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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PR UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS DE CURITIBA DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA E DE MATERIAIS - PPGEM JORGE FRANCISCO DE ARAÚJO ESTUDO DE PROPRIEDADES MECÂNICAS DO POLIPROPILENO MOLDADO POR INJEÇÃO EM INSERTOS DE RESINAS MANAUS FEVEREIRO – 2010 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. JORGE FRANCISCO DE ARAÚJO ESTUDO DE PROPRIEDADES MECÂNICAS DO POLIPROPILENO MOLDADO POR INJEÇÃO EM INSERTOS DE RESINAS Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais, Área de Concentração em Engenharia de Manufatura, da Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação, do Campus de Curitiba, da UTFPR. Orientador: Prof. Neri Volpato, Ph. D. Co-orientador: Prof. Paulo André de Camargo Beltrão, Ph. D. MANAUS FEVEREIRO – 2010 TERMO DE APROVAÇÃO JORGE FRANCISCO DE ARAÚJO ESTUDO DE PROPRIEDADES MECÂNICAS DO POLIPROPILENO MOLDADO POR INJEÇÃO EM INSERTOS DE RESINAS Esta Dissertação foi julgada para a obtenção do título de mestre em engenharia, área de concentração em Engenharia de Manufatura, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais. ______________________________ Prof. Giuseppe Pintaúde, Dr.Eng. (UTFPR) Coordenador de Curso Banca Examinadora _______________________________ __________________________________ Prof. Gilberto García del Pino, Dr.Eng. Prof. Marcos F. de O. Schiefler F., Dr.Eng. (UEA) (UTFPR) _______________________________ __________________________________ Prof. Neri Volpato, Ph. D. Prof. Paulo A. de Camargo Beltrão, Ph. D. (UTFPR) (UTFPR) Manaus, 25 de fevereiro de 2010 Dedico a minha família: pais, esposa, filhos, neta e nora; aos meus amigos e a todos que contribuíram para a conclusão deste Trabalho. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, pela minha saúde e a de meus familiares, pela oportunidade e perseverança na busca do alcance dos objetivos. Agradeço muito à minha amada esposa Izete, meus adorados filhos Fábio, Nelson e Luma, minha adorada neta Nicole e minha estimada nora Roseli, pelo apoio e compreensão nos momentos de dificuldades durante os estudos. Ao meu orientador, Professor Neri Volpato, pelo apoio e dedicação na condução da pesquisa, na elaboração e execução das idéias na realização dos trabalhos. Ao meu co-orientador, Professor Paulo André de Camargo Beltrão, pela ajuda e apoio no direcionamento das idéias para a realização da pesquisa. Aos colegas do SENAI-AM, Arlindo, Rodson, Teodório, Ivana, José Carlos Silva, Ana Cláudia, Zildete, Delfino, Paula, Geraldo, Juan, Cláudio, Sílvio, Henrique, Edy, Risolda, Elcimar, Williams, Halisson, Daniel, Lucia, Everaldo, Arione, Ilmar e Delcimar pelo apoio nesta caminhada, em particular aos Srs. Maruoka e Aldemurpe, Diretores Regional do SENAI-AM. À UTFPR pela disponibilidade de recursos, aos Professores pela dedicação na condução do Mestrado e aos colegas Chayene, David, Wilson, Júlio, Victor e Prof. Foggiatto, pela cooperação e apoio durante o desenvolvimento da pesquisa. Aos colegas do Mestrado, Cristovão, Sansone, Benedito, Carlão, Aurélio, Laurence, Orlando, Rodson, Batista, Belo, Ribamar e Emanuel, pelo apoio durante o curso. Aos colegas do SENAI-SP, Fábio e Kleber, à Escola Mario Amato e à Fundação Rede Amazônica, aos Srs. Roberto e Raine pela a realização dos ensaios, ao Prof. Gilberto da UEA pelo apoio. À Coordenação do MINTER Manaus, Profs. Vicente, Pinheiro, Gutenbergue, Secretária Maira e às Estagiárias, pela condução do programa e apoio dispensado aos Mestrandos. Agradeço do fundo do meu coração a todos aqueles que não foram citados, mas que contribuíram direta ou indiretamente para a conclusão deste trabalho. Este trabalho foi desenvolvido no programa de Mestrado Interinstitucional – MINTER entre a UTFPR e o IFAM, que recebeu financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES – através do projeto ACAM 1379/2006 e da Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA – através do convênio 084/2005. O autor deste trabalho foi bolsista do PROGRAMA RH-INTERINSTITUCIONAL da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado ao Amazonas - FAPEAM – no ano de 2009. Nossos sinceros agradecimentos pelo apoio recebido. vii JORGE FRANCISCO DE ARAÚJO, ESTUDO DE PROPRIEDADES MECÂNICAS DO POLIPROPILENO MOLDADO POR INJEÇÃO EM INSERTOS DE RESINAS, 2010, Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Manaus, 107 p. RESUMO A fabricação de moldes-protótipos para a injeção de plástico através da usinagem de materiais alternativos (resinas poliméricas), com o auxílio de sistema CAD/CAM/CNC, visa à obtenção de protótipo funcional a um custo e tempo reduzidos. Esta alternativa auxilia no Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP), pois permite a realização de testes de engenharia e a análise da forma final do produto, antes de construir a ferramenta definitiva. Observa-se que são poucas as informações sobre as propriedades dos materiais injetados em moldes de resina que garantam o uso das mesmas no desenvolvimento de novos produtos ou na produção de pequenos lotes de protótipos. Neste trabalho, foram realizados testes de injeção de Polipropileno (PP) H301 e ensaios mecânicos de tração, impacto e dureza, em corpos de prova injetados em moldes de resinas RenCast 6470 e RenShape 5166. As propriedades destes foram comparadas com as de corpos de prova injetados em moldes de aço. A idéia é analisar se houve alguma alteração significativa nas propriedades do moldado quando injetados em moldes de resina. Adicionalmente, pretende-se auxiliar na composição de um banco de dados que vem sendo desenvolvido pelo Núcleo de Prototipagem e Ferramental (NUFER) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), facilitando o uso destes materiais na fabricação de insertos para moldes. Os resultados obtidos mostraram variações permitidas dentro das especificações fornecidas em literatura e em outras pesquisas realizadas. Desta forma, os materiais em estudo podem ser usados como uma opção viável para a confecção de moldes-protótipos, reduzindo tempo e custo de fabricação. Palavras-chave: Ferramental Rápido; Moldes-Protótipos; Protótipo; Injeção de Plástico. viii JORGE FRANCISCO DE ARAÚJO, ESTUDO DE PROPRIEDADES MECÂNICAS DO POLIPROPILENO MOLDADO POR INJEÇÃO EM INSERTOS DE RESINAS, 2010, Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Manaus, 107 p. ABSTRACT The manufacturing of prototype mold for plastic injection through milling of alternative materials, with the aid of CAD/CAM/CNC systems, aims to obtain functional prototype with a reduced cost and time. This alternative aids the product development process, because permits the realization of engineering tests and the analysis of the final form of the product, before to build the permanent tool. Few information is available about the materials properties injected in the resinmold that assure the use of them in the new product development or in the small lot production. In this project were made tests of injection with polypropylene (PP) H301 and after mechanical tests such as: traction, impact, and hardness using body-tests injected in resin molds RenCast 6470 and RenShape 5166. The properties of these materials were compared with the PP property injected in steel molds. The idea is to examine if there was any significant change in the properties of the material when injected in resin casts. Additionally, it intends to help the composition of a data base that has been developed by the Prototyping and Tooling Group (NUFER) of the Federal University of Technology - Paraná (UTFPR), facilitating the use of these materials for the insert mold manufacturing. The results showed variations permitted inside the specifications supplied by literature and another research. In this way, the studied materials can be used as an option for manufaturing of injection molds, reducing time and cost. Keywords: Rapid Tooling; Prototype Molds; Prototype; Plastic Injection. ix SUMÁRIO RESUMO................................................................................................................... vii ABSTRACT .............................................................................................................. viii LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. xi LISTA DE TABELAS ................................................................................................ xiii LISTA DE EQUAÇÕES ............................................................................................. xv LISTA DE SIGLAS.................................................................................................... xvi 1� INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1� 1.1� Oportunidade de pesquisa .......................................................................................................3� 1.2� Justificativa ...............................................................................................................................4� 1.3� Objetivos da pesquisa ..............................................................................................................5� 1.3.1� Objetivo geral .......................................................................................................................5� 1.3.2� Objetivos específicos ............................................................................................................5� 1.4� Estrutura de desenvolvimento do trabalho ...............................................................................6� 2� FABRICAÇÃO DE MOLDE-PROTÓTIPO E CARACTERÍSTICAS DO MOLDADO .................................................................................................................. 