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Prévia do material em texto

Índice
DEDICAÇÃO
OBRIGADO
PREFÁCIO
Jaime D. Caballero
Qual é a utilidade de
O Evangelho; para todos os homens
para o contexto latino-americano?
O que aconteceu com a teologia batista?
PRÓLOGO DE
IMAGEM BATISTA
CRONOLOGIA DE ANDREW FULLER E EVENTOS RELACIONADOS
ANDREW FULLER: INTRODUÇÃO BIOGRÁFICA E TEOLÓGICA
Jaime D. Caballero
Os Diários de Andrew Fuller (1754-1815)
Nascimento e juventude
Conversão
Batismo e início do ministério pastoral
Andrew Fuller: homem de família, teólogo e pastor
Pastor batista, defensor do calvinismo e promotor de missões mundiais
Morte e Vitória
RAZÕES PARA UMA SEGUNDA EDIÇÃO
PREFÁCIO ORIGINAL DE ANDREW FULLER
A polêmica com Robert Sandeman (1718-1771)
A importância da polêmica atual
Sete pontos a ter em mente ao ler este trabalho
Conclusão
PRIMEIRA PARTE: A IMPORTÂNCIA DO QUESTÃO
CAPÍTULO 01: O QUE REALMENTE ESTÁ EM JOGO?
A natureza da fé salvadora
O debate sobre a natureza da fé entre Fuller e Anderson
CAPÍTULO 02: A FÉ É NECESSÁRIA PARA A SALVAÇÃO?
A polêmica com John Anderson (1748-1830)
Evidência Bíblica de Fé como Condição Necessária para a Salvação
Sobre a natureza do objeto da fé
SEGUNDA PARTE: A FÉ EM CRISTO É DEVER DE TODOS OS HOMENS
CAPÍTULO 03: PRIMEIRO ARGUMENTO: O EVANGELHO EXIGE O ARREPENDIMENTO DE 
TODOS OS HOMENS
As Escrituras não ordenam nada que não tenhamos o dever de cumprir
A polêmica com John Brine (1703-1765)
Um dever espiritual pressupõe fé salvadora
CAPÍTULO 04: SEGUNDO ARGUMENTO: TODO HOMEM TEM O DEVER DE OBEDECER À 
REVELAÇÃO DE DEUS
O dever de observar a revelação de Deus
O dever de observar os atos de Deus
CAPÍTULO 05: TERCEIRO ARGUMENTO: A OBEDIÊNCIA AO EVANGELHO EXIGE FÉ 
SALVADORA
A obediência ao Evangelho pressupõe um mandato
A culpa pressupõe a recusa em cumprir um mandato
CAPÍTULO 06: QUARTO ARGUMENTO: A FALTA DE FÉ EM CRISTO É RESPONSABILIDADE 
DO SER HUMANO, NÃO DE DEUS.
A condenação pressupõe uma capacidade natural de acreditar
O único obstáculo à conversão é o próprio homem
CAPÍTULO 07: QUINTO ARGUMENTO: EXISTEM PUNIÇÕES PARA A INCREDIBILIDADE DOS
HOMENS
Desobediência e descrença são a causa da condenação
CAPÍTULO 08: SEXTO ARGUMENTO: É DEVER DO HOMEM OBEDECER OS COMANDOS DE 
NATUREZA ESPIRITUAL
Vários tipos de exercícios espirituais
PARTE TRÊS: RESPOSTAS ÀS OBJEÇÕES COMUNS
CAPÍTULO 09: SOBRE A RELAÇÃO DA IMPUÇÃO DO PECADO E O DEVER DE TODOS OS 
HOMENS DE EXERCER A FÉ EM CRISTO
O caráter de Deus e o testemunho das Escrituras
Sobre a santidade original que Adão e Eva possuíam em seu estado de inocência
CAPÍTULO 10: SOBRE O DECRETO DE DEUS, A OFERTA GRATUITA DO EVANGELHO E A 
REDENÇÃO PARTICULAR
O Decreto de Deus não anula a responsabilidade humana, nem a necessidade da oferta 
gratuita do Evangelho.
A doutrina da Redenção Particular não anula a necessidade da oferta gratuita do evangelho,
mas antes a torna possível.
CAPÍTULO 11: SOBRE A ALIANÇA DE OBRAS E A INCAPACIDADE DOS PECADORES DE 
FAZER QUALQUER BEM ESPIRITUAL
A maldição da Lei tem como objetivo mostrar ao pecador o seu pecado e trazê-lo a Cristo
Se os pecadores não têm capacidade de acreditar em Cristo e de fazer qualquer bem 
espiritual, que sentido faz convidá-los a acreditar em Cristo?
CAPÍTULO 12: SOBRE A OBRA PARTICULAR DO ESPÍRITO SANTO E O MANDATO 
UNIVERSAL DE CRER
Arrependimento e fé são obras geradas pelo Espírito Santo
A regeneração é uma obra necessária para poder crer no Evangelho
PARTE QUATRO: PENSAMENTOS FINAIS
CAPÍTULO 13: CONCLUSÃO
1. Primeiro: o mandamento de Deus de amá-lo acima de todas as coisas é uma amostra do 
seu amor infinito
2. Segundo: A salvação é inteiramente pela graça de Deus
3. Terceiro: A condenação iminente paira sobre os não-crentes
4. Quarto: A obrigação dos crentes é a proclamação do Evangelho a todos os homens
Perigos da pregação hiper-calvinista
Como devemos apresentar a oferta do Evangelho?
CAPÍTULO 14: APÊNDICE: SE É NECESSÁRIO TER UMA DISPOSIÇÃO ANTERIOR NO 
CORAÇÃO PARA CRER
A polêmica com Archibald M'Lean (1738-1812)
Oito proposições sobre a relação entre a inclinação do coração do homem e a fé em Cristo
Respostas às objeções levantadas
O arrependimento é um elemento essencial do Evangelho
Fé, esperança e amor são graças inseparáveis do Espírito Santo
A regeneração necessariamente precede a fé
A ordem dos elementos da salvação
Conclusão
 Andrew Fuller foi um pastor modelo com mente de teólogo e coração de missionário. Há 
muito que podemos aprender com este fiel ministro do Evangelho.
DR. DANIEL L. AKIN
Seminário Teológico Batista Sudeste
Andrew Fuller é um dos pastores-teólogos que teve maior influência na história batista. O 
duplo compromisso de Fuller com a soberania de Deus na salvação, por um lado, e com a 
pregação do Evangelho a todas as pessoas, por outro, fornece um exemplo que muitos 
batistas (e muitos outros) acharão útil como o debate a respeito do ressurgimento do 
calvinismo hoje continua.
DR. NATHAN A. FINN
Seminário Teológico Batista Sudeste
Os futuros historiadores da herança batista provavelmente reconhecerão que Andrew 
Fuller foi o teólogo mais importante que este movimento produziu durante os primeiros 
quatrocentos anos de seu início. Embora Fuller tenha sido relegado à obscuridade afetuosa,
Fuller está de volta aos nossos dias.
DR. TIMOTHY GEORGE
Editor Geral do Comentário da Reforma sobre as Escrituras
Andrew Fuller é o pastor-teólogo por excelência e um dos melhores modelos com os quais 
os pastores contemporâneos podem aprender muito. Sua defesa do calvinismo evangélico 
representa um grande potencial para ajudar a discussão em curso entre os batistas sobre 
questões de soteriologia hoje, da mesma forma que ocorria há 200 anos.
DR. JOÃO S. HAMMETT
Professor de Teologia Sistemática
Estudos Teológicos Batistas do Sudeste
 Sobre esta edição:
Esta edição corresponde à obra integral, integral, da segunda e última edição de O 
Evangelho, digno de ser recebido por todos os homens, de Andrew Fuller, publicado em 1801.
O texto da obra em inglês é o seguinte:
Andrew Fuller, “O Evangelho digno de toda aceitação, ou o dever dos pecadores de 
acreditar em Jesus Cristo, com correções e acréscimos; ao qual é acrescentado um 
Apêndice, sobre a necessidade de uma disposição santa para crer em Cristo”, em The 
Complete Works of Andrew Fuller: Publicações Controversas, ed. Joseph Belcher, vol. 2
(Harrisonburg, VA: Sprinkle Publications, reimpressão 1988), 328-416.
Os títulos e subtítulos do texto foram adicionados pelo editor para facilitar a leitura do 
texto. As divisões correspondem às divisões originais de Fuller. Todas as anotações foram 
feitas pelo editor (Jaime D.
Cavalheiro), exceto onde indicado de outra forma e é uma nota originalmente feita por 
Andrew Fuller. Para esta edição, cada vez que uma obra de Fuller for citada, isso será feito 
de forma abreviada, citando-a como Obras, seguida do número do volume e das páginas.
Juntamente com Imagen Bautista , a Teología para Vivir planeja nos próximos anos trazer 
de volta ao espanhol as obras teológicas mais representativas da tradição batista. Entre os 
autores que esperamos traduzir estão Andrew Fuller, Nehemiah Coxe, Benjamin Keach, 
entre muitos outros.
Somos uma sociedade totalmente sem fins lucrativos e totalmente autossustentável. A 
melhor maneira de nos apoiar é orando e comprando nossos livros. Por favor, não pirateie 
este livro, cada cópia pirata feita é uma obra a menos que podemos publicar. Obrigado!
◆◆◆
O EVANGELHO
PARA TODOS OS HOMENS
Uma refutação do hipercalvinismo
ANDREW FULLER
Editor: Jaime Daniel Caballero
Impresso em Lima, Peru
 O EVANGELHO PARA TODOS
HOMENS: UMA REBUTAÇÃO AO
HIPERCALVINISMO
Autor: ANDREW FULLER. Publicado originalmente em 1801.
Edição completa e integral. Andrew Fuller, “O Evangelho digno de toda aceitação, ou o 
dever dos pecadores de acreditar em Jesus Cristo, com correções e acréscimos; ao qual é 
adicionado um Apêndice sobre a necessidade de uma disposição Santa para acreditar em 
Cristo”, e O As obras completas de Andrew Fuller: publicações controversas, ed. Joseph 
Belcher, vol. 2
(Harrisonburg, VA:Sprinkle Publications, reimpressão 1988), 328-416.
Editora: James Daniel Knight.
Tradução: Daniel Henry Valladares Santander.
Revisão da tradução: Elioth Fonseca.
Design da capa : Angie Garcia-Orange.
Revisão de estilo e linguagem: Portal Gabriel.
Série: Biblioteca Legado Batista - Volume: 01
Editado por:
© TEOLOGYPARAVIVIR.SAC
José de Rivadeneyra 610.
Urb. Santa Catalina, La Victoria. Lima Peru.
sales@teologiaparavivir.com
https://www.facebook.com/teologiaparavivir/
www.teologiaparavivir.com
Primeira edição: julho de 2020
Tiragem: 1000 exemplares
Realizado o Depósito Legal na Biblioteca Nacional do Peru, nº: 2020-03869
ISBN: 978-612-48204-9-6
A impressão foi concluída em julho de 2020 em:
ALEPH IMPRESIONES SRL
Jr. Risso 580, Lince
Lima Peru.
É proibida sua reprodução ou transmissão total ou parcial, por qualquer meio, impresso, 
audiovisual ou eletrônico, sem autorização por escrito do editor. As citações bíblicas foram 
retiradas da Versão Reina Valera de 1960 , e da Nova Bíblia Hispânica , salvo indicação em 
contrário em alguma delas.
 TABELA DE CONTEÚDOS
DEDICAÇÃO
OBRIGADO
PREFÁCIO
 Jaime D. Caballero 
Qual é a utilidade do Evangelho; para todos os homens
para o contexto latino-americano?
O que aconteceu com a teologia batista?
PRÓLOGO DA IMAGEM BATISTA
CRONOLOGIA
DE
ANDRÉ
MAIS COMPLETO
E
EVENTOS
RELACIONADO
ANDREW FULLER: INTRODUÇÃO BIOGRÁFICA E
TEOLÓGICO
 Jaime D. Caballero 
Os Diários de Andrew Fuller (1754-1815)
Nascimento e juventude
Conversão
Batismo e início do ministério pastoral
Andrew Fuller: homem de família, teólogo e pastor
Pastor batista, defensor do calvinismo e promotor do
missões mundiais
Morte e Vitória
RAZÕES PARA UMA SEGUNDA EDIÇÃO
PREFÁCIO ORIGINAL DE ANDREW FULLER
A polêmica com Robert Sandeman (1718-1771)
A importância da polêmica atual
Sete pontos a ter em mente ao ler este trabalho
Conclusão
PRIMEIRA PARTE: A IMPORTÂNCIA DO QUESTÃO
CAPÍTULO 01: O QUE REALMENTE ESTÁ EM
JOGO?
 A natureza da fé salvadora
O debate sobre a natureza da fé entre Fuller e Anderson
CAPÍTULO 02: A FÉ É NECESSÁRIA PARA A SALVAÇÃO?
A polêmica com John Anderson (1748-1830)
Evidência bíblica da fé como condição necessária de
salvação
Sobre a natureza do objeto da fé
SEGUNDA PARTE: A FÉ EM CRISTO É DEVER DE
TODOS OS HOMENS
CAPÍTULO 03: PRIMEIRO ARGUMENTO: O EVANGELHO
EXIGIMOS O ARREPENDIMENTO DE TODOS OS HOMENS
As Escrituras não ordenam nada que não tenhamos o dever de
alcançar
A polêmica com John Brine (1703-1765)
Um dever espiritual pressupõe fé salvadora
CAPÍTULO 04: SEGUNDO ARGUMENTO: CADA HOMEM
VOCÊ TEM O DEVER DE OBEDECER À REVELAÇÃO DE DEUS
O dever de observar a revelação de Deus
O dever de observar os atos de Deus
CAPÍTULO 05: TERCEIRO ARGUMENTO: OBEDIÊNCIA AO
O EVANGELHO EXIGE FÉ SALVÍFICA
A obediência ao Evangelho pressupõe um mandato
A culpa pressupõe a recusa em cumprir um mandato
CAPÍTULO 06: QUARTO ARGUMENTO: A FALTA DE FÉ EM
CRISTO É RESPONSABILIDADE DO SER HUMANO, NÃO DE
DEUS.
A condenação pressupõe uma capacidade natural de acreditar
O único obstáculo à conversão é o próprio homem
CAPÍTULO 07: QUINTO ARGUMENTO: EXISTEM PUNIÇÕES
Pela incredulidade dos homens
Desobediência e descrença são a causa da condenação
CAPÍTULO 08: SEXTO ARGUMENTO: É DEVER DO
O HOMEM É OBEDECER AOS COMANDOS DA NATUREZA
ESPIRITUAL
Vários tipos de exercícios espirituais
PARTE TRÊS: RESPOSTAS ÀS OBJEÇÕES COMUNS
 CAPÍTULO 09: DA RELAÇÃO DA IMPUTAÇÃO
DO PECADO E DO DEVER DE TODOS OS HOMENS PARA COM
EXERCITE A FÉ EM CRISTO
O caráter de Deus e o testemunho das Escrituras
Sobre a santidade original que Adão e Eva possuíam em seus
estado de inocência
CAPÍTULO 10: SOBRE O DECRETO DE DEUS, O LIVRE
OFERTA DO EVANGELHO E REDENÇÃO PARTICULAR
O Decreto de Deus não anula a responsabilidade humana, nem
nem a necessidade da oferta gratuita do Evangelho
A doutrina da Redenção Particular não anula a necessidade
da oferta gratuita do evangelho, mas torna possível
CAPÍTULO 11: DA ALIANÇA DE OBRAS E
INCAPACIDADE DOS PECADORES DE FAZER QUALQUER BEM
ESPIRITUAL
A maldição da Lei pretende mostrar a
pecador seu pecado e trazê-lo a Cristo
Se os pecadores não têm capacidade de acreditar
Cristo e não fazem nenhum bem espiritual, qual é o sentido de convidá-los
acreditar em Cristo?
CAPÍTULO 12: SOBRE A OBRA PARTICULAR DO ESPÍRITO
SANTO E O MANDATO UNIVERSAL DE ACREDITAR
Arrependimento e fé são obras geradas pelo Espírito
Sagrado
A regeneração é uma obra necessária para poder crer na
Evangelho
PARTE QUATRO: PENSAMENTOS FINAIS
CAPÍTULO 13: CONCLUSÃO
1. Primeiro: a ordem de Deus para amá-lo acima de tudo
coisas é um sinal do seu amor infinito
2. Segundo: A salvação é inteiramente pela graça de Deus
3. Terceiro: Uma condenação iminente paira sobre aqueles que não
crentes
4. Quarto: A obrigação dos crentes é a proclamação
do Evangelho a todos os homens
Perigos da pregação hiper-calvinista
 Como devemos apresentar a oferta do Evangelho?
CAPÍTULO 14: APÊNDICE: SE É NECESSÁRIO TER
UMA DISPOSIÇÃO ANTERIOR NO CORAÇÃO PARA ACREDITAR
A polêmica com Archibald M'Lean (1738-1812)
Oito proposições sobre a relação entre a inclinação do
coração do homem e fé em Cristo
Respostas às objeções levantadas
O arrependimento é um elemento essencial do Evangelho
Fé, esperança e amor são graças inseparáveis do Espírito
Sagrado
A regeneração necessariamente precede a fé
A ordem dos elementos da salvação
Conclusão
 DEDICAÇÃO
 Para a nova geração de jovens latino-americanos, a tocha está em nossas mãos
Reverendo Andrew Fuller (1754-1815)
Créditos: Regent's Park College, Universidade de Oxford. Artista desconhecido.
 OBRIGADO
Esta obra nasceu da iniciativa e visão de Daniel Valladares, pastor batista em Valparaíso, 
Chile e colaborador do ministério Imagen .
Bautista , que junto com um grupo de tradutores realizou a primeira tradução desta obra. 
Seu exemplo de trabalho e dedicação à obra do Senhor será uma bênção para inúmeras 
gerações futuras. Esta obra continuará a ser lida por muitos anos depois de partirmos. Sem 
os esforços do Imagen Bautista este trabalho não estaria em suas mãos. O seu esforço e 
dedicação são a prova do que um punhado de crentes, trabalhando em unidade, podem 
fazer no Senhor com sacrifício e vontade, e que não precisamos ser norte-americanos, 
europeus ou ter grandes recursos para fazer grandes coisas por nós. o Senhor. . Como 
latinos, dependemos durante muito tempo, demasiado, dos esforços dos estrangeiros. Isso 
está mudando.
Gostaria também de agradecer à equipe de tradução e edição da editora Teología para 
Vivir . O sucesso deste trabalho é seu. Em primeiro lugar, ao Elioth Fonseca pelas inúmeras 
horas que despendeu na revisão do texto. Também Angie García-Naranjo pelo design da 
capa. Vale ressaltar o esforço que outros jovens batistas estão realizando na América 
Latina, entre eles está o esforço realizado pelo ministério Cimiento y Standard , com a 
colaboração de Stuart Villalobos, entre outros. Gostaria também de agradecer àqueles que 
contribuíram financeiramente para cobrir os custos de publicação deste livro (em ordem 
alfabética): Frank Cuya, Daniel Valladares e Paulo Cesar Leo Lizzaraga.
A vontade de aprender e de fazer uma mudança nesta geração de tantos jovens, homens e 
mulheres, que me escreveram e me incentivaram ao longo deste projeto tem sido 
imensamente encorajadora. A nós, nesta geração, foi dada a tocha do Evangelho. Sejamos 
fiéis em transmiti-lo
 próxima geração. Agradeço à minha família no Peru por ter me apoiado e incentivado 
continuamente no desenvolvimento deste projeto. Minha mais sincera gratidão a você.
Aos meus queridos irmãos na Inglaterra, especialmente às congregações em: Igreja Batista 
Carey em Reading, North Bradley Igreja Batista em Wiltshire. A Brian e Valerie Worsley e 
Richard e Catherine Haddon pelo apoio financeiro. Também à Graça Batista Mission (GBM) 
e Unidos pela Missão (UFM) pelo constante cuidado e incentivo. Obrigado pelo seu apoio 
incondicional durante todos esses anos.
Agradecer também a vários professores e colegas que foram de grande incentivo e 
orientaçãono desenvolvimento deste trabalho. A Michael Haykin, pela sua constante 
orientação, exemplo e disponibilidade em ajudar. A Crawford Gribben, por me ensinar a 
fazer perguntas. Querido amigo, a sua impressionante erudição só é superada pela sua 
simplicidade e piedade.
Também ao Centro de Estudos Batistas Andrew Fuller ( The Andrew Fuller Center for 
Baptist Studies ), por fornecer material e estudos inestimáveis nos estudos de Andrew 
Fuller e na tradição batista.
Este trabalho não teria sido possível sem os esforços que têm feito nos últimos anos.
Para você, amada esposa Ellie. Ao escrever estas linhas, mais do que nunca percebo o amor 
de Deus por mim, dando-me o privilégio de ser seu marido e de poder guardar seu coração.
E, finalmente, graças a Ele de quem vêm todas as coisas, que governa o Universo em Sua 
Vontade Soberana: ao meu Senhor e terno Salvador, Cristo Jesus. Soli Deo Glória .
Jaime Daniel Caballero
14 de junho de 2019
Cortiça, Irlanda
 PREFÁCIO
 Jaime D. Caballero
Andrew Fuller é considerado um dos teólogos mais influentes na teologia evangélica 
protestante, especialmente na área de missões e evangelismo. A amplitude de sua produção
literária, a profundidade de seus escritos e a relevância de suas aplicações pastorais 
tornam seu legado na tradição batista incomparável. A obra de Fuller estende-se não só à 
área teológica e pastoral, mas também à área missionária. Foi através dele que a Sociedade 
Missionária Batista A Particular (SMBP) foi fundada na Inglaterra, e através da SMBP
grandes homens de Deus, trabalhando em missões, tiveram um impacto global.
No entanto, embora os escritos de Fuller sejam amplamente conhecidos e estudados no 
mundo anglo-saxão, eles são quase desconhecidos na América Latina, mesmo entre os 
descendentes espirituais de Fuller: os batistas. Isto é uma vergonha e uma tragédia ao 
mesmo tempo. A tragédia não é apenas que a maioria dos batistas latino-americanos não 
estão familiarizados com a sua grande herança teológica e missionária, mas que mesmo 
alguns seminários que têm o rótulo “Batista” não permitiriam que Fuller, uma das figuras 
mais importantes da sua história, fosse. parte do corpo docente.
Dentro da tradição batista houve pregadores da estatura de Charles Spurgeon, teólogos 
como Andrew Fuller e missionários de devoção e piedade como William (William) Carey. 
Todos apaixonados pela glória de Deus, e fortemente enraizados nas Doutrinas da Graça. 
[1] Isto não é coincidência, pois, vez após vez, ao longo da história da Igreja, em todos os 
lugares onde essas doutrinas chegaram, elas produziram um amor pelo estudo da Palavra 
de Deus, vidas transformadas em santidade, um desejo de levar a Glória de Deus até os 
confins da terra
 terra através de missões e finalmente a transformação completa da sociedade.
Porém, essas doutrinas que revolucionaram o mundo inteiro no século XVIII não chegaram 
à América Latina. A influência do calvinismo na América Latina tem sido relativamente 
insignificante. No entanto, isso está mudando. Prova disso é este livro e a infinidade de 
publicações recentes e de homens e mulheres que defendem as mesmas Doutrinas da Graça
que levaram Andrew Fuller a proclamar que o evangelho é digno de ser recebido por todos 
os homens!
O editor das obras de Fuller, Joseph Belcher, escreve em seu prefácio à edição americana de
suas obras em 1844 o seguinte: A menos que eu esteja muito enganado, as obras de Fuller 
serão estudadas pela posteridade lado a lado com as obras imortais do antigo reitor. 
Jonathan Edwards, um homem de mentalidade semelhante à do autor inglês. [2]
Belcher não estava errado. A cada ano aumenta o número de publicações que estudam o 
pensamento profundo e elaborado de Fuller.
[3] No entanto, até agora, tudo o que Fuller está disponível em espanhol foi a transcrição de
alguns sermões proferidos por John Piper, e compilados em um pequeno livro. [4] Embora 
as obras de Fuller sejam avidamente estudadas na maioria dos seminários de língua 
inglesa, e suas obras sejam de leitura quase obrigatória em muitos seminários batistas, 
particularmente aqueles de persuasão reformada, na América Latina alguns nem sequer 
ouviram seu nome. dizemos sobre estar familiarizado com seu pensamento.
É hora de a América Latina despertar para a grande tradição teológica que a precedeu na Fé
evangélica, é hora de seguirmos os passos daqueles que nos precederam na Fé. A tocha do 
fogo do evangelho tem passou de geração em geração, e agora nos foi dado nesta geração.
Qual é a utilidade do Evangelho; para todos os homens para ele Contexto latino-
americano?
O propósito do trabalho de Fuller era mostrar claramente qual é a mensagem do Evangelho
conforme ensinada nas Escrituras, uma mensagem que foi preservada e explicada por 
grandes homens de Deus da Reforma e da Pós-Reforma. Como tal, o tratado pretende 
mostrar como esta mensagem se distingue da mensagem pregada pelo Arminianismo, por 
um lado, e do Hiper-Calvinismo, por outro. Sobre isto, Michael Haykin observou que “a 
batalha de Fuller contra a teologia anti-bíblica e a piedade do hiper-Calvinismo pode servir 
como um corretivo muito necessário para esta ênfase equivocada”. [5]
Para compreender os postulados de Fuller, é essencial conhecer o ensino hipercalvinista 
que este livro procurou refutar, por isso é vital:
…compreender a relevância do Hipercalvinismo no contexto
[Fuller]. Central para a teologia hiper-calvinista era a crença de que não era “dever” do não 
salvo arrepender-se e crer no evangelho, porque a “depravação total” o tornava 
completamente incapaz de fazê-lo. O hipercalvinismo teve sérias consequências para a 
pregação. Uma congregação típica não poderia ser chamada ao arrependimento e à crença 
no Evangelho. Tais exortações
“indiscriminado à fé e ao arrependimento” eram, em primeiro lugar, sem sentido, porque 
não era dever do não regenerado acreditar; e, em segundo lugar, perigosos, porque 
poderiam encorajar falsas profissões de fé, o que certamente diluiria a pureza da Igreja. 
