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Resumo_Fisiologia Renal


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FISIOLOGIA RENAL
VISÃO MORFOFUNCIONAL DO RIM
NÉFRON: unidade morfofuncional do rim
Conforme a posição que ocupam no rim se classificam como corticais (glomérulos na porção externa do córtex e alças de henle curtas) ou justaglomerulares (glomérulos na parte interna do córtex e alça de henle longas)
*a capacidade do animal concentrar sua urina está relacionada ao comprimento das alças de henle de seus rins (quanto mais inseridas na medula que é hiperosmótica, maior a capacidade de concentrar sua urina). Animais de deserto concentram sua urina dessa forma, tendo alças de henle maiores, isso favorece a reabsorção de solvente então eles podem conservar H2O.
Cada néfron é formado pelo CORPÚSCULO RENAL (unidade filtradora), constituído pela CÁPSULA DE BOWMANN e GLOMÉRULO RENAL (enovelado de capilares formados a partir da arteríola aferente) e uma estrutura tubular (túbulo contorcido proximal, alça de henle, túbulo contorcido distal e ducto coletor).
CORPÚSCULO RENAL
Cápsula de bowmann + capilares glomerulares. 
Este enovelado de capilares formado a partir da arteríola aferente é sustentado pelas CÉLULAS MESANGIAIS. Elas dão suporte estrutural com atividade contrátil e influenciam a filtração glomerular por alteração na área de superfície ou fluxo sanguíneo capilar (devido à contração). 
Além disto, podem fagocitar moléculas presas à parede capilar devido à filtração. Têm receptores para vários hormônios que têm papel na hemodinâmica intraglomerular. 
- Estas alças de capilares se reúnem formando a arteríola eferente, por onde sai tudo o que não pôde ser filtrado. Ela se ramifica e se põe em volta da estrutura tubular, formando os CAPILARES PERITUBULARES. 
Estes são de extrema importância, uma vez que promovem contato íntimo com a rede tubular e favorece os processos de reabsorção e secreção por transportadores.
O endotélio dos capilares glomerulares é descontínuo, como se as células fossem separadas entre si por fenestras. Esses espaços são facilmente atravessados por substancias de peso molecular elevado, MAS NÃO PERMITE A PASSAGEM DE ELEMENTOS FIGURADOS DO SANGUE.
**Toda a filtração ocorre no córtex, nessa região de corpúsculo renal. No entanto, existe uma BARREIRA DE FILTRAÇÃO FLOMERULAR e nem todas as moléculas passam por ela (não envolve apenas o endotélio dos capilares glomerulares). Aquilo que consegue atravessar toda a barreira, é jogado na estrutura tubular. 
**proteínas NÃO podem ser filtradas! Se houver proteinúria sabe-se que há alguma lise na membrana basal do néfron (estrutura como gel de proteoglicanos que faz parte da barreira de filtração e impede filtração de ptns)
CÁPSULA DE BOWMANN
Tem forma de cálice e parede dupla. A parede externa é o epitélio, e a parede externa é a que está em contato com os capilares glomerulares. As células dessa parede interna se diferenciaram, constituindo os PODÓCITOS. Formados por corpo celular + prolongamentos. Estes prolongamentos se interconectam entre si formando canais alongados que são as fendas de filtração – eles circundam a superfície externa da membrana basal dos capilares glomerulares – então há intima associação entre essa parede interna com as alças capilares.
BARREIRA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR
FORMAÇÃO DO ULTRAFILTRADO
O sangue perfunde o rim pela artéria renal, que se ramifica em arteríola aferente e penetra a capsula de bowmann se ramificando e formando os capilares glomerulares (aqui há a filtração). O que é filtrado vai à rede tubular e o que não pôde ser filtrado sai pela arteríola eferente.
No entanto o plasma que será filtrado precisa passar por três camadas:
1. Endotélio capilar dos capilares glomerulares (fenestrado/descontínuo)
2. Membrana basal endotelial (gel de glicoptns e proteoglicanos. Única camada continua) – determina a permeabilidade do glomérulo
3. Parede interna da capsula de bowmann – células epiteliais – podócitos – fendas de filtração – intima relação por circundar a MB dos capilares glomerulares (podem fagocitar algo que tenha passado errado)
*a membrana basal impede a passagem de proteínas devido ao tamanho, mas em questão de carga elas até atrairiam a passagem de proteínas, uma vez que pela composição de peptideoglicanos elas têm carga -, então atrairiam carga + das proteínas.