7� 2.1� Prototipagem rápida .................................................................................................................7� 2.2� Ferramental rápido ...................................................................................................................8� 2.3� Molde de injeção de plástico ................................................................................................. 10� 2.3.1� Sistema de alimentação da cavidade ................................................................................ 11� 2.3.2� Sistema de extração .......................................................................................................... 13� 2.3.3� Refrigeração do molde ...................................................................................................... 13� 2.4� Porta-molde ........................................................................................................................... 14� 2.5� Máquina injetora .................................................................................................................... 16� 2.6� Processo de injeção .............................................................................................................. 17� 2.7� Polímeros .............................................................................................................................. 20� 2.7.1� Classificação ..................................................................................................................... 21� 2.7.2� Características ................................................................................................................... 22� 2.7.3� Polipropileno ...................................................................................................................... 24� 2.8� Resinas poliméricas comerciais para fabricação de insertos ............................................... 26� 2.9� Características e efeitos do processo de injeção nas propriedades dos moldados ............. 31� 2.10� Ensaios mecânicos dos materiais ......................................................................................... 37� 2.10.1� Ensaio de resistência a tração .......................................................................................... 38� 2.10.2� Ensaio de resistência ao impacto ...................................................................................... 41� 2.10.3� Ensaio de dureza ............................................................................................................... 43� 2.11� Discussão da literatura .......................................................................................................... 45� 3� Materiais e métodos ........................................................................................... 46� 3.1� Corpos de prova .................................................................................................................... 47� 3.2� Geometria dos insertos ......................................................................................................... 47� 3.3� Seleção das resinas para confecção dos insertos ................................................................ 49� 3.4� Processo de usinagem dos insertos ..................................................................................... 50� x 3.5� Polímero para injeção ........................................................................................................... 54� 3.6� Injeção dos corpos de prova ................................................................................................. 54� 3.7� Ensaios mecânicos nos corpos de prova .............................................................................. 57� 3.7.1� Ensaio de resistência a tração .......................................................................................... 57� 3.7.2� Ensaio de resistência ao impacto ...................................................................................... 58� 3.7.3� Ensaio de dureza ............................................................................................................... 60� 4� RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 61� 4.1� Teste de usinagem ................................................................................................................ 61� 4.2� Usinagem dos insertos .......................................................................................................... 62� 4.3� Montagem dos insertos no porta-molde ................................................................................ 62� 4.4� Injeção dos corpos de prova ................................................................................................. 63� 4.5� Ensaios de resistência à tração ............................................................................................ 63� 4.6� Ensaio de resistência ao impacto.......................................................................................... 68� 4.7� Ensaio de dureza................................................................................................................... 70� 5� CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .................... 73� 5.1� Considerações finais ............................................................................................................. 73� 5.2� Conclusões ............................................................................................................................ 74� 5.3� Sugestões para trabalhos futuros ......................................................................................... 76� REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 77� APÊNDICE A – MATÉRIA-PRIMA PARA FABRICAÇÃO DOS INSERTOS ............. 83� APÊNDICE B- FOLHA DE OPERAÇÃO DE USINAGEM DOS INSERTOS ............. 84� APÊNDICE B - FOLHA DE OPERAÇÃO DE USINAGEM DOS INSERTOS ............ 85� ANEXO A – MÉTODO DA INJEÇÃO PROGRESSIVA ............................................. 86� ANEXO B – BOLETIM TÉCNICO BRASKEM 2009 .................................................. 88� xi LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 - Etapas do processo de manufatura por camada (VOLPATO et al., 2005). ............................................................................................................................. 8� Figura 2.2 - Molde de injeção destacando os insertos ................................................ 9� Figura 2.3 - Apresentação esquemática do plástico penetrando............................... 10� Figura 2.4 - Bucha de injeção (HARADA, 2004). ...................................................... 11� Figura 2.5 - Sistema de alimentação (HARADA, 2004). ............................................ 12� Figura 2.6 - Extração por placa impulsora (HARADA, 2004)..................................... 13� Figura 2.7 - Refrigeração do molde (HARADA, 2004). .............................................. 14� Figura 2.8 - Molde de injeção de plástico (HARADA, 2004). ..................................... 14� Figura 2.9 - Modelo 3D do porta-molde padrão (VOLPATO et al., 2006). ................. 16� Figura 2.10 - Injetora com as unidades de injeção e fechamento (SENAI – SP, 2006). ........................................................................................................................... 16� Figura 2.11 - Representação esquemática do ciclo de injeção ................................. 17� Figura 2.12 - Reação química no preparo do PP (HARPER, 2000). ......................... 25� Figura 2.13 - Teste de usinagem em Resina RenShape 5166 (DERENIEVICKI, 2007). ................................................................................................................. 28� Figura 2.14 - Gradiente de pressão conforme simulação .......................................... 32� Figura 2.15 - Estrutura esferulítica de peças de PP moldadas em ........................... 36� Figura 2.16 - Corpo de prova de tração (NBR 9622, 1986). ...................................... 38� Figura 2.17 - Diagrama tensão/deformação de corpos de prova em PP ................... 40� Figura 2.18 - Dimensões do corpo de prova – tipo IZOD (NBR 8425, 1984). ........... 42� Figura 2.19 - Localização dos pontos submetidos ao ensaio de dureza ................... 44� Figura 3.1 - Fluxo dos materiais e métodos utilizados no trabalho............................ 46� Figura 3.2 - Inserto da parte superior do molde. ...................................................... 47� Figura 3.3 - Inserto da parte inferior do molde (cavidade). ........................................ 48� Figura 3.4 - Teste de usinagem em resina RenCast 6470. ....................................... 50� Figura 3.5 - Simulação de usinagem dos insertos. .................................................... 51� Figura 3.6 - Centro de usinagem Cincinnati .............................................................. 52� Figura 3.7 - Usinagem dos insertos (DAMEC, 2009). ............................................... 52� Figura 3.8 - Injetora de plástico HAITIAN HTF58X (NUFER/DAMEC, 2009). ........... 55� Figura 3.9 - Corpo de prova injetado em PP. ............................................................ 