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Andrew Fuller: Vida e Legado

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Prévia do material em texto

Índice
DEDICAÇÃO
OBRIGADO
PREFÁCIO
Jaime D. Caballero
Qual é a utilidade de
O Evangelho; para todos os homens
para o contexto latino-americano?
O que aconteceu com a teologia batista?
PRÓLOGO DE
IMAGEM BATISTA
CRONOLOGIA DE ANDREW FULLER E EVENTOS RELACIONADOS
ANDREW FULLER: INTRODUÇÃO BIOGRÁFICA E TEOLÓGICA
Jaime D. Caballero
Os Diários de Andrew Fuller (1754-1815)
Nascimento e juventude
Conversão
Batismo e início do ministério pastoral
Andrew Fuller: homem de família, teólogo e pastor
Pastor batista, defensor do calvinismo e promotor de missões mundiais
Morte e Vitória
RAZÕES PARA UMA SEGUNDA EDIÇÃO
PREFÁCIO ORIGINAL DE ANDREW FULLER
A polêmica com Robert Sandeman (1718-1771)
A importância da polêmica atual
Sete pontos a ter em mente ao ler este trabalho
Conclusão
PRIMEIRA PARTE: A IMPORTÂNCIA DO QUESTÃO
CAPÍTULO 01: O QUE REALMENTE ESTÁ EM JOGO?
A natureza da fé salvadora
O debate sobre a natureza da fé entre Fuller e Anderson
CAPÍTULO 02: A FÉ É NECESSÁRIA PARA A SALVAÇÃO?
A polêmica com John Anderson (1748-1830)
Evidência Bíblica de Fé como Condição Necessária para a Salvação
Sobre a natureza do objeto da fé
SEGUNDA PARTE: A FÉ EM CRISTO É DEVER DE TODOS OS HOMENS
CAPÍTULO 03: PRIMEIRO ARGUMENTO: O EVANGELHO EXIGE O ARREPENDIMENTO DE 
TODOS OS HOMENS
As Escrituras não ordenam nada que não tenhamos o dever de cumprir
A polêmica com John Brine (1703-1765)
Um dever espiritual pressupõe fé salvadora
CAPÍTULO 04: SEGUNDO ARGUMENTO: TODO HOMEM TEM O DEVER DE OBEDECER À 
REVELAÇÃO DE DEUS
O dever de observar a revelação de Deus
O dever de observar os atos de Deus
CAPÍTULO 05: TERCEIRO ARGUMENTO: A OBEDIÊNCIA AO EVANGELHO EXIGE FÉ 
SALVADORA
A obediência ao Evangelho pressupõe um mandato
A culpa pressupõe a recusa em cumprir um mandato
CAPÍTULO 06: QUARTO ARGUMENTO: A FALTA DE FÉ EM CRISTO É RESPONSABILIDADE 
DO SER HUMANO, NÃO DE DEUS.
A condenação pressupõe uma capacidade natural de acreditar
O único obstáculo à conversão é o próprio homem
CAPÍTULO 07: QUINTO ARGUMENTO: EXISTEM PUNIÇÕES PARA A INCREDIBILIDADE DOS
HOMENS
Desobediência e descrença são a causa da condenação
CAPÍTULO 08: SEXTO ARGUMENTO: É DEVER DO HOMEM OBEDECER OS COMANDOS DE 
NATUREZA ESPIRITUAL
Vários tipos de exercícios espirituais
PARTE TRÊS: RESPOSTAS ÀS OBJEÇÕES COMUNS
CAPÍTULO 09: SOBRE A RELAÇÃO DA IMPUÇÃO DO PECADO E O DEVER DE TODOS OS 
HOMENS DE EXERCER A FÉ EM CRISTO
O caráter de Deus e o testemunho das Escrituras
Sobre a santidade original que Adão e Eva possuíam em seu estado de inocência
CAPÍTULO 10: SOBRE O DECRETO DE DEUS, A OFERTA GRATUITA DO EVANGELHO E A 
REDENÇÃO PARTICULAR
O Decreto de Deus não anula a responsabilidade humana, nem a necessidade da oferta 
gratuita do Evangelho.
A doutrina da Redenção Particular não anula a necessidade da oferta gratuita do evangelho,
mas antes a torna possível.
CAPÍTULO 11: SOBRE A ALIANÇA DE OBRAS E A INCAPACIDADE DOS PECADORES DE 
FAZER QUALQUER BEM ESPIRITUAL
A maldição da Lei tem como objetivo mostrar ao pecador o seu pecado e trazê-lo a Cristo
Se os pecadores não têm capacidade de acreditar em Cristo e de fazer qualquer bem 
espiritual, que sentido faz convidá-los a acreditar em Cristo?
CAPÍTULO 12: SOBRE A OBRA PARTICULAR DO ESPÍRITO SANTO E O MANDATO 
UNIVERSAL DE CRER
Arrependimento e fé são obras geradas pelo Espírito Santo
A regeneração é uma obra necessária para poder crer no Evangelho
PARTE QUATRO: PENSAMENTOS FINAIS
CAPÍTULO 13: CONCLUSÃO
1. Primeiro: o mandamento de Deus de amá-lo acima de todas as coisas é uma amostra do 
seu amor infinito
2. Segundo: A salvação é inteiramente pela graça de Deus
3. Terceiro: A condenação iminente paira sobre os não-crentes
4. Quarto: A obrigação dos crentes é a proclamação do Evangelho a todos os homens
Perigos da pregação hiper-calvinista
Como devemos apresentar a oferta do Evangelho?
CAPÍTULO 14: APÊNDICE: SE É NECESSÁRIO TER UMA DISPOSIÇÃO ANTERIOR NO 
CORAÇÃO PARA CRER
A polêmica com Archibald M'Lean (1738-1812)
Oito proposições sobre a relação entre a inclinação do coração do homem e a fé em Cristo
Respostas às objeções levantadas
O arrependimento é um elemento essencial do Evangelho
Fé, esperança e amor são graças inseparáveis do Espírito Santo
A regeneração necessariamente precede a fé
A ordem dos elementos da salvação
Conclusão
 Andrew Fuller foi um pastor modelo com mente de teólogo e coração de missionário. Há 
muito que podemos aprender com este fiel ministro do Evangelho.
DR. DANIEL L. AKIN
Seminário Teológico Batista Sudeste
Andrew Fuller é um dos pastores-teólogos que teve maior influência na história batista. O 
duplo compromisso de Fuller com a soberania de Deus na salvação, por um lado, e com a 
pregação do Evangelho a todas as pessoas, por outro, fornece um exemplo que muitos 
batistas (e muitos outros) acharão útil como o debate a respeito do ressurgimento do 
calvinismo hoje continua.
DR. NATHAN A. FINN
Seminário Teológico Batista Sudeste
Os futuros historiadores da herança batista provavelmente reconhecerão que Andrew 
Fuller foi o teólogo mais importante que este movimento produziu durante os primeiros 
quatrocentos anos de seu início. Embora Fuller tenha sido relegado à obscuridade afetuosa,
Fuller está de volta aos nossos dias.
DR. TIMOTHY GEORGE
Editor Geral do Comentário da Reforma sobre as Escrituras
Andrew Fuller é o pastor-teólogo por excelência e um dos melhores modelos com os quais 
os pastores contemporâneos podem aprender muito. Sua defesa do calvinismo evangélico 
representa um grande potencial para ajudar a discussão em curso entre os batistas sobre 
questões de soteriologia hoje, da mesma forma que ocorria há 200 anos.
DR. JOÃO S. HAMMETT
Professor de Teologia Sistemática
Estudos Teológicos Batistas do Sudeste
 Sobre esta edição:
Esta edição corresponde à obra integral, integral, da segunda e última edição de O 
Evangelho, digno de ser recebido por todos os homens, de Andrew Fuller, publicado em 1801.
O texto da obra em inglês é o seguinte:
Andrew Fuller, “O Evangelho digno de toda aceitação, ou o dever dos pecadores de 
acreditar em Jesus Cristo, com correções e acréscimos; ao qual é acrescentado um 
Apêndice, sobre a necessidade de uma disposição santa para crer em Cristo”, em The 
Complete Works of Andrew Fuller: Publicações Controversas, ed. Joseph Belcher, vol. 2
(Harrisonburg, VA: Sprinkle Publications, reimpressão 1988), 328-416.
Os títulos e subtítulos do texto foram adicionados pelo editor para facilitar a leitura do 
texto. As divisões correspondem às divisões originais de Fuller. Todas as anotações foram 
feitas pelo editor (Jaime D.
Cavalheiro), exceto onde indicado de outra forma e é uma nota originalmente feita por 
Andrew Fuller. Para esta edição, cada vez que uma obra de Fuller for citada, isso será feito 
de forma abreviada, citando-a como Obras, seguida do número do volume e das páginas.
Juntamente com Imagen Bautista , a Teología para Vivir planeja nos próximos anos trazer 
de volta ao espanhol as obras teológicas mais representativas da tradição batista. Entre os 
autores que esperamos traduzir estão Andrew Fuller, Nehemiah Coxe, Benjamin Keach, 
entre muitos outros.
Somos uma sociedade totalmente sem fins lucrativos e totalmente autossustentável. A 
melhor maneira de nos apoiar é orando e comprando nossos livros. Por favor, não pirateie 
este livro, cada cópia pirata feita é uma obra a menos que podemos publicar. Obrigado!
◆◆◆
O EVANGELHO
PARA TODOS OS HOMENS
Uma refutação do hipercalvinismo
ANDREW FULLER
Editor: Jaime Daniel Caballero
Impresso em Lima, Peru
 O EVANGELHO PARA TODOS
HOMENS: UMA REBUTAÇÃO AO
HIPERCALVINISMO
Autor: ANDREW FULLER. Publicado originalmente em 1801.
Edição completa e integral. Andrew Fuller, “O Evangelho digno de toda aceitação, ou o 
dever dos pecadores de acreditar em Jesus Cristo, com correções e acréscimos; ao qual é 
adicionado um Apêndice sobre a necessidade de uma disposição Santa para acreditar em 
Cristo”, e O As obras completas de Andrew Fuller: publicações controversas, ed. Joseph 
Belcher, vol. 2
(Harrisonburg, VA:Sprinkle Publications, reimpressão 1988), 328-416.
Editora: James Daniel Knight.
Tradução: Daniel Henry Valladares Santander.
Revisão da tradução: Elioth Fonseca.
Design da capa : Angie Garcia-Orange.
Revisão de estilo e linguagem: Portal Gabriel.
Série: Biblioteca Legado Batista - Volume: 01
Editado por:
© TEOLOGYPARAVIVIR.SAC
José de Rivadeneyra 610.
Urb. Santa Catalina, La Victoria. Lima Peru.
sales@teologiaparavivir.com
https://www.facebook.com/teologiaparavivir/
www.teologiaparavivir.com
Primeira edição: julho de 2020
Tiragem: 1000 exemplares
Realizado o Depósito Legal na Biblioteca Nacional do Peru, nº: 2020-03869
ISBN: 978-612-48204-9-6
A impressão foi concluída em julho de 2020 em:
ALEPH IMPRESIONES SRL
Jr. Risso 580, Lince
Lima Peru.
