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4ºAula Modalidades oral e escrita Caro(a) aluno(a), Estamos iniciando a nossa quarta aula e nela trataremos sobre um tema muito interessante, as modalidades da língua oral e escrita. Podemos dizer que as modalidades não são somente um instrumento para efetivar a nossa comunicação, mas, sim, uma forma de mostrar socialmente aquilo que estamos pensando. Ou seja, a fala e a escrita são sistemas comunicativos que expressam a língua nas mais diferentes práticas sociais. É inserido nesse contexto que iniciamos a nossa aula! Que tal!? Disposto a começar? Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula. Bom trabalho! Boa aula! objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, você será capaz de: • compreender a amplitude da linguagem falada em suas mais variadas situações; • entender e perceber como e quando ocorre a linguagem não verbal em contextos diversos; • identificar e compreender a linguagem escrita e suas engrenagens linguísticas. 26Português Instrumental 1 - Introdução. 2 - Linguagem falada. 3 - Linguagem não verbal. 4 - Linguagem escrita. Seções de estudo 1 – introdução 2 - Linguagem falada Vamos iniciar refletindo sobre a seguinte afirmação: Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se fala. Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá sabi iscrevê. O comentário é do humorista Jô Soares, para a revista Veja. Ele brinca com a diferença entre o português falado e escrito. Na verdade, em todas as línguas, as pessoas falam de um jeito e escrevem de outro. A fala e a escrita são duas modalidades diferentes da língua e é com esse fato que o Jô brincou (UOL, 2014). Esta afirmação que acabamos de ler foram ditas pelo apresentador Jô Soares. Com elas, convidamos você a iniciar os estudos da quarta aula! Vamos em frente! [...] por trás de cada texto está o sistema da linguagem. A esse sistema correspondem no texto tudo o que é repetido e reproduzido e tudo que pode ser repetido e reproduzido, tudo o que pode ser dado fora de tal texto (o dado). Concomitantemente, porém, cada texto (como enunciado) é algo individual, único e singular, e nisso reside todo o seu sentido (a sua intenção em prol da qual ele foi criado). É aquilo que nele tem relação com a verdade, com a bondade, com a beleza, com a história (BAKHTIN, s/d). O trabalho de Bakhtin é considerado influente na área de teoria literária, crítica literária, sociolinguística, análise do discurso e semiótica. Este pensador, “na verdade um filósofo da linguagem e sua linguística é considerada uma ‘trans-linguística’ porque ela ultrapassa a visão de língua como sistema. Isso porque, para Bakhtin, não se pode entender a língua isoladamente, mas qualquer análise linguística deve incluir fatores extralinguísticos como contexto de fala, a relação do falante com o ouvinte, momento histórico etc.” (EDITORA CONTEXTO, 2014). A citação de Bakhtin deixa clara a importância da linguagem na produção de um texto, uma vez que as características individuais de cada autor se fazem presentes na trama textual. Dessa forma, a língua portuguesa é rica e poderíamos nos equivocar nas mais diversas nomenclaturas e classificações. Há vários autores que denominam e dividem a linguagem de muitas formas e todos têm suas razões de fazê-lo. Optamos pelo esquema que segue, por crermos que ele resume de maneira bastante clara as diversas linguagens, as quais são utilizadas para dividir, em seções, esta quarta aula! a) linguagem falada; b) linguagem não-verbal; c) linguagem escrita. Vamos recordar? Vejamos cada uma delas? Vamos ver o que o teórico Almeida (2000, p. 29-43), em seu livro S.O.S. Redação e Expressão nos apresenta: Saber Mais Vocês podem saber mais sobre a linguagem falada acessando o site: RECANTO DA LETRAS. Artigos. Disponível em: http://recantodasletras. uol.com.br/artigos/431248. Acesso em: 3 maio 2014. A linguagem falada, também conhecida