56� Figura 3.10 - Ensaio de tração em corpo de ............................................................. 58� Figura 3.11 - Desenho de corpo de prova usado no ensaio de impacto. .................. 59� xii Figura 3.12 - Local grifado de vermelho onde ........................................................... 59� Figura 3.13 - Ensaio de impacto em corpo de ........................................................... 59� Figura 3.14 - Ensaio de dureza em corpo ................................................................. 60� Figura 3.15 - Posição dos pontos de medição de dureza Shore D. .......................... 60� Figura 4.1 - Inserto usinado (DAMEC, 2009). ........................................................... 62� Figura 4.2 - Montagens dos insertos e do molde. ..................................................... 63� Figura 4.3 - Exemplos de corpos de prova injetado em PP. ..................................... 63� Figura 4.4 - Corpos de prova de PP injetados em ..................................................... 64� Figura 4.5 - Gráfico de tensão x deformação de ensaios .......................................... 64� Figura 4.6 - Corpos de prova de PP injetados em moldes de ................................... 65� Figura 4.7 - Gráfico de tensão x deformação de ensaios em .................................... 65� Figura 4.8 - Corpos de prova de PP injetados em moldes ........................................ 66� Figura 4.9 - Gráfico de tensão x deformação de ensaios em corpos ........................ 66� Figura 4.10 - Gráfico de tensão na força máxima em peças injetada em ................. 67� Figura 4.11 - Gráfico de módulo de elasticidade em peças injetada em ................... 67� Figura 4.12 - Gráfico comparativo de peças injetadas em moldes ............................ 70� Figura 4.13 - Ensaios de dureza de corpos de prova de PP, injetados em ............... 71� xiii LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 - Características físicas e de transformação dos termoplásticos mais conhecidos (HARADA, 2004) ............................................................................. 23� Tabela 2.2 - Contração de materiais termoplásticos mais utilizados (HARADA, 2004) ........................................................................................................................... 24� Tabela 2.3 - Propriedades do polipropileno H 301 (BRASKEM, 2009) ..................... 25� Tabela 2.4 - Dados técnicos da resina RenCast 6470 (HUNTSMAN, 2003) ............. 26� Tabela 2.5 - Dados técnicos da resina RenSape 5166 (HUNTSMAN, 2003) ............ 27� Tabela 2.6 - Propriedades de algumas resinas testadas por (VOLPATO et al., 2003) ........................................................................................................................... 28� Tabela 2.7 - Rugosidade média Ra (µm) obtida com velocidade de corte (Vc) em m/min. ................................................................................................................ 29� Tabela 2.8 - Parâmetros de injeção para o PP a 170 ºC - 1ª etapa (FOGGIATTO, 2005) .................................................................................................................. 31� Tabela 2.9 - Parâmetros de injeção para o PP a 205 ºC - 2ª etapa (FOGGIATTO, 2005) .................................................................................................................. 32� Tabela 2.10 - Parâmetros de injeção para o PP (AHRENS et al., 2002) ................... 33� Tabela 2.11 - Propriedades obtidas do ensaio de tração ..........................................39� Tabela 2.12 - Valores médios de módulo de elasticidade e resistência a tração para corpos de prova em PP injetado em inserto de aço e ABS (FOGGIATTO, 2005) ........................................................................................................................... 40� Tabela 2.13 - Média das variações de dureza Shore D, nos pontos do corpo de prova (AHRENS et al., 2002) ............................................................................. 44� Tabela 3.1 - Parâmetros de corte na usinagem ........................................................ 50� Tabela 3.2 - Dados de usinagem do inserto superior ................................................ 53� Tabela 3.3 - Dados de usinagem do inserto inferior (cavidade) ................................ 53� Tabela 3.4 - Injeção de corpos de prova em PP de: tração, impacto e dureza ......... 56� Tabela 4.1 - Rugosidade Ra (µm) ............................................................................. 61� Tabela 4.2 - Resultado dos ensaios de tração em corpos de prova de PP injetados em moldes de aço 1045 ..................................................................................... 64� Tabela 4.3 - Resultados dos ensaio de tração em corpos de prova de PP injetados em moldes de Resina RenCast 6470 ................................................................. 65� Tabela 4.4 - Resultados dos ensaio de tração em corpos de prova de PP injetados em moldes de resina RenShape 5166 ............................................................... 66� Tabela 4.5 - Resultados dos ensaios de impacto em corpos de prova de PP injetado em molde de aço ................................................................................................ 69� xiv Tabela 4.6 - Resultados ensaios de impacto em corpos de prova de PP injetado em molde de resina RenCast 6470 .......................................................................... 69� Tabela 4.7 - Resultados dos ensaios de impacto em corpos de prova de PP injetado em molde de resina RenShape 5166 ................................................................. 69� Tabela 4.8 - Resultados dos ensaios de dureza Shore D ......................................... 71� xv LISTA DE EQUAÇÕES Eq. 2.1. ...................................................................................................................... 18� Eq. 2.2. ...................................................................................................................... 18� Eq. 2.3. ...................................................................................................................... 19� Eq. 2.4. ...................................................................................................................... 29� Eq. 2.5. ...................................................................................................................... 29� Eq. 2.6. ...................................................................................................................... 30� xvi LISTA DE SIGLAS 2D - Bidimensional 3D - Tridimensional ABNT - Associação Brasileira de Normas técnicas ABS - Acrilonitrila Butadieno Estireno AFNOR - Association Française de Normalisation AISI - American Iron and Steel Institute ASTM - American Standards for Testing and Materials Bar - Unidade de Pressão BS - British Standards CA - Acetato de Celulose CAB - Aceto-Butirato de Celulose CAD - Projeto Auxiliado por Computador (Computer Aided Design) CAM - Manufatura Auxiliada por Computador (Computer Aided Manufacturing) CIP - Centro e Injeção Plástica CNC - Comando Numérico Computadorizado (Computer Numeric Control) DIN - Deutschs Institut für Normung DP - Grau de polimerização (Degree of polymerization) DSC - Calorimetria Diferencial de Varredura FAPEAM - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas FDM - Modelagem por Fusão e Deposição ISO - International Organization for Standardization KN - Kilo Newton MF - Melamina-Formaldeído MINTER - Mestrado Interinstitucional xvii NBR - Norma Brasileira Registrada NUFER - Núcleo de Prototipagem e Ferramental PA - Poliamida PBT - Poli(tereftalato de butileno) PC - Policarbonato PDP - Processo de Desenvolvimento de Produto PE - Polietileno PEAD - Polietileno alta densidade PEBD - Polietileno Baixa densidade PF - Fenol-Formaldeído PIM - Pólo Industrial de Manaus PMMA - Polimetilmetacrilato POM - Polioximetileno (acetal) PP - Polipropileno PS - Poliestireno PVC - Cloreto de Polivinila RMN - Ressonância Magnética Nuclear RP - Prototipagem Rápida (Rapid Prototyping) rpm - Rotação por minuto RT - Ferramental Rápido (Rapid Tooling) s - Segundo SAE - Society of Automotive Engineers SAN - Acrilonitrilo-Estireno SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SINPLAST - Sindicato das Indústrias de Material Plástico de Manaus xviii STL - STereoLithography SUFRAMA - Superintendência da Zona Franca de Manaus UEA - Universidade do Estado do Amazonas UF - Uréia-Formaldeído UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina UP - Poliéster UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná Capítulo 1 Introdução 1 1 INTRODUÇÃO O avanço tecnológico do setor industrial vem ocorrendo de uma forma muito rápida com o passar dos tempos. Diante desta evolução as empresas estão sempre buscando novas idéias para atender as necessidades exigidas pela demanda, oferecendo produtos com maior qualidade. Para acompanhar essa evolução, é necessário o estudo de metodologias que apresentem novas alternativas no desenvolvimento de produtos, na busca pela redução de custos, melhoria da qualidade, redução do prazo de produção e outros fatores que são fundamentais para a sobrevivência das empresas (SILVA, 2001). O uso de protótipos físicos no Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP), é uma opção que possibilita atingir reduções neste processo e aumenta a