É proibida sua reprodução ou transmissão total ou parcial, por qualquer meio, impresso, 
audiovisual ou eletrônico, sem autorização por escrito do editor. As citações bíblicas foram 
retiradas da Versão Reina Valera de 1960 , e da Nova Bíblia Hispânica , salvo indicação em 
contrário em alguma delas.
 TABELA DE CONTEÚDOS
DEDICAÇÃO
OBRIGADO
PREFÁCIO
 Jaime D. Caballero 
Qual é a utilidade do Evangelho; para todos os homens
para o contexto latino-americano?
O que aconteceu com a teologia batista?
PRÓLOGO DA IMAGEM BATISTA
CRONOLOGIA
DE
ANDRÉ
MAIS COMPLETO
E
EVENTOS
RELACIONADO
ANDREW FULLER: INTRODUÇÃO BIOGRÁFICA E
TEOLÓGICO
 Jaime D. Caballero 
Os Diários de Andrew Fuller (1754-1815)
Nascimento e juventude
Conversão
Batismo e início do ministério pastoral
Andrew Fuller: homem de família, teólogo e pastor
Pastor batista, defensor do calvinismo e promotor do
missões mundiais
Morte e Vitória
RAZÕES PARA UMA SEGUNDA EDIÇÃO
PREFÁCIO ORIGINAL DE ANDREW FULLER
A polêmica com Robert Sandeman (1718-1771)
A importância da polêmica atual
Sete pontos a ter em mente ao ler este trabalho
Conclusão
PRIMEIRA PARTE: A IMPORTÂNCIA DO QUESTÃO
CAPÍTULO 01: O QUE REALMENTE ESTÁ EM
JOGO?
 A natureza da fé salvadora
O debate sobre a natureza da fé entre Fuller e Anderson
CAPÍTULO 02: A FÉ É NECESSÁRIA PARA A SALVAÇÃO?
A polêmica com John Anderson (1748-1830)
Evidência bíblica da fé como condição necessária de
salvação
Sobre a natureza do objeto da fé
SEGUNDA PARTE: A FÉ EM CRISTO É DEVER DE
TODOS OS HOMENS
CAPÍTULO 03: PRIMEIRO ARGUMENTO: O EVANGELHO
EXIGIMOS O ARREPENDIMENTO DE TODOS OS HOMENS
As Escrituras não ordenam nada que não tenhamos o dever de
alcançar
A polêmica com John Brine (1703-1765)
Um dever espiritual pressupõe fé salvadora
CAPÍTULO 04: SEGUNDO ARGUMENTO: CADA HOMEM
VOCÊ TEM O DEVER DE OBEDECER À REVELAÇÃO DE DEUS
O dever de observar a revelação de Deus
O dever de observar os atos de Deus
CAPÍTULO 05: TERCEIRO ARGUMENTO: OBEDIÊNCIA AO
O EVANGELHO EXIGE FÉ SALVÍFICA
A obediência ao Evangelho pressupõe um mandato
A culpa pressupõe a recusa em cumprir um mandato
CAPÍTULO 06: QUARTO ARGUMENTO: A FALTA DE FÉ EM
CRISTO É RESPONSABILIDADE DO SER HUMANO, NÃO DE
DEUS.
A condenação pressupõe uma capacidade natural de acreditar
O único obstáculo à conversão é o próprio homem
CAPÍTULO 07: QUINTO ARGUMENTO: EXISTEM PUNIÇÕES
Pela incredulidade dos homens
Desobediência e descrença são a causa da condenação
CAPÍTULO 08: SEXTO ARGUMENTO: É DEVER DO
O HOMEM É OBEDECER AOS COMANDOS DA NATUREZA
ESPIRITUAL
Vários tipos de exercícios espirituais
PARTE TRÊS: RESPOSTAS ÀS OBJEÇÕES COMUNS
 CAPÍTULO 09: DA RELAÇÃO DA IMPUTAÇÃO
DO PECADO E DO DEVER DE TODOS OS HOMENS PARA COM
EXERCITE A FÉ EM CRISTO
O caráter de Deus e o testemunho das Escrituras
Sobre a santidade original que Adão e Eva possuíam em seus
estado de inocência
CAPÍTULO 10: SOBRE O DECRETO DE DEUS, O LIVRE
OFERTA DO EVANGELHO E REDENÇÃO PARTICULAR
O Decreto de Deus não anula a responsabilidade humana, nem
nem a necessidade da oferta gratuita do Evangelho
A doutrina da Redenção Particular não anula a necessidade
da oferta gratuita do evangelho, mas torna possível
CAPÍTULO 11: DA ALIANÇA DE OBRAS E
INCAPACIDADE DOS PECADORES DE FAZER QUALQUER BEM
ESPIRITUAL
A maldição da Lei pretende mostrar a
pecador seu pecado e trazê-lo a Cristo
Se os pecadores não têm capacidade de acreditar
Cristo e não fazem nenhum bem espiritual, qual é o sentido de convidá-los
acreditar em Cristo?
CAPÍTULO 12: SOBRE A OBRA PARTICULAR DO ESPÍRITO
SANTO E O MANDATO UNIVERSAL DE ACREDITAR
Arrependimento e fé são obras geradas pelo Espírito
Sagrado
A regeneração é uma obra necessária para poder crer na
Evangelho
PARTE QUATRO: PENSAMENTOS FINAIS
CAPÍTULO 13: CONCLUSÃO
1. Primeiro: a ordem de Deus para amá-lo acima de tudo
coisas é um sinal do seu amor infinito
2. Segundo: A salvação é inteiramente pela graça de Deus
3. Terceiro: Uma condenação iminente paira sobre aqueles que não
crentes
4. Quarto: A obrigação dos crentes é a proclamação
do Evangelho a todos os homens
Perigos da pregação hiper-calvinista
 Como devemos apresentar a oferta do Evangelho?
CAPÍTULO 14: APÊNDICE: SE É NECESSÁRIO TER
UMA DISPOSIÇÃO ANTERIOR NO CORAÇÃO PARA ACREDITAR
A polêmica com Archibald M'Lean (1738-1812)
Oito proposições sobre a relação entre a inclinação do
coração do homem e fé em Cristo
Respostas às objeções levantadas
O arrependimento é um elemento essencial do Evangelho
Fé, esperança e amor são graças inseparáveis do Espírito
Sagrado
A regeneração necessariamente precede a fé
A ordem dos elementos da salvação
Conclusão
 DEDICAÇÃO
 Para a nova geração de jovens latino-americanos, a tocha está em nossas mãos
Reverendo Andrew Fuller (1754-1815)
Créditos: Regent's Park College, Universidade de Oxford. Artista desconhecido.
 OBRIGADO
Esta obra nasceu da iniciativa e visão de Daniel Valladares, pastor batista em Valparaíso, 
Chile e colaborador do ministério Imagen .
Bautista , que junto com um grupo de tradutores realizou a primeira tradução desta obra. 
Seu exemplo de trabalho e dedicação à obra do Senhor será uma bênção para inúmeras 
gerações futuras. Esta obra continuará a ser lida por muitos anos depois de partirmos. Sem 
os esforços do Imagen Bautista este trabalho não estaria em suas mãos. O seu esforço e 
dedicação são a prova do que um punhado de crentes, trabalhando em unidade, podem 
fazer no Senhor com sacrifício e vontade, e que não precisamos ser norte-americanos, 
europeus ou ter grandes recursos para fazer grandes coisas por nós. o Senhor. . Como 
latinos, dependemos durante muito tempo, demasiado, dos esforços dos estrangeiros. Isso 
está mudando.
Gostaria também de agradecer à equipe de tradução e edição da editora Teología para 
Vivir . O sucesso deste trabalho é seu. Em primeiro lugar, ao Elioth Fonseca pelas inúmeras 
horas que despendeu na revisão do texto. Também Angie García-Naranjo pelo design da 
capa. Vale ressaltar o esforço que outros jovens batistas estão realizando na América 
Latina, entre eles está o esforço realizado pelo ministério Cimiento y Standard , com a 
colaboração de Stuart Villalobos, entre outros. Gostaria também de agradecer àqueles que 
contribuíram financeiramente para cobrir os custos de publicação deste livro (em ordem 
alfabética): Frank Cuya, Daniel Valladares e Paulo Cesar Leo Lizzaraga.
A vontade de aprender e de fazer uma mudança nesta geração de tantos jovens, homens e 
mulheres, que me escreveram e me incentivaram ao longo deste projeto tem sido 
imensamente encorajadora. A nós, nesta geração, foi dada a tocha do Evangelho. Sejamos 
fiéis em transmiti-lo
 próxima geração. Agradeço à minha família no Peru por ter me apoiado e incentivado 
continuamente no desenvolvimento deste projeto. Minha mais sincera gratidão a você.
Aos meus queridos irmãos na Inglaterra, especialmente às congregações em: Igreja Batista 
Carey em Reading, North Bradley Igreja Batista em Wiltshire. A Brian e Valerie Worsley e 
Richard e Catherine Haddon pelo apoio financeiro. Também à Graça Batista Mission (GBM) 
e Unidos pela Missão (UFM) pelo constante cuidado e incentivo. Obrigado pelo seu apoio 
incondicional durante todos esses anos.
Agradecer também a vários professores e colegas que foram de grande incentivo e 
orientaçãono desenvolvimento deste trabalho. A Michael Haykin, pela sua constante 
orientação, exemplo e disponibilidade em ajudar. A Crawford Gribben, por me ensinar a 
fazer perguntas. Querido amigo, a sua impressionante erudição só é superada pela sua 
simplicidade e piedade.
Também ao Centro de Estudos Batistas Andrew Fuller ( The Andrew Fuller Center for 
Baptist Studies ), por fornecer material e estudos inestimáveis nos estudos de Andrew 
Fuller e na tradição batista.
Este trabalho não teria sido possível sem os esforços que têm feito nos últimos anos.
Para você, amada esposa Ellie. Ao escrever estas linhas, mais do que nunca percebo o amor 
de Deus por mim, dando-me o privilégio de ser seu marido e de poder guardar seu coração.
E, finalmente, graças a Ele de quem vêm todas as coisas, que governa o Universo em Sua 
Vontade Soberana: ao meu Senhor e terno Salvador, Cristo Jesus. Soli Deo Glória .
Jaime Daniel Caballero
14 de junho de 2019
Cortiça, Irlanda
 PREFÁCIO
 Jaime D. Caballero
Andrew Fuller é considerado um dos teólogos mais influentes na teologia evangélica 
protestante, especialmente na área de missões e evangelismo. A amplitude de sua produção
literária, a profundidade de seus escritos e a relevância de suas aplicações pastorais 
tornam seu legado na tradição batista incomparável. A obra de Fuller estende-se não só à 
área teológica e pastoral, mas também à área missionária. Foi através dele que a Sociedade 
Missionária Batista A Particular (SMBP) foi fundada na Inglaterra, e através da SMBP
grandes homens de Deus, trabalhando em missões, tiveram um impacto global.
