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A perícia trabalhista de insalubridade e periculosidade 2022

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DESCRIÇÃO
A atuação do engenheiro de segurança do trabalho em perícias e laudos técnicos e sua relação com o perito do juízo e o assistente técnico.
PROPÓSITO
O propósito deste conteúdo é o estudo da relação técnica entre os peritos e os assistentes em um processo trabalhista, já que os peritos, nomeados pelo juízo, e os assistentes técnicos, que assistem as partes envolvidas no processo ou na reclamação trabalhista, conduzirão de forma técnica os diversos temas relacionados ao ambiente do trabalho, devendo apresentar seus laudos para que, ao fim, sirvam de convencimento do juiz em sua decisão.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer as atividades do perito judicial
MÓDULO 2
Identificar a relação entre o perito judicial e os assistentes técnicos
INTRODUÇÃO
OS PROFISSIONAIS DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA E SUAS ATIVIDADES TÉCNICAS PERICIAIS.
MÓDULO 1
Reconhecer as atividades do perito judicial
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
Muitas reclamações trabalhistas demandam perícias técnicas em função de seu contexto muito específico. Nesse sentido, dois profissionais são fundamentais: o perito nomeado pelo juízo e os assistentes das partes envolvidas no processo, sejam reclamantes sejam reclamadas.
Veja o case a seguir.
Durante uma audiência de conciliação, as partes envolvidas no processo não chegaram a um acordo. Uma delas argumentou ao juiz que, para que o processo tivesse seu curso correto, era fundamental a realização da prova pericial. O juiz deferiu o pedido da prova e nomeou um perito judicial de sua confiança que já havia atuado em outras reclamações trabalhistas, em processos contra a mesma reclamada.
Na presente lide (discussão judicial), o reclamante alegava que, durante todo o período em que atuou para a reclamada, esteve exposto a “muito barulho” e jamais recebeu o adicional de insalubridade a que acreditava ter direito, tendo solicitado em grau máximo em sua peça inicial.
Por sua vez, a reclamada alegou que nunca houve ruído acima dos limites de tolerância estabelecidos pela Norma Regulamentadora NR 15 no ambiente e, como prova disso, anexou seu Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) com as medições de ruído no ambiente de trabalho da autora.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
Parte superior do formulário
1. A RECLAMADA, AO VERIFICAR A NOMEAÇÃO DO PERITO JUDICIAL E QUE ESTE JÁ HAVIA PARTICIPADO DE OUTRAS DEMANDAS TRABALHISTAS EMITINDO LAUDOS CONTRÁRIOS AO SEU INTERESSE, SOLICITOU AO JUIZ QUE A DECISÃO FOSSE ANULADA E QUE FOSSE NOMEADO OUTRO PROFISSIONAL. NESSE CASO, É CORRETO AFIRMAR QUE:
O fato de o perito nomeado pelo juiz já ter atuado em outras demandas contra a reclamada não justifica a anulação de sua nomeação.
A repetição do perito para diversos processos que envolvam a mesma reclamada significa “vício” pericial com prejuízos para a reclamada, devendo ser anulada a nomeação.
Tendo em vista que o perito nomeado já atuou em outros processos com laudos desfavoráveis, isso implicará que, mais uma vez, ele terá os mesmos posicionamentos e deverá ser retirado do processo.
O perito do juízo, ao ser nomeado mais de uma vez em reclamações trabalhistas contra a reclamada, retira do processo o contexto da imparcialidade.
No caso em tela, o juiz deverá acatar o pedido da reclamada e nomear outro perito, pois o mesmo profissional não deverá atuar várias vezes contra a mesma empresa.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. DURANTE A DILIGÊNCIA NA SEDE DA RECLAMADA, O PERITO VERIFICOU A DOCUMENTAÇÃO APRESENTADA, ESPECIALMENTE O PPRA. ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA.
A avaliação da documentação é suficiente para a elaboração do laudo técnico.
A avaliação qualitativa do ruído será o suficiente para seu convencimento.
O perito deverá, neste caso, ouvir o reclamante para saber se ele realmente esteve exposto ao ruído.
O perito deverá ouvir outros trabalhadores e, caso afirmem que existe ruído no ambiente de trabalho, deverá apresentar lado a favor do reclamante.
O perito do juízo deverá, além de outros procedimentos, realizar avaliações técnicas quantitativas para a constatação do ruído ocupacional.
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. A reclamada, ao verificar a nomeação do perito judicial e que este já havia participado de outras demandas trabalhistas emitindo laudos contrários ao seu interesse, solicitou ao juiz que a decisão fosse anulada e que fosse nomeado outro profissional. Nesse caso, é correto afirmar que:
A alternativa "A " está correta.
O Código de Processo Civil não limita o número de perícias a ser realizado pelo mesmo perito nomeado, seja para a parte reclamante seja para a reclamada, como no caso em questão. Logo, o juiz deverá manter tanto a decisão quanto o perito nomeado corretamente para mais uma demanda na sede da reclamada, sendo possível, inclusive, que o laudo pericial seja plenamente favorável.