qualidade do projeto, pois os mesmos mostram uma visão geral do que se pretende produzir (YAN e GU, 1996). Segundo CARVALHO e VOLPATO (2007), o protótipo de um produto ou componente é parte essencial no PDP, pois possibilita que a análise de sua forma e funcionalidade seja feita em uma fase anterior à produção de ferramental definitivo. Historicamente, as representações físicas dos produtos (ou simplesmente protótipos) vêm sendo utilizadas desde a antiguidade, evoluindo de manuais, que ainda são bastante utilizados, para protótipos virtuais nos anos 80, com a disseminação do sistema CAD (Projeto Auxiliado por Computador – Computer Aided Design), e mais recentemente, com os protótipos físicos obtidos por Prototipagem Rápida (RP). Outra possibilidade é o uso de Ferramental Rápido (RT) (AMORIM, 2006 e DERENIEVICKI, 2007). A RP é um processo de fabricação por adição de material em camadas planas sucessivas, baseado no princípio de manufatura por camadas planas (DOLENC e MÄKELÄ, 1996). Conforme CARVALHO e VOLPATO (2007), um grande diferencial da RP em relação aos demais processos de adição é a facilidade de sua automatização, dispensando moldes e ferramentas e diminuindo a intervenção do operador durante o processo. Capítulo 1 Introdução 2 As tecnologias de RT utilizam o princípio da RP para a fabricação de ferramental, sendo uma extensão natural desta. No caso da injeção de plástico são confeccionados as partes moldantes do molde, conhecidas como insertos. Estes moldes são normalmente denominados de moldes-protótipos, são empregados para obtenção de protótipos funcionais, onde os produtos moldados podem ser empregados em análises visuais ou em testes de funcionamento, possibilitando não só a visualização da forma física, mas também de uma análise do desempenho do produto (GIBSON et al., 2007). Esse molde quando feitoem aço tem um custo muito alto e o tempo de produção muito longo, o que muitas vezes inviabiliza o investimento para a produção do mesmo. Os protótipos injetados também podem ser usados em testes de engenharia, obtendo uma leitura real das propriedades adquiridas após o processo de manufatura do mesmo (VOLPATO et al., 2006). Uma opção para se obter moldes-protótipos é por meio do processo de usinagem com auxílio dos sistemas CAD/CAM/CNC (Computer Aided Manufacturing/Computer Numeric Control), na produção de insertos (macho e cavidade) para moldes com material de baixo custo (KING e TANSEY, 2002). O uso de resinas poliméricas a base de epóxi ou poliuretano na fabricação de insertos para moldes é uma opção importante, uma vez que o custo das mesmas e as suas características de fabricação são relevantes no custo total dos protótipos e no tempo de obtenção dos mesmos (VOLPATO et al., 2006). Neste sentido, pode-se afirmar que um dos pontos importantes é a identificação de materiais alternativos (resinas poliméricas) para a fabricação de insertos, para serem usados em moldes-protótipos. Alguns trabalhos nesta área já foram realizados, mas observa-se que não foi dada muita ênfase para as propriedades dos materiais moldados. VOLPATO et al. (2006) apresentaram uma proposta de um banco de dados para auxiliar na seleção de materiais para moldes-protótipos obtidos por usinagem. Segundo os mesmos autores, a geração dos dados para alimentar o banco de dados deve provir de testes práticos dos pares de material (inserto e moldado), o Capítulo 1 Introdução 3 que significa uma quantidade grande de experimentos. Uma proposta seria dividir esta tarefa por vários grupos de pesquisas de instituições interessadas no tema. Este banco de dados está sendo desenvolvido pelo NUFER - Núcleo de Prototipagem e Ferramental, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR. Entretanto, tão importante quanto conhecer as propriedades das resinas que serão usadas na confecção dos moldes-protótipos e para qual polímeros podem ser empregada, é o conhecimento das propriedades dos moldados. Isso por que é por meio destes dados que se pode afirmar se um determinado material serve para a fabricação de molde-protótipo, ou para a produção de protótipos para testes funcionais. 1.1 Oportunidade de pesquisa A utilização de moldes-protótipos no desenvolvimento de produtos injetados, tem o propósito de reduzir custo e o tempo de produção de protótipos físicos para testes de engenharia que irão ajudar na concepção do produto, antes da construção da ferramenta definitiva. Na atualidade, vários materiais são utilizados na fabricação de moldes- protótipos. Os materiais metálicos que, de acordo com suas propriedades, são mais resistentes que os materiais poliméricos, no entanto, são mais difíceis e demorados para se trabalhar. Outra opção é o uso de resinas poliméricas a base de epóxi ou poliuretano, que são oferecidas no mercado para fabricação de insertos (macho e cavidade). Estas, apesar de uma resistência menor, possibilitam uma fabricação rápida dos insertos. Pesquisas realizadas anteriormente deram muita ênfase para as características técnicas dos materiais do inserto e na identificação de pares de materiais compatíveis para o processo de injeção. Neste trabalho, busca-se o conhecimento sobre as propriedades dos produtos moldados em moldes-protótipos de resinas. A idéia é analisar, por meio experimental, se é possível confiar nas peças injetadas e Capítulo 1 Introdução 4 verificar se são encontradas variações significativas que possam influenciar nos testes funcionais. 1.2 Justificativa Os fatores custo e tempo no PDP têm influencia direta no custo final do produto. O emprego de moldes-protótipos feitos de resinas tem como objetivo reduzir estes fatores. No entanto, existe a necessidade de mais informações sobre as propriedades dos produtos moldados quando injetados em moldes de resinas. Para a obtenção de um produto que vai ser produzido pelo processo de injeção, é necessário a disponibilidade de um molde de injeção, com as características de uma ferramenta de produção, que seja compatível com a quantidade de peças a ser produzida durante a sua vida útil. No Pólo Industrial de Manaus (PIM), segundo o Sindicato das Indústrias de Material Plástico de Manaus (SINPLAST), tanto o pólo de duas rodas quanto o de eletro-eletrônico demandam produtos transformados pelo processo de injeção de termoplástico. Entretanto, na concepção de um novo produto as empresas não utilizam moldes-protótipos no PDP. O PIM possui 83 empresas de injeção de plástico, produzindo 80 ton/ano, com 1200 máquinas injetoras em operação cada qual com capacidade de fechamento variando entre 50 a 2500 toneladas. Os polímeros mais processados são: Polipropileno (PP), Acrilonitrila Butadieno Estireno (ABS), Poliestireno (PS) e Cloreto de Polivinila (PVC) (SINPLAST, 2009). De uma forma mais geral, os dados obtidos com este estudo poderão ser inclusos no banco de dados que vem sedo desenvolvido pelo NUFER. Pretende-se assim agregar mais informações para o conhecimento científico na área, servindo de base para o desenvolvimento de novas pesquisas, assim como podendo-se ser utilizados pelas empresas no seu PDP. Capítulo 1 Introdução 5 1.3 Objetivos da pesquisa 1.3.1 Objetivo geral Estudar as propriedades mecânicas em peças de PP H301 por meio de ensaios de tração, impacto e dureza, produzidas pelo processo de injeção em moldes de resinas poliméricas (RenCast 6470 e RenShape 5166) e em moldes de aço ABNT 1045, fabricados com auxílio de sistemas CAD/CAM/CNC. 1.3.2 Objetivos específicos � Fazer testes de injeção usando combinações de materiais poliméricos (insertos e peça a ser injetada) que ainda não foram estudados; � Definir os parâmetros de injeção do PP em relação aos insertos de resinas tais como: temperatura de injeção, força de fechamento, tempo do ciclo de injeção, tempo de resfriamento, velocidade e tempo de recalque, velocidade, pressão e tempo de injeção; � Realizar ensaios mecânicos nos corpos de provas injetados em polipropileno, tantos nos moldes de resinas como de aço; � Comparar as propriedades obtidas com as peças injetadas em moldes de aço e de resinas; � Ampliar as informações sobre as características técnicas do material injetado em moldes-protótipos, fabricado pelos sistemas CAD/CAM/CNC, agregando mais informações ao banco de dados do NUFER. Capítulo 1 Introdução 6 1.4 Estrutura de desenvolvimento do trabalho O trabalho foi estruturado em cinco capítulos. No primeiro capítulo é feita a contextualização do assunto apresentando, a oportunidade da pesquisa, a justificativa e os objetivos propostos. No segundo capítulo consta uma revisão bibliográfica sobre as metodologias de fabricação de ferramental rápido, materiais, moldes e injeção de plástico, que fundamentou o desenvolvimento do trabalho. O terceiro capítulo apresenta os materiais e métodos utilizados na realização do trabalho para atingir os objetivos. No quarto capítulo é apresentado a descrição das atividades desenvolvidas, os resultados obtidos, as discussões e opiniões sobre os resultados. No quinto capítulo são apresentados as considerações finais, conclusões, as contribuições provenientes dos resultados obtidos e as sugestões para trabalhos futuros. Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 7 2 FABRICAÇÃO DE MOLDE-PROTÓTIPO E CARACTERÍSTICAS DO MOLDADO Neste capítulo são apresentadas, por meio de uma revisão bibliográfica, as tecnologias empregadas na obtenção de moldes-protótipos para a produção de protótipos pelo processo de injeção de plástico e os materiais usados na confecção dos mesmos. Por fim, abordam-se aspectos relacionados à variação daspropriedades mecânicas dos moldados obtidos neste tipo de molde. 