APARELHO JUSTAGLOMERULAR
Trata-se de uma unidade vasotubular formada pela disposição das estruturas do nefron. Sabe-se que o túbulo contorcido distal fica em contato com o glomérulo correspondente e as arterioras aferentes e eferentes – isto é o aparelho justaglomerular. 
Composto por:
1. Células justaglomerulares: células epiteliais cubicas que ficam na camada média da arteríola aferente – em vez de musculo liso são estas células. Citoplasma rico em grânulos – produção de renina relacionada ao controle do fluxo sanguíneo renal e ritmo de filtração glomerular.
Barorreceptores presentes aqui. Eles percebem a pressão da perfusão renal.
2. Células da mácula densa: são células colunares altas no túbulo contorcido distal. Modificação do epitélio desta região tubular.
Há osmorreceptores. Sensor de osmolaridade (variação de volume e composição do fluido)
O aparelho justaglomerular exerce influencia na pressão e fluxo sanguíneos e volume do fluido extracelular, por modificações no ritmo de filtração glomerular (modificações na resistência arteriolar glomerular – afeta fluxo sanguíneo renal e pressão hidrostática – afeta ritmo de filtração glomerular) e liberação de renina.
PROCESSOS RENAIS BÁSICOS NA FORMAÇÃO DA URINA
1. Filtração: água e solutos atravessam os capilares glomerulares (vindos do plasma)
2. Excreção: resultante do que é filtrado + secretado – reabsorvido. É eliminado com a urina.
3. Secreção: transporte de solutos dos capilares peritubulares para o fluido tubular (luz dos túbulos)
4. Reabsorção: remoção de água e solutos do filtrado, de volta à circulação pelos capilares peritubulares
*formas de modificação do ultrafiltrado!
COMO ESTÁ O ULTRAFILTRADO EM CADA REGIÃO TUBULAR? CONSIDERE QUE HÁ MODIFICAÇÕES DO ULTRAFILTRADO NAS REGIÕES TUBULARES.
1. TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL
Urina ISOSMOLAR OU ISOSMÓTICA em relação ao plasma, uma vez que há reabsorção de soluto e solvente de forma proporcional (reabsorção de água, ions, solutos – sódio, aa’s, glicose)
2. ALÇA DE HENLE
2.1 RAMO DESCENDENTE DA ALÇA DE HENLE (FINO): aqui o nefron já vai se aprofundando em seus túbulos para a medula renal. A medula renal tem interstício altamente concentrado, o que favorece a reabsorção de água (há bastante ureia). Portanto, há retirada de solvente do ultrafiltrado, então a urina vai ficando HIPEROSMÓTICA. 
2.2 RAMO ASCENDENTE FINO DA ALÇA DE HENLE: aqui há condições propícias para maior reabsorção de SÓDIO. Então a urina fica isosmótica novamente (transporte passivo de sódio)
2.3 RAMO ASCENDENTE GROSSO DA ALÇA DE HENLE: chamada de porção DILUIDORA DA URINA, uma vez que é uma região impermeável a água mas há um importante transportador, o NKCC, que favorece a reabsorção de solutos, então a urina fica HIPOSMÓTICA.
3. TÚBULO CONTORCIDO DISTAL: praticamente não há modificação osmótica da urina.
4. DUCTO COLETOR: impermeável à água, mas torna-se permeável mediante ação de ADH – inserção de aquaporinas por ação da vasopressina. Aí aqui dá pra concentrar a urina, nessa situação.
*o álcool inibe liberação de ADH – estimulo pra urinar – urina mais volumosa (não reabsorve)
FILTRAÇÃO GLOMERULAR OU RFG (RITMO DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR)
RFG = Puf x Kf
Puf = resultante das pressões no glomérulo e na cápsula de bowmann
Kf = coeficiente de filtração glomerular
DETERMINANTES DO KF (relacionados à permeabilidade da parede capilar)
Tamanho: moléculas <40.000 Da são livremente filtradas)
Carga: moléculas catiônicas e neutras são mais facilmente filtradas (pensando na MB que é de carga negativa)
Área: substancias vasodilatadoras aumentam a superfície de filtração e facilitam-na).