Simplificando, era considerado perigoso, tanto na teoria como na prática, oferecer o 
Evangelho aberta e livremente a todos. [6]
De uma análise puramente racional, o hipercalvinismo faz muito sentido. Pois, em certo 
sentido, é verdade que o pecador “não pode vir a Cristo” e que, de fato, o evangelho pode 
ser manipulado com a consequência de conversões espúrias. Contudo, o principal problema
do hipercalvinismo era a superposição de um sistema teológico sobre a mensagem clara 
das Escrituras. Pregadores hiper-calvinistas pregavam um sistema teológico, em vez da 
mensagem clara e direta das Escrituras. Este perigo permanece tão latente nos nossos dias 
e no nosso contexto, como estava nos dias de Fuller.
A influência de Fuller não foi apenas no campo teológico, mas também no pastoral, Stephen
J. Wellum menciona sobre este ponto: Fuller não era um pastor de cadeira de balanço ou 
um teólogo se aquecendo junto ao fogo em frente a uma lareira. Não, mas ele serviu, 
ministrou e viveu no mundo real, enfrentando as durezas da vida e cumprindo fielmente as 
suas responsabilidades como ministro do Evangelho. [7]
Tendo isto em mente, há pelo menos três áreas nas quais a vida, a obra e o pensamento de 
Fuller são de vital importância para o contexto latino-americano.
1.
 Missões
A falta de distinção entre as obras de misericórdia (caridade) e a pregação do Evangelho é 
um erro que decorre de uma concepção errada do que significa a missão da Igreja. Salvar 
baleias e plantar árvores são coisas excepcionalmente boas, mas não são a missão da Igreja 
Local. Em outras palavras, a centralidade da pregação do Evangelho representa o próprio 
cerne das missões. Existe um equívoco em confundir justiça social com missões. Embora 
seja verdade que o trabalho missionário implica pregar os males da sociedade, a missão da 
Igreja Local não é a busca da justiça social. Embora seja verdade que a pregação da Palavra 
não deve fechar os olhos aos males da sociedade e à corrupção da classe política; A missão 
daIgreja não é ser um partido político, embora seja verdade que o envolvimento de um 
cristão na política é permitido e deve até ser promovido. A ênfase de Fuller na pregação do 
Evangelho e na plantação de igrejas no contexto missionário é um corretivo muito útil para 
as nossas igrejas latinas. Por outro lado, é importante distinguir entre o trabalho de um 
crente individual, que pode ser o ativismo político ou social, (Igreja como organismo), e o 
da Igreja local como organização, que tem como finalidade a pregação das boas novas do 
Evangelho.
2.
 Teologia
O hipercalvinismo dos dias de Fuller não é o mesmo hipercalvinismo dos nossos dias. 
Contudo, as más sementes que o hiper-Calvinismo produziu nos dias Fuller são as mesmas 
sementes que foram semeadas em solo latino-americano, e que encontraram no legalismo, 
na imaturidade e na falta de conhecimento bíblico e teológico das nossas Igrejas um 
terreno fértil para sua germinação. O hipercalvinismo em nosso contexto se manifesta de 
diferentes maneiras, algumas delas são: a imposição de um sistema teológico sobre o 
ensino claro das Escrituras, a negação da graça comum de Deus – expressão de seu amor – 
para todos os homens. , uma ênfase sectária ao promover o divisionismo entre os crentes 
por razões não centrais ao Evangelho, a elevação de doutrinas secundárias à importância 
primária, pervertendo assim o Evangelho que alguns com zelo equivocado afirmam 
defender; etc. Tanto a vida como a obra de Fuller são um antídoto para o germe 
hipercalvinista que está se espalhando lentamente na América Latina.
3.
 Ministério Pastoral
Num contexto atormentado por apóstolos e profetas que adoram o estômago e os prazeres 
em vez de Deus, que procuram enriquecer usando a Igreja em vez de se sacrificarem por 
ela; num contexto em que pastores, por amor a si mesmos, ao lucro e à sua reputação, 
encobrem outros pastores adúlteros, ladrões e estelionatários, cheios de simonia; O 
exemplo de Fuller como pastor é de extrema relevância. Aprendemos sobre o ministério 
pastoral através do trabalho de outros que vieram antes de nós. O exemplo de Andrew 
Fuller, as lágrimas, o sacrifício, a piedade, o cuidado e o amor pelas ovelhas aquecerão o 
coração de qualquer pastor, enchendo-o de coragem para sofrer pela causa do Reino e não 
permanecer calado quando for necessário denunciar práticas corruptas da sociedade. e sua
própria denominação quando não estão de acordo com as Escrituras.
O que aconteceu com a teologia batista?
Existe um anti-intelectualismo em grande parte das Igrejas Batistas Latino-Americanas. 
Embora seja verdade que na maioria deles não se observam os abusos que ocorrem em 
outras denominações, mas em
 Em geral, o estudo teológico está diminuindo. É um erro comparar-nos com outras 
denominações, quando deveríamos antes ver-nos à luz daqueles que vieram antes de nós 
na fé. O legado e a tradição batista são extremamente ricos, não apenas em sua teologia, 
mas também em seu exemplo pastoral e piedade. Para onde foram os homens de 
antigamente, os Whitefields, os Edwards e os Spurgeons? Oh Senhor, traga um avivamento 
em nossa geração!
Conferências sobre “coaching”, liderança, como administrar finanças ou auto-estima são 
cada vez mais populares, enquanto aquelas relacionadas à pessoa e obra de Cristo, aos 
atributos de Deus ou ao Espírito Santo, temas que são a base da vida cristã vida e 
ministério, estão se tornando menos comuns. Mas esta não é apenas uma tendência entre 
os batistas, mas permeia, como uma infecção tóxica no sangue, a maioria das denominações
do nosso tempo. O estudioso de Andrew Fuller, Paul Brewster, escreveu:
Fuller estava convencido de que, a menos que os púlpitos das Igrejas Batistas estivessem 
cheios de homens cujas mentes e corações tivessem sido capturados pelo poder e pela 
beleza do Evangelho, as Igrejas estariam vazias de todo poder espiritual. [8]
Cada vez mais o Senhor está trabalhando em um grande número de jovens que dizem como
Fuller e aqueles que os precederam na fé: “Chega disso,
“Queremos a Palavra de Deus!” Espero que, através da leitura dos grandes homens do 
passado, você seja levado àqueles pastos verdejantes encontrados apenas na Palavra de 
Deus.
Que o Senhor suscite nesta geração, dentre os nossos jovens latino-americanos, a próxima 
geração de homens e mulheres de Deus apaixonados pela Sua Glória, com as mãos na obra 
de Deus, os pés enraizados na terra, os olhos na recompensa para venham!, e suas mentes 
saturadas com o estudo da Palavra de Deus!
Jaime D. Caballero
Sábado, 15 de junho de 2019
Cortiça, Irlanda
 PRÓLOGO DA IMAGEM BATISTA
Uma das características da teologia batista tem sido sua ênfase na missiologia. Mas muito 
poucos batistas sabem que esta missiologia foi formada através da vida e obra do teólogo 
batista inglês Andrew Fuller. Em nosso país (Chile) há um despertar em relação à rica 
herança teológica dos Batistas Particulares. Ao mesmo tempo, vemos com tristeza, como 
muitos irmãos, que ao conhecerem as doutrinas da graça não veem a ligação com a 
evangelização em suas igrejas locais, levando-os fácil e sutilmente à doutrina herética do 
hipercalvinismo. É por isso que um teólogo como Andrew Fuller e em particular este livro, 
através do qual foi denunciada esta posição herética, é de grande relevância para as igrejas 
batistas no Chile. Isto é igualmente válido para aqueles irmãos que se distanciam da 
teologia reformada por considerá-la infértil no que diz respeito à ênfase na missão, pois 
através deste livro podem aprender o quão importante é a missão, e em particular a 
pregação, para esta perspectiva teológica. evangelho de Jesus Cristo a todos os homens, 
como principal função e privilégio da Igreja de Cristo.
Outro ponto que está continuamente em tensão é a insistência na reflexão teológica e na 
“experiência quotidiana” da vida cristã. Geralmente são apresentados em extremos 
distantes, por um lado, a ênfase excessiva é colocada na necessidade de reflexão teológica 
sem implicações práticas, e por outro lado, a reflexão teológica é apresentada como um 
obstáculo ou atraso para a vida prática, e isso ocorre em de uma forma especial quando se 
fala em missões, a frase parece ser mais espiritual
“menos reflexão e mais ação.” No entanto, este livro é um testemunho do contrário, uma 
boa reflexão teológica, dá razões e bases corretas para a participação na missão de Deus, 
isto porque é a Escritura que o Espírito Santo usa para transformar, encorajar, guiar, 
consolar, entre muitas outras bênçãos, para os crentes.
É justamente a reflexão teológica que dá sentido à formação da “Sociedade Batista 
Particular para a Propagação do Evangelho entre os Pagãos” (mais tarde conhecida como 
Sociedade Missionária Batista e hoje como BMS World Mission), formada por William 
Carey, Andrew Fuller , John Ryland e John Sutcliff.
Como grupo Imagen Bautista estamos envolvidos na tradução e divulgação de material 
batista. Publicamos muito material relacionado em nosso site e Andrew Fuller é uma das 
bandeiras desta denominação.
Graças à contribuição de escritos como estes, podemos declarar corretamente que a 
tradição batista tem uma riqueza que não pode permanecer apenas um registro do 
passado, mas deve nos encorajar a continuar com a tradução e divulgação de material 
batista para irmãos de língua espanhola.
É nossa oração que este livro encoraje as igrejas batistas e evangélicas em geral a cumprir o
mandato que Cristo nos confiou.
Franco Caamano
Carlos Sanches
Daniel Valladares
Valparaíso, 20 de junho de 2019
 CRONOLOGIA DE ANDREW
COMPLETO E EVENTOS
RELACIONADO
1754Nascimento de Andrew Fuller, em 6 de fevereiro, em Wicken, uma pequena cidade em 
Cambridgeshire, Inglaterra.
1758 Morte de Jonathan Edwards (1703-1758), uma das maiores influências teológicas 
sobre Andrew Fuller.
1759Nascimento de William Wilberforce (1759-1833), incansável lutador pela abolição da 
escravatura na Inglaterra.
1761 Muda-se com a família para Soham, no condado de Cambridgeshire.
1768Nascimento de Friederich Schleiermacher(1768-1834), considerado o pai do 
liberalismo teológico.
1769Conversão no mês de novembro, depois de passar muito tempo lidando com questões 
espirituais e segurança da salvação como consequência do ensino hipercalvinista que havia
recebido.
Nascimento de Napoleão Bonaparte (1769-1821).
1770 Andrew Fuller é batizado por John Eve e torna-se membro da Igreja Batista Soham 
em abril.
Morte de George Whitefield (1714-1770). Whitefield, juntamente com Wesley, marcariam a
era dos avivamentos do século XVIII como dois gigantes.
Nascimento do filósofo George Hegel (1770-1831), que junto com Kant deixaria uma marca
indelével na ascensão da teologia liberal do século XIX.
1771 Morte de John Gill (1687-1771), uma das figuras teológicas mais importantes entre os
Batistas Particulares.
Morte de Robert Sandeman (1718-1771), pai de
Sandemanismo, uma das escolas hipercalvinistas mais fortes da época de Fuller.
 1774Começa o ministério de pregação na Igreja Batista Soham em janeiro.
1775 Ordenado pastor na Igreja Batista Soham em maio. O ministro Robert Hall foi o 
responsável pela pregação. A Igreja Batista de Soham junta-se à associação de Igrejas de 
Northamptoshire, que foi formada em 1769.
1776 Casamento de Fuller com Sarah Gardiner. Estreitos laços de amizade com John Sutcliff
e John Ryland.
Morte do filósofo David Hume (1711-1776).
1777 É exposto pela primeira vez ao pensamento de Jonathan Edwards, através da obra “A 
Liberdade da Vontade”
( Liberdade da Vontade ), recomendado por Robert Hall.
1781 Escreve a primeira edição do livro “O Evangelho de Cristo, digno de ser recebido por 
todos os homens” ( O Evangelho de Cristo digno de toda aceitação ). No entanto, o livro 
permanece inédito.
1782 Fuller muda-se para Kettering em Northamptonshire em outubro, para ser pastor na 
Igreja Batista de Kettering ( Kettering Igreja Batista ).
Publicação de “A Bondade e a Utilidade da Esperança” ( O Excelência e Utilidade da 
Esperança ). Um pequeno folheto circulou entre a Associação de Igrejas de 
Northamtonshire.
1783 Nomeado pastor sênior da Igreja Batista Kettering em outubro. Robert Hall e John 
Ryland pregam em seu culto de comissão. Ele escreve e apresenta sua Confissão 
Doutrinária à Igreja.
1784John Stutcliff anuncia o “Chamado à Oração” para a Associação de Igrejas de 
Northamtonshire.
Publicação da obra “A Natureza e a Importância de Andar pela Fé ” .
1785 Publicação de “As Causas do Declínio Espiritual e os Meios de Reavivamento” ( Causas
do Declínio em Religião e meios de reavivamento ). Um pequeno tratado para a Associação 
de Igrejas de Northamptonshire.
de Cristo digno de todos os homens”
 aceitação ) é publicado, causando alvoroço e polêmica nas Igrejas Batistas Inglesas. Fuller 
recebe críticas tanto dos partidos hipercalvinistas quanto dos arminianos.
1787Publicação do livro “Uma defesa do livro: O Evangelho de Cristo, digno de ser recebido
por todos os homens. Em resposta às observações do sr. Botão e o Sr.
Filantropos. ( Uma defesa de um tratado intitulado, O Evangelho Digno de toda aceitação: 
contendo uma resposta ao Sr. Button Observações e observações de Philanthropos ). Este 
livro foi uma defesa contra as acusações do hiper-calvinista William Button de não ser 
suficientemente calvinista, e do arminiano Daniel Taylor, de não ser suficientemente 
arminiano em seu livro.
1788Publicação do livro “Cartas ao Sr. Martin em relação à publicação de seu livro 'O Dever
da Fé em Cristo'” ( Cartas Em relação à publicação do Sr. Martin sobre The Duty Faith in 
Cristo ), como defesa contra as acusações do hipercalvinista John Martin.
1789 Início da Revolução Francesa (1789-1799).
1790Publicação do livro “A realidade e eficácia da graça divina, com a certeza do triunfo do 
Reino de Cristo, apresentada como uma série de cartas” ( A realidade e eficácia da graça 
divina Graça, com o sucesso certo do Reino de Cristo, Considerado em uma série de cartas ). 
Publicado originalmente sob o título “Agnostos”, é uma resposta detalhada aos argumentos 
do teólogo arminiano Daniel Taylor.
1791 Publicação do livro “As Consequências Perniciosas do Atraso nos Religiosos” ( The 
Pernicious Consequences of Delay in Religious). Preocupações ).
Morte de John Wesley (1703-1791). Wesley e Whitefield exerceram influência sobre Fuller,
motivando-o a pregar o Evangelho.
1792 Fuller incentiva seu amigo William Carey a publicar um livro para promover missões. 
Carey publica o livro “Uma investigação sobre as obrigações dos cristãos e os meios 
fornecidos para a conversão dos pagãos” ( An
 Investigação sobre as obrigações dos cristãos de usar meios no Conversão dos pagãos ).
Fuller fundou a Sociedade Missionária Batista Privada (SMBP) e foi nomeado secretário 
geral da organização. Sarah Fuller, esposa de Fuller, morre em agosto.
Nascimento de Charles Finney (1792-1875), figura controversa durante grande parte do 
século XIX, utilizado em avivamentos e criticado por sua influência semipelagianista e 
decisória.
1793Publicação de “Um exame e comparação dos sistemas teológicos calvinista e 
sociniano, bem como suas repercussões morais” ( The Calvinistic and Socinian Systems 
Examined and Comparado quanto à sua tendência moral ). William Carey e John Thomas são
enviados por Andrew Fuller através da Sociedade Missionária Batista Particular para a 
Índia como missionários.
Fuller sofre um derrame e, como resultado, paralisia facial temporária.
1794 Fuller casou-se com Ann Coles.
1795Publicação de “Diálogos e Cartas entre Crispo e Caio”
( Diálogos e Cartas entre Crispo e Caio ). Livro sobre diversos temas teológicos publicado na 
Revista Evangélica.
Publicação do livro “Porque os cristãos hoje têm menos alegria do que os da Igreja 
Primitiva” ( Por que os cristãos em os dias atuais possuem menos alegria que os discípulos 
primitivos ).
Pequena área de circulação na Associação de Igrejas de Northamptoshire.
1796 Início da controvérsia com Abraham Booth (1734-1806) sobre a natureza da 
justificação, imputação e substituição penal.
1797 Publicação de “Um Sermão sobre a Importância de um Conhecimento Íntimo e 
Profundo da Verdade Divina” ( Um Sermão o Importância de um Conhecimento Profundo e 
Íntimo da Verdade Divina ).
1798Fuller obtém o título de Ph.D. pela Universidade de Princeton. No entanto, Fuller 
recusa o título de doutor.
1799Publicação de “O Evangelho: Suas Próprias Testemunhas”, ( O Evangelho, seu próprio 
testemunho ). Uma crítica e resposta teológica ao
 publicação do livro deísta de Thomas Paine “The Age of Reason ” .
Publicação de “A Disciplina das Igrejas Primitivas Ilustradas e Aplicadas”, ( The Discipline of
the Primitive Churches Illustrated and Applied). Aplicado ). Pequena área de circulação na 
Associação de Igrejas de Northamptonshire.
Primeira visita à Escócia como representante da Sociedade Missionária Batista Particular 
(SMBP).
1800Publicação de “The Memoirs of the Reverend Samuel Pearce”, ( Memórias do Falecido 
Rev. Samuel Pearce ).
Segunda visita à Escócia como representante do SMBP.
Nascimento de John Nelson Darby (1800-1882), pai do Dispensacionalismo.
1801Publicação da segunda e última edição do “Evangelho de Cristo, digno de ser recebido 
por todos os homens” ( O Evangelho de Cristo digno de toda aceitação ), com a inclusão de 
um apêndice sobre o erro do Sandemanianismo. Esta segunda edição é a padrão.
1802Publicação de “Cartas ao Sr. Vilder sobre a Doutrina da Salvação Universal” ( Cartas ao
Sr. Vidler sobre a Doutrina da Salvação Universal). Salvação Universal ). O livro é uma crítica 
à teologia de William Vilder em relação à salvação final de todo o pessoal, mais conhecida 
como universalismo.
Publicação de “Os usos práticos do batismo cristão ” .
1803Publicação de “Seis Cartas ao Dr. Ryland, Sobre a Controvérsia com o Rev. A. Booth” (
Seis Cartas ao Dr.
 Ryland respeitando a controvérsia com o Rev. A. Booth ). Estas cartas mostram claramente a 
posição de Fuller em relação à justificação e expiação na controvérsia com Abraham Booth.
Publicação de “Três Conversas sobre Imputação, Substituiçãoe Redenção Particular” ( Três 
Conversas sobre Imputação, Substituição e Redenção Particular ).
1804 Viagem de Fuller à Irlanda em nome da Sociedade Missionária Batista Particular 
(SMBP).
Morte do filósofo Immanuel Kant (1712-1804). As ideias de Kant exerceriam uma 
influência dantesca nos rumos da teologia dos séculos XVIII e XIX.
1805 O prédio da Igreja Batista Kettering, onde Fuller é pastor, é ampliado para acomodar 
o grande número de participantes.
Fuller obtém um segundo doutorado (PhD) pela Universidade de Yale, mas novamente 
recusa o diploma.
Terceira visita de Fuller à Escócia como representante do SMBP.
Nascimento de George Muller (1805-1898).
1806Publicação de “Discursos Expositivos sobre o Livro do Gênesis ” .
Publicação da “Mensagem do Pastor aos Seus Ouvintes Cristãos, Sobre a Promoção de Sua 
Ajuda na Obra de Cristo” ( O Discurso do Pastor aos seus ouvintes cristãos, solicitando sua 
ajuda na promoção o Interesse de Cristo ).
1807Publicação de “Sobre a obediência moral e positiva”, ( Sobre Obediência Moral e 
Positiva ).
Morte John Newton (1725-1807), famoso compositor de hinos e incansável lutador contra 
a escravidão.
O Parlamento inglês vota a favor da abolição da escravatura.
1808 Publicação da “Apologia das missões na Índia”. (Desculpa para as Missões Cristãs 
Tardias na Índia ). Quarta visita de Fuller à Escócia em relação ao SMBP.
1809Nascimento de Charles Darwin (1809-1882), um dos principais promotores da Teoria 
da Evolução.
1810Publicação de “Críticas ao Sandemanianismo em Doze Cartas a um Amigo” ( Strictures 
on Sandemanianism in Twelve Letters to para amigo ).
Publicação de “A promessa do Espírito, e o grande incentivo na promoção do Evangelho”, (
A Promessa do Espírito, o Grande Incentivo na Promoção do Evangelho ).
1811 Publicação de “Diálogos, Cartas e Ensaios sobre Vários Assuntos”.
John Keen Hall é nomeado pastor assistente de Fuller.
 1812 Visita ao País de Gales como representante da Sociedade Missionária Batista 
Particular (SMBP).
Morte de Archibald Mc'Lean (1738-1812), um dos
Os principais oponentes de Andrew Fuller.
1813Quinta e última visita à Escócia promovendo a Sociedade Missionária Batista 
Particular (SMBP).
Nascimento do missionário David Livingstone (1813-1873).
1814 Fuller começa a escrever o que ele esperava que fosse seu magun opus
“Cartas sobre Teologia Dogmática” ( Cartas sobre Teologia Sistemática Divindade ). O 
projeto pretendia ser uma Teologia Sistemática completa. No entanto, Fuller morreu logo 
após iniciar o projeto.
1815Publicação de “Sermões Expositivos sobre o Apocalipse”.
Publicação de “O cuidado das viúvas e dos órfãos pelos ministérios cristãos”.
A morte de Fuller em Kettering, Northamptonshire, em 8 de maio. [9]
 ANDREW FULL:
INTRODUÇÃO BIOGRÁFICA E
TEOLÓGICO
 Jaime D. Caballero
O famoso pregador batista do século XIX, Charles Spurgeon, referiu-se a Andrew Fuller 
como “o maior teólogo do nosso tempo”. [10] Spurgeon não apenas se considerava um 
“descendente de Fuller”, mas muitos batistas do passado e do presente, quer saibam disso 
ou não, traçam suas raízes, tanto na doutrina quanto na prática, em Andrew Fuller. Stephen
J. Wellum escreve:
Andrew Fuller serve de modelo para os cristãos de hoje de muitas maneiras diferentes. Ele 
não foi apenas um marido, pai e pastor dedicado, mas também um excelente teólogo, 
defensor da fé e um visionário do Evangelho. [onze]
Seu trabalho como pastor, teólogo e promotor de missões mundiais teve impacto por 
gerações. Este breve resumo serve como uma introdução básica à obra e ao pensamento de 
uma das figuras mais influentes do cristianismo moderno.
Os Diários de Andrew Fuller (1754-1815)
De meados do século XVII a meados do século XIX, era uma prática bastante comum entre 
os evangélicos, particularmente aqueles de origem independente e não-conformista, 
manter um registro da operação da graça de Deus em suas vidas através de diários, nos 
quais eles registraram seu progresso na fé, bem como suas lutas e derrotas. O objetivo 
desses diários, como aponta o historiador Michael D. McMullen, era:
Descreva o progresso do crente desde um estado inicial de dúvida e descrença, para dar 
evidência da obra regenerativa da graça divina em direção a um estado de iluminação 
espiritual, afeição religiosa e, eventualmente, até certo grau de segurança de fé. [12]
Vemos evidências do uso e publicação de periódicos para o desenvolvimento da piedade 
espiritual em um grande número de pastores e teólogos, entre os quais temos John Bunyan 
(1628-1688), Richard Baxter (1615-1691), John Newton (1725 - 1807), Jonathan Edwards 
(1703-1758), David Brainerd (1718-1747), John Wesley (1703-1791), entre muitos outros. 
[13] Fuller estava familiarizado com esses registros e, movido pelo exemplo daqueles que o
precederam na fé, decidiu começar o seu próprio em 1780, aos 26 anos, e continuou nesta 
prática por mais de vinte anos, até 1801. Uma das principais fontes para reconstruir sua 
vida foram seus diários. [14]
Ler os diários de Fuller, ou de qualquer outro homem de fé, é um exercício espiritual. Não 
se pode deixar de ser afetado pelas lutas, vitórias e derrotas do autor e ver claramente a 
obra da graça de Deus em uma pessoa. [15] No caso de Fuller, a graça de Deus é evidente. 
No início de sua peregrinação, ele é um jovem influenciado pelos ensinamentos do 
hipercalvinismo, sem saber se deveria pregar o evangelho aos seus vizinhos.
No final da vida, ele é um homem maduro, lutando com todas as suas forças para proclamar
o nome de Cristo onde ele não havia sido anunciado. A mudança não poderia ser mais 
radical, a graça de Deus não poderia ser mais perceptível em sua vida. [16] Querido irmão 
que lê isto, se você ainda não é o que deveria ser, um dia o será, nesta vida ou no futuro. 
Deus não terminou sua obra em você.
Contudo, apenas dois volumes dos três volumes escritos por Fuller, contendo sua vida, 
memória, pensamentos, etc. eles sobrevivem.
Um deles foi queimado pelo próprio Fuller e os outros dois seriam queimados após sua 
morte. No entanto, os encarregados de realizar este desejo, seu melhor amigo, o Sr. Ryland, 
e seu filho, decidiram ignorar o pedido de Fuller e, para nosso benefício, preservar seus 
diários.
Nascimento e juventude
Andrew Fuller nasceu em 6 de fevereiro de 1754 em uma pequena fazenda na vila de 
Wicken, no condado de Cambridshire, na Inglaterra. Seus pais, Robert e Philippa, tiveram 
três filhos, dos quais Andrew era o mais novo. Sua família herdou algumas terras que lhes 
permitiram sobreviver. A fazenda onde Fuller cresceu era em grande parte dedicada à 
produção de leite e produtos associados, e esperava-se que Andrew seguisse os passos do 
pai e do avô e se tornasse agricultor, afinal nem Andrew nem nenhum de seus irmãos 
receberam qualquer tipo de educação. , mas o mais básico que a pequena escola primária 
de sua cidade poderia oferecer.
