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8 Geografia regional Marcello de Barros Tomé Machado Meta da aula Destacar a região como um conceito-chave da Geografia, compreendendo sua relevância para a análise e o plane- jamento do turismo através do procedimento de regiona- lização. Objetivos Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: reconhecer a complexidade do conceito de região, assim como as relações com as diferentes correntes do pensamento geográfico; identificar as diferentes divisões regionais já vigentes no Brasil; reconhecer o Programa de Regionalização do Brasil e as regiões turísticas brasileiras. 1 2 3 Aula 8 • Geografia regional 166 C E D E R J Introdução Na aula anterior, percebemos as importantes relações que envol- vem o turismo e os estudos vinculados à urbanização, desde a evolução urbana, sua requalificação e reestruturação e como o tu- rismo se apropria dos espaços urbanos, tornando-os relevantes destinos turísticos, desde a modernidade aos dias de hoje. Nesta aula, veremos a questão regional no contexto do turismo, introdu- zindo um conceito fundamental para a Geografia: o de região. O entendimento de região inicialmente pode parecer simples; afi- nal, este conceito é empregado cotidianamente como uma forma de referência a lugares que se diferenciam uns dos outros (TELES, 2009), estando difundida na linguagem comum e científica. Geiger (1969) afirma, no entanto, que a região vem a ser um dos mais complexos temas geográficos. A explicação para tal complexidade estaria vinculada “à complicada dinâmica da superfície terrestre, onde há superposição e combinação de elaboração de processos de elaboração regional” (TELES, 2009, p. 12). Corrêa (1997) corrobora tais afirmações, indicando ser extrema- mente complexo abordar o conceito de região, indicando inclusi- ve que alguns pesquisadores defenderam no passado a redução da relevância deste conceito e outros a não utilização do concei- to de região pela Geografia. No entanto, já na década de 1970, o conceito de região surge novamente fortalecido junto à Geo- grafia Crítica, assim como nas Geografias Humanista e Cultural. Haesbaert (1999) confirma a força atual do debate em torno do conceito de região, destacando que a valorização da questão re- gional não está ligada apenas à realidade concreta que mostra a nova força das singularidades e das diferenças, despertando o interesse não apenas da Geografia; é um conceito relevante tam- bém para outras ciências, campos de estudo e disciplinas, como a Economia, a Sociologia e, é claro, o Turismo. Fundamentos Geográficos do Turismo 167 C E D E R J Região: um conceito De acordo com o que se verifica em diversas obras literá- rias que abrangem esta temática, o termo região deriva do latim regi e se refere à unidade político-territorial adotada pelo Império Romano para sua divisão interna. Sua raiz está no verbo regere, que significa “governar”, atribuindo, portanto, na concepção ori- ginal de região, uma conotação eminentemente política. Império Romano é a fase da história da Roma Antiga (27 a.C. até 476 d.C.) caracterizada por uma forma autocrática de governo, ou seja, com amplos poderes e de caráter absolutista, que perdurou no perío- do destacado e cujas fronteiras ultrapassaram a Península Itálica, ocu- pando vastos territórios do continente europeu, asiático e africano. Como já destacado, o termo região não faz parte exclusiva- mente das bases teóricas da ciência geográfica, fazendo parte do linguajar dos leigos neste assunto, neste caso considerados os homens comuns, cujo cotidiano habitual e profissional não exige o uso e a aplicação do conceito de região ou de outros conceitos- chave da Geografia. No entanto, em ambos os casos, o conceito de região está vinculado à noção fundamental de diferenciação de área, ou seja, à aceitação da ideia de que a superfície terrestre é constituída por áreas diferentes entre si (CORRÊA, 1998). Assim como outros conceitos, o de região não apresenta unanimidade, valendo destacar que a discussão sobre o conceito de região não é recente. As dificuldades e incertezas acerca deste conceito não são novas, propiciando há muito tempo debates calorosos sobre esta temática nas esferas acadêmica e política. Reconhecendo a importância que a região possui e as transformações que a sociedade tem imposto ao referido concei- to-chave, Corrêa (1997) destaca a dificuldade dessa abordagem “acrescentando ao substantivo ‘região’ o adjetivo ‘complexo’ ao abordar a questão” (TELES, 2009, p. 12). Aula 8 • Geografia regional 168 C E D E R J A utilização do termo entre os geógrafos, no entanto, não se faz de modo harmônico: ele é muito