CLEARANCE: volume virtual de plasma que fica livre da substância/tempo. Possibilidade de filtração dessa substancia.
**essas condições de tamanho e carga podemafetar no clearance da substancia.
**importante avaliar isso para drogas, dependendo de sua natureza podem alterar o clearance da droga no organismo.
DETERMINANTES DE PUF
Puf = forças de starling = resultante de todas as pressões que atuam no glomérulo e na CB
Ph = pressão hidrostática = pressão do sangue 
Existem duas: SOBRE OS CAPILARES (Pcg). É a pressão do sangue que passa por ali;
SOBRE A CAPSULA DE BOWMANN(Pt) = pressão hidrostática na cápsula de bowmann;
Pressão oncótica nos capilares glomerulares: pressão exercida pelas proteínas contidas no plasma no capilar glomerular. Essa pressão é importante para manter H2O nos capilares glomerulares.
Pressão oncótica na capsula de bowmann geralmente é inexistente, porque nele não deve haver ptns filtradas.
Um sinal que determina o fim da filtração é um aumento excessivo de pressão oncótica na arteríola eferente.
**a pressão hidrostática é geralmente a que comanda a ultrafiltração glomerular porque meio que empurra o sangue dos capilares para a capsula de bowmann.
FATORES QUE ALTERAM A FILTRAÇÃO GLOMERULAR
1. Mudanças na pressão hidrostática do capilar
Aumento de pressão arterial: - aumento da pressão hidrostática no capilar
- aumento da filtração glomerular com diurese de pressão
Diminuição da pressão arterial: - diminuição da pressão hidrostática no capilar
- diminuição da filtração glomerular e menos diurese de pressão (faz sentido, nesses casos é mais importante desviar sangue pro cérebro e coração)
2. Mudanças na pressão hidrostática da capsula de bowmann (cálculos renais que diminuem a filtração glomerular)
*mecanismos para evitar variações na filtração glomerular durante o dia, mediante pequenas alterações de PA. São substancias que atuam nas arterioras para controle da perfusão renal e consequentemente alteram a filtração glomerular.
*tudo isto mantem a volemia, osmolaridade e pressão sanguínea.
PROCESSAMENTO TUBULAR
Após a filtração o ultrafiltrado pode ser modificado de duas formas: por meio da reabsorção ou por meio da secreção. Tudo isto ocorre por meio de transportadores presentes na membrana das células tubulares via paracelular ou transcelular.
TIPOS DE CÉLULAS TUBULARES
1. Células do túbulo contorcido proximal
Células com citoplasma rico em mitocôndrias (bastante transporte ativo). Membrana apical com borda em escova. Células com tight junctions relativamente permeável. Borda em escova com proteínas carregadoras específicas que facilitam transporte de solutos.
Geralmente há reabsorção de água (sem canal, via paracelular) e vários solutos (glicose, aminoácidos, NaCl e outros ions). TRANSPORTE DE ÁGUA E SOLUTOS É PROPORCIONAL.
Citosol rico em anidrase carbônica – secreção de hidrogênio e reabsorção de bicarbonato
2. Alça de Henle
2.1 Ramo descendente fino: poucas mitocôndrias e raras microvilosidades.
Aqui a característica principal é que o epitélio é altamente permeável à água, que é reabsorvida de forma passível devido ao gradiente osmótico do interstício hipertônico que o circunda (medula renal altamente hiperosmótica) e fluido tubular
- urina se concentra aqui e o fluido fica HIPEROSMÓTICO (concentrado)
2.2 Ramo ascendente fino e ascendente grosso: poucas mitocôndrias e baixa permeabilidade à água mas alta reabsorção de sais (no ascendente fino por transporte passivo de sódio e no grosso pelo transportador NKCC principalmente). Aqui a urina fica mais diluída – segmentos diluidores! A urina fica menos concentrada à medida em que sobe ao córtex – HIPOSMÓTICA.
