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literatuia brasileira iii-88

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• José Américo de Almeida: A bagaceira, de 1928, denuncia o descaso do poder público e o 
sistema de concentração latifundiária, responsável pela miséria.
• Raquel de Queirós: O quinze, exprime preocupação social, em que a seca e o coronelismo são 
os grandes males que assolam o homem nordestino, que aceita passivamente sua sina;
• José Lins do Rego: Menino de engenho, Doidinho e Banguê (1932, 33, 34). Anexação da 
realidade física e social nordestina, a decadência do banguê devorado pela usina. Fogo morto
ainda é considerado um "romance de 30", embora seja de 1943. E um dos maiores deles. O 
texto encena a decadência dos banguês, a injustiça, a permanência da situação de dominação.
• Jorge Amado: em seus romances do "ciclo do cacau", a terra se faz personagem, constituída 
em latifúndios, coberta por homens miseráveis que fazem a riqueza dos latifundiários.
• Graciliano Ramos: São Bernardo (1934), Paulo Honório, fazendeiro, bom administrador e 
negociante de sucesso, não consegue reificar o coração de Madalena, que combate sua 
ganância. Vidas secas (1938), a ausência da linguagem que impede o homem sequer de 
protestar. O homem próximo do animal, identificando-se organicamente com ele. Ao final, eles 
"andavam para o sul, metidos naquele sonho", mas mesmo assim a abertura para o sul não 
parece constituir saída. Vidas secas: 13 capítulos de vida independente
Um exemplo de narrativa regionalista: Vidas Secas, de Graciliano Ramos
https://blogcamp.com.br/manifestacoes-culturais-do-nordeste/
A novela Vidas secas, de Graciliano Ramos, se estrutura em treze capítulos que apresentam cenas 
de Fabiano e sua família na luta pela sobrevivência no sertão agreste nordestino. Os capítulos 
possuem vida independente, isto é, cada um deles pode ser lido como uma narrativa completa. Os 
treze juntos, entretanto, compõem a saga da família de Fabiano. A unidade do texto como um todo 
advém do encadeamento da narrativa, que compõe uma história envolvendo os mesmos personagens 
em seu núcleo familiar. O tempo, que decorre entre uma seca e outra, é o tempo cíclico que envolve a 
família de Fabiano e que irá se perpetuar entre seus filhos e depois os filhos de seus filhos e assim por 
diante, que renovam sua miséria e sua tentativa de sobreviver no espaço da secura, no sertão adverso.
O narrador é onisciente, em terceira pessoa, e frequentemente desloca o foco narrativo para as 
consciências dos personagens, por meio da utilização do discurso indireto livre. Nessas 
introspecções, o narrador revela os pensamentos dos personagens ― inclusive da cachorra Baleia ―, 
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