como coloquial, é a maneira mais comum de nos expressarmos em nosso dia a dia. Ela é, via de regra, informal, logo sem muita correção gramatical. Assim como afirma Gold (2010, p.13): As situações linguísticas são muito complexas. Em um panorama sucinto das duas principais variações, temos: • As variações de uso regional, que se verificam na entonação, no vocabulário e em algumas estruturações sintáticas, caracterizando uma comunidade linguística em determinado espaço geográfico. Este tipo é denominado dialeto; • As variações decorrentes de ajustes em função da situação contextual e do destinatário. Como consequência, podemos separar várias modalidades e níveis de língua: escrita, falada, do jurídico, dos economistas, dos internautas etc. a estas variações dá-se o nome de registros (GOLD, 2010). Dessa maneira, é relevante atentar-se que essas variações sobre dialetos e registros vão variar e ser usadas conforme a distinção social, origem do indivíduo, escolaridade, dentre outros fatores. Assim, temos uma brevia construção de uma imagem que está ligada sobre a utilização dos termos citados. Observamos um exemplo sobre a variante existente entre a língua falada e língua escrita, segundo Gold (2010, p.14): Língua falada Língua escrita Vulgar Não existe preocupação com a norma gramatical, é usada por indivíduos não letrados, sem nenhuma alfabetização. Vulgar Usada por pessoas sem escolaridade. Coloquial despreocupada Língua usada em conversação corrente, podendo ter gírias, ou expressões familiares e um cuidado gramatical mínimo. Despreocupada usada por pessoas escolarizadas, mas não exige uma importância gramatical/verbal com tanta rigidez, como a escrita de um bilhete. Coloquial culta Existe uma preocupação gramatical, utilizada em palestras, aulas e reuniões. Formal Exige seguir as normas gramaticais corretamente, sendo usada em correspondências empresariais, apresentações e livros. Formal imita em todo o processo a escrita, e por isso soa artificial. Literária Respeita as normas vigentes da escrita, mas pode fugir em algum momento o estilo, e levando a forma inovadora, por exemplo, neologismo. Fonte: gold, Miriam. redação empresarial. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 27 3 - Linguagem não verbal Note que, por mais que desejem falar corretamente, vocês dificilmente sairão por aí dizendo: “Ama-me, pois assim o fazendo, amar-te-ei”. A menos que desejem que a cara-metade agonize em risos ou vá namorar pessoas normais; um sussurrado “Eu te amo”, acompanhado de um olhar interrogativo, resolve tudo. A palavra falada traz consigo emoções e sentimentos de todo tipo. E, para atingir seu intento, o falante utiliza-se de entoação, da cadência e também do volume da voz, conforme assegura Castilho (2004, p.47). Sabemos que a língua falada é um recurso rítmico e melódico, repleto de entonação, pausas, gestos etc. Não é possível pensar em outra forma de comunicação quando se pensa na fala. No desempenho oral, e no texto que dele provém diretamente, existem marcas especificas como comentários metalinguísticos e marcadores discursivos que não são encontrados no texto escrito. É evidente, portanto, constatar a dicotomia entre a língua escrita como linguagem formal e língua falada como linguagem informal (BLOG NOSSA LÍNGUA FALADA, 2014). Já pararam para pensar em quão rica é nossa oralidade? Para finalizar o estudo da Seção 2, sugerimos que releia a citação de Castilho (2004) e reflita sobre a riqueza e a linguagem não verbal. Atenção E então? Entendeuas primeiras considerações relevantes sobre as modalidades oral e escrita? Em caso de resposta afirmativa: Parabéns! Contudo, há muitos outros conhecimentos a serem agregados sobre este tema. Para tanto, sugerimos que consulte as obras, periódicos e sites indicados ao final desta aula. Prosseguindo, na Seção 3, vamos retomar e/ ou construir novos conhecimentos sobre a linguagem não verbal. A fala e a