. Vamos a elas!
4.1. VocAtiVo
O vocativo nada mais é do que um chamamento! Serve para evocar alguém que está parti-
cipando do discurso.
EXEMPLOS
(2) Maria, não podemos começar sem você!
(3) Senhor, tende piedade de nós!
Detalhe importante: todo vocativo deve ser isolado por vírgula! Isso é para evitar qualquer 
tipo de ambiguidade!
008. (2014/IADES/CAU-RJ)
a) No primeiro quadro, a vírgula após a palavra “Mãe” é facultativa.
b) No segundo quadro, é correto inserir ponto final em substituição ao ponto de exclamação 
que encerra o período, garantindo assim a correção gramatical desse trecho.
a) Errada. Veja que o vocábulo “mãe” foi usado como um chamamento. Por se tratar de um 
vocativo, o emprego da vírgula é obrigatório.
b) Certa. Existem três pontuações que podem ser usadas para encerrar períodos: ponto final, 
ponto de interrogação e ponto de exclamação. Tanto é que, depois delas, deve-se empregar 
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letra maiúscula. Troca de uma exclamação por um ponto final altera, no máximo, a prosódia (a 
entoação da frase). Isso não prejudica a correção gramatical.
Letra b.
009. (2010/IADES/FCA) O interessante é que esta quebra de paradigmas científicos seria se-
guida, décadas mais tarde, por mudanças que sacudiram as noções sociais de tempo e a per-
cepção sobre o status da ciência.
O termo “décadas mais tarde” é um vocativo.
Eu te pergunto: já ouviu alguém ser chamado de “décadas mais tarde”? É evidente que isso não 
é um vocativo! Trata-se de um adjunto adverbial deslocado e longo.
Errado.
010. (2011/IBFC/MPE-SP) Considere o período abaixo e as afirmações que seguem.
Paulo, chegou tarde ontem?
I – A vírgula está empregada incorretamente.
II – Se a vírgula for retirada, o sentido será alterado.
Está correto o que se afirma em:
a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma
A frase original está com vírgula, pois “Paulo” é um vocativo! A ideia é: Paulo, (você) chegou 
tarde ontem? Em outras palavras, entende-se que alguém está falando com Paulo (por isso, a 
vírgula está empregada corretamente). Com a retirada da vírgula, “Paulo” passa a ser o sujeito, 
ou seja, entende-se que alguém está falando sobre Paulo(por isso, o sentido é alterado).
Letra b.
4.2. Aposto
Analise comigo o seguinte período:
EXEMPLO
(4) Bernardinho, ex-técnico da seleção brasileira de vôlei, ministra palestras.
Perceba que, segundo a oração (4), podemos estabelecer a seguinte relação:
Bernardinho = ex-técnico da seleção brasileira de vôlei
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Em minhas aulas, costumo até dizer o seguinte: se chamarmos “Bernardinho” de X e “ex-
-técnico da seleção brasileira de vôlei” de Y, podemos estabelecer que X=Y. Em outras palavras, 
esses dois termos estabelecem entre si uma relação de equivalência semântica. Essa é a 
característica fundamental dos apostos. Aliás, preciso que você tenha isso bem claro na sua 
cabeça: aposto é um termo acessório que estabelece equivalência semântica com outro termo 
de natureza substantiva, e não o termo que aparece entre vírgulas! Nem todo aposto aparece 
entre vírgulas, e nem tudo que está entre vírgulas é aposto!
ADENDO: PONTUAÇÃO SEMÂNTICA
Uma das finalidades da pontuação, na língua portuguesa, é atribuir sentido. Vou ser ainda 
mais direto:
Para explicar, emprega-se vírgula.
Para restringir, não se emprega vírgula.
Primeiramente, você precisa entender que explicar significa dizer o que é, tornar claro ao 
passo que restringir é o mesmo que limitar. Além disso, saiba que essa pontuação semânti-
ca só é aplicada a duas estruturas da sintaxe da língua portuguesa: os apostos e as orações 
subordinadas adjetivas (este último assunto veremos em período composto).
Dessa forma, podemos entender que, em (4), “ex-técnico da seleção brasileira de vôlei” é 
aposto devido à equivalência semântica. Como a finalidade dele é explicar quem é “Bernardi-
nho”, aplica-se as vírgulas, a fim de indicar que se trata de um aposto explicativo.
Agora, vamos falar um pouco sobre os tipos de apostos:
• EXPLICATIVO: Elvis, o Rei do Rock, não morreu.
• ENUMERATIVO: Tudo – calças, camisas e sapatos – foi vendido em alguns minutos.1
• RESUMITIVO: Calças, camisas, sapatos, tudo foi vendido em alguns minutos.
• ESPECIFICATIVO: A escritora Clarice Lispector causa-me emoção.
Como foi possível perceber, os dois últimos apostos não dependem de isolamento por 
vírgula; mantêm, todavia, a equivalência semântica com termos anteriormente apresentados.
1 É em construções semelhantes a essa que os dois-pontos costumam ser empregados! Poderíamos redigir o texto assim:
 Em alguns minutos, foi vendido tudo: calças, camisas e sapatos. 
 OU 
 Em alguns minutos, foi vendido tudo – calças, camisas e sapatos.
 OU
 Em alguns minutos, foi vendido tudo (calças, camisas e sapatos).
 Nesse caso, a vírgula não é recomendada (no lugar dos dois-pontos, do travessão ou dos parênteses), uma vez que “tudo” 
pode se confundir com os termos da enumeração subsequente. A troca entre pontuações não é um simples capricho! Em 
muitas oportunidades, abrimos mão de usar a vírgula e optamos por outras pontuações para conferir ao texto clareza, que 
é a principal finalidade da pontuação!
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011. (2013/CESPE/MI) O Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográfi-
cas do Nordeste Setentrional é um empreendimento do governo federal sob a responsabilida-
de do Ministério da Integração Nacional. Esse projeto tem o objetivo de assegurar a oferta de 
água para 12 milhões de habitantes de 391 municípios do Agreste e do Sertão dos estados de 
Pernambuco, do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
As vírgulas são empregadas para isolar aposto explicativo.
Primeiramente, note que não há qualquer equivalência semântica entre “Pernambuco”, “Ce-
ará” e “Paraíba”. Além disso, as vírgulas foram empregadas para isolar elementos de uma 
enumeração.
Errado.
012. (2013/CESPE/MPU) No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito lusitano.
A vírgula após “colonial” é utilizada para isolar aposto.
Além de não haver equivalência semântica, a vírgula foi empregada por outra razão: adjunto 
adverbial de tempo deslocado.