complexo. Queremos dizer que há diferentes conceituações de Região. Cada uma delas tem um significado próprio e se insere dentro de uma das correntes do pensamento geográfico. Isto quer dizer que, quando falamos em Região, implicitamente, mas de preferên- cia de modo explícito, estamos nos remetendo a uma das cor- rentes já identificadas anteriormente (CORRÊA, 1998, p. 22). As principais correntes do pensamento geográfico ou paradig- mas da Geografia destacadas por Corrêa (1998) são as seguintes: determinismo ambiental;1. possibilismo;2. método regional;3. Nova Geografia;4. Geografia Crítica.5. Implicitamente aos paradigmas destacados, há um ele- mento comum: a Geografia tem suas raízes na busca e no en- tendimento da diferenciação de parcelas da superfície terrestre, resultante das relações entre a humanidade e a natureza. Veremos, a seguir, os conceitos de região através dos prin- cipais paradigmas do pensamento geográfico e, em seguida, discutiremos a questão da região como instrumento de entendi- mento, planejamento e gestão do turismo. Determinismo ambiental e região O determinismo ambiental teria sido o primeiro paradigma a caracterizar a Geografia do final do século XIX, período caracte- rizado pela fase monopolista e imperialista do capitalismo. Os defensores do determinismo ambiental afirmam que as condições naturais, principalmente as climáticas, destacando a va- riação térmica no decorrer das diferentes estações do ano, seriam profundamente determinantes no comportamento do ser huma- no, interferindo em sua capacidade de desenvolvimento. A partir desse paradigma, foi estabelecida a ideia de que somente os po- vos fixados em parcelas da superfície terrestre que apresentassem Paradigma Modelo adotado e compartilhado por uma determinada comunidade científica. Tem sentido mais amplo que teoria, pois representa um conjunto de crenças e valores. Fundamentos Geográficos do Turismo 169 C E D E R J condições climáticas propícias progrediriam, tendendo ao desen- volvimento e à dominação. Já aqueles povos fixados em áreas cujo clima não fosse adequado estariam condenados à submissão e ao atraso. No âmbito geográfico, foi o geógrafo alemão Frederic Ratzel o principal organizador e divulgador dessas ideias. Portanto, o determinismo geográfico possibilitaria a com- preensão da sociedade através dos mecanismos que ocorrem na natureza, nas variadas parcelas do espaço, que destacamos como regiões naturais. As regiões naturais são parcelas da superfície terrestre dimensionadas segundo escalas territoriais diversificadas e ca- racterizadas pela uniformidade resultante da combinação ou integração em áreas dos elementos da natureza: o clima, a ve- getação, o relevo, a geologia e outros adicionais que diferen- ciam ainda mais cada uma dessas partes. Em outras palavras, uma região natural é um ecossistema onde seus elementos acham-se integrados e são integrantes (CORRÊA, 1998, p. 23-24). As regiões naturais, a partir do paradigma do determinismo am- biental, indicam que o ser humano seria fruto do meio, principal- mente das características da natureza local, que influenciariam de forma decisiva o modo de vida do ser humano. Assim, seriapossí- vel compreender a sociedade a partir da região onde ela vive, pois as condições naturais, principalmente climáticas, propiciariam um comportamento que levaria ao desenvolvimento ou não. A população de uma região tropical não teria propensão ao desenvolvimento, pois o clima quente e úmido propiciaria certo desconforto e preguiça, além da elevada biodiversidade que fa- voreceria a disponibilidade de alimento nas variadas estações do ano, não estimulando o trabalho e, portanto, o progresso e desen- volvimento. Já os povos das regiões temperadas teriam um inver- no rigoroso, frio e seco, impossibilitando a aquisição de alimento e estimulando a atividade física, a fim de aquecer-se. Tais condições climáticas repercutiriam no estímulo ao trabalho a fim de garantir a sobrevivência durante os períodos de condições climáticas mais rígidas, propiciando trabalho, progresso e desenvolvimento. Aula 8 • Geografia regional 170 C E D E R J Essas ideias foram repudiadas por diversos autores, que reagiram ao determinismo ambiental, desenvolvendo então, na França no final do século XIX, na Alemanha no começo do sécu- lo XX e nos Estados Unidos, na década de 20 do século XX, um outro paradigma da Geografia: o Possibilismo. Possibilismo e região O Possibilismo, assim como o determinismo ambiental, focaliza as relações entre o homem e o meio natural. Mas então qual é a diferença? O grande precursor do Possibilismo foi o geógrafo francês Vidal de la Blache. Este