2.1 Prototipagem rápida Os principais processos de fabricação mecânicos possuem princípios normalmente derivados de: fusão e posterior moldagem do material (fundição), remoção de material até ficar na forma desejada (usinagem), conformação, gerando a geometria final da peça (deformação plástica) e adição de material (junção). No final da década de 80, um novo processo de fabricação foi desenvolvido baseado na adição de material, denominado Prototipagem Rápida (RP), com a característica de este ser por adição de camadas planas (CARVALHO e VOLPATO, 2007). Um grande diferencial deste, em relação aos demais processos de fabricação é a facilidade de sua automatização, dispensando molde e ferramentas, minimizando a intervenção do operador durante o processo. Isto se tornou possível, pelo fato de que as informações geométricas da peça a ser fabricada são geradas diretamente do sistema CAD 3D (Tridimensional), passando para uma geometria 2D (Bidimensional) de forma automatizada (CARVALHO e VOLPATO, 2007). A RP inicia com modelo em 3D no sistema CAD, que é salvo em formato padrão, sendo fatiado eletronicamente, obtendo as curvas de níveis 2D que definirão em cada camada aonde existe ou não material a ser adicionado (Figura 2.1). Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 8 Figura 2.1 - Etapas do processo de manufatura por camada (VOLPATO et al., 2005). Segundo FERREIRA (2003), a tecnologia de RP pode ser empregada para validar a fase de desenvolvimento de novos produtos ou na produção de pequenas quantidades de peças, tendo-se em vista que os processos de RP ainda são muito lentos e limitados nas técnicas. Apesar da tecnologia de RP ser considerada lenta mesmo assim pode-se tirar proveitos dos processos que possibilitam uma flexibilidade para lidar com pequenos lotes de peças e rápidas mudanças no produto independentemente da complexidade da forma (GIBSON et al., 2007). O emprego das tecnologias de RP para a obtenção de moldes-protótipos deu origem à área denominada de Ferramental Rápido (RT). O RT engloba os processos de fabricação adequados para construir moldes-protótipos, em um tempo reduzido (KING e TANSEY, 2002). 2.2 Ferramental rápido Os processos de RT se concentram na obtenção de insertos de um molde (macho e cavidade), que juntos formam o vazio a ser ocupado pelo material da peça a ser injetada. Em alguns casos, somente os insertos são requeridos para se produzir às peças, pois os esforços envolvidos no processo são baixos (exemplo cavidades preenchidas por gravidades). Em outros, de acordo com AHRENS e VOLPATO (2007), os insertos necessitam ser montados em um porta-molde, preparado para Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 9 receber os mesmos antes de serem submetidos ao processo de fabricação (Figura 2.2). Figura 2.2 - Molde de injeção destacando os insertos (macho e cavidade) (AHRENS e VOLPATO, 2007). Ainda segundo AHRENS e VOLPATO (2007), em função da tecnologia estar em constante desenvolvimento, existem inúmeros processos de RT ainda em fase de desenvolvimento indisponíveis comercialmente, além de outros já consagrados. A quantidade e a qualidade dos protótipos moldados são os principais fatores que definem o processo de RT a ser utilizado, podendo estes serem realizados com materiais alternativos ou similares ao material final. Nesse sentido, observa-se que os processos de RT complementam a RP, sendo utilizados no desenvolvimento de produto quando se deseja obter protótipos para testes funcionais de engenharia (AHRENS e VOLPATO, 2007). Os insertos (macho e cavidades) de um molde-protótipo podem ser fabricados em resinas tanto pelos processos de RP quanto pela usinagem CNC (YANG e RYU, 2001, LANZ et al., 2002 e VOLPATO e DERINIEVICKI, 2005). Tanto a RP quanto a usinagem CNC são empregadas na fabricação apenas do macho e da fêmea, que são montados em um porta-molde formando assim a ferramenta para a injeção dos protótipos. Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 10 Uma diferença básica entre um molde-protótipo e um molde de produção é que o primeiro serve para injetar uma pequena quantidade de peças e o outro para produção em larga escala. 2.3 Molde de injeção de plástico O molde de injeção é uma ferramenta capaz de produzir moldagens. Sua cavidade ou cavidades contêm as formas e dimensões do produto desejado. O molde é colocado na máquina injetora e recebe, em sua cavidade, o plástico fundido, que é levado para seu interior por pressão exercida sobre o mesmo (Figura 2.3). Figura 2.3 - Apresentação esquemática do plástico penetrando na cavidade (SENAI – SP, 2000). Existem diferentes tipos de moldes, que são projetados de acordo com as peças que se deseja produzir e de variáveis como material, tamanho, nível de qualidade e número de cavidades. Quando a cavidade estiver a parede perpendicular a linha de separação do molde deve existir uma conicidade adequada em torno de 1º, para facilitar a extração do produto. De acordo com HARADA (2004), os moldes podem ser classificados em três tipos: Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 11 � De duas placas: constituído essencialmente de uma cavidade fêmea e outra com um punção macho; � De três placas: apresentando além das duas placas já conhecidas uma terceira placa denominada de placa flutuante ou central; � Com partes móveis: que em sua cavidade ou em parte delas apresentam elementos que se movem em uma segunda direção, geralmente denominadas de gavetas. Podem ser classificados de acordo com sistema de alimentação e com o sistema de extração, esses dois sistemas são influenciados: pela forma do produto, material a ser injetados e pela máquina injetora. A refrigeração do molde também tem um papel muito importante no processo de injeção de peças plásticas. 2.3.1 Sistema de alimentação da cavidade Todo o percurso do material plástico fundido, desde a máquina injetora até a cavidade do molde, é composto pelo canal de injeção da bucha, canal de distribuição, entrada ou ponto de injeção, produto e poço frio. � Bucha de injeção é um componente do molde onde por meio do qual o fluxo de material plástico procedente da máquina injetora caminha até a cavidade do molde, quando o produto tem uma entrada direta Figura 2.4; Figura 2.4 - Bucha de injeção (HARADA, 2004). Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 12 � Canal de distribuição é o responsável pela transferência de material da saída da bucha de injeção até as entradas da cavidade quando o produto tem entrada indireta; � Entrada ou ponto de injeção é um canal que liga o sistema de alimentação a cavidade e possui uma superfície pequena quando comparado ao sistema de alimentação; � Produto é resultante do modelo existente na cavidade; � Poço frio, em moldes de múltiplas cavidades é recomendável prolongar o canal, que vem da direção da bucha de injeção que têm as funções de recebe a primeira porção de plástico mais fria e a retenção do canal da bucha de injeção. A Figura 2.5 apresenta um sistema de alimentação com seus respectivos componentes, desde o canal da bucha de injeção até o poço frio. Figura 2.5 - Sistema de alimentação (HARADA, 2004). A = Canal de injeção da bucha; B = Canal de distribuição primário; C = Canal de distribuição secundário; D = Entrada ou ponto de injeção; E = Produto moldado; F = Poço frio. Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 13 2.3.2 Sistema de extração Sistemas de extração são os meios pelos quais se extrai o produto de um molde, sem deformá-lo ou danificá-lo. Quando um produto moldado se esfria,na cavidade do molde, ele se contrai. A contração de um produto moldado que não tenha forma interna, como por exemplo, um bloco sólido, faz-se das paredes da cavidade para o centro, permitindo uma técnica simples de extração. O sistema de extração do produto pode ser por placa impulsora, por ar comprimido, por núcleo rotativo. A Figura 2.6 apresenta um sistema de extração por placa impulsora. Figura 2.6 - Extração por placa impulsora (HARADA, 2004). 2.3.3 Refrigeração do molde É um meio para reduzir a temperatura do material plástico fundido dentro do molde, para que o mesmo possa se solidificar rapidamente e permitir que o produto moldado mantenha a forma e resista à extração sem sofrer deformações, normalmente o resfriamento é feito por água ou ar. Em sua maioria, os moldes de injeção são refrigerados com água, através de condutos existentes nos mesmos. Estes condutos podem ser bloqueados ou, através de tubos de cobre, alojados nos moldes envolvidos por uma liga de baixo ponto de fusão. Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 14 O resfriamento dos moldes por meio de furos bloqueados é o método mais comum (Figura 2.7), por ser mais conveniente e econômico. Os furos para circular água nos moldes, sempre que possível, não devem ficar mais próximos que 25,0 mm da moldagem, por ocorrer, em torno do furo, um severo resfriamento local, podendo causar restrições ao fluxo do material de moldagem, resultando em marcas superficiais indesejáveis. Figura 2.7 - Refrigeração do molde (HARADA, 2004). 2.4 Porta-molde Porta-molde é um conjunto de peças que segue um princípio típico de montagem de placas de aço em determinada ordem, para conseguir a estrutura básica do molde de injeção conforme Figura 2.8. Figura 2.8 - Molde de injeção de plástico (HARADA, 2004). Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 15 Para uma maior clareza, segue abaixo a lista com a nomenclatura utilizada por (HARADA, 2004), apresentada na Figura 2.8. 