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Aula 1 - O que é a Psicologia Jurídica

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Me. Marcelo Solidade
PSICOLOGIA JURÍDICA
O QUE É PSICOLOGIA 
JURÍDICA?
O QUE É PSICOLOGIA JURÍDICA?
• É um campo de investigação/ação do psicólogo especializado,
cujo objeto de estudo é o comportamento dos atores do fato
jurídico, no âmbito do Direito, da Lei e da Justiça (Jesus, 2001).
• Especialidade que desenvolve um grande e específico campo de
relações entre o mundo do Direito e da Psicologia, nos aspectos
teóricos, explicativos e de pesquisa, aplicação, avaliação e
tratamento (Colégio Oficial de Psicólogos, 1997).
OBJETIVOS DA PSICOLOGIA NA 
ÁREA JURÍDICA
1. Discutir, analisar e informar os profissionais sobre a prática
da Psicologia Jurídica no Brasil em suas diversas aplicações:
- Nos sistemas de justiça: Penal, Cível, Família e Sucessões e
Infância e Juventude;
- No sistema prisional: prisões, hospital de Custódia, serviço de
acompanhamento aos egressos (deixa o sistema prisional);
- No sistema de atendimento à criança, ao adolescente e à
família: Conselhos Municipais de Direitos da criança e do
adolescente, Conselhos Tutelares, Fundação Casa, SOS
Criança (serviço de prevenção), Abrigos;
OBJETIVOS DA PSICOLOGIA NA 
ÁREA JURÍDICA
2. Refletir e orientar sobre o uso de instrumentos de avaliação
psicológica nas diversas situações judiciais e institucionais
(abrangência, limites e implicações éticas e sociais);
3. Instrumentalizar os psicólogos para elaboração de laudos, relatórios
e pareceres considerando as implicações sociais decorrentes da
finalidade do uso destes documentos no âmbito jurídico;
4. Oferecer subsídios teóricos práticos para atuação interdisciplinar,
crítica, comprometida com os direitos humanos e com a construção
social da cidadania.
AS PSICOLOGIAS APLICADAS À 
JUSTIÇA
• Psicologia Forense (ex.: avaliação da saúde mental)
• Criminologia (Estudo das causas do comportamento antissocial)
• Psicologia Penitenciária (atuação dentro do sistema prisional)
• Psicologia Judicial (investigações e perícias psicológicas)
• Psicologia Policial e Militar 
• Mediação Familiar
• Vitimologia (estudo da vítima em seus diversos aspectos)
FUNÇÕES DO PSICÓLOGO JURÍDICO
• Avaliação e diagnóstico;
• Assessoramento como perito a órgãos judiciais;
• Intervenção: planejamento e realização de programas de
prevenção, tratamento, reabilitação e integração de atores
jurídicos na comunidade, no meio penitenciário –
individualmente ou em grupo.
 Formação e educação: seleção e treinamentos de profissionais do
sistema legal;
 Comunicação: planejamento de campanhas de prevenção social
contra a criminalidade;
 Pesquisa;
 Vitimologia: pesquisa e atendimento às vítimas de violência;
 Mediação: apresentar soluções negociadas para conflitos como
alternativa à via legal, como meio de reduzir os danos emocionais
dos envolvidos.
FUNÇÕES DO PSICÓLOGO JURÍDICO
PSICOLOGIA E MERCADO 
Psicologia jurídica – desponta com um mercado de trabalho
promissor, carente por absorver profissionais graduados
devidamente capacitados.
Psicólogo – pode atuar nos âmbitos cível e criminal, realizando
intervenções em perícias criminais, em varas de família e conflitos
de casais, acompanhamento de cumprimento de penas alternativas
e medidas socioeducativas, trabalho em ONGs em projetos sobre a
violência e criminalidade, entre outros campos de atuação.
PSICOLOGIA JURÍDICA E FORENSE
Qual a diferença?