3. Túbulo contorcido distal: baixa capacidade de transporte. Totalmente impermeável à água. Quase não contribui para modificação da osmolaridade do fluido. Secreção de K+.
4. Ducto coletor: permeável à água na presença de ADH. Aumenta a reabsorção de água nessa porção, então ao longo do ducto a osmolaridade vai aumentando. Na ausência de ADH NÃO HÁ REABSORÇÃO DE ÁGUA AQUI, de forma que o fluido intratubular permaneça hipotônica por conta da reabsorção de solutos. 
Reabsorve sódio e cloreto e secreta amônia. Pode secretar e reabsorver potássio, H e bicarbonato.
REABSORÇÃO E SECREÇÃO NO TP
Transporte diferenciado de solutos na porção inicial e na porção final do túbulo proximal.
PORÇÃO INICIAL
Na porção inicial a principal reabsorção que existe é de BICARBONATO E ALGUNS SOLUTOS (GLICOSE, AMINOÁCIDOS E LACTATO, POR EXEMPLO).
Como?
- Co-transporte Na+/Substratos orgânicos (Na+/glicose/aa’s)
- Co-transporte Na+/H+ (RESPONSÁVEL PELA REABSORÇÃO DE HCO3-) - antiporte
Os co-transportes são transportes ativos secundários, porque dependem em primeira instância da atividade da bomba de Na+/K+ presente na membrana basolateral dessas células tubulares. Elas geram um gradiente de Na+ entre o lúmen tubular e o interior da célula. Assim favorece que vá sódio e o seu soluto por co-transporte para dentro da célula.
O sódio de dentro da célula, assim, é retirado pela própria bomba, indo ao interstício.
No caso dos solutos orgânicos que vão com ele, por exemplo glicose e aminoácidos, estes vão aos capilares peritubulares por difusão facilitada. INTERSTÍCIO – CAPILARES.
No caso do co-transporte Na+/H+ o funcionamento é o mesmo! A questão é que vai favorecer a reabsorção de HCO3- por cotransporte com Na+ na membrana basolateral.
PORÇÃO FINAL
(importância: reabsorção de NaCl)
- Antiporte Na+/H+, jogando H+ de volta para o lúmen tubular (lembrar que na porção inicial colocamos ele dentro da célula e saiu bicarbonato). Então aqui há SECREÇÃO DE H+
- Reabsorção via transcelular e paracelular de Cl-. Depois Cl- vai por difusão para o sangue.
- Reabsorção de Na+ paracelular 
**A reabsorção de água é por arraste de solvente com os ions que são reabsorvidos. Então na primeira fase é mais dependente da reabsorção de HCO3- e na fase final é mais dependente da reabsorção de NaCl.
**Relação com Diabetes Mellitus e glicosúria: a quantidade aumentada de glicose na corrente sanguínea devido às diabetes pode ocasionar glicosúria. Uma vez que a concentração de glicose ultrapassa a capacidade dos transportadores em fazer a sua reabsorção. Portanto, mais glicose será filtrada mas nem tudo conseguirá ser reabsorvido. Os transportadores saturam seus sítios devido à sua especificidade! Então pode até haver mecanismos para aumentar a expressão dos transportadores, mas acabam não sendo suficientes para a demanda.
RECUPERAÇÃO DE HCO3-
Objetivo: manutenção de pH e reabsorção de H2O
*O HCO3- não entra na célula do túbulo contorcido proximal por ele mesmo. Ele é filtrado, fica na luz tubular. Aqui ele recebe H+ vindo do antiporte Na+/H+ (alimentado pela bomba de sódio e potássio na memb basolateral) e se transforma em H2CO3 que tem ação da anidrase carbônica presente na membrana apical que o dissocia e gera CO2 e H2O. CO2 entra na célula por difusão, sofre ação reversa da Anidrase carbônica no citosol, ressintetiza H2CO3 que depois se dissocia em H+ e HCO3-. HCO3- vai ao interstício e é reabsorvido pelo transporte com Na+/HCO3 (simporte).