afirmava que as relações do homem com a natureza eram bastante complexas, mas que a natureza deveria ser compreendida como fornecedora de possibilidades para que o homem a modificasse. Seria o homem o principal agente geográ- fico e não a natureza! “Não é a região natural, e sua influência so- bre o homem, que domina o temário dos geógrafos possibilistas. É, sem dúvida, uma região humana vista da forma da geografia regional que se torna seu próprio objeto” (CORRÊA, 1998, p. 26). Diferentemente do determinismo geográfico, o Possibilis- mo leva em consideração o processo evolutivo das relações en- tre os homens e a relação entre os homens e a natureza que, com o passar do tempo, transforma-se de uma mera adaptação hu- mana em uma ação modeladora, na qual o ser humano, com sua bagagem cultural, constrói uma paisagem e um gênero de vida, “ambos próprios e peculiares a cada porção da superfície da Ter- ra”. Assim, de acordo com o Possibilismo, podemos pensar a re- gião como uma parcela da superfície terrestre cuja ação humana a transforma a fim de satisfazer suas necessidades, construindo uma paisagem e interações próprias daquela região. Esta seria considerada por La Blache como algo vivo, uma individualidade, ou mesmo uma personalidade geográfica (HAESBAERT, 1999). Um novo modelo de região se opõe àqueles associados aos paradigmas do Possibilismo e do Determinismo Ambiental: a região da Nova Geografia. Fundamentos Geográficos do Turismo 171 C E D E R J Nova Geografia e região A região, no contexto da Nova Geografia, é definida como um conjunto de lugares onde as diferenças internas entre esses lugares são menores que as existentes entre eles e qualquer ele- mento de outro conjunto de lugares. Na divisão regional a partir da Nova Geografia, temos dois enfoques distintos, que não são excludentes. O primeiro consi- dera a possibilidade de regiões simples ou complexas. O segun- do considera as regiões homogêneas ou funcionais. O primeiro enfoque define as regiões simples, consideran- do uma divisão regional de acordo com apenas um critério ou variável, originando, por exemplo, regiões de acordo com o tipo de relevo, ou o tipo de solo, ou a criação de bovinos, ou ainda a renda per capita da população. Já as regiões complexas levariam em conta diversas variáveis ou critérios. Um exemplo de divisão regional complexa pode ser a divisão de um país em regiões eco- nômicas, onde se faz necessário basear-se em critérios e variáveis como produção industrial, produção agropecuária, prestação de serviços, densidade demográfica, escolarização, renda per capita etc. Outro exemplo de divisão regional complexa pode ser a ba- seada no turismo, que precisa considerar, como variáveis, meios de hospedagem, serviços de alimentação, transporte, atrativos naturais e culturais etc. O segundo enfoque define as regiões homogêneas como parcelas da superfície terrestre cujas áreas agregadas a esta não apresentam significativa variabilidade dos critérios analisados, tais como clima, formação vegetal, densidade demográfica. Quan- do temos mais de um critério comum sem variação, teríamos uma região homogênea complexa. As regiões funcionais são definidas de acordo com o fluxo de pessoas, informações, mercadorias, ideias etc. sobre a super- fície terrestre. Assim, teríamos regiões que podem ser paisagisti- camente muito diferentes, mas, por apresentarem fluxo comum de pessoas, podem ser consideradas integrantes de uma mesma Aula 8 • Geografia regional 172 C E D E R J região funcional, como, por exemplo, uma cidade-dormitório em relação a um centro regional, que emprega parcela significativa da população daquele município. Em relação ao turismo, pode- mos ter como exemplo de região funcional aquela que apresenta fluxo turístico receptivo e que um dos municípios que a compõe não tem atrativos nem fluxo turístico receptivo, mas fornece pro- dutos ou mão de obra para os demais municípios turísticos que compõem a região. Geografia Crítica e região Na década de 70 do século XX, surge a Geografia Crítica, que propicia a emersão de questionamentos em relação aos con- ceitos de região vigentes. Segundo Lacoste (apud Corrêa, 1998, p. 40), a região possibilista seria um “conceito-obstáculo” que nega outras possibilidades de dividir a superfície terrestre. As- sim, a Geografia Crítica possibilita pensarmos região como uma dimensão espacial das especificidades sociais em uma totalida- de espaço-social, capaz de opor resistência à homogeneização da sociedade e do espaço pelo capital monopolístico e hegemô- nico (DUARTE apud CORRÊA, 1998, p. 41). Dessa forma, a região da Geografia Crítica seria uma resposta da sociedade, que dirige e organiza aquela parcela da superfície terrestre como forma de resistência, a fim de destacar justamente as diferenças. No turis- mo, podemos ter o surgimento de regiões espontâneas, a partir da percepção e integração da elite regional, principalmente em- preendedores do setor turístico, que muitas vezes, à revelia do poder público, estabelece uma região turística própria, a partir das singularidades percebidas e valorizadas pela referida elite re- gional, desvinculadas das singularidades destacadas pelo poder público, que estabelece a regionalização turística oficial. Fundamentos Geográficos do Turismo 173 C E D E R J Atividade Atende ao Objetivo 1 Mapa-múndi climático. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Clima Mapa-múndi indicando Índice de Desenvolvimento Humano-IDH (2009). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_Desenvolvimento_Humano Aula 8 • Geografia regional 174 C E D E R J 1. Ao compararmos os mapas-múndi das duas ilustrações, per- cebemos a grande diversidade climática e também a grande diversidade nos níveis de desenvolvimento humano pela super- fície terrestre. a) Qual das correntes do pensamento geográfico apresenta uma divisão regional que afirma serem as condições ambientais, prin- cipalmente climáticas, determinantes para o progresso e desen- volvimento do ser humano? b) Comparando os dois mapas, você percebe alguma relação entre as características climáticas e o Índice de Desenvolvimento Huma- no em diferentes regiões da superfície terrestre? Tais semelhanças e diferenças seriam definidas pelas condições climáticas? Respostas Comentadas a) É a corrente do determinismo ambiental que afirma que as con- dições naturais,principalmente climáticas, influenciam de maneira decisiva no comportamento humano, possibilitando pensarmos em regiões naturais. b) A maioria dos países com alto Índice de Desenvolvimento Huma- no encontra-se em regiões de clima moderado ou frio, localizados parcial ou integralmente na zona temperada. Já os países de bai- xo Índice de Desenvolvimento Humano encontram-se em regiões de clima quente e úmido ou árido, localizados integral ou parcial- mente na zona tropical. No entanto, não são somente as condições ambientais-climáticas que explicam esta situação. Ao analisarmos a ocupação e o modelo de colonização e exploração, perceberemos outros fatores relevantes que explicam o desenvolvimento humano destas regiões. Fundamentos Geográficos do Turismo 175 C E D E R J Regionalização no Brasil Podemos distinguir claramente região e regionalização. Enquanto a primeira caracteriza-se como um conceito, ou seja, apresenta um pressuposto epistemológico mais rigoroso e uma delimitação conceitual mais consistente, a segunda caracteriza- se como um instrumento geral de análise, um pressuposto meto- dológico que, a partir da diversidade espacial, propicia que qual- quer parcela da superfície terrestre seja objeto de regionalização. Assim sendo, a regionalização vincula-se a uma interpretação, a uma decisão política. O Brasil encontra-se dividido em cinco regiões, mas nem sempre foi assim. O que para nós pode parecer lógico, na verda- de, foi fruto de muita discussão e de mudanças ao longo do tem- po. As primeiras divisões regionais propostas para o país foram baseadas somente em aspectos fisiográficos, ou seja, ligados à natureza, levando em consideração apenas os aspectos climáti- cos, a vegetação e o relevo, isto é, atrelava-se à visão determi- nista das regiões naturais. A primeira divisão regional brasileira, mesmo não sendo oficial, foi proposta em 1913 (Figura 8.1), ba- seada, como já foi afirmado, nos aspectos naturais. Na época, a natureza era considerada duradoura e as atividades humanas, mutáveis. Considerava-se que a divisão regional deveria ser ba- seada em critérios que resistissem por bastante tempo. Figura 8.1: Mapa da divisão regional brasileira – 1913. Aula 8 • Geografia regional 176 C E D E R J A Figura 8.1 mostra o Brasil dividido em cinco regiões, a saber: Brasil Setentrional ou Amazônico: região composta por • Acre, Amazonas e Pará; Brasil Norte-Oriental: região composta por Maranhão, • Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas; Brasil Oriental: região composta por Sergipe, Bahia, Es-• pírito Santo, Rio de Janeiro (Distrito Federal) e Minas Gerais; Brasil Meridional: região composta por São Paulo, Para-• ná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; Brasil Central: região composta por Goiás e Mato Grosso.