No entanto, embora os escritos de Fuller sejam amplamente conhecidos e estudados no 
mundo anglo-saxão, eles são quase desconhecidos na América Latina, mesmo entre os 
descendentes espirituais de Fuller: os batistas. Isto é uma vergonha e uma tragédia ao 
mesmo tempo. A tragédia não é apenas que a maioria dos batistas latino-americanos não 
estão familiarizados com a sua grande herança teológica e missionária, mas que mesmo 
alguns seminários que têm o rótulo “Batista” não permitiriam que Fuller, uma das figuras 
mais importantes da sua história, fosse. parte do corpo docente.
Dentro da tradição batista houve pregadores da estatura de Charles Spurgeon, teólogos 
como Andrew Fuller e missionários de devoção e piedade como William (William) Carey. 
Todos apaixonados pela glória de Deus, e fortemente enraizados nas Doutrinas da Graça. 
[1] Isto não é coincidência, pois, vez após vez, ao longo da história da Igreja, em todos os 
lugares onde essas doutrinas chegaram, elas produziram um amor pelo estudo da Palavra 
de Deus, vidas transformadas em santidade, um desejo de levar a Glória de Deus até os 
confins da terra
 terra através de missões e finalmente a transformação completa da sociedade.
Porém, essas doutrinas que revolucionaram o mundo inteiro no século XVIII não chegaram 
à América Latina. A influência do calvinismo na América Latina tem sido relativamente 
insignificante. No entanto, isso está mudando. Prova disso é este livro e a infinidade de 
publicações recentes e de homens e mulheres que defendem as mesmas Doutrinas da Graça
que levaram Andrew Fuller a proclamar que o evangelho é digno de ser recebido por todos 
os homens!
O editor das obras de Fuller, Joseph Belcher, escreve em seu prefácio à edição americana de
suas obras em 1844 o seguinte: A menos que eu esteja muito enganado, as obras de Fuller 
serão estudadas pela posteridade lado a lado com as obras imortais do antigo reitor. 
Jonathan Edwards, um homem de mentalidade semelhante à do autor inglês. [2]
Belcher não estava errado. A cada ano aumenta o número de publicações que estudam o 
pensamento profundo e elaborado de Fuller.
[3] No entanto, até agora, tudo o que Fuller está disponível em espanhol foi a transcrição de
alguns sermões proferidos por John Piper, e compilados em um pequeno livro. [4] Embora 
as obras de Fuller sejam avidamente estudadas na maioria dos seminários de língua 
inglesa, e suas obras sejam de leitura quase obrigatória em muitos seminários batistas, 
particularmente aqueles de persuasão reformada, na América Latina alguns nem sequer 
ouviram seu nome. dizemos sobre estar familiarizado com seu pensamento.
É hora de a América Latina despertar para a grande tradição teológica que a precedeu na Fé
evangélica, é hora de seguirmos os passos daqueles que nos precederam na Fé. A tocha do 
fogo do evangelho tem passou de geração em geração, e agora nos foi dado nesta geração.
Qual é a utilidade do Evangelho; para todos os homens para ele Contexto latino-
americano?
O propósito do trabalho de Fuller era mostrar claramente qual é a mensagem do Evangelho
conforme ensinada nas Escrituras, uma mensagem que foi preservada e explicada por 
grandes homens de Deus da Reforma e da Pós-Reforma. Como tal, o tratado pretende 
mostrar como esta mensagem se distingue da mensagem pregada pelo Arminianismo, por 
um lado, e do Hiper-Calvinismo, por outro. Sobre isto, Michael Haykin observou que “a 
batalha de Fuller contra a teologia anti-bíblica e a piedade do hiper-Calvinismo pode servir 
como um corretivo muito necessário para esta ênfase equivocada”. [5]
Para compreender os postulados de Fuller, é essencial conhecer o ensino hipercalvinista 
que este livro procurou refutar, por isso é vital:
…compreender a relevância do Hipercalvinismo no contexto
[Fuller]. Central para a teologia hiper-calvinista era a crença de que não era “dever” do não 
salvo arrepender-se e crer no evangelho, porque a “depravação total” o tornava 
completamente incapaz de fazê-lo. O hipercalvinismo teve sérias consequências para a 
pregação. Uma congregação típica não poderia ser chamada ao arrependimento e à crença 
no Evangelho. Tais exortações
“indiscriminado à fé e ao arrependimento” eram, em primeiro lugar, sem sentido, porque 
não era dever do não regenerado acreditar; e, em segundo lugar, perigosos, porque 
poderiam encorajar falsas profissões de fé, o que certamente diluiria a pureza da Igreja. 
Simplificando, era considerado perigoso, tanto na teoria como na prática, oferecer o 
Evangelho aberta e livremente a todos. [6]
De uma análise puramente racional, o hipercalvinismo faz muito sentido. Pois, em certo 
sentido, é verdade que o pecador “não pode vir a Cristo” e que, de fato, o evangelho pode 
ser manipulado com a consequência de conversões espúrias. Contudo, o principal problema
do hipercalvinismo era a superposição de um sistema teológico sobre a mensagem clara 
das Escrituras. Pregadores hiper-calvinistas pregavam um sistema teológico, em vez da 
mensagem clara e direta das Escrituras. Este perigo permanece tão latente nos nossos dias 
e no nosso contexto, como estava nos dias de Fuller.
A influência de Fuller não foi apenas no campo teológico, mas também no pastoral, Stephen
J. Wellum menciona sobre este ponto: Fuller não era um pastor de cadeira de balanço ou 
um teólogo se aquecendo junto ao fogo em frente a uma lareira. Não, mas ele serviu, 
ministrou e viveu no mundo real, enfrentando as durezas da vida e cumprindo fielmente as 
suas responsabilidades como ministro do Evangelho. [7]
Tendo isto em mente, há pelo menos três áreas nas quais a vida, a obra e o pensamento de 
Fuller são de vital importância para o contexto latino-americano.
1.
 Missões
A falta de distinção entre as obras de misericórdia (caridade) e a pregação do Evangelho é 
um erro que decorre de uma concepção errada do que significa a missão da Igreja. Salvar 
baleias e plantar árvores são coisas excepcionalmente boas, mas não são a missão da Igreja 
Local. Em outras palavras, a centralidade da pregação do Evangelho representa o próprio 
cerne das missões. Existe um equívoco em confundir justiça social com missões. Embora 
seja verdade que o trabalho missionário implica pregar os males da sociedade, a missão da 
Igreja Local não é a busca da justiça social. Embora seja verdade que a pregação da Palavra 
não deve fechar os olhos aos males da sociedade e à corrupção da classe política; A missão 
daIgreja não é ser um partido político, embora seja verdade que o envolvimento de um 
cristão na política é permitido e deve até ser promovido. A ênfase de Fuller na pregação do 
Evangelho e na plantação de igrejas no contexto missionário é um corretivo muito útil para 
as nossas igrejas latinas. Por outro lado, é importante distinguir entre o trabalho de um 
crente individual, que pode ser o ativismo político ou social, (Igreja como organismo), e o 
da Igreja local como organização, que tem como finalidade a pregação das boas novas do 
Evangelho.
2.
 Teologia
O hipercalvinismo dos dias de Fuller não é o mesmo hipercalvinismo dos nossos dias. 
Contudo, as más sementes que o hiper-Calvinismo produziu nos dias Fuller são as mesmas 
sementes que foram semeadas em solo latino-americano, e que encontraram no legalismo, 
na imaturidade e na falta de conhecimento bíblico e teológico das nossas Igrejas um 
terreno fértil para sua germinação. O hipercalvinismo em nosso contexto se manifesta de 
diferentes maneiras, algumas delas são: a imposição de um sistema teológico sobre o 
ensino claro das Escrituras, a negação da graça comum de Deus – expressão de seu amor – 
para todos os homens. , uma ênfase sectária ao promover o divisionismo entre os crentes 
por razões não centrais ao Evangelho, a elevação de doutrinas secundárias à importância 
primária, pervertendo assim o Evangelho que alguns com zelo equivocado afirmam 
defender; etc. Tanto a vida como a obra de Fuller são um antídoto para o germe 
hipercalvinista que está se espalhando lentamente na América Latina.
3.
 Ministério Pastoral
Num contexto atormentado por apóstolos e profetas que adoram o estômago e os prazeres 
em vez de Deus, que procuram enriquecer usando a Igreja em vez de se sacrificarem por 
ela; num contexto em que pastores, por amor a si mesmos, ao lucro e à sua reputação, 
encobrem outros pastores adúlteros, ladrões e estelionatários, cheios de simonia; O 
exemplo de Fuller como pastor é de extrema relevância. Aprendemos sobre o ministério 
pastoral através do trabalho de outros que vieram antes de nós. O exemplo de Andrew 
Fuller, as lágrimas, o sacrifício, a piedade, o cuidado e o amor pelas ovelhas aquecerão o 
coração de qualquer pastor, enchendo-o de coragem para sofrer pela causa do Reino e não 
permanecer calado quando for necessário denunciar práticas corruptas da sociedade. e sua
própria denominação quando não estão de acordo com as Escrituras.
O que aconteceu com a teologia batista?
Existe um anti-intelectualismo em grande parte das Igrejas Batistas Latino-Americanas. 
Embora seja verdade que na maioria deles não se observam os abusos que ocorrem em 
outras denominações, mas em
 Em geral, o estudo teológico está diminuindo. É um erro comparar-nos com outras 
denominações, quando deveríamos antes ver-nos à luz daqueles que vieram antes de nós 
na fé. O legado e a tradição batista são extremamente ricos, não apenas em sua teologia, 
mas também em seu exemplo pastoral e piedade. Para onde foram os homens de 
antigamente, os Whitefields, os Edwards e os Spurgeons? Oh Senhor, traga um avivamento 
em nossa geração!
Conferências sobre “coaching”, liderança, como administrar finanças ou auto-estima são 
cada vez mais populares, enquanto aquelas relacionadas à pessoa e obra de Cristo, aos 
atributos de Deus ou ao Espírito Santo, temas que são a base da vida cristã vida e 
ministério, estão se tornando menos comuns. Mas esta não é apenas uma tendência entre 
os batistas, mas permeia, como uma infecção tóxica no sangue, a maioria das denominações
do nosso tempo. O estudioso de Andrew Fuller, Paul Brewster, escreveu:
Fuller estava convencido de que, a menos que os púlpitos das Igrejas Batistas estivessem 
cheios de homens cujas mentes e corações tivessem sido capturados pelo poder e pela 
beleza do Evangelho, as Igrejas estariam vazias de todo poder espiritual. [8]
Cada vez mais o Senhor está trabalhando em um grande número de jovens que dizem como
Fuller e aqueles que os precederam na fé: “Chega disso,
“Queremos a Palavra de Deus!” Espero que, através da leitura dos grandes homens do 
passado, você seja levado àqueles pastos verdejantes encontrados apenas na Palavra de 
Deus.
Que o Senhor suscite nesta geração, dentre os nossos jovens latino-americanos, a próxima 
geração de homens e mulheres de Deus apaixonados pela Sua Glória, com as mãos na obra 
de Deus, os pés enraizados na terra, os olhos na recompensa para venham!, e suas mentes 
saturadas com o estudo da Palavra de Deus!