escrita não são os únicos meios de comunicação existentes em nossa cultura. Assim, não se trata somente de uma emissão de mensagem entre pessoas, mas importante ressaltar que os meios de comunicação, como, telefone, rádio, televisão dentre outros transformam a sociedade como um todo na modernidade. A contribuição desses meios técnicos para o exercício da comunicação é, entretanto, uma pálida imagem do que pode ser a comunicação humana, quando dispensa ou supera o apoio da palavra como recurso competente e, sobre tudo exclusivo. (FERRARA, 2000, p.5). Todo código é constituído de signos que criam sua própria sintaxe e maneira de representar; logo para identificar seu signo e sintaxe nos leva a compreender o real. O texto não verbal não exclui o significado, nem poderia fazê-lo sob pena de destruir-se enquanto linguagem. Seu sentido, por força, sobretudo da fragmentação que o caracteriza, não surge a priori, mas decorre da sua própria estrutura significante, do próprio modo de produzir-se no e entre os resíduos sígnicos que o compõem. Este significado não está dado, mas pode produzir-se. (FERRRARA, 2000, p.15). Brasileiros abraçam-se, beijam-se e enchem-se de carinhos e cafunés o tempo todo. Em boa parte do mundo, o nosso famoso “três beijinhos” é considerado um profundo desrespeito. Por representar uma linguagem não verbal e que se estabelecem atitudes e costumes da cultura brasileira. Mesmo os inocentes e sonoros tapas nos braços durante um aperto de mão causam estranheza e, talvez, até um revide, dependendo do país em que estivermos. Nosso povo é caloroso e expressivo e utiliza muito a linguagem mímica. Assim, mesmo sobre essa premissa, percebe que a linguagem não verbal mescla os códigos para que o entendimento seja recíproco entre o emissor e receptor da mensagem. Veja a imagem: Figura 4.1 Exemplo 1 - linguagem não verbal. FOnTE: CuLTura inFanCia. Boletim. Disponível em: http://www. culturainfancia.com.br/boletim/?cat=10. acesso em: 3 maio 2014. Se alguém te pergunta: o time do melhor amigo perdeu o jogo? Um simples sorriso irônico expressa mais que muitas palavras. Tapinhas nas costas são quase sinônimos de “Parabéns! Trabalhou muito bem” e por aí vai. A mímica é, sem dúvida, parte integrante da cultura de um povo, em especial do povo brasileiro, mas não é a única linguagem não verbal. Nessa categoria ainda temos as várias formas de expressão por outros meios, além da fala. Você Sabia Estímulos aos nossos sentidos também fazem parte da linguagem não verbal. Outro exemplo significativo sobre linguagem não verbal pode-se observar no meio empresarial e todo o processo de postura, bem como a linguagem tanto verbal como não verbal. Observe a imagem abaixo: Fonte: http://blog.contratanet.com.br/comunicacao-nao-verbal-como-ela- impacta-no-ambiente-de-trabalho/ . acesso em: 05 ago. 2016. 28Português Instrumental O estudo da comunicação não verbal para a comunicação entre o ser humano, tem grande relevância para o sucesso empresarial de toda empresa. Principalmente no que se refere a postura que se tem mediante aos clientes, ao estabelecer uma articulação de confiança. As empresas, seguindo esse prisma, visam que seu futuro profissional tenha uma relação interpessoal tanto na comunicação verbal como não verbal, pois, se a pessoa não se comunicar de maneira coerente pode passar uma imagem desqualificando-o sobre o que está querendo transmitir. É por isso que a comunicação não verbal é tão importante, pois nosso corpo fala mais do que imaginamos. O cheiro do gás, por exemplo: o produto em si não tem cheiro, mas o fabricante acrescentou uma substância de aroma forte para que a empresa se comunique conosco, dizendo: “Ei, há vazamentos, tome precauções”! No caso, a linguagem não verbal estabeleceu comunicação com o indivíduo relapso utilizando-se do sentido do olfato. A comunicação não verbal pode dar-se igualmente por meio dos outros sentidos, tais como os