- RDFAH = majoritariamente reabsorção de água, sem soluto
- RAFAH = transporte passivo de Na+
REABSORÇÃO POR TRANSPORTE ATIVO DE SAIS NO RAGAH (NKCC)
O transportador NKCC faz transporte ativo secundário (dependente da força eletroquímica gerada pela bomba Na+/K+ ATPase na MBL). Isso então permite que K+. Cl- sejam transportados contra seu gradiente eletroquímico. 
*Cl- e K+ podem entrar no interstício por difusão ou por este transportador Cl-/K+ (simporte na memb basolateral)
*A bomba na+/k+ atpase favorece secreção de K+ para a luz tubular
*Enchendo o insterstício com estes ions, favorecerá a reabsorção de H2O
*Por isso chama-se porção diluidora do fluido tubular! Retira bastante íons... HIPOSMÓTICA
DIURÉTICOS DE ALÇA – ANTI-HIPERTENSIVOS (FUROSEMIDA)
Atua na inibição do NKCC. Sendo assim, inibe a reabsorção de íons, principalmente o sódio na porção ascendente grossa da alça de henle. O sódio permanece no fluido tubular, o que favorece o carreamento de água para este fluido, e a água que seria reabsorvida juntamentecom a reabsorção destes íons, não ocorre. Sendo assim, há diminuição da volemia e diminuição da PA, com diurese estimulada, uma vez que a agua fica toda retida no fluido junto com os íons.
TUBULO CONTORCIDO DISTAL – SECREÇÃO DE K+
DUCTOS COLETORES
1. Células intercalares tipo B (BETA) – SECREÇÃO DE HCO3-
*Aqui a secreção de HCO3- não tem nada a ver com reabsorção ou não de H2O, apenas para equilíbrio ácido/base.
*secreção de HCO3- por antiporte com Cl-
2. CÉLULAS INTERCALARES TIPO A (ALFA) – SECREÇÃO DE H+
*secreção de H+ por cotransporte do tipo antiporte com K+
**TAMBEM HÁ SECREÇÃO DE K+ IGUAL OCORRE NO TUBULO DISTAL.
*O transporte de sais aqui é controlado pela aldosterona. Estimula a reabsorção de sódio e secreção de potássio e hidrogênio. Atua estimulando a síntese e densidade de transportadores como a bomba Na+/K+ ATPase e canais para sódio e potássio na membrana luminal.
AÇÃO DO HORMONIO ADH (VASOPRESSINA OU ANTIDIURÉTICO) NO DUCTO COLETOR
Em condições onde a volemia precisa ser aumentada uma das funções do ADH é justamente aumentar a reabsorção de H2O pelos ductos coletores, que apenas são permeáveis a água na sua presença.
O ADH tem receptores nas células do ducto coletor e agem pela via da PKA que fosforila vesículas contendo aquaporinas, de forma q se insiram por exocitose na membrana luminal. Então os canais de agua são inseridos e aumenta a permeabilidade do ducto coletor, antes impermeável à H2O.
CLEARANCE RENAL
- volume de plasma que fica completamente livre/depurado de uma substancia por unidade de tempo
- com este conceito pode-se avaliar a função renal pela TFG (taxa de filtração glomerular). Portanto, é necessário utilizar uma substancia que é livremente filtrada mas não é reabsorvida e nem secretada – aí você tem a certeza de que aquilo que aparecer na urina de fato é o que foi filtrado, não houve modificações no ultrafiltrado. A creatinina é uma substancia endógena com essas características, mas também existe uma substancia exógena que pode ser injetada, a inulina. 
- O clearance também pode ser usado para avaliar, por exemplo, a atividade de reabsorção de glicose. Enquanto ela está sendo reabsorvida – o que é normal -, seu clearance será nulo – nada está sendo excretado/filtrado/nada de sangue livre. Mas a partir do momento em que seus transportadores saturam o clearance vai aumentando, o que significará que que tem glicose sendo excretada na urina porque não consegue ser reabsorvida.
IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL PARA IDOSOS E CRIANÇAS -> eles têm a função renal reduzida... redução principalmente do ritmo de filtração glomerular. O que reduz a efetividade na eliminação de drogas e metabólitos e aumenta os níveis séricos de drogas e medicamentos.
É importante avaliar pra mexer na dose do medicamento e no tempo entre doses.