Porém, André logo se destacou por sua incrível capacidade intelectual, que, como ele 
mesmo admite, trabalhou a seu favor ao iniciar o ministério:
Ele não podia esperar muito respeito dos habitantes de uma cidade onde morava desde os 
seis anos, agora que era ministro. No entanto, não tenho do que reclamar. Na verdade, 
recebi mais respeito do que poderia esperar, em parte devido à opinião predominante de 
que quando estava na escola sabia mais do que o professor. Uma opinião que, claro, estava 
muito longe da verdade, mas que, no entanto, indicava um certo preconceito que 
funcionava a meu favor. Talvez isso tenha sido útil ou tenha atraído algumas pessoas a me 
ouvirem pregar quando entrei no ministério.
[17]
Contudo, um intelecto separado da piedade é como uma árvore sem frutos. Não haveria 
Andrew Fuller se não fosse por Philippa Fuller. Foi a mãe de André a principal influência 
espiritual em sua vida e quem teve o papel de orientar seus filhos nos caminhos do Senhor. 
Filipa nunca imaginou que a fidelidade a Deus expressada no cuidado dos seus filhos e do 
seu lar resultaria através do seu filho numa bênção que afetaria milhões de pessoasem 
todo o mundo. Num mundo saturado de feminismo radical, que considera inferior a mulher
que cuida da sua casa, faríamos bem em lembrar que quase todos os grandes homens de 
Deus da história, de Timóteo a Agostinho de Hipona, entre muitos outros, foram o papel da 
mãe que desempenhou um papel crucial.
O pai de Andrew, Robert Fuller, embora frequentasse ocasionalmente a igreja, não era 
crente. Perto de sua morte, Andrew escreve em seu diário de 26 de abril de 1781:
Como me sinto hoje com o coração partido e partido por meu amado pai, que temo que 
morra muito em breve. Oh, sua alma, sua alma imortal! Como posso suportar enterrá-lo 
sem ser convertido? Oh, Pai, se possível, passe de mim este cálice! Derramei as mais 
ardentes súplicas por sua alma e tive algumas conversas com ele sobre o assunto.
27 de abril de 1781. Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Por favor, me dê alguma
esperança para o bem-estar de sua alma…
Oh, a alma, a alma nunca morre!
Andrew amava profundamente seu pai terreno. Suas orações em seu diário, implorando 
por sua conversão perto de sua morte, são comoventes.
Pelo que sabemos, seu pai morreu não convertido.
Quando criança, Andrew frequentou a Igreja Batista de Soham, uma cidade para onde se 
mudou aos 6 anos de idade, e foi exposto desde muito cedo ao ensino hipercalvinista na 
Igreja Batista de Soham, onde John Eve era pastor. Ao relembrar aqueles anos de infância e 
adolescência, Fuller escreve:
Meu pai e minha mãe eram independentes não-conformistas, de convicção calvinista. 
Frequentemente íamos à igreja para ouvir a pregação do Pastor Eve, um pastor batista. O 
termo teológico para as crenças do Sr. Eva é hipercalvinismo, que deveria ser melhor 
chamado de falso calvinismo, e é por isso que ele tinha pouco ou nada a dizer aos não 
convertidos. Como consequência disso, sendo um homem não salvo, ele não tinha nenhum 
interesse em ouvir o que era dito no púlpito. [18]
Algo que deve ser levado em conta é que a pregação de João Eva não foi academicamente 
pobre em conteúdo, nem foi superficial a sua exposição das Escrituras, muito pelo 
contrário. Mas porque ele tinha uma convicção hiper-calvinista, o seu conceito de 
evangelismo e missões foi completamente distorcido. Este é um bom lembrete de que uma 
pessoa pode, no papel, aderir à Confissão de Fé de Westminster ou
 Londres 1689 e, na prática, quase não terá utilidade para o Reino de Deus.
Tanto Fuller quanto seus irmãos foram profundamente ensinados nas Escrituras por sua 
mãe e pelos ensinamentos de John Eve.
Seus dois irmãos tornaram-se diáconos em igrejas batistas, enquanto André ingressou no 
pastorado. Na adolescência e no início da juventude destacou-se pelo seu intelecto 
prodigioso, mas também pela sua constituição atlética. Ele tinha aproximadamente 1,85 
metros de altura, e seu árduo trabalho físico na fazenda o ajudou a desenvolver uma 
constituição física ideal para a luta greco-romana, destacando-se neste esporte. [19] No 
entanto, o Senhor ainda não havia realizado uma obra salvadora da graça em sua vida.
Conversão
Há uma grande quantidade de material primário que documenta a conversão de Fuller, 
tanto em seus diários pessoais quanto em cartas enviadas a familiares e amigos. Embora 
Fuller descreva sua conversão aos 15 anos de idade, podemos observar obras de graça ao 
longo de sua vida desde a mais tenra infância, como a convicção do pecado, uma 
consciência sensível à obra do Espírito Santo, entre outras evidências. Isto talvez se deva à 
educação cristã que teve na infância através da mãe, ou talvez à obra da graça do Espírito 
Santo, sem que ele tivesse plena consciência disso. Não podemos saber com certeza.
Foi aos 14 anos que começou a sentir uma profunda convicção do pecado e um desejo 
insaciável de ler as principais obras teológicas dos puritanos. Foram os puritanos, através 
dos seus escritos, que guiaram Fuller aos pés de Jesus Cristo, e foram os puritanos que o 
guiaram para fora das águas turvas do hipercalvinismo. Ele escreve em seu diário:
Acho que devia ter quase 14 anos quando comecei a refletir seriamente sobre meu destino 
final. A pregação à qual fui exposto domingo após domingo não fez muito para despertar 
minha consciência para Cristo, já que o ministro quase nunca disse nada sobre o caminho 
da salvação para os incrédulos, mas simplesmente sobre a edificação para os crentes. Não 
sei se eu já era crente naquela época,
Mas naquela época eu também não estava interessado em saber. Lembro-me que, durante 
esse tempo, enquanto caminhava sozinho, pensei: Qual é a fé que salva? Como posso 
reconhecê-lo? Em que consiste? Lembro-me que só consegui tirar minhas dúvidas muito 
mais tarde.
[vinte]
Fuller sentia uma sede insaciável de ler os puritanos e os grandes clássicos, as maiores 
obras do cristianismo e do pensamento universal. Foi assim que iniciou uma leitura voraz 
das obras de John Bunyan (1628-1688), particularmente dos livros Grace. Abundante e o 
progresso do peregrino . Durante pouco mais de um ano, o jovem Fuller, então com 14 anos, 
dedicou-se à intensa leitura dos Puritanos. É muito provável que sua conversão tenha 
ocorrido através da leitura das obras do grande pregador puritano Ralph Erskine (1685-
1752), escreve Fuller:
Às vezes eu ficava profundamente comovido depois de meditar nas grandes doutrinas do 
Cristianismo, ou depois de ler livros como Abundant Grace, de John Bunyan , ou Pilgrim's 
Progress . Um dia em particular, peguei o livro de Ralph Erskine intitulado Gospel Sonnets e 
li o sermão intitulado “Um Catecismo Evangélico para Jovens Cristãos”; Eu li e li, e enquanto
lia não conseguia parar de chorar. Na verdade, fiquei tão comovido, a doutrina da salvação 
eterna parecia tão sublime para mim, que não pude deixar de chorar por não ver esta 
mudança radical na santificação em meu próprio coração. [vinte e um]
Algo que aparece repetidamente nos diários de Fuller, desde a adolescência até a velhice, é 
o choro. Vez após vez, Fuller chega às lágrimas ao ver seu próprio coração e quão longe ele 
estava de amar a Deus com todas as suas forças e viver uma vida limpa de pecado. Ele foi às
lágrimas enquanto orava dizendo; "Senhor,
Por que não posso te amar como deveria?" foi o grito que partiu seu coração. Se um jovem 
como Fuller pôde amar o Senhor desta forma, não há dúvida de que os nossos jovens e 
adolescentes também devem fazê-lo, com toda a alma, mente e força.
No entanto, Fuller não sabia que estava salvo, na verdade, muito pelo contrário.
O ensino hipercalvinista que ele recebeu o instruiu a ser
passivo na salvação. Isto é, ele não poderia ir ao Senhor Jesus Cristo clamando por 
misericórdia a menos que descobrisse uma “garantia” de que o Espírito Santo já havia 
começado uma obra regenerativa em sua vida. O sistema hiper-calvinista ensinava que a 
oferta gratuita do evangelho para vir a Cristo para salvação e misericórdia não estava 
disponível para toda a humanidade, mas apenas para os eleitos. E a evidência de que 
alguém foi escolhido era uma certa “garantia” ou evidência da obra do Espírito.
Esta obra do Espírito Santo era a garantia de que a pessoa havia sido escolhida para a 
salvação e, portanto, tinha a certeza de que seria aceita por Cristo.
Como Fuller não conseguia distinguir com total certeza se havia recebido essa “garantia” ou
obra do Espírito em sua vida devido ao pecado remanescente, ele se sentiu desamparado e 
desesperado por não poder vir a Cristo para a salvação. [22] Isto foi um paradoxo, uma 
contradição em si. Fuller desejava vir a Cristo para salvação e obter misericórdia. Contudo, 
em obediência ao que ele acreditava ser a vontade de Cristo, que ninguém poderia vir a Ele 
a menos que houvesse evidência desta “garantia”, Fuller não foi a Cristo para a salvação! 
Este processo de não saber com certeza se ele havia confiado em Cristo para a salvação 
continuou durante toda a sua adolescência. Isto nos mostra quão claramente o ensino 
errôneo a respeito da maneira como Deus se relaciona com os pecadores pode afetar 
terrivelmentea Igreja e manchar com sangue as mãos daqueles pregadores que falham em 
admoestar sua congregação ao arrependimento e à fé.
Sua consciência tornou-se cada vez mais atormentada com o passar do tempo, e sua mente 
tornou-se cada vez mais preenchida com as Escrituras e com a leitura dos Puritanos. O 
desejo intenso de ir a Cristo e ter comunhão com ele, mas ao mesmo tempo a incerteza se 
Cristo realmente o aceitaria porque não tinha certeza de que era um dos escolhidos, não 
sabendo com certeza se tinha essa “garantia ”porque ele não via com total certeza a obra do
Espírito em sua vida, mas muito do pecado que permanecia até mesmo nele o estava 
levando ao ponto de total desconsolação. Fuller escreve: Eu estava completamente 
desesperado e não conseguia encontrar nada em mim que fosse digno da misericórdia de 
Deus ou que pudesse ser uma evidência razoável de que eu tinha uma garantia.
 para o mesmo. Tudo o que pude ver em mim foram coisas que seriam desprezíveis para 
Ele e irritáveis ao ver Sua glória.
"O que fiz? O que devo fazer para ser salvo?" Essas perguntas passavam pela minha cabeça 
repetidas vezes, e pelo menos dez vezes por dia. En verdad, ¡No sabía que hacer!... Esperar 
por perdón en el estado en el que mi corazón se encontraba sería la suma de la presunción, 
y pensar de que Cristo, después de haber abusado de Su gracia, me perdonaría era 
demasiado para mim. Eu senti como se não tivesse nenhum refúgio para onde ir. Por um 
momento pensei em ceder completamente ao desespero que me saudou. Eu disse a mim 
mesmo: “Talvez eu devesse abraçar totalmente uma vida cheia de pecado, porque não há 
esperança para mim, a não ser a perdição”. Pensar nisso me fez arrepiar! Meu coração girou
dentro de mim. Como eu poderia pensar em deixar Cristo e a esperança e a glória do céu 
por vir!... Eu não suportava a ideia de deixar Cristo e afundar completamente em uma vida 
de ruína e perdição. [23]
Em suma, o ensino hiper-calvinista não está longe de ser um evangelho de salvação pelas 
obras, uma vez que coloca a ênfase da aceitação de Cristo num aspecto subjetivo da pessoa, 
em vez de na obra de Cristo.
Olhe para você mesmo, para o que a pessoa fez, em vez de olhar para o que Cristo já fez. 
Neste sentido, o hipercalvinismo não é muito diferente do decisionismo que permeia 
algumas igrejas de tendência arminiana que depositam a sua fé numa decisão, ou em algo 
que fizeram subjetivamente.
O Senhor trabalha de maneiras misteriosas. Não há nada que esteja fora de Sua 
providência. O fato de ele ter sido exposto a sólidos ensinamentos hipercalvinistas durante 
sua infância e juventude teve o efeito oposto em Fuller, ou seja, em vez de se tornar um 
defensor do hipercalvinismo, ele se tornou seu mais ardente detrator. Vejo isso 
frequentemente em jovens que saem das Igrejas da Prosperidade e abraçam as Doutrinas 
da Graça, e depois ajudam outros a sair de tais movimentos. Paul Brewster escreveu sobre 
isso:
Fuller convenceu-se de que havia sido impedido desnecessariamente de ser salvo por causa
dos erros teológicos e dos falsos pressupostos que permeavam a Igreja onde ele cresceu. 
Por isto
 Ele dedicou a maior parte de seu ministério a destronar o sistema hipercalvinista que 
estava na moda em muitas das igrejas Batistas Particulares na Grã-Bretanha. [24]
Não demorou muito para que Fuller finalmente encontrasse a paz e o conforto que 
procurava em Cristo Jesus, em novembro de 1769. Ele tinha então 15 anos e sua vida 
mudaria completamente a partir de então. O forte impacto negativo que o Hipercalvinismo 
teve em sua vida foi o fogo que mais tarde alimentou seu desejo de se opor a ele. O impacto 
que este ensinamento teve na sua vida poderia ter-lhe custado a alma, como talvez tenha 
acontecido com o seu pai. Fuller descreve o hipercalvinismo repetidas vezes em seus 
diários como
“contendo muitos erros no evangelho” chamando-o de “falso calvinismo”. Para Fuller, esta 
não era apenas uma questão intelectual de precisão teológica, mas de vida e morte, de 
salvação e condenação eterna.
O problema central do hipercalvinismo era a anulação dos meios providos por Deus para a 
salvação dos homens. Deus é a causa final e primária da salvação, porém, no esquema 
soteriológico existem causas secundárias, como a pregação do Evangelho, a fé e o 
arrependimento. Assim, embora Deus seja Soberano, Ele mesmo providenciou estas 
condições como meios através dos quais a salvação é concedida. Em outras palavras, ao 
eliminar os meios para a salvação dos homens (a pregação do Evangelho, a fé e o 
arrependimento), o que o hipercalvinismo realmente fez foi eliminar o próprio Evangelho.
Não demorou muito até que Fuller fosse batizado aos 16 anos e começasse a pregar na 
Igreja Batista Soham.
Batismo e início do ministério pastoral
Fuller foi batizado aos 16 anos na Igreja Batista de Soham, pelo pastor John Eve em abril de 
1770. [25] Foi a primeira vez que um batismo foi celebrado nos 10 anos desde que a família
Fuller fazia parte da congregação em Soham. . Isto não foi nenhuma surpresa. A 
denominação batista no início do século XVIII na Inglaterra era muito pequena comparada 
à anglicana, e os efeitos da crescente
O hipercalvinismo em suas congregações foi sentido na falta de esforços evangelísticos 
dentro delas. Enquanto as igrejas batistas diminuíram em tamanho e vigor durante a 
primeira metade do século XVIII, a Igreja Anglicana, através da pregação de George 
Whitefield (1714-1770), e a recém-formada Igreja Metodista, através da pregação de John 
Wesley (1703-1791). ), crescia cada vez mais. É muito provável que se o Senhor, em sua 
providência, não tivesse levantado um homem como Andrew Fuller para provocar um 
reavivamento dentro da denominação batista em meados do século XVIII, ela teria sido 
virtualmente extinta no século XIX, pelo menos. na Inglaterra.
Não teria havido William Carey ou Charles Spurgeon sem Andrew Fuller.
Desde muito cedo na vida de Fuller vemos a importância da vida comunitária e o 
desenvolvimento de amizades piedosas que tiveram um impacto profundo e duradouro em 
sua vida. [26] Fuller foi batizado junto com Joseph Diver, que tinha cerca de 40 anos, 
enquanto Fuller tinha 16. Os dois se tornaram amigos íntimos. Fuller escreve:
Foi nessa época que estabeleci uma estreita amizade com o Sr.
Joseph Diver, um homem muito sábio e bom, que foi batizado comigo. Tinha quarenta anos 
e vivia muitos anos solitário, dedicando-se inteiramente à leitura e à reflexão. O Sr. Diver 
tinha uma grande paixão pela verdade, o que tornava as conversas teológicas com ele de 
particular interesse para mim, bem como a devoção às práticas piedosas. Devo mencionar 
que essa amizade tem sido uma das maiores bênçãos da minha vida. [27]
Fuller tinha 16 anos e passava a maior parte do tempo com um mentor 24 anos mais velho, 
lendo, conversando e meditando sobre as verdades mais intrincadas e profundas da 
doutrina cristã. Quando examino o calibre dos volumes teológicos que Fuller leu aos 16
últimos anos, e comparo com o que lê a maioria dos jovens em nossas igrejas latino-
americanas, a diferença é esmagadora.
Pouco depois de seu batismo, ele se envolveu na primeira controvérsia teológica na Igreja. 
O que se segue é de extrema importância, pois marcaria as controvérsias seguintes como 
um selo.
 teologias nas quais Fuller se envolveria. A questão é: pode um descrente, em seus próprios 
esforços, realizar um bom trabalho exteriormente?
Um dos membros da congregação de Soham foi pego abusando de álcool. O primeiro a 
descobrir o pecado deste homem foi o próprio Fuller. Fuller primeiro confrontou o homem 
com seu pecado, instando-o a abandoná-lo. O homem, desculpando-se, disse que não 
conseguia controlar-se porque não tinha forças para o fazer. Fuller tentou convencê-lo de 
que ele realmente poderia abandonar o álcool. No entanto, o homem recusou-se a fazê-lo. 
Diante disso, Fuller levou o caso ao seu pastor, e o assunto se tornou público na 
congregação. No entanto, este caso de disciplina bíblica gerou polêmica ainda maiorna 
congregação, que acabou culminando na demissão de João Eva, pastor da congregação. Os 
problemas que Eva teve com a congregação prenunciariam os problemas que Fuller teria 
mais tarde com esta mesma congregação da qual se tornou pastor.
Em essência, o Calvinismo clássico sustenta que o homem natural está morto em crimes e 
pecados e, portanto, não tem o poder de mudar por conta própria. Todos os poderes 
constitutivos da sua pessoa –
intelecto, vontade e afeições – foram afetados pelo pecado e, como consequência, o homem 
não tem nenhum papel na regeneração, mas esta é uma obra exclusiva de Deus. No entanto,
a partir deste ensino bíblico, o hipercalvinismo chegou a conclusões antibíblicas.
O Hiper-Calvinismo ensinou que os incrédulos, não tendo poder no uso de suas faculdades 
para a regeneração, não poderiam ser obrigados a realizar qualquer ato que fosse de 
natureza espiritual, como arrependimento ou fé, mas somente Ele pode exigir deles esses 
atos de moralidade externa, como, por exemplo, dar dinheiro aos pobres, não fornicar, etc.
O homem encontrado praticando alcoolismo na Igreja de Soham desculpou-se dizendo que 
não tinha poder para mudar, por isso foi considerado não convertido e removido da 
congregação. No entanto, embora João Eva sustentasse que uma pessoa não salva tem a 
capacidade de escolher obedecer ou desobedecer externamente aos mandamentos de 
Deus; A congregação em Soham sustentava que o não convertido não tinha a capacidade de 
vontade própria para obedecer externamente à Lei de Deus. Portanto, Eva finalmente 
apresentou sua demissão da congregação. A Congregação Soham
 Ele era tão hipercalvinista que até mesmo o hipercalvinismo de seu pastor ficou aquém!
Vale ressaltar que a posição de Eva representa o hipercalvinismo em sua mais pura 
essência. Contudo, a posição da congregação foi ainda mais longe do que o hipercalvinismo,
negando até mesmo a capacidade natural dos não regenerados de obedecer exteriormente 
aos mandamentos de Deus, distorcendo, na melhor das hipóteses, e negando, na pior das 
hipóteses, a graça comum de Deus para com a humanidade.
A negação da graça comum de Deus para com toda a humanidade é um grave erro teológico
que distorce completamente o caráter de Deus e o Seu amor universal para com toda a Sua 
humanidade portadora de imagem. A negação do amor universal de Deus pelos incrédulos 
vai além do hipercalvinismo. [28] Por outro lado, o calvinismo clássico coloca ênfase na 
incapacidade moral dos não regenerados, em vez de uma incapacidade natural das 
faculdades do homem. Ou seja, o incrédulo é culpado perante a Lei de Deus, não porque não
possa obedecer aos mandamentos de Deus, mas porque tendo a oportunidade de fazê-lo, 
não deseja fazê-lo. Ele está completamente incapacitado pela inclinação de suas faculdades,
e não pelas próprias faculdades. Isto ficará mais claro mais tarde.
Fuller descreve em seu diário seus sentimentos sobre isso, devemos ter em mente que isso 
ocorreu logo após sua conversão e que ele ainda tinha 16 anos:
Um dos membros foi considerado culpado de consumo excessivo de álcool e fui o primeiro 
a descobrir isso. Assim que descobri isso, confrontei-o com o seu pecado, o melhor que 
pude, fazendo-o ver a vileza do seu comportamento. Sua resposta foi que ele não tinha a 
capacidade de parar de ficar bêbado e que deveria parar de incomodá-lo porque não era 
seu tutor. Quando ele me contou isso fiquei indignado e tive a impressão de que tudo o que 
ele me contava era na verdade uma desculpa. Por isso eu disse-lhe que se ele realmente 
quisesse, poderia abster-se de pecados como estes, e que o que ele me disse – que eu não 
podia fazer nada a respeito – parecia-me apenas uma desculpa para desculpar o 
indesculpável. Eu não sabia mais o que dizer. [29]
Após a polêmica com a congregação e o pastor Eve, Fuller escreve:
A resposta negativa à pergunta: “Os pecadores têm o poder de fazer externamente a 
vontade de Deus, restringindo-se do pecado?”, foi defendida por alguns dos principais 
membros da Igreja, entre os quais estava meu amigo Joseph Diver. [Depois de lhes contar o 
que eu pensava] eles rapidamente me desculparam, dizendo que eu ainda era um bebê na 
religião cristã e que não sabia de nada, mas que o pastor era indesculpável porque deveria 
saber melhor essas coisas, e que deveria ter sido capaz de dar uma resposta satisfatória 
sem trair os fundamentos da verdade. [30]
Esta citação revela muito, não apenas sobre o carácter desviante da Igreja hiper-calvinista 
de Soham, mas também sobre algumas controvérsias no nosso contexto actual. O espírito 
legalista evidencia, na melhor das hipóteses, um coração imaturo e, na pior, um coração não
regenerado. Elevar as doutrinas secundárias ao nível das doutrinas primárias e fazê-lo 
como uma verdade fundamental do Evangelho mostra que estas pessoas não 
compreenderam verdadeiramente o Evangelho que paradoxalmente afirmam defender.
Joseph Diver, amigo de Fuller, foi nomeado diácono logo depois e encarregado de conduzir 
os cultos de adoração na Igreja. Quase dois anos depois, Diver sofreu um acidente e teve 
que ser substituído na pregação, então a oportunidade de pregar foi dada a Fuller. Fuller 
pregou com tanta habilidade e unção do Espírito que a congregação tomou isso como 
evidência de que o Senhor o estava chamando para o ministério. Pouco tempo depois, ele 
teve a oportunidade de pregar novamente. Desta vez Fuller fez algo completamente 
revolucionário para a Igreja de Soham: ele pregou o Evangelho. Vários jovens com lágrimas 
nos olhos foram convertidos como resultado da pregação de Fuller, e Fuller foi nomeado 
pastor na preparação da Igreja, e um ano depois, em janeiro de 1774, aos 20 anos, foi 
nomeado pastor titular da Igreja. . Dos 19 anos até o dia em que morreu, Fuller nunca 
parou de pregar regularmente a Palavra de Deus e o Evangelho de seu Filho Jesus Cristo. 
No entanto, a essa altura, Fuller ainda não havia deixado o hipercalvinismo.
Andrew Fuller: Homem de Família, Teólogo e Pastor Nas páginas a seguir nos 
concentraremos mais brevemente em outros aspectos gerais da vida de Andrew Fuller. 
Porque este livro representa uma das obras mais importantes da luta de Fuller contra o 
hiper-Calvinismo, mais espaço foi dedicado nesta breve introdução biográfica aos aspectos 
necessários para compreender o contexto histórico e teológico em que Fuller se encontrava
e que o levou a escrever o trabalho que você tem em mãos.
Os acontecimentos de Fuller nesta fase de sua vida podem ser resumidos em três aspectos: 
maturidade familiar, maturidade teológica e maturidade ministerial, e cobrirão 
aproximadamente onze anos da vida de Fuller, desde quando foi nomeado pastor sênior de 
Soham em 1774, até o prelúdio de a publicação da primeira edição do Evangelho digna de 
ser recebida por todos os homens em 1785. [31]
 para. Maturidade Familiar
Dois anos depois de iniciar seu ministério pastoral, Fuller casou-se em dezembro de 1776 
com uma jovem de sua mesma congregação chamada Sarah Gardiner. Andrew e Sarah se 
amavam profundamente e, pelo que sabemos, tiveram um casamento relativamente feliz. 
Sara era uma mulher piedosa que sempre apoiou o marido, especialmente nos problemas 
que enfrentavam. Matthew Haste escreve:
O caráter piedoso de Sarah Fuller como esposa e mãe é evidenciado pela maneira como ela 
acompanhou o marido durante a difícil provação de perder a filha que levava seu nome.