2. Durante a diligência na sede da reclamada, o perito verificou a documentação apresentada, especialmente o PPRA. Assinale a afirmativa correta.
A alternativa "E " está correta.
Uma correta diligência pericial deverá conter, além das entrevistas com as partes envolvidas e com o paradigma, as análises criteriosas dos programas ocupacionais da reclamada, as verificações dos equipamentos de proteção coletivos e individuais fornecidos pela empresa, dos treinamentos e supervisões de segurança, as avaliações técnicas do nível de ruído e do tempo em que o reclamante esteve exposto ao ruído a fim de compará-lo ao Quadro I da Norma Regulamentadora NR 15. Nesse caso, o uso de equipamentos de medição devidamente calibrados, como o decibelímetro e o dosímetro, será fundamental para a elaboração do trabalho técnico e do convencimento do juízo.
3. O PERITO DO JUÍZO AVALIOU TECNICAMENTE O POSTO DE TRABALHO DO RECLAMANTE E, COM O AUXÍLIO DE UM PARADIGMA, OU SEJA, PROFISSIONAL QUE REALIZA, NO MOMENTO DA DILIGÊNCIA, AS MESMAS ATIVIDADES QUE O RECLAMANTE REALIZAVA À ÉPOCA DA OCORRÊNCIA, CONCLUIU QUE ELE ESTEVE EXPOSTO A RUÍDO OCUPACIONAL DE 85DB (A) POR 2 HORAS DIÁRIAS. VERIFICOU AINDA QUE, NAS DEMAIS ATIVIDADES REALIZADAS PELO RECLAMANTE, ELE ESTEVE EXPOSTO A RUÍDO DE 68DB (A). DIANTE DESSE CENÁRIO E DE ACORDO COM SUAS AVALIAÇÕES QUANTITATIVAS, QUAL SERÁ A CONCLUSÃO DO LAUDO PERICIAL?
RESPOSTA
Criteriosamente, o perito do juízo avaliou tecnicamente o ambiente de trabalho onde o reclamante laborou para a reclamada, utilizando-se de um paradigma para suas análises quantitativas e com auxílio de equipamentos de medições, chegando à conclusão de que, das 8 horas de trabalho, apenas durante 2 havia exposição a 85dB (A). Ao comparar esses resultados com os níveis estabelecidos pelo Quadro I da Norma Regulamentadora 15, que trata de insalubridade, concluiu, de forma inequívoca, que o reclamante não fazia jus a nenhum adicional. A norma estabelece que, para um ruído ocupacional de 85dB (A), o trabalhador terá direito a adicional de insalubridade se estiver exposto durante 8 horas diárias de trabalho. No caso em questão, a exposição era de apenas 2 horas diárias.
O PERITO JUDICIAL FRENTE ÀS DEMANDAS TRABALHISTAS.
ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO A SERVIÇO DA JUSTIÇA
O Brasil é um país que se caracteriza por uma grande quantidade de reclamações trabalhistas perante o poder judiciário. Muitas dessas reclamações estão relacionadas às condições do ambiente de trabalho, em que o reclamante ou autor alega que, durante o período em que trabalhou para a reclamada, ou para o réu, esteve exposto a condições nocivas que, em seu entendimento, garantiriam a ele um adicional de insalubridade, que pode variar em 10%, 20% ou 40% do salário-base.
Foto: Shutterstock.com
Outro questionamento judicial, mas com pedido de 30% incidentes sobre o salário-base, é o de periculosidade, em que determinado autor requer esse adicional alegando ter atuado em atividades ou operações com líquidos inflamáveis, explosivos ou, ainda, eletricidade.
EM AMBOS OS CASOS, EXISTE UM CONTEXTO NORMATIVO NO QUAL A INSALUBRIDADE ENCONTRA AMPARO NA NORMA REGULAMENTADORANR 15, E A PERICULOSIDADE, NA NORMA REGULAMENTADORA NR 16, CONFORME ESTABELECE A PORTARIA NO 3.214 DE 08 DE JUNHO DE 1978 DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (À ÉPOCA), ATUAL MINISTÉRIO DA ECONOMIA.
Observe que, nesses casos, existem alegações entre as partes, logo, o reclamante alega que esteve exposto e requer seu adicional. Já a parte reclamada, por sua vez, afirma que as condições oferecidas durante todo o período trabalhado eram seguras e dentro dos limites de tolerância estabelecidos pelas normas, ou, ainda, que proporcionou ao trabalhador a redução dos riscos por meio de equipamentos coletivos ou individuais. O juiz, ouvindo as alegações das partes, necessitará de informações técnicas sobre o ambiente de trabalho para proferir sua sentença. Isso quer dizer que, para que tenha certeza de sua decisão, precisará de informações técnicas que o convençam de forma inequívoca. Logo, o juiz deve recorrer a um profissional com formação técnica bem específica para que, em determinado processo trabalhista, realize um laudo que lhe sirva de base seu entendimento.