• Em 1913, época em que foi desenvolvida a mais antiga divisão regional brasileira, os estados de Tocantins, Mato Grosso do Sul, Amapá, Roraima e Rondônia não existiam. A porção territorial equivalente atualmente ao estado do Tocantins na época pertencia ao estado de Goiás, a do Mato grosso do Sul e Rondônia perten- ciam ao Mato Grosso, a do Amapá pertencia ao Pará e a de Roraima pertencia ao Amazonas. Em 1938, a fim de utilizar um modelo de regionalização para aplicação no Anuário Estatístico do Brasil, foi escolhida a divisão regional brasileira adotada pelo Ministério da Agricultura. Esta divisão regional, que também não era oficial, passa a considerar também aspectos econômicos e apresenta nítidas diferenças em relação à regionalização anterior, conforme podemos observar na Figura 8.2: Fundamentos Geográficos do Turismo 177 C E D E R J Figura 8.2: Mapa da divisão regional brasileira – 1938 –, Ministério da Agricultura. A Figura 8.2 mostra a divisão regional brasileira de 1938, composta pelas seguintes regiões: Sul: formada pelos estados do Rio Grande do Sul, de • Santa Catarina, do Paraná, de São Paulo e do Rio de Ja- neiro (Distrito Federal); Centro: formada pelos estados de Minas Gerais, de Goiás • e do Mato Grosso; Este: formada pelos estados da Bahia, de Sergipe e do • Espírito Santo; Nordeste: formada pelos estados de Alagoas, de Pernam-• buco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará; Norte: formado pelos estados do Piauí, do Maranhão, do • Pará, do Amazonas e pelo Território do Acre. Com a criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- tica – IBGE –, em 1936, iniciou-se um movimento para a adoção de uma divisão regional oficial para o Brasil. Em 1942, foi ado- tada oficialmente a divisão regional de 1913. Mais tarde, com a criação de novos territórios, foi estabelecida uma nova divisão regional para o Brasil, mais precisamente em 1945, conforme pode ser observado na Figura 8.3. Aula 8 • Geografia regional 178 C E D E R J Figura 8.3: Divisão regional brasileira – 1945. Fonte: http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=sl26 Esta divisão regional apresentava a seguinte composição: Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Pau-• lo e território do Iguaçu; Leste Meridional: Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas • Gerais; Leste Setentrional: Bahia e Sergipe;• Centro-Oeste: Goiás, Mato Grosso e território de Ponta • Porã; Nordeste Oriental: Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Gran-• de do Norte, Ceará e território de Fernando de Noronha. Nordeste Ocidental: Piauí e Maranhão;• Norte: Pará, Amazonas e territórios do Amapá, Rio Bran-• co, Acre e Guaporé. Em 1969, uma nova divisão regional foi proposta e entrou em vigor em 1970, pois muitas mudanças haviam acontecido, tais como a extinção dos territórios de Guaporé e Iguaçu, além da criação de Brasília, novo Distrito Federal. Tais mudanças po- dem ser observadas na Figura 8.4. Fundamentos Geográficos do Turismo 179 C E D E R J Figura 8.4: Divisão regional brasileira – 1970. Região Norte: estados do Acre, Amazonas, Pará e os ter-• ritórios de Rondônia, Roraima e Amapá; Região Nordeste: estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio • Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, da Bahia e o território de Fernando de Noronha; Região Sudeste, formada pelos estados de Minas Gerais, • do Espírito Santo, do Rio de Janeiro, da Guanabara e de São Paulo; Região Sul: estados do Paraná, de Santa Catarina e do • Rio Grande do Sul; Região Centro-Oeste: estados de Goiás, Mato Grosso e • Distrito Federal (a cidade de Brasília). A divisão regional de 1970 continua em vigor. Apenas foram realizadas algumas adequações, tais como a fusão dos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, a criação dos estados do Tocantins (que passa a fazer parte da região Norte) e do Mato Grosso do Sul, além das transformações dos antigos territórios em estados, com exceção de Fernando de Noronha, que passou a integrar o estado de Pernambuco, conforme podemos observar na Figura 8.5: Aula 8 • Geografia regional 180 C E D E R J Figura 8.5: Divisão regional brasileira vigente – IBGE (2009). Regionalização: Norte: Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará • e Tocantins; Centro-Oeste: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás • e Distrito Federal; Nordeste: Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraí-• ba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e Piauí; Sudeste: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espí-• rito Santo; Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.• Novas mudanças ocorrerão no futuro em relação à regio- nalização brasileira, pois muitos discordam da divisão regional oficial vigente. Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger desen- volveu um modelo de regionalização, os complexos regionais (Figura 8.6), baseado no processo histórico de formação do ter- ritório brasileiro, levando em conta, especialmente, os efeitos da industrialização. Dessa forma, este modelo de regionalização reflete a realidade do país e busca compreender seus mais rele- vantes contrastes.De acordo com esta divisão regional, são três as regiões geoeconômicas ou complexos regionais, a saber: Fundamentos Geográficos do Turismo 181 C E D E R J Amazônia;• Centro-Sul;• Nordeste.• Figura 8.6: Complexos regionais. Atividade Atende ao Objetivo 2 2. Observe a divisão regional do Brasil em complexos regionais ou regiões geoeconômicas (Figura 8.6) e indique uma diferença significativa em relação às demais divisões regionais brasileiras apresentadas, oficiais ou não. Resposta Comentada Existem algumas diferenças claras, como o número de regiões, já que esta divisão em complexos regionais apresenta apenas 3 regiões, enquanto as demais apresentam pelo menos 5 regiões. Outro ponto ainda mais importante é que esta divisão regional não respeita os limites estaduais; afinal de contas, determinados Aula 8 • Geografia regional 182 C E D E R J fenômenos, variáveis ou singularidades determinantes para a definição das regiões provavelmente não ficam retidas exclusi- vamente nos limites estaduais. É o caso do norte do estado de Minas Gerais, na região do vale do Jequitinhonha, que mesmo estando no Sudeste, segundo o IBGE (regionalização oficial), apresenta relevantes características típicas da região Nordeste, tais como clima semiárido, vegetação de caatinga, além de indica- dores socioeconômicos como baixo IDH, baixa renda per capita, baixa expectativa de vida etc. Ou seja, é um pedaço do Nordeste (mais precisamente do sertão) dentro do Sudeste (mais precisa- mente em Minas Gerais). O que Geiger fez foi colocar o Nordeste em seu devido lugar. Regionalização e turismo Ao tomar posse em janeiro de 2003, no Governo Federal, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criou o Mi- nistério do Turismo (Mtur). Até então, o país teve pastas ministe- riais que envolviam o turismo, como o antigo Ministério da In- dústria, Comércio e Turismo e o Ministério do Esporte e Turismo, mas nunca uma pasta exclusiva para o turismo. A Presidência da República ordenou a priorização do turismo como elemento pro- pulsor do desenvolvimento socioeconômico do país e, para isso, a equipe do Ministério do Turismo construiu e lançou o Plano Na- cional do Turismo, baseado nas seguintes premissas: parceria e gestão descentralizada;• interiorização e segmentação da atividade turística;• diversificação dos mercados, produtos e destinos;• inovação na forma e no conteúdo das relações e intera-• ções dos arranjos produtivos; adoção de pensamento estratégico, exigindo planeja-• mento, análise, pesquisa e informações consistentes; incremento do turismo interno;• o turismo como fator de construção da cidadania e de • integração social; desconcentração de renda por meio da • regionalização. Regionalizar é trans- formar a ação centrada na unidade municipal em uma política pública mobilizadora, possibil- itando o envolvimento de diversas unidades municipais em prol do de- senvolvimento do turismo, provocando mudanças, sistematizando o plane- jamento e coordenando de forma articulada e compartilhada o processo de desenvolvimento regional. Fundamentos Geográficos do Turismo 183 C E D E R J De acordo com o Plano Nacional de Turismo 2007-2011, en- fatizado anteriormente com as Diretrizes Políticas do Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil, a regionalização do turismo é compreendida pelo Ministério do Turismo como um modelo de gestão de política pública descentralizada, coordenada e integrada, baseada nos princípios da flexibilidade, da articula- ção, da mobilização, da cooperação intersetorial e interinstitucio- nal e na sinergia de decisões. Adotar o modelo de regionalização do turismo exige no- vas posturas e novas estratégias na gestão das políticas pú- blicas; exige mudanças de relacionamento entre as esferas do poder público e a sociedade civil; exige negociação, acordo, planejamento e organização social. Exige, também, entender a região de forma diferente do modelo macrorregional definido pelo IBGE, conforme analisamos na Figura 8.5. Faz-se necessá- rio perceber a regionalização como um esforço coordenado de ações integradas entre municípios, estados e o país visando ao desenvolvimento integrado com base na atividade turística, a partir da promoção, da cooperação e da parceria dos diversos e relevantes segmentos envolvidos: organizações da sociedade;• instâncias de governos;• empresários e trabalhadores;• instituições de ensino;• turistas;• comunidade.