Errado.
013. (2010/IADES/CFA) Não é também uma tarefa punir os maus e honrar os bons? Portanto, 
Nicomaquides, não desprezeis homens hábeis em administrar seus haveres.
O vocábulo “Nicomaquides” exerce função de aposto.
Mais uma vez, não há qualquer equivalência semântica. “Nicomaquides” está entre vírgulas 
por ser vocativo.
Errado.
014. (2013/CESPE/PCDF) Balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito 
Federal (SSP/DF) aponta redução de 39% nos casos de roubo com restrição de liberdade, o 
famoso sequestro-relâmpago, ocorridos entre 1º de janeiro e 31 de agosto deste ano, em com-
paração com o mesmo período do ano passado.
A expressão “o famoso sequestro-relâmpago” está entre vírgulas porque explica, em termos 
populares, a expressão “roubo com restrição de liberdade”.
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
Primeiramente, note a equivalência semântica entre “roubo com restrição de liberdade” e “o fa-
moso sequestro-relâmpago”. Isso denuncia o valor apositivo desta expressão. Além disso, as 
vírgulas reforçam o entendimento de que o aposto é explicativo.
Certo.
015. (2013/CESPE/BACEN) O único meio é lançar mão de um regime debilitante: ler com-
pêndios de retórica, ouvir certos discursos etc.; para esse fim, deves evitar as livrarias, mas, 
de quando em quando, elas serão de grande conveniência para falares do boato do dia; de um 
contrabando, de qualquer coisa: verás que muitos dos leitores, estimáveis cavalheiros, repe-
tir-te-ão as mesmas opiniões, e uma tal monotonia é saudável. Com tal regime, durante — su-
ponhamos — dois anos, reduzes o intelecto, por mais pródigo que seja, ao equilíbrio comum.
O segmento “estimáveis cavalheiros” é um aposto explicativo da expressão “muitos dos 
leitores”.
Cuidado com esta questão! Talvez, desavisadamente, você tenha classificado “estimáveis ca-
valheiros” como vocativo; essa é, contudo, uma possibilidade inválida. Se você observar com 
carinho o texto, verá que quem está falando se refere a uma única pessoa. Como perceber 
isso? A ocorrência de verbos na segunda pessoa do singular (“deves”, “falares”, “verás”, “redu-
zes”) e a presença do pronome oblíquo átono “te” em “repetir-te-ão”. Ora, se a segunda pessoa 
– com quem se fala – é singular, não há razão para usar um vocativo no plural! Isso deixa claro 
que há uma equivalência semântica entre “muitos dos leitores” e “estimáveis cavalheiros”, o 
que confirma o valor apositivo desta expressão.
Certo.
5. o ZeugmA
Para entendermos melhor esse tópico, precisamos falar um pouco sobre figuras de lingua-
gem. Há duas que são muito importantes para concursos: elipse e zeugma.
• ELIPSE: a omissão de um termo. Ex.: Estudamos bastante para a prova. (omissão de 
“nós”).
• ZEUGMA: a omissão de um termo anteriormente citado. Ex.: A criança é fonte de alegria, 
futuro do nosso país (omissão de “a criança é” antes de “futuro”).
Detalhe importante: o zeugma nada mais é do que umtipo de elipse. Para ser ainda mais 
claro, todo zeugma é uma elipse. Já o contrário não é válido.
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
Existe uma vírgula que marca a ocorrência de zeugmas. Veja:
EXEMPLO
(5) Maria tem três filhos. Antônio, dois.
A finalidade da vírgula nesse texto é marcar a omissão de “tem” e “filhos”.
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
QUESTÕES DE CONCURSO
001. (VUNESP/TEC LEG/CM SJC/2022) Leia o texto para responder a questão.
A Amazon pega, mata e come
 Foi-se embora a Livraria São José, sebo mais antigo do Rio de Janeiro, fundado há 
85 anos - e todo mundo acha normal. Ora, tudo não está morrendo ao nosso redor? Por que 
livrarias, logo elas, iriam escapar à destruição que atinge o país inteiro? É a vida - ou a morte - 
que segue.
 Em sua fase espetacular - entre as décadas de 40 e 60 -, a São José chegou a ter três lojas 
e estoque de 100 mil livros. Tornou-se editora e promoveu tardes de autógrafos. A primeira foi 
um luxo: “Itinerário de Pasárgada”, de Manuel Bandeira, em 1954. Eram concorridíssimas - não se 
sabe se pelos autores ou se pelas “madrinhas” deles, beldades como Tônia Carrero e Odette Lara.
 Ponto de encontro de intelectuais, estudantes e buquinadores 1 profissionais, fuçando 
nas estantes e bancadas poderiam ser vistos lado a lado figuras tão díspares como o ex-presi-
dente Eurico Gaspar Dutra e o romancista Lúcio Cardoso. Matando aula na Faculdade Nacional 
de Filosofia, foi lá que o cronista Ruy Castro começou sua invejada coleção de livros.
 Não “essenciais”, as livrarias cariocas estão fechadas para cumprir o recesso sanitário. 
É um setor do comércio que, com a pandemia, recorreu sobretudo à atividade online. Melhor do 
que ninguém a Amazon sabe disso e se aproveita para complicar ainda mais a vida de livreiros 
e editores. Em recente e-mail, agigante norte-americana pediu descontos maiores e aumento 
na cobrança de taxas de marketing.
Na arte do oportunismo, a Amazon é o carcará de João do Vale na seca do sertão: pega, 
mata e come2.
1 Buquinar: buscar e comprar li vros usados em livrarias, bancas, sebos.
2 Referência à letra da música «Carca rá», de João do Vale.
(Alvaro Costa e Silva. ht!ps:l/www1.folha. uol.com.br/colunas/ alvaro-costa-e-silva/2021 /03/a-amazon-pega-
-mata-e-come.shtml. 29.03.2021. Adaptado)
Considere as seguintes frases do texto:
• A primeira foi um luxo: “Itinerário de Pasárgada”, de Manuel Bandeira, em 1954. (2º pa-
rágrafo)
• Não “essenciais”, as livrarias cariocas estão fechadas para cumprir o recesso sanitário. 
(4º parágrafo)
No contexto em que são empregadas, as aspas (“ “) atendem, respectivamente, ao propósito de
a) distinguir uma citação do restante do texto; realçar ironicamente uma expressão.
b) realçar ironicamente uma expressão; indicar o título de uma obra.
c) indicar o título de uma obra; acentuar o valor significativo de uma palavra.
d) distinguir uma citação do restante do texto; assinalar inflexão de natureza emocional.
e) assinalar inflexão de natureza emocional; distinguir uma citação do restante do texto.
