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© UNIP 2020 all rights reserved Universidade Paulista Sistemas Fluidotérmicos Aula 02 – 28.02.24 Gases Ideais – Processos Isoentrópicos Curso Engenharia Mecânica © UNIP 2020 all rights reserved Muitas equações para processos isoentrópicos de gases ideais podem ser obtidas igualando-se a equação de variação de entropia a zero. Isto é feito primeiramente para o caso do calor específico constante e depois para o caso em que o calor específico varia com a temperatura. Gases Ideais – Processos Isoentrópicos Quando a hipótese de calor específico constante é válida as equações para gases ideais são obtidas como segue: Calor específico constante – Análise aproximada 𝑠2 − 𝑠1 = 𝑐𝑣 𝑚é𝑑. 𝑙𝑛 𝑇2 𝑇1 + 𝑅. 𝑙𝑛 𝑣2 𝑣1 𝑘𝐽/(𝑘𝑔𝐾) 𝑠2 − 𝑠1 = 𝑐𝑝 𝑚é𝑑 . 𝑙𝑛 𝑇2 𝑇1 − 𝑅. 𝑙𝑛 𝑃2 𝑃1 𝑘𝐽/(𝑘𝑔𝐾) 7-33 (1) 7-34 (2) Processos Isoentrópicos (slide 01/11) © UNIP 2020 all rights reserved 𝑙𝑛 𝑇2 𝑇1 = − 𝑅 𝑐𝑣 𝑙𝑛 𝑣2 𝑣1 A qual pode ser rearranjada como: 𝑙𝑛 𝑇2 𝑇1 = 𝑙𝑛 𝑣1 𝑣2 Τ𝑅 𝑐𝑣 ou: 𝑇2 𝑇1 𝑠=𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡 = 𝑣1 𝑣2 𝑘−1 𝐺á𝑠 𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙 Uma vez que 𝑅 = 𝑐𝑝 − 𝑐𝑣 e 𝑘 = Τ𝑐𝑝 𝑐𝑣 e portanto Τ𝑅 𝑐𝑣 = 𝑘 − 1. A equação (4) é a primeira equação isoentrópica para gás ideal sob a consideração de calor específico constante. A segunda equação isoentrópica é obtida numa maneira similar da equação (2) com o seguinte resultado: 𝑇2 𝑇1 𝑠=𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡 = 𝑃2 𝑃1 Τ𝑘−1 𝑘 𝐺á𝑠 𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙 (3) (4) (5) Processos Isoentrópicos (slide 02/11) 𝑐𝑝 − 𝑐𝑣 𝑐𝑣 = 𝑐𝑝 𝑐𝑣 − 𝑐𝑣 𝑐𝑣 = 𝑘 − 1 © UNIP 2020 all rights reserved A terceira equação isoentrópica é obtida pela substituição da equação (5) na (4): A constante adiabática 𝑘, em geral, varia com a temperatura e portanto um valor médio de 𝑘 deve ser usado. 𝑃2 𝑃1 𝑠=𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡 = 𝑣1 𝑣2 𝑘 𝐺á𝑠 𝐼𝑑𝑒𝑎𝑙 Quando a variação de temperatura é grande durante um processo e o calor específico do gás ideal varia não linearmente dentro da faixa de temperatura a consideração de calor específico constante pode levar a erros consideráveis nos cálculos de variação de entropia. Para estes casos, a variação do calor específico com a temperatura deve ser considerada pelo uso de equações exatas para o calor específico em função da temperatura. A variação de entropia durante um processo é determinada pela substituição do 𝑐𝑝(𝑇) ou 𝑐𝑣(𝑇) nos termos de valores médios das equações (1) ou (2) e realizando-se as integrações. Ao invés de executar integrais trabalhosas para cada novo processo, é conveniente efetuar-se esta integral uma vez e tabular os resultados. Calor específico variável – Análise exata (6) Processos Isoentrópicos (slide 03/11) © UNIP 2020 all rights reserved Obviamente, 𝑠𝑜 é uma função da temperatura apenas e seu valor é zero na temperatura zero. Os valores de 𝑠𝑜 são calculados em várias temperaturas e os resultados são tabelados como função da temperatura do ar. Dadas estas definições a integral na equação (7) torna-se 𝑠𝑜 = න 0 𝑇 𝑐𝑝(𝑇) 𝑑𝑇 𝑇 Onde 𝑠2 0 é o valor de 𝑠𝑜 em T2 e 𝑠1 0 é o valor de 𝑠𝑜 em T1 . Assim, න 1 2 𝑐𝑝(𝑇) 𝑑𝑇 𝑇 = 𝑠2 0 − 𝑠1 0 𝑠2 − 𝑠1 = 𝑠2 0 − 𝑠1 0 − 𝑅. 𝑙𝑛 𝑃2 𝑃1 Note que diferentemente da energia interna ou da entalpia, a entropia de um gás ideal varia com o volume específico e com a pressão, assim como com a temperatura. Portanto, a entropia não pode ser tabelada como função da temperatura somente. (7) (8) (9) Com este objetivo, escolhe-se a temperatura de zero absoluto como a temperatura de referência e define-se a função 𝑠𝑜 como: Processos Isoentrópicos (slide 04/11) 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝐴𝑟: 𝐶𝑃 𝑇 = 𝐶0 + 𝐶1𝜃 + 𝐶2𝜃 2 + 𝐶3𝜃 3 [Borgnakke] © UNIP 2020 all rights reserved Ar é comprimido a partir de um estado inicial