O profissional em questão é o perito judicial, que é o engenheiro de segurança do trabalho, devidamente cadastrado no sistema do judiciário e nomeado pelo juiz, mas que não mantém vínculo empregatício com a justiça do trabalho. Ele será nomeado conforme as demandas e, encerrado o processo, sua relação com a justiça será finalizada automaticamente, podendo recomeçar em outra reclamação trabalhista, caso o juiz queira o renomear novamente.
Foto: Shutterstock.com
É importante notar que o engenheiro de segurança do trabalho é o profissional mais solicitado nas nomeações por parte do judiciário, no caso de perícias judiciais que envolvam insalubridade ou periculosidade, mas que o médico do trabalho também é um profissional habilitado às mesmas nomeações. Porém, verificamos de forma muito clara que os juízes preferem nomear os médicos do trabalho em demandas que envolvem doenças ocupacionais, que são temas exclusivos desse profissional, e não do engenheiro.
Quando recorremos ao latim, o termo peritus, formado pelo verbo perior, que quer dizer “experimentar”, “saber por experiência”, refere-se ao sujeito ativo da perícia, matéria em que é versado ou prático. Logo, o perito é a pessoa que, pelas suas qualidades especiais, supre as insuficiências do juiz no que tange à verificação ou apreciação daqueles fatos da causa que exijam conhecimentos especiais ou técnicos.
NÃO ESTAMOS AFIRMANDO QUE O JUIZ NÃO TEM CONHECIMENTO TÉCNICO SOBRE O TEMA, MAS APENAS QUE ELE NÃO POSSUI CONDIÇÕES DE IR AO AMBIENTE A SER PERICIADO PARA REALIZAR AS AVALIAÇÕES QUANTITATIVAS OU QUALITATIVAS SOBRE O TEMA; NO CASO EM QUESTÃO, A INSALUBRIDADE OU A PERICULOSIDADE.
O perito não substitui o juiz, ao contrário, ele o auxilia em seus trabalhos a fim de lhe fornecer informações consistentes para seu convencimento e sua decisão. Seu trabalho é meramente técnico e informativo, então, seu laudo pericial não tem a pretensão de substituir a sentença do magistrado. O juiz, inclusive, pode ou não seguir o trabalho técnico desse profissional.
FUNÇÕES DO PERITO
Veja o que estabelece o CPC em seu artigo 139 sobre as funções do Perito: “São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete”. Ainda segundo o Código de Processo Civil, nos artigos 145 a 147, as funções do perito do juízo são disciplinadas nos seguintes textos legais.
ART. 145
“Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421”.
§ 1º: Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo VI, Seção VII, deste Código (a partir do art. 420).
§ 2º: Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos.
§ 3º: Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz.
ART. 146
“O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a lei, empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo”.
Parágrafo único: A escusa será apresentada, dentro de cinco dias, contados da intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito a alegá-la (art. 423).
ART. 147
“O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer”.
Os artigos do Código Civil citados, apesar de apresentarem uma característica de natureza geral, ou seja, não se referirem exclusivamente às demandas trabalhistas, mas a toda e qualquer abordagem judicial, deixam muito clara a responsabilidade do perito judicial quando nomeado pela justiça para desenvolver seus trabalhos técnicos, e com isso, dar subsídios técnicos para que as decisões sejam, acima de tudo, justas para as partes envolvidas.
Ao ser nomeado e aceitar seus encargos, o perito deverá:
Imagem: Danielle Ribeiro
Cumprir seu ofício de forma ética e direcionada exclusivamente às abordagens do processo.
Imagem: Danielle Ribeiro
Atender ao juiz, entregando o laudo dentro do prazo estabelecido, sob pena de, caso não o cumpra, causar prejuízos ao fluxo do processo.
Imagem: Danielle Ribeiro
Apresentar seus honorários de maneira justa e criteriosa.
Imagem: Danielle Ribeiro
Agendar suas diligências de campo, de comum acordo entre as partes, dando-lhes ciência previamente.
Imagem: Danielle Ribeiro
Apresentar seu laudo com base técnica, respondendo aos quesitos apresentados pelas partes, podendo apresentar laudos complementares, caso assim seja necessário.
Imagem: Danielle Ribeiro
Nas provas periciais que envolvam as avaliações técnicas quantitativas, o perito deverá fazer uso de equipamentos de medições, apresentando os respectivos certificados e calibrações anexados a seu laudo.
Imagem: Danielle Ribeiro
Sempre que possível, o perito do juízo deverá se valer de um paradigma que o acompanhe durante a diligência.
Imagem: Danielle Ribeiro
O perito deverá sempre analisar todos os documentos que possam auxiliar seu trabalho, tais como: programa de prevenção de riscos ambientais, programa de controle médico e saúde ocupacional, perfil profissiográfico previdenciário, fichas de informações de segurança dos produtos químicos, análise preliminar de riscos, fichas dos equipamentos de proteção individual, treinamentos e demais registros importantes.
Caso o perito nomeado pelo juízo tenha alguma relação de proximidade com alguma das partes envolvidas no processo, deverá, imediatamente, informar ao juiz e solicitar sua substituição, sob pena de seu trabalho técnico receber uma suspeição e ser desconsiderado.
