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0800 13 0033 www.moderna.com.br/conviver Todos os direitos reservados Avaliação – Português 5º ano Objetivo geral Ler, interpretar e produzir contos etiológicos africanos. Objetivos específicos ● Ler um texto de forma autônoma. ● Levantar hipóteses sobre o tema ou assunto desenvolvido. ● Analisar a estrutura dos contos etiológicos, percebendo que são histórias que explicam a ori- gem de seres ou comportamentos. ● Escrever contos etiológicos. ● Esclarecer o significado de palavras desconhecidas com base em inferência ou consulta ao di- cionário. ● Pensar e falar sobre a própria linguagem, em função do seu uso e de acordo com suas necessi- dades. ● Analisar os diferentes modos de dizer e as escolhas lexicais para dar maior coerência aos tex- tos. ● Utilizar adjetivos, percebendo a função que representam nos textos. ● Analisar as possibilidades para escrever evitando a repetição de palavras. ● Perceber a função que os pronomes possuem nas frases. ● Apreciar e valorizar textos de tempos e de culturas diferentes. ● Valorizar a cultura negra como um dos elementos formadores da cultura brasileira. A ÁRVORE DE CABEÇA PARA BAIXO (uma história da Costa do Marfim) Nos primórdios da vida, o Criador fez surgir tudo no mundo. Ele criou primeiro o baobá, e só depois continuou a fazer tudo existir. Mas ao lado do baobá havia um charco. O criador havia plantado o primogênito bem perto de uma região alagadiça. Sem vento, a superfície daquelas águas ficava lisa como um espelho. O baobá se olhava, então, naquele espelho d’água. Ele se olhava, se olhava e dizia insatisfeito: — Por que não sou como aquela outra árvore? Ora achava que poderia ter os cabelos mais floridos, as folhas, talvez, um pouco maiores. O baobá resolveu, então, se queixar ao Criador, que escutou por uma, duas horas suas reclamações. Entre uma queixa e outra, o Criador comentava: 0800 13 0033 www.moderna.com.br/conviver Todos os direitos reservados Avaliação – Português 5º ano — Você é uma árvore bonita. Eu gosto muito de você. Me deixe ir, pois preciso continuar o meu trabalho. Mas o baobá mostrava outra planta e perguntava: Por que suas flores não eram assim tão cheirosas? E sua casca? Parecia mais a pele enrugada de uma tartaruga. E o Criador insistia: — Me deixe ir, você para mim é perfeito. Foi o primeiro a ser criado e, por isso, tem o que há de melhor em toda a criação. Mas o baobá implorava: — Me melhore aqui, e um pouco mais ali… O Criador, que precisava fazer os homens e os outros seres da África, saía andando. E o baobá o seguia onde quer que ele fosse. Andava para lá e para cá. (E é por isso que essa árvore existe por toda a África). O baobá não deixava o Criador dormir. Continuava e continuava, e continuava sempre a implorar melhorias. Justo a árvore que o criador achava maravilhosa, pois não era parecida com nenhuma ou- tra, nunca ficava satisfeita! Até que, um dia, o Criador foi ficando irritado, mas muito irritado, pois não tinha mais tempo pra nada. Ficou irado mesmo. E aí então se virou para o baobá e disse: — Não me amole mais! Não encha mais a minha paciência. Pare de dizer que na sua vida falta isso e aquilo. E cale-se agora. Foi então que o Criador agarrou o baobá, arrancou-o do chão e o plantou novamente. Só que dessa vez… foi de ponta cabeça, para que ele ficasse de boca calada. Isso explica sua aparência estranha; é como se as raízes ficassem em cima, na copa. Pa- rece uma árvore virada de ponta cabeça! Até hoje dizem que os galhos do baobá, voltados para o alto, parecem braços que continu- am a se queixar e a implorar melhorias para o Criador. E o Criador, ao olhar para o baobá, enxer- ga a África. LIMA, Heloisa Pires. A semente que veio da África. São Paulo: Salamandra, 2005. p. 14-17. 0800 13 0033 www.moderna.com.br/conviver Todos os direitos reservados Avaliação – Português 5º ano De olho no texto 1. Qual era o problema que acompanhava o baobá desde o começo des- se conto? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ 2. Releia: O baobá se olhava, então, naquele espelho d’água. Ele se olhava, se olhava e dizia insatisfeito: — Por que não sou como aquela outra árvore? Ora achava que poderia ter os cabelos mais floridos, as folhas, talvez, um pouco maiores. ● Como o baobá gostaria de ser? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ 3. Por que o Criador chamava o baobá de primogênito? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ 4. Quais as justificativas que o criador apresentava para que o baobá gostasse de sua aparência? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ O objetivo das questões 1 a 6 é abordar o texto do ponto de vista do seu conteúdo. A questão 1 tem como objetivo verificar se o aluno tem uma compreensão global do texto. As questões 3 e 4 preveem a identificação e a recuperação de informações que aparecem no gênero em estudo. As questões 2 e 5 abordam a compreensão e a interpretação, verificando se os alunos são capazes de realizar inferências a partir da leitura do texto. 