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
002. (VUNESP/AGER/CODEN/SERVIÇOS GERAIS/2021)
 Leia o texto para responder a questão.
Francisca trabalhou dos dez aos 48 anos em “casa de família”, no Rio. Nunca alcançou um 
salário mínimo nem lhe assinaram a carteira. Quando infartou e não pôde mais trabalhar, ficou 
com uma mão na frente e a outra atrás: não teve direito a pensão nem aposentadoria. O marido 
cata papel no lixão. O filho que morreu foi gari, açougueiro, entregador de verduras no Ceasa. 
Fez até curso de segurança. Depois de um ano desempregado, virou traficante. Durou um ano 
vivo. “Ele ganhava 1 500 reais por semana. Pagava meus remédios, passagem, prestação do 
guarda-roupa, gás, tudo”, diz Francisca. “Não era o que eu desejava para ele. Sonhava que fosse 
mecânico. Mas eu aceitava o dinheiro porque não tinha opção.”
 Ao chegar do trabalho, o filho deixava o fuzil no portão. Como se fosse a caixa de fer-
ramentas. “Meu filho, não quero esses brinquedos perigosos dentro de casa”, Francisca dizia. 
Como bom filho, ele obedecia.
(Eliane Brum. O olho da rua. São Paulo: Globo, 2008. Adaptado)
O trecho – “Meu filho, não quero esses brinquedos perigosos dentro de casa” – foi posto entre 
aspas para indicar:
a) os dizeres de um personagem que não está no texto.
b) um destaque para um detalhe importante da história.
c) a fala de uma personagem que está no próprio texto.
d) o alívio de Francisca por ter um filho obediente.
e) o final feliz para a história que começou triste.
003. (VUNESP/AGER/CODEN/SERVIÇOS GERAIS/2021) Leia o texto para responder a questão.
 Numa cidade grande, a gente se sente pequeno. Numa cidade pequena, a gente se sente 
grande. Será mesmo assim? No interior é tudo mais calmo e pacato, e as pessoas só escutam 
músicas do estilo sertanejo? Existem inúmeras vantagens e desvantagens de viver no interior, 
mas tudo depende do estilo de vida e do objetivo de cada um.
 Os interioranos são mais apegados, mais solidários e mais simpáticos. Talvez seja as-
sim pela facilidade de todos se conhecerem ou terem algum conhecido em comum. Isso acaba 
deixando-os mais atenciosos uns com os outros. Nas cidades grandes, você só vê os habitan-
tes andando pelas ruas com fones de ouvido, sempre apressados, indiferentes, e sem olharem 
uns para os outros. Se uma pessoa vai comprar um bilhete do metrô, a atendente vende o bi-
lhete, mas é capaz que não fale nem um “bom dia”. Se alguém precisa de uma informação, as 
pessoas têm receio de ajudar esse alguém.
(Diego Carza. Vida no interior. http://apezinho.com.br, 08.07.2014. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a pontuação da frase reescrita a partir do texto está correta.
a) A vida interiorana, é bem mais calma, e tem também suas desvantagens.
b) O estilo, sertanejo das músicas, caiu no gosto dos interioranos.
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
c) A vantagem de viver no interior é, que as pessoas, são mais atenciosas.
d) Na cidade pequena, se a pessoa anda na rua, todos a cumprimentam.
e) A atendente do metrô, vende bilhete, e seu “bom dia” nunca acontece.
004. (VUNESP/ALMO/CODEN/2021) Para responder a questão, observe a charge.
(https://www.google.com/search?q=cartum+sobre+consumismo. Acesso em 22.02.2020)
As palavras – amiga e mulher – são antecedidas por vírgula em observância a uma regra de 
pontuação, que ocorre também na frase:
a) As mulheres são consumistas e, gastam muito, mesmo que os maridos proíbam.
b) Um incêndio causou pânico em todos e destruiu, ontem, parte do Shopping.
c) Asmulheres ganham os próprios salários, por isso, podem gastar como quiserem.
d) Quem gasta sem pensar, não sabe depois de onde tirar para pagar as despesas.
e) Vocês, mulheres consumistas, devem pensar mais no meio ambiente.
005. (VUNESP/ASOC/CODEN/2021) Leia o texto para responder a questão.
Lições de vida
 Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O piloto era Sully Sullenberger 
e as 155 pessoas a bordo foram salvas por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa. 
Sully virou herói e a lenda estava criada.
 Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eastwood revisitou a lenda para 
contar o que aconteceu depois do milagre: uma séria investigação às competências do capitão 
Sully Sullenberger. Ele salvara 155 pessoas, ninguém contestava. Mas foi mesmo necessário 
pousar no Hudson? Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretudo quando exis-
tiam opções mais sensatas?
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
 Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu veredicto: era possível 
ter evitado as águas do rio e pousar em LaGuardia ou Teterboro. O próprio Sully começou a 
duvidar das suas competências. Todos falhamos. Será que ele falhou?
Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationalism in 
Politics”. Argumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou- -se a mais 
influente moda intelectual da Europa. Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na razão dos 
homens como guia único, supremo, da conduta humana.
 Para o racionalista, o conhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da 
vida vivida. O conhecimento é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode 
ser resumido ou aprendido em livros ou doutrinas.
Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conhecimento 
técnico e prático, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresentados com 
rigor cartesiano.
 Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sul-
lenberger. O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente, 
procura a resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende 
que ele não basta para salvar o dia.
 E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabe-
doria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação 
matemática.
 As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum 
é perpetuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbi-
tas iluminações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender.
Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernidade, 
mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio era, 
paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood, aos 
86 anos, traduziu essas imagens.
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)
Leia os trechos do texto.
Clint Eastwood revisitou a lenda para contar o que aconteceu depois do milagre: uma séria 
investigação às competências do capitão Sully Sullenberger. (2º parágrafo)
Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na razão dos homens como guia único, supremo, 
da conduta humana. (4º parágrafo)
Os dois-pontos foram empregados nesses trechos, respectivamente, para inserir no texto
a) a ressalva de que a história real foi adaptada para o cinema; uma crítica à postura raciona-
lista e conservadora.
b) as consequências advindas da atitude ousada de Sullenberger; a retificação de informação 
presente na frase.
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
c) o evento posterior ao pouso de emergência realizado por Sullenberger; a definição de um 
termo já mencionado no texto.
d) o parecer do jornalista sobre o pouso no rio Hudson; a explicação filosófica do que significa 
racionalismo.
e) o tema central do filme de Clint Eastwood; a reprodução literal de trecho da obra de Oakeshott.