Em casos de suspeição, com laudos técnicos chamados “viciados”, ou seja, que não retratam a veracidade dos fatos e tendem a favorecer uma das partes envolvidas, o perito poderá ficar até dois anos sem ser nomeado por qualquer Vara do Trabalho. Ainda, dependendo da gravidade dessa suspeição e do prejuízo para uma das partes, o perito poderá ser totalmente descartado das demandas judiciais, além de sofrer processos por danos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. OS JUÍZES, NO CASO DE RECLAMAÇÕES TRABALHISTAS, VALEM-SE DE PROFISSIONAIS DEVIDAMENTE QUALIFICADOS E ESPECIALIZADOS NAS MATÉRIAS EM QUE O PROCESSO REQUERER. NO CASO DE DEMANDAS QUE ENVOLVAM INSALUBRIDADE E/OU PERICULOSIDADE, QUAIS PROFISSIONAIS PODERÃO SER NOMEADOS PARA ATENDIMENTO À JUSTIÇA DO TRABALHO?
Médico do trabalho e advogado trabalhista.
Engenheiro de segurança do trabalho e fisioterapeuta ocupacional.
Psicólogo do trabalho e médico do trabalho.
Advogadotrabalhista e técnico em segurança do trabalho.
Engenheiro de segurança do trabalho e médico do trabalho.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. OS PERITOS NOMEADOS PELO JUÍZO TRABALHISTA DEVERÃO CUMPRIR COM ZELO E ÉTICA OS ENCARGOS QUE LHE FORAM CONFERIDOS, SEGUINDO OS PARÂMETROS TÉCNICOS ESTABELECIDOS PELA PORTARIA NO 3.214, QUE TRATA SOBRE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE OCUPACIONAL, E OS ARTIGOS ESTABELECIDOS PELO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, QUE REGE, DENTRE OUTRAS BASES LEGAIS, AS FUNÇÕES DO PERITO JUDICIAL. CASO NÃO CUMPRA AS FUNÇÕES PARA AS QUAIS FOI DESIGNADO, CAUSANDO PREJUÍZOS ÀS PARTES OU AO FLUXO DO PROCESSO:
o perito poderá ficar inabilitado por até, no máximo, um ano.
o perito poderá ficar inabilitado por até cinco anos.
o perito ficará inabilitado por dois anos.
o perito ficará inabilitado por dez anos.
o juiz decidirá o que fazer. Não existe um prazo estabelecido pelo Código de Processo Civil, devendo ficar a cargo do juiz a inabilitação do perito judicial, visto que foi ele quem o nomeou.
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. Os juízes, no caso de reclamações trabalhistas, valem-se de profissionais devidamente qualificados e especializados nas matérias em que o processo requerer. No caso de demandas que envolvam insalubridade e/ou periculosidade, quais profissionais poderão ser nomeados para atendimento à Justiça do Trabalho?
A alternativa "E " está correta.
No caso de perícias trabalhistas que envolvam temas de insalubridade ou periculosidade, ou ambos, conforme estabelecem as Normas Regulamentadoras 15 e 16, respectivamente, apenas o engenheiro de segurança do trabalho e o médico do trabalho estarão habilitados para atendimentos ao judiciário.
2. Os peritos nomeados pelo juízo trabalhista deverão cumprir com zelo e ética os encargos que lhe foram conferidos, seguindo os parâmetros técnicos estabelecidos pela Portaria no 3.214, que trata sobre segurança, higiene e saúde ocupacional, e os artigos estabelecidos pelo Código de Processo Civil, que rege, dentre outras bases legais, as funções do perito judicial. Caso não cumpra as funções para as quais foi designado, causando prejuízos às partes ou ao fluxo do processo:
A alternativa "C " está correta.
O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por dois anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.
MÓDULO 2
Identificar a relação entre o perito judicial e os assistentes técnicos
LIGANDO OS PONTOS
Foto: Shutterstock.com
Muitas reclamações trabalhistas necessitam de perícias técnicas em função de seu contexto muito específico e, nesse sentido, dois profissionais são fundamentais: o perito nomeado pelo juízo e os assistentes das partes envolvidas no processo, sejam reclamantes sejam reclamadas.
Veja o case a seguir.
Durante uma audiência de conciliação, as partes envolvidas no processo não chegaram a um acordo e uma delas alegou ao juiz que, para que o processo tivesse seu curso correto, seria fundamental a realização da prova pericial. O juiz deferiu o pedido da prova e nomeou um perito judicial de sua confiança, o qual já havia atuado em outras reclamações trabalhistas em processos contra a mesma reclamada.
Na presente lide (discussão judicial), o reclamante alegava que, durante todo o período em que atuou para a reclamada, esteve exposto a “muito barulho” e jamais recebeu o adicional de insalubridade que entendia ser devido a ele, tendo solicitado os valores em grau máximo em sua peça inicial.