Jaime D. Caballero
Sábado, 15 de junho de 2019
Cortiça, Irlanda
 PRÓLOGO DA IMAGEM BATISTA
Uma das características da teologia batista tem sido sua ênfase na missiologia. Mas muito 
poucos batistas sabem que esta missiologia foi formada através da vida e obra do teólogo 
batista inglês Andrew Fuller. Em nosso país (Chile) há um despertar em relação à rica 
herança teológica dos Batistas Particulares. Ao mesmo tempo, vemos com tristeza, como 
muitos irmãos, que ao conhecerem as doutrinas da graça não veem a ligação com a 
evangelização em suas igrejas locais, levando-os fácil e sutilmente à doutrina herética do 
hipercalvinismo. É por isso que um teólogo como Andrew Fuller e em particular este livro, 
através do qual foi denunciada esta posição herética, é de grande relevância para as igrejas 
batistas no Chile. Isto é igualmente válido para aqueles irmãos que se distanciam da 
teologia reformada por considerá-la infértil no que diz respeito à ênfase na missão, pois 
através deste livro podem aprender o quão importante é a missão, e em particular a 
pregação, para esta perspectiva teológica. evangelho de Jesus Cristo a todos os homens, 
como principal função e privilégio da Igreja de Cristo.
Outro ponto que está continuamente em tensão é a insistência na reflexão teológica e na 
“experiência quotidiana” da vida cristã. Geralmente são apresentados em extremos 
distantes, por um lado, a ênfase excessiva é colocada na necessidade de reflexão teológica 
sem implicações práticas, e por outro lado, a reflexão teológica é apresentada como um 
obstáculo ou atraso para a vida prática, e isso ocorre em de uma forma especial quando se 
fala em missões, a frase parece ser mais espiritual
“menos reflexão e mais ação.” No entanto, este livro é um testemunho do contrário, uma 
boa reflexão teológica, dá razões e bases corretas para a participação na missão de Deus, 
isto porque é a Escritura que o Espírito Santo usa para transformar, encorajar, guiar, 
consolar, entre muitas outras bênçãos, para os crentes.
É justamente a reflexão teológica que dá sentido à formação da “Sociedade Batista 
Particular para a Propagação do Evangelho entre os Pagãos” (mais tarde conhecida como 
Sociedade Missionária Batista e hoje como BMS World Mission), formada por William 
Carey, Andrew Fuller , John Ryland e John Sutcliff.
Como grupo Imagen Bautista estamos envolvidos na tradução e divulgação de material 
batista. Publicamos muito material relacionado em nosso site e Andrew Fuller é uma das 
bandeiras desta denominação.
Graças à contribuição de escritos como estes, podemos declarar corretamente que a 
tradição batista tem uma riqueza que não pode permanecer apenas um registro do 
passado, mas deve nos encorajar a continuar com a tradução e divulgação de material 
batista para irmãos de língua espanhola.
É nossa oração que este livro encoraje as igrejas batistas e evangélicas em geral a cumprir o
mandato que Cristo nos confiou.
Franco Caamano
Carlos Sanches
Daniel Valladares
Valparaíso, 20 de junho de 2019
 CRONOLOGIA DE ANDREW
COMPLETO E EVENTOS
RELACIONADO
1754Nascimento de Andrew Fuller, em 6 de fevereiro, em Wicken, uma pequena cidade em 
Cambridgeshire, Inglaterra.
1758 Morte de Jonathan Edwards (1703-1758), uma das maiores influências teológicas 
sobre Andrew Fuller.
1759Nascimento de William Wilberforce (1759-1833), incansável lutador pela abolição da 
escravatura na Inglaterra.
1761 Muda-se com a família para Soham, no condado de Cambridgeshire.
1768Nascimento de Friederich Schleiermacher(1768-1834), considerado o pai do 
liberalismo teológico.
1769Conversão no mês de novembro, depois de passar muito tempo lidando com questões 
espirituais e segurança da salvação como consequência do ensino hipercalvinista que havia
recebido.
Nascimento de Napoleão Bonaparte (1769-1821).
1770 Andrew Fuller é batizado por John Eve e torna-se membro da Igreja Batista Soham 
em abril.
Morte de George Whitefield (1714-1770). Whitefield, juntamente com Wesley, marcariam a
era dos avivamentos do século XVIII como dois gigantes.
Nascimento do filósofo George Hegel (1770-1831), que junto com Kant deixaria uma marca
indelével na ascensão da teologia liberal do século XIX.
1771 Morte de John Gill (1687-1771), uma das figuras teológicas mais importantes entre os
Batistas Particulares.
Morte de Robert Sandeman (1718-1771), pai de
Sandemanismo, uma das escolas hipercalvinistas mais fortes da época de Fuller.
 1774Começa o ministério de pregação na Igreja Batista Soham em janeiro.
1775 Ordenado pastor na Igreja Batista Soham em maio. O ministro Robert Hall foi o 
responsável pela pregação. A Igreja Batista de Soham junta-se à associação de Igrejas de 
Northamptoshire, que foi formada em 1769.
1776 Casamento de Fuller com Sarah Gardiner. Estreitos laços de amizade com John Sutcliff
e John Ryland.
Morte do filósofo David Hume (1711-1776).
1777 É exposto pela primeira vez ao pensamento de Jonathan Edwards, através da obra “A 
Liberdade da Vontade”
( Liberdade da Vontade ), recomendado por Robert Hall.
1781 Escreve a primeira edição do livro “O Evangelho de Cristo, digno de ser recebido por 
todos os homens” ( O Evangelho de Cristo digno de toda aceitação ). No entanto, o livro 
permanece inédito.
1782 Fuller muda-se para Kettering em Northamptonshire em outubro, para ser pastor na 
Igreja Batista de Kettering ( Kettering Igreja Batista ).
Publicação de “A Bondade e a Utilidade da Esperança” ( O Excelência e Utilidade da 
Esperança ). Um pequeno folheto circulou entre a Associação de Igrejas de 
Northamtonshire.
1783 Nomeado pastor sênior da Igreja Batista Kettering em outubro. Robert Hall e John 
Ryland pregam em seu culto de comissão. Ele escreve e apresenta sua Confissão 
Doutrinária à Igreja.
1784John Stutcliff anuncia o “Chamado à Oração” para a Associação de Igrejas de 
Northamtonshire.
Publicação da obra “A Natureza e a Importância de Andar pela Fé ” .
1785 Publicação de “As Causas do Declínio Espiritual e os Meios de Reavivamento” ( Causas
do Declínio em Religião e meios de reavivamento ). Um pequeno tratado para a Associação 
de Igrejas de Northamptonshire.
de Cristo digno de todos os homens”
 aceitação ) é publicado, causando alvoroço e polêmica nas Igrejas Batistas Inglesas. Fuller 
recebe críticas tanto dos partidos hipercalvinistas quanto dos arminianos.
1787Publicação do livro “Uma defesa do livro: O Evangelho de Cristo, digno de ser recebido
por todos os homens. Em resposta às observações do sr. Botão e o Sr.
Filantropos. ( Uma defesa de um tratado intitulado, O Evangelho Digno de toda aceitação: 
contendo uma resposta ao Sr. Button Observações e observações de Philanthropos ). Este 
livro foi uma defesa contra as acusações do hiper-calvinista William Button de não ser 
suficientemente calvinista, e do arminiano Daniel Taylor, de não ser suficientemente 
arminiano em seu livro.
1788Publicação do livro “Cartas ao Sr. Martin em relação à publicação de seu livro 'O Dever
da Fé em Cristo'” ( Cartas Em relação à publicação do Sr. Martin sobre The Duty Faith in 
Cristo ), como defesa contra as acusações do hipercalvinista John Martin.
1789 Início da Revolução Francesa (1789-1799).
1790Publicação do livro “A realidade e eficácia da graça divina, com a certeza do triunfo do 
Reino de Cristo, apresentada como uma série de cartas” ( A realidade e eficácia da graça 
divina Graça, com o sucesso certo do Reino de Cristo, Considerado em uma série de cartas ). 
Publicado originalmente sob o título “Agnostos”, é uma resposta detalhada aos argumentos 
do teólogo arminiano Daniel Taylor.
1791 Publicação do livro “As Consequências Perniciosas do Atraso nos Religiosos” ( The 
Pernicious Consequences of Delay in Religious). Preocupações ).
Morte de John Wesley (1703-1791). Wesley e Whitefield exerceram influência sobre Fuller,
motivando-o a pregar o Evangelho.
1792 Fuller incentiva seu amigo William Carey a publicar um livro para promover missões. 
Carey publica o livro “Uma investigação sobre as obrigações dos cristãos e os meios 
fornecidos para a conversão dos pagãos” ( An
 Investigação sobre as obrigações dos cristãos de usar meios no Conversão dos pagãos ).
Fuller fundou a Sociedade Missionária Batista Privada (SMBP) e foi nomeado secretário 
geral da organização. Sarah Fuller, esposa de Fuller, morre em agosto.
Nascimento de Charles Finney (1792-1875), figura controversa durante grande parte do 
século XIX, utilizado em avivamentos e criticado por sua influência semipelagianista e 
decisória.
1793Publicação de “Um exame e comparação dos sistemas teológicos calvinista e 
sociniano, bem como suas repercussões morais” ( The Calvinistic and Socinian Systems 
Examined and Comparado quanto à sua tendência moral ). William Carey e John Thomas são
enviados por Andrew Fuller através da Sociedade Missionária Batista Particular para a 
Índia como missionários.
Fuller sofre um derrame e, como resultado, paralisia facial temporária.
1794 Fuller casou-se com Ann Coles.
1795Publicação de “Diálogos e Cartas entre Crispo e Caio”
( Diálogos e Cartas entre Crispo e Caio ). Livro sobre diversos temas teológicos publicado na 
Revista Evangélica.
Publicação do livro “Porque os cristãos hoje têm menos alegria do que os da Igreja 
Primitiva” ( Por que os cristãos em os dias atuais possuem menos alegria que os discípulos 
primitivos ).
Pequena área de circulação na Associação de Igrejas de Northamptoshire.
1796 Início da controvérsia com Abraham Booth (1734-1806) sobre a natureza da 
justificação, imputação e substituição penal.
1797 Publicação de “Um Sermão sobre a Importância de um Conhecimento Íntimo e 
Profundo da Verdade Divina” ( Um Sermão o Importância de um Conhecimento Profundo e 
Íntimo da Verdade Divina ).
1798Fuller obtém o título de Ph.D. pela Universidade de Princeton. No entanto, Fuller 
recusa o título de doutor.
1799Publicação de “O Evangelho: Suas Próprias Testemunhas”, ( O Evangelho, seu próprio 
testemunho ). Uma crítica e resposta teológica ao
 publicação do livro deísta de Thomas Paine “The Age of Reason ” .
Publicação de “A Disciplina das Igrejas Primitivas Ilustradas e Aplicadas”, ( The Discipline of
the Primitive Churches Illustrated and Applied). Aplicado ). Pequena área de circulação na 
Associação de Igrejas de Northamptonshire.