006. (VUNESP/SOLD/PM SP/2ª CLASSE/2021) Leia o texto, para responder a questão.
 É conceito da moda. Usam em encontros motivadores. Na Física, é a volta à forma original 
após uma deformação. O termo se origina da capacidade de ricochetear, de saltar novamente. 
Por extensão, usamos para falar de quem sofre pressão e consegue manter seus objetivos.
 Uma pessoa resiliente ideal teria três camadas. Na primeira, suporta: recebe o golpe 
sem desabar. Ouve a crítica e não “desaba”, vive a frustração sem descontrole, experiencia a 
dor e continua de pé. A primeira etapa da resiliência é administrar o golpe, o revés, o erro, a 
decepção. O tipo ideal que estamos tratando sabe a extensão da dor, mas se considera (ou é 
de fato) mais forte do que as ondas das adversidades.
 O segundo estágio é a recuperação/aprendizagem. Combinam-se os dois conceitos. 
Sinto o golpe, não desmonto (fase um) e ainda recupero a posição anterior ao golpe com o 
acréscimo de algo novo. Toda dor contém sua lição. Ninguém duvida disso. O resiliente conse-
gue aprender com o golpe sentido.
 O terceiro momento do modelo perfeito é a ressignificação da estratégia e da consci-
ência a partir do aprendizado. O tipo aqui descrito nunca se vitimiza, mesmo se for a vítima. 
Não existe lamúria ou sofrimento para o mundo. A dor existe, foi sentida, houve reação com 
aprendizado e dele surgiu um novo ser, mais forte e mais sábio.
É bom descrever tipos perfeitos. Quase sempre são inexistentes. São como a biografia de 
santos medievais: sem falha, diamantes sem jaça; modelos e, como tal, inatingíveis. Existe 
um propósito didático de mostrar a perfeição para nós que chafurdamos no lodo da existência 
banal. Todos temos graus variados de resiliência diante da vida. Ninguém é o tipo ideal. Uma 
coisa não invalida a outra.
 Como narrativa de santos, o modelo perfeito serve como para indicar o ponto no qual 
não me encontro, porém devo reagir para almejá-lo. Sempre é bom ser resiliente e todos os 
palestrantes e livros têm razão: sem resiliência em algum grau, épico ou homeopático, é im-
possível enfrentar o mundo.
O conto extraordinário de Kafka, Um Artista da Fome, fala de um homem com extrema resiliên-
cia para aguentar jejuns prolongados. Era um herói! Ao final, emitiu a verdade surpreendente. 
Ele não era um homem de vontade férrea, apenas nunca havia encontrado um prato que… o 
seduzisse realmente. Seu paladar nunca fora tentado. Creio ser a receita geral da resiliência: 
a serenidade diante das coisas que, na verdade, não nos atingiram. Esperança ajuda sempre.
(Leandro Karnal. Os heróis da resiliência. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br. Acesso em 20.01.2021. 
Adaptado)
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GRAMÁTICA
Elias Santana
Observe o emprego dos parênteses e dos dois-pontos nas passagens.
O tipo ideal que estamos tratando sabe a extensão da dor, masse considera (ou é de fato) 
mais forte do que as ondas das adversidades.
Sempre é bom ser resiliente e todos os palestrantes e livros têm razão: sem resiliência em al-
gum grau, épico ou homeopático, é impossível enfrentar o mundo.
É correto afirmar que
a) os parênteses isolam um comentário que reduz o sentido da afirmação anterior; os dois-
-pontos introduzem um esclarecimento genérico acerca da afirmação anterior.
b) os parênteses isolam um comentário que se põe como alternativa a uma afirmação anterior; 
os dois- -pontos introduzem um comentário que reforça a afirmação anterior.
c) os parênteses isolam um comentário que reitera uma afirmação anterior; os dois- pontos 
introduzem um comentário que retifica uma afirmação anterior.
d) tanto os parênteses quanto os dois-pontos introduzem comentários que ratificam o sentido 
das afirmações anteriores.
e) tanto os parênteses quanto os dois-pontos introduzem comentários com intuito de levar o 
leitor a discordar do ponto de vista do autor.
007. (VUNESP/ESP S/PREF GRU/BIOLOGIA/2021) Assinale a alternativa em que a pontuação 
está empregada corretamente, conforme a norma culta da língua portuguesa.
a) Estamos, nas Escolas de Samba de São Paulo aguardando que, ocorra uma vacinação em 
massa, para organizar um carnaval no mês de julho.
b) Depois da gripe suína, a nova doença causava febre alta, dor de garganta e de cabeça, perda 
de olfato e de paladar.
c) A pandemia trouxe novos hábitos e cada qual a seu jeito, foi procurando adaptar-se não sem 
pouco sofrimento.
d) O progresso foi chegando devagarinho: tudo foi sendo substituído, pouco a pouco pelos 
prédios; o bairro, já não é o mesmo.
e) Os pesquisadores observaram que depois, das queimadas há no solo da floresta, uma maior 
abundância de bactérias.
008. (VUNESP/PREF GRU/2021) Leia o texto, para responder a questão.
A busca por um sentido
 “Os dois dias mais importantes da sua vida são aqueles em que você nasceu e aquele 
em que descobre o porquê.” A máxima atribuída ao escritor americano Mark Twain (1835- 
1910), autor de clássicos como As Aventuras de Tom Sawyer (1876), resume com precisão o 
valor de encontrar um propósito para a própria existência. Naturalmente, nunca é demais su-
blinhar, a busca por um sentido para estar vivo se confunde com o humano – ou, melhor ainda, 
com “ser” humano.
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GRAMÁTICA
Elias Santana
 Há cerca de 50 000 anos, quando, segundo achados recentes, o Homo Sapiens come-
çou a pintar nas paredes das cavernas, desenhávamos figuras místicas, como caçadores do-
tados de superpoderes, que pareciam auxiliar os homens daquela época a situar a si mesmos 
em meio ao desconhecido. De lá para cá, não existem indícios de que se possa chegar a uma 
razão única que justifique o viver – porém cada indivíduo pode descobrir a sua.
 Diante da pergunta “por que estamos aqui?”, feita durante uma entrevista, o escritor 
Charles Bukowski (1920- 1994), alemão radicado nos Estados Unidos, destacou: “Para quem 
acredita em Deus, a maior parte das grandes questões pode estar respondida. Mas, para aque-
les que não aceitam a fórmula de Deus, as grandes respostas não estão cravadas na pedra. 
Nós nos ajustamos a novas condições e descobertas”.