[32]
Fuller era extremamente pobre, especialmente no início de seu ministério, de modo que foi 
muito difícil para ele sustentar sua família nos primeiros anos. A congregação de Soham 
fornecia um salário que não cobria as necessidades financeiras do casal. Além disso, dos 
onze filhos que o casal teve, oito deles morreram nos primeiros anos de vida, em parte 
devido à elevada mortalidade infantil da época, bem como
 consequência das constantes doenças e pobreza que sofriam. Peter J. Morden observa:
Ao longo de sua vida de casado, Fuller passou por uma série de tragédias pessoais, que sem 
dúvidacontribuíram para episódios de depressão espiritual. Oito de seus onze filhos do 
casamento com Sarah Gardiner morreram na infância.
Particularmente, ele sofreu muito com a morte de sua filha de seis anos, falecida em 1786, 
após a qual ele caiu em sua mais grave depressão espiritual. [33]
Fuller tentou sustentar sua família iniciando vários projetos, como ter uma pequena 
mercearia em casa e uma pequena escola para alunos do ensino fundamental, mas nada 
disso funcionou. Ele escreveu sobre isso em seu diário de 21 de julho de 1777:
Sinto-me profundamente triste e deprimido por todas as preocupações terrenas e da Igreja.
Mas encontrei algum alívio esta noite ao deixar todos os meus fardos para o Senhor, 
esperando que Ele cuide de mim. Oh Senhor, por favor, providencie para mim! Ah, sim, 
Senhor, que sustentas mundos desconhecidos, de tal maneira que nem em nenhum deles 
aconteça nada que não tenhas planejado, toma a minha causa em tuas mãos e faze-me útil 
para o teu deleite. Porém, Senhor, se o seu plano é que eu seja pobre, então deixe a pobreza 
ser minha porção e meu contentamento. [3.4]
Apesar das limitações financeiras, Fuller educou seus filhos nos caminhos do Senhor por 
meio de ensino contínuo e cultos de adoração no lar. Matthew Haste escreve:
Fuller se dedicou à educação de seus filhos nos caminhos do Senhor, como evidenciado 
pelas muitas referências em seus diários ao culto familiar e às conversas de natureza 
espiritual que teve com eles. [35]
Fuller viveu na pobreza por quase 10 anos, até outubro de 1783
Foi nomeado pastor da Igreja Kettering, numa localidade diferente, com um salário 
substancialmente melhor do que o que recebia em Soham. No entanto, a saúde de Sarah foi 
irremediavelmente afetada pela
 pressão constante, e alguns anos depois ele morreu. Vale a pena citar algumas das palavras
de Fuller durante esse período. Em 10 de julho de 1792 escreveu em seu diário:
As aflições que minha família enfrenta são quase insuportáveis, e o que será de mim, não 
sei! Durante quase um mês os sofrimentos da minha amada esposa foram extremamente 
fortes. [36]
Em 25 de julho do mesmo ano ele escreveu:
Oh meu Deus, minha alma está morrendo dentro de mim! A dor pela morte de minha 
amada família parece muito com a continuidade. Oh meu Senhor, estou tão angustiado, por 
favor, leve-me com você! [37]
Quando sua esposa morreu um mês depois, em 23 de agosto de 1792, e após a morte de 
oito de seus filhos pequenos, Fuller, imerso em profunda dor, escreveu estas linhas:
A doce mãe já não chora pelas suas perdas. Não há mais trabalhos difíceis ou fardos 
pesados sob seus ombros. Sua preciosa alma em sofrimento foi libertada de todo medo e 
trepidação e finalmente chegou ao terno lar, junto com seus filhinhos e com seu Deus. [38]
Existem alguns pontos a serem considerados em relação à situação de Fuller que serão 
úteis para nós:
1.
Num contexto saturado de apóstolos e profetas autoproclamados que apenas procuram 
lucrar com o Evangelho, num contexto em que pastores e líderes usam as ofertas e dízimos 
de crentes ingénuos para enriquecerem, faríamos bem em aprender com o exemplo de 
Fuller. servir a Deus e à Sua Igreja não por razões económicas, mas para a glória de Deus.
2.
Lendo os diários de Fuller, não há dúvida de que foram as extremas pressões económicas a 
que foi exposto que produziram um carácter de piedade que nos anos posteriores se 
manifestaria no extenso ministério que desempenhou. Fuller foi fiel em
 pouco, e mais tarde em sua vida Deus o colocou sobre muito, de modo que sem a pobreza 
extrema Fuller poderia nunca ter se tornado o homem de fé que era.
3.
Não devemos repetir literalmente as decisões dos grandes homens de fé do passado. Só 
porque Fuller agiu de determinada maneira não significa que todo pastor deva agir da 
mesma maneira. A Igreja Batista de Soham causou muitos problemas a Fuller, além de não 
fornecer um salário básico para sustentar sua família. Este não é um padrão a ser imitado, 
mas as igrejas devem ser generosas nas suas ofertas e provisões para os seus pastores.
4.
O principal dever de um homem é sustentar sua família.
Que o Senhor proíba qualquer tipo de crítica infundada a um homem de estatura espiritual 
e intelectual muito maior como foi Andrew Fuller. Porém, devemos lembrar que nesta 
época Fuller ainda era um jovem de vinte e poucos anos, ainda não era o teólogo 
importante que seria mais tarde, nem o grande organizador e promotor de missões que 
seria trinta anos depois. Fuller tinha 23 anos, esposa e dois filhos.
Eu me pergunto, enquanto escrevo estas linhas, e sendo dez anos mais velho que Fuller, o 
que eu diria a ele. Talvez meu conselho para aquele jovem fosse: “André, amigo, talvez fosse
melhor para você trabalhar meio período na fazenda e desistir dos estudos teológicos, e 
reduzir o nível de pregação pelo menos por um tempo. Isto não é falta de piedade, mas 
fidelidade às pessoas que o Senhor colocou sob nossos cuidados, primeiro, nossa família, e 
segundo, a congregação”. Talvez se Fuller tivesse feito isso, mais filhos seus teriam 
sobrevivido e Sarah não teria morrido tão jovem; por outro lado, o livro que você tem em 
mãos poderia nunca ter sido escrito e o trabalho missionário nunca teria sido realizado. , 
pelo menos, pelo menos não por Andrew Fuller. O leitor deve ser sábio e considerar que em
todas as circunstâncias da nossa vida estamos chamando à fidelidade a Deus e à obediência 
à Sua palavra.
Fuller casou-se novamente dois anos após a morte de Sarah em 1794 com Ann Coles, com 
quem teve seis filhos, dois dos quais
 Eles morreram na infância e quatro viveram até a idade adulta. Fuller teve um total de 
dezessete filhos, onze dos quais morreram nos primeiros anos e seis viveram até a idade 
adulta. Se enterrar uma criança é uma experiência devastadora, quão mais difícil será 
enterrar onze delas.
 b. Maturidade Teológica
No início de seu ministério na Igreja Batista de Soham, Fuller era, tanto na teoria quanto na 
prática ministerial, um hipercalvinista. As maiores influências teológicas de Fuller no início 
de seu ministério foram John Gill (1697-1771) e John Brine (1703-1765). Embora haja 
debate hoje se Gill era um hipercalvinista ou não, John Brine foi sem dúvida um dos 
hipercalvinistas mais conhecidos de seu tempo. [39]
Fuller possuía um intelecto prodigioso, mas nunca teve a oportunidade de receber 
educação teológica formal. Não porque fosse contra o estudo formal de teologia, mas 
porque nunca teve oportunidade de fazê-lo. Durante seus anos em Soham, Fuller passou 
quase todo o tempo estudando. Ele leu todo o currículo de estudos clássicos, que incluía os 
clássicos da filosofia e da literatura universal, aprendeu grego e, junto com a ajuda de seu 
amigo Dr. John Ryland, dominou o hebraico a tal ponto que fez uso quase exclusivo de os 
originais para seus estudos. Passo inúmeras horas lendo uma extensa quantidade de obras 
teológicas, desde patrística e teologia medieval, bem como os Reformadores. Contudo, o 
ponto decisivo que o fez duvidar seriamente do sistema hipercalvinista foi a sua leitura dos 
Puritanos, especialmente John Bunyan (1628-1688) e John Owen (1616-1683).
A influência de Bunyan sobre Fuller foi principalmente no lado ministerial prático, 
enquanto a de Owen foi no lado teológico.
Para Fuller, Bunyan não se comparava a Owen em sua profundidade, precisão e acuidade 
teológica, e muitas vezes, como ele mesmo diz, cometia imprecisões teológicas em diversas 
áreas, como teologia da aliança, eleição, entre outras, mas na pregação evangélica de 
Bunyan, a sua oração, paixão e súplica pela conversão dos incrédulos, teve um impacto 
tremendo no jovem Fuller, de tal forma que o levou a questionar se tinha realmente razão 
em não chamar os pecadores ao arrependimento.
Contudo, o golpe final contra o sistema hipercalvinista foi dado por Jonathan Edwards 
(1703-1758). Edwards forneceu a base teológica necessária para o refinamento das 
posições teológicas de Fuller, e a vida de missionários como John Eliot (1604-1690)forneceu o exemplo prático de uma vida de fé. Duas obras de Jonathan Edwards foram 
especialmente úteis na mudança teológica de Fuller. O primeiro foi um tratado sobre afetos 
religiosos , publicado em 1746; e o segundo foi The Freedom of the Will, publicado em 1754. 
[40] Fuller começou seu pastorado em Soham aos 20 anos de idade em 1774, convencido 
do sistema hiper-calvinista. Nove anos depois, ele seria promovido ao pastorado na Igreja 
de Kettering em 1783, e dois anos depois, em 1785 e com apenas 31 anos.
anos, ele publicaria seu primeiro livro, tornando-se assim o inimigo mais letal do sistema 
hipercalvinista pelo resto de sua vida. [41]
 c. Maturidade Ministerial
A mudança nas posições teológicas de Fuller foi gradual. Contudo, não demorou muito para
que a sua pregação se tornasse demasiado evangélica aos ouvidos da congregação de 
Soham. Problemas e oposição seriam inevitáveis. No entanto, o Senhor abençoou a 
pregação de Fuller e quanto mais ele deixou as amarras do hiper-Calvinismo, e retornou 
àquela mensagem do glorioso Evangelho pregado pelos Reformadores e Puritanos que o 
precederam, mais conversões o seu ministério experimentou. A bênção sobre seu 
ministério foi tamanha que o prédio da Igreja Batista de Soham ficou tão lotado que 
ninguém mais cabia nele. Estava lotado de pessoas que vieram ouvir a pregação de Fuller. 
Por outro lado, a oposição dos membros da Igreja foi forte e quase todos os projectos 
apresentados por Fuller – como a expansão do edifício da Igreja – foram rejeitados pela 
congregação. Isto, juntamente com as graves pressões financeiras que enfrentou, levaram à 
sua decisão de deixar a Igreja Batista Soham e mudar-se para Kettering.
Deixar o pastorado em Soham, em Cambridgeshire, para se mudar cerca de 100 
quilômetros a oeste, para Kettering, em Northamptonshire, não foi uma decisão fácil para 
Fuller. Houve uma série de razões para decidir ir para Kettering. Talvez um dos mais 
importantes tenha sido o financeiro. A Igreja Batista Soham não tinha meios financeiros e 
vontade para atender às necessidades de Fuller. Durante muitos anos a família
Fuller sofreu privações e pobreza a ponto de afetar a saúde de sua esposa e filhos, a maioria
deles morrendo na infância. No entanto, a Igreja Kettering, maior, forneceria a Fuller não 
apenas os meios de sobrevivência, mas também uma plataforma mais ampla para a 
promoção do que mais tarde se tornaria a Sociedade Missionária Batista Particular (SMBP). 
Mudar-se de Soham para Kettering não foi a decisão mais fácil na vida de Fuller, mas foi 
uma das mais sábias a longo prazo.
A influência mais significativa sobre Fuller durante este tempo foi através da Associação 
Batista de Northamptonshire . [42] A associação estendeu o ministério de Fuller de uma 
influência limitada em sua pequena aldeia em Soham para uma associação de igrejas 
cobrindo quatro províncias. Não demorou muito para que Fuller se destacasse na 
associação por seus evidentes dons intelectuais, bem como por sua piedade. [43] O 
contexto teológico dos pastores em Northamptonshire e nas províncias vizinhas era muito 
diferente daquele de Soham. A maioria deles recebeu educação teológica formal na 
prestigiada Academia Bíblica de Bristol, que foi um dos mais importantes bastiões 
teológicos do calvinismo clássico. [44]
Uma figura importante durante este período foi John Ryland (1753-1825), um estudioso do
Antigo Testamento e uma das figuras teológicas mais importantes do calvinismo clássico de
seu tempo. Ryland foi um pregador incansável, 8.691 de seus sermões sobreviveram até 
hoje, embora ele tenha pregado muitos mais durante seu ministério de 39 anos como 
pastor entre 1786 até sua morte em 1825. [45]
Embora Fuller nunca tenha realizado estudos teológicos formais, a orientação de Ryland foi
vital para o seu desenvolvimento teológico; afinal, Fuller ainda era um jovem teólogo de 29 
anos recentemente promovido como pastor de uma das maiores igrejas de 
Northamptonshire. Foi Ryland quem orientou ainda mais o processo de aprendizagem 
teológica de Fuller e o guiou através de estudos avançados de hebraico. No entanto, pouco 
mais de dez anos depois, Ryland se mudaria para Bristol em 1793 para assumir a reitoria 
do seminário em Bristol, mas manteve uma correspondência vitalícia com Fuller. 330 
cartas sobreviveram de Fuller a Ryland, e um número semelhante de Ryland a Fuller. Foi 
Ryland quem pregou em agradecimento ao Senhor no funeral de Fuller e seu principal 
biógrafo.
Fuller nunca teria se desenvolvido como pastor sem a companhia de outros pastores 
piedosos da Associação Batista de Northamptonshire, e eu nunca teria feito parte desta rede 
pastoral se tivesse permanecido em Soham. Por outro lado, embora Fuller possuísse um 
intelecto privilegiado e um apetite incansável pela leitura, a orientação e orientação de John
Ryland foram essenciais para o seu desenvolvimento teológico.
Independentemente da sua idade, procure bons mentores, piedosos e cheios de 
conhecimento da Palavra.
Pastor batista, defensor do calvinismo e promotor do missões mundiais
O Senhor é Soberano em seus caminhos. Por um lado, foi precisamente a ênfase de Fuller 
na pregação indiscriminada do Evangelho que levou a Igreja de Soham a rejeitar Fuller, 
enquanto, por outro lado, foi precisamente isso que o levou a ser o líder da Associação 
Batista de Northamptonshire . Enquanto a congregação hipercalvinista de Soham fez todo o 
possível para desencorajar a pregação evangélica de Fuller, a congregação de Kettering fez 
todo o possível para promovê-la; Enquanto as Igrejas hiper-Calvinistas fizeram todo o 
possível para impedir quaisquer esforços missionários, as Igrejas Calvinistas deram os seus
fundos, o seu tempo e as suas próprias vidas ao campo missionário. O contraste não 
poderia ser maior entre o verdadeiro e o falso calvinismo.
Apenas dois anos após sua chegada a Ketteringen, em 1783, e com apenas 31 anos, 
publicaria seu primeiro livro em 1785, o que o levaria de alguém relativamente 
desconhecido a ser catapultado como uma das principais figuras teológicas entre os 
batistas. Estamos nos referindo à primeira edição do livro O Evangelho, digno de ser 
recebido por todos os homens , publicado em 1785. [46] Nesta seção cobriremos 
brevemente o período da vida de Andrew Fuller entre a publicação de seu primeiro livro 
em 1785. e sua morte em 1815, concentrando-se particularmente em três áreas: o trabalho 
de Fuller como pastor, seu trabalho como teólogo e como promotor de missões.
 para. Andrew Fuller, um pastor incansável
Fuller foi um teólogo dedicado ao serviço da Igreja. Embora tenha sido um dos teólogos 
mais importantes de seu tempo, ele nunca ensinou em um
 faculdade de teologia, mas todo o seu trabalho foi dedicado à Igreja local.
Ele foi pastor por mais de 33 anos na Igreja Batista Kettering. A ideia que muitas pessoas 
têm de teólogos confinados em salas estudando livros antigos e falando coisas que não têm 
grande relevância para a Igreja atual é completamente errada. Mesmo um exame 
superficial da vida de Fuller mostrará claramente que toda a sua teologia foi para o serviço 
da Igreja e da vida cristã, era de facto uma teologia para viver. Por exemplo, o seu livro O 
Evangelho, digno para ser recebido por todos os homens, foi escrito principalmente como 
consequência do interesse genuíno de Fuller no impacto que o ensino hipercalvinista 
estava tendo na vida da Igreja. [47] O mesmo pode ser dito de cada uma das dezenas de 
livros, panfletos, cartas e centenas de sermões que ele deixou como legado. O trabalho 
teológico como serviço à Igreja.
O trabalho de Fuller como pastor durante este período é verdadeiramente impressionante. 
O historiador Tom Nettles escreve sobre a produção de Fuller neste período:
Sua mente não podia descansar de estar focada nas questões vitais de Deus e Sua graça, no 
homem e em seu dever, e em sua dependência de Deus, bem como no valor intrínseco e na 
excelência dessas verdades reveladas no Evangelho, um Evangelho que foi digno deser 
recebido por todos. [48]
Fuller foi antes de tudo um pastor. Seu trabalho teológico derivou de sua grande 
preocupação como pastor. Para Fuller, o exercício teológico era o maior serviço que ele 
poderia prestar à sua congregação. O trabalho teológico é em si um ato de serviço a Deus, e 
talvez o maior ato de serviço que um pastor pode prestar à sua congregação. Muitas vezes 
ouvi dizer: “Estude a Palavra, para que mais tarde você possa servir a Deus”. Embora a 
motivação por trás destas palavras seja nobre, nada poderia estar mais longe da verdade. O
estudo, ensino e pregação da Palavra de Deus é um ato de serviço e amor a Deus e ao Seu 
povo.
É contada uma anedota sua, na qual Fuller estava particularmente preocupado em 
compreender a justificativa de um amigo seu. Seu biógrafo narra da seguinte maneira:
Um amigo estava conduzindo Fuller para um passeio pela Universidade de Oxford, 
mostrando-lhe a magnificência dos edifícios e chamando sua atenção para um objeto 
específico. De repente, Fuller lhe disse: “Querido irmão, só há uma pergunta que, depois de 
tudo o que foi dito sobre o assunto, ainda não foi respondida: O que é Justificação?” Ao que 
seu amigo sugeriu que ele voltasse para casa e falasse mais sobre o assunto. Fuller 
concordou, dizendo: “a resposta a essa pergunta é muito mais importante para mim do que 
toda a beleza destes edifícios”. [49]
Por outro lado, é impossível compreender o trabalho de Fuller como pastor sem levar em 
conta o sofrimento em que esteve envolvido. Cada vez que Deus quer moldar o caráter de 
um homem ou de uma mulher, para Sua glória, Ele permite que eles passem pelo cadinho 
purificador do sofrimento. Ele perdeu nove dos onze filhos que sua primeira esposa, Sarah, 
teve e dois dos seis filhos que teve com sua segunda esposa. Quanto a alma sofre ao 
enterrar um filho. Quanto mais ao enterrar onze deles! Como se isso não bastasse, Fuller 
perdeu Sarah, sua primeira esposa, para o que hoje é conhecido como Alzheimer. [50] Seus 
diários falam das lutas diárias de seu trabalho como pastor. Estas são de grande ajuda para 
qualquer pessoa no ministério que sofra de desânimo. No seu diário de 15 de abril de 1781,
talvez durante o período mais difícil do seu pastorado em Soham, ele escreve: “Sinto-me 
muito desanimado pela apatia e frieza de alguns dos membros em relação ao futuro da 
Igreja”. Em sua anotação de 1º de janeiro de 1781, ele escreve:
Quão terrível é minha aflição. Em vez de meu pecado desaparecer, parece que ele surge 
com nova força a cada vez. Ah, como sou miserável! Certamente é difícil que um coração tão
cheio de estupidez e tão carente de santidade como o meu seja residência do sublime 
Espírito de Deus. Certamente aquelas obras de piedade feitas nos corações daqueles 
homens piedosos do passado não estão em mim! Porém, apesar disso, minha alma 
encontrou paz e consolo em Deus. [51]
Que lições aprendemos com a vida de Andrew Fuller? A primeira é que, embora o chamado 
ao ministério pastoral seja um grande privilégio,
digno de grande honra, não pode ser separado do sacrifício, das lágrimas e do sofrimento 
que acarreta. A segunda é que o nosso maior trabalho como pastores e pregadores é o 
estudo, o ensino e a pregação da Palavra de Deus. Pastor, suas ovelhas não precisam de 
você, nem de seus conselhos brilhantes se não estiverem enraizados na Palavra. Eles 
precisam de você para guiá-los às fontes de água viva, àquelas fontes de vida onde podem 
satisfazer suas almas. Seja fiel ao chamado de Deus. É impossível compreender o trabalho 
teológico de Fuller fora da sua vida pastoral. Paul Brewster explica isso claramente:
Muitas vezes os estudos sobre Fuller centraram-se na sua importância como teólogo, que 
foi negligenciada durante alguns anos. No entanto, muito menos estudos consideraram o 
trabalho pastoral de Andrew Fuller. Contudo, foi precisamente o seu exemplo como pastor 
que primeiro me chamou a atenção. Em outras palavras, Fuller escreveu sobre teologia e 
doutrina, mas o fez como consequência de um profundo fardo pastoral. [52]
 b. Andrew Fuller, defensor do calvinismo
A produção literária de Fuller é verdadeiramente impressionante. Não podemos deixar de 
ficar surpresos com o quão vasto, mas ao mesmo tempo profundo, é. Depois de ler Fuller, 
alguém se pergunta o que aconteceu com os teólogos batistas? onde eles foram? Suas obras 
na relação entre a Lei e o Evangelho, a natureza da verdadeira fé, a pessoa e obra de Cristo, 
a revelação divina, a natureza da Justificação, a obra do Espírito Santo na regeneração, a 
geração eterna do Filho, o A interpretação cristocêntrica das Escrituras como princípio de 
interpretação hermenêutica, apologética, a credibilidade da fé cristã, contra o deísmo e o 
socinianismo, entre outros, permanecem até hoje entre os melhores já escritos. Uma 
compreensão adequada do Evangelho nunca é uma questão meramente teórica, mas antes 
as suas implicações são de vida ou morte.
Fuller viu isso claramente.
Fuller se enquadraria nos parâmetros teológicos descritos na Confissão de Fé Batista de 
Londres de 1689. Contudo, sua doutrina da expiação de Cristo em relação à Expiação 
Particular, embora dentro dos limites da Tradição Reformada, é ligeiramente diferente.
 a alguns de seus antecessores dentro da Tradição Batista. [53] A posição de Fuller sobre 
este ponto é o que é conhecido como “Universalismo Hipotético”, uma posição sustentada 
por um número não insignificante de teólogos reformados ao longo da história da Igreja. 
[54]
O Calvinismo Clássico, conforme definido no Sínodo de Dorth, afirma que a morte de Cristo 
na Cruz é suficiente para salvar toda a humanidade, mas é eficiente apenas para um grupo 
limitado. Um dos principais debates dentro da tradição Reformada é o que limita a 
suficiência da Expiação? As posições são divididas em dois grupos, aqueles que afirmam 
uma limitação intrínseca da Expiação, e aqueles que afirmam uma limitação extrínseca. 
Porém, ambos os grupos afirmam que esta limitação não se deve à vontade do homem, mas 
reside no Decreto Divino.
Antes de continuar com este ponto, devemos lembrar que este não é um debate entre 
calvinistas e arminianos, mas entre calvinistas. Assim como existe unidade em pontos 
essenciais dentro da Tradição Reformada, também existe um grande grau de diversidade e 
debate dentro dela. Entre aqueles que afirmam uma Suficiência Extrínseca da Expiação 
estão teólogos como Jonathan Edwards (1703-1758), Thomas Boston (1676-1732), John 
Davenant (1572-1641), Andrew Fuller (1754-1815), entre outros. [55] Embora aqueles 
que afirmam uma suficiência intrínseca da Expiação sejam Theodoro Beza, William Perkins,
John Owen, etc.
A diferença entre ambas as posições é encontrada em variações dentro do debate 
supralapsariano e infralapsariano, a natureza do pagamento de Cristo pelos pecados ao Pai 
– se foi um pagamento exato ou equivalente, a limitação da suficiência da expiação 
exclusivamente por Decreto ou por natureza de a expiação, entre outros pontos. O tema é 
amplo demais para ser discutido nesta breve introdução biográfica à vida de Andrew 
Fuller, porém, considero que, por se tratar de uma obra de natureza histórico-teológica, o 
leitor deve estar atento aos debates que cercaram esta doutrina.
 c. Andrew Fuller, promotor de missões mundiais
A importância de Fuller não se encontra apenas em seu exemplo como pastor e em seu 
trabalho como teólogo, mas também em relação à fundação, expansão e promoção da 
Sociedade Missionária Batista , a mesma que
 Teria um impacto global que ressoa até hoje em missionários como William Carey e 
Hudson Taylor.
Em 2 de outubro de 1792, um punhado de ministros batistas, todos eles de persuasão 
calvinista, reuniram-se para formar a Sociedade Batista. Missionário , com o propósito de 
levar a mensagem da Glória de Deus, e a salvação ao alcance de todos os homens até os 
confins da terra. John Ryland, amigo e mentor teológico de Fuller, escreveu estas linhas em 
seu diário:
O nosso empreendimento missionário na Índia pareceu-me,desde o seu início, como a 
iniciativa de apenas um punhado de homens, que deliberadamente viram a importância de 
cavar ainda mais fundo nesta mina onde ninguém tinha ido antes. Não tínhamos ninguém 
para nos orientar sobre como fazer isso e, enquanto estávamos em profunda discussão, 
Carey de repente se levantou e disse: “Ok, ok. Irei até o mais fundo, mas só se você segurar 
a corda.” E antes de embarcar para ir “ao fundo da mina”… Carey, fez cada um de nós jurar 
antes de descer “pelo buraco do buraco”, que
“Enquanto estivéssemos vivos, nunca largaríamos a corda que o prendia.” [56]
Fuller tornou-se assim o principal promotor de missões mundiais na sua geração, tendo um
impacto tal que os seus efeitos são sentidos até hoje por milhões de cristãos em centenas 
de países. Outros missionários seguiriam o exemplo de Carey e o impulso de Fuller, como 
Hudson Taylor para a China. Além disso, nos Estados Unidos e na Inglaterra surgiria toda 
uma geração de jovens, impulsionados pelo impacto teológico de Fuller e pelo exemplo e 
coragem de jovens como William Carey, jovens que no momento em que embarcaram rumo
ao desconhecido e a uma morte É quase certo que eles não eram mais velhos do que a 
maioria dos jovens que lêem estas palavras.