Primeira visita à Escócia como representante da Sociedade Missionária Batista Particular 
(SMBP).
1800Publicação de “The Memoirs of the Reverend Samuel Pearce”, ( Memórias do Falecido 
Rev. Samuel Pearce ).
Segunda visita à Escócia como representante do SMBP.
Nascimento de John Nelson Darby (1800-1882), pai do Dispensacionalismo.
1801Publicação da segunda e última edição do “Evangelho de Cristo, digno de ser recebido 
por todos os homens” ( O Evangelho de Cristo digno de toda aceitação ), com a inclusão de 
um apêndice sobre o erro do Sandemanianismo. Esta segunda edição é a padrão.
1802Publicação de “Cartas ao Sr. Vilder sobre a Doutrina da Salvação Universal” ( Cartas ao
Sr. Vidler sobre a Doutrina da Salvação Universal). Salvação Universal ). O livro é uma crítica 
à teologia de William Vilder em relação à salvação final de todo o pessoal, mais conhecida 
como universalismo.
Publicação de “Os usos práticos do batismo cristão ” .
1803Publicação de “Seis Cartas ao Dr. Ryland, Sobre a Controvérsia com o Rev. A. Booth” (
Seis Cartas ao Dr.
 Ryland respeitando a controvérsia com o Rev. A. Booth ). Estas cartas mostram claramente a 
posição de Fuller em relação à justificação e expiação na controvérsia com Abraham Booth.
Publicação de “Três Conversas sobre Imputação, Substituiçãoe Redenção Particular” ( Três 
Conversas sobre Imputação, Substituição e Redenção Particular ).
1804 Viagem de Fuller à Irlanda em nome da Sociedade Missionária Batista Particular 
(SMBP).
Morte do filósofo Immanuel Kant (1712-1804). As ideias de Kant exerceriam uma 
influência dantesca nos rumos da teologia dos séculos XVIII e XIX.
1805 O prédio da Igreja Batista Kettering, onde Fuller é pastor, é ampliado para acomodar 
o grande número de participantes.
Fuller obtém um segundo doutorado (PhD) pela Universidade de Yale, mas novamente 
recusa o diploma.
Terceira visita de Fuller à Escócia como representante do SMBP.
Nascimento de George Muller (1805-1898).
1806Publicação de “Discursos Expositivos sobre o Livro do Gênesis ” .
Publicação da “Mensagem do Pastor aos Seus Ouvintes Cristãos, Sobre a Promoção de Sua 
Ajuda na Obra de Cristo” ( O Discurso do Pastor aos seus ouvintes cristãos, solicitando sua 
ajuda na promoção o Interesse de Cristo ).
1807Publicação de “Sobre a obediência moral e positiva”, ( Sobre Obediência Moral e 
Positiva ).
Morte John Newton (1725-1807), famoso compositor de hinos e incansável lutador contra 
a escravidão.
O Parlamento inglês vota a favor da abolição da escravatura.
1808 Publicação da “Apologia das missões na Índia”. (Desculpa para as Missões Cristãs 
Tardias na Índia ). Quarta visita de Fuller à Escócia em relação ao SMBP.
1809Nascimento de Charles Darwin (1809-1882), um dos principais promotores da Teoria 
da Evolução.
1810Publicação de “Críticas ao Sandemanianismo em Doze Cartas a um Amigo” ( Strictures 
on Sandemanianism in Twelve Letters to para amigo ).
Publicação de “A promessa do Espírito, e o grande incentivo na promoção do Evangelho”, (
A Promessa do Espírito, o Grande Incentivo na Promoção do Evangelho ).
1811 Publicação de “Diálogos, Cartas e Ensaios sobre Vários Assuntos”.
John Keen Hall é nomeado pastor assistente de Fuller.
 1812 Visita ao País de Gales como representante da Sociedade Missionária Batista 
Particular (SMBP).
Morte de Archibald Mc'Lean (1738-1812), um dos
Os principais oponentes de Andrew Fuller.
1813Quinta e última visita à Escócia promovendo a Sociedade Missionária Batista 
Particular (SMBP).
Nascimento do missionário David Livingstone (1813-1873).
1814 Fuller começa a escrever o que ele esperava que fosse seu magun opus
“Cartas sobre Teologia Dogmática” ( Cartas sobre Teologia Sistemática Divindade ). O 
projeto pretendia ser uma Teologia Sistemática completa. No entanto, Fuller morreu logo 
após iniciar o projeto.
1815Publicação de “Sermões Expositivos sobre o Apocalipse”.
Publicação de “O cuidado das viúvas e dos órfãos pelos ministérios cristãos”.
A morte de Fuller em Kettering, Northamptonshire, em 8 de maio. [9]
 ANDREW FULL:
INTRODUÇÃO BIOGRÁFICA E
TEOLÓGICO
 Jaime D. Caballero
O famoso pregador batista do século XIX, Charles Spurgeon, referiu-se a Andrew Fuller 
como “o maior teólogo do nosso tempo”. [10] Spurgeon não apenas se considerava um 
“descendente de Fuller”, mas muitos batistas do passado e do presente, quer saibam disso 
ou não, traçam suas raízes, tanto na doutrina quanto na prática, em Andrew Fuller. Stephen
J. Wellum escreve:
Andrew Fuller serve de modelo para os cristãos de hoje de muitas maneiras diferentes. Ele 
não foi apenas um marido, pai e pastor dedicado, mas também um excelente teólogo, 
defensor da fé e um visionário do Evangelho. [onze]
Seu trabalho como pastor, teólogo e promotor de missões mundiais teve impacto por 
gerações. Este breve resumo serve como uma introdução básica à obra e ao pensamento de 
uma das figuras mais influentes do cristianismo moderno.
Os Diários de Andrew Fuller (1754-1815)
De meados do século XVII a meados do século XIX, era uma prática bastante comum entre 
os evangélicos, particularmente aqueles de origem independente e não-conformista, 
manter um registro da operação da graça de Deus em suas vidas através de diários, nos 
quais eles registraram seu progresso na fé, bem como suas lutas e derrotas. O objetivo 
desses diários, como aponta o historiador Michael D. McMullen, era:
Descreva o progresso do crente desde um estado inicial de dúvida e descrença, para dar 
evidência da obra regenerativa da graça divina em direção a um estado de iluminação 
espiritual, afeição religiosa e, eventualmente, até certo grau de segurança de fé. [12]
Vemos evidências do uso e publicação de periódicos para o desenvolvimento da piedade 
espiritual em um grande número de pastores e teólogos, entre os quais temos John Bunyan 
(1628-1688), Richard Baxter (1615-1691), John Newton (1725 - 1807), Jonathan Edwards 
(1703-1758), David Brainerd (1718-1747), John Wesley (1703-1791), entre muitos outros. 
[13] Fuller estava familiarizado com esses registros e, movido pelo exemplo daqueles que o
precederam na fé, decidiu começar o seu próprio em 1780, aos 26 anos, e continuou nesta 
prática por mais de vinte anos, até 1801. Uma das principais fontes para reconstruir sua 
vida foram seus diários. [14]
Ler os diários de Fuller, ou de qualquer outro homem de fé, é um exercício espiritual. Não 
se pode deixar de ser afetado pelas lutas, vitórias e derrotas do autor e ver claramente a 
obra da graça de Deus em uma pessoa. [15] No caso de Fuller, a graça de Deus é evidente. 
No início de sua peregrinação, ele é um jovem influenciado pelos ensinamentos do 
hipercalvinismo, sem saber se deveria pregar o evangelho aos seus vizinhos.
No final da vida, ele é um homem maduro, lutando com todas as suas forças para proclamar
o nome de Cristo onde ele não havia sido anunciado. A mudança não poderia ser mais 
radical, a graça de Deus não poderia ser mais perceptível em sua vida. [16] Querido irmão 
que lê isto, se você ainda não é o que deveria ser, um dia o será, nesta vida ou no futuro. 
Deus não terminou sua obra em você.
Contudo, apenas dois volumes dos três volumes escritos por Fuller, contendo sua vida, 
memória, pensamentos, etc. eles sobrevivem.
Um deles foi queimado pelo próprio Fuller e os outros dois seriam queimados após sua 
morte. No entanto, os encarregados de realizar este desejo, seu melhor amigo, o Sr. Ryland, 
e seu filho, decidiram ignorar o pedido de Fuller e, para nosso benefício, preservar seus 
diários.
Nascimento e juventude
Andrew Fuller nasceu em 6 de fevereiro de 1754 em uma pequena fazenda na vila de 
Wicken, no condado de Cambridshire, na Inglaterra. Seus pais, Robert e Philippa, tiveram 
três filhos, dos quais Andrew era o mais novo. Sua família herdou algumas terras que lhes 
permitiram sobreviver. A fazenda onde Fuller cresceu era em grande parte dedicada à 
produção de leite e produtos associados, e esperava-se que Andrew seguisse os passos do 
pai e do avô e se tornasse agricultor, afinal nem Andrew nem nenhum de seus irmãos 
receberam qualquer tipo de educação. , mas o mais básico que a pequena escola primária 
de sua cidade poderia oferecer.
Porém, André logo se destacou por sua incrível capacidade intelectual, que, como ele 
mesmo admite, trabalhou a seu favor ao iniciar o ministério:
Ele não podia esperar muito respeito dos habitantes de uma cidade onde morava desde os 
seis anos, agora que era ministro. No entanto, não tenho do que reclamar. Na verdade, 
recebi mais respeito do que poderia esperar, em parte devido à opinião predominante de 
que quando estava na escola sabia mais do que o professor. Uma opinião que, claro, estava 
muito longe da verdade, mas que, no entanto, indicava um certo preconceito que 
funcionava a meu favor. Talvez isso tenha sido útil ou tenha atraído algumas pessoas a me 
ouvirem pregar quando entrei no ministério.
[17]
Contudo, um intelecto separado da piedade é como uma árvore sem frutos. Não haveria 
Andrew Fuller se não fosse por Philippa Fuller. Foi a mãe de André a principal influência 
espiritual em sua vida e quem teve o papel de orientar seus filhos nos caminhos do Senhor. 
Filipa nunca imaginou que a fidelidade a Deus expressada no cuidado dos seus filhos e do 
seu lar resultaria através do seu filho numa bênção que afetaria milhões de pessoasem 
todo o mundo. Num mundo saturado de feminismo radical, que considera inferior a mulher
que cuida da sua casa, faríamos bem em lembrar que quase todos os grandes homens de 
Deus da história, de Timóteo a Agostinho de Hipona, entre muitos outros, foram o papel da 
mãe que desempenhou um papel crucial.
O pai de Andrew, Robert Fuller, embora frequentasse ocasionalmente a igreja, não era 
crente. Perto de sua morte, Andrew escreve em seu diário de 26 de abril de 1781:
Como me sinto hoje com o coração partido e partido por meu amado pai, que temo que 
morra muito em breve. Oh, sua alma, sua alma imortal! Como posso suportar enterrá-lo 
sem ser convertido? Oh, Pai, se possível, passe de mim este cálice! Derramei as mais 
ardentes súplicas por sua alma e tive algumas conversas com ele sobre o assunto.