 No rastro desse debate, outra indagação se impõe: afinal, vale tanto assim o esforço 
de refletir acerca dos motivos de estar na Terra? Um estudo publicado em dezembro no peri-
ódico científico Journal of Clinical Psychiatry (EUA) foi pioneiro ao garantir que, até mesmo do 
ponto de vista da saúde física e mental, vale, sim, a pena. O veredito do estudo: aqueles que 
revelavam ter descoberto sentido em sua vida demonstravam também melhores condições de 
saúde, tanto psicológica como física. Enquanto isso, ocorreu o contrário com os que declara-
vam estar no máximo em um processo de busca. Esses apresentavam, com maior frequência, 
problemas de saúde.
(Sabrina Brito, Veja, 15.01.2020. Adaptado)
Observando-se o emprego de dois-pontos nas passagens destacadas no penúltimo e no últi-
mo parágrafo, conclui-se, corretamente, que
a) no penúltimo parágrafo eles introduzem uma citação; no último, um esclarecimento acerca 
de algo mencionado anteriormente.
b) em ambos os casos eles introduzem ideias novas, independentes de afirmações anteriores.
c) no penúltimo parágrafo eles introduzem informações acessórias, que serão retomadas 
pela autora.
d) no último parágrafo eles introduzem observações críticas da autora acerca dos resultados 
do estudo.
e) no penúltimo parágrafo eles introduzem a transcrição de um trecho; no último, a citação 
direta do texto de um estudo.
009. (VUNESP/PROC/PREF JUNDIAÍ/2021)
Vida média
 Continuamos a acreditar que vivemos numa época em que a tecnologia dá passos gi-
gantes e diários, a perguntar onde vamos parar com a globalização, mas refletimos com me-
nos frequência sobre o fato de que o aumento do tempo médio de vida é o maior avanço da 
humanidade – e neste campo a aceleração supera a de qualquer outra façanha. Na verdade, 
o troglodita que conseguiu produzir fogo artificialmente já havia compreendido obscuramente 
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
que o homem poderia dominar a natureza. Desde a invenção do vapor ficou claro que conse-
guiríamos multiplicar a velocidade dos deslocamentos, assim como já se podia supor que um 
dia chegaríamos à luz elétrica. Mas durante séculos os homens sonharam em vão com o elixir 
da longa vida e com a fonte da juventude eterna. Na Idade Média existiam ótimos moinhos de 
vento, mas existia também uma igreja que os peregrinos procuravam para obter o milagre de 
viver até os 40 anos.
 Fomos à Lua há muitos anos e ainda não conseguimos ir a Marte, mas na época do de-
sembarque lunar uma pessoa de 70 anos já havia chegado ao fim da vida, enquanto hoje temos 
esperanças razoáveis de chegar aos 90. Em suma, o grande progresso ocorreu no campo da 
vida, não no campo dos computadores.
 Muitos dos problemas que devemos enfrentar hoje têm relação com o aumento do 
tempo médio de vida. E não estou falando apenas das aposentadorias. A imensa migração 
do Terceiro Mundo para os países ocidentais nasce certamente da esperança de milhares de 
pessoas de encontrar comida, trabalho e principalmente de chegar a um mundo onde se vive 
mais – ou, seja como for, fugir de um outro mundo onde se morre cedo demais. No entanto 
– embora não tenha as estatísticas à mão –, creio que a soma que gastamos em pesquisas 
gerontológicas e em medicina preventiva seja infinitamente menor do que o investimento em 
tecnologia bélica e em informática. Sabemos muito bem como destruir uma cidade ou como 
transportar informação a baixo custo, mas ainda não temos ideia de como conciliar bem-estar 
coletivo, futuro dos jovens, superpopulação mundial e aumento da expectativa de vida.
 Um jovem pode pensar que o progresso é aquilo que lhe permite enviar recadinhos pelo 
celular ou voar barato para Nova York, enquanto o fato surpreendente – e o problema não re-
solvido – é que, se tudo correr bem, ele só precisará se preparar para ser adulto aos 40 anos, 
enquanto seus antepassados tinham de fazê-lo aos 16.
 Certamente é preciso agradecer a Deus ou à sorte por vivermos mais, mas temos de 
enfrentar esse problema como um dos mais dramáticos de nosso tempo e não como um pon-
to pacífico.
(Eco, Humberto.Pape Satan Aleppe: crônicas de uma sociedade líquida. Rio de Janeiro: Record, 2017)
Em conformidade com a norma-padrão de pontuação, na frase “Mas durante séculos os ho-
mens sonharam em vão com o elixir da longa vida e com a fonte da juventude eterna.”, a se-
guinte expressão pode ser isolada com o uso de duas vírgulas:
a) durante séculos
b) os homens
c) sonharam em vão
d) o elixir da longa vida
e) com a fonte da juventude
010. (VUNESP/ART/PREF F VASCONCELOS/OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS/2021) Assinale a 
alternativa em que o uso da vírgula está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
a) Os artistas populares, costumam se apresentar, nas ruas e praças.
b) As crianças, se divertem muito ao verem, os imitadores de gato.
c) Por mais que procurem empregos fixos, muitas pessoas não encontram.
d) É muito importante, que prestigiemos, todos os artistas.
e) As pessoas param, para assistir às apresentações, dos artistas de rua.
011. (VUNESP/ASOC/PREF F VASCONCELOS/SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SO-
CIAL/2021) Leia o texto para responder à questão.
 Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera na 
areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome apertara demais os retiran-
tes e por ali não existia sinal de comida. A cachorra Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos 
do amigo, e não guardava lembrança disto. Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhan-
tes aos objetos familiares, estranhava não ver sobre o baú de folha a gaiola pequena onde a 
ave se equilibrava mal. Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação che-
gava. Tinha andado a procurar raízes, à toa: o resto da farinha acabara, não se ouvia um berro 
de rês perdida na caatinga. Sinha Vitória, queimando o assento no chão, as mãos cruzadas 
segurando os joelhos ossudos, pensava em acontecimentos antigos que não se relacionavam: 
festas de casamento, vaquejadas, novenas, tudo numa confusão. Despertara-a um grito áspe-
ro, vira de perto a realidade e o papagaio, que andava furioso, com os pés apalhetados, numa 
atitude ridícula. Resolvera de supetão aproveitá-lo como alimento e justificara-se declarando a 
si mesma que ele era mudo e inútil. Não podia deixar de ser mudo... Ordinariamente a família 
falava pouco. E depois daquele desastre viviam todos calados, raramente soltavam palavras 
curtas. O louro aboiava, tangendo um gado inexistente, e latia arremedando a cachorra.