REGULAÇÃO DE OSMOLARIDADE E VOLUME DOS LÍQUIDOS CORPORAIS
Osmolaridade -> controle de água para diluir ou concentrar Na+ (é o mais preponderante no meio extracelular)
Hipotonicidade ou Hipertonicidade alteram o volume celular e comprometem as funções celulares.
Volume plasmático -> controle de Na+ e de água (principalmente Na+)
Manter o volume é importante para manter a pressão sanguínea – importante para adequada perfusão e função nos tecidos.
*O mais importante determinante de volume extracelular é o Na+, pois é o principal constituinte osmótico do fluido. Quando Na+ se move, a água é carreada juntamente com ele. 
*O líquido extracelular é aquele que é regulado conforme a necessidade de osmolaridade dos tecidos, chama-se PLASMA. 
· Há diferenças na reabsorção de sais e de água nas diferentes regiões dos túbulos renais. Os elementos chaves para a difusão diferencial de cada um deles é justamente a permeabilidade a solutos e solvente ao longo da alça de Henle e também os gradientes de concentração entre o liquido tubular e o interstício córtico-medular.
MECANISMO MULTIPLICADOR DE CONTRACORRENTE (FORMAÇÃO DA HIPERTONICIDADE MEDULAR)
FORMAÇÃO DA HIPERTONICIDADE MEDULAR – um dos mecanismos pelo qual o rim pode variar tanto na regulação do volume e concentração da urina.
Imaginemos que inicialmente o fluido que circula pela alça de henle (tanto a porção descendente quanto a porção ascendente) bem como o interstício que circunda esta região tem osmolaridade inicial de 300mOsm, ou seja, há uma isosmolaridade entre o ultrafiltrado e o interstício. 
Em um dado momento, em um segmento do ramo ascendente (são eles mesmos os que fazem reabsorção de NaCl, ou passivamente ou ativamente) haverá reabsorção de sal e, portanto, isso reduziria a sua concentração tubular, refletindo na osmolaridade tubular que cairá (vamos supor que seja reabsorvido 100mOsm), então o fluido tubular terá agora 200mOsm e o interstício tem a sua osmolaridade aumentada a 400mOsm, criando um gradiente de 200mOsm, e isto é o EFEITO UNITÁRIO (transferência de soluto sem água pela porção ascendente grossa da alça de henle).
Isso vai ocorrendo também para regiões mais acima. O interstício vai ficando mais concentrado e o interior do túbulo menos concentrado (osmolaridade vai diminuindo em um e aumentando no outro). 
Ao mesmo tempo em que isso ocorre, o ramo descendente fino da alça de henle (que basicamente não faz reabsorção de sais apenas de água), está recebendo fluido isotônico do TCP a 300mOsm, sendo que agora o interstício peritubular está mais concentrado. Com isso, tende a se equilibrar com o interstício: perde água para o interstício e ganha dele NaCl (a favor do gradiente de concentração). Portanto, fará isto até que atinge os 400mOsm que era a osmolaridade do interstício nessa ocasião, concentrando seu fluido. 
No momento em que o fluido concentrado/hipertônico/de osmolaridade aumentada deixa a porção descendente e flui para a porção ascendente, esta recebe este fluido e sobre ele, o mesmo efeito unitário é recebido, uma vez que a reabsorção de NaCl sem reabsorção de água ocorre por toda a porção ascendente. Portanto, há a MULTIPLICAÇÃO DO EFEITO UNITÁRIO até o equilíbrio. 
A alça de henle, então, é um SISTEMA CONTRACORRENTE MULTIPLICADOR: o fluido ao descer pelo ramo descendente se concentra e ao atingir o ramo ascendente vai se diluindo até a hipotonicidade que é atingida no TCD.
*Além do NaCl- a ureia também é importante para a hipertonicidade medular. Ela é reabsorvida no ducto coletor e então se concentra no interstício medular. Ela pode se difundir passivamente para os ramos da alça de Henle. 
· A partir do inicio do ducto coletor a osmolaridade do fluido tubular depende dos níveis de ADH circulantes, uma vez que o ducto coletor só se torna permeável à água na presença de ADH. Então, se há ADH a água é reabsorvida passivamente de forma que a osmolaridade do fluido possa entrar em equilíbrio com a do interstício. A osmolaridade tubular vai aumentando. 