A obra da graça de Deus é notável em Fuller, que deixou de ter dúvidas sobre a pregação do
evangelho aos seus vizinhos e se tornou um dos principais promotores de missões 
mundiais. Ele escreve em seu diário de 18 de julho de 1794:
Nos últimos dois anos, desde que constituímos uma sociedade missionária, pudemos enviar
dois dos nossos queridos irmãos para a Índia Oriental. Meu coração tem tido um interesse 
crescente por este trabalho. Acho que posso dizer com segurança que nunca tive um amor 
mais genuíno por Deus e por sua obra em toda a minha vida. Bendito seja Deus que usou 
este trabalho como um meio para reavivar minha alma.
Mesmo que não obtenhamos nenhum resultado, eu e muitos outros obtivemos grande 
ganho espiritual. [57]
Embora a compaixão pelos perdidos estivesse presente nas missões iniciadas por Fuller, 
esta não era a sua principal motivação, mas a Glória de Deus. Isto contrasta fortemente com
muitas das missões antropocêntricas de hoje, que enfatizam a “paixão pelas almas”, em vez 
da “paixão pela Glória de Deus”.
Mal sabia Fuller que Deus honraria seus esforços e sacrifícios constantes para Sua Glória 
para levar o Evangelho a centenas de milhares de pessoas perdidas ao redor do mundo. O 
historiador Peter J. Morden escreve sobre o papel de Fuller nas missões mundiais:
Embora houvesse alguns precedentes missionários, por exemplo, nos esforços 
extraordinários empreendidos pelos Morávios, a Sociedade Os Missionários Batistas 
estabeleceram o padrão para as sociedades voluntárias que se seguiram no que muitas 
vezes foi chamado de movimento missionário moderno, em ambos os lados do Atlântico. A 
partir deste primeiro encontro aparentemente muito modesto e fraco, Fuller e os Batistas 
Particulares de Northamptonshire estavam, sem saber, se envolvendo em algo que teria um
impacto global. [58]
As missões por si só seriam inúteis, a menos que a mensagem que estes missionários 
pregam fosse correta. O Senhor levantou uma geração motivada pela paixão de Sua Glória, 
enraizada nas Doutrinas da Graça e no Calvinismo clássico. Que o Senhor faça o mesmo 
através do seu povo na América Latina nesta geração. Glória a Deus!
Morte e Vitória
 A morte é algo que chegará a cada um de nós. Tanto quem escreve estas palavras como 
quem as lê, mais cedo ou mais tarde, partirão desta vida. Os nossos corpos inertes 
deteriorar-se-ão progressivamente num túmulo frio, aguardando a trombeta final que 
despertará os nossos corpos para a glória. Fuller viveu toda a sua vida ciente disso.
Ele começou a perder força e energia no final dos quarenta anos, quando ainda era 
relativamente jovem. Embora satisfeito com os esforços de Fuller, seu melhor amigo, John 
Ryland, não tinha dúvidas de que o tremendo trabalho, as viagens, o sacrifício e os esforços 
contínuos que ele fez em amor ao Seu Senhor consumiram seu corpo e energias ao máximo,
causando-lhe uma morte prematura. [59] Aquele corpo desgastado e consumido pelos anos
conheceria em breve a libertação do Salvador. No início de setembro de 1814, ele adoeceu e
enfraqueceu, e nunca recuperou as energias; em março do ano seguinte, Fuller percebeu 
que estava morrendo.
Mesmo assim, durante todo esse tempo não parei de pregar. Subiu ao púlpito pela última 
vez no dia 2 de abril, ofegante e quase sem fôlego, pregou seu último sermão, o texto foi o 
seguinte:
Isaías 66.1–2 Assim diz o Senhor: “O céu é o meu trono e a terra é o meu escabelo. Onde 
está então a casa que poderia ser construída para mim? Onde é o lugar do Meu descanso? 
Minha mão fez tudo isso, e assim aconteceram todas estas coisas”, declara o Senhor. “Mas 
para este olharei: para aquele que é humilde e contrito de espírito, e que treme da Minha 
palavra.”
No final, consciente de que era o seu último sermão, parecia completamente absorto na 
contemplação do seu amado Salvador, que, depois de uma vida inteira de espera, em breve 
veria. Caí na cama quase imediatamente depois disso. Suas últimas palavras foram: “Minha 
esperança é tal que não tenho medo de mergulhar na eternidade”. Vitória, vitória, vitória! 
Em 2 de maio de 1815, aos 62 anos, Andrew Fuller juntou-se à sua amada Sarah e aos seus 
filhos pequenos na companhia de seu amado Salvador, a quem serviu fielmente durante 
toda a vida. Eu combato o bom combate.
Ele manteve a fé. Seu legado continua até hoje. Este é o nosso legado. Esta é a sua história.
 O EVANGELHO, DIGNO DE SER
RECEBIDO POR TODOS
HOMENS
QUALQUER
O DEVER DOS PECADORES DE ACREDITAR EM JESUS CRISTO,
COM CORREÇÕES E ADIÇÕES;
AO QUE É ADICIONADO
UM APÊNDICE,
SOBRE A NECESSIDADE DE UMA SANTA DISPOSIÇÃO PARA
ACREDITE EM CRISTO
 “Vá, […] pregue o evangelho a toda criatura. Aquele que acredita e é batizado, ele será salvo; 
mas quem não acreditar será condenado” —
 Jesus Cristo.
ANDREW FULLER
RAZÕES PARA UM SEGUNDO
EDIÇÃO
O autor não planejou reimprimir a presente publicação até que foi repetidamente solicitado
a fazê-lo por círculos muito respeitáveis.
As correções e acréscimos que constituem uma parte considerável desta edição são aqueles
que, após um lapso de quinze anos, o escritor considerou apropriado fazer. Seria 
indesculpável para ele viver todo esse tempo sem obter qualquer luz adicional do que viu e 
ouviu sobre o assunto. E mais ainda, não seria correto publicar uma segunda edição sem 
fazer todo o possível para melhorá-la. No entanto, as omissões , também consideráveis, nem
sempre se devem a uma rejeição do parecer em questão, mas a outras coisas que são 
apresentadas e que parecem ser mais relevantes. [60]
ANDREW FULLER
1801
 PREFÁCIO ORIGINAL DE ANDREW
MAIS COMPLETO
Quando as páginas seguintes foram escritas em 1781, o autor não tinha intenção de 
publicá-las. Eu já havia abrigado pensamentos diferentes sobre o assunto. Contudo, 
durante alguns anos ele começou a duvidar se todos os seus princípios sobre estes 
assuntos eram bíblicos.
Essas dúvidas surgiram principalmente ao meditar em algumas passagens das Escrituras, 
particularmente na última parte do Salmo 2, onde os reis que consultam “contra Jeová e 
contra o seu ungido” recebem a ordem positiva de que todos devem “honrar o Filho” (Sl 
2:2). , 12).
Considerando também a pregação de João Batista, de Cristo e Seus apóstolos, o autor 
descobriu que eles não hesitavam em se dirigir aos pecadores não convertidos da maneira 
mais penetrante quando diziam: Marcos 1:15 “O tempo está cumprido”, disse ele, “e o 
reino de Deus está próximo; Arrependa-se e creia no evangelho.”
Atos 3.19 “Portanto, arrependei-vos e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam 
apagados, para que venham tempos de alívio pela presença do Senhor.
E pareceu ao autor que deveria haver uma força muito injustificada sobre a interpretação 
dessas passagens para fazê-las significar algo diferente de arrependimento efé 
relacionados à salvação.
Por outro lado, a leitura de biografias e obras de homens como Elliot, Brainerd e muitos 
outros, que pregaram Cristo com tanto sucesso aos índios americanos, teve um efeito 
profundo no autor. Os atos desses homens, como os dos apóstolos, pareciam-lhes claros. 
Parecia-lhe que a forma como se dirigiam àqueles pobres
 os infiéis pagãos não tiveram nenhuma daquelas dificuldades com as quais o autor se 
sentiu perturbado. Essas coisas o levaram ao Trono da Graça para implorar por instrução e 
resolução. Ele viu que desejava sinceramente ambas as coisas: a primeira, conhecer a 
mente de Cristo, e a segunda, proclamá-la aos perdidos.
Porém, por algum tempo ele foi impedido de esclarecer suas dúvidas. Durante quase quatro
anos essas dúvidas ocuparam sua mente e só aumentaram. Certa vez, enquanto estava na 
companhia de um ministro, a quem eu respeitava muito, surgiu a questão de saber se 
apenas alguns aspectos da incredulidade dos pecadores eram considerados. Era comum 
falar de incredulidade como um autoquestionamento, isto é, se a nossa religião pessoal era 
genuína. Em contrapartida, ele observou que
“foi o questionamento da verdade do que Deus havia dito”. Esta observação parecia óbvia 
para ele.
A partir deste momento, seus pensamentos sobre o assunto começaram a se expandir. Ele 
pregou sobre isso mais de uma vez. A partir daquele momento passei muito tempo 
pensando no oposto da descrença, ou seja, na fé, e passei a considerá-la como a convicção 
de veracidade do que Deus disse . Uma vez que ele teve essa convicção em relação à fé, isso o
levou a questionar muitos de seus pontos de vista anteriores em relação aos pecadores não 
convertidos e à proclamação do evangelho.
A polêmica com Robert Sandeman (1718-1771)
O autor deste manuscrito está ciente de que a maioria dos cristãos que ele conhece 
considerava a crença no Evangelho como pressuposta pela fé salvadora, em vez de esta 
última [fé] ser uma parte essencial da salvação. [61] E considerou que o seu ponto de vista 
era o oposto do Sr. Sandeman, que defendia um tipo de fé morta ou inoperável, ou que não 
tinha um papel importante na salvação.
Ele considerou, no entanto, que o que o Sr. Sandeman e outros queriam dizer com “crer no 
evangelho” nada mais era do que um assentimento intelectual geral às doutrinas da 
revelação bíblica, mas não acompanhado de amor por essas verdades, ou de uma 
dependência do Senhor. Jesus Cristo para a salvação. Ele não tinha dúvidas de que tal 
concepção de fé deveria ser firmemente rejeitada. E se era isso que o Sr. Sandeman queria
dizer (o que, aliás, o autor não tem a certeza, visto que não leu nada que o contradiga nas 
suas obras), o próprio Sr. Sandeman não tem escrúpulos em dizer que não foi isso que 
originalmente procurou promover. [62]
Desde que a primeira edição desta obra apareceu há alguns anos, o autor reviu 
cuidadosamente os escritos do Sr. Sandeman e os do Sr. Archibal M'Lean, que parece 
concordar com o Sr.
Sandeman sobre este assunto. Ser justo com eles exige que o autor diga que esses 
escritores não parecem defender um tipo de fé que não resulte em amor ou na dependência
somente de Cristo para a salvação. No entanto, a sua própria definição de fé exclui todo o 
bem que a fé poderia ter. Embora o autor concorde com eles ao considerar a crença no 
Evangelho como uma fé salvadora, há uma diferença importante nas ideias que 
acrescentam à crença. Esta diferença é examinada juntamente com algumas outras 
questões num apêndice no final desta edição. [63]
Pareceu ao autor que havíamos levado muito a sério as palavras dos pecadores não 
convertidos quando eles disseram que acreditavam no evangelho. Ele não tinha dúvidas de 
que eles poderiam acreditar intelectualmente em muitas coisas sobre Jesus Cristo e Sua 
salvação, mas sendo cegos para a glória de Deus aparecendo na face de Jesus Cristo , a sua 
crença no evangelho deve ser muito superficial, estendendo-se apenas a alguns fatos sem 
qualquer sentido de sua verdadeira excelência intrínseca, que, a rigor, não é fé. Aqueles que
não veem nenhuma aparência ou graça no Messias, nem beleza que os faça desejá-Lo, são 
descritos como aqueles que não acreditam na mensagem sobre Ele ( cf. Is 53.1-2). Este tipo 
de fé não é a verdadeira fé.
Isaías 53.1–2 Quem acreditou em nossa mensagem? A quem foi revelado o braço do 
Senhor? Cresceu diante dele como um rebento tenro, como uma raiz que sai de uma terra 
seca. Ele não tem aparência bela nem majestade para que olhemos, nem aparência para que
o desejemos.
Da mesma forma, o autor leu e considerou tão bem quanto pôde o inquérito do reitor 
Jonathan Edwards sobre a liberdade da vontade, com alguns outros insights sobre a 
diferença entre incapacidade natural e moral.
do ser humano. [64] Esta distinção foi muito satisfatória para ele, pois lhe parecia evidente 
- estando clara e completamente contida nas Escrituras - e que esta distinção tinha sido 
projetada para libertar o sistema calvinista de uma série de calúnias com as quais seus 
inimigos o acusaram. .; bem como para apoiar noções claras e honrosas do governo Divino.
Se crer em Cristo não era dever dos pecadores não convertidos, e isso por causa de sua 
incapacidade, o autor inicialmente assumiu que essa incapacidade deveria ser natural ou 
algo que não surgiu de uma disposição moralmente pecaminosa. Porém, quanto mais 
examinava as Escrituras, mais se convencia de que toda a incapacidade atribuída ao 
homem no que diz respeito a crer e ter fé surgia da aversão do seu próprio coração. Ou seja,
não Virão a Cristo para ter vida, não darão ouvidos à voz do encantador
[pregador] por mais habilidoso que seja, eles não buscarão a Deus e não desejarão o 
conhecimento de seus caminhos, porque não desejam fazê-lo.
João 5.40 Mas você não quer vir a Mim para ter essa vida. Salmo 58.5 Quem não ouve a 
voz dos que encantam, Nem mesmo o mais habilidoso encantador.
Romanos 3.11 não há quem entenda, não há quem busque a Deus.
Jó 21.14 E dizem a Deus: ‘Afasta-te de nós! Não desejamos o conhecimento dos Teus 
caminhos.
A importância da polêmica atual
O autor deseja evitar o erro em que corremos o risco de sermos traídos quando envolvidos 
numa controvérsia – isto é, de ampliar a importância do assunto para além dos seus 
próprios limites. Contudo, ele pensa seriamente que o assunto tratado nas páginas 
seguintes não é de pouca importância. Para ele, parece ser essencialmente a mesma 
controvérsia que tem subsistido em todas as épocas entre Deus e um mundo apóstata.
Deus sempre manteve estes dois princípios: Tudo o que é mau Vem da criatura e a culpa é dela
; e tudo o que é o bem vem do Criador, e o louvor por isso pertence a Ele . Concordar com 
ambas as proposições é demais para o coração carnal.
Os defensores do livre arbítrio concordariam com a primeira parte,
 reconhecendo-se como culpados do mal, mas não podiam admitir o segundo.
Qualquer que seja a honra que atribuam à graça comum de Deus, fazem-no para dar 
preponderância à virtude e à vida eterna que eles próprios podem obter com o seu melhor 
esforço. Outros que professam ser defensores da graça gratuita parecem dispostos a deixar 
que Deus tenha toda a honra da Sua salvação no caso de serem salvos, mas têm a mais forte
aversão a assumir a culpa pela sua destruição no caso de serem salvos. . Isto é, eles tornam 
Deus culpado pelos seus pecados.
Aceitar estes dois pontos, que Deus é Soberano na salvação, e o homem responsável pelos 
seus pecados, é deixar toda a controvérsia nas mãos de Deus, e submeter-se ao ensino 
bíblico da Sua vontade, como declarado; “ arrependimento para com Deus e fé em nosso 
Senhor Jesus Cristo ” (Atos 20:21). Na verdade, não é tão difícil provar que quando cada 
grupo nega uma destas verdades, o que na verdade está a fazer é abraçar o oposto. Embora 
o Arminiano professe assumir a culpa pelo mal, ele não sente culpa por ser um pecador 
além das ações que ele acredita que poderia ter evitado com a ajuda da graça Divina dada a 
ele e a toda a humanidade.[65]
Mesmo que o arminiano admita a depravação inata do seu coração, ele considera isso seu 
infortúnio, não sua culpa. Para o Arminiano, a culpa do pecado não é que ele esteja em um 
estado de completa alienação e aversão a Deus, mas que ele não tenha feito melhor uso da 
graça de Deus provida para sair dessa esfera.
Por outro lado, embora o antinomiano atribua a salvação à graça gratuita de Deus, ele não 
sente obrigação de perdoar a sua impenitência, ou de arrepender-se da sua incredulidade, 
ou da sua constante aversão a Deus durante a sua suposta falta de regeneração. [66] Desta 
forma, como em muitos outros casos, sabe-se que extremos opostos se encontram. Onde 
nenhuma graça é dada, eles se unem na suposição de que nenhum dever pode ser exigido, o
que, se for verdade, constitui “ graça”. não haja mais graça ” (Romanos 11:6).
Sete pontos a ter em mente ao ler este trabalho
Para uma compreensão clara do tema, oferecemos a seguir os seguintes aspectos em 
relação aos tópicos que serão discutidos aqui
 local de construção:
(1) Primeiro, a doutrina da eleição ou qualquer uma das chamadas doutrinas da graça não 
será discutida. Estes são assumidos, e também acreditamos que ninguém jamais acreditou 
ou acreditará em Cristo, exceto aqueles que são escolhidos por Deus desde a eternidade. A 
questão do debate actual não se centra em quais são as causas da salvação, mas sim em 
quais são as causas da condenação. Stephen Charnock escreve:
Nenhum homem é incrédulo exceto porque quer ser, e nem todos os homens são 
incrédulos porque a graça de Deus conquista alguns, muda suas vontades e os entrega a 
Cristo. [67]
(2) Em segundo lugar, também não haverá discussão sobre quem deve ser encorajado a 
considerar-se beneficiário das bênçãos do Evangelho. Embora os pecadores sejam 
livremente convidados a participar das bênçãos espirituais, eles não participam delas 
enquanto continuarem na incredulidade, conforme a vontade de Deus é revelada nas 
Escrituras. Estas páginas não pretendem persuadir um pecador a acreditar que ele terá a 
vida eterna se não se arrepender e não colocar sua fé em Cristo. Pelo contrário, o escritor 
está plenamente convencido de que, qualquer que seja o propósito secreto de Deus em 
relação a eles - quer sejam salvos ou não - eles estão atualmente sob uma maldição, desde 
que não se arrependam.
(3) Terceiro, a questão não é se os homens são obrigados a fazer algo mais do que a lei 
exige. Mas quer a lei, como padrão invariável de certo e errado, exija ou não que todos os 
homens aceitem cordialmente o que Deus revela. Em outras palavras, o ponto de debate é 
se amar ou não a Deus, de todo o coração, alma, mente e força, também inclui aceitar 
plenamente qualquer plano que Ele tenha revelado a qualquer momento.
(4) Quarto, a questão não é se os homens são obrigados a acreditar mais do que é 
anunciado no evangelho ou em qualquer coisa que não seja verdade. Mas o que se debate é 
se os homens devem acreditar na proclamação do evangelho de todo o coração, e não 
apenas intelectualmente, e qual é a natureza da fé salvadora.
(5) Quinto, não faz parte da controvérsia atual se os pecadores não convertidos podem 
voltar-se para Deus e abraçar o evangelho, mas sim em que tipo de incapacidade eles se 
encontram e se são responsáveis por essas ações ou não. Isto é, se a referida incapacidade 
consistir na falta de poderes e vantagens naturais ou na falta de um coração que permita o 
uso correto das referidas disposições naturais. Se for o primeiro, entende-se que a 
obrigação dos homens de acreditar no evangelho seria anulada porque não teriam poder 
para fazê-lo, mas se for o último, permanece em pleno vigor. [68]
Aqueles que estão na carne não podem agradar a Deus ( cf. Romanos 8:8), mas isso não 
significa que eles não tenham obrigação de fazê-lo.
Romanos 8:7–8 A mente voltada para a carne é inimiga de Deus, porque ela não se sujeita 
à Lei de Deus, pois não pode nem fazê-lo, e aqueles que estão na carne não podem agradar a
Deus.
Isto, portanto, exige que se insista claramente na sua obrigação de agradar a Deus, para que
possam estar plenamente convencidos do seu pecado e, assim, serem induzidos a abraçar o
remédio do evangelho.
(6) Sexto, a questão não é se a fé dos pecadores é exigida como uma virtude que, se 
cumprida, será a base da sua aceitação diante de Deus ou a razão pela qual eles podem ser 
justificados aos Seus olhos. Mas antes, a controvérsia atual é se a fé é ou não exigida como 
meio designado de salvação. A fé na justiça de Jesus é o único fundamento da justificação, 
mas a fé Nele é necessária para que possamos participar dessa justiça. Lembremo-nos do 
exemplo fatal dos judeus mencionado pelo apóstolo Paulo para que o consideremos:
Romanos 9:30–32 O que diremos então? Que os gentios, que não buscaram a justiça, 
obtiveram a justiça, isto é, a justiça que vem pela fé; mas Israel, que buscava uma lei de 
justiça, não alcançou essa lei.
Porque? Porque não a seguiram pela fé, mas como pelas obras.
Eles tropeçaram na pedra de tropeço.
Embora não nos tenha sido dito em nenhum outro lugar ( cf. 1 Pedro 2:8) que ao fazerem 
isso eles foram desobedientes , nossos julgamentos devem ser estranhamente
 distorcido por um sistema teológico se não concluirmos que este é o pecado deles, e aquele
pelo qual eles caíram e pereceram. E não ousamos deixar de exortar nossos ouvintes, quer 
ouçam quer se abstenham de ouvir, a terem cuidado para não tropeçarem na mesma pedra 
e caírem no mesmo exemplo de incredulidade em que caíram.
(7) Finalmente, a questão não é se os pecadores não convertidos devem ser exortados a 
fazer uma boa obra, mas se devem ser exortados a realizar obras espirituais. É indiscutível 
que as Escrituras os exortam a fazer muitas coisas. Portanto, se há cristãos professos que 
questionam a propriedade disto e que nunca exortariam um homem não convertido de 
forma alguma, mas apenas dizendo que "se “Se forem escolhidos, então serão chamados”, 
não se deve argumentar com isso, mas sim repreendê-los por se oporem diretamente à 
Palavra de Deus.
A maioria daqueles que podem diferir do autor nestas questões admitirão, presume-se, a 
relevância de os pecadores serem exortados ao dever moral. Somente este dever deve, 
como supõem, limitar-se aos exercícios meramente naturais ou aos deveres morais de 
obediência externa que um coração carnal, desprovido do amor de Deus, pode cumprir.
Conclusão
Uma das intenções das páginas seguintes é mostrar que Deus requer o coração, todo o 
coração e nada além do coração, e que todos os preceitos da Bíblia são apenas as diferentes 
maneiras pelas quais devemos expressar nosso amor a Ele. Também que - em vez de ser 
verdade que os pecadores são responsáveis por cumprir deveres que não contêm 
espiritualidade - não existem tais deveres e que - longe de ser exortado a todo trabalho 
externo, exceto aquele que é espiritualmente bom
– pelo contrário, os pecadores são exortados nas Escrituras a fazerem exatamente isto, 
obras de natureza espiritual. Sem dúvida, as Escrituras exigem que você leia, ouça, se 
arrependa e ore para que seus pecados sejam perdoados. Contudo, esses deveres não são 
cumpridos no exercício de um estado de espírito carnal, mas espiritual. [69]
 PRIMEIRA PARTE:
A IMPORTÂNCIA DO QUESTÃO
 CAPÍTULO 01: O QUE É O QUE
ESTÁ REALMENTE EM JOGO?
Deus, tendo abençoado a humanidade com o glorioso evangelho de Seu Filho, falou muito 
em Sua Palavra, como se poderia supor que Ele faria, sobre o tratamento que deveriam 
receber daqueles a quem Sua Palavra foi dirigida. Uma recepção correta disso é chamada 
nas Escrituras de receber a Cristo, reconhecê-lo, crer Nele , etc. E o contrário disso é repudiá-
lo, isso se chama não saber e rejeitar , e quem o rejeita desta forma, ao fazê-lo, considera-se 
indigno da vida eterna. (João 1:12; 3:16; Sal. 118:22; 1 Pedro 2:7; Mt. 21:42; Atos 13:46).
João 1:12-13 Mas a todos os que o receberam, deu-lhes o direito (o poder) de se tornarem 
filhos de Deus, isto é, aos que crêem no seu nome, que não nasceramdo sangue, nem da 
vontade de da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
1 Pedro 2:6–8 Pois isto se encontra nas Escrituras: “Coloco em Sião uma pedra escolhida, 
uma pedra preciosa de esquina , e todo aquele que nele crê não será envergonhado”. Este 
valor precioso é, portanto, para você que crê; mas para aqueles que não acreditam, “a pedra
que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular” e “uma pedra de tropeço e uma 
rocha de ofensa”. Pois bem, eles tropeçam porque são desobedientes à palavra, e é para 
isso que também foram destinados.
Estas são coisas nas quais o Novo Testamento insiste grandemente.
Muita ênfase é colocada na recepção que deve ser dada à verdade. Os mesmos lábios que 
comissionaram os apóstolos a irem e “pregarem o evangelho a toda criatura”, 
acrescentaram que “aquele que crer e for batizado será exceto; mas quem não acreditar será 
condenado .” Ele também disse; "Massa
 “A todos quantos o receberam , aos que creram no seu nome, deu-lhes o direito de se 
tornarem filhos de Deus”; mas para “aqueles que não O receberam”, mas O rejeitaram e ao 
Seu caminho de salvação, Ele se tornou uma pedra de tropeço e uma rocha de ofensa para 
que tropeçassem, caíssem e perecessem. [70]
Assim, o evangelho se torna um “cheiro de vida para vida ou de morte para morte” ( cf. 2 
Cor. 2:16), dependendo da diferente recepção que encontra.