 Num cotovelo do caminho, Fabiano avistou um canto de cerca, encheu-o a esperança 
de achar comida, sentiu desejo de cantar. A voz saiu-lhe rouca, medonha. Calou-se para não 
estragar força.
(Graciliano Ramos, Vidas Secas. 1996. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o uso de sinal de pontuação no interior do enunciado tem a fina-
lidade de indicar ao leitor uma explicação feita pelo narrador.
a) A cachorra Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lem-
brança disto.
b) Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetos familiares...
c) Fabiano também às vezes sentia falta dela, mas logo a recordação chegava.
d) ... o resto da farinha acabara, não se ouvia um berro de rês perdida na caatinga.
e) ... e o papagaio, que andava furioso, com os pés apalhetados, numa atitude ridícula.
012. (VUNESP - AG/PREF V PAULISTA/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2021)
Vida e morte das agendas
 Agendas de telefones precisam ser refeitas de anos em anos, de acordo com o número 
de pessoas que entram e saem de nossa vida. De repente não cabe mais ninguém.
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
 Nomes que um dia foram anotados porque tinham a ver com algo terrivelmente impor-
tante passam para a categoria do “quem era mesmo?”. Tornam-se nomes sem rosto, tragados 
pela nossa desmemória.
 Mas o pior é o doloroso processo de suprimir os que já se foram. É incrível quantos 
amigos ou conhecidos têm o hábito de nos deixar a cada dez ou 15 anos. As agendas são um 
registro macabro dessa fatalidade.
 De algum tempo para cá, outro tipo de supressão ficou obrigatório: o dos telefones 
fixos. Se a agenda anterior contém o número do telefone fixo e do celular de cada pessoa, e 
você tenta ligar para um e para outro a fim de certificar-se de que continuam valendo, ficará es-
pantado com quantos fixos, de repente, não existem mais. É terrível constatar que até os seus 
companheiros de geração reduziram-se ao celular.
 Para completar, as próprias agendas de papel estão sob ataque. Mesmo entre os co-
roas, quase ninguém mais as usa – os números de telefones são anotados diretamente no 
celular. Mas o que acontece quando têm o celular roubado ou o esquecem em algum lugar, e 
já jogaram fora o velho caderno ensebado?
 Talvez as agendas do futuro sejam gravadas diretamente no cérebro – no mísero cére-
bro humano, arcaico, analógico, que ainda é o nosso.
(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. 29.11.2019. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, com a inserção das vírgulas, a frase “Nomes que um dia foram 
anotados porque tinham a ver com algo terrivelmente importante...” atende à norma padrão de 
pontuação.
a) Nomes que, um dia, foram anotados porque tinham a ver com algo terrivelmente importante...
b) Nomes que um dia, foram anotados, porque tinham a ver com algo terrivelmente importante...
c) Nomes que um dia foram anotados porque, tinham a ver, com algo terrivelmente importante...
d) Nomes que um dia foram anotados porque tinham a ver, com algo, terrivelmente importante...
e) Nomes que um dia foram anotados porque tinham a ver com, algo terrivelmente, importante...
013. (VUNESP/AG/PREF V PAULISTA/TÉCNICO EM GESTÃO/2021) Assinale a alternativa em 
que a pontuação está usada de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
a) As pessoas, que vão ao consultório de um dentista sempre abrem a boca, mas não dizem nada.
b) As pessoas que vão ao consultório de um dentista sempre abrem a boca, mas não dizem nada.
c) As pessoas que vão ao consultório, de um dentista sempre abrem a boca, mas não dizem nada.
d) As pessoas que vão ao consultório de um dentista sempre, abrem a boca mas, não 
dizem nada.
e) As pessoas que vão ao consultório de um dentista, sempre abrem a boca mas não dizem, nada.
014. (VUNESP/CVU/PREF OSASCO/2021) A pontuação está de acordo com a norma-padrão 
da língua portuguesa em:
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
a) É preciso, aceitar que a vida é feita, de ganhos e perdas que deve ser vista como algo natural.
b) É grande o número de pessoas, que se revoltam, quando fracassam porém deveriam tentar 
entender que fracassos fazem parte da vida.
c) Ficamos mais leves, quando aprendemos a ganhar e a perder, uma vez que isso é caracte-
rística, da vida de todos nós.
d) Guilherme, autor da música, propõe a nós uma reflexão: é preciso aprender a ser mais flexí-
vel diante das circunstâncias da nossa existência.
e) Viver, não é ter sucesso o tempo todo embora, muitas pessoas,pensem o contrário.
015. (VUNESP/EI/SAMU OSASCO/PREF OSASCO/2021) Leia um trecho do conto Agaricus au-
ditae, de Lima Barreto, para responder a questão.
 Alexandre Ventura Soares tinha seus vinte e cinco anos, bacharel em ciências físicas e 
naturais, era preparador do Museu de História Natural. Tal cargo, obtido em concurso, lhe dera 
direito a uma viagem à Europa, nos tempos em que as subvenções para isso largamente se 
distribuíam, razão pela qual eram equitativa e sabiamente feitas. De volta, por acaso, viera a 
morar defronte de um homem de idade, venerável, que vivia, pelo jardim de sua vasta casa, a 
catar pedrinhas no chão. Pôs-se a observar o homem, curioso com os seus trejeitos, a fim de 
descobrir o que significavam. Visou a Ásia e encontrou no caminho a América. El Levante por 
el Poniente… A filha do ancião, muito naturalmente, pouco afeita a curiosidades sobre o seu 
jardim que não tivessem a ela por objeto, supôs que o doutor estivesse apaixonado por ela. 
Nenê, era o seu apelido familiar, sabia que o rapaz era dado a coisas de botânica; que pertencia 
ao museu; que o tratavam de doutor; logo não se podia tratar senão de um médico.
 A nossa mentecapta inteligência nacional, de que não fazem parte só as mulheres, não 
admite que tratem de botânica senão os médicos; e de matemática os engenheiros; quando, 
em geral, nem uns nem outros se preocupam em tais coisas.
 Ela, porém, vivendo em círculo restrito, não tendo estudos especiais, convivências ou-
tras que não essa da sociedade, fossilizadas de cérebro e com receitas de formulário na cabe-
ça, não podia ter outra opinião que a geral na nossa terra, de cima a baixo. Aquele moço era por 
força doutor em medicina ou, no mínimo, estudante. Quando soube que não, teve uma ponta de 
despeito; e custou-lhe a crer que fosse tão formado como outro qualquer doutor. Foi o próprio 
pai quem a convenceu.