0800 13 0033 www.moderna.com.br/conviver Todos os direitos reservados Avaliação – Português 5º ano 5. Copie a parte do texto que diz que provavelmente o baobá não apren- deu a lição que o criador lhe aplicou. __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ 6. Por que essa história pode ser considerada um conto etiológico? __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ 7. A partir da leitura do texto, descreva como é a aparência do baobá. __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ Padrões da escrita 1. Transforme os substantivos abaixo em adjetivos: Substantivos O que tem muita coragem é O que tem muita vaidade é O que tem muita maldade é Referente ao rei é Referente ao ano é A questão 6 remete à estrutura composicional do gênero, a fim de que os alunos percebam a principal característica desse gênero textual: explicar a origem das coisas. A questão 7 reflete sobre o plano da linguagem empregada pelo autor. Nesse caso, os alunos irão verificar a descrição das personagens. A atividade 1 retoma a análise e a reflexão sobre a língua, mais especificamente sobre a escrita correta de adjetivos com o sufixo OSO/OSA. Durante a Unidade 1, os alunos verificaram que há um padrão na escrita de palavras com essas letras e que podem se apoiar em regras que se aplicam a qualquer palavra da língua portuguesa, quanto à regularidade morfológica gramatical. Dessa forma, não precisarão apoiar-se na memorização de todas as palavras escritas com essa terminação, mas aplicar as descobertas feitas ao escrever. 0800 13 0033 www.moderna.com.br/conviver Todos os direitos reservados Avaliação – Português 5º ano 2. Escreva três adjetivos para o baobá que o qualificam deforma positi- va e três que o qualificam de forma negativa. Você pode inferi-los a partir do conto lido, pois eles não precisam estar escritos no texto. Adjetivos que se referem às qualidades do baobá Adjetivos que se referem aos defeitos do baobá 3. No trecho abaixo você encontrará a descrição de uma personagem do folclore de uma país africano chamado Somália. Ela é uma espécie de mulher monstro. Você deverá preencher os espaços em branco com ad- jetivos, considerando que ela lembra a descrição de um monstro e que tem poderes mágicos. (...) Quem já a viu de perto, e teve a sorte de escapar com vida, diz que ela corre mais rápido que um leopardo. Quando dispara no encalço de ______________ vítimas, seus _______________ pés emitem um som semelhante ao de uma tempestade, ao mesmo tempo que sua cabeleira, ________________ e _____________, jogada para trás igual a uma cri- na de um cavalo de corrida, balança alucinadamente ao sabor do vento. Os olhos __________________ e __________________ enxergam no escuro como se fossem os de uma coruja. Suas _________________ narinas são ____________________, e uma das orelhas, ___________________ e maior_______________ que a outra, consegue escutar passos mais leves e distantes, inclusive o ruído de um galho partido a muitas léguas. Barbosa, Rogério Andrade. Duula – A mulher canibal – Um conto africano. São Paulo: DCL, 1999. p. 5. As atividades 2 e 3 refletem sobre o uso dos adjetivos nos textos, a fim de que os alunos percebam a função dessa classe gramatical. É possível também refletir sobre o fato de que as descrições enriquecem as narrativas e despertam o interesse dos leitores. 0800 13 0033 www.moderna.com.br/conviver Todos os direitos reservados Avaliação – Português 5º ano 4. Abaixo está escrita a primeira estrofe de um belo poema de Olavo Bi- lac. Preencha os espaços em branco concordando os adjetivos com os substantivos a que se referem. Olha estas ____________ (velho) árvores, mais ____________ (belo) Do que as árvores ____________(novo), mais _____________(amigo) Tanto mais ______________(belo) quanto mais ______________(anti- go), ____________________(vencedor) da idade e das procelas. 5. No trecho abaixo existem cinco erros de concordância. Corrija as pa- lavras escritas de forma errada escrevendo-as na lista abaixo. Vocês sabia que no meio da selva vivia um rei que tinham uma cabra gigante, a maior cabra que alguém já vira? A cabra tinha chifres muito comprido e forte, que assustavam quem se aproximasse. Para o rei, aquele animal era seu bem mais preciosa, mas que qualquer outro dos seus pertences, que eram muitos! __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ Produção de texto: 1. Agora você deverá escrever a parte final de um empolgante conto etiológico africano. Não se esqueça do que você aprendeu sobre esse tipo de texto e pense numa forma divertida de explicar por que as onças são pintadas. 2. Antes de entregar o texto para seu professor não se esqueça de revi- sar os seguintes aspectos: ● você escreveu tudo bem bonito, interessante, gostoso de ler e sem er- ros de ortografia? ● você usou adjetivos para descrever as personagens? ● você explicou o surgimento das manchas na pele do leopardo? As questões 4 e 5 retomam aspectos relacionados à concordância entre as palavras. As atividades de produção de texto podem compreender etapas de revisão e de edição do texto escrito. A ênfase se dá principalmente no processo, que poderá ter versões preliminares feitas com mediações do professor ou de forma autônoma, a partir da pauta sugerida no item 2. 0800 13 0033 www.moderna.com.br/conviver Todos os direitos reservados Avaliação – Português 5º ano Como o leopardo conseguiu as manchas da sua pele (Serra Leoa) Recontado por Anna Soler-Pont. O príncipe medroso e outros contos africanos. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 61. Há muito e muito tempo, o leopardo e o fogo eram bons amigos. Toda manhã, o leopardo fazia o esforço de ir até onde morava seu amigo para visitá-lo, mesmo tendo que percorrer uma grande distância. O fogo não o visitava nunca, mas o leopardo não se importava com isso. – Não sei por que você considera o fogo seu melhor amigo, se ele nunca veio visitá-lo aqui em casa. Se você não fosse lá, vocês não se veriam nunca! – disse um dia sua esposa. Mas o leopardo não dava bola para os comentários dela e todo o dia corria para ir ver o seu amigo. Porém, no dia seguinte, o leopardo correu pelos caminhos cheios de lama até onde morava o fogo, decidido a pedir ao amigo que da próxima vez fosse visitá-lo. O fogo ouviu-o atentamente e deu todo tipo de desculpas para não ir visitá-lo: não gostava de se afastar de casa, não queria deixar a família sozinha... Mas ______________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________