Por sua vez, a reclamada alegou que nunca houve ruído acima dos limites de tolerância estabelecidos pela Norma Regulamentadora 15 no ambiente e, como prova disso, anexou seu Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) com as medições de ruído no ambiente de trabalho da autora.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
Parte superior do formulário
1. EM QUE MOMENTO OS ASSISTENTES TÉCNICOS DEVERÃO APRESENTAR SEUS QUESITOS TÉCNICOS PARA SEREM RESPONDIDOS PELO PERITO DO JUÍZO?
Os assistentes técnicos deverão ser indicados pelas partes até dez dias após a audiência de conciliação.
Os assistentes técnicos deverão ser indicados pelas partes até dez dias após a audiência de instrução e julgamento.
Os assistentes técnicos deverão ser indicados até a data-limite da realização da perícia na sede da reclamada.
Não existe no, Código de Processo Civil, um prazo definido para que as partes indiquem seus assistentes técnicos.
Os assistentes técnicos deverão ser indicados no momento da entrega do laudo pericial por parte do perito do juízo.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. DURANTE A DILIGÊNCIA PERICIAL, O PERITO DO JUÍZO LIMITOU-SE À AVALIAÇÃO DOCUMENTAL E A ENTREVISTAS COM AS PARTES. ASSIM, NÃO AVALIOU QUANTITATIVAMENTE O AMBIENTE DE TRABALHO COM OS EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO DO RUÍDO OCUPACIONAL. O LAUDO FOI DESFAVORÁVEL À RECLAMADA. COMO O ASSISTENTE TÉCNICO DA RECLAMADA DEVERÁ PROCEDER NESSE CASO?
Deverá acatar o laudo do perito do juízo, que é soberano.
Deverá considerar que, tecnicamente, o perito foi correto em sua diligência.
Deverá elaborar um laudo complementar contestando o perito e apresentando sua tese com embasamento técnico.
Deverá informar ao Conselho de Engenharia a postura incorreta do perito judicial.
Deverá pedir uma audiência com o juiz para expor o absurdo cometido pelo expert da justiça.
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. Em que momento os assistentes técnicos deverão apresentar seus quesitos técnicos para serem respondidos pelo perito do juízo?
A alternativa "A " está correta.
Os assistentes técnicos das partes serão indicados caso não ocorra acordo entre reclamada e reclamante na audiência de conciliação. Logo, se inconciliadas, o juiz determinará que, em dez dias, as partes apresentem seus respectivos assistentes técnicos.
2. Durante a diligência pericial, o perito do juízo limitou-se à avaliação documental e a entrevistas com as partes. Assim, não avaliou quantitativamente o ambiente de trabalho com os equipamentos de medição do ruído ocupacional. O laudo foi desfavorável à reclamada. Como o assistente técnico da reclamada deverá proceder nesse caso?
A alternativa "C " está correta.
Caberá ao assistente técnico informar ao perito do juízo, durante a diligência, que as avaliações quantitativas para o ruído ocupacional deverão usar os equipamentos corretos de medição. Caso isso não ocorra, o assistente deverá apresentar um laudo técnico complementar discordante, para que o juiz possa verificar o equívoco ou até mesmo a parcialidade jurídica cometida pelo perito nomeado pelo magistrado. Essa é a função do assistente técnico.
3. NESSA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, APÓS A AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E, OBVIAMENTE, NÃO OCORRENDO ACORDO ENTRE AS PARTES E A DETERMINAÇÃO DA PERÍCIA JUDICIAL, AS PARTES APRESENTARÃO SEUS ASSISTENTES TÉCNICOS E SEUS RESPECTIVOS QUESITOS DENTRO DOS PRAZOS ESTABELECIDOS. NESSE CONTEXTO, APRESENTE CINCO QUESITOS QUE O ASSISTENTE TÉCNICO DA RECLAMADA DEVERIA ELABORAR PARA SEREM RESPONDIDOS PELO PERITO EM SEU LAUDO OFICIAL.
RESPOSTA
O assistente técnico da reclamada poderá, nesse caso, apresentar os seguintes quesitos para serem respondidos pelo perito judicial durante sua diligência, entre outros: a) queira o ilustre perito do juízo avaliar tecnicamente o posto de trabalho da reclamada, utilizando-se de um paradigma, apresentando os níveis de exposição a ruído durante oito horas diários de trabalho; b) queira verificar se o reclamante, durante sua jornada laboral para a reclamada, fazia uso de equipamentos de proteção individual, especificando-os, informando seus registros e certificados de aprovação, bem como sua eficácia para a redução do ruído ocupacional; c) queira informar, de forma complementar, os níveis de ruído informados nos programas ocupacionais da reclamada, comparando-os, especialmente o PPRA, com os dados obtidos em campo; d) queira informar se, de acordo com suas avaliaçõestécnicas no posto de trabalho do reclamante, durante o período imprescrito em que este laborou para a reclamada, o tempo de exposição ao ruído ocupacional ultrapassou os limites de tolerância estabelecidos pelo Quadro I da Norma Regulamentadora 15; e) queira, por fim, concluir seu laudo técnico, informando se a reclamada agiu corretamente em não aplicar o adicional de insalubridade para o reclamante durante seu pacto laboral.