(Lima Barreto. Contos completos de Lima Barreto. Companhia das Letras, 2010. Adaptado)
No trecho “Tal cargo, obtido em concurso, lhe dera direito a uma viagem à Europa, nos tempos 
em que as subvenções para isso largamente se distribuíam, razão pela qual eram equitativa e 
sabiamente feitas” (1º parágrafo), pode- -se inserir uma vírgula antes e uma depois da seguinte 
expressão, sem prejuízo da norma-padrão de pontuação da língua portuguesa:
a) a uma viagem à Europa
b) nos tempos em que
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
c) para isso largamente
d) pela qual eram
e) equitativa e sabiamente
016. (VUNESP/PREF ARAÇARIGUAMA/EDUCAÇÃO INFANTIL/2021)
A linguagem cinematográfica
 Quem assiste a cinema hoje está longe de imaginar o longo e árduo processo em que 
consistiu o desenvolvimento da linguagem cinematográfica, desde que os irmãos Lumière exi-
biram o seu precário Saída dos Operários da Fábrica no Grand Café de Paris, em 28 de dezem-
bro de 1895, oficialmente a primeira sessão de cinema do mundo.
 Uma ilustração bem instrutiva do desenvolvimento da linguagem do cinema é a que diz 
respeito, por exemplo, ao emprego da câmera. De início completamente estática, somente aos 
trancos e barrancos foi a câmera adquirindo a mobilidade que tem hoje. Nos primeiros tem-
pos do cinema mudo, filmava- -se com a câmera imóvel posta diante de um cenário onde tudo 
acontecia, como num palco teatral. Nessa época, ver a imagem se movendo na tela já era sufi-
cientemente divertido, quando o ponto de contraste para isso era o estaticismo da fotografia.
 Foi o americano D. W. Griffith (1875-1942) quem sistematizou, na prática, o uso do que 
chamamos hoje planificação, angulação e enquadramento (a variação da posição da câmera 
com relação ao elemento filmado). Na verdade, Griffith não foi o primeiro a variar a posição da 
câmera, mas foi, sim, o pioneiro nessa sistematização. O espectador que já recebeu a lingua-
gem cinematográfica “feita” – embora ainda hoje ela continue “fazendo” a si mesma! – nem 
cogita das difíceis querelas entre Griffith e os colegas de produção da década de 10, quando 
ele insistia, por exemplo, em que podia interromper a ação, geralmente filmada em plano de 
conjunto, para aí intercalar o rosto de um ator, tomado em primeiro plano. A produção alegava 
que tal prática era absurda, e que confundiria os espectadores, que a recusariam como incom-
preensível. Griffith, por sua vez, argumentava que o público a entenderia perfeitamente, pois, 
no geral, era assim que funcionavam os processos narrativos na literatura de ficção. Conforme 
sabemos, o seu modelo era o popular romance de Charles Dickens, superlido no final do século 
passado. O resultado dessa polêmica, já o conhecemos, com a vitória da intuição genial sobre 
o medo do novo.
(João Batista de Brito. Imagens Amadas. São Paulo: Ateliê Editoral, 1995. Adaptado.)
Assinale a alternativa que está em concordância com a norma-padrão no que se refere ao em-
prego dos sinais de pontuação nos trechos reescritos.
a) Segundo alegava a produção, tal prática, confundiria os espectadores, que a recusariam 
inevitavelmente.
b) Por ser estática somente aos trancos e barrancos a câmera adquiriu a mobilidade, de que é 
provida hoje.
c) Já era divertido o suficiente; quando o ponto de contraste para o cinema era o estaticismo 
da fotografia.
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
d) Sabemos que, o seu modelo era o popular romance de Charles Dickens, superlido no final 
do século passado.
e) Já conhecemos o resultado dessa polêmica: a vitória da intuição genial sobre o medo do novo.
017. (VUNESP/AG FISC/RIB PRETO/PREF RP/2021) Leia o texto, para responder a questão.
Escritório
 Aluguei um escritório. Minha senhoria é a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da 
Penitência – o que quer dizer que começo bem, sob a égide de um santo de minha particular 
devoção. Espero que ele me assista nesta grave emergência.
 Grave, porque assumi compromisso, com contrato registrado e sacramentado, de cum-
prir fielmente o regulamento do prédio na minha nova condição de inquilino. Não posso, por 
exemplo, colocar pregos que danifiquem as paredes.
 Mas escritório de quê? Advocacia? A tanto não ousaria, sendo certo que minha quali-
dade de bacharel nunca me animou sequer a ir buscar o diploma na Faculdade (onde, confio, 
esteja ainda bem guardado à minha espera, se dele precisar para qualquer eventualidade: a de 
ser inesperadamente convocado à vida pública, por exemplo, com uma honrosa nomeação, 
sacrifício a que seria difícil esquivar-me). Pelo que, não ousariam a esta altura da minha vida, 
iniciar-me na profissão a que o dito diploma presumivelmente me habilita. Além do mais, eu 
não poderia mesmo colocar o prego para dependurá-lo na parede.
 Fica sendo então escritório, tão-somente. Nem mesmo de literatura: apenas um local 
onde possa acender diariamente o forno (no sentido figurado, apresso-me a tranquilizar o con-
domínio) desta padaria literária de cujo produto cotidiano, fresco ou requentado, vou vivendo 
como São Francisco é servido. Levo para o meu novo covil uma mesa, uma cadeira, a máquina 
de escrever – e me instalo, à espera de meus costumeiros clientes.
 Estranhos clientes estes, que entram pela janela, pelas paredes, pelo teto, trazidos pelas 
vozes de antigamente, vindos numa página de jornal, ou num simples ruído familiar: projeção 
de mim mesmo, ecos de pensamento, fantasmasque se movem apenas na lembrança, figuras 
feitas de ar e imaginação.
(Fernando Sabino. A mulher do vizinho. Adaptado)
Observe o emprego de dois-pontos na passagem do 4º parágrafo. É correto afirmar que os 
dois-pontos sinalizam a introdução de informação que
a) contesta informação expressa anteriormente.
b) esclarece o conceito do autor sobre literatura.
c) reforça opinião que será apresentada ao leitor.
d) nega o conteúdo de informação anterior.
e) complementa e esclarece afirmação precedente.
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
018. (VUNESP/AG ADM/RIB PRETO/PREF RP/2021) Colunista comenta relatório do IPCC sobre 
mudanças climáticas.