Psicólogo Jurídica – termo usado para se referir ao campo da
atuação profissional no geral.
Psicólogo Forense – área específica. Inclui situações de tribunal, 
julgamentos e testemunhos. E tem como objetivo responder questões 
feitas no decorrer do processo.
RAMIFICAÇÕES DA PSICOLOGIA JURÍDICA
• Psicologia Jurídica corresponde a toda aplicação do
saber psicológico às questões relacionadas ao Direito.
• Psicologia Criminal, Psicologia Forense e Psicologia
Judiciária estão contidas na Jurídica
• As três são especificidades
PRIMÓRDIOS DA PSICOLOGIA FORENSE
• Primórdios da Psicologia Forense. Século XIX: avaliação da
fidedignidade de testemunhos (Influência da Psicologia
Experimental).
• Estudos sobre memória, sensação e percepção no exame dos
testemunhos – Laboratórios de Psicologia Experimental.
• Cinco fatores para avaliação do testemunho (Mira Y López):
1. Modo como a pessoa percebeu o evento.
2. Modo como a memória o conservou.
3. Modo como a pessoa é capaz de evocá-lo.
4. Modo como quer evocá-lo.
5. Modo de expressá-lo.
A PSICOLOGIA JURÍDICA NA ATUALIDADE
• Psicologia Jurídica: um novo olhar aos problemas do Direito e
da Lei: “o psicólogo (...) vai interpretar para os operadores do
Direito a situação que está sendo observada, ou ainda recontar o
fato, a partir de um outro referencial”
• “Colaborar com os que chegam ao Sistema de Justiça para que
possam compreender seu lugar subjetivo, seu vínculo com a
sociedade, assim (...) sugere uma função comprometida com
esses sujeitos de direito” (Brito, 205, p. 15). – Não se converter
em juízes ocultos – determinar sentenças.
HISTÓRIA DA 
PSICOLOGIA JURÍCIDA
HISTÓRICO
• 1868 – Publicação de Psychollogie Naturelle (O diário dos
tribunais) – Prosper Despine
• Estudo de caso de grandes criminosos
• Compilou dados de La Gazette des Tribunaux
• Grupos estudados de acordo com os motivos dos crimes
• Estudo das particularidades psicológicas de cada grupo
• Delinquente – Não possui deformidade física nem mental
HISTÓRICO
• 1868 – Psychollogie Naturelle
• Os problemas são de tendências sociais e valores morais
e não afetam aspecto intelectual
• Delinquente age motivado por tendências nocivas como
ódio, vingança, avareza, aversão ao trabalho, dentre
outras
• Para Despine, o delinquente age por deficiência ou
carência em absoluto de verdadeiro interesse por si
mesmo, de simpatia com semelhantes, de consciência
moral e de sentimento de dever
HISTÓRICO
• 1868 – Psychollogie Naturelle
• Foi pioneiro por se ater a reflexões de caráter social x
patológico
• Despine foi considerado fundador da Psicologia Criminal
• 1875 – surge a criminologia (Lombroso, Itália)
Psiquiatra Italiano
• Campo de estudo das explicações criminogênicas (Mecanismos
e ocasiões que dá origem ou pode ocasionar ações criminosas)
• Bases da compreensão social e do funcionamento
personológico
HISTÓRICO
“antes do crime, é o criminoso o ponto fundamental da 
Criminologia contemporânea” (Macedo, 1977)
• Compreensão da conduta e da personalidade do
criminoso
• Para Bonger (1943) a conduta delinquente se
encontra em todos os tipos humanos
HISTÓRICO
• Lombroso (1876) – cria a antropologia criminal (estudo das
características físicas e criminalidade)
• Kurella (1893) – descreve o perfil dos delinquentes:
• Parasitismo
• Tendência a mentir
• Falta de sentimento de honra
• Falta de piedade
• Crueldade
• Presunção e veemente ânsia de prazeres

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