A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES TÉCNICOS DURANTE AS DILIGÊNCIAS.
ARTIGO 421 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Como já dito, muitos processos trabalhistas necessitam das chamadas “provas periciais” e, por esse motivo, o juiz nomeia um perito judicial, ou expert do juízo, para auxiliá-lo nas avaliações e responder a algumas questões, especialmente aquelas referentes à insalubridade e à periculosidade. Ocorre que, da mesma maneira, as partes envolvidas, reclamante e reclamada, podem indicar profissionais para assisti-las no processo e atuarem juntamente com o perito do juízo para acompanhamento das provas periciais, de suas diligências e das demais atividades de natureza técnica.
Foto: Shutterstock.com
Notem que o juiz nomeia o perito, e as partes indicam seus assistentes.
Esses profissionais, com a mesma formação e especialização dos peritos, atuam para as partes que os contrataram da mesma forma que os peritos, ou seja, por demanda, nas reclamações trabalhistas, o que não lhes garante nenhum tipo de vínculo trabalhista que possam querer requerer no futuro.
Podemos afirmar, então, que os assistentes técnicos são os peritos que representam as partes que os contrataram, devendo atuar, assim como os peritos, de forma ética e zelosa perante as demandas ou lides trabalhistas. No Código de Processo Civil, a figura do assistente técnico está prevista e encontra amparo em diversos artigos, como o artigo 421, que nos deixa claro que a distinção entre perito e assistente técnico está na nomenclatura e emerge do sujeito processual que o nomeia: aquele é nomeado pelo juiz, é o perito; aquele que é indicado pelas partes, é o assistente técnicos (CPC, art. 421, § 1°, I).
Os assistentes técnicos não se sujeitam às restrições do art. 138 do CPC ou às sanções do art. 424, § único, tendo, ainda, prazo diverso para apresentação de seus pareceres — CPC, art. 433, parágrafo único. O assistente técnico atua como consultor da parte e seu parecer equivale ao de uma perícia extrajudicial e se assemelha àquele emitido por jurisconsulto sobre questões jurídicas discutidas no processo. Ainda, os assistentes técnicos não se sujeitam às restrições do art. 138 do CPC ou às sanções do art. 424, parágrafo único, tendo, ainda, prazo diverso para apresentação de seus pareceres (CPC, art. 433, parágrafo único).
ATENÇÃO
Uma consideração importante é que as partes têm o direito de apresentar seus assistentes técnicos, mas, caso não o façam, não haverá prejuízo à prova pericial. Logo, é plenamente possível que uma diligência ocorra apenas com o perito nomeado pelo juízo, sem que as partes tenham indicado seus assistentes técnicos em processo.
Do mesmo modo, pode ocorrer — sendo bem comum — que apenas uma das partes indique seu respectivo assistente técnico. Isso decorre do fato de uma das partes não ter condições de arcar financeiramente com a contratação de um profissional especializado na área de segurança do trabalho para assisti-la.
Podemos apresentar um número expressivo de reclamações trabalhistas em que, logo após a nomeação do perito judicial, a reclamada, ou seja, a empresa empregadora do reclamante, apresenta a indicação do profissional assistente que irá atuar no processo, porém a parte reclamada em geral não indica quem irá garantir seu suporte técnico. Normalmente, o reclamante, recém-demitido, utiliza os recursos de sua rescisão contratual, bem como os demais recursos decorrentes do chamado “auxílio-desemprego” para seu sustento e o de sua família. Assim, a perícia ocorre com o expert nomeado e um assistente da reclamada. Esse fato não significa que o reclamante será prejudicado, pois caberá ao perito garantir a isonomia do processo e a integridade na condução em sua diligência pericial.
O fato é que uma perícia técnica terá melhores resultados se peritos e assistentes trabalharem em conjunto, estabelecendo uma correta metodologia de trabalho para as avaliações de campo durante suas diligências e realizando reuniões prévias e de encerramento para os corretos alinhamentos e entendimentos, inclusive, nas demandas que necessitarem do uso de equipamentos de medição para os riscos que forem objeto do processo.
Foto: Shutterstock.com
Vamos conhecer as diferenças entre o perito especialista e o assistente técnico:
Perito especialista
Sendo o perito especialista em determinada área, sua função é auxiliar o juízo, realizando a prova pericial, a qual terá como objeto o laudo pericial que deve responder a quesitos e apresentar raciocínios e conclusões com base em coisas e pessoas, seguindo métodos técnicos e científicos. Essa função abrange a percepção comum dos fatos adicionando a percepção técnica do profissional para emitir um juízo, uma conclusão. Não cabe a opinião jurídica com leis e doutrinas, mas, sim, a competência e a lealdade e cumprir seus prazos estabelecidos, sob pena de substituição e/ou consequências de acordo com o código penal.