de 100 kPa e 17oC até um estado final de 600 kPa e 57oC. Determine a variação de entropia do ar durante este processo de compressão utilizando-se: a) Valores adequados da tabela do ar; b) Calor específico médio. Exercício 1 Processos Isoentrópicos (slide 05/11) © UNIP 2020 all rights reserved Quando a abordagem do calor específico constante não é apropriada, as equações isoentrópicas (3) a (6) concebem resultados que não são tão exatos. Nestes casos, deve-se utilizar uma equação (9) que considere a variação de calor específico com a temperatura. Colocando-se esta equação igual a zero, obtém-se: 0 = 𝑠2 0 − 𝑠1 0 − 𝑅. 𝑙𝑛 𝑃2 𝑃1 ou 𝑠2 0 = 𝑠1 0 + 𝑅. 𝑙𝑛 𝑃2 𝑃1 Onde 𝑠2 0 é o 𝑠0 no fim do processo isoentrópico. (10) Processos Isoentrópicos (slide 06/11) © UNIP 2020 all rights reserved Com o objetivo de se remediar esta situação, são definidas duas novas quantidades adimensionais associadas a processos isoentrópicos. A definição da primeira é baseada na equação (10) a qual pode ser rearranjada como: 𝑃2 𝑃1 = 𝑒 𝑠2 0−𝑠1 0 𝑅 𝑃2 𝑃1 = 𝑒( Τ𝑠2 0 𝑅) 𝑒 Τ(𝑠1 0 𝑅) A quantidade 𝑒 Τ𝑠0 𝑅 é definida como a pressão relativa Pr.. Com esta definição a relação torna-se: 𝑃2 𝑃1 𝑠=𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡 = 𝑃𝑟2 𝑃𝑟1 (11) Pressão Relativa e Volume Específico Relativo A equação (10) fornece uma maneira refinada de avaliar a variação de propriedades de gases ideais durante processos isoentrópicos, uma vez que ela considera a variação do calor específico com a temperatura. Contudo, isto envolve iterações tediosas quando a razão de volume é dada ao invés da relação de pressões. Isto é muito inconveniente em estudos de otimização, os quais exigem cálculos numerosos repetitivos. Processos Isoentrópicos (slide 07/11) © UNIP 2020 all rights reserved 𝑃1𝑣1 𝑇1 = 𝑃2𝑣2 𝑇2 ⇒ 𝑣2 𝑣1 = 𝑇2𝑃1 𝑇1𝑃2 = 𝑇2𝑃𝑟1 𝑇1𝑃𝑟2 = Τ𝑇2 𝑃𝑟2 Τ𝑇1 𝑃𝑟1 A quantidade T/Pr é uma função da temperatura somente e é definida como volume específico relativo 𝑣r. Portanto, 𝑣2 𝑣1 𝑠=𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡 = 𝑣𝑟2 𝑣𝑟1 (12) As equações (11) e (12) são válidas somente nos processos isoentrópicos de gases ideais. Elas contabilizam a variação do volume específico com a temperatura e fornecem resultados mais exatos que as equações (3) a (6). Os valores Pr e 𝑣r são apresentados na tabela A-17. Note que a pressão relativa é uma quantidade adimensional que é função da temperatura somente. Portanto, valores de Pr. podem ser tabelados em função da temperatura. Às vezes, razões de volumes específicos são dadas ao invés de razões de pressões. Este é o caso particularmente quando motores automotivos são analisados. Nestes casos é necessário o cálculo com relação de volumes. Portanto, é definida uma nova quantidade relacionada à razão de volumes para os processos isoentrópicos. Isto é feito utilizando-se a equação de gás ideal e a equação (11): Processos Isoentrópicos (slide 08/11) © UNIP 2020 all rights reserved Processo isoentrópico (Tabela A-17): 𝐷𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑃1, 𝑇1, 𝑒 𝑃2 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑇2: 𝑇 𝑃𝑟 𝑇2 𝑃𝑟2 = 𝑃2 𝑃1 𝑃𝑟1 𝑇1 𝑃𝑟1 𝐷𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑣1, 𝑇1, 𝑒 𝑣2 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑇2: 𝑇 𝑣𝑟 𝑇2 𝑣𝑟2 = 𝑣2 𝑣1 𝑣𝑟1 𝑇1 𝑣𝑟1 Processos Isoentrópicos (slide 09/11) © UNIP 2020 all rights reserved Ar é comprimido num motor automotivo de 22oC a 95 kPa de maneira adiabática e reversível. Se a taxa de compressão V1/V2 deste motor é 8, determine a temperatura final do ar. Exercício 2 Processos Isoentrópicos (slide 10/11) © UNIP 2020 all rights reserved Çengel, Y.A. e Boles, M.A., “Termodinâmica”, 5ª Ed., Editora McGraw-Hill, 2007. Bibliografia Processos Isoentrópicos (slide 11/11) Borgnakke, C. e Sonntag, R.E., “Fundamentos da Termodinâmica”, 7ª Ed., Editora Edgard Blucher, 2010.