retratados na imagem a seguir: Figura 4.2 Exemplo 2 - linguagem não-verbal. FOnTE: rEDaÇÃO CaXinaua. Linguagem verbal e linguagem não verbal. Disponível em: http://redacaocaxinaua.blogspot.com.br/2011/01/linguagem- verbal-e-linguagem-nao-verbal_27.html. acesso em: 3 maio 2014. Vejamos outro exemplo: Quando chegamos a um cruzamento onde há um semáforo aceso em vermelho, automaticamente paramos, pois sabemos que a cor vermelha (do semáforo) indica pare! Figura 4.3 Exemplo 3 - linguagem não-verbal. FOnTE: acervo pessoal. Outros contextos também exemplificam o poder da comunicação não verbal, como no caso de peças de teatro, em que compreendemos histórias inteiras contadas, nas quais as únicas formas de comunicação são a dança (estímulo à visão) e os toques frenéticos de tambores (à audição, como na falada). Carinhos e apertos de mão são prontamente compreendidos (tato) e nada se expressa mais. Também o silvo estridente do vigia noturno anuncia: “Ei, bandidos! Vão embora, por favor. Estou passando”. Músicas sempre nos dizem muito, e aplausos são reconhecimento agradável de um trabalho bem realizado. As cores, a dança, a música e as artes em geral são também formas de linguagem não verbal. Vocês, às vezes, torcendo o nariz, utilizam-se da linguagem não verbal para dizer-me: “a professora está me deixando louco!” Meu sorriso e uma mímica dizem: “Calma!!!” Agora, que tal pensarmos mais um pouco, especificamente, sobre a linguagem escrita? Vamos, então, a seção 4! 4 - linguagem escrita O tema desta seção pode ser traduzido como expressão de ideias no papel, através das palavras de nossa língua. Você pode pensar: mas, por que tivemos que gastar tantas páginas tratando de linguagem falada e não verbal, se o que pretendemos é escrever? Vamos entender? Evidentemente, a linguagem escrita só veio a existir muito depois da falada. Ela objetiva reproduzi-la utilizando-se dos signos (lembra-se do que são?) que compõem nossa língua. Além disso, a linguagem escrita, quando utilizada com maestria, é capaz de agregar em seu sentido, várias das características da linguagem não verbal. Preste bastante atenção neste ponto: as palavras expressas no papel, seja numa redação ou num bilhete deixado para um colega, devem ser entendidas de pronto, pois, na maioria das vezes, não estaremos presentes para explicar isso ou aquilo contido na mensagem. Gold (2010, p. 36), afirma que a elaboração de um texto que exponha de maneira clara e coerente aquilo que queremos dizer, pode ser feita por meio de três técnicas básicas: A fixação do objetivo – importante assegurar que seu objetivo esteja claro para que tudo seja compreendido em sua linha de pensamento, como uma boa redação de seu texto. Exposição de uma ideia-núcleo – para a elaboração de qualquer texto, ao apresentar uma boa escrita deve-se levar em conta as principais ideias que devem contar em seu texto. Não é necessária a variação de muitas ideias, e sim, a clareza de uma única, a ser desenvolvida e esclarecida, para que haja compreensão. Escolha vocabular – mesmo obtendo uma apresentação vocabular mais neutra, para informar o destinatário o leva, em segundo plano, a diferenciar e interpretar com mais clareza e objetividade. Quando um autor produz um conto, precisa ter certeza que vai ser entendido, pois não terá chance de redimir-se. Não poderá dizer: “Não, você não me entendeu. Eu quis dizer que...”. Ele deve ser claro e preciso. 29 Atenção É importante salientar que também podemos pretender transmitir sentimentos e emoções, substituindo suspiros apaixonados por palavrascerteiras ou colocando elementos na frase que expressem nossa intenção; que transmitam o que sentimos. Escrever não é apenas transportar palavras dos arquivos de nossa memória para as folhas de celulose. Devemos saber organizá-las de maneira inteligível para que façam sentido e sejam coerentes. Para ilustrar nossa aprendizagem, vejamos a imagem a seguir: Figura 4.4 Ilustrando a linguagem escrita. FOnTE: aS CrÔniCaS DO BLEDOW. Homepage. Disponível em: http:// ascronicasdobledow.