Assistente técnico
O assistente técnico, embora também seja especialista em determinada área, tem a função de auxiliar a parte mediante um parecer técnico com críticas e raciocínios, discordando ou concordando com o laudo pericial e ajudando na elaboração de quesitos que direcionem o perito no momento da perícia. Apesar da descrição parcial do assistente técnico, é preciso cautela e ponderação, pois sua opinião técnica estará totalmente exposta nos autos, permitindo que sua reputação e seu profissionalismo sejam publicamente visualizados.
Ao perito, é dada a possibilidade de recusa dentro de determinado prazo, podendo-se alegar um motivo justo de impedimento ou suspeição. Caso o juiz creia que a perícia será complexa, pode nomear dois peritos, dando condições para que as partes indiquem mais de um assistente técnico.
TANTO O PERITO TRABALHISTA COMO O ASSISTENTE TÉCNICO DEVERÃO VALER-SE DE MÉTODOS E AVALIAÇÕES QUALITATIVAS E QUANTITATIVAS QUE GARANTAM O RESULTADO DE SEU TRABALHO, COM O OBJETIVO DE AVALIAR SE EFETIVAMENTE UM TRABALHADOR, NO CASO O RECLAMANTE, ESTEVE EXPOSTO A CONDIÇÕES INSALUBRES OU PERICULOSAS DURANTE SUA JORNADA LABORAL PARA A RECLAMADA.
O uso de equipamentos de medição para as avaliações da intensidade dos riscos físicos ou da concentração dos químicos, comparando-os com os limites de exposição (ou tolerância) estabelecidos pela Norma Regulamentadora 15, no caso da insalubridade, é decisivo para o entendimento do processo e sua demanda. Da mesma maneira, as avaliações qualitativas para os riscos biológicos, enquadrando-os de acordo com o Anexo 14 da NR-15, darão ampla transparência e exatidão à lide. O uso da figura jurídica do paradigma, um trabalhador que ainda esteja na empresa, que atue na mesma função do reclamante e que, de preferência, tenha atuado com ele, poderá ser de fundamental importância.
O ASSISTENTE TÉCNICO
Os assistentes técnicos, após a nomeação do perito judicial, seguindo o fluxo do processo trabalhista, terão o prazo máximo de dez dias para a apresentação dos chamados “quesitos técnicos”, os quais serão inseridos no processo para que o perito inclua em seu laudo as respostas, após as avaliações durante sua diligência. Esse prazo ocorre logo após a audiência de conciliação, caso não ocorra “acordo” entre as partes e a prova pericial passe a ser condicionante fundamental para a continuidade do processo trabalhista. Assim, os quesitos são essenciais para a conclusão do laudo e o convencimento do juiz para deferir sua sentença. Muitas vezes, as respostas aos quesitos nortearão o próprio laudo pericial.
Vamos exemplificar a elaboração dos quesitos por parte do assistente técnico no seguinte cenário trabalhista:
EXEMPLO
Uma reclamante atuou parauma clínica oncológica sempre na função de recepcionista durante oito anos. Ela solicitou a prova pericial, visto que, em todo o “pacto laboral”, jamais recebeu o adicional de insalubridade a que, segundo ela, teria direito em função dos riscos biológicos. Assim, o assistente técnico indicado pela reclamada, ou seja, pela clínica oncológica, apresentou os seguintes quesitos técnicos referentes aos cinco últimos anos trabalhados pela reclamante, visto que, na Justiça do Trabalho, as provas superiores a esse período são chamadas de prescritas e, por isso, não serão consideradas no processo trabalhista.
Vejamos os quesitos elaborados pelo assistente técnico da reclamada:
Imagem: Danielle Ribeiro
Queira o ilustre perito do juízo avaliar as atividades da reclamante, durante o período imprescrito em que esta laborou para a reclamada na função de recepcionista. Nesse item, deve-se explicar o ambiente e suas características físicas, bem como a rotina diária de trabalho da reclamante.
Imagem: Danielle Ribeiro
Queira informar as atividades econômicas da reclamada, as características dos pacientes que realizam os tratamentos e as demais informações que considerar relevantes.
Imagem: Danielle Ribeiro
Queira o ilustre perito informar se os pacientes que realizam suas terapias e seus procedimentos oncológicos são portadores de doenças infectocontagiosas.
Imagem: Danielle Ribeiro
A reclamante fazia uso de equipamentos de proteção individual no atendimento aos pacientes e seus familiares na recepção da clínica ou os equipamentos eram desnecessários?
Imagem: Danielle Ribeiro
Tendo em vista que as atividades da reclamante eram de recepcionista, em posto de trabalho específico, era possível o seu acesso aos ambientes em que os pacientes estavam em tratamento?
Imagem: Danielle Ribeiro
Caso a resposta à pergunta anterior seja positiva, com que frequência ocorriam esses acessos? É possível estabelecer um tempo médio diário de permanência nesses ambientes?
Imagem: Danielle Ribeiro
Queira o expert, ainda, realizar uma criteriosa análise técnica dos documentos ocupacionais da reclamante, especialmente o PPRA, o PCMSO e o PPP da reclamada, e apresentar suas considerações.
