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FICHAMENTO FRIGOTTO - STEFANY

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Aluna: Stefany Joyce Dias de Oliveira - NF7A UEMG
Título: A Dupla Face do Trabalho: Criação e Destruição da Vida 
Autor: Gaudêncio Frigotto
O fichamento presente neste trabalho tem como objetivo principal resumir e analisar as ideias que estão sendo expostas no artigo “A Dupla Face do Trabalho: Criação e Destruição da Vida” de Gaudêncio Frigotto. O autor explora a complexa relação entre o trabalho e a vida humana, destacando suas dimensões emancipatórias quanto as alienantes. Frigotto argumenta que o trabalho é uma atividade central na vida das pessoas, podendo promover o desenvolvimento humano ou até mesmo resultar em alienação e exploração.
O trabalho assume dois conceitos distintos para Marx, sendo o mundo da necessidade e o mundo da liberdade, oferecendo assim uma visão complexa e com multifaces do trabalho. O trabalho como mundo da necessidade tem o trabalho como uma atividade essencial para atender às necessidades básicas da vida humana, como a alimentação e a moradia, sendo, assim, associado à ideia de luta pela sobrevivência, estando muitas vezes ligado a condições de trabalho precárias e má remuneradas. O trabalho como mundo da liberdade entende o trabalho como uma atividade que vai além de reprodução material, tornando-se uma expressão de de criatividade, autonomia e realização pessoal, os indivíduos tem oportunidades de desenvolver suas habilidades pessoais e buscando um propósito na sua vida. Desde o século XVIII, o trabalho vem sendo regulado pelas relações sociais capitalistas, mas não necessariamente as duas dimensões são excludentes, podendo coexistir e se sobrepor em diferentes contextos do trabalho.
Segundo Frigotto, o trabalho possui dupla face, sendo ao mesmo tempo fonte de alienação e exploração, mas também de realização e emancipação. Frigotto compreende a alienação como uma condição na qual os trabalhadores se sentem estranhados do processo produtivo, resultando na desconexão dos próprios interesses e necessidades dos trabalhadores. A exploração é vista como um processo pelo qual os trabalhadores são submetidos a condições desiguais e injustas pelo capitalismo, visando os apenas os lucros para os empregadores. Para Frigotto a realização no trabalho é a capacidade do indivíduo encontrar significado, proposito satisfação em suas atividades trabalhistas. Enquanto, a emancipação é como a libertação dos trabalhadores das estruturas de dominação e exploração.
Frigotto destaca que a alienação e a exploração do trabalho têm consequências significativas tanto para os trabalhadores quanto para a sociedade como um todo, trazendo desmotivação, estresse e problemas de saúde mental e também contribuindo para a desigualdades. E a realização e a emancipação são benéficas para o trabalhador e para a sociedade como um todo, construindo relações de trabalhos mais justas e equitativas, reduzindo a desigualdade e promovendo uma distribuição do poder e de recursos. 
Ele analisa as contraindicações do trabalho capitalista, onde existe condições precárias e desigualdade, podendo levar à alienação e ao sofrimento dos trabalhadores. Ele destaca a importância de se repensar o papel do trabalho na sociedade de forma mais justas e equitativas de organização do trabalho. 
Para Frigotto o trabalho pode ser um elemento formador, tanto no sentido técnico-profissional quanto desenvolvendo habilidades socioemocionais e críticas. Frigotto enfatiza a importância de preparar os indivíduos para o mundo do trabalho, mas para a vida em sociedade também, precisando que os cidadãos se tornem autônomos, solidários e com participação cidadã.
O trabalho para Frigotto também pode ser uma fonte de realização pessoal, pois nos ajuda a desenvolver habilidades que contribuem para a sociedade e conquistamos nossa independência financeira ou alienante e embrutecedor. Analisando as relações de trabalho sob a perspectiva das desigualdades e das lutas de classe, destacando como as condições de trabalho podem refletir e conduzir as estruturas de poder. 
Frigotto explora o trabalho e a educação analisando as suas interações e argumentando como a educação voltada para o mundo do trabalho deve ser equilibrada para desenvolver o cidadão integralmente. Ele critica os modelos educacionais tradicionais que priorizam apenas para o mercado de trabalhando, defendendo uma abordagem ampla que promova uma reflexão crítica, criativa e de consciência social. 
O trabalho não é apenas uma atividade econômica, mas também uma dimensão fundamental da experiência humana, influenciando a formação dos indivíduos e a estruturação das sociedades. É importante repensar o papel do trabalho na sociedade e de se buscar formas mais justas e equitativas de organização do trabalho. Compreender a dupla face do trabalho é essência para construir sociedades mais justas e humanas, defendendo assim a necessidade de políticas públicas e práticas que valorizem o trabalho como fonte de desenvolvimento humano, buscando combater as formas de exploração e alienação presentes no mundo do trabalho.
De acordo com Frigotto, o trabalho pode ser bom e ruim ao mesmo tempo, já que o trabalho pode ser importante para nos sentirmos realizados, mas também pode ser um uma prática de exploração. Nisso, é preciso repensar como o trabalho é organizado na sociedade para torna-lo mais justo para todos. Para ele, o trabalho é um tema complexo que passa por várias esferas da vida humana, desde a formação individuas quanto as estruturas sociais mais amplas. Esse artigo oferece uma reflexão profunda e rica sobre a natureza contraditória do trabalho, destacando suas potencialidades emancipatórias e suas formas de exploração e de alienação, ressaltando a importância das condições dignas de trabalho e de valorizar o papel do trabalho na construção de uma sociedade mais justa, solidária e inclusiva.

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