• É atuar para atingir os seguintes objetivos: dar qualidade ao produto turístico;• diversificar a oferta turística;• estruturar os destinos turísticos;• ampliar e qualificar o mercado de trabalho;• aumentar a inserção competitiva do produto turístico no • mercado internacional; ampliar o consumo do produto turístico no mercado • nacional; aumentar a taxa de permanência e o gasto médio do turista.• Aula 8 • Geografia regional 184 C E D E R J Com isso, a partir das indicações das diversas unidades da Federação, foram definidas as principais regiões turísticas brasi- leiras, a saber: Regiões turísticas brasileiras REGIÃO NORTE Acre Região turística do Vale do Acre• Região turística do Vale do Juruá• Amapá Polo Meio do Mundo• Polo Pororoca• Polo Extremo Norte• Polo Castanhais• Polo Tumucumaque• Amazonas Polo Rio Negro e Solimões• Polo Manaus/Encontro das Águas• Polo Uatumã• Polo Sateré/Tucandeira• Polo Madeira• Polo Alto Solimões• Polo Alto Rio Negro• Pará Polo Belém• Polo Marajó• Polo Tapajós• Polo Araguaia – Tocantins• Polo Amazônia Atlântica• Polo Xingu• Fundamentos Geográficos do Turismo 185 C E D E R J Rondônia Polo de Agronegócios/Caminho das Águas• Polo de Ecoturismo do Guaporé• Polo de Guajará-Mirim• Polo de Porto Velho• Roraima O Extremo Norte do Brasil• Roraima, a Savana Amazônica• Águas e Florestas da Linha do Equador• Tocantins Pico do Papagaio• Vale dos Grandes Rios• Serras do Lago• Encantos do Jalapão• Serras Gerais• Lagos e Praias do Cantão• Ilha do Bananal• REGIÃO CENTRO-OESTE Distrito Federal Brasília – Patrimônio da Humanidade• Goiás Região das Águas• Região Nascentes do Oeste• Região Agroecológica• Região dos Negócios• Região do Ouro• Região da Reserva da Biosfera Goyaz• Região dos Engenhos• Região do Vale da Serra da Mesa• Região do Vale do Araguaia• Aula 8 • Geografia regional 186 C E D E R J Mato Grosso Vale do São Lourenço• Pantanal Mato-Grossense• Região Metropolitana• Médio Norte• Nascentes Platina Amazônica• Vale do Teles Pires• Portal da Amazônia• Rota dos Ipês e das Águas• Vale do Guaporé• Águas do Vale do Cabaçal• Noroeste • – Amazônia Cristalino• Alto Araguaia• Médio Araguaia• Baixo Araguaia• Mato Grosso do Sul Campo Grande e Região• Pantanal• Bonito e Serra da Bodoquena• Rota Norte• Costa Leste• Nova Andradina e Região• Caminhos da Fronteira• REGIÃO SUL Paraná Litoral• Metropolitana de Curitiba• Campos Gerais• Norte• Noroeste• Centro• Sudoeste• Fundamentos Geográficos do Turismo 187 C E D E R J Centro-Sul• Oeste e Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu• Rio Grande do Sul Grande Porto Alegre• Litoral Norte Gaúcho• Serra Gaúcha• Hidrominerais• Missões• Pampa Gaúcho• Central• Vales• Costa Doce• Santa Catarina Grande Oeste Catarinense• Vale do Contestado• Serra Catarinense• Caminho dos Príncipes• Vale Europeu• Rota do Sol• Grande Florianópolis• Encantos do Sul Catarinense• Caminho dos Canyons• REGIÃO NORDESTE Alagoas Região do Sertão Alagoano• Região Canyon do São Francisco• Região Celeiro das Tradições• Região Foz do Velho Chico• Região dos Quilombos• Região Costa dos Corais• Região Metropolitana• Região das Lagoas e Mares do Sul• Aula 8 • Geografia regional 188 C E D E R J Bahia Costa dos Coqueiros• Costa do Dendê•Costa do Descobrimento• Caminhos do Jiquiriçá• Caminhos do Oeste• Caminhos do Sertão• Lagos do São Francisco• Costa do Cacau• Costa das Baleias• Chapada Diamantina• Baía de Todos-os-Santos• Ceará Fortaleza• Litoral Leste• Litoral Oeste/Vale do Curu• Cariri• Serras de Aratanha e Baturité• Serra da Ibiapaba• Vale do Acaraú• Sertão Central• Litoral Extremo Oeste• Vale do Salgado• Sertão dos Inhamuns• Vale do Jaguaribe• Maranhão Polo São Luís• Lençóis Maranhenses• Delta das Américas• Floresta dos Guarás• Chapada das Mesas• Lagos Floridos• Região dos Cocais• Fundamentos Geográficos do Turismo 189 C E D E R J Paraíba Região Turística do Litoral• Região Turística do Agreste• Região Turística do Brejo• Região Turística do Cariri• Região Turística do Sertão• Pernambuco Região Turística Agreste• Mata/Litoral Norte• Região Metropolitana• Sertão do São Francisco• Litoral Sul• Fernando de Noronha• Mata Sul• Sertão do Pajeú• Piauí Polo Costa do Delta• Polo das Águas• Polo Teresina• Polo Histórico-cultural• Polo Aventura e Mistério• Polo das Origens• Polo das Nascentes• Rio Grande do Norte Região Polo Costa das Dunas• Região Polo Costa Branca• Região Polo Seridó• Região Polo Serrano• Região Polo Agreste/Trairí• Aula 8 • Geografia regional 190 C E D E R J Sergipe Polo Costa dos Coqueirais• Polo do Velho Chico• Polo das Serras Sergipanas• Polo