As controvérsias que têm surgido a respeito da fé em Jesus Cristo não são tanto objeto de 
surpresa quanto a conduta daqueles que professam ser cristãos, e tendem a condenar o 
assunto como algo de pouca ou nenhuma importância. Não há nenhum princípio ou 
exercício da mente humana de que o Novo Testamento fale com tanta frequência e sobre o 
qual dê tanta ênfase como este. E quanto à questão de saber se a fé é exigida de todos os 
homens que ouvem ou têm oportunidade de ouvir a palavra, não pode ser desinteressante.
Se não fosse assim, proclamar o evangelho seria injustificável e cruel para os nossos 
companheiros pecadores, uma vez que os sujeita a um fardo adicional de abundância de 
culpa, além do que eles já têm. Mas se isto for assim, e houver um mandato para que eles 
recebam a verdade do evangelho, então desculpá-los seria minar a prerrogativa divina e, 
até mesmo, subverter a própria intenção pela qual o evangelho foi promulgado, isto é, que 
os homens devem acreditar que “Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e que crendo vocês 
tenham vida em Seu nome” (João 20:31).
Sem dúvida isso é algo muito sério e deve ser considerado com cuidado. Embora alguns 
homens piedosos possam estar envolvidos neste assunto, eles são lembrados de que:
Mateus 5.19 “Todo aquele que anular um só destes mandamentos, ainda que seja o menor 
deles, e o ensinar a outros, será chamado o menor no reino dos céus; Mas quem os guarda e 
os ensina será chamado grande no reino dos céus.
Se acreditar é um mandamento, não pode ser um dos menos importantes, muito pelo 
contrário. As importantes implicações que contém, bem como a dignidade do seu objecto – 
a fé no Senhor Jesus Cristo – devem levar a isto: conhecimento do pecado, arrependimento 
para
através deste conhecimento e da gratidão pela misericórdia perdoadora de Deus - tudo 
depende do nosso reconhecimento desta verdade, de que o evangelho deve ser proclamado
a todos. E se é um grande mandamento, a sua violação deve ser um grande pecado. Quem 
ensina o contrário aos homens é participante de sua culpa. E se perecerem, descobrir-se-á 
que foram cúmplices da sua ruína eterna. Considere se o apóstolo dos hebreus não seguiu 
tais princípios quando exclamou:
Hebreus 2:2–3 Pois se a palavra falada por meio dos anjos provou ser imutável (firme), e 
toda transgressão e desobediência recebeu uma retribuição justa, como escaparemos se 
negligenciarmos tão grande salvação? A qual, depois de ter sido anunciada pela primeira 
vez pelo Senhor, foi-nos confirmada por aqueles que a ouviram.
João 3.18 “Quem nele crê não é condenado (julgado); Mas quem não crê já está condenado, 
porque não acreditou no nome do Unigênito (unigênito) Filho de Deus.
A natureza da fé salvadora
Para determinar se a fé em Cristo é ou não dever de todos os homens que têm a 
oportunidade de ouvir o evangelho, será necessário determinar o que é essa fé ou em que 
consiste.
Alguns sustentam que consiste na convicção de ter interesse geral em Cristo e em todos os 
benefícios e bênçãos que advêm de Sua mediação. [71] Lewis Wayman de Kimbolton, autor 
de The Further Inquiry , que escreveu há cerca de sessenta anos sobre o assunto, pergunta: 
“Existe algum ato especial de fé que não seja da natureza da apropriação dos méritos de 
Cristo?” [72] E por apropriação dos méritos de Cristo ele parece querer dizer um interesse 
geral em bênçãos espirituais. Este é o fundamento sobre o qual assenta o corpo principal 
do seu argumento. Portanto, refutá-lo será, na verdade, uma resposta ao seu livro.
Alguns que normalmente não pensariam que defenderiam esta posição, de que ter um 
interesse geral em Cristo é um elemento essencial da fé salvadora, acabam por defender 
esta posição, embora observem que isto não é verdade para muitos cristãos ao seu redor.
 Se fossem consistentes com esta posição, teriam tido interesse geral em Cristo é um 
elemento essencial da fé, então teriam que afirmar que muitos dos que são cristãos ao seu 
redor não o seriam, porque não tiveram tal experiência. No entanto, apesar disso, 
continuam a manter esta posição.
Contudo, eles admitiriam, como consolo para tais cristãos, que a segurança de ter fé não é a 
essência da fé –
segurança é entendida como uma convicção de salvação – mas sim que uma confiança em 
Cristo é suficiente para a salvação. No entanto, em todas as outras coisas eles pregam como 
se não acreditassem que isso fosse verdadeiramente verdade. [73]
É comum que tais pessoas definam como incredulidade aqueles medos que ocupam a 
mente dos cristãos em relação a perder a salvação no final. E eles os repreendem por serem
culpados deste pecado que desonra a Deus e os exortam a serem fortes na fé como Abraão, 
para que possam dar glória a Deus, quando tudo o que significa é que eles devem acreditar 
sem dúvida na bondade de seus estado, isto é, eles os exortam a acreditar que estão salvos.
Se isto é fé salvadora, acreditar que alguém é salvo, segue-se inevitavelmente que não é 
dever dos pecadores não convertidos ter fé, porque eles não têm interesse geral em Cristo e
não pode ser seu dever acreditar em uma mentira, que é que eles têm certeza da salvação. 
[74] Mas se puder ser demonstrado que o objetivo adequado da fé salvadora não é ter um 
interesse geral em Cristo, mas no glorioso evangelho do Deus bendito (o que é verdade, 
quer acreditemos ou não), um Deve-se fazer uma inferência contrária, porque se admite 
que o dever de todo homem é acreditar em tudo o que Deus revelou. [75]
Não me oponho a admitir que a verdadeira fé “tem em si a natureza da apropriação ou da 
garantia da salvação”, se este termo for entendido como a aplicação das verdades em que 
se acredita aos nossos casos particulares. John Downame escreve:
Quando as Escrituras ensinam, devemos receber a instrução para a iluminação de nossas 
próprias mentes; quando avisam, devemos receber o aviso; quando falham, devemos 
examinar a nós mesmos; quando consolam, devemos ser encorajados e encorajados; 
Quando recomendam alguma graça, devemos desejá-la e
aceite isso; quando eles ordenam algum dever, devemos considerar-nos obrigados a 
cumpri-lo; quando prometem, devemos ter esperança; quando ameaçam, devemos ficar 
aterrorizados como se o julgamento tivesse sido denunciado contra nós ; e quando proíbem
algum pecado, devemos pensar que nos é proibido . Tendo segurança desta forma, devemos 
tornar completamente nossos todos os ricos tesouros contidos nas Escrituras, e desta 
forma poderosa e peculiar devemos desfrutar do fruto e benefício deles como se tivessem 
sido escritos completamente para nós e para mais ninguém. mas nós. [76]
Pela fé salvadora, sem dúvida aceitamos Cristopara nós mesmos si mesmos no mesmo 
sentido que Jacó aceitou a Jeová como Seu Deus ( cf. Gn 28.21); isto é, rejeitar todo ídolo 
que compete com Ele. Cristo é totalmente suficiente e capaz para nos salvar , assim como 
aos outros. E é pelo perdão dos nossos pecados que colocamos a nossa confiança Nele. Mas 
isso é muito diferente de simplesmente estarmos convencidos de que estamos num estado 
de salvação. [77]
Minhas objeções a esta noção de fé, como uma mera garantia de que alguém está salvo, são 
as seguintes:
1.
 Nada pode ser objeto de fé, exceto o que Deus revelou
em Sua palavra.
Contudo, o interesse geral que uma determinada pessoa pode ter em Cristo e nas bênçãos 
do evangelho não é revelado nas Escrituras. Deus não declarou em nenhum lugar, com 
respeito a qualquer um de nós como indivíduos pelo nome e sobrenome, que seremos 
salvos.
[78] As Escrituras não dizem nossos nomes. Tudo o que Ele revelou sobre este assunto 
envolve o nosso caráter . Isto é, Cristo prometeu abundantemente que todos os que Nele 
crêem, O amam e obedecer, eles serão salvos. E a persuasão de que se mantivermos esse 
caráter seremos salvos é, sem dúvida, um exercício de fé. Mas se o fazemos ou não, não é 
objeto de fé, mas de consciência.
1 João 2:3–5 E nisto conhecemos que O conhecemos: se guardarmos os Seus 
mandamentos. Aquele que diz: “Cheguei
sabe”, e não guarda os Seus mandamentos, ele é mentiroso e a verdade não está nele. Mas 
quem guarda a sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. Por 
isso sabemos que estamos Nele.
1 João 3:18-19 Filhos, não amemos de palavra ou de língua, mas de ação e de verdade. 
Assim saberemos que somos da verdade e seguraremos nossos corações diante Dele.
Se alguém crê que Deus lhe revelou o seu amor de maneira especial, imediata e 
extraordinária, que está salvo, porque teve um interesse geral em Cristo, e esta garantia não
se baseia nos exercícios ordinários da graça e da piedade, gerando portanto, uma 
consciência santificada pela graça, então tome cuidado para não enganar a sua alma! Não 
faltou aos judeus o que alguns chamariam de “a fé da segurança”: [79]
João 8:41–42 “Vocês fazem as obras de seu pai.” Disseram-lhe: “Não nascemos da 
fornicação; nós temos um Pai, é diga, Deus.” Jesus disse-lhes: “Se Deus fosse o vosso Pai, vós
me amaríeis, porque eu vim de Deus e vim dele , pois não vim por iniciativa própria, mas 
Ele me enviou.
2.
 As Escrituras sempre representam a fé colocada em
 algo separado de nós; a saber, sobre Cristo e as verdades
 que lhe dizem respeito.
Porém, se a fé consiste em acreditar que somos salvos, então essa fé está colocada em algo 
dentro de nós, isto é, numa obra ou ação realizada por nós mesmos, ou seja, em acreditar 
que uma obra de graça foi realizada em nós, nossos corações. Acreditar que tive fé porque 
tive um interesse geral em Cristo é o mesmo que acreditar que sou um sujeito especial da 
graça. Esta noção de fé está incorreta.
Porém, é comum que muitos que consideram esta noção de fé pensem que o oposto da fé, 
ou seja, a descrença, consiste em duvidar se realmente fomos convertidos . [80]
Contudo, a fé consiste na verdade e excelência da certeza destas coisas (a obra de Cristo, 
etc.), e não na certeza de que alguém
acredite neles. Se fosse esse o caso, então o pecador não teria escolha, mas apenas a 
possibilidade de “não acreditar”. Se assim fosse, então a fé do crente estaria colocada nas 
primeiras coisas, e não nas segundas, ou seja, numa segurança meramente subjetiva.
Talvez este tipo de segurança pessoal, de acreditar que alguém acredita ou tem um 
interesse geral em Cristo, deva ser mais apropriadamente chamado
“esperança”, em vez de “fé”, e o oposto disto (não acreditar que se acreditou), seria então 
“medo”, em vez de “incredulidade”.
3.
 Acreditar que estamos em estado de salvação (mesmo que seja
 desejável, quando baseado em evidências) é muito menor em sua
objetar à fé salvadora.
O grande objetivo no qual se fixa a fé é a glória de Cristo, e não estar numa condição 
especial de bênção, isto é, de desfrutar de um interesse geral em Cristo. Este último 
certamente oferece grande consolo; e quanto mais descobrirmos sobre sua excelência, mais
ardentemente desejaremos ter um interesse genuíno por ela e mais ficaremos 
desconcertados enquanto ela permanecer uma incerteza. [81] Mas se nos preocuparmos 
apenas com a nossa própria segurança, a nossa fé será vã e ainda estaremos nos nossos 
pecados.
Assim como o arrependimento que se concentra simplesmente nas consequências do 
pecado, como nos sujeitarmos à miséria, é egoísta e espúrio, o mesmo acontece com a fé 
que se concentra simplesmente nas consequências da mediação de Cristo, isto é, na 
convicção de que somos salvos por causa do pecado. ... porque nos eleva à felicidade, é 
igualmente egoísta e falso.
A principal característica da verdadeira fé em Cristo é amar a Cristo: “Portanto, para vós, os
que credes, ele é precioso” (1 Pedro 2:7). E, se for esse o caso, se não houver impedimentos 
derivados de uma decadência da nossa constituição ou de outras causas acidentais, não 
devemos ter dúvidas sobre a nossa salvação Nele. A consolação de Deus acompanhará a fé 
do evangelho.
Romanos 5.1 Portanto, tendo sido justificados pela fé, temos paz com Deus por meio de 
nosso Senhor Jesus Cristo.
4.
 Todos aqueles atos de fé que nosso Senhor tanto elogia
 profundamente no Novo Testamento - como o de
 centurião, a mulher de Canaã e outros - estão representados
 como colocado em Sua plena suficiência para curá-los, e não como
 uma persuasão de que eles tinham uma participação no favor divino
 porque estavam num estado de interesse geral, e que
 Por causa disso, eles teriam sucesso.
Mateus 8:8–9 Mas o centurião respondeu: “Senhor, não sou digno de que entres em meu 
teto; Basta dizer uma palavra e meu servo será curado. “Pois eu também sou um homem 
sujeito à autoridade, com soldados sob meu comando; e eu digo a este: ‘Vá’, e ele vai; e para 
o outro: 'Vem', e ele vem; e ao meu servo: ‘Faça isto’, e ele o faz .”
Assim como o centurião, também foi a persuasão que a mulher nutria na plena suficiência 
do Senhor para ajudá-la. Tamanha era a sua convicção que lhe bastaria se pudesse partilhar
das migalhas que caem da sua mesa, algo como os restos da Sua misericórdia. Semelhante a
este ocorreram outros eventos nas Escrituras, como vemos:
Mateus 9:20–21 E uma mulher que sofria de um fluxo de sangue há doze anos veio por 
trás dele e tocou na orla de Suas vestes; pois ele disse consigo mesmo: “Se eu apenas tocar 
em Suas vestes, ficarei curado”.
Mateus 9:27-28 Quando Jesus saiu dali, dois cegos o seguiram, gritando: “Filho de Davi, 
tem misericórdia de nós!” Depois de entrarem na casa, os cegos aproximaram-se dele, e 
Jesus disse-lhes:
“Você acha que eu posso fazer isso?” “Sim, Senhor”, responderam eles.
Marcos 1:40–41 Um leproso veio implorar a Jesus e, ajoelhando-se, disse-lhe: “Se você 
quiser, pode me purificar”. Movido de compaixão, Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: 
“Eu quero; Seja claro."
Marcos 9:22–23 “Muitas vezes aquele espírito o lançou no fogo e também na água para 
destruí-lo. Mas se você pode fazer algo, tenha misericórdia de nós e nos ajude”. “ Tipo 'se 
você puder?' ”Jesus disse a ele. “Todas as coisas são possíveis para quem crê.”
 Admito que o caso dessas pessoas e o daquele pecador que implora perdão não são 
exatamente os mesmos. Cristo nunca prometeu curar todos que procurassem cura, mas Ele 
se comprometeu pela graça a não expulsar ninguém que viesse a Ele em busca de 
misericórdia.
João 6.37 “Tudo o que o Pai me dá virá a mim; e quem vem a mim, de modo algum o 
lançarei fora.
Neste sentido, há maior base para a fé na vontade de Cristo de salvar do que na sua vontade
de curar, da mesma forma que haveria menos falta de fé nas palavras leproso: “ Se Se 
quiseres , podes purificar-me”, do que diriam palavras semelhantes de quem pede a 
salvação, convencido da sua total insuficiência. [82]
Mas a persuasão de que Cristo é capaz e está disposto asalvar todos os que se chegam a 
Deus por meio dele e, conseqüentemente, a nos salvar se assim orarmos, é muito diferente 
da persuasão de que somos filhos de Deus e participantes das bênçãos do evangelho. .
O Debate sobre a Natureza da Fé entre Fuller e Anderson O Sr. Anderson, um escritor 
americano, publicou recentemente um livro intitulado: A Doutrina Bíblica da Apropriação 
que está na natureza da fé salvadora. Neste livro, o sistema teológico que ele tenta defender
é o mesmo de Hervey, Marshall, entre outros. Este sistema teológico é o mesmo que é 
conhecido na Escócia pelo nome de Doutrina da Medula . [83]
Esses teólogos escrevem muito sobre o evangelho que contém uma graça ou outorga de 
Cristo e bênçãos espirituais para todos os pecadores, e que a fé consiste em receber esse 
dom e reivindicá-lo como nosso. É a partir desta noção que eles parecem ter assumido que 
algo só se torna nosso quando o reivindicamos. Mas o evangelho não é um presente ou uma
concessão à humanidade em geral, mas sim uma oferta gratuita ou um convite a todos. 
Assim, de fato, o Sr. Boston parece explicar isso muito bem em suas notas sobre The 
Marrow of Theology moderno _ O Sr. Boston explica que todo pecador tem a garantia de crer
em Cristo para a salvação. [84] No entanto, ninguém deve concluir que ele tenha
parte nesta salvação (isto é, um interesse geral ) até que ele tenha crido; e, 
conseqüentemente, tal salvação não é a fé em si, mas aquela que a segue.
Anderson tem o cuidado de distinguir entre a segurança da salvação da qual ele fala e 
“aquele conhecimento de que somos crentes ou de que já estamos em estado de graça”. 
[85] Ele também reconhece que o fundamento da fé salvadora “é algo que deve ser 
conhecido de antemão e, para exercer a fé, que está entre as coisas que foram reveladas e 
que pertencem a nós e aos nossos filhos”. [86]
Contudo, ele entende acreditar “que Cristo é nosso ” como um elemento da essência da fé. 
[87] Isto é, para o Sr. Anderson, estar convencido de que acreditamos é uma parte essencial
da fé.
Então, se isso é verdade, deve ser verdade que Cristo é nosso antes mesmo de acreditarmos 
Nele, e quer acreditemos ou não. Anderson parece aceitar isto, pois afirma que “Deus fez o 
dom ou a concessão de Cristo e as bênçãos espirituais aos pecadores da humanidade”, 
tornando-o nosso “antes de acreditarmos nele”. [88] No entanto, ele não aceita a salvação 
final de todos aqueles a quem Cristo é supostamente dado. Portanto, a que equivale o 
presente, senão um convite gratuito, sobre o qual seus oponentes não discutem com ele? 
Um convite gratuito, embora ofereça uma garantia para pedir misericórdia, e isto com uma 
certeza de salvação possível, não significa uma necessária participação nas suas bênçãos, 
ou seja, um interesse geral em Cristo, mas esta garantia para o perdão dos pecados só se 
aplica caso a misericórdia seja aceita.
O dom de que fala o Sr. Anderson não transmite nada que possa assegurar a salvação de 
qualquer homem. Portanto, tudo o que o autor escreve contra o que ele chama de “ 
condições de salvação” não é menos aplicável ao seu próprio sistema do que ao dos seus 
oponentes. Seu sistema é realmente tão condicional quanto o deles. A condição que 
prescreve que nos tornemos participantes das bênçãos da vida eterna
- participar, pelo menos, a ponto de possuí-los - é acreditar que eles nos pertencem e sem 
esta fé nunca os desfrutaremos. Em outras palavras, para o Sr. Anderson, fé se refere a 
acreditar que essas bênçãos pertencem a nós, e não ao objeto da fé, Cristo Jesus.
Na verdade, ele argumenta que a fé nas promessas de Deus não pode ser considerada uma 
condição do nosso direito de reivindicar participação
nessas promessas, porque acreditar nessas promessas seria reivindicar participação nelas, 
ou seja, seria fazer de uma coisa a condição de si mesma. [89] Mas para isso a resposta é:
 para. A fé é a condição necessária para a salvação.
Primeiro, embora o Sr. Anderson considere a fé salvadora uma apropriação inclusiva , esta 
é apenas uma ideia que ele atribui a ela. [90] Ele explica que a fé consiste em três coisas: 
uma persuasão da verdade divina operada no coração pelo Espírito Santo, uma persuasão 
segura e uma persuasão apropriada de que Cristo é nosso. [91]
Ora, mesmo que se admitisse que a última parte desta definição
– a persuasão apropriativa de que Cristo é nosso – eram o mesmo que reivindicar uma 
participação nas promessas (ou seja, ter a certeza de que Cristo é nosso) e, portanto, a 
condição disto não poderia ser considerada, isto é mais do que pode deve ser dito dos dois 
anteriores que eles não são menos essenciais para a fé salvadora do que o outro. [92]
 b. A promessa de salvação é para todos, a aplicação apenas para
 alguns.
Em segundo lugar, a forma como a promessa de salvação é recebida , a chamada fé 
apropriativa, não é a mesma forma como a própria promessa é dada . Conforme dado na 
palavra, a promessa é geral para todos e se aplica igualmente a um pecador e a outro; mas 
quando recebido por alguém, é considerado particular e específico, e como uma salvação 
segura.
 c. A imputação de justiça feita por Cristo é uma consequência
 cumprimento da condição de imputação: Fé em Cristo.
Em terceiro lugar, se ter um interesse geral na justiça de Cristo fosse o objeto imediato da fé
salvadora, como poderia ser dito que ela nos é imputada:
Romanos 4:23–24 E não só por ele foi escrito que isso lhe foi imputado, mas também por 
nós, a quem será contado, como aqueles que crêem naquele que ressuscitou Jesus, nosso 
Senhor dentre os mortos.
Se a justiça de Cristo é nossa, é nossa no sentido de que nos é imputada; mas isso, seguindo 
o argumento do Sr. Anderson,
 seria fazer o apóstolo dizer que se cremos que a justiça de Cristo nos foi imputado, nos será 
imputado. [93]
Não tenho nenhum problema em considerar a fé ou qualquer outra coisa feita por nós 
como uma condição para recebermos a salvação. Contudo, se por fé entendemos uma obra 
que devemos fazer para obter uma promessa de salvação, então tal conceito de fé é 
completamente inaceitável.
 CAPÍTULO 02: É A FÉ
NECESSÁRIO PARA A SALVAÇÃO?
Gostaria de esclarecer alguns aspectos relativos à fé. A forma como utilizo o termo fé é para
expressar o facto de que existe uma ligação necessária entre fé e salvação, no sentido de 
que fé é aquilo que, sem onde não há salvação. Neste sentido, a fé não é uma condição 
ausente no sistema que defende, nem o é, segundo o Sr.
Anderson, no sistema teológico que defende.
A polêmica com John Anderson (1748-1830)
Segundo o Sr. Anderson, a promessa de salvação de Deus é gratuita ou não requer o 
cumprimento de quaisquer condições para sua concessão. Mas é-me impossível conceber, 
se este fosse o caso, como poderia provar que Deus deu absolutamente Cristo e bênçãos 
espirituais a multidões que nunca as possuirão. [94]
Tenho total certeza de que tudo que Deus prometeu acontecerá de uma determinada 
maneira. No entanto, o Sr. Anderson diz que “o Senhor pode dar uma promessa absoluta 
àqueles que, de fato, nunca chegam ao verdadeiro desfrute da bênção prometida, como no 
caso dos israelitas que foram para a boa terra (cf. Êx . 3:17), embora a maioria daqueles que
deixaram o Egito tenham perecido no deserto por causa da incredulidade. [95]
É verdade que Deus prometeu absolutamente plantá-los “ como uma nação ” na boa terra, e 
isso ele cumpriu; mas ele não prometeu absolutamente que todos os indivíduos que 
deixaram o Egito estariam entre eles. No que diz respeito aos indivíduos (a menos que se 
refira a Calebe e Josué), a promessa não era absoluta.
Somente com base em Cristo sendo apresentado no evangelho, o Sr. Anderson escreve:
 Estou convencido de que Ele é meu Salvador. Não posso nutrir qualquer dúvida sobre 
minha justificação e salvação por meio de Seu nome sem atribuir reprovação à sabedoria, 
fidelidade e misericórdia de Deus ao descrevê-la. [96]
Então, Deus prometeu justificação e salvação a todos a quem Cristo é pregado? Isto é, toda 
pessoa que ouve o evangelhoserá salva? Se esta é a promessa de Deus, então ele 
certamente merece todo o crédito. Mas, se for esse o caso, devemos também sustentar que 
a promessa será cumprida seja qual for o estado de nossa mente, porque, mesmo que 
sejamos incrédulos, Ele permanece fiel às Suas promessas. Por outro lado, se a bênção da 
justificação, embora oferecida gratuitamente a todos, é uma promessa apenas para aqueles 
que acreditam na referida promessa, então não seria mais fé, mas presunção para ser 
convencido da minha justificação, só porque estou consciente de ter sido justificado, mas 
sem nunca ter exercido verdadeira fé em Cristo. [97]
O Sr. Anderson exemplifica sua doutrina com uma ilustração: Suponha que um grande e 
generoso príncipe tenha feito uma doação para uma certa classe de pessoas, nela descritas 
grandes propriedades, e nas quais estão incluídas todas as coisas apropriadas à condição 
delas. E suponha que você tenha declarado publicamente que todos os que estão entre as 
pessoas cadastradas acreditarão que tais bens lhe pertencem em virtude da referida 
concessão e que não devem ficar desapontados, mas devem entrar imediatamente nos bens
concedidos de acordo com a ordem especificada na concessão do referido príncipe. 
Suponhamos também que o verdadeiro doador tenha concedido a subvenção por escrito, 
afixando o seu selo, o seu juramento, o seu amável convite, o seu pedido sincero e a sua 
ordem autorizada para induzir as pessoas descritas na subvenção a aceitá-la. É evidente 
que qualquer uma das pessoas que teve acesso para ler ou ouvir a concessão deve estar 
muito convencida de que a propriedade concedida já é sua, caso contrário seria acusada de 
tentar desonrar a bondade, a veracidade, o poder e a integridade. autoridade do príncipe 
doador, e em virtude dessa imputação ele é responsável por ser impedido para sempre de 
entrar na propriedade concedida e sofrer a mais exemplar e tremenda punição. [98]
Acho que o cerne do que esta ilustração se refere é o seguinte:
“É evidente que qualquer uma dessas pessoas que teve acesso para ler ou ouvir a concessão
deve estar muito convencida de que o bem concedido já é seu ou então será acusada de 
tentar desonrar.” Em que sentido, então, já é seu ? No sentido de que você é livremente 
convidado a participar, isso é tudo. No entanto, ao mesmo tempo, não é bem seu, porque 
você pode acabar sendo impedido de possuí-lo. Mas então em que sentido já é seu? Bem, no
sentido em que lhe é prometido acreditar que assim é . Se a condição de sua posse real é a 
sua fé de que você realmente o possuirá, você deve acreditar no que não foi revelado 
naquele momento, exceto condicionalmente, e no que não teria sido verdade se não fosse 
por sua fé nisso. [99]
A promessa de salvação: disponível para todos os homens
A semelhança acima pode servir para exemplificar a ideia do Sr.