27 de abril de 1781. Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Por favor, me dê alguma
esperança para o bem-estar de sua alma…
Oh, a alma, a alma nunca morre!
Andrew amava profundamente seu pai terreno. Suas orações em seu diário, implorando 
por sua conversão perto de sua morte, são comoventes.
Pelo que sabemos, seu pai morreu não convertido.
Quando criança, Andrew frequentou a Igreja Batista de Soham, uma cidade para onde se 
mudou aos 6 anos de idade, e foi exposto desde muito cedo ao ensino hipercalvinista na 
Igreja Batista de Soham, onde John Eve era pastor. Ao relembrar aqueles anos de infância e 
adolescência, Fuller escreve:
Meu pai e minha mãe eram independentes não-conformistas, de convicção calvinista. 
Frequentemente íamos à igreja para ouvir a pregação do Pastor Eve, um pastor batista. O 
termo teológico para as crenças do Sr. Eva é hipercalvinismo, que deveria ser melhor 
chamado de falso calvinismo, e é por isso que ele tinha pouco ou nada a dizer aos não 
convertidos. Como consequência disso, sendo um homem não salvo, ele não tinha nenhum 
interesse em ouvir o que era dito no púlpito. [18]
Algo que deve ser levado em conta é que a pregação de João Eva não foi academicamente 
pobre em conteúdo, nem foi superficial a sua exposição das Escrituras, muito pelo 
contrário. Mas porque ele tinha uma convicção hiper-calvinista, o seu conceito de 
evangelismo e missões foi completamente distorcido. Este é um bom lembrete de que uma 
pessoa pode, no papel, aderir à Confissão de Fé de Westminster ou
 Londres 1689 e, na prática, quase não terá utilidade para o Reino de Deus.
Tanto Fuller quanto seus irmãos foram profundamente ensinados nas Escrituras por sua 
mãe e pelos ensinamentos de John Eve.
Seus dois irmãos tornaram-se diáconos em igrejas batistas, enquanto André ingressou no 
pastorado. Na adolescência e no início da juventude destacou-se pelo seu intelecto 
prodigioso, mas também pela sua constituição atlética. Ele tinha aproximadamente 1,85 
metros de altura, e seu árduo trabalho físico na fazenda o ajudou a desenvolver uma 
constituição física ideal para a luta greco-romana, destacando-se neste esporte. [19] No 
entanto, o Senhor ainda não havia realizado uma obra salvadora da graça em sua vida.
Conversão
Há uma grande quantidade de material primário que documenta a conversão de Fuller, 
tanto em seus diários pessoais quanto em cartas enviadas a familiares e amigos. Embora 
Fuller descreva sua conversão aos 15 anos de idade, podemos observar obras de graça ao 
longo de sua vida desde a mais tenra infância, como a convicção do pecado, uma 
consciência sensível à obra do Espírito Santo, entre outras evidências. Isto talvez se deva à 
educação cristã que teve na infância através da mãe, ou talvez à obra da graça do Espírito 
Santo, sem que ele tivesse plena consciência disso. Não podemos saber com certeza.
Foi aos 14 anos que começou a sentir uma profunda convicção do pecado e um desejo 
insaciável de ler as principais obras teológicas dos puritanos. Foram os puritanos, através 
dos seus escritos, que guiaram Fuller aos pés de Jesus Cristo, e foram os puritanos que o 
guiaram para fora das águas turvas do hipercalvinismo. Ele escreve em seu diário:
Acho que devia ter quase 14 anos quando comecei a refletir seriamente sobre meu destino 
final. A pregação à qual fui exposto domingo após domingo não fez muito para despertar 
minha consciência para Cristo, já que o ministro quase nunca disse nada sobre o caminho 
da salvação para os incrédulos, mas simplesmente sobre a edificação para os crentes. Não 
sei se eu já era crente naquela época,
Mas naquela época eu também não estava interessado em saber. Lembro-me que, durante 
esse tempo, enquanto caminhava sozinho, pensei: Qual é a fé que salva? Como posso 
reconhecê-lo? Em que consiste? Lembro-me que só consegui tirar minhas dúvidas muito 
mais tarde.
[vinte]
Fuller sentia uma sede insaciável de ler os puritanos e os grandes clássicos, as maiores 
obras do cristianismo e do pensamento universal. Foi assim que iniciou uma leitura voraz 
das obras de John Bunyan (1628-1688), particularmente dos livros Grace. Abundante e o 
progresso do peregrino . Durante pouco mais de um ano, o jovem Fuller, então com 14 anos, 
dedicou-se à intensa leitura dos Puritanos. É muito provável que sua conversão tenha 
ocorrido através da leitura das obras do grande pregador puritano Ralph Erskine (1685-
1752), escreve Fuller:
Às vezes eu ficava profundamente comovido depois de meditar nas grandes doutrinas do 
Cristianismo, ou depois de ler livros como Abundant Grace, de John Bunyan , ou Pilgrim's 
Progress . Um dia em particular, peguei o livro de Ralph Erskine intitulado Gospel Sonnets e 
li o sermão intitulado “Um Catecismo Evangélico para Jovens Cristãos”; Eu li e li, e enquanto
lia não conseguia parar de chorar. Na verdade, fiquei tão comovido, a doutrina da salvação 
eterna parecia tão sublime para mim, que não pude deixar de chorar por não ver esta 
mudança radical na santificação em meu próprio coração. [vinte e um]
Algo que aparece repetidamente nos diários de Fuller, desde a adolescência até a velhice, é 
o choro. Vez após vez, Fuller chega às lágrimas ao ver seu próprio coração e quão longe ele 
estava de amar a Deus com todas as suas forças e viver uma vida limpa de pecado. Ele foi às
lágrimas enquanto orava dizendo; "Senhor,
Por que não posso te amar como deveria?" foi o grito que partiu seu coração. Se um jovem 
como Fuller pôde amar o Senhor desta forma, não há dúvida de que os nossos jovens e 
adolescentes também devem fazê-lo, com toda a alma, mente e força.
No entanto, Fuller não sabia que estava salvo, na verdade, muito pelo contrário.
O ensino hipercalvinista que ele recebeu o instruiu a ser
passivo na salvação. Isto é, ele não poderia ir ao Senhor Jesus Cristo clamando por 
misericórdia a menos que descobrisse uma “garantia” de que o Espírito Santo já havia 
começado uma obra regenerativa em sua vida. O sistema hiper-calvinista ensinava que a 
oferta gratuita do evangelho para vir a Cristo para salvação e misericórdia não estava 
disponível para toda a humanidade, mas apenas para os eleitos. E a evidência de que 
alguém foi escolhido era uma certa “garantia” ou evidência da obra do Espírito.
Esta obra do Espírito Santo era a garantia de que a pessoa havia sido escolhida para a 
salvação e, portanto, tinha a certeza de que seria aceita por Cristo.
Como Fuller não conseguia distinguir com total certeza se havia recebido essa “garantia” ou
obra do Espírito em sua vida devido ao pecado remanescente, ele se sentiu desamparado e 
desesperado por não poder vir a Cristo para a salvação. [22] Isto foi um paradoxo, uma 
contradição em si. Fuller desejava vir a Cristo para salvação e obter misericórdia. Contudo, 
em obediência ao que ele acreditava ser a vontade de Cristo, que ninguém poderia vir a Ele 
a menos que houvesse evidência desta “garantia”, Fuller não foi a Cristo para a salvação! 
Este processo de não saber com certeza se ele havia confiado em Cristo para a salvação 
continuou durante toda a sua adolescência. Isto nos mostra quão claramente o ensino 
errôneo a respeito da maneira como Deus se relaciona com os pecadores pode afetar 
terrivelmentea Igreja e manchar com sangue as mãos daqueles pregadores que falham em 
admoestar sua congregação ao arrependimento e à fé.
Sua consciência tornou-se cada vez mais atormentada com o passar do tempo, e sua mente 
tornou-se cada vez mais preenchida com as Escrituras e com a leitura dos Puritanos. O 
desejo intenso de ir a Cristo e ter comunhão com ele, mas ao mesmo tempo a incerteza se 
Cristo realmente o aceitaria porque não tinha certeza de que era um dos escolhidos, não 
sabendo com certeza se tinha essa “garantia ”porque ele não via com total certeza a obra do
Espírito em sua vida, mas muito do pecado que permanecia até mesmo nele o estava 
levando ao ponto de total desconsolação. Fuller escreve: Eu estava completamente 
desesperado e não conseguia encontrar nada em mim que fosse digno da misericórdia de 
Deus ou que pudesse ser uma evidência razoável de que eu tinha uma garantia.
 para o mesmo. Tudo o que pude ver em mim foram coisas que seriam desprezíveis para 
Ele e irritáveis ao ver Sua glória.
"O que fiz? O que devo fazer para ser salvo?" Essas perguntas passavam pela minha cabeça 
repetidas vezes, e pelo menos dez vezes por dia. En verdad, ¡No sabía que hacer!... Esperar 
por perdón en el estado en el que mi corazón se encontraba sería la suma de la presunción, 
y pensar de que Cristo, después de haber abusado de Su gracia, me perdonaría era 
demasiado para mim. Eu senti como se não tivesse nenhum refúgio para onde ir. Por um 
momento pensei em ceder completamente ao desespero que me saudou. Eu disse a mim 
mesmo: “Talvez eu devesse abraçar totalmente uma vida cheia de pecado, porque não há 
esperança para mim, a não ser a perdição”. Pensar nisso me fez arrepiar! Meu coração girou
dentro de mim. Como eu poderia pensar em deixar Cristo e a esperança e a glória do céu 
por vir!... Eu não suportava a ideia de deixar Cristo e afundar completamente em uma vida 
de ruína e perdição. [23]
Em suma, o ensino hiper-calvinista não está longe de ser um evangelho de salvação pelas 
obras, uma vez que coloca a ênfase da aceitação de Cristo num aspecto subjetivo da pessoa, 
em vez de na obra de Cristo.
Olhe para você mesmo, para o que a pessoa fez, em vez de olhar para o que Cristo já fez. 
Neste sentido, o hipercalvinismo não é muito diferente do decisionismo que permeia 
algumas igrejas de tendência arminiana que depositam a sua fé numa decisão, ou em algo 
que fizeram subjetivamente.
O Senhor trabalha de maneiras misteriosas. Não há nada que esteja fora de Sua 
providência. O fato de ele ter sido exposto a sólidos ensinamentos hipercalvinistas durante 
sua infância e juventude teve o efeito oposto em Fuller, ou seja, em vez de se tornar um 
defensor do hipercalvinismo, ele se tornou seu mais ardente detrator. Vejo isso 
frequentemente em jovens que saem das Igrejas da Prosperidade e abraçam as Doutrinas 
da Graça, e depois ajudam outros a sair de tais movimentos. Paul Brewster escreveu sobre 
isso:
Fuller convenceu-se de que havia sido impedido desnecessariamente de ser salvo por causa
dos erros teológicos e dos falsos pressupostos que permeavam a Igreja onde ele cresceu. 