1. Placa de fixação inferior; 2. Coluna ou espaçador; 3. Bucha-guia; 4. Coluna-guia; 5. Pino extrator; 6. Extrator do canal; 7. Placa porta-extratores; 8. Placa impulsora; 9. Pino de retorno; 10. Placa-suporte; 11. Postiços (insertos); 12. Bucha de injeção; 13. Anel de centragem; 14. Placa de fixação superior; 15. Placa de montagem de postiços superior e inferior; a) cavidade e b) canal de distribuição Um porta-molde que vem sendo utilizado para alojar os insertos nos estudos do NUFER é apresentado na Figura 2.9. O projeto do mesmo foi baseado no porta- molde que vêm sendo utilizado nos trabalhos do CIMJECT/UFSC (GOMIDE, 2000, AHRENS et al., 2002). Foram projetados alojamentos diferentes para comportar os insertos nas placas porta-macho e porta-cavidade. Neste exemplo de porta-molde, a fixação dos insertos (macho e cavidade) ocorre através de grampos posicionados nas faces de fechamento de cada um dos lados do porta-molde. Estes grampos possibilitam a retirada dos insertos sem a necessidade de remoção do porta-molde da injetora. Caso haja a necessidade da troca do inserto com geometria diferente, é necessário a retirada de todo o conjunto da máquina para que se faça também a troca e o ajuste dos extratores (VOLPATO et al., 2006). Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 16 Figura 2.9 - Modelo 3D do porta-molde padrão (VOLPATO et al., 2006). 2.5 Máquina injetora Uma das formas de processar (conformar) os polímeros é através do processo conhecido como injeção de plástico, que utiliza uma máquina injetora. As máquinas injetoras geralmente dispõem de uma câmara cilíndrica aquecida, dotada de parafuso sem fim, que funciona como plastificador e homogeneizador do polímero antes que seja injetado sob pressão para dentro da cavidade do molde (MANO e MENDES, 1999). A Figura 2.10 demonstra esquematicamente o processo de injeção. Figura 2.10 - Injetora com as unidades de injeção e fechamento (SENAI – SP, 2006). Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 17 2.6 Processo de injeção Moldagem por injeção é um processo versátil que pode produzir peças tão pequenas como uma fração de um grama e tão grande quanto 150 kg. Ele permite produção em massa e de alta precisão. A moldagem por injeção é responsável por um terço do total consumido em transformação de resinas termoplásticas (HARPER, 2000). O esquema da Figura 2.11 apresenta as fases relativas de cada etapa do ciclo de injeção. Figura 2.11 - Representação esquemática do ciclo de injeção (HARADA, 2004). A seguir são apresentados alguns parâmetros de injeção: � Pressão de recalque: ao ser resfriado, o material injetado contrai na cavidade e, portanto, deve ser introduzido mais material de maneira a manter o volume da peça constante. Para isso serve a fase de recalque. A pressão sobre a peça atinge, com o tempo, também um nível constante, uma vez que a peça é solidifica cada vez mais (MICHAELI et al., 1995); Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 18 � Tempo de recalque: é o tempo em que atua a pressão de recalque, que mantém o volume de material injetado na cavidade (MICHAELI et al., 1995); � Tempo de resfriamento: o tempo de resfriamento se refere ao tempo após o recalque e termina com a extração. O tempo é ajustado de maneira que a peça tenha apenas uma temperatura determinada, e, com isso seja geometricamente estável (MICHAELI et al., 1995); � Curso de dosagem: é a ação realizada pela injetora para transportar o material do funil em direção ao bico de injeção por meio de um parafuso, que gira em um cilindro. O material é compactado e fundido, o avanço do material cessa quando o parafuso atinge uma determinada posição (MICHAELI et al., 1995); � Força de fechamento: é a força desenvolvida por um mecanismo da injetora, necessária para manter o molde fechado durante o tempo necessário do ciclo de injeção de plástico (ROSATO et al., 2000). Essa força de fechamento deve ser maior de 10% a 15% que a pressão de injeção. É calculada pela Equação 2.1. F = A . Pcav Eq. 2.1. Onde: F = força de fechamento em (toneladas); A = área projetada em (cm2); P = pressão interna na cavidade em (bar). � Pressão de injeção: é a pressão necessária para promover o preenchimento do molde com material plástico fundido. A intensidade da pressão de injeção depende do tipo de material, temperatura do molde, canais de injeção e pontos de entrada (ROSATO et al., 2000); Pinj = [bar] ou [MPa] Eq. 2.2. Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 19 � Velocidade de injeção: pode ser traduzida como o tempo de preenchimento do material fundido. Portanto, quanto maior a velocidade de injeção, mais rápido é o preenchimento da cavidade (ROSATO et al., 2000); Vinj = [cm3 / s] Eq. 2.3. � Temperatura de injeção: é a temperatura indicada para o processamento, cada material (polímero) tem a sua temperatura de processamento. As injetoras têm diversas zonas de aquecimento do cilindro que deve ser programada de acordo coma matéria-prima que será usada (HARADA, 2004); � Tempo de injeção: é o intervalo de tempo entre o instante em que a rosca avança o momento em que a pressão de injeção para de atuar. Geralmente, a velocidade inicial é de 3,0 cm/s, caindo para 0,1 cm/s quando as cavidades estiverem cheias, sendo que, posteriormente, a rosca ou o pistão age no sentido de empacotar o material nas cavidades (HARADA, 2004); � Temperatura do molde: moldes com temperaturas altas reduzem tensões internas, originam superfícies mais brilhantes e minimizam linhas de junção ou solda e marcas de fluxo do material. A temperatura mínima recomendada para o molde está em torno de 20 ºC. A temperaturamáxima para termoplásticos amorfos é de cerca de 70 ºC (HARADA, 2004). Segundo (VOLPATO et al., 2006), o processo de injeção de plásticos em um molde-protótipo requer ajustes iniciais mais cuidadosos do que os realizados para um molde metálico de produção, sob pena de danificar os insertos logo no início do processo. Em muitos casos, o profissional que opera o equipamento recorre à sua experiência prática para este ajuste. Para obtenção dos dados resultantes da injeção em molde-protótipo, uma metodologia deve ser seguida para que possa repetir o procedimento para todos os testes. O uso do Método da Injeção Progressiva (short shot), que procura orientar seqüencialmente os ajustes da máquina, oferece a possibilidade de uma repetição criteriosa do trabalho (BARRY et al., 1995). Os ajustes são realizados na seguinte Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 20 seqüência: curso de dosagem, checagem da velocidade de injeção, ajuste da pressão de injeção, ajuste do tempo de injeção e ajuste do tempo de recalque. Este método foi elaborado para metal e, após a sua aplicação para insertos de resinas poliméricas, foi verificada a necessidade de apenas alguns pequenos ajustes (BARRY et al., 1995). A cada ciclo de injeção em um molde-protótipo os insertos podem ser resfriados com ar comprimido até uma temperatura padrão que determina o início de um novo ciclo. A temperatura do molde durante o processo de injeção é ligeiramente menor do que as temperaturas utilizadas em moldes metálicos. No estudo de inserto de resina epóxi em molde de injeção, a temperatura do molde utilizada foi de 42ºC, permitindo uma variação de mais ou menos 2ºC. O controle de temperatura foi realizada por um termômetro infravermelho com leitura direta e medição em vários pontos dos insertos, verificando-se a cada ciclo a temperatura do macho e da cavidade (VOLPATO et al., 2003). De acordo com (VOLPATO et al., 2006), o tempo de resfriamento do material dentro da cavidade de um molde de resina, é maior do que em moldes metálicos, dependendo do material dos insertos e do polímero a ser injetado. Outro fator relevante na injeção é a vida do inserto. O processo deve ser finalizado assim que sejam observados os primeiros sinais de danos nos mesmos, normalmente desgaste por adesão, quebra ou lascamento da geometria dos insertos. 2.7 Polímeros Polímero é qualquer material orgânico ou inorgânico, sintético ou natural, que tenha um alto peso molecular e com variedades estruturais e repetitivas, sendo que normalmente esta unidade que se repete é de baixo peso molecular. A palavra polímero vem do grego poli, cujo significado é “muito”, e de mero que quer dizer “parte” ou “unidade” que (se repete). Os meros, para formarem um polímero, são ligados entre si através de ligações primárias, estáveis MANRICH (2005). Os polímeros são macromoléculas caracterizadas por seu tamanho, estrutura química e interações intra e intermoleculares. Possuem unidades químicas ligado Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 21 por covalência repetida regulamente ao longo da cadeia (os meros). O número de meros da cadeia polimérica é denominado grau de polimerização, DP (degree of polymerization), conforme MANO e MENDES (1999). Um polímero pode ser amorfo ou cristalino. Um polímero cristalino é aquele cujos átomos ou moléculas estão localizados em posições relativamente definidas e ordenados, que se repetem em 3 dimensões e que formam uma figura geométrica. Um polímero amorfo é quando os átomos não têm nenhum ordenamento geométrico (CANEVAROLO, 2004). De acordo com CHAVES et al. (2002) se uma molécula polimérica possui uma estrutura regular pode chegar a ordenar-se e alcançar um certo grau de cristalinidade. Pode-se mencionar que os fatores que afetam a cristalinidade são: a) a linearidade do polímero b) a ausência de ramificações laterais na cadeia poliméricas e c) um alto grau regularidade estrutural. Apesar disto, a presença de regiões cristalinas em um polímero dá origem a mudanças importantes em propriedades tais como: densidade, rigidez e transparência. Para explicar o fenômeno de cristalinidade dos polímeros pode-se lançar mão de uma teoria que trata da existência de pequenos cristais presentes em certos polímeros, cristais estes da ordem de poucos angstrons (Å) de comprimento. Os cristalitos consistem pois em pequenas pilhas de segmentos pertencentes a diferentes moléculas, as quais se empilham dentro de uma alta ordem de regularidade. O processo de empilhamento é altamente específico e pode ser visto a partir de ensaios de difração de Raios X. Maiores detalhes sobre a caracterização dos polímeros serão apresentados nas seções 2.9. 