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html. acesso em: 3 maio 2014. E importante que também sejamos capazes de transmitir a entoação e a cadência que pretendemos, utilizando-nos dos recursos de que dispomos: as palavras. E claro, devidamente organizadas em parágrafos e separadas por sinais de pontuação corretos. Considerando que as palavras são carregadas de significados, caberá a nós escolhermos aquelas que melhor se adequarem ao texto pretendido, conforme se pode perceber no trecho da poesia de Carlos Drummond de Andrade, intitulada “Procura da poesia”, já estudada na primeira aula, lembram?! Drummond, como os modernistas, proclama a liberdade das palavras, uma libertação do idioma que autoriza modelação poética à margem das convenções usuais. Segue a libertação proposta por Mário de Andrade; com a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo, mostrando que este não depende de um metro fixo (impulso rítmico). Se dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Mário de Andrade (VESTIBULANDO WEB, 2014). Vejamos novamente este trecho do poema deDrummond: [...] Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave? [...] Conforme já vimos, esse belo fragmento convida-nos a uma reflexão quanto ao mundo misterioso das palavras, as quais, dependendo da forma como são utilizadas, revelam muito mais do que conceitos. Conforme se pode perceber no poema, a linguagem do poeta é mágica, pois tem o poder de transformar a fantasia em realidade em um único texto, frase ou palavra. Para tanto, faz necessário trazer a “chave”, a fim de possibilitar a travessia da leitura no espetaculoso mundo das palavras, sobretudo aquelas que pertencem ao texto poético. A partir dessas reflexões, podemos dizer que não é adequado escrever como falamos, uma vez que a linguagem falada ou coloquial é distinta da linguagem escrita, que obedece a certos padrões. Tais padrões, longe de limites, acrescentam recursos para que nos expressemos com estilo e correção. Obedecer às normas gramaticais não significa ser frio ou duro. Saber Mais Para saber mais sobre as normas gramaticais, acesse o site: UOL. Certo ou errado. Disponível em: http://certo-ou-errado.sites.uol.com. br/minigramatica.htm. Acesso em: 3 maio 2014. Lá você encontrará uma minigramática. Como gostam de saber de tudo, vocês vão, evidentemente, abrir seus dicionários e procurar o significado das outras palavras que, por ventura, ainda não saibam sua significação, não é mesmo? Mas pensemos... seria mesmo primordial utilizar palavras rebuscadas e quase sem uso no dia a dia para transmitir emoções com eficácia? Vejamos parte do romance “O homem da Capadócia” (s/d) , no qual o autor também narra um combate: Amanhece. Chacais e abutres acompanham o grande exército, antecipando a chacina que está por vir. No ar, o cheiro inconfundível do prenúncio de morte invade as narinas dos soldados, indo alojar-se diretamente em suas almas. À frente de seus homens, como sempre, o Severo Kartef segue majestoso em seu cavalo branco. As escamas prateadas de sua armadura brilham sob o sol matutino, formando uma imagem inspiradora para os soldados. Sentem orgulho de seu rei. Ao seu lado, em um contraste marcante, Razniak traja suas negras vestes de combatente keltoi e seu semblante duro transmite respeito e subserviência a seus guerreiros. Eles o temem, mas também sentem segurança em seguir seu comandante. Atendendo a um aceno de Razniak, os soldados param e aguardam. A dupla segue por mais algum tempo, indo parar no alto de um morro, de onde podem ver o acampamento inimigo, muitos metros abaixo. [...] Ao ouvir seus homens se aproximando, Kartef respira fundo e apruma-se sobre a montaria. Ninguém deve desconfiar de sua enfermidade. O severo soberano da Capadócia leva sua espada ao alto, a luz refletindo em