Na ausência de ADH o fluido tubular não tem osmolaridade aumentada/não se concentra, pois nessa situação o ducto coletor é impermeável.
CONSERVAÇÃO DA HIPERTONICIDADE MEDULAR
- Papel da Ureia (circulação da ureia)
A elevada concentração de ureia no interstício deve-se à sua difusão, a favor do gradiente de concentração, do ducto coletor para o interstício (reabsorção). Ela recircula entre o ducto coletor e a alça de henle na papila renal (a sua concentração aumenta em direção à papila renal). 
A ureia no interstício penetra passivamente no ramos da alça de henle. 
Funciona como soluto auxiliar no aumento da hiperosmolaridade do interstício medular.
O ADH aumenta a permeabilidade à ureia. Porque? Por aumentar a permeabilidade do ducto coletor à água, esta é reabsorvida e assim concentra-se a ureia no fluido tubular. Isso permite que a ureia se difunda passivamente do coletor para o interstício que o envolve.
Isso também depende da reabsorção de NaCl no ramo ascendente da alça de henle, porque isso torna o fluido tubular um pouco menos concentrado, criando o gradiente osmótico para reabsorção de água no coletor, o que eleva a concentração tubular de ureia.
Na ausênciade ADH, o acúmulo de ureia no interstício não ocorre, porque a reabsorção de água no ducto coletor é crucial para concentrar ureia no fluido tubular favorecendo sua difusão para o interstício.
- Papel dos vasos retos
Cabe aos vasos retos, que caminham ao longo das estruturas tubulares medulares, remover do interstício medular o cloreto de sódio, a ureia e a água acrescentados ao interstício pelas diferentes porções tubulares medulares. Os ritmos de acréscimo pelos túbulos e remoção pelos vasos, devem equilibrar-se a fim de ser conservada a hipertonicidade do interstício medular em determinado nível.
Se o fluxo sanguíneo aumentar muito no ramo descendente do vaso reto ele chega à região ascendente cada vez menos concentrado em relação ao interstício – o natural seria ele ir se concentrando para se equilibrar com o interstício que o envolve, mas não há tempo devido ao fluxo. Então, ao atingir a porção ascendente o sangue tem maior capacidade de retirar NaCl e ureia do interstício e menor capacidade de remover água – há grande perda de água do sangue para o interstício. Chama-se LAVAGEM DO INTERSTÍCIO. Nessa condição não há mais como a água ser absorvida pelos ductos coletores, mesmo na presença de ADH – fluxo de urina cresce e ela é menos concentrada.
ADH – HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO OU VASOPRESSINA 
Se é um hormônio antidiurético o que ele pretende fazer como função final é conservar H2O no corpo, impedir a sua excreção! Portanto vai estimular reabsorção de água... isso aumenta a volemia! 
- Hipovolemia, desidratação, aumento de osmolaridade.
ESTÍMULOS PARA LIBERAÇÃO DE ADH
Controle osmótico da secreção de ADH: osmorreceptores que detectam alterações na osmolaridade plasmática -> AUMENTO da osmolaridade plasmática estimula a secreção de ADH pelo hipotálamo; DIMINUIÇÃO da osmolaridade plasmática inibe a secreção de ADH pelo hipotálamo; sensibilidade quanto ao nível de sódio (células da mácula densa)
Controle hemodinâmico da secreção de ADH: barorreceptores (células granulares da A aferente) que detectam alterações na pressão sanguínea -> DIMINUIÇÃO DA PA (DIMINUIÇÃO DE VOLEMIA) estimula a secreção de ADH, enquanto que o AUMENTO DA PA e da volemia inibem a secreção de ADH
Aqui o aumento da secreção de ADH se faz indiretamente, pelo estímulo da secreção de renina pelo aparelho justaglomerular! Um dos efeitos da Ang II é estimular a secreção de ADH pelo hipotálamo.
**Esses receptores estão no aparelho justaglomerular! Fazem a “inspeção” do ultrafiltrado.
Como ocorre?