Por isto
 Ele dedicou a maior parte de seu ministério a destronar o sistema hipercalvinista que 
estava na moda em muitas das igrejas Batistas Particulares na Grã-Bretanha. [24]
Não demorou muito para que Fuller finalmente encontrasse a paz e o conforto que 
procurava em Cristo Jesus, em novembro de 1769. Ele tinha então 15 anos e sua vida 
mudaria completamente a partir de então. O forte impacto negativo que o Hipercalvinismo 
teve em sua vida foi o fogo que mais tarde alimentou seu desejo de se opor a ele. O impacto 
que este ensinamento teve na sua vida poderia ter-lhe custado a alma, como talvez tenha 
acontecido com o seu pai. Fuller descreve o hipercalvinismo repetidas vezes em seus 
diários como
“contendo muitos erros no evangelho” chamando-o de “falso calvinismo”. Para Fuller, esta 
não era apenas uma questão intelectual de precisão teológica, mas de vida e morte, de 
salvação e condenação eterna.
O problema central do hipercalvinismo era a anulação dos meios providos por Deus para a 
salvação dos homens. Deus é a causa final e primária da salvação, porém, no esquema 
soteriológico existem causas secundárias, como a pregação do Evangelho, a fé e o 
arrependimento. Assim, embora Deus seja Soberano, Ele mesmo providenciou estas 
condições como meios através dos quais a salvação é concedida. Em outras palavras, ao 
eliminar os meios para a salvação dos homens (a pregação do Evangelho, a fé e o 
arrependimento), o que o hipercalvinismo realmente fez foi eliminar o próprio Evangelho.
Não demorou muito até que Fuller fosse batizado aos 16 anos e começasse a pregar na 
Igreja Batista Soham.
Batismo e início do ministério pastoral
Fuller foi batizado aos 16 anos na Igreja Batista de Soham, pelo pastor John Eve em abril de 
1770. [25] Foi a primeira vez que um batismo foi celebrado nos 10 anos desde que a família
Fuller fazia parte da congregação em Soham. . Isto não foi nenhuma surpresa. A 
denominação batista no início do século XVIII na Inglaterra era muito pequena comparada 
à anglicana, e os efeitos da crescente
O hipercalvinismo em suas congregações foi sentido na falta de esforços evangelísticos 
dentro delas. Enquanto as igrejas batistas diminuíram em tamanho e vigor durante a 
primeira metade do século XVIII, a Igreja Anglicana, através da pregação de George 
Whitefield (1714-1770), e a recém-formada Igreja Metodista, através da pregação de John 
Wesley (1703-1791). ), crescia cada vez mais. É muito provável que se o Senhor, em sua 
providência, não tivesse levantado um homem como Andrew Fuller para provocar um 
reavivamento dentro da denominação batista em meados do século XVIII, ela teria sido 
virtualmente extinta no século XIX, pelo menos. na Inglaterra.
Não teria havido William Carey ou Charles Spurgeon sem Andrew Fuller.
Desde muito cedo na vida de Fuller vemos a importância da vida comunitária e o 
desenvolvimento de amizades piedosas que tiveram um impacto profundo e duradouro em 
sua vida. [26] Fuller foi batizado junto com Joseph Diver, que tinha cerca de 40 anos, 
enquanto Fuller tinha 16. Os dois se tornaram amigos íntimos. Fuller escreve:
Foi nessa época que estabeleci uma estreita amizade com o Sr.
Joseph Diver, um homem muito sábio e bom, que foi batizado comigo. Tinha quarenta anos 
e vivia muitos anos solitário, dedicando-se inteiramente à leitura e à reflexão. O Sr. Diver 
tinha uma grande paixão pela verdade, o que tornava as conversas teológicas com ele de 
particular interesse para mim, bem como a devoção às práticas piedosas. Devo mencionar 
que essa amizade tem sido uma das maiores bênçãos da minha vida. [27]
Fuller tinha 16 anos e passava a maior parte do tempo com um mentor 24 anos mais velho, 
lendo, conversando e meditando sobre as verdades mais intrincadas e profundas da 
doutrina cristã. Quando examino o calibre dos volumes teológicos que Fuller leu aos 16
últimos anos, e comparo com o que lê a maioria dos jovens em nossas igrejas latino-
americanas, a diferença é esmagadora.
Pouco depois de seu batismo, ele se envolveu na primeira controvérsia teológica na Igreja. 
O que se segue é de extrema importância, pois marcaria as controvérsias seguintes como 
um selo.
 teologias nas quais Fuller se envolveria. A questão é: pode um descrente, em seus próprios 
esforços, realizar um bom trabalho exteriormente?
Um dos membros da congregação de Soham foi pego abusando de álcool. O primeiro a 
descobrir o pecado deste homem foi o próprio Fuller. Fuller primeiro confrontou o homem 
com seu pecado, instando-o a abandoná-lo. O homem, desculpando-se, disse que não 
conseguia controlar-se porque não tinha forças para o fazer. Fuller tentou convencê-lo de 
que ele realmente poderia abandonar o álcool. No entanto, o homem recusou-se a fazê-lo. 
Diante disso, Fuller levou o caso ao seu pastor, e o assunto se tornou público na 
congregação. No entanto, este caso de disciplina bíblica gerou polêmica ainda maiorna 
congregação, que acabou culminando na demissão de João Eva, pastor da congregação. Os 
problemas que Eva teve com a congregação prenunciariam os problemas que Fuller teria 
mais tarde com esta mesma congregação da qual se tornou pastor.
Em essência, o Calvinismo clássico sustenta que o homem natural está morto em crimes e 
pecados e, portanto, não tem o poder de mudar por conta própria. Todos os poderes 
constitutivos da sua pessoa –
intelecto, vontade e afeições – foram afetados pelo pecado e, como consequência, o homem 
não tem nenhum papel na regeneração, mas esta é uma obra exclusiva de Deus. No entanto,
a partir deste ensino bíblico, o hipercalvinismo chegou a conclusões antibíblicas.
O Hiper-Calvinismo ensinou que os incrédulos, não tendo poder no uso de suas faculdades 
para a regeneração, não poderiam ser obrigados a realizar qualquer ato que fosse de 
natureza espiritual, como arrependimento ou fé, mas somente Ele pode exigir deles esses 
atos de moralidade externa, como, por exemplo, dar dinheiro aos pobres, não fornicar, etc.
O homem encontrado praticando alcoolismo na Igreja de Soham desculpou-se dizendo que 
não tinha poder para mudar, por isso foi considerado não convertido e removido da 
congregação. No entanto, embora João Eva sustentasse que uma pessoa não salva tem a 
capacidade de escolher obedecer ou desobedecer externamente aos mandamentos de 
Deus; A congregação em Soham sustentava que o não convertido não tinha a capacidade de 
vontade própria para obedecer externamente à Lei de Deus. Portanto, Eva finalmente 
apresentou sua demissão da congregação. A Congregação Soham
 Ele era tão hipercalvinista que até mesmo o hipercalvinismo de seu pastor ficou aquém!
Vale ressaltar que a posição de Eva representa o hipercalvinismo em sua mais pura 
essência. Contudo, a posição da congregação foi ainda mais longe do que o hipercalvinismo,
negando até mesmo a capacidade natural dos não regenerados de obedecer exteriormente 
aos mandamentos de Deus, distorcendo, na melhor das hipóteses, e negando, na pior das 
hipóteses, a graça comum de Deus para com a humanidade.
A negação da graça comum de Deus para com toda a humanidade é um grave erro teológico
que distorce completamente o caráter de Deus e o Seu amor universal para com toda a Sua 
humanidade portadora de imagem. A negação do amor universal de Deus pelos incrédulos 
vai além do hipercalvinismo. [28] Por outro lado, o calvinismo clássico coloca ênfase na 
incapacidade moral dos não regenerados, em vez de uma incapacidade natural das 
faculdades do homem. Ou seja, o incrédulo é culpado perante a Lei de Deus, não porque não
possa obedecer aos mandamentos de Deus, mas porque tendo a oportunidade de fazê-lo, 
não deseja fazê-lo. Ele está completamente incapacitado pela inclinação de suas faculdades,
e não pelas próprias faculdades. Isto ficará mais claro mais tarde.
Fuller descreve em seu diário seus sentimentos sobre isso, devemos ter em mente que isso 
ocorreu logo após sua conversão e que ele ainda tinha 16 anos:
Um dos membros foi considerado culpado de consumo excessivo de álcool e fui o primeiro 
a descobrir isso. Assim que descobri isso, confrontei-o com o seu pecado, o melhor que 
pude, fazendo-o ver a vileza do seu comportamento. Sua resposta foi que ele não tinha a 
capacidade de parar de ficar bêbado e que deveria parar de incomodá-lo porque não era 
seu tutor. Quando ele me contou isso fiquei indignado e tive a impressão de que tudo o que 
ele me contava era na verdade uma desculpa. Por isso eu disse-lhe que se ele realmente 
quisesse, poderia abster-se de pecados como estes, e que o que ele me disse – que eu não 
podia fazer nada a respeito – parecia-me apenas uma desculpa para desculpar o 
indesculpável. Eu não sabia mais o que dizer. [29]
Após a polêmica com a congregação e o pastor Eve, Fuller escreve:
A resposta negativa à pergunta: “Os pecadores têm o poder de fazer externamente a 
vontade de Deus, restringindo-se do pecado?”, foi defendida por alguns dos principais 
membros da Igreja, entre os quais estava meu amigo Joseph Diver. [Depois de lhes contar o 
que eu pensava] eles rapidamente me desculparam, dizendo que eu ainda era um bebê na 
religião cristã e que não sabia de nada, mas que o pastor era indesculpável porque deveria 
saber melhor essas coisas, e que deveria ter sido capaz de dar uma resposta satisfatória 
sem trair os fundamentos da verdade. [30]
Esta citação revela muito, não apenas sobre o carácter desviante da Igreja hiper-calvinista 
de Soham, mas também sobre algumas controvérsias no nosso contexto actual. O espírito 
legalista evidencia, na melhor das hipóteses, um coração imaturo e, na pior, um coração não
regenerado. Elevar as doutrinas secundárias ao nível das doutrinas primárias e fazê-lo 
como uma verdade fundamental do Evangelho mostra que estas pessoas não 
compreenderam verdadeiramente o Evangelho que paradoxalmente afirmam defender.
Joseph Diver, amigo de Fuller, foi nomeado diácono logo depois e encarregado de conduzir 
os cultos de adoração na Igreja. Quase dois anos depois, Diver sofreu um acidente e teve 
que ser substituído na pregação, então a oportunidade de pregar foi dada a Fuller. Fuller 
pregou com tanta habilidade e unção do Espírito que a congregação tomou isso como 
evidência de que o Senhor o estava chamando para o ministério. Pouco tempo depois, ele 
teve a oportunidade de pregar novamente. Desta vez Fuller fez algo completamente 
revolucionário para a Igreja de Soham: ele pregou o Evangelho. Vários jovens com lágrimas 
nos olhos foram convertidos como resultado da pregação de Fuller, e Fuller foi nomeado 
pastor na preparação da Igreja, e um ano depois, em janeiro de 1774, aos 20 anos, foi 
nomeado pastor titular da Igreja. . Dos 19 anos até o dia em que morreu, Fuller nunca 
parou de pregar regularmente a Palavra de Deus e o Evangelho de seu Filho Jesus Cristo. 