Anderson, mas não conheço nada parecido, nem nos pensamentos dos homens nem nas 
Escrituras, que tenha paralelos com tal ilustração.
Atrevo-me a dizer que nenhum presente ou concessão jamais foi feito nesses termos, e o 
homem que o fizesse expor-se-ia ao ridículo! As Escrituras nos fornecem uma ilustração de 
salvação e fé de outro tipo.
A oferta evangélica é um banquete oferecido gratuitamente aos todos, e os pecadores da 
humanidade são todos convidados livremente a participar dela. Não há menção de qualquer 
presente ou concessão além desta. Isto por si só é base suficiente para qualquer pessoa ser 
salva. Isto oferece uma garantia completa e absoluta a todo pecador, não acreditando que o 
que é fornecido já é seu , quer ele aceite o convite ou o rejeite, mas renunciando no 
arrependimento a tudo o que está em concorrência com o referido convite, e recebendo-o 
com fé como um dom grátis , só então será seu .
1 João 1.9 Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os 
pecados e nos purificar de toda injustiça (iniquidade).
Romanos 4:23–25 E não só por ele foi escrito que isso lhe foi imputado, mas também por 
nós, a quem será imputado, como aqueles que crêem naquele que ressuscitou Jesus, nosso 
Senhor dentre os mortos, o qual foi
 entregue por nossas transgressões e ressuscitado para nossa justificação.
Aqueles que são persuadidos a aceitar este convite do evangelho não são descritos como 
vindo para reivindicá-lo. como se já fosse sua propriedade , mas aceitando-o com gratidão. 
Por outro lado, aqueles que o rejeitaram não são representados como duvidando se 
realmente lhes foi oferecido um banquete , mas sim como desprezando-o e preferindo as 
suas quintas e os seus próprios negócios à participação em tal banquete. [100]
Concluindo, se o Sr. Anderson puder provar que é verdade que a justificação e a vida eterna 
são absolutamente dadas, garantidas e prometidas a todos aqueles que ouvem o evangelho,
não pode haver disputa se a fé salvadora inclui a crença nisso com em relação a nós 
mesmos, nem se isso é um dever ou condição para receber a referida promessa de salvação.
Mas se isto é falso, e nem todos os que ouvem o evangelho são salvos, então este conceito é 
contrário ao Evangelho, nem o evangelho deveria ser pregado aos pecadores desta forma.
Evidência bíblica da fé como condição necessária de salvação
Mas voltando ao tema da fé. Há grandes evidências nas Escrituras a respeito do fato de que 
a fé é necessária para a salvação em Cristo. Vemos isso nas seguintes passagens:
Marcos 16:15–16 E ele lhes disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda 
criatura. “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
Crer aqui se refere expressamente ao evangelho que deve ser pregado, cuja rejeição 
sujeitaria o incrédulo a certa condenação.
João 20:31 Mas estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo (o Messias), o 
Filho de Deus; e para que, crendo, tenham vida em Seu nome.
 Crer para a vida é descrito aqui como uma persuasão de que Jesus é o Cristo, o Filho de 
Deus. Esse é o fundamento do que está escrito nas Escrituras.
Lucas 8.12 “Os que estão no caminho são os que ouviram, mas depois vem o diabo e 
arranca-lhes a palavra do coração, para que não creiam e sejam salvos.
Esta linguagem denota claramente que a verdadeira fé na Palavra está ligada à salvação. 
Pedro confessou:
Mateus 16:16–17 Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo (o Messias), o Filho do Deus 
vivo”. Então Jesus lhe disse:
“Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque isso não te foi revelado pela carne e 
pelo sangue , mas por meu Pai que está nos céus.
Aqui é claramente comunicado que a crença de que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo, é 
fé salvadora, e que nenhum homem pode dizer isso expressamente a menos que receba 
iluminação espiritual do alto. As declarações expressas de Paulo e João nos versículos 
seguintes estão no mesmo sentido:
Romanos 10:9 que, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração 
creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
1 João 5.1 Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo (o Messias) é nascido de Deus. Todo 
aquele que ama o Pai, ama aquele que dele nasceu.
1 João 5.5 E quem é aquele que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de
Deus?
1 João 4.15 Quem confessa que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em 
Deus.
João 3.33 “Aquele que recebeu o seu testemunho confirmou isto: que Deus é verdadeiro.
1 Coríntios 12:3 Portanto, quero que vocês saibam que ninguém, falando pelo Espírito de 
Deus, diz: “Jesus é maldito”; e ninguém pode dizer: “Jesus é Senhor”, exceto pelo Espírito 
Santo.
 João 12.36 “Enquanto vocês têm a Luz, creiam na Luz, para que sejam filhos da Luz.” Estas
coisas Jesus falou e foi esconder-se deles.
A luz que lhes foi fornecida era a do evangelho e, se acreditassem nela, teriam sido filhos da
luz ou verdadeiros cristãos.
João 5:33–34 “Você enviou a João para fazer perguntas , e ele deu testemunho da verdade. 
“Mas o testemunho que recebo não é de homem; mas digo isso para que você seja salvo.
Nosso Senhor através destas palavras não poderiater querido dizer nada menos do que 
isso, se eles acreditassem naquelas coisas que João testificou e que Ele mesmo confirmou, 
eles seriam salvos. Isto equivale a considerá-la como fé salvadora.
2 Tessalonicenses 1:10 quando Ele vier para ser glorificado em Seus santos naquele dia e 
para ser admirado entre todos os que creram; porque nosso testemunho foi acreditado por 
você .
As palavras em itálico no versículo explicam a frase que o precede, ou seja, “aqueles que 
creram” e para comunicar que esta era a fé no testemunho do evangelho que os chamou de 
crentes. Foi por causa de sua fé que foram considerados crentes.
2 Tessalonicenses 2.13 Mas devemos sempre agradecer a Deus por vocês, irmãos amados 
pelo Senhor, porque Deus os escolheu desde o princípio para a salvação através da 
santificação pelo Espírito e da fé na verdade.
Não se pode duvidar que ao dizer “fé na verdade” se refere à fé em Cristo Jesus, estando 
ligada à santificação do Espírito e à salvação eterna, o que certifica que se trata de fé 
salvadora.
Se as passagens anteriores forem admitidas para provar o ponto (e se não o forem, então 
podemos perder a esperança de sermos capazes de aprender alguma coisa das Escrituras), 
não podemos questionar o fato de que as Escrituras ensinam que o dever dos pecadores 
não convertidos é acredite em Cristo; porque, como já foi dito antes, devemos reconhecer
 que é dever de todo homem acreditar no que Deus revelou nas Escrituras.
 Primeira Objeção: Não é a fé uma evidência de salvação no
 em vez de uma condição para obter o mesmo?
Uma das objeções mais comuns ao conceito de fé levantada acima é que o Cristianismo, 
sofrendo grande oposição naquela época e consequentemente com os crentes sendo 
expostos a grande perseguição e reprovação, a fé e o reconhecimento do evangelho eram 
mais uma prova ou evidência. que eles realmente foram salvos, diferentemente do nosso 
contexto atual. Hoje em dia, as pessoas são educadas nos princípios da religião cristã desde 
a juventude. Eles acreditam neles e não têm vergonha de reconhecê-los publicamente 
porque a maioria o faz, mas não dão nenhuma evidência de terem nascido de Deus, na 
verdade, muito pelo contrário.
Confesso que esta objeção tem alguma força, no sentido em que se refere ao fato de 
confessar o nome de Cristo, mas não vejo que esteja relacionada com a fé no evangelho. É 
isso que eu quero dizer; Não era mais difícil acreditar nas verdades do Evangelho naquela 
época do que é agora. Contudo, naquela época teria sido muito mais difícil confessar 
publicamente estas verdades.
 Segunda Objeção: A fé não é um assentimento às verdades do
 Evangelho?
No que diz respeito à aceitação social dada ao Cristianismo em algumas nações ocidentais, 
esta é da mesma natureza que a dada ao Islão e ao paganismo noutras. Esta aceitação social
não seria maior do que a que a nação judaica deu aos escritos de Moisés no tempo de nosso 
Senhor. Eles afirmavam ser discípulos de Moisés e não tinham dúvidas de sua fé nele, mas 
nosso Senhor não aceitou o fato de eles acreditarem em seus escritos.
João 5:46–47 “Pois se vocês acreditassem em Moisés, vocês acreditariam em mim, porque 
ele escreveu sobre mim. “Mas se você não acredita em seus escritos, como acreditará em 
minhas palavras?”
O mesmo acontece hoje com relação a todos aqueles que assentem ao Evangelho 
simplesmente por terem crescido sendo educados nas verdades da fé cristã. Se essas 
pessoas realmente acreditassem no Evangelho, seriam consistentes e aceitariam as 
consequências necessárias que decorrem da crença no Evangelho. Ou seja, haveria 
evidências dessa fé.
Vale ressaltar que aqueles que professam ser cristãos, mas que não recebem o amor da 
verdade para serem salvos , são apresentados nas Escrituras como aqueles que não 
acreditam na verdade e como aqueles que têm prazer em injustiça.
2 Tessalonicenses 2:10–12 e com todo o engano da iniqüidade para aqueles que estão 
perecendo, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. Por isso Deus lhes
enviará um poder enganoso, para que acreditem na mentira (falsa), para que sejam 
julgados (condenados) todos aqueles que não acreditaram na verdade mas tiveram prazer 
(aprovaram) na iniquidade.
Admitir a existência intelectual de alguns factos sem ter qualquer noção da humilhação que
isso implica, da sua natureza sagrada, da sua vasta importância, ou das consequências 
práticas que lhe estão associadas, equivale a admitir o corpo sem o espírito. Apesar do 
conhecimento que Paulo tinha da lei e do grande zelo por ela, quando estava cego à sua 
espiritualidade , ele se considerava “sem a lei” (Romanos 7:9). E o mesmo acontece com 
aqueles que professam ser cristãos com respeito ao evangelho “porque não receberam o 
amor da verdade para serem salvos”.
 Terceira objeção: Mas se os demônios também acreditam em Deus,
 Então, por que eles não são salvos?
Objeta-se ainda que se fala de alguns homens que acreditaram no Evangelho, mas que, no 
entanto, posteriormente se afastaram completamente da verdadeira religião. Isto é 
mencionado em vários lugares nas Escrituras, por exemplo:
João 12:42-43 Contudo, muitos, até mesmo entre as autoridades, creram nele, mas por 
causa dos fariseus não o confessaram, para
 não ser expulso da sinagoga. Porque amavam mais o reconhecimento dos homens do que o
reconhecimento de Deus.
Diz-se de Simão que “ele também acreditou”, mas que estava “no fel da amargura e na 
prisão da maldade” (Atos 8:13, 23). Paulo reconheceu que Agripa cria nos profetas ( cf. Atos 
26:27), e a fé é atribuída até mesmo aos demônios ( cf. Tiago 2:19).
Atos 26.27 “Rei Agripa, você acredita nos profetas? Eu sei no que ele acredita.
Tiago 2.19 Você acredita que Deus é um (que só existe um Deus).
Faz bem; Até os demônios acreditam e tremem.
O termo fé , como quase todas as outras palavras, é usado de diferentes maneiras ou em 
mais de um sentido. Diz-se que Judas se arrependeu e se enforcou, embora isso não 
signifique nada mais do que o fato de que ele estava cheio de remorso, desejando não ter 
feito o que fez, por causa das consequências. Devido à precariedade da linguagem, não há 
nome para cada coisa que difere da outra, por isso é comum chamar pelo mesmo nome 
duas coisas que têm aparência externa visível semelhante , mas que diferem em 
circunstâncias internas e invisível. Por esta razão, os homens que são pontuais nos seus 
negócios são chamados de honestos , embora este comportamento, em muitos casos, possa 
surgir meramente da consideração dos próprios benefícios, interesses ou segurança. Desta 
forma, o remorso de Judas é chamado de arrependimento , assim como a convicção dos 
principais judeus, de Simão, de Agripa, e a terrível apreensão dos anjos apóstatas dos quais 
já caíram.
Contudo, assim como não concluímos que embora o termo arrependimento seja usado , o 
que Judas expressou é arrependimento verdadeiramente real no sentido espiritual, da 
mesma forma não deveríamos concluir que porque o termo fé é usado em vários sentidos 
não há nada em aquilo que não está real ou necessariamente ligado ao Evangelho.
Sobre a natureza do objeto da fé
 Os objetos da fé que não são axiomas ou simples proposições.
O ato de ter fé não termina em acreditar num axioma ou preposição, mas no objeto para o 
qual apontam; porque os axiomas não são finais em si mesmos, mas fazem parte do 
conhecimento do objeto para o qual apontam. [101]
Acreditar num simples axioma ou proposição, distinto do objeto, deve ser apenas acreditar 
que tais e tais letras formam certas palavras e que essas palavras juntas têm um certo 
significado, mas quem chamaria isso de acreditar na proposição? Acreditar na proposição é
acreditar no objeto para o qual as referidas proposições apontam. Letras, sílabas, palavras e
proposições são apenas meios de transmissão; e estes, como tais, não são os objetos da fé, 
mas os meios pelos quais esse objeto é transmitido . Essas coisas devem ter um meio de 
transporte antes que possam ser acreditadas.
Por exemplo, muitas vezes se diz que a pessoa,o sangue e a justiça de Cristo são objetos de 
fé, e certamente o são, visto que são objetos que nos são oferecidos pela linguagem das 
Escrituras ; mas eles não podem alcançar a nossa fé a menos que algo seja afirmado a 
respeito a eles em letras e sílabas, sons vocais ou por algum meio de transmissão ou outro. 
Portanto, dizer que estes são objetos de fé é dizer a verdade, mas não toda a verdade. A 
crença na pessoa, no sangue e na justiça de Cristo é revelada nas Escrituras como o meio 
pelo qual um pecador é aceito por Deus, ou seja, eles são objetos de nossa fé propriamente 
ditos. Pois sem tal revelação era impossível acreditar neles.
[102]
1.
 O aspecto tripartido da fé
Booth e vários outros escritores consideraram a fé em Cristo como uma dependência Dele, 
uma recepção , uma vinda a Ele e confiança Nele para a salvação. [103] Isso está correto. 
Não há dúvida sobre isso, mas estes termos são usados frequentemente no Novo 
Testamento para expressar crença. Veja, por exemplo:
João 1:12 Mas a todos os que o receberam, deu-lhes o direito (o poder) de se tornarem 
filhos de Deus, isto é, aos que crêem na Sua
 nome.
João 6.35 Jesus disse-lhes: “Eu sou o pão da vida; Quem vem a Mim não terá fome, e quem 
crê em Mim nunca terá sede.
Efésios 1:12 Para que nós, que fomos os primeiros a esperar em Cristo (o Messias), 
sejamos para louvor da sua glória.
2 Timóteo 1:12 Por isso também eu sofro estas coisas, mas não me envergonho. Pois eu sei
em quem tenho crido e estou convencido de que Ele é capaz de guardar o meu depósito até 
aquele dia.
Contudo, se estes termos, a rigor, transmitem a mesma ideia que acreditar, surge então 
uma questão quanto à sua interpretação. Parece que nestes versículos o que é chamado de 
crer é uma referência aos efeitos ou consequências imediatas da fé salvadora, e não à 
própria fé.
O autor da Epístola aos Hebreus descreve a ordem dessas coisas no que diz sobre a fé de 
Enoque: “Porque aquele que se aproxima de Deus deve crer que ele existe e que é 
galardoador daqueles que o buscam”.
(Hebreus 11:6). Aqui estão três diferentes exercícios de fé: Primeiro, acredite que Deus 
existe . Em segundo lugar, acredite que Ele é um recompensador daqueles que Eles procuram
por isso diligentemente . Terceiro, aproximar-se de Ele. Este último aspecto, aproximar-se de
Deus, é consequência dos dois primeiros, acreditar que Ele existe e que recompensa 
aqueles que se aproximam Dele. A mesma coisa que é dita sobre Deus nesta passagem 
também pode ser aplicado a Cristo.
Aquele que vem a Cristo deve crer no testemunho do evangelho, de que Ele é o Filho de 
Deus e o Salvador dos pecadores – o único nome dado debaixo do céu, e dado entre os 
homens, pelo qual podemos ser salvos ( cf.
Atos. 4:12). Ele também deve acreditar na promessa do evangelho, de que Ele concederá ou
recompensará com a salvação eterna a todos que O obedecerem.
E sob a influência desta persuasão ele se aproxima dele, confia-se a ele ou confia a salvação 
de sua alma em suas mãos.
Este processo é normalmente tão rápido que a mente não tem consciência das suas fases, 
especialmente no momento em que ocorre, porque não há pensamento especulativo sobre 
o processo que está a ocorrer. Na medida em que somos capazes de lembrar, pareceria que 
tudo era um acontecimento único. Também neste sentido, a aceitação do testemunho do 
Evangelho, bem como a dependência de Cristo,
 Eles são necessários para sermos aceitos por Deus, e isso é necessário não apenas para a 
nossa salvação, mas também para a nossa justificação. Devemos ir a Jesus para que 
possamos ter vida .
Aqueles que obtêm a bênção da justificação devem buscá-la pela fé , e não pelas obras da lei
; submeter-se à justiça de Deus.
Esta bênção, isto é, a justificação, é apresentada nas Escrituras como consequência da nossa
união com Cristo; e “aquele que está unido ao Senhor é um só espírito com Ele” (1 Coríntios
6:17). [104]
João 5.40 Mas você não quer vir a Mim para ter essa vida.
Romanos 9:31–32 Mas Israel, que buscava uma lei de justiça, ficou aquém dessa lei . 
Porque? Porque não a seguiram pela fé, mas como pelas obras. Eles tropeçaram na pedra 
de tropeço.
Romanos 10.3 Por não conhecerem a justiça de Deus e procurarem estabelecer a sua 
própria, não se submeteram à justiça de Deus.
Devemos deixar claro que uma verdadeira fé no Evangelho não é simplesmente o 
pressuposto da existência dessa fé na pessoa, mas na sua própria essência, como o autor 
destas linhas explicará mais detalhadamente mais tarde, inclui dependência ou confiança 
em Cristo.
2.
 O conceito de fé de Archibald M'Lean (1738-1812)
Certamente, o autor deste livro não tem os mesmos escrúpulos sobre este conceito de fé 
que o Sr. M'Lean, que diz que “incluindo qualquer tipo de ação do coração na natureza da fé
afeta a doutrina da justificação apenas por graça sem as obras da lei”.
[105] No entanto, se este autor tivesse a mesma convicção que o Sr.
M'Lean, que para a justificação ser totalmente pela graça nenhum ato espiritual deve 
precedê-la, ou que, além disso, a parte humana deve estar num estado de completa 
inimizade com Deus, então, sendo consistente com a sua posição, deveríamos também 
excluir que a fé, que é sem dúvida um ato de natureza espiritual, tem alguma parte na 
justificação.
Mas porque este autor está convencido de que a graça da justificação não se baseia neste 
fundamento, ele não tem o mesmo problema que o Sr. M'Lean. [106]
O termo confiança parece ser o mais apropriado ou o mais adaptado de todos para 
expressar a confiança que a alma deposita em Cristo para o cumprimento das Suas 
promessas . Podemos acreditar tanto num anúncio de uma má notícia como numa boa 
notícia, mas não se pode dizer que confiamos nele. Também podemos acreditar num 
anúncio cuja verdade ou falsidade não nos preocupa de forma alguma. No entanto, aquilo 
em que depositamos confiança deve ser algo em que o nosso bem-estar esteja envolvido.
A renúncia às nossas crenças errôneas, exigida pelo evangelho, e o risco envolvido em 
abraçá-la, também são melhor expressos pelo termo confiança do que por qualquer outro. 
Uma crença verdadeira no registro que Deus deu ao Seu Filho acompanha tudo isso, mas o 
termo crença em si não necessariamente o transmite. Quando os filhos de Jacó lhe 
trouxeram a túnica de várias cores, ele acreditou na história deles e acreditou que José 
estava em pedaços, mas não se podia dizer que ele confiava que ele (José) estava em 
pedaços. En su regreso de Egipto, cuando las mismas personas declararon que José todavía 
estaba vivo, Jacob al principio no les creyó, pero al ver los carros se sintió satisfecho de la 
verdad de su declaración y también confió en ello, dejando todo detrás de él en o chão.
Mas seja qual for a diferença que possa existir entre acreditar e confiar , ambos concordam 
nos detalhes que afectam o ponto em questão. Um, não menos que o outro, tem como 
fundamento uma relação com a verdade revelada. Em alguns casos refere-se diretamente à 
veracidade divina; como no Salmo 119:42: “ Confio na tua palavra .”
Neste caso, a referência imediata é ao poder, à sabedoria, à misericórdia de Deus ou à 
justiça de Cristo. Há também uma ligação entre esses conceitos e sua veracidade, pois caso 
contrário não seriam objetos de confiança e teriam a forma de uma promessa. E daqui em 
diante seguir-se-á que confiar em Cristo, não menos do que creditar o Seu testemunho, é o 
dever de todo pecador a quem o Evangelho é pregado.
Se perguntado: Que garantia um pecador que não tem interesse no Evangelho teria para 
poder confiar em Cristo? Presumimos que porque o pecador tinha o dever de crer no 
Evangelho, ele também tinha a garantia de que seria recebido se o fizesse. Cristo o salvaria 
de
 de qualquer forma, se ele se arrependeu ou não? Não. Não existe tal promessa, mas sim 
uma declaração explícita em contrário. Portanto, confiar nisso seria confiar em uma 
falsidade. O que ele deveria ter confiado Nele era a obtenção de misericórdia, caso ele 
solicitaria . Temos evidências claras ecompletas disso nas declarações do evangelho, como 
o Sr. Booth demonstrou plenamente em seu livro Boas Novas aos Pecadores que Perecem .
Contudo, há alguns ensinamentos no livro do Sr. Booth que o escritor destas páginas não 
pode aprovar, embora os respeite enormemente. Os principais temas de sua desaprovação 
ao dito já foram apontados acima, além de também terem sido refutados biblicamente pelo 
Sr. Scott em seu livro The Assurance and the Nature of the fé em Cristo considerada . [107] 
Mas com relação à promessa de que todo pecador deve confiar em Cristo para a salvação, o 
Sr. Joseph Belcher já a declarou clara e completamente. Posso acrescentar também que se 
um homem desconfia do poder ou da vontade de Cristo para salvar aqueles que se 
aproximam dele, e assim permanece à distância, confiando na sua própria justiça, ou 
confiando em alguma outra coisa para a sua salvação, a ponto de rejeitar a Cristo. é uma 
incredulidade criminosa e indesculpável.
Parece que o Sr. Booth evitou intencionalmente responder à pergunta: É dever dos 
incrédulos arrepender-se e ter fé em Cristo? O princípio fundamental da primeira parte do 
seu trabalho, porém, não poderia ser sustentado em nenhum outro terreno. Ele afirma que 
o evangelho oferece uma garantia completa para os ímpios acreditarem em Jesus; Mas você
afirmaria que os pecadores têm a liberdade de abraçar ou rejeitar aquela garantia que lhes 
foi dada, ou seja, a mensagem do Evangelho? Ele define crer em Jesus Cristo como “ recebê -
Lo conforme mostrado na doutrina da graça ou depender somente Dele ”. Pero si los impíos 
no están obligados a creer , pero si son receptores de una promesa, a hacer esto, tienen la 
libertad de hacer lo que hizo la nación judía, de no recibirlo y de continuar dependiendo de 
las obras de la ley para la aceptación de Deus. [108]
No decorrer de seu trabalho, ele descreve a mensagem do evangelho como cheia de 
convites, persuasões sedutoras e apelos inoportunos pelos pecadores; e que os 
mensageiros são comissionados para persuadir e suplicar aos pecadores a se reconciliarem
com Deus e a considerarem o
 obra vicária de Jesus como único fundamento de sua justificação. [109]
Mas como poderiam fazer isso se permanecessem inconciliados e continuassem a ignorar a 
obra de Cristo? Como se poderia dizer que eles foram reconciliados com Deus se rejeitaram
o convite para se juntarem a este grupo?
“banquete real”, e em vez disso preferiram o seu próprio negócio e criação, em vez da 
abundante graça divina? Poderiam eles ser considerados inocentes e mantidos como se 
estivessem livres do dever de acreditar? Não sei a razão pela qual o Sr. Booth permaneceu 
em silêncio sobre este assunto, mas tenho certeza de que ele diria que sim, que essas 
pessoas não poderiam ser consideradas inocentes.
 SEGUNDA PARTE:
A FÉ EM CRISTO É O DEVER DE
TODOS OS HOMENS
 CAPÍTULO 03: PRIMEIRO
ARGUMENTO: O EVANGELHO
EXIGIR ARREPENDIMENTO
DE TODOS OS HOMENS
 As Escrituras ensinam claramente que os pecadores não
os crentes são ordenados, exortados e convidados a acreditar em Cristo
 para a Salvação.
O que já foi avançado sobre a natureza da fé em Cristo pode ajudar a decidir se a fé é dever 
dos ímpios, mas, além disso, as Escrituras fornecem abundantes evidências positivas. 
Desenvolverei os principais argumentos para o fato de que é dever dos pecadores crer em 
Cristo nos próximos seis capítulos.
As Escrituras não ordenam nada que não tenhamos o dever de alcançar
Assumimos que tudo o que Deus ordena, exorta ou nos convida a cumprir, é dever daqueles
a quem esses mandamentos são dirigidos.
Portanto, se a fé salvadora não é dever dos não convertidos, então não deveríamos esperar 
qualquer menção desta natureza dirigida a eles nas Sagradas Escrituras. Mas na verdade 
vemos o oposto. Se fosse esse o caso, então poderíamos esperar que, assim que se 
tornassem cristãos, Deus também exigiria que fossem perfeitos e se tornassem anjos! 