Sertão das Águas• Polo dos Tabuleiros• REGIÃO SUDESTE Espírito Santo Região Turística do Caparaó• Região Turística do Verde e das Águas• Região Turística Doce Pontões Capixabas• Região Turística dos Imigrantes• Região Turística Extremo Norte• Região Turística Metropolitana• Região Turística das Pedras, Pão e Mel• Região Turística Sul• Região Turística das Montanhas Capixabas• Região Turística da Costa e da Imigração• Minas Gerais Região Turística Coração das Gerais• Região Turística Reservas da Natureza• Região Turística Estâncias do Sul• Região Turística Recanto de Minas• Região Turística Belezas do Cerrado• Região Turística Caminhos do Interior• Região Turística Grandes Sertões• Região Turística Terras do Velho Chico• Região Turística Caminhos das Artes• Região Turística Encanto Verde• Rio de Janeiro Agulhas Negras• Metropolitana• Costa do Sol• Fundamentos Geográficos do Turismo 191 C E D E R J Serra Verde Imperial• Costa Verde• Vale do Café• Baixada Fluminense• Serra Norte• Caminhos da Mata• Costa Doce• Noroeste das Águas• São Paulo Capital Expandida• Centro-Norte Paulista• Centro-Oeste Paulista• Cuesta-Alto do Paranapanema• Entre Rios• Estradas e Bandeiras• Vertente Oceânica Norte• Vertente Oceânica Sul• Figura 8.7: Mapa das regiões turísticas do Brasil. Fonte: Portal do Ministério do Turismo. <http://200.143.12.83/portalmtur/export/sites/default/regionalizacao/ modulos/regioes/arquivos/Mapa_da_Regionalizacao_Final.pdf> acesso em 20/11/2009 às 9:53h. Aula 8 • Geografia regional 192 C E D E R J Atividade Atende ao Objetivo 3 3. Analisando as regiões turísticas do estado do Rio de Janeiro, a partir da Figura 8.7 e da lista de regiões turísticas brasileiras, identifique quais as singularidades turísticas presentes nas uni- dades municipais de pelo menos uma das regiões listadas. Resposta Comentada É possível escolher a região turística da Costa do Sol e identificar como singularidades o litoral e a balneabilidade das praias, além da significativa oferta turística, voltada ao lazer e ao entretenimento em municípios como Armação dos Búzios, Cabo Frio, Rio das Ostras etc. Escolhendo a Serra Verde Imperial, podemos destacar como singu- laridades a presença dos municípios em sítios montanhosos (serra dos Órgãos), a presença de uma importante expressão de floresta ombrófila densa e os vínculos com a Família Imperial, que frequen- tava a região em que, em Petrópolis, temos o Museu Imperial, antiga residência de verão da família Imperial. Conclusão Percebemos as diferenças entre região e regionalização, as- sim como os diferentes modelos de divisão regional, a partir das correntes do pensamento geográfico. Contextualizamos tais pila- res teórico-conceituais analisando a regionalização do Brasil e a regionalização turística brasileira. Com isso, destacamos a impor- tância da regionalização para o desenvolvimento do turismo. Atividade Final Atende aos Objetivos 1, 2 e 3 Pesquise em qual região turística seu município se insere. Avalie as principais características turísticas do seu município e compa- re com a oferta turística dos demais municípios que compõem a referida região. Indique as principais semelhanças e diferenças entre os municípios que a compõem, sejam aspectos naturais ou culturais. Fundamentos Geográficos do Turismo 193 C E D E R J Comentário Dependendo da região e do município, teremos diferentes respostas; no entanto, dificilmente teremos unidades municipais compondo re- giões homogêneas, ou seja, sem significativas singularidades entre os municípios que a compõem. Poderemos ter aspectos fisiográfi- cos semelhantes, mas forma urbana muito diferente; fluxos turísti- cos intensos em alguns municípios e em outros não. O importante é destacar que semelhanças existirão sim, mas também significativas diferenças. Resumo De acordo com as diferentes correntes do pensamento geográfi- co, temos diferentes modelos de divisão regional. Estes não são excludentes e muitas vezes são complementares. As regiões e suas singularidades presumem continuidade espacial e não são exatamente estáticas, podendo sofrer modificações ao longo do tempo, como percebemos ao analisarmos as diferentes divisões regionais do Brasil. Finalizamos observando a regionalização do turismo no Brasil, vinculado a um macroprograma que define as regiões turísticas como estratégicas na organização do turismo para fins de planejamento e gestão. A oferta turística regional ad- quire maior significância e identidade pela qualidade e pela origi- nalidade capaz de agregar valor ao produto turístico. Informação sobre a próxima aula Na próxima aula, trataremos da contribuição da Geografia Agrária para o estudo do turismo.