No entanto, a essa altura, Fuller ainda não havia deixado o hipercalvinismo.
Andrew Fuller: Homem de Família, Teólogo e Pastor Nas páginas a seguir nos 
concentraremos mais brevemente em outros aspectos gerais da vida de Andrew Fuller. 
Porque este livro representa uma das obras mais importantes da luta de Fuller contra o 
hiper-Calvinismo, mais espaço foi dedicado nesta breve introdução biográfica aos aspectos 
necessários para compreender o contexto histórico e teológico em que Fuller se encontrava
e que o levou a escrever o trabalho que você tem em mãos.
Os acontecimentos de Fuller nesta fase de sua vida podem ser resumidos em três aspectos: 
maturidade familiar, maturidade teológica e maturidade ministerial, e cobrirão 
aproximadamente onze anos da vida de Fuller, desde quando foi nomeado pastor sênior de 
Soham em 1774, até o prelúdio de a publicação da primeira edição do Evangelho digna de 
ser recebida por todos os homens em 1785. [31]
 para. Maturidade Familiar
Dois anos depois de iniciar seu ministério pastoral, Fuller casou-se em dezembro de 1776 
com uma jovem de sua mesma congregação chamada Sarah Gardiner. Andrew e Sarah se 
amavam profundamente e, pelo que sabemos, tiveram um casamento relativamente feliz. 
Sara era uma mulher piedosa que sempre apoiou o marido, especialmente nos problemas 
que enfrentavam. Matthew Haste escreve:
O caráter piedoso de Sarah Fuller como esposa e mãe é evidenciado pela maneira como ela 
acompanhou o marido durante a difícil provação de perder a filha que levava seu nome.
[32]
Fuller era extremamente pobre, especialmente no início de seu ministério, de modo que foi 
muito difícil para ele sustentar sua família nos primeiros anos. A congregação de Soham 
fornecia um salário que não cobria as necessidades financeiras do casal. Além disso, dos 
onze filhos que o casal teve, oito deles morreram nos primeiros anos de vida, em parte 
devido à elevada mortalidade infantil da época, bem como
 consequência das constantes doenças e pobreza que sofriam. Peter J. Morden observa:
Ao longo de sua vida de casado, Fuller passou por uma série de tragédias pessoais, que sem 
dúvidacontribuíram para episódios de depressão espiritual. Oito de seus onze filhos do 
casamento com Sarah Gardiner morreram na infância.
Particularmente, ele sofreu muito com a morte de sua filha de seis anos, falecida em 1786, 
após a qual ele caiu em sua mais grave depressão espiritual. [33]
Fuller tentou sustentar sua família iniciando vários projetos, como ter uma pequena 
mercearia em casa e uma pequena escola para alunos do ensino fundamental, mas nada 
disso funcionou. Ele escreveu sobre isso em seu diário de 21 de julho de 1777:
Sinto-me profundamente triste e deprimido por todas as preocupações terrenas e da Igreja.
Mas encontrei algum alívio esta noite ao deixar todos os meus fardos para o Senhor, 
esperando que Ele cuide de mim. Oh Senhor, por favor, providencie para mim! Ah, sim, 
Senhor, que sustentas mundos desconhecidos, de tal maneira que nem em nenhum deles 
aconteça nada que não tenhas planejado, toma a minha causa em tuas mãos e faze-me útil 
para o teu deleite. Porém, Senhor, se o seu plano é que eu seja pobre, então deixe a pobreza 
ser minha porção e meu contentamento. [3.4]
Apesar das limitações financeiras, Fuller educou seus filhos nos caminhos do Senhor por 
meio de ensino contínuo e cultos de adoração no lar. Matthew Haste escreve:
Fuller se dedicou à educação de seus filhos nos caminhos do Senhor, como evidenciado 
pelas muitas referências em seus diários ao culto familiar e às conversas de natureza 
espiritual que teve com eles. [35]
Fuller viveu na pobreza por quase 10 anos, até outubro de 1783
Foi nomeado pastor da Igreja Kettering, numa localidade diferente, com um salário 
substancialmente melhor do que o que recebia em Soham. No entanto, a saúde de Sarah foi 
irremediavelmente afetada pela
 pressão constante, e alguns anos depois ele morreu. Vale a pena citar algumas das palavras
de Fuller durante esse período. Em 10 de julho de 1792 escreveu em seu diário:
As aflições que minha família enfrenta são quase insuportáveis, e o que será de mim, não 
sei! Durante quase um mês os sofrimentos da minha amada esposa foram extremamente 
fortes. [36]
Em 25 de julho do mesmo ano ele escreveu:
Oh meu Deus, minha alma está morrendo dentro de mim! A dor pela morte de minha 
amada família parece muito com a continuidade. Oh meu Senhor, estou tão angustiado, por 
favor, leve-me com você! [37]
Quando sua esposa morreu um mês depois, em 23 de agosto de 1792, e após a morte de 
oito de seus filhos pequenos, Fuller, imerso em profunda dor, escreveu estas linhas:
A doce mãe já não chora pelas suas perdas. Não há mais trabalhos difíceis ou fardos 
pesados sob seus ombros. Sua preciosa alma em sofrimento foi libertada de todo medo e 
trepidação e finalmente chegou ao terno lar, junto com seus filhinhos e com seu Deus. [38]
Existem alguns pontos a serem considerados em relação à situação de Fuller que serão 
úteis para nós:
1.
Num contexto saturado de apóstolos e profetas autoproclamados que apenas procuram 
lucrar com o Evangelho, num contexto em que pastores e líderes usam as ofertas e dízimos 
de crentes ingénuos para enriquecerem, faríamos bem em aprender com o exemplo de 
Fuller. servir a Deus e à Sua Igreja não por razões económicas, mas para a glória de Deus.
2.
Lendo os diários de Fuller, não há dúvida de que foram as extremas pressões económicas a 
que foi exposto que produziram um carácter de piedade que nos anos posteriores se 
manifestaria no extenso ministério que desempenhou. Fuller foi fiel em
 pouco, e mais tarde em sua vida Deus o colocou sobre muito, de modo que sem a pobreza 
extrema Fuller poderia nunca ter se tornado o homem de fé que era.
3.
Não devemos repetir literalmente as decisões dos grandes homens de fé do passado. Só 
porque Fuller agiu de determinada maneira não significa que todo pastor deva agir da 
mesma maneira. A Igreja Batista de Soham causou muitos problemas a Fuller, além de não 
fornecer um salário básico para sustentar sua família. Este não é um padrão a ser imitado, 
mas as igrejas devem ser generosas nas suas ofertas e provisões para os seus pastores.
4.
O principal dever de um homem é sustentar sua família.
Que o Senhor proíba qualquer tipo de crítica infundada a um homem de estatura espiritual 
e intelectual muito maior como foi Andrew Fuller. Porém, devemos lembrar que nesta 
época Fuller ainda era um jovem de vinte e poucos anos, ainda não era o teólogo 
importante que seria mais tarde, nem o grande organizador e promotor de missões que 
seria trinta anos depois. Fuller tinha 23 anos, esposa e dois filhos.
Eu me pergunto, enquanto escrevo estas linhas, e sendo dez anos mais velho que Fuller, o 
que eu diria a ele. Talvez meu conselho para aquele jovem fosse: “André, amigo, talvez fosse
melhor para você trabalhar meio período na fazenda e desistir dos estudos teológicos, e 
reduzir o nível de pregação pelo menos por um tempo. Isto não é falta de piedade, mas 
fidelidade às pessoas que o Senhor colocou sob nossos cuidados, primeiro, nossa família, e 
segundo, a congregação”. Talvez se Fuller tivesse feito isso, mais filhos seus teriam 
sobrevivido e Sarah não teria morrido tão jovem; por outro lado, o livro que você tem em 
mãos poderia nunca ter sido escrito e o trabalho missionário nunca teria sido realizado. , 
pelo menos, pelo menos não por Andrew Fuller. O leitor deve ser sábio e considerar que em
todas as circunstâncias da nossa vida estamos chamando à fidelidade a Deus e à obediência 
à Sua palavra.
Fuller casou-se novamente dois anos após a morte de Sarah em 1794 com Ann Coles, com 
quem teve seis filhos, dois dos quais
 Eles morreram na infância e quatro viveram até a idade adulta. Fuller teve um total de 
dezessete filhos, onze dos quais morreram nos primeiros anos e seis viveram até a idade 
adulta. Se enterrar uma criança é uma experiência devastadora, quão mais difícil será 
enterrar onze delas.
 b. Maturidade Teológica
No início de seu ministério na Igreja Batista de Soham, Fuller era, tanto na teoria quanto na 
prática ministerial, um hipercalvinista. As maiores influências teológicas de Fuller no início 
de seu ministério foram John Gill (1697-1771) e John Brine (1703-1765). Embora haja 
debate hoje se Gill era um hipercalvinista ou não, John Brine foi sem dúvida um dos 
hipercalvinistas mais conhecidos de seu tempo. [39]
Fuller possuía um intelecto prodigioso, mas nunca teve a oportunidade de receber 
educação teológica formal. Não porque fosse contra o estudo formal de teologia, mas 
porque nunca teve oportunidade de fazê-lo. Durante seus anos em Soham, Fuller passou 
quase todo o tempo estudando. Ele leu todo o currículo de estudos clássicos, que incluía os 
clássicos da filosofia e da literatura universal, aprendeu grego e, junto com a ajuda de seu 
amigo Dr. John Ryland, dominou o hebraico a tal ponto que fez uso quase exclusivo de os 
originais para seus estudos. Passo inúmeras horas lendo uma extensa quantidade de obras 
teológicas, desde patrística e teologia medieval, bem como os Reformadores. Contudo, o 
ponto decisivo que o fez duvidar seriamente do sistema hipercalvinista foi a sua leitura dos 
Puritanos, especialmente John Bunyan (1628-1688) e John Owen (1616-1683).
A influência de Bunyan sobre Fuller foi principalmente no lado ministerial prático, 
enquanto a de Owen foi no lado teológico.
Para Fuller, Bunyan não se comparava a Owen em sua profundidade, precisão e acuidade 
teológica, e muitas vezes, como ele mesmo diz, cometia imprecisões teológicas em diversas 
áreas, como teologia da aliança, eleição, entre outras, mas na pregação evangélica de 
Bunyan, a sua oração, paixão e súplica pela conversão dos incrédulos, teve um impacto 
tremendo no jovem Fuller, de tal forma que o levou a questionar se tinha realmente razão 
em não chamar os pecadores ao arrependimento.
Contudo, o golpe final contra o sistema hipercalvinista foi dado por Jonathan Edwards 
(1703-1758). Edwards forneceu a base teológica necessária para o refinamento das 
posições teológicas de Fuller, e a vida de missionários como John Eliot (1604-1690)

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