2.7.1 Classificação Segundo HARADA (2004), os materiais polímeros são classificados em dois grandes grupos: termoplásticos e termoestáveis (ou termofixos). Os termoplásticos Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 22 atingem o estágio de amolecimento ao serem aquecidos, podendo ser moldados. Esta troca de estado não altera sua estrutura química, o que permite que uma vez resfriado, ele possa ser novamente aquecido e reaproveitado. Termoplástico é um polímero que, a uma dada temperatura, apresenta alta viscosidade podendo ser conformados e moldados. Antes de atingir o estado fundido passam por uma transição vitria. É um material polimérico sintético, que, quando sujeito à ação de calor, facilmente se deforma podendo ser remodelado e novamente solidificado mantendo a sua nova estrutura (HARPER, 2000). Como exemplo tem-se: polipropileno, polietileno, policloreto de vinil, entre outros. Os termoestáveis possuem as mesmas propriedades de amolecerem ao serem aquecidos, sendo posteriormente moldados. No entanto, ele passa por um processo de cura (transformação química irreversível) tornando-se rígido. Após a cura ele é infusível e insolúvel. Tem-se como exemplo: baquelite, resina epóxi, entre outros (CANEVAROLO, 2002). De acordo com CANEVAROLO (2002), a cura é a mudança das propriedades físicas de uma resina por reação química, pela ação de um catalisador e/ou calor e um agente de cura. A cura gera a formação de ligações cruzadas entre as cadeias poliméricas, formando uma rede tridimensional. 2.7.2 Características De acordo com HARADA (2004), a maioria dos materiais poliméricos (ou plásticos) é de natureza orgânica, tendo como principal componente o Carbono adicionado aos elementos Hidrogênio, Oxigênio, Nitrogênio e Cloro. No caso da moldagem por injeção, a forma é dada pela geometria da cavidade do molde. As Tabelas 2.1 e 2.2 apresentam algumas características de transformação dos plásticos mais conhecidos. Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 23 Tabela 2.1 - Características físicas e de transformação dos termoplásticos mais conhecidos (HARADA, 2004) Te rm op lá st ic os Nome genérico Abreviatura Massa esp. g/cm³ Temp. de transformação ( °C) Temp. máx. de resist. no serviço (°C) Acetato de Celulose CA 1,34 184 – 230 60 Aceto-Butirato de Celulose CAB 1,22 160 – 200 70 Poliamida (Nylon) PA 1,15 180 – 290 100 Cloreto de Polivinila Rígido PVC 1,45 175 – 200 65 Cloreto de Polivinila Flexível PVC 1,45 175 – 200 65 Polimetilmetacrilato PMMA 1,18 180 – 230 80 Poliestireno PS 1,04 180 – 210 80 Acrilonitrilo- Butadieno Estireno ABS 1,05 180 – 250 80 Acrilonitrilo- Estireno SAN 1,08 220 – 240 85 Polietileno Baixa densidade PEBD 0,92 150 – 175 90 Polietileno alta densidade PEAD 0,96 185 – 220 105 Polipropileno PP 0,91 200 – 220 140 Policarbonato PC 1,20 240 – 290 130 Polioximetileno (acetal) POM 1,40 175 – 190 95 Te rm oe st áv ei s Fenol-Formaldeído (baquelita) PF 1,37 149 – 177 160 Uréia-Formaldeído (uréia) UF 1,45– 1,55 135 – 188 135 Melamina- Formaldeído (melamina) MF 1,40 – 1,55 135 – 188 100 Poliéster UP 1,6 – 2,1 120 – 180 120 (com fibra de vidro) A contração é uma característica dos polímeros, que ao serem esfriados, se contraem resultando em produto final menor que a cavidade do molde. Onde essa contração acontece de forma volumétrica. Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 24 Na confecção da cavidade de um molde, deve-se levar em conta um coeficiente para compensar a contração, especificadas na Tabela 2.2. Onde as dimensões da cavidade deve ser maior que as dimensões do produto. Tabela 2.2 - Contração de materiais termoplásticos mais utilizados (HARADA, 2004) Materiais Abreviaturas % de contração Acetato de Celulose CA 0,3 – 0,7 Acetato-Butirato de Celulose CAB 0,2 – 0,5 Poliamida (Nylon) PA 1,0 – 2,5 Cloreto de Polivinila (rígido) PVC 0,1 – 0,2 Cloreto de Polivinila (flexível) PVC 0,2 – 2,0 Polimetilmetacrilato PMMA 0,2 – 0,8 Poliestireno PS 0,2 – 0,6 Acrilonitrilo-Butadieno-Estireno ABS 0,3 – 0,8 Acrilonitrilo-Estireno SAN 0,2 – 0,5 Polietileno baixa densidade PEBD 1,5 – 3,0 Polietileno alta densidade PEAD 1,5 – 3,0 Polipropileno PP 1,5 – 2,5 Policarbonato PC 0,5 – 0,7 Polioximetileno (acetal) POM 2,5 2.7.3 Polipropileno O Polipropileno (PP) é um termoplástico, semi-cristalino, pertencentes ao grupo das poleolefinas. Muitos são os fatores que podem alterar suas propriedades, entre elas o grau de cristalinidade, a tenacidade e a massa molar. O PP apresenta resistência excepcional às rupturas por flexão e fadiga, resistência química e ótimas propriedades elétricas. A temperatura de processamento 200°C – 220°C. Isso o torna indicado para tanques de produtos químicos; conexões e válvulas; aparelhos ortopédicos e brinquedos (HARADA, 2004). Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 25 Segundo MANO e MENDES (2004), o PP com sua baixa densidade, baixo custo e a facilidade de moldagem têm proporcionado o crescente uso na indústria automobilística. HARPER (2000) relata que o PP é um polímero versátil usado tanto na extrusão como na moldagem por injeção. Ele é sintetizado pela polimerização de propileno, um monômero derivado de produtos petrolíferos através da reação mostrada na Figura 2.12. Figura 2.12 - Reação química no preparo do PP (HARPER, 2000). O seu baixo custo aliado a sua versatilidade são aspectos importantes que propiciam o emprego deste polímero e o conseqüente interesse por desenvolvimento de pesquisas com este material (MACHADO, 2002). As aplicações indicadas pelo fabricante são: utilidades domésticas; tampas com lacre ou flip-top; Tampas injetadas para uso geral. A Tabela 2.3 apresenta algumas propriedades típicas, segundo boletim técnico BRASKEM (2009). Dados completos fornecidos pelo fabricante apresentados no Anexo B. Tabela 2.3 - Propriedades do polipropileno H 301 (BRASKEM, 2009) Propriedades Unidades Valores Densidade g/cm³ 0,905 Resistência à Tração no Escoamento MPa 32 Dureza Rockwell (Escala R) - 100 Resistência ao Impacto Izod a 23°C J/m 24 Na seção 2.9 são apresetados maiores detalhes do processamento e propriedades do polipropileno. Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 26 2.8 Resinas poliméricas comerciais para fabricação de insertos Existe no mercado um número considerável de resinas, geralmente a base de epóxi ou poliuretano, para ser usado em diversas aplicações tais como: modelagem, gabaritos, estilos de checagem, conformação de chapas e para a injeção de plásticos. Uma resina indicada para injeção é a RenCast 6470 feita por HUNTSMAN. Outras resinas que vem sendo testada em vários trabalhos do NUFER, conforme (YANG e RYU, 2001, LANZ et al., 2002 e VOLPATO e DERINIEVICKI, 2005). A RenCast 6470 é um sistema de poliuretano de fundição, rígido, com alta resistência mecânica, quando utilizado com carga DT 082. Ela é útil para aplicações de fundição de grandes volumes por apresentar baixa exotermia durante a cura (HUNTSMAN, 2003). É indicada para ferramentas de conformação de chapas metálicas, duplicação de gabaritos de fresagem, modelos de fundição, dispositivos de aferição e controle, ferramentas para termoformagem a vácuo, moldes negativos e acessórios, além de moldes de grande volume para a indústria de cerâmica. A Tabela 2.4 apresenta as características da resina RenCast 6470. Tabela 2.4 - Dados técnicos da resina RenCast 6470 (HUNTSMAN, 2003) Características Dados Unidade Cor Conhaque - Densidade 1,84 g/cm3 Resistência à compressão 10,1 Kg/mm2 Resistência à flexão 8,0 Kg/mm2 Resistência à tração 3,3 Kg/mm2 Alongamento 0,6 % Dureza Shore D 86-90 Unidade A resina RenShape 5166 possui composição a base de poliuretano. É uma alternativa moderna para produzir modelos de estilo, padrão maquetes, gabaritos de aferição e controle, ferramentas protótipo para fundição e ferramentas para conformação de metais. A Tabela 2.5 apresenta as especificações referente à referida resina. Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 27 Tabela 2.5 - Dados técnicos da resina RenSape 5166 (HUNTSMAN, 2003) Características Dados Unidade Cor Marfim - Densidade 1,7 g/cm3 Resistência a flexão 55-65 N/mm2 Resistência a compressão 90-100 N/mm2 Dureza Shore D 85-90 Unidade Estabilidade Dimensional 90-100 °C LANZ et al. (2002) realizaram um estudo de usinabilidade em um material comercial (resina epóxi com carga de alumínio) para fabricação de moldes-protótipos usinado com CNC. Neste estudo foram observadas as forças de corte, acabamento superficial e o lascamento da resina na saída da ferramenta para a caracterização da usinabilidade da mesma, onde foi constatado que os parâmetros citados podem ser considerados os mais importantes na usinagem de resina para a fabricação de insertos. Neste trabalho, os autores constataram que em determinadas condições de corte na usinagem de resina, ocorre lascamento na saída da ferramenta devido a profundidade de corte e velocidade de avanço da ferramenta afetando também o acabamento superficial. Segundo os autores, esse problema pode ser minimizado diminuindo a profundidades de corte e a velocidade de avanço da ferramenta. Visando identificar resinas poliméricas para compor um banco de dados para auxiliar na seleção de materiais para moldes-protótipos usinados, VOLPATO et al. (2003) estudaram as propriedades de densidade, dureza, tensão de ruptura e resistência à compressão das resinas. Neste estudo, três resinas do fabricante HUNTSMAN (RenShape 460, RenShape 5166 e RenShape Express 2000) foram testadas para a injeção de polipropileno. Dentre as resinas estudadas, apenas a RenShape Express 2000 era recomendada para fabricação de moldes para injeção. A resina RenSharpe Express 460 não apresentou bons resultados, sendo descartada para uso de injeção de polímeros. Foi evidenciada uma diferença considerável nos valores de densidade, dureza e tensão de ruptura desta em relação às outras Tabela 2.6. As resinas que Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 28 apresentaram melhores resultados foram as que possuem os valores maiores para as propriedades estudadas. Vale ressaltar que neste trabalho não foi realizado análise da resistência do moldado em comparação com o injetado em molde de aço. Tabela 2.6 - Propriedades de algumas resinas testadas por (VOLPATO et al., 2003) Tipo de Resina RenShape 460 RenShape 5166 Express 2000 Densidade (Kg/m3) 770 1660 1800 Dureza (Shore D) 60-64 90 91 Tensão de Ruptura (MPa) 12,4 33,6 62,1 Resistência à Compressão (MPa) 15,2 65,5 251,7 Em outro estudo realizado por VOLPATO e DERENIEVICKI (2005) sobre a usinabilidade de algumas resinas, observa-se uma preocupaçãocom os resultados relacionados à rugosidade e ao lascamento dos insertos durante a usinagem. DERENIEVICKI (2007) estudou um procedimento para testar insertos de resinas poliméricas: NP 1007, LAB 1000 e RenShape 5166 para a fabricação de moldes-protótipos usinados pelo sistema CAD/CAM/CNC, para injeção de polímeros. Nesse trabalho, foram analisadas algumas características das resinas como: usinabilidade, rugosidade e a dureza da superfície juntamente com o desempenho e o desgaste dos insertos em função da injeção dos polímeros PP e ABS. Ressalta-se que neste trabalho também não foi analisada a resistência das peças injetadas (Figura 2.13). Figura 2.13 - Teste de usinagem em Resina RenShape 5166 (DERENIEVICKI, 2007). Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 29 A média da rugosidade da superfície usinada em Ra (�m), do estudo do DERENIEVICKI (2007), está apresentada na Tabelas 2.7. Nota-se que à medida que se aumentam os avanços, também os valores de rugosidade aumentam, em ambas as velocidades de corte. Tabela 2.7 - Rugosidade média Ra (µm) obtida com velocidade de corte (Vc) em m/min. fz Resina RenShape 5166 (mm/faca) Vc = 100 Vc = 157 0,025 0,71 0,67 0,05 0,87 1,20 0,1 1,46 1,38 0,2 1,82 1,78 0,3 2,57 2,11 Profundidade de corte 3mm; fresa de topo reto de Ø10mm fz = Avanço por faca (mm/faca) A velocidade de corte Vc em (m/min.), está representada pela Equação 2.4. Eq. 2.4. Onde: = velocidade de corte (m/min); = constante aproximada de 3,1415; D = diâmetro da fresa em (mm); n = número de rotações/minuto em (rpm). Eq. 2.5. Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 30 O avanço por faca fz (mm/faca) é mostrada na Equação 2.6. Eq. 2.6. Onde: f z = avanço por faca (mm/faca); f f = avanço da mesa (mm/min.); n = número de rotações por minuto (rpm); z = número de dentes da fresa. O autor observou que a rugosidade da superfície usinada apresenta valores crescentes à medida que os valores de avanços vão aumentando. Também foi observado que para os mesmos valores de avanço, quando aplicadas maiores velocidades de corte os valores de rugosidade reduziram. VOLPATO e AMORIM (2004) estudaram as limitações do processo de usinagem pelo sistema CAD/CAM/CNC, de insertos de resina para moldes. Foi constatado que quando a geometria da peças a ser usinada não é muito complexa a usinagem a CNC se torna viável. RAGAERT et al. (2006) estudaram o desempenho de ferramental rápido (molde híbrido) de material polimérico produzido pelo processo de Sinterização Seletiva a Laser (Selective Laser Sintering - SLS), para injeção de polipropileno. Os autores concluíram que o ferramental é viável quando: a geometria do produto é complexa, para a fabricação de pequeno lote protótipos, mas têm limitações: não garantem uma precisão dimensional inferior a 0,1mm. O desgaste de ferramenta acontece mais cedo em relação ao um ferramental convencional, que pode ser melhorado com um tratamento de revestimento nas cavidades. BARETA (2007) no estudo de materiais alternativos de moldes híbridos, definido pelo autor como sendo moldes que fazem uso de técnicas e materiais diferentes não convencionais usados na construção dos insertos (macho e cavidade) Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 31 (alumínio, zamak ou resina epóxi), é demonstrado que a usinagem CNC é viável quando a geometria da peça não é complexa. 2.9 Características e efeitos do processo de injeção nas propriedades dos moldados Nesta seção são apresentados alguns estudos realizados sobre características dos moldados no processo de injeção realizados em moldes-protótipos. FOGGIATTO et al. (2004) pesquisaram a aplicação de moldes de ABS fabricado pela tecnologia de prototipagem rápida denominado de Modelagem por Fusão e Deposição (FDM), na moldagem por injeção de termoplásticos PP e PEBD. Os autores concluíram que a moldagem por injeção de termoplásticos em moldes de ABS mostrou-se viável para a produção de pequenos lotes de peças com geometrias simples em PEBD e PP. Os estudos em corpos de prova de PP injetados em ABS revelaram pequenas diferenças de orientação e de cristalinidade, no entanto, suas propriedades mecânicas não foram afetadas, sendo estas similares às injetadas em moldes convencionais. Em outro trabalho, FOGGIATTO (2005) estudou os procedimentos de injeção em PP moldado em insertos de ABS fabricado pelo processo FDM. O procedimento de ajuste da injetora Arburg Allrounder 320S 50T de moldagem por injeção utilizado foi o método de preenchimento incompleto (short shot method), dividido em duas etapas Tabelas 2.8 e 2.9. Tabela 2.8 - Parâmetros de injeção para o PP a 170 ºC - 1ª etapa (FOGGIATTO, 2005) Parâmetros de injeção Inserto de ABS Inserto de aço Pressão de injeção (Bar) 270 310 Pressão de recalque (Bar) 160 155 Tempo de recalque (s) 7 12 Velocidade de injeção (m/s) 0,12 0,11 Temperatura do cilindro (ºC) 170, 165, 160, 155, 150 180, 175, 165, 160, 155 Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 32 Tabela 2.9 - Parâmetros de injeção para o PP a 205 ºC - 2ª etapa (FOGGIATTO, 2005) Parâmetros de injeção Inserto de ABS Inserto de aço Pressão de injeção (Bar) 220 250 Pressão de recalque (Bar) 120 200 Tempo de recalque (s) 15 30 Velocidade de injeção (m/s) 0,15 0,05 Temperatura do cilindro (ºC) 200, 195, 190, 185, 180 205, 200, 195, 190, 185 Segundo este autor, o uso do método de preenchimento incompleto durante a determinação dos parâmetros de injeção não se mostrou adequado para inserto em ABS, pois são utilizadas pressões muito altas, sobrecarregando o inserto já na fase de otimização dos parâmetros de injeção (tryout). BARETA et al. (2006) em seus estudos sobre moldes híbridos utilizaram um simulador computacional (software Moldflow MPI), para um estudo preliminar sobre o processo de injeção, onde parâmetros como tempo de injeção, tempo de recalque e ciclo, pressão de injeção e recalque foram obtidos através das simulações e aplicados na máquina injetora de acordo com a Figura 2.14. Figura 2.14 - Gradiente de pressão conforme simulação no Moldflow (BARETA et al., 2006). Quatro materiais diferentes foram utilizados na confecção dos insertos machos: aço AISI P20, Alumínio, Zamak e resina epoxídica, no inserto onde é feita a cavidade o material utilizado foi de aço. Capítulo 2 Fabricação de molde-protótipo e características do moldado 33 Nesse trabalho, foi analisada a influência dos materiais (aço-P20, Alumínio, Zamak, resina epoxídica) empregados no “macho” do molde, em conjunto com a variável de temperatura das cavidades (30 ºC, 50 ºC e 70 ºC) durante a injeção. Os resultados mostraram, que em sua maioria, não houve maiores diferenças entre os aspectos dimensionais. Contudo, a resistência mecânica das peças injetadas foi influenciada pelos diferentes tempos de ciclos usados. Esses tempos de ciclo foram configurados devido às diferentes características térmicas dos materiais empregados nos machos (condutividade e coeficiente de expansão térmica). HOPKINSON e DICKENS (2000) estudaram o comportamento de molde de resina fabricado pelo processo de prototipagem rápida e molde de alumínio pelo processo de usinagem para a injeção de polipropileno. Os autores constataram que a pressão de fechamento foi 12,5% menor e a pressão de injeção foi 25% menor no molde de resina em relação ao molde de alumínio. O tempo de resfriamento foi 25% maior no molde de resina que no molde de alumínio, isso se deve, segundo os autores, ao fato da baixa difusividade térmica da resina. O trabalho concluiu que dentro das condições estudadas o molde de resina é viável para a produção de um pequeno lote de peças. AHRENS et al. (2002) estudaram as