sua lâmina como se empunhasse um pedaço do sol. Razniak retira da sela sua grande maça de guerra, seu longo e musculoso braço a segurá- la ameaçadoramente. Os olhos negros do guerreiro brilham e a indiferença em sua face 30Português Instrumental demonstra décadas de combates. Talvez mais. Num grito primal, o rei dispara ladeira abaixo em direção aos inimigos. Os soldados igualmente soltam a fúria de suas almas, cada qual com seu grito particular: uns vociferam blasfêmias; outros tantos apenas emitem urros feito animais. O tropel de cavalos e homens torna espessa a poeira que segue em seu encalço. No acampamento inimigo, o combate é tão breve quanto violento. Os bárbaros tentam uma reação, mas não são páreo para o exército da Capadócia. Mesmo assim lutam com bravura até a morte. Testemunhados pelo ardente sol da manhã, guerreiros a cavalo decepam membros e cabeças a cada giro de suas espadas e machados. Impiedosos, Razniak esmaga crânios infelizes que se colocam no caminho de sua maça. Elegante em sua fúria guerreira, Kartef brande sua espada com a habilidade que fez dele o monarca que é. Os soldados da infantaria formam uma mortífera máquina de guerra, protegidos por altos escudos e empunhando lanças afiadas. Como vimos, após essa leitura dos apontamentos feitos por Almeida (2000), depende muito do autor a escolha das palavras, mas o que lemos nos dois textos apresentados serviu para reforçar a afirmação de que a fala é uma habilidade e a escrita é outra habilidade, e mais: não devemos escrever como falamos, certo? Se são habilidades diferentes, pressupomos que fazemos uso determinado de cada uma de acordo com as situações as quais estamos expostos. Por exemplo: geralmente pronunciamos “leiti”, mas ao escrevermos essa palavra, o fazemos assim: “leite”. Quando em um diálogo pronunciamos a pergunta: “Ce tá bem?”, vejam como articulamos as palavras, ao passo que no texto escrito devemos assim fazer: “Você está bem?” Saber Mais Para você saber mais sobre os níveis da linguagem, assista ao vídeo disponível no site: YOU TUBE. Níveis da linguagem. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=9VxNyidbTAU&feature=related. Acesso em: 3 maio 2014. Na comunicação empresarial deve-se cuidar da qualidade de sua produção, aonde possam trazer: textos claros, corretos gramaticalmente, objetivos, concisos, dentre outros. Importante atentar-se que a priorização da norma culta ou o nível formal, devem ser seguidos. O nível das comunicações empresariais deve ser o da norma culta, pois é o único nível que dá total segurança de entendimento com clareza quando, evidentemente, bem redigido ou falado. É o nível das comunicações oficiais, dos textos jurídicos, dos estudos em geral (NADÓLSKIS, 2003, p.78). Poderíamos esmiuçar vários termos técnicos, mas bastam dois para que possamos compreender as linguagens que temos ao nosso dispor: a linguagem coloquial e a linguagem formal ou culta, essa obediente às normas gramaticais. Lembrem-se sempre: uma linguagem (oral e escrita) não é melhor ou pior que a outra: cada uma tem sua aplicação. Entretanto, elas são eficientes, apenas, quando bem utilizadas. Assim, Marcushi (2001, p. 17), observa que: Oralidade e escrita são práticas e usos da língua com características próprias, mas não suficientemente opostas para caracterizar dois sistemas linguísticos em uma dicotomia. Ambas permitem a construçãode textos coesos e coerentes, ambas permitem a elaboração de raciocínios abstratos e exposições formais e informais e variações estilísticas, racionais, dialetais e assim por diante. As limitações e os alcances de cada uma estão dados pelo potencial do meio básico de sua realização: som de um lado e grafia de outro, embora elas não se limitem a som e grafia [...]. Para bem utilizarmos a linguagem escrita, ainda mais quando temos a responsabilidade de estar em um curso superior, devemos ter: a) Conhecimento sobre o assunto; b) Vocabulário; c) Conhecimento das regras gramaticais. 