Se há diminuição do volume plasmático ou diminuição da PA/perda de sangue... Os barorreceptores detectam essa diferença no aparelho justaglomerular e estimulam a liberação de renina pelas células granulares (queda da pressão sanguínea sistêmica e queda da pressão de perfusão renal por consequência)
Renina atuará convertendo Angiotensinogênio em Angiotensina I que posteriormente é convertida em Angiotensina II pela enzima ECA (enzima conversora de angiotensina – existe no endotélio vascular corporal mas é abundante no endotélio pulmonar). A angiotensina II possui efeito em inúmeros locais, como por exemplo no hipotálamo, estimulando a liberação de ADH. 
Obs.: o captopril é um anti-hipertensivo inibidor de ECA, portanto impede a conversão de Ang I em Ang II.
Além disso, também pode atuar no SNC estimulando a sede;
Pode estimular a liberação de aldosterona (estimula a reabsorção de Na+ e secreção de potássio e hidrogênio no ducto coletor); - então aumenta a reabsorção de sódio no ducto coletor por estimulação de aldosterona
Estimula a reabsorção de Na+, H2O e Cl- no TCP (cria gradiente osmótico para reabsorção de água a fim de aumentar a volemia e conservar água) – aumenta o volume do fluido extracelular corporal pela retenção de sódio e água no organismo
Gera vasoconstrição na arteríola eferente (também periférica), gerando diminuição da filtração glomerular (diminui a pressão hidrostática nos capilares glomerulares por diminuição da perfusão renal); - não quero perder volume excretando nada de H2O pela urina! – AUMENTO DE RESISTENCIA PERIFÉRICA (isso leva ao aumento de pressão)
Inibe secreção de ANP e Urodilatina (importantes para diminuição da volemia).
Efeito final: diminui excreção de sódio e água, conserva H2O no organismo.
EFEITOS DO ADH
1. Aumento da reabsorção de água por aumento da permeabilidade dos ductos coletores
Portanto, isso aumenta a permeabilidade do ducto coletor à água favorecendo a reabsorção. Portanto, na presença de ADH a urina fica mais concentrada (situação de antidiurese) e na sua ausência a urina fica mais diluída/menos concentrada, porque não houve reabsorção de água.
2. Aumento da velocidade do transportador NKCC no RAGAH 
Isto aumenta a reabsorção de sódio e por consequência aumenta a reabsorção de água
3. Estimula a reabsorção de NaCl pelos vasos retos o que também aumenta a reabsorção de água (tira sal e água do interstício).
Faz vasoconstrição dos vasos retos isso diminui o fluxo sanguíneo local e favorece a reabsorção de NaCl (se o fluxo for muito alto não da tempo de fazer trocas com o interstício) 
*Importante para manter a hiperosmolaridade medular (reabsorção de água – concentra ureia – difusão de ureia pra medula) – aumenta a permeabilidade à ureia
CURIOSIDADES
Tráfico negreiro e dieta hipossódica nos escravos para evitar consumo de água. Porque?
O aumento da osmolaridade plasmática decorre da concentração de Na+, principalmente. Se a osmolaridade plasmática não se elevar isto não levará ao desencadeamento de alguns estímulos que podem induzir a sede pelo hipotálamo, como por exemplo a secreção de renina e angiotensina II (é dado pelo aumento de osmolaridade plasmática ou diminuição de volemia – pressão periférica ou pressão de perfusão renal). 
Por consequência há a seleção de pessoas com rins ultrapoupadores de Na+, que não fazem reabsorção dele.
São insensíveis à ação de ECA, não convertem Ang II. Portanto insensíveis à ação de captopril.
DIABETES INSIPIDUS
Há defeito na secreção ou resposta ao ADH (neurogênica ou nefrogênica).
Em ambos os tipos a ausência da ação do ADH gera poliúria e polidipsia – altos volumes de urina excretados devido à dificuldade de reabsorção de H2O pelos túbulos renais (também tem participação na hipertonicidade do interstício medular, então tem ação não somente no ducto coletor mas também na descendente fina que reabsorve água por conta da tonicidade do interstício). 
Portanto estes indivíduos urinam constantemente e tem muita facilidade em desidratar. Têm necessidade de líquido a todo momento e se não for tratado podem evoluir para problemas de hipotensão, por exemplo.
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