Porque o seu dever não seria apenas cristão, mas perfeito, como os anjos.
Existe fraseologia adaptada a diferentes períodos de tempo. Antes da vinda de Cristo e da 
pregação do evangelho, lemos
 pouco para acreditar; mas o uso de outros termos, totalmente expressivos do assunto, é 
encontrado em abundância. Selecionarei alguns exemplos e os acompanharei com 
observações que possam mostrar que são aplicáveis ao tema.
Salmos 2:11–12 Adorai o Senhor com reverência e regozijai-vos com tremor. Honre o 
Filho para que Ele não fique com raiva e você morra no caminho, pois Sua raiva pode 
explodir repentinamente. Quão bem-aventurados são todos aqueles que Nele se refugiam!
O Salmo é evidentemente uma profecia da ressurreição e exaltação do Messias. Seja qual 
for a referência a Salomão, há várias coisas que não são verdadeiras a respeito dele ou de 
seu governo; e o todo é aplicável a Cristo, e é aplicado a ele abundantemente no Novo 
Testamento.
Os “reis e juízes da terra” que são aqui admoestados a
“servir ao Senhor (Messias) com temor” e “honrar o Filho para que ele não se ira”, são as 
mesmas pessoas mencionadas no versículo 2, cujas palavras encontramos no Novo 
Testamento aplicadas a “Herodes e Pôncio Pilatos, com os gentios e o povo de Israel” (Atos 
4:27); isto é, estes eram os inimigos de Cristo, pecadores não regenerados; e até onde 
sabemos eles viveram e morreram, estão nesse estado.
A ordem que Deus dirige a estes governantes é de natureza espiritual , e isto inclui fé não 
fingida no Messias e obediência sincera à Sua autoridade. “Honrar o Filho” é reconciliar-se 
com Ele, abraçar Sua palavra e Suas ordenanças e curvar-se diante de Seu cetro. “Servi-Lo 
com temor e regozijar-se com tremor” denota que eles não deveriam pensar mal Dele, por 
um lado, nem tremer hipocritamente diante Dele por mera apreensão de Sua ira, por outro;
mas abracem sinceramente Seu governo e até mesmo se regozijem por terem que abraçá-lo.
O que aqui se exige dos incrédulos é o mesmo espírito que distingue os crentes, isto é, um 
santo temor da majestade de Cristo e uma humilde confiança em Sua misericórdia; 
tomando Seu jugo sobre eles e usando-o como seu maior prazer. Que o objeto da ordem era
espiritual também fica evidente pela ameaça e promessa a ela associada: “E você perecerá 
no caminho [...]. Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam” (Salmo 2:12).
Supõe-se aqui claramente que se eles não abraçassem o Filho, deveriam perecer no 
caminho; e se confiassem Nele, seriam abençoados.
O resultado é que os pecadores não convertidos são ordenados a crer em Cristo para a 
salvação; portanto, crer em Cristo para a salvação é seu dever.
Isaías 55.1–7 “Todos vocês que têm sede, venham às águas; E quem não tem dinheiro, 
venha, compre e coma. Venha comprar vinho e leite Sem dinheiro e sem nenhum custo. Por 
que você gasta dinheiro naquilo que não é pão, e seu salário naquilo que não satisfaz? Ouça-
me com atenção e coma o que é bom, e sua alma se deleitará com abundância.
Incline seu ouvido e venha a Mim, ouça e sua alma viverá. E farei contigo uma aliança 
eterna, segundo a fiel misericórdia demonstrada a Davi. Fiz dele uma testemunha para o 
povo, um guia e líder das nações. Chamarás uma nação que não conheceste, e uma nação 
que não te conheceu correrá para ti, por causa do Senhor teu Deus, o Santo de Israel; Pois 
Ele te glorificou.” Busque o Senhor enquanto ele pode ser encontrado. Invoque-o enquanto 
ele está perto.
Deixe o ímpio abandonar o seu caminho, e o ímpio os seus pensamentos, e volte-se para o 
Senhor, que terá compaixão dele, para o nosso Deus, que será generoso em perdoar.
Esta é a linguagem do convite: Mas o convite divino implica a obrigação de aceitá-lo; Caso 
contrário, a conduta daqueles que “não prestaram atenção” à ceia do evangelho e 
preferiram suas fazendas e negócios a ela ( cf. Mt. 22:1-14), teria sido irrepreensível.
Os versículos finais desta passagem expressam literalmente o que os anteriores 
descreveram metaforicamente: A pessoa convidada e o convite são iguais em ambos. A sede
que eles deveriam possuir não significaum desejo santo de bênçãos espirituais, mas o 
desejo natural de felicidade que Deus implantou em cada coração, e que, nos homens 
ímpios, não é direcionado às "misericórdias de Davi", mas àquilo que “não é pão”, isto é, 
que não tem nele uma satisfação sólida. O dever de cumprir o que é tão urgentemente 
solicitado a você é o abandono de todas as falsas formas de adoração e o retorno a Deus em 
Seu nome, que foi dado por “uma testemunha, um líder e mestre para as nações”, que é o 
mesmo que “arrependimento para com Deus e fé para com os nossos
Senhor Jesus Cristo". Os estímulos sustentados para induzir o cumprimento deste dever são
a liberdade, a solidez, a durabilidade, a certeza e a abundância das bênçãos que aqueles que
se arrependem e crêem no evangelho receberão. Toda a passagem é extremamente 
explícita quanto ao dever dos não convertidos; Nem é possível escapar à sua força através 
de qualquer outro tipo de interpretação.
Jeremias 6.16 Assim diz o Senhor: “Permanece nos caminhos e olha, e pergunta pelas 
veredas antigas, qual é o bom caminho, e anda por ele; E encontrarão descanso para suas 
almas. Mas eles disseram: 'Não andaremos nele. '
As pessoas abordadas aqui são, sem dúvida, homens ímpios.
O próprio Deus dá testemunho deles:
Jeremias 6.10 A quem falarei e avisarei, para que ouçam?
Seus ouvidos estão fechados e eles não podem ouvir. A palavra do Senhor é uma vergonha 
para eles; Eles não se deleitam com isso.
Sim, eles estavam tão endurecidos que:
Jeremias 6:15 Você se envergonhou da abominação que cometeu? Certamente não se 
envergonharam, nem sequer souberam corar; Portanto cairão entre os que caem; Na hora 
em que eu os castigar, eles serão derrubados”, diz o Senhor.
E assim, ao que parece, eles continuaram; pois quando foram exortados a “andar no 
caminho certo”, sua resposta foi: “Não andaremos”.
Daí a terrível ameaça que se segue:
Jeremias 6.19 Ouve, terra: trago sobre este povo uma calamidade, fruto dos seus planos, 
porque não deram ouvidos às minhas palavras, e rejeitaram a minha lei.
O “bom caminho” que lhes foi ordenado andar deve ter sido o mesmo dos patriarcas e 
profetas dos tempos antigos; que, todos sabemos, viveu e morreu na fé do Messias 
prometido. Nosso Senhor, portanto, aplicou a passagem a Si mesmo com grande 
propriedade ( cf. Mt.
 11:28). Jeremias voltou-se para “os caminhos antigos” e “o bom caminho”
como o único meio de encontrar descanso na alma: Jesus disse: Mateus 11.28–29 “Vinde a 
mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. “Tomai sobre vós o
Meu jugo e aprendei de Mim, pois sou manso e humilde de coração, e encontrareis 
descanso para as vossas almas.
Vemos também nesta passagem, como em muitas outras, como Deus exige que os 
pecadores usem os meios da graça . Não de forma mecânica, mas com o desejo sincero de 
descobrir o bom caminho e percorrê-lo. Se os meios da graça forem usados apenas 
mecanicamente, então tanto os meios como o fim serão pervertidos. Deus não exige 
impossibilidades naturais. Nenhum homem é obrigado a acreditar em Cristo antes de ter a 
oportunidade de examinar as evidências que acompanham o Seu evangelho. Mas deve 
procurá-lo como os nobres bereanos, imediatamente e com a pura intenção de encontrar e 
seguir o bom caminho. E se você fizer como eles, logo se verá andando nisso.
Se ensinarmos aos pecadores que a mera observância dos meios da graça é tudo o que Deus
exige de suas mãos em arrependimento para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo, e 
que este é todo o seu dever, então seremos considerados falsas testemunhas. de Deus e 
enganadores das almas dos homens.
O Novo Testamento é ainda mais explícito que o Antigo. A fé em Jesus Cristo, mesmo aquela
que acompanha a salvação, é constantemente mantida como dever de todos a quem o 
evangelho é pregado.
João 12.36–37 “Enquanto vocês têm a Luz, creiam na Luz, para que sejam filhos da Luz.” 
Estas coisas Jesus falou e foi esconder-se deles. Mas embora Ele tivesse feito tantos sinais 
diante deles, eles não acreditaram Nele.
As pessoas a quem esta passagem foi dirigida eram incrédulos, aqueles que dizem ter “feito 
tantos sinais diante deles, mas não acreditaram nele” (v. 37). E parece que continuaram a 
ser descrentes porque são representados como entregues à cegueira judicial e
 dureza de coração ( cf. v. 40). A luz na qual foram exortados a acreditar parece ser Ele 
mesmo revelado no evangelho; porque é assim que fala no contexto:
João 12.46 “Eu, a Luz, vim ao mundo, para que todo aquele que crê em Mim não permaneça
nas trevas.
E a fé que Cristo exigia que eles tivessem era tal que, se a tivessem, teria efetivamente 
resultado na sua salvação. Porque o próprio Senhor diz no contexto do versículo que seu 
propósito era “para que sejais filhos da luz” (v. 36). Esta é uma designação que nunca é 
atribuída a alguém que não seja um verdadeiro crente.
João 6:29 Jesus respondeu-lhes: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele 
enviou”.
Essas palavras contêm uma resposta a uma pergunta. As pessoas que o levantaram foram 
homens que “seguiram a Cristo em busca de pão”, que “não acreditaram” e que depois disso
“não andaram mais com Ele” (vv.
26, 36, 66). Cristo os estava repreendendo por seus princípios mercenários por segui-Lo 
dessa maneira e os acusando, dizendo: João 6:27 “Trabalhem, não pela comida que perece, 
mas pela comida que permanece para a vida eterna, que o Filho do Homem vos darei, pois 
foi Ele quem o Pai, Deus, marcou com o Seu selo”.
Eles responderam perguntando: “O que devemos fazer para colocar em prática as obras de 
Deus?” Na verdade, o que eles estavam dizendo era o seguinte: “Temos sido muito zelosos 
por você, seguindo-o aqui e ali, mas você não nos permite agradar a Deus. Você nos ordena 
a 'trabalhar por aquilo que permanece para a vida eterna'. O que voce quer que façamos? O 
que podemos fazer? “O que devemos fazer para agradar a Deus?” A esta pergunta nosso 
Senhor responde:
João 6:29 Jesus respondeu-lhes: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele 
enviou”.
 Em outras palavras, o Senhor está dizendo que: “Este é o primeiro e maior de todos os 
deveres, e sem ele nenhum outro dever pode ser aceitável”.
A polêmica com John Brine (1703-1765)
O Sr. Brine escreveu em resposta ao argumento apresentado aqui:
As palavras contêm uma declaração de que crer em Cristo para a salvação é necessário para
desfrutar da vida eterna e que a fé Nele é um ato aceitável e agradável a Deus; mas não 
oferecem nenhuma prova de que a crença em Cristo seja exigida dos homens num estado 
de não regeneração. Declarar às pessoas não regeneradas a necessidade da fé para a 
salvação, que é o que nosso bendito Senhor faz aqui, está longe de afirmar que esse é o seu 
dever atual . [110]
Vemos por esta resposta que o Sr. Brine, que certamente foi um dos escritores mais hábeis 
em responder a esta pergunta, estava completamente convencido de três coisas. Primeiro, 
que as pessoas aqui tratadas eram pecadores não regenerados. Em segundo lugar, que a fé 
sugerida é salvadora. Terceiro, que quando a fé é aqui chamada de obra de Deus , não 
significa a obra que Deus realiza , mas um ato deles, que seria aceitável e agradável a Ele.
No entanto, o Sr. Brine nos diz que nosso Senhor apenas expressa a necessidade disso, sem 
declarar que é seu dever real . O objetivo da sua pergunta não era a maneira pela qual eles 
poderiam ser salvos?
Não estava relacionado com qual era o seu dever atual ou com o que deveriam fazer para 
agradar a Deus? O que mais pode ser feito com isso? Além disso, como se pode supor que 
nosso Senhor, em resposta à sua pergunta, esteja falando com você de um ato que era 
necessário, aceitável e agradável a Deus no passado, mas que não era Seu dever atual? Essa 
resposta é digna Dele?
Não, bem, como poderia a crença deles ser um ato aceitável e agradável a Deus, se não fosse
o que eles deveriam fazer hoje? Deus se agrada apenas daquilo que ele exige de nossas 
mãos.
João 5:22-23 “Porque nem o Pai julga ninguém, mas confiouao Filho todo o julgamento, 
para que todos honrem o Filho.
 como eles honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou.
Que todos os homens sejam obrigados a honrar o Pai com um amor santo e devoto, e a 
adorá-Lo por cada uma de Suas propriedades reveladas, seria aceito por todos, com 
exceção dos mais extremistas antinomistas.
E, se é a vontade do Pai que todos os homens honrem o Filho, assim como devem honrar o 
Pai, então o que é exigido de todos os homens é nada menos do que um amor santo e 
devotado por Ele, e uma adoração como caminho. Ele revelou ser adorado.
Contudo, tal honrar a Cristo pressupõe necessariamente fé Nele, pois é impossível honrá-Lo
enquanto O rejeitamos em todos ou alguns dos Seus ofícios e negligenciamos a Sua grande 
salvação. Honrar um professor infalível é depositar confiança implícita e ilimitada em tudo 
o que ele diz; Honrar um advogado é confiar-lhe a nossa causa; Honrar um médico é confiar
nossas vidas em suas mãos; e honrar um rei é curvar-se diante do seu cetro e obedecer com
alegria às suas leis. Estes são personagens sob os quais Cristo se manifestou. Tratá-lo dessa 
maneira é honrá-lo e tratá-lo de maneira oposta é desonrá-lo.
As Escrituras, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, estão repletas de exortações 
para ouvir a Palavra de Deus, ouvir o Seu conselho, esperar por Ele, buscar o Seu favor, etc.,
tudo isso implica uma fé salvadora.
Provérbios 8:32–36 Agora, pois, filhos, ouvi-me, pois bem-aventurados aqueles que 
guardam os meus caminhos. Ouça a instrução e seja sábio, e não a despreze . Bem-
aventurado o homem que me escuta, vigiando às minhas portas dia após dia, esperando nos
postos da minha entrada. Porque quem me encontra, encontra a vida
obter o favor do Senhor. Mas quem peca contra mim prejudica a si mesmo; “Todos aqueles 
que me odeiam amam a morte.”
Provérbios 1:22–23 “Até quando, ó simples, amareis a simplicidade, e os escarnecedores 
se deleitarão na zombaria, e os tolos odiarão o conhecimento? Volte-se para minha 
repreensão, e
Derramarei sobre vocês o meu espírito; Eu vou deixar você saber minhas palavras.
Isaías 42.18 Surdo, ouça; Pessoas cegas, olhem e vejam.
Isaías 55.1–3 “Todos vocês que têm sede, venham às águas; E quem não tem dinheiro, 
venha, compre e coma. Venha comprar vinho e leite Sem dinheiro e sem nenhum custo. Por 
que você gasta dinheiro naquilo que não é pão, e seu salário naquilo que não satisfaz? Ouça-
me com atenção e coma o que é bom, e sua alma se deleitará com abundância.
Incline seu ouvido e venha a Mim, ouça e sua alma viverá. E farei contigo uma aliança 
eterna, segundo a fiel misericórdia demonstrada a Davi.
Isaías 55.6 Buscai o Senhor enquanto pode ser achado, invocai-o enquanto está perto.
Marcos 9:27 Mas Jesus, tomando-o pela mão, levantou-o e ele se levantou.
Atos 3.23 'E acontecerá que todo aquele que não prestar atenção a esse profeta será 
completamente destruído dentre o povo.'
João 6.27 “Trabalhai, não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece 
para a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará, pois é Aquele a quem o Pai, Deus, 
marcou com o Seu selo.”
É uma aplicação séria e muito errada destas passagens considerá-las como uma expressão 
de uma mera observância dos meios da graça, sem qualquer desejo espiritual por Deus; e 
permitir que pecadores não regenerados a cumpram. Nada pode estar mais longe da 
verdade! As Escrituras estão repletas de promessas de bênçãos espirituais e eternas para 
aqueles que assim ouvem , escutam e buscam a Deus. Portanto, tais exercícios devem ser 
necessariamente espirituais, e não apenas aspectos morais externos, e devem ser 
entendidos como a inclusão da fé em Cristo.
Um dever espiritual pressupõe fé salvadora
As Escrituras não exortam que estas obras possam ser cumpridas por uma mente inimiga 
de Deus: Os deveres inculcados são todos espirituais e não supõem que possam ser 
cumpridos por pecadores não regenerados. Longe de afirmar que os homens ímpios 
buscam a Deus ou fazem algo de bom , as Escrituras afirmam explicitamente o contrário.
Salmos 53.1-4 O tolo disse em seu coração: “Deus não existe”. Tornaram-se corruptos, 
cometeram injustiças abomináveis; Não há ninguém que faça o bem. Deus olhou desde o 
céu para os filhos dos homens Para ver se há alguém que entenda, Alguém que busque a 
Deus. Todos se extraviaram e juntos se corromperam; Não há ninguém que faça o bem, não 
há sequer um. Não têm conhecimento os que praticam a iniqüidade, que devoram o meu 
povo como se comesse pão, e não invocam a Deus?
Reduzir as exortações das Escrituras ao nível de uma mente carnal é trair a autoridade de 
Deus sobre o coração humano, e admitir que os pecadores não convertidos as obedecem é 
contribuir e induzir o auto-engano. Pessoas não salvas que observam os meios da graça 
geralmente acreditam e desejam persuadir os outros de que se converteriam alegremente e
seriam verdadeiros cristãos se isso estivesse em seu poder. Eles imaginam que estão 
esperando na piscina o movimento da água e, portanto, não se sentem culpados pelo seu 
estado mental atual. [111] Eles estão, sem dúvida, dispostos e ansiosos para escapar da ira 
vindoura e, sob certas convicções, submeter-se-iam a renunciar a muitas coisas e a realizar 
outras como condição para isso, mas não têm desejo direto de bênçãos espirituais.
Se tivessem esse desejo, os procurariam em nome de Jesus e, desta forma, quando os 
procurassem, os encontrariam. Portanto, a pregação que os exorta a meros deveres 
externos e morais, e lhes diz que a sua única preocupação é esperar desta forma no tanque, 
contribui para aprofundar a sua ilusão e, se perecerem, será um instrumento da sua 
destruição.
Simão, o mágico, foi admoestado a arrepender-se e orar a Deus, “talvez o pensamento de 
[seu] coração seja perdoado” (Atos 8:22). A partir do exemplo dado neste versículo, muitos 
que são avessos à doutrina aqui defendida argumentam que é dever dos incrédulos orar, 
pelo menos por bênçãos temporais, mas não por bênçãos espirituais. Contudo, Simão não 
foi admoestado a orar por bênçãos temporais, mas pelo perdão dos pecados, uma bênção 
espiritual. Ele também não deveria orar de maneira carnal e sem coração, mas sim 
arrepender-se e orar. Quando lhe foi ordenado que se arrependesse e orasse pelo perdão 
dos pecados , certamente lhe foi ordenado que acreditasse em Jesus, pois em que outro 
nome se poderia esperar o perdão? Pedro, depois de ter declarado aos governantes judeus 
que
“ Não há salvação em mais ninguém; porque não há outro nome debaixo do céu, dado aos 
homens, pelo qual possamos ser salvos” (Atos 4:12), não se pode supor que ele tenha 
orientado Simão a esperar perdão de qualquer outra maneira.
Advertir qualquer pessoa que ore ou busque o favor divino de qualquer outra forma que 
não seja através da fé em Jesus Cristo é o mesmo que incentivá-la a seguir o exemplo de 
Caim e dos judeus na busca de sua própria justiça. O problema de Caim não era que ele 
fosse avesso à adoração. Ele trouxe sua oferta, mas, desconsiderando o mal do pecado e a 
necessidade de um Salvador, não percebeu o que havia sido revelado a respeito da Semente
prometida e não prestou atenção à apresentação de um sacrifício expiatório. Ele agradeceu 
a Deus pelas bênçãos temporais e pôde orar pela sua continuidade, mas o problema é que 
ele não estava fazendo isso bem . [112] É como se ele estivesse praticamente dizendo ao seu 
Criador o seguinte: “Não fiz nada para merecer que um sacrifício fosse feito para o seu 
desagrado, e não vejo necessidade de oferecer nenhum sacrifício, nem agora nem até o fim 
do ano. o mundo." ".
Em suma, ele pretendia aproximar-se de Deus simplesmente como uma criatura e como se 
nada tivesse acontecido, em vez de exigir uma expiação. Os judeus, com sua própria justiça, 
não viviam sem religião: seguiam a lei da justiça, mas não a alcançavam, e por quê? “ Porque
eles estavam atrás dela. ” não pela fé, mas como pelas obras da lei, pois tropeçaram na pedra 
da tropeço ” (Romanos 9:32). E deveríamosorientar nossos ouvintes a seguir esse exemplo,
exortando-os a orar e buscar o favor divino de qualquer outra forma que não pela fé em 
Jesus Cristo? Se sim, como podemos merecer o nome de ministros cristãos?
As Escrituras exortam os pecadores a confiar no Senhor e os repreendem por confiarem em
outros homens. Quer confiar em Cristo para a salvação das nossas almas seja algo diferente 
de crer Nele ou não, confiar em Cristo certamente inclui crer. Confiar em Cristo é acreditar 
Nele; portanto, se um for necessário, o outro deverá ser.
Aqueles que “[amam] a vaidade e [buscam] a falsidade” (Salmo 4:2) são admoestados a 
“[oferecer] sacrifícios de justiça e [confiar] no [Senhor]”
(Salmo 4:5), e uma confiança ligada aos sacrifícios de justiça deve ser espiritual. Confiar em 
qualquer outro objeto é “confiar na vaidade”, contra a qual os pecadores são repetidamente
advertidos:
Salmo 62.10 Não confies na opressão, nem ponhas a tua esperança na roubalheira; Se as 
riquezas aumentarem, não coloque seu coração nelas .
Provérbios 28:26 Quem confia no seu próprio coração é tolo, mas quem anda sabiamente 
será salvo.
Jeremias 17.5 Assim diz o Senhor: “Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne 
a sua força (braço), e o seu coração se afasta do Senhor.
Admite-se que, se Deus nunca tivesse enviado Seu Filho ao mundo para salvar os 
pecadores, ou se os convites do evangelho não fossem dirigidos aos pecadores 
indefinidamente, não haveria garantia de confiança na misericórdia divina; e, como vemos, 
não há garantia de confiança além do que Deus prometeu em Sua palavra.
Ele não prometeu salvar os pecadores indiscriminadamente e, portanto, seria uma 
presunção indiscriminada para os pecadores confiarem que serão salvos se não 
responderem ao chamado do Evangelho. Mas Ele prometeu numa grande variedade de 
linguagem que todos os que, renunciando toda falsa causa de esperança, venha a Jesus como 
um pecador que pereça e confie somente Nele para a salvação, você não será envergonhado .
Concluímos, portanto, que temos plena garantia dessas promessas.
Estas promessas são verdadeiras e serão cumpridas quer acreditemos nelas ou não. Assim, 
aquele que ainda continua a confiar na sua própria justiça ou na misericórdia geral do Seu 
Criador sem respeitar a expiação e se recusa a construir sobre o fundamento que Deus 
estabeleceu em Sião, é culpado do maior de todos os pecados; e se Deus não lhe conceder o 
arrependimento para o reconhecimento da verdade, a pedra que ele rejeitou cairá sobre ele
e o reduzirá a pó. Mas o Sr. Brine menciona:
Até que um homem esteja morto para a lei pela lei, ele não tem nenhuma garantia de 
receber Cristo como Salvador ou de esperar a salvação através Dele .
Se receber a Cristo referia-se à reivindicação de uma parte do bênçãos de Sua salvação , esta 
objeção seria bem fundamentada. O homem, desde que adira à sua própria justiça como 
base da sua
aceitação diante de Deus, ele não tem nenhuma garantia para concluir que participa da 
justiça de Jesus. As Escrituras em todos os lugares afirmam isso. Contudo, a questão é: Você
precisa de alguma garantia de estar morto para a lei ou - o que é a mesma coisa - de desistir
de suas vãs esperanças de aceitação através das obras e escolher como seu alicerce aquela 
Rocha que é escolhida por Deus e preciosa? “Receber” Cristo, no sentido das Escrituras, 
opõe-se a rejeitá-Lo ou não recebê-Lo como praticado pelo corpo da nação judaica ( cf. Jo 
1.11-12).
João 1:11-12 Ele veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas a todos os que O 
receberam, Ele deu o direito (o poder) de se tornarem filhos de Deus, ou seja, aos que 
crêem no Seu nome.
Um interesse geral nas bênçãos espirituais e, claro, uma persuasão disso é representado 
como consequência de ter recebido a Cristo, e deve, portanto, ser distinguido disso: “Mas a 
todos os que O receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem 
filhos de Deus” (v. 12). [114]
A ideia geralmente associada ao termo, em vários casos aos quais a recepção de Cristo faz 
alusão, corresponde à afirmação anterior. Receber um dom não é acreditar que ele é meu - 
embora o seja depois de recebê-lo - mas ter o meu orgulho até então humilhado para não 
estar acima de Cristo e o meu coração tão atraído a ponto de estar disposto a renunciar a 
tudo .que compete com ele.
Receber um convidado é não acreditar que ele é meu amigo particular —
embora possa ser - mas abrir-lhe as portas e acolhê-lo cordialmente. Receber um instrutor 
não é acreditar que ele é meu instrutor mais do que o de outro, mas aceitar suas instruções 
e seguir seus conselhos. Para uma vila ou cidade receber um rei depois de um longo cerco 
não