Imagem: Danielle Ribeiro
É correto afirmar, seguindo os parâmetros estabelecidos pelo Anexo 14 da NR-15, que a reclamante, durante sua jornada para a reclamada, não esteve exposta a nenhum agente nocivo que lhe desse direito a adicional de insalubridade?
Imagem: Danielle Ribeiro
Queira o ilustre perito do juízo apresentar suas considerações complementares e conclusão do seu laudo pericial.
Observe que o assistente técnico da reclamada, para elaborar seus quesitos técnicos, teve que “estudar” as peças do processo, especialmente a inicial (reclamante) e a contestação (reclamada), bem como os documentos de segurança do trabalho e saúde ocupacional para o pleno entendimento da demanda e a respectiva elaboração, até para que não houvesse conflitos entre seu entendimento e a parte que o contratou.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. DE ACORDO COM O ARTIGO 421 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA EM RELAÇÃO À FIGURA JURÍDICA DOS ASSISTENTES TÉCNICOS.
Os assistentes técnicos, assim como os peritos da justiça, são nomeados pelo juízo nas ações em que estiverem envolvidos.
Uma prova pericial somente poderá ser considerada se reclamante e reclamada indicarem seus assistentes técnicos.
Os honorários dos assistentes técnicos sempre serão pagos pelo poder judiciário.
A formação técnica dos peritos é completamente distinta da dos assistentes.
Os assistentes técnicos são indicados pela parte que os contratou.
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2. A INDICAÇÃO DE ASSISTENTES TÉCNICOS POR PARTE TANTO DA RECLAMANTE QUANTO DA RECLAMADA, BEM COMO A APRESENTAÇÃO DOS RESPECTIVOS QUESITOS TÉCNICOS, É FUNDAMENTAL, PORÉM NÃO OBRIGATÓRIA, PARA A DEFESA DAS PARTES ENVOLVIDAS NAS DEMANDAS JUDICIAIS. APÓS A AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO, QUAL O PRAZO ESTABELECIDO PELO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL PARA QUE A PARTE FAÇA ESSA APRESENTAÇÃO AO JUÍZO?
Vinte dias.
Oito dias.
Dez dias.
Trinta dias.
Cinco dias.
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. De acordo com o artigo 421 do Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta em relação à figura jurídica dos assistentes técnicos.
A alternativa "E " está correta.
O artigo 421 do CPC deixa claro que a distinção entre perito e assistente técnico está na nomenclatura e emerge do sujeito processual que o nomeia: aquele nomeado pelo juiz é o perito; aquele indicado pelas partes é o assistente técnicos (CPC, art. 421, § 1°, I).
2. A indicação de assistentes técnicos por parte tanto da reclamante quanto da reclamada, bem como a apresentação dos respectivos quesitos técnicos, é fundamental, porém não obrigatória, para a defesa das partes envolvidas nas demandas judiciais. Após a audiência de conciliação, qual o prazo estabelecido pelo Código de Processo Civil para que a parte faça essa apresentação ao juízo?
A alternativa "C " está correta.
Após a audiência de conciliação, se não houver acordo entre as partes envolvidas em um processo trabalhista e caso o tema seja a prova pericial por reconhecimento de insalubridade ou periculosidade, o juiz fixará um prazo máximo de dez dias para que as partes apresentem seus assistentes técnicos e respectivos quesitos.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As funções dos peritos judiciais e dos assistentes técnicos são fundamentais para que o juiz tenha convencimento técnico para a definição de sua sentença. Assim, esses profissionais, devidamente especializados no seguimento da segurança do trabalho, deverão atuar de forma ética e dentro dos parâmetros normativos, especialmente quanto à NR-15, que trata da insalubridade, e à NR-16, que aborda a periculosidade.
O perito judicial é o profissional nomeado pelo juiz que será seus “olhos” na prova pericial, enquanto os assistentes técnicos, tanto os da reclamante como os da reclamada, deverão atuar conforme os entendimentos e as necessidades das partes que os contrataram. Porém, é fundamental deixar registrado que a perícia que apresenta melhores resultados é aquela produzida em conjunto e harmonia entre os profissionais.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto-lei no 5.452, de 10 de novembro de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Consultado na internet em: 29 set. 2021.
BRASIL. Lei no 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Consultado na internet em: 29 set. 2021.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 15 – Atividades e Operações Insalubres. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 1978. p. 238-319. Consultado na internet em: 29 set. 2021.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 16 – Atividades e Operações Perigosas. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 1978. p. 238-319. Consultado na internet em: 29 set. 2021.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria no 3.214, de 08 de junho de 1978. Consultado na internet em: 29 set. 2021.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Diretrizes sobre Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho. Genebra; Brasília: Santa Clara, 2002.
EXPLORE+
Para aprimorar os seus conhecimentos no assunto estudado:
· Assista ao vídeo Quando precisa de perícia no processo de trabalho, disponível no canal do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, no YouTube, e entenda as atividades dos peritos judiciais e dos assistentes técnicos nas provas trabalhistas que envolvem a insalubridade e a periculosidade.
CONTEUDISTA
Márcio Jorge Gomes Vicente