 “O que já havia sido previsto vem se materializando com um aumento médio da tem-
peratura da Terra, chegando-se à conclusão de que esse aumento está chegando antes do 
previsto”, diz Paulo Saldiva em seu comentário sobre o sexto relatório do IPCC (Painel Intergo-
vernamental sobre Mudanças Climáticas). As consequências são as de que os ciclos hidroge-
ológicos vão aumentar em sua intensidade e frequência, provocando, de um lado, períodos de 
seca alternados com inundação e, por outro lado, a elevação dos níveis dos mares comprome-
terá cidades costeiras, assim como a desertificação de algumas regiões afetará a produção de 
alimentos.
 Não bastasse tudo isso, as inundações e o aumento da temperatura vão facilitar o surgi-
mento de vetores de doenças infecciosas, como dengue, zika, malária ou febre amarela. Aliás, 
em se tratando de saúde, deve-se observar ainda que os extremos de temperatura farão com 
que algumas pessoas com doenças cardiovasculares e respiratórias tenham sua saúde ainda 
mais comprometida, até mesmo com risco de morte.
 Para o colunista, ainda há tempo de reverter esse cenário de caos, embora parte dessas 
alterações, admite, seja irreversível. “Se fizermos tudo certo, vai ser necessário mais de um 
século para que a gente reverta as condições anteriores que nossos antepassados deixaram”.
(https://jornal.usp.br/radio-usp/445402/, 16.08.21. Adaptado)
* Hidrogeológico: Relativo ao estudo das águas subterrâneas.
Na última frase do texto “Se fizermos tudo certo, vai ser necessário mais de um século...” a 
vírgula marca um deslocamento da oração adverbial em relação à oração principal. Assinale a 
alternativa em que a vírgula está empregada com a mesma finalidade:
a) O aumento de temperatura vai facilitar o surgimento de doenças infecciosas, como a dengue.
b) Pessoas com doenças cardiovasculares deverão ter mais cuidado, pois poderão sofrer com 
os extremos de temperatura.
c) Para o colunista, precisamos voltar às condições deixadas por nossos antepassados.
d) A desertificação de algumas regiões será fato consumado, caso haja mais desequilíbrio nos 
ciclos hidrogeológicos.
e) Ainda que parte das mudanças climáticas seja irreversível, devemos agir para retardar 
seus efeitos.
019. (VUNESP/CF/CM/ESFCEX/EVANGÉLICO/2021)
Pêndulo persa
 Pressionado por coalizão regional e pelos EUA, Irã endurece com novo presidente
Apesar de promover eleições de forma regular, a teocracia iraniana não é uma democracia. 
Fórum de luminares do regime, o Conselho dos Guardiões veta candidatos inadequados ideo-
logicamente.
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
 De tempos em tempos, contudo, o pêndulo do país persa se move, dando algum sinal 
de vitalidade ao ossificado sistema político da revolução de 1979, que é liderado pelo aiatolá 
Ali Khamenei.
 Assim, alternaram-se moderados como Mohammad Khatami e radicais como Mah-
moud Ahmadinejad, que foi substituído novamente por um nome mais suave, Hassan Rouha-
ni, em 2013.
 Na sexta-feira (18/06/2021), 62% dos eleitores escolheram presidente um ultraconser-
vador, Ebrahim Raisi. O menor comparecimento às urnas da história indica em si um protesto 
contra a natureza do pleito, além de mostrar o impacto da má gestão da pandemia e da repres-
são a protestos desde 2017.
 O Irã constitui um dos polos vitais do precário equilíbrio estratégico do Oriente Médio, 
e Raisi é uma resposta do seu governo ao cerco sofrido desde 2017, quando Donald Trump 
assumiu o poder.
 O republicano retirou Washington do acordo, de resto problemático, que coibia o desen-
volvimento de armas nucleares por Teerã.
 Em sua primeira entrevista, Raisi disse a que veio: quer concessões americanas para vol-
tar a negociar a questão nuclear como deseja Joe Biden, não aceita conversar com o presiden-
te americano e descarta colocar seus preciosos mísseis balísticos em qualquer negociação.
Otimistas verão na fala de Raisi abertura para discutir a guerra por procuração contra os sau-
ditas no Iêmen, mas sob seus termos. Tudo indica que Biden não terá vida fácil com o novo 
presidente.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 21.06.2021)
Bechara (2019: 610) explica que se emprega a vírgula “para separar as conjunções e advérbios 
adversativos, principalmente quando pospostos”. Essa explicação está corretamente exempli-
ficada com o trecho:
a) Apesar de promover eleições de forma regular, a teocracia iraniana não é uma democracia.
b) Assim, alternaram-se moderados como Mohammad Khatami e radicais como Mahmoud 
Ahmadinejad…
c) De tempos em tempos, contudo, o pêndulo do país persa se move, dando algum sinal de 
vitalidade…
d) O Irã constitui um dos polos vitais […] do Oriente Médio, e Raisi é uma resposta do seu go-
verno ao cerco sofrido desde 2017…
e) O republicano retirou Washington do acordo, de resto problemático, que coibia o desenvolvi-
mento de armas nucleares por Teerã.
020. (VUNESP/CFO/QC/ESFCEX/MAGISTÉRIO DE PORTUGUÊS/2021) Assinale a alternativa 
em que o emprego da vírgula e do ponto e vírgula segue o mesmo princípio observado na pas-
sagem – O medo é frequente, e o amor, raro. A traição, uma banalidade; a fidelidade, um milagre.
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Pontuação
GRAMÁTICA
Elias Santana
a) Saíam às ruas e se divertiam, felizes. Se chovia, escondiam-se debaixo das marquises; quan-
do estiava, caminhavam.
b) Foram acusados de fraude, mais de uma vez. Até agora, nenhum deles se manifestou; a 
rigor, seu silêncio é covardia.
c) Um era infeliz, e o outro, taciturno. O motivo, mistério; o casamento, um fracasso total.
d) A vida é passageira e a morte, certa. Afora isso, não há verdade; assim, é aceitar e pronto.
e) A verdade incomoda, e a mentira fere. No entanto, esta ainda é preferível; aquela, descartável.
021. (FCC/AL-AP/ASSISTENTE LEGISLATIVO/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2020)
Novas formas de vida?
 Uma forma radical de mudar as leis da vida é produzir seres completamente inorgâ-
nicos. Os exemplos mais óbvios são programas de computador e vírus de computador que 
podem sofrer evolução independente.
 O campo da programação genética é hoje um dos mais interessantes no mundo da 
ciência da computação. Esta tenta emular os métodos da evolução genética. Muitos progra-
madores sonham em criar um programa capaz de aprender e evoluir de maneira totalmente 
independente de seu criador. Nesse caso, o programador

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