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Rede e-Tec BrasilAula 5 - Demonstrações contábeis aplicadas ao setor público – parte II 65 Aula 5. Demonstrações contábeis aplicadas ao setor público – parte II Objetivo: • compreender as seguintes demonstrações patrimoniais e finan- ceiras exigidas pela legislação referente ao setor público: Balanço Patrimonial (BP); Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); De- monstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); e De- monstração do Resultado Econômico (DRE). Caro(a) estudante, Devido à grande diversidade de informações que compõem as demonstra- ções patrimoniais referentes ao setor público, entendemos que seria melhor subdividir nossa aula em duas partes, para que você possa ter um desempe- nho e um resultado melhor em termos de aprendizagem. Por isso, na aula anterior, você estudou somente o Balanço Orçamentário (BO), o Balanço Financeiro (BF) e as Demonstrações das Variações Patrimoniais (DVP). Agora, nesta aula, veremos a parte II, na qual estudaremos as demais, a começar pelo Balanço Patrimonial. Vamos começar? 5.1 Balanço Patrimonial (BP) O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, qualita- tiva e quantitativamente, a situação patrimonial da entidade pública, por meio de contas representativas do patrimônio público, além das contas de compensação. O Balanço Patrimonial (BP) do setor público é bem parecido com o BP das empresas comerciais, pois também apresenta ativo, passivo e patrimônio líquido. Lembramos que, embora os conceitos dentro da contabilidade e da conta- bilidade pública sejam praticamente os mesmos, existe sempre um entendi- mento voltado à administração pública. Vejamos como ficam os conceitos de acordo com o MCASP: Vale lembrar aqui outra característica apresentada pelo Balanço Patrimonial, que observamos quando iniciamos nossos estudos da disciplina Contabilidade Pública e Tesouraria I. O Balanço Patrimonial compara-se a uma fotografia da empresa, por caracterizar uma situação estática e momentânea, numa determinada data, expressa em valores monetários. Contabilidade Pública e Tesouraria IIRede e-Tec Brasil 66 Ativo são recursos controlados pela entidade como resultado de even- tos passados e dos quais se espera que resultem para a entidade bene- fícios econômicos futuros ou potencial de serviços; Passivo são obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos passados, cujos pagamentos se esperam que resultem para a entidade saídas de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou poten- cial de serviços; Patrimônio líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos seus passivos; Contas de compensação compreendem os atos que possam vir ou não a afetar o patrimônio. (BRASIL, 2013). Para a confecção do BP serão colhidos os dados constantes nas classes 1, 2 e 8, sendo, ativo, passivo e patrimônio líquido para o BP e as contas de controle credores para a ficha de compensação. Apresentaremos a seguir a estrutura do Balanço Patrimonial para o setor público. Rede e-Tec BrasilAula 5 - Demonstrações contábeis aplicadas ao setor público – parte II 67 Quadro 16: Estrutura do Balanço Patrimonial <ENTE DA FEDERAÇÃO> BALANÇO PATRIMONIAL Exercício Período (mês): Data de Emissão: Página: ESPECIFICAÇÃO Exercício atual Exercício anterior ESPECIFICAÇÃO Exercício atual Exercício anterior ATIVO CIRCULANTE Caixa e equivalentes de caixa Créditos a curto prazo Clientes Créditos tributários a receber Divida ativa tributaria Divida ativa não tributaria – clientes Créditos de transferências a receber Empréstimos e financiamentos concedidos (-) Ajuste de perdas de créditos a curto prazo Demais créditos e valores a curto prazo Investimentos e aplicações temporárias a curto prazo Estoques VPD pagas antecipadamente ATIVO NÃO CIRCULANTE Ativo realizável a longo prazo Créditos a longo prazo Clientes Créditos tributários a receber Divida ativa tributaria Divida ativa não tributaria – clientes Empréstimos e financiamentos concedidos (-) Ajuste de perdas de créditos a longo prazo Demais créditos e valores a longo prazo Investimentos e aplicações temporárias a longo prazo Estoques VPD pagas antecipadamente Investimentos Participações permanentes Participações avaliadas pelo método de equivalência patrimonial Participações avaliadas pelo método de custo Propriedades para investimento Demais investimentos permanentes Imobilizado Bens móveis Bens imóveis Intangível Softwares Marcas, direitos e patentes industriais Direito de uso de imóveis PASSIVO CIRCULANTE Obrigações trabalhistas, previden- ciárias e assistenciais a pagar a curto prazo Empréstimos e financiamentos a curto prazo Fornecedores e contas a pagar a curto prazo Obrigações fiscais a curto prazo Obrigações de repartição a outros entes Provisões a curto prazo Demais obrigações a curto prazo PASSIVO NÃO CIRCULANTE Obrigações trabalhistas, previden- ciárias e assistenciais a pagar a longo prazo Empréstimos e financiamentos a longo prazo Fornecedores a longo prazo Obrigações fiscais a longo prazo Provisões a longo prazo Demais obrigações a longo prazo Resultado diferido TOTAL DO PASSIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ESPECIFICAÇÃO Exercício atual Exercício anterior Patrimônio social e capital social Adiantamento para futuro aumento de capital Reservas de capital Ajustes de avaliação patrimonial Reservas de lucros Demais reservas Resultados acumulados Resultado do exercício Resultados de exercícios ante- riores Ajustes de exercícios anteriores (-) Ações / cotas em tesouraria TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO TOTAL TOTAL ATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRO ATIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTE SALDO PATRIMONIAL Contabilidade Pública e Tesouraria IIRede e-Tec Brasil 68 Fonte: Manual de Contabilidade Aplicada ao Público (BRASIL, 2013). Ressalta-se que, no quadro pertinente às contas de compensação, deverão ser inclusos os atos potenciais do ativo e do passivo que imediata ou indire- tamente possam vir a afetar o patrimônio. Para atendimento dos arts. 8 e 50 da Lei Complementar nº 101/2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, deverá ser apresentado juntamente ao BP um anexo demons- trando o superávit ou o déficit financeiro apurado pelo BP durante o exer- cício. <ENTE DA FEDERAÇÃO> DEMONSTRATIVO DO SUPERÁVIT/DÉFICIT FINACEIRO APURADO NO BALANÇO PATRIMONIAL Exercício: Período (mês): Data de Emissão: Página: DESTINAÇÃO DE RECURSOS SUPERÁVIT / DÉFICIT FINANCEIRO Ordinária Vinculada Previdência social Transferências obrigatórias de outro ente Convênios (...) TOTAL Fonte: Manual de Contabilidade Aplicada ao Público (BRASIL, 2013). 5.2 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) A Demonstração dos Fluxos de Caixa tem por objetivo evidenciar a transpa- rência da gestão pública, pois permite aos usuários projetar cenários de flu- xos futuros de caixa e assim, elaborar análises sobre eventuais mudanças em torno da capacidade de manutenção do regular financiamento dos serviços públicos – o que proporciona o gerenciamento e o controle financeiro dos órgãos e entidades do setor público. É um instrumento que evidencia toda a movimentação de dinheiro (entradas e saídas), sempre considerando um período determinado, que pode ser uma semana, um mês etc. Especificação Exercício atual Exercício anterior Especificação Exercício atual Exercício anteriorSaldo dos atos potenciais ativos Saldo dos atos potenciais passivos TOTAL TOTAL Rede e-Tec BrasilAula 5 - Demonstrações contábeis aplicadas ao setor público – parte II 69 As informações fornecidas pelos fluxos de caixa permitem aos usuários con- tábeis avaliar a capacidade das entidades gerarem caixa e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de liquidez – em outras palavras, o fluxo de caixa permite dizer com certa antecedência se uma entidade tem condi- ções ou não de arcar com todos os seus compromissos financeiros. A DFC deverá ser elaboradapelo método direto ou indireto e evidenciará as movimentações havidas no caixa e seus equivalentes mediante o fluxo das operações, dos investimentos e dos financiamentos. • O fluxo de caixa das operações compreenderá os ingressos, ou seja, as entradas decorrentes ou não de receitas ordinárias e derivadas e os de- sembolsos relacionados com a ação pública e os demais fluxos que não se qualificarem como de investimento ou financiamento; • O fluxo de caixa investimentos deverá compreender os recursos re- lacionados à aquisição e à alienação de ativo não circulante, bem como recebimentos em dinheiro por liquidação de adiantamentos ou amortiza- ção de empréstimos concedidos e outras operações da mesma natureza; • O fluxo de caixa referente aos financiamentos será composto pelos recursos relacionados à captação e a amortização (redução gradual de um valor periodicamente) de empréstimos e financiamentos. A seguir será apresentada a estrutura da DFC tanto pelo método direto quando indireto. Contabilidade Pública e Tesouraria IIRede e-Tec Brasil 70 Quadro18: Estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa <ENTE DA FEDERAÇÃO> DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Exercício: Período (mês): Data de Emissão: Página: Exercício atual Exercício anterior FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DAS OPERA- ÇÕES INGRESSOS RECEITAS DERIVADAS Receita tributária Receita de contribuições Outras receitas derivadas RECEITAS ORIGINÁRIAS Receita patrimonial Receita agropecuária Receita industrial Receita de serviços Outras receitas originárias Remuneração das disponibilidades TRANSFERÊNCIAS Intergovernamentais da União de Estados e Distrito Federal de Municípios Intragovernamentais DESEMBOLSOS PESSOAL E OUTRAS DESPESAS CORRENTES POR FUNÇÃO Legislativa Judiciária Administração Defesa nacional Segurança pública Relações exteriores Assistência social Saúde Trabalho Educação (...) JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA Juros e correção monetária da dívida interna Juros e correção monetária da dívida externa Outros encargos da dívida Rede e-Tec BrasilAula 5 - Demonstrações contábeis aplicadas ao setor público – parte II 71 TRANSFERÊNCIAS Intergovernamentais a União a Estados e Distrito Federal a Municípios Intragovernamentais FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DAS OPERAÇÕES FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTI- MENTO INGRESSOS ALIENAÇÃO DE BENS AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS CONCEDIDOS DESEMBOLSOS AQUISIÇÃO DE ATIVO NÃO CIRCULANTE CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO INGRESSOS OPERAÇÕES DE CRÉDITO DESEMBOLSOS AMORTIZAÇÃO/REFINANCIAMENTO DA DÍVIDA FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO APURAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DO PERÍODO GERAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA INICIAL CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA FINAL Contabilidade Pública e Tesouraria IIRede e-Tec Brasil 72 Quadro 19: Demonstração dos fluxos de caixa - método indireto <Ente da Federação> DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - MÉTODO INDIRETO EXERCÍCIO: MÊS: EMISSÃO: PÁGINA: Exercício atual Exercício anterior FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DAS OPERA- ÇÕES RESULTADO PATRIMONIAL AJUSTES PARA CONCILIAR O RESULTADO PATRI- MONIAL AO FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO, EXAUSTÃO CONSTITUIÇÃO DE PROVISÕES RESULTADO POSITIVO DA EQUIVALÊNCIA PATRI- MONIAL (...) FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DAS OPERAÇÕES FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTI- MENTO INGRESSOS ALIENAÇÃO DE BENS AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIA- MENTOS CONCEDIDOS DESEMBOLSOS AQUISIÇÃO DE ATIVO NÃO CIRCULANTE CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMEN- TOS FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Fonte: Manual de Contabilidade Aplicada ao Público (BRASIL, 2013). Rede e-Tec BrasilAula 5 - Demonstrações contábeis aplicadas ao setor público – parte II 73 5.3 Demonstrativo do Resultado Econômico (DRE) Quando apresentamos o DFC, dissemos que um de seus objetivos é propiciar a transparência das atividades dos governos. Essa crescente preocupação em expor a gestão dos recursos públicos revela a necessidade de implantação de um sistema de informações que permita evidenciar os resultados alcançados sob a égide da eficiência, eficácia e efetividade da gestão, além de possibili- tar o monitoramento passo a passo por meio de um sistema de contabilida- de e controladoria das ações e/ou serviços públicos. A partir desse contexto, o Conselho Federal de Contabilidade, mediante a Resolução nº 1.129/08, aprovou a Norma Brasileira de Contabilidade – NBC T16.2, na qual estabelece o subsistema de custos, cujo objetivo é registrar, processar e evidenciar os custos dos bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública (BRASIL, 2008). De acordo com esse regulamento, o subsistema de custos, juntamente com os demais (orçamentário, financeiro, patrimonial e de compensação), deverá subsidiar, ou seja, auxiliar a administração pública, no que se refere a: • desempenho da unidade contábil no cumprimento de sua missão; • avaliação dos resultados obtidos na execução dos programas de tra- balho com relação à economicidade, eficiência, eficácia e efetividade; • avaliação das metas estabelecidas pelo planejamento; • avaliação dos riscos e das contingências. (Brasil, 2008). A DRE – Demonstração do Resultado Econômico – para a administração pública, embora seja facultativa, ou seja, não obrigatória de acordo com o MCASP, tem como premissas: • o Custo de Oportunidade (CO), valor que seria desembolsado na alternativa desprezada de menor valor entre aquelas consideradas pos- síveis para a execução da ação pública; • a Receita Econômica (RE), valor apurado a partir de benefícios ge- Contabilidade Pública e Tesouraria IIRede e-Tec Brasil 74 rados à sociedade pela ação pública, obtido por meio da multiplicação da quantidade de serviços prestados, bens ou produtos fornecidos (N) pelo Custo de Oportunidade (CO), donde se extrai que RE = N x CO; • Custo de Execução (CE), valor econômico despendido pela entida- de na ação objeto da apuração do Resultado Econômico Apurado. É dividido em custos diretos – aqueles que podem ser atribuídos direta- mente a um produto, por exemplo, matérias primas usadas na fabri- cação do produto –; e indiretos –-custos que não se podem apropriar diretamente a cada tipo de bem no momento de sua ocorrência, por exemplo, gastos com energia (BRASIL, 2013). Conclui-se, pois, que o Resultado Econômico Apurado (REA) é o incremento líquido de benefícios gerados à sociedade a partir da ação eficiente e eficaz do gestor público, calculado a partir da diferença entre a Receita Econômica (RE) e o Custo de Execução (CE) da ação. Observe a fórmula. REA = RE – CE ou REA = (N x CO) - CE Podemos afirmar, então, que, mediante o resultado do REA, a ação realizada promoveu ou não uma economia aos cofres públicos. Agora veja a Demons- tração de Resultado. Quadro 20: Estrutura da demonstração de resultado econômico < Ente da Federação> DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO Exercício: Período (mês): Data de emissão: Página: Especificação Exercício atual Exercício anterior 1. Receita econômica dos serviços prestados e dos bens ou produtos fornecidos 2.(-) Custos diretos identificados com a execução da ação pública 3. Margem bruta 4. (-) Custos indiretos identificados com a execu- ção da ação pública 5. (=) Resultado econômico apurado Fonte: Manual de Contabilidade Aplicada ao Público (BRASIL, 2013). Rede e-Tec BrasilAula 5 - Demonstrações contábeis aplicadas ao setor público – parte II 75 5.4 Demonstrativo das Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL) Pelo fato de a Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido ser obri- gatória apenas para as empresas estatais dependentes e para os entes que as incorporaremno processo de consolidação das contas, trataremos dela de forma mais sucinta. REA = RE – CE ou REA = (N x CO) - CE Seu objetivo é demonstrar o déficit (prejuízo) ou superávit (lucro) patrimonial dentro do período apurado, evidenciar as mutações que ocorreram no patri- mônio líquido, os efeitos decorrentes das mudanças nos critérios contábeis e os efeitos decorrentes da retificação, ou seja, correção de erros cometidos em exercícios anteriores, e as contribuições dos proprietários e distribuições recebidas por eles como proprietários. A seguir, a estrutura da DMPL. <ENTE DA FEDERAÇÃO> DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Exercício: Período (mês): Data de Emissão: Página: Especificação Pat. social/ capital social Adiant. para futuro aumento de capital Reserv. de capital Ajustes de aval. pat. Reservas de lucros Demais reserv. Result. acumul. Ações / cotas em tesouraria TOTAL Saldo inicial ex. Anterior Ajustes de exercícios anteriores Aumento de capital Resultado do exercício Constituição/ reversão de reservas Dividendos Saldo final ex. anterior Saldo inicial ex. atual Ajustes de exercícios anteriores Aumento de capital Resultado do exercício Constituição/ reversão de reserva Dividendos Saldo final ex. atual Fonte: Manual de Contabilidade Aplicada ao Público (BRASIL, 2013). Contabilidade Pública e Tesouraria IIRede e-Tec Brasil 76 Resumo Complementado a aula anterior, vimos os conceitos dos seguintes demons- trativos: • Balanço Patrimonial (BP) – é a demonstração contábil que evidencia, qualitativa e quantitativamente, a situação patrimonial da entidade pú- blica, por meio de contas representativas do patrimônio público, além das contas de compensação. O Balanço Patrimonial (BP) do setor público é bem parecido com o BP das empresas comerciais, pois também apre- senta ativo, passivo e patrimônio líquido. • Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) – tem por objetivo eviden- ciar a transparência da gestão pública, pois permite aos usuários proje- tar cenários de fluxos futuros de caixa e, assim, elaborar análises sobre eventuais mudanças em torno da capacidade de manutenção do regular financiamento dos serviços públicos, o que proporciona o gerenciamento e o controle financeiro dos órgãos e entidades do setor público. É um instrumento que evidencia toda a movimentação de dinheiro (entradas e saídas), sempre considerando um período determinado, que pode ser uma semana, um mês etc. • Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) – seu objetivo é demonstrar o déficit (prejuízo) ou superávit (lucro) patrimonial dentro do período apurado, evidenciar as mutações que ocorreram no patrimônio líquido, os efeitos decorrentes das mudanças nos critérios contábeis e os efeitos decorrentes da retificação, ou seja, da correção de erros cometidos em exercícios anteriores, e as contribuições dos proprie- tários e distribuições recebidas por eles como proprietários. • Demonstração do Resultado Econômico (DRE) – é facultativa, ou seja, não obrigatória, e tem como premissas: o Custo de Oportunidade (CO, valor que seria desembolsado na alternativa desprezada de menor valor entre aquelas consideradas possíveis para a execução da ação pú- blica; a Receita Econômica (RE), valor apurado a partir de benefícios ge- rados à sociedade pela ação pública, obtido por meio da multiplicação da quantidade de serviços prestados, bens ou produtos fornecidos (N) pelo Custo de Oportunidade (CO), donde se extrai que RE = N x CO; e o Custo de Execução (CE), valor econômico despendido pela entidade na ação objeto da apuração do Resultado Econômico Apurado. Rede e-Tec BrasilAula 5 - Demonstrações contábeis aplicadas ao setor público – parte II 77 Atividades de aprendizagem 5. Qual é o seu entendimento acerca dos seguintes demonstrativos: Balanço Patrimonial (BP), Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e Demonstração do Resultado Econômico (DRE)? Prezado(a) estudante, nesta aula tivemos uma noção de quais são as de- monstrações contábeis exigidas em lei para a administração pública, bem como o objetivo e a estrutura de cada uma delas. Na próxima aula veremos a ética da administração pública.