4.1 Conhecimento sobre o Assunto Convido-lhes a fazer uma reflexão acerca da produção de um texto. Vejamos: Somente produziremos textos de qualidade se, de fato, conhecermos a fundo o assunto do qual pretendemos dar conta. De nada adianta escolher um assunto bonito, como a “Teoria das melodias”, se não temos a menor ideia do que se trata, não é mesmo? Nesse sentido, ao escrever, devemos escolher um tema sobre o qual tenhamos considerável conhecimento e, ainda assim, se possível, abastecermo-nos do maior número possível de informações a respeito dele. É melhor escrever de forma simples sobre o que conhecemos do que rebuscadamente sobre algo que não conhecemos, pois isso nem seria possível, não é mesmo? Ou ainda, se não escolhemos o tema, mas nos delimitam o tema, temos que buscar informações e transformá- las em conhecimentos, para, então, podermos dissertar sobre tal assunto. Atenção Estamos entendidos? Ao escreverem é fundamental que informem- se, sempre, sobre o assunto. Busquem informações, materiais e leiam muito! 31 Lembre-se de que o seu curso é a distância, portanto, tanto sobre os exemplos que acabou de estudar na Seção 4, quanto sobre os conteúdos das aulas anteriores, é fundamental que interaja e nos ajude a construir uma efetiva comunidade colaborativa do conhecimento. Contamos com sua participação! Aprendemos a escrever lendo e escrevendo! Já ouviram isso? Pois é a mais pura verdade e vamos repetir por muitas vezes até ficar claro o que essa mensagem quer dizer. Por que devemos ler? Devemos copiar o trabalho dos outros? Não! Claro que não! Aliás essa alternativa é perigosa!! Ler e escrever são habilidades ímpares, mas, ao se unirem, conduzem-nos ao sucesso da escrituração! 4.2 Vocabulário A importância da leitura está na forma de aprendizado da arte da escrita e, principalmente, enriquece nosso vocabulário. Uma das grandes dificuldades do estudante ou profissional, quando se vê no limiar da “batalha” com o papel, é justamente a ausência de palavras certas para se expressar. Por não conseguir traduzir em frases o que pensa, o produtor do texto simplesmente abandona sua atividade e conforma-se dizendo para si: “Não tenho jeito para isso” ou “É difícil demais”, ou, ainda, “não vou dar conta”. Nem sempre uma pessoa tem dificuldade efetiva para escrever... Muitas vezes trata-se, principalmente, de falta de vocabulário, ocasionado por pouca leitura. E ler não quer dizer ler apenas isso ou aquilo. Leiam jornais, revistas, livros, embalagens de creme dental, bulas de remédios, tudo. Tudo o que quiserem, pois não há leitura inútil!. A leitura deve ser agradável e, aos poucos, o leitor vai aprimorando seu gosto e exigindo literatura mais rica. É um processo natural e deve ser iniciado com prazer. Porém, faz-se necessário que a leitura seja hábito, não há como se tornar um bom leitor e produtor de texto se vez ou outra faz a leitura e a escrita! Vejamos alguns hábitos frequentes: Escovar os dentes; Banhar-se; Ler; Escrever. Veja o exemplo a seguir: (Errada) Solicitamos o pagamento das mensalidades nas datas aprazadas no dito carnê, colaborando destarte para a manutenção precípua deste sodalício na orientação e assistência de seus associados. (GOLD, 2010, p.19). (Correta) Solicitamos o pagamento das mensalidades até as datas de vencimento indicadas no carnê. (GOLD, 2010, p.20). Assim, podemos observar se essa linguagem tão erudita deve ser usadas em um grupo empresarial? O uso do vocabulário deve ser levado em consideração para a transmissão da mensagem há quem se pensa em passar o comunicado. E muitas vezes um vocabulário não é primordial para a mensagem mediante um recado a ser repassado, como observamos no exemplo citado acima. 4.3 Conhecimento das regras gramaticais Apesar do risco de ouvir protestos indignados, eis o mais simples dos três quesitos para produzirmos bons textos: o conhecimento das regras gramaticais. Vamos lá! A primeira atitude é ser inteligente, como nos alerta Almeida (2000), e ter ciência dos próprios limites. Ora, se houver dúvida quanto à grafia de determinada palavra, pesquisem no dicionário. Há também livros e mais livros sobre pontuação, construção de parágrafos, acentuação, etc. A leitura constante também é uma poderosa aliada no domínio da gramática. E, por fim, se a dúvida persistir, não hesite sequer por um momento: consulte seu professor. Não há desculpa, portanto. Mandem e-mail, dirijam-se ao Fórum, ao Quadro de avisos, ok? retomando a aula Chegamos, assim, ao final da quarta aula. Esperamos que agora tenha ficado mais fácil entender a linguagem falada, a não verbal e a escrita. 1 - Introdução. Na primeira seção iniciamos nossas reflexões sobre as modalidades da linguagem, as quais foram melhor compreendidas e detalhadas nas seções posteriores. 2 - Linguagem falada. Na seção 2 tratamos sobre a llinguagem falada, também conhecida como coloquial, é a maneira mais comum de nos expressarmos em nosso dia a dia. Ela é, via de regra, informal, logo, sem muita correção gramatical. 3 - Linguagem não verbal. Já na seção 3, vimos que a linguagem não verbal é toda e qualquer comunicação em que não se usa palavras para explicar a mensagem desejada, ou seja, é quando fazemos uso de imagens, figuras, desenhos, símbolos, dança, tom de voz, postura corporal, pintura, música, mímica, escultura e gestos como meio de comunicação a fim de obter uma comunicação tanto de modo geral, como no meio empresarial. 4 - Linguagem escrita. Finalmente, na seção final da Aula 4, vimos que a linguagem escrita só veio a existir muito depois da falada. Ela objetiva reproduzi-la utilizando-se dos signos (lembra-se do que são?) que compõem nossa língua. Além disso, a linguagem escrita, quando utilizada com maestria, é capaz de agregar em seu sentido, várias das características da linguagem não verbal. 32Português Instrumental ECO, Umberto; ANGONESE, Antonio (Tradutores). A busca da língua perfeita. Bauru: EDUSC, 2002. KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos (Colaborador). A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2001. ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. Campinas: Pontes, 1996. Vale a pena Vale a pena ler AS CRÔNICAS DO BLEDOW. Homepage. Disponível em: http://ascronicasdobledow.blogspot.com. br/2011_05_01_archive.html. Acesso em: 3 maio 2014. CULTURA INFANCIA. Boletim. Disponível em: http://www.culturainfancia.com.br/boletim/?cat=10. Acesso em: 3 maio 2014. EDITORA CONTEXTO. Livros sobre Bakhtin. Disponível em: www.editoracontexto.com.br/blog/livros- sobre-bakhtin/. Acesso em: 3 maio 2014. IG. Nossa língua falada. Disponível em: http://blig. ig.com.br/nossalinguafalada/. Acesso em: 3 maio 2014. PORTAL SÃO FRANCISCO. Linguagem verbal e linguagem não verbal. Disponível em: http://www. portalsaofrancisco.com.br/alfa/redacao/linguagem-verbal- e-nao-verbal.php. Acesso em: 3 maio 2014. UOL. Certo ou errado. Disponível em: http://certo-ou- errado.sites.uol.com.br/minigramatica.htm. Acesso em: 3 maio 2014. (Lá você encontrará uma minigramática). ______. Linguagem escrita e oral. Disponível em: http:// educacao.uol.com.br/portugues/lingua-escrita-e-oral-nao- se-fala-como-se-escreve.jhtm. Acesso em: 3 maio 2014. ______. Linguagem. Disponível em: http://rosabe.sites. uol.com.br/linguagemcom.htm. Acesso em: 3 maio2014. VESTIBULANDO WEB. Características de Carlos Drummond de Andrade. Disponível em: http://www. vestibulandoweb.com.br/analise_obra/estilo-carlos- drummond-de-andrade.asp. Acesso em: 3 maio 2014. ZI-YU. 4 pilares. Disponível em: http://4pilares.zi-yu. com/?page_id=532. Acesso em: 3 maio 2014. Vale a pena acessar Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “Fórum” ou “Quadro de Avisos” para se comunicar com o(a) professor(a). Lembre-se, você é o protagonista da sua aprendizagem. Sucesso! Minhas anotações