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Auditoria Laudos 
e Perícias
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. Luiz Carlos Dias
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Silvia Albert
Pericias Judiciais Aspectos Legais
• Reclamação Trabalhista;
• O Perito;
• Prova Pericial.
 · Conceituar Aspectos Legal da Perícia;
 · Conceituar Perito Judicial;
 · Assistente Técnico.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Pericias Judiciais Aspectos Legais
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Pericias Judiciais Aspectos Legais
Reclamação Trabalhista
No glossário jurídico do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo uma ação 
trabalhista é definida como:
Ação judicial que envolva pedidos pertinentes à relação de trabalho. Pode 
ser movida pelo empregado contra o empregador a quem tenha prestado 
serviço, visando a resgatar direitos decorrentes da relação de emprego, 
como, também, pode ser de iniciativa do empregador. Usualmente diz-se 
reclamação trabalhista(TRT-SP).
O empregado é aquele trabalhador pessoa física que presta serviços subordinados, 
onerosos e de natureza não eventual a empregador, que é pessoa física ou jurídica que 
admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços do empregado (TRT-SP).
Este trabalhador procura um advogado, e lhe fornece todas as informações 
referentes ao período ao qual laborou ou labora na Empresa:
• Data de admissão;
• Função inicial que exercia;
• Descrição de atividades desenvolvidas;
• Atividade exposta a algum agente químico;
• Recebimento de adicional de periculosidade;
• Recebimento de adicional de insalubridade;
• Recebimento de pagamento de adicional por exposição a agentes; 
• Qual a frequência da exposição;
• Recebimento de equipamentos de proteção individual;
• Se recebeu treinamento para utilização da proteção individual;
• Se realizava exames clínicos periodicamente para identificação de alguma lesão 
provocada por agentes insalubres. 
Com todas as informações citadas pelo obreiro, o advogado elabora a peça inicial 
que é protocolada na Justiça do Trabalho. Depois de transcorrido um período de 
tempo, a audiência é marcada, e a empresa é notificada, para que tome conhecimen-
to da ação trabalhista, que está sendo movida contra ela.
A empresa deve, através de seu advogado, apresentar uma defesa escrita 
juntamente com todos os documentos que provem que cumpriu com todos os seus 
deveres para com o trabalhador, de forma a eximi-la de qualquer indenização.
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No dia da audiência, devem comparecer no horário determinado pelo juiz, o tra-
balhador, doravante designado de Reclamante, acompanhado de seu advogado; e a 
empresa, doravante chamada de Reclamada, representada pelos sócios ou por um 
representante legal chamado de preposto, desde que apresente uma procuração, que 
lhe dê poderes para representá-los na ação trabalhista, devidamente assinada pelos 
sócios, juntamente com o seu advogado de defesa. Inicialmente, o juiz irá propor 
uma conciliação entre as partes (Reclamante versus Reclamada). Se não houver 
acordo entre os mesmos, o juiz dará andamento ao processo e suas fases: fará a lei-
tura da petição inicial dos pedidos que o Reclamante faz, e solicitará que a Reclamada 
comprove de forma documental, que cumpriu todos os seus deveres trabalhistas para 
com o Reclamante, conforme apresentamos no Quadro 1, a seguir.
Reclamante: Que reivindica algo, que se queixa, critica ou se lamenta;
Reclamada: Pessoa natural ou jurídica contra quem se propõe reclamação, objeto de reclamação 
ou reivindicação.
Ex
pl
or
Do rol de pedidos do Reclamante pode fazer parte o pagamento de adicional por 
exposição a agentes insalubres, alegando que laborava exposto a agentes insalubres 
e que não recebia o pagamento deste adicional. Também pode alegar que trabalhava 
exposto a agentes perigosos, fazendo jus ao pagamento do referido adicional e que 
a empresa não reconhecia essa exposição e tão pouco executava esse pagamento. 
Nessa etapa, o juiz, pode solicitar que Testemunhas do Reclamante sejam ouvidas, de 
forma a confirmar as informações prestadas por ele. Cabe à Reclamada, apresentar 
provas de que o ambiente laboral não apresentava exposição a agentes insalubres, 
tampouco a agentes perigosos, que pode ser documentado pela apresentação do 
LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho). Esse laudo deve 
ser elaborado por um Engenheiro de Segurança do Trabalho ou por um Médico do 
Trabalho. Caso a Empresa não consiga comprovar a inexistência da insalubridade 
e/ou periculosidade no ambiente de trabalho, o juiz solicitará uma Perícia Técnica, 
para a qual será nomeado um Perito Técnico da área, para que realize uma perícia 
no local de trabalho para caracterizar ou não a existência dos agentes insalubres e/
ou perigosos.
Engenheiro de Segurança: O Técnico em Segurança do Trabalho não pode elaborar e assi-
nar este laudo, o qual somente pode ser elaborado e assinado por profi ssional de nível supe-
rior, Engenheiro ou Médico do Trabalho. O Técnico de segurança do trabalho somente pode 
elaborar e assinar relatórios.
Ex
pl
or
9
UNIDADE Pericias Judiciais Aspectos Legais
Quadro 1- Resumo de Ações
Advogado do Reclamante Reclamada Justiça do Trabalho Juiz
Elabora a 
peça inicial
 
Protocola na Justiça 
do Trabalho
É notificada
Apresenta a defesa 
com documentos 
comprobatórios.
Marca Audiência
Reclamante e
Reclamada
Propõe 
conciliação
Em caso 
positivo Em caso negativo
Não
ocorre ação
Abertura 
de processo
Leitura 
da petição
Reclamada deve 
comprovar o 
cumprimento de todos 
os deveres trabalhistas.
Fonte: Elaborado pelo Conteudista
O Perito
O Artigo 149 do Novo Código Processual Cívil (CPC/16), define o perito como 
um dos Auxiliares da Justiça, e no artigo 156 indica os requisitos para atuar como 
Perito Judicial.
Perito Judicial - Artigo 156 do CPC/16
§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados 
e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro, mantido 
pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado;
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, 
por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de 
grande circulação, além de consulta direta a universidades,a conselhos de 
classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados 
do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados;
§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção 
do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento 
e a experiência dos peritos interessados;
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§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos 
termos dos arts. 148 e 467do CPC, o órgão técnico ou científico nomeado 
para realização da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualifica-
ção dos profissionais que participarão da atividade;
§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo 
tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre 
profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do co-
nhecimento necessário à realização da perícia.
Deveres do Perito - Artigo 157do CPC/16
O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empre-
gando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. 
§ 1º A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contados da 
intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de 
renúncia ao direito a alegá-la;
§ 2º Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização 
dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para 
que a nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade 
técnica e a área de conhecimento.
Responsabilidade do Perito - Artigo 158 do CPC/16. 
O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos 
prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo 
de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, 
devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas 
que entender cabíveis.
Dessa forma, após a nomeação do perito pelo juiz, serão marcadas data e horá-
rio em que ocorrerá a diligência, para que o perito vá até o local que o Reclamante 
laborava, para realizar a Perícia Técnica.
A Reclamada deverá atendê-lo em todas as suas solicitações, pois nesse ato, ele 
representa a Justiça, ou seja, todos os documentos solicitados devem ser apresenta-
dos, o acesso aos locais de trabalho devem ser liberados, entrevistas com trabalhado-
res que exercem ou exerciam a mesma função (Paradigmas) devem ser autorizadas, 
questionamentos aos supervisores e chefias imediatas devem ser respondidas. Além 
disso o perito deve ser autorizado a fotografar as condições de trabalho, que incluem 
máquinas, equipamentos, posturas inadequadas, modos operantes. 
A Reclamada tem o direito de se fazer acompanhar, durante a Perícia Judicial, por um 
profissional habilitado com formação técnica da área, um Engenheiro de Segurança do 
Trabalho ou Médico do Trabalho intitulado Assistente Técnico, que irá elaborar um laudo 
emitindo seu parecer sobre as condições de trabalho do Reclamante.
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UNIDADE Pericias Judiciais Aspectos Legais
O Reclamante, da mesma forma que a Reclamada, poderá indicar um Assistente 
Técnico, também com formação técnica na área, Engenheiro de Segurança do Traba-
lho ou Médico do Trabalho, que irá acompanhar a Perícia Judicial e emitir seu laudo.
Todos os Assistentes Técnicos necessitam ser informados ao juiz através de Pe-
tição, que os advogados das partes devem peticionar na Vara do Trabalho onde o 
Processo está sendo julgado.
Prova Pericial
Segundo o Novo Código de Processo Cívil, na Seção X, ART. 464. a Prova Pericial 
consiste em exame, vistoria ou avaliação.
Cabe ao Perito determinado pela Justiça realizar exames no local de trabalho, 
através de vistorias para identificação da presença de agentes insalubres ou perigoso, 
fazer jus de avaliações qualitativas e/ou quantitativas para determinar a presença e 
a quantidade dos agentes no ambiente de trabalho.
Como primeiro exemplo, podemos citar a presença de um agente insalubre como 
o ruído, conforme determina a Norma Regulamentadora NR-15 no anexo I, conside-
rando que o limite de tolerância para a exposição ao ruído contínuo é de 85 dBA, para 
oito horas de exposição contínua sem proteção. 
O Perito necessita, então, quantificar o Nível de Pressão Sonora ao qual o trabalha-
dor fica exposto durante uma jornada de oito horas. Para essa avaliação quantitativa, 
o Perito deve utilizar um instrumento chamado Dosímetro de Ruído, que será ins-
talado no trabalhador e poderá mensurar, de forma numérica, qual foi o Nível de 
Exposição sonora ao qual o trabalhador ficou exposto na jornada de trabalho de 
oito horas. É importante ressaltar que esse instrumento precisa estar calibrado, e sua 
calibração deve estar válida, sendo que deve ser anexada uma cópia do certificado de 
calibração ao Laudo Pericial. Esse instrumento deve ser calibrado por um laboratório 
certificado pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia) que deve ser filiado à 
Rede Brasileira de Calibração (RBC). Esse laboratório deve possuir certificados com 
padrões rastreáveis.
Caso o resultado encontrado ultrapasse o valor de 85 dBA para uma exposição de 
oito horas, e não tenham sido adotadas medidas de proteção coletivas, como confina-
mento da fonte, isolamento acústico, e também não tenha ocorrido o fornecimento 
de equipamento individual a insalubridade estará caracterizada, pois acima deste valor 
sem a adoção das medidas de controle, a atividade é considerada insalubre.
Se tivermos uma situação em que exista a exposição do trabalhador a um nível 
de pressão sonora acima de 85 dBA, por oito horas, mas que tenham sido adotadas 
medidas de proteção coletiva e fornecimento do equipamento de proteção individual, 
como ilustra o Quadro 2, a seguir, a insalubridade não fica caracterizada.
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Quadro 2 – Descaracterização da Insalubridade
1 - Que seja 
comprovado o 
fornecimento do 
equipamento de 
proteção individual, 
protetor auricular, 
com CA. (Válido)
2 - Realizado e 
registrado o 
treinamento para 
utilização deste 
equipamento de 
proteção individual 
3 - Este EPI, deve 
atenuar a exposição 
do trabalhador ao 
ruído a um Nível de 
Pressão Sonora 
acima de 85 dBA
4 - A Insalubridade 
�ca 
descaracterizada.
Fonte: Elaborado pelo Conteudista
Um segundo exemplo, é o risco biológico, para o qual o Perito se vale de outro recur-
so para realizar a perícia, que é a Vistoria, conforme prevê a Norma Regulamentadora 
NR-15, em seu anexo 14.
RISCO
BIOLÓGICO
Figura 1
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
P ara caracterizar o Risco Biológico, basta uma avaliação qualitativa da existência da 
exposição do trabalhador ao Agente Biológico. Dessa forma, o risco ao trabalhador 
poderá ser caracterizado bastando a sua vistoria e identificação, sem a necessidade 
de quantificar o agente. Nesse caso, existem dois níveis de caracterização, segundo a 
Norma Regulamentadora NR-15, em seu anexo 14:
Grau Máximo para:
• Trabalho contínuo, em contato com:
• Pessoas em isolamento por doenças infectocontagiosas, e com objetos de seu 
uso pessoal sem que sejam previamente esterilizados;
• Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pelos e dejeções de ani-
mais portadores de doenças infectocontagiosas;
• Esgotos (galerias e tanques); 
• Lixo urbano (coleta e industrialização).
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UNIDADE Pericias Judiciais Aspectos Legais
Grau Médio para:
• Atividades em contato contínuo com pacientes, animais ou com material infec-
tocontagiante, em:
• Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacina-
ção e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-
-se unicamente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos 
que manuseiam objetos de uso desses pacientes, não previamente esterilizados);
• Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentosdes-
tinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal 
que tenha contato com tais animais);
• Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas 
e outros produtos;
• Laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão só ao pes-
soal técnico);
• Gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se somen-
te ao pessoal técnico);
• Cemitérios (exumação de corpos);
• Estábulos e cavalariças e resíduos.
Nomeação do perito - Artigo 465/16
O juiz nomeará o Perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o 
prazo para a entrega do laudo.
§ 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do 
despacho, de nomeação do perito:
I. Arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso; 
II. Indicar assistente técnico;
III. Apresentar quesitos.
Conforme determinação do artigo 465, o juiz nomeará o Perito, ver diagrama 1 a 
seguir, que receberá uma notificação de sua nomeação para realizar a referida perícia. 
Ele deverá entrar em contato com a Vara do Trabalho e poderá ter Vistas ao processo 
para o qual foi nomeado. O perito deverá ler detalhadamente todo o processo, para 
tomar ciência dos pedidos do Reclamante contra a Reclamada e verificar se não existe 
nenhum impedimento que possa restringir sua atuação no processo.
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Juiz nomeia
o Perito
Perito se dirige
Vara do trabalho vistas ao processo
Agenda data e hora da Diligência e realiza a Perícia
Veri�ca Impedimento Elabora Laudo Pericial e protocola
Figura 2 - Etapas de Nomeação do Perito e Elaboração do Laudo Pericial
Fonte: Elaborado pelo Conteudista
As partes envolvidas terão o prazo de quinze dias, após a nomeação do Perito, 
para apresentar petição com impedimento ou suspeição do mesmo. Cabe também às 
partes no mesmo período, indicar seus respectivos Assistentes Técnicos, que devem 
ser profissionais devidamente habilitados e com comprovada experiência para que 
possam atuar de forma ética e profissional.
Nessa fase, as partes podem apresentar os quesitos, que nada mais são do que per-
guntas que o perito deve responder em seu Laudo Pericial, pertinentes ao processo 
em julgo. Para responder a essas perguntas, ele deve coletar informações durante a 
diligência que será realizada para desenvolver a Perícia.
Após sua Nomeação, como mostra o Quadro 4 a seguir, o Perito tem cinco dias, 
para apresentar uma proposta com os honorários pretendidos, em que deve conside-
rar a quantidade de horas necessárias para realizar a diligência, a Perícia Técnica e a 
elaboração do Laudo pericial. Deve enviar seu Currículo com a comprovação de sua 
formação e especialização, juntamente com seus contatos profissionais e e-mail, para 
onde serão destinadas as intimações e demais documentos necessários.
§ 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias: 
I. Proposta de honorários; 
II. Currículo, com comprovação de especialização; 
III. Contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão diri-
gidas as intimações pessoais. 
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UNIDADE Pericias Judiciais Aspectos Legais
§ 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo, 
manifestar-se no prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o 
valor, intimando-se as partes para os fins do art. 95. 
§ 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos 
honorários arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, devendo o 
remanescente ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados 
todos os esclarecimentos necessários.
Nomeação
do Perito
Apresenta
proposta
Honorários
pretendidos
Com quantidades 
em horas
Perícia
Técnica
Diligências
Comprovação
de formação e 
especialização
Elaboração
de Laudo
Pericial
Contatos pessoais
telefone
e-mail
Apresenta cópia 
de Cúrriculo
Figura 3 – Providências do Perito
Fonte: Elaborado pelo Conteudista
Conforme vimos, anteriormente, está previsto no parágrafo quarto do artigo 465 
que alguns tribunais adotam honorários prévios de até cinquenta por cento dos valo-
res arbitrados pelo Juiz, entretanto, outros Tribunais não seguem essa determinação 
e o Perito somente recebe seus honorários após todo o trâmite processual e conclu-
são da ação:
§ 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a 
remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho. 
Se o Laudo Pericial for inconclusivo ou deficiente, isto é, se, após realizada 
a diligência no meio ambiente de trabalho periciado, o Laudo Pericial não tiver 
uma conclusão clara e objetiva bem sustentada, informando se o reclamante 
laborou realmente em condições de Insalubridade e/ou de Periculosidade, confir-
mando ou não seu direito ao recebimento desses adicionais, a critério do juiz, a 
remuneração que foi arbitrada inicialmente poderá ser reduzida.
§ 6º Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à nomeação de 
perito e à indicação de assistentes técnicos no juízo ao qual se destinar a Perícia.
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Quesitos suplementares – Artigo 469 CPC/16
As partes poderão apresentar quesitos suplementares durante a diligência, que pode-
rão ser respondidos pelo perito previamente ou na audiência de instrução e julgamento. 
Parágrafo Único: O escrivão dará à parte contrária ciência da juntada dos que-
sitos aos autos.
Ambas as partes interessadas poderão acrescentar quesitos suplementares duran-
te a diligência, na realização da perícia, os quais poderão ser respondidos pelo perito 
judicial previamente ou, se preferir, na audiência de instrução e julgamento.
O escrivão informará a outra parte através de notificação da juntada dos quesitos 
suplementares aos autos.
A pós a apresentação do Laudo Pericial, caso exista alguma dúvida por parte do 
juiz, o perito pode ser intimado para comparecimento à Vara do Trabalho, onde ele 
deverá prestar esclarecimentos com a devida sustentação do seu parecer, informando 
quais foram as prerrogativas utilizadas para elaboração e conclusão de seu laudo.
Cabe ao juiz indeferir quesitos que não sejam pertinentes ao processo em curso e 
casos que julgue irrelevantes ou tenham sentido dúbio. Pode também formular quesi-
tos que entenda sejam necessários para esclarecimento da causa.
Está previsto no artigo 471 que as partes podem escolher o Perito em comum 
acordo, sendo indicado por requerimento. Quando as partes escolherem o Perito, 
também já devem indicar os seus respectivos Assistentes Técnicos que irão acompa-
nhar a Perícia que será realizada no local de trabalho, com data e horário previamen-
te determinados. 
Tanto o Perito quanto os Assistentes Técnicos devem apresentar seus respectivos 
Laudos e Pareceres dentro do prazo determinado pelo juiz, sob pena de não serem acei-
tos, caso o prazo não seja cumprido, prejudicando a parte a qual o mesmo pertencia.
Caso as partes apresentem pareceres técnicos e/ou documentos que o juiz con-
sidere suficientes, a prova pericial poderá ser dispensada.
O Laudo Pericial deverá conter no mínimo a seguinte estrutura, que apresentamos 
também no Quadro 5, seguir:
a. O objeto da perícia;
b. Análise Técnica realizada pelo Perito; 
c. A metodologia aplicada para o desenvolvimento da Perícia;
d. Os equipamentos e instrumentos utilizados necessários para as avaliações quan-
titativas dos agentes insalubres;
e. A literatura técnica utilizada;
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UNIDADE Pericias Judiciais Aspectos Legais
f. Respostas aos quesitos apresentados, tantos os quesitos iniciais quanto os 
quesitos suplementares;
g. Conclusão em linguagem clara e objetiva. 
O Perito não deve emitir sua opinião pessoal. Ele deve sempre emitir parecer téc-
nico embasado legalmente sobre o tema para o qual desenvolve a Perícia.
Para o desenvolvimento da perícia, o perito e o Assistente técnico podem se 
valer de meios necessários, que lhes forneçam subsídios para emitirem seus pare-
ceres. Dentre eles podemos citar:
a. Ouvir testemunhas;
b. Solicitar documentos;
c. Solicitar mapas,planilhas, desenhos que julgar necessários;
d. Fotografar o meio ambiente de trabalho e as atividades desenvolvidas por eles.
Perito Metodologia
Análise 
Literatura usada
Respostas aos quesitos
Objeto da 
perícia
Instrumentos e 
equipamentos
Conclusão
Objetiva
Figura 4 – Laudo Pericial
Fonte: Elaborado pelo Conteudista
Dentre os documentos que podem ser solicitados pelo Perito e pelos Assistentes 
Técnicos destacamos;
a. Fichas de fornecimento de equipamentos de proteção individual;
b. Cópia do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA);
c. Cópia do Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO);
d. Fichas de Informação e Segurança de Produtos Químicos (FISPQ)
Se o Perito não conseguir entregar o Laudo pericial no prazo determinado pelo 
juiz, este poderá lhe conceder apenas uma única prorrogação por metade do prazo 
inicial determinado.
Segundo o artigo 477 do CPC/16, ao término do prazo concedido, o perito pro-
tocolará o laudo em juízo, que hoje em dia, na maioria dos Tribunais, já é feito por 
meios eletrônicos, não havendo a necessidade do Perito se dirigir pessoalmente ao 
Tribunal, para realizar o protocolo físico do documento. Esta entrega do Laudo Peri-
cial deve ocorrer pelo menos vinte dias antes da audiência de instrução e julgamento.
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O parágrafo primeiro do mesmo artigo estabelece que, após o laudo pericial ter 
sido protocolado na Vara da Justiça do Trabalho, as partes poderão se manifestar 
sobre o Laudo do Perito, no prazo de quinze dias, prazo em que os Assistentes Téc-
nicos também poderão apresentar seus pareceres.
No parágrafo segundo do mesmo artigo, caso seja apresentado algum questiona-
mento sobre o Laudo Pericial do Perito da Justiça, este deverá, no prazo de quinze 
dias, esclarecer ponto a ponto, a(s) dúvida(s) ou divergência(s) de qualquer das partes, 
do juiz ou do Ministério Público, ou ainda, se houver qualquer divergência do parecer 
dos Assistentes Técnicos.
O Parágrafo terceiro, determina que caso ainda existam dúvidas ou necessidade de 
esclarecimentos, qualquer das partes pode requisitar ao juiz que intime o Perito e/ou 
o Assistente técnico para comparecer à Audiência de Instrução e Julgamento, para a 
qual deverá formular perguntas no formato de quesitos.
O Parágrafo quarto do artigo estabelece que quando houver necessidade de 
comparecimento do Perito e/ou dos Assistentes Técnicos na Audiência de Instrução 
e Julgamento, eles deverão ser intimados por meios eletrônicos com pelo menos dez 
dias de antecedência da audiência.
Como foi visto no texto acima apresentado, destacamos a importância do profundo 
conhecimento técnico legal da Norma Regulamentadora NR-15 Agentes Insalubres, 
pois os limites de tolerância para os agentes insalubres, estão determinados em seu 
texto, e você como futuro profissional da área de Perícias Judiciais, precisa ter pleno 
conhecimento para que possa caracterizar com exatidão se existe ou não a exposição 
do trabalhador a estes agentes acima dos limites de tolerância. 
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UNIDADE Pericias Judiciais Aspectos Legais
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Novo PPP e LTCAT: Comentado e Ilustrado
ARAUJO, Giovanni Moraes de. Novo PPP e LTCAT: Comentado e Ilustrado. Rio de Janei-
ro: GVC, 2011. 477 p.
Segurança do Trabalho: Atividades e Operações Perigosas, NR-16
BRASIL. Manuais de Legislação Atlas. Segurança do Trabalho: Atividades e Operações 
Perigosas, NR-16. Atlas, São Paulo, 2010.
 Curso de Introdução à Perícia Judicial
VENDRAME, Antonio Carlos. Curso de Introdução à Perícia Judicial. 2ª ed. Rio de Ja-
neiro: VENDRAME, 2012.465 P
 Leitura
Perícias de Insalubridade e Periculosidade
https://bit.ly/2I394T1
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21
Referências
VENDRAME, Antônio Carlos. Curso de Introdução à Perícia Judicial. 2ª ed. 
Rio de Janeiro: Vendrame, 2012. 465 p. 
Ministério do Trabalho – FUNDACENTRO: http://trabalho.gov.br/index.php/se-
guranca-e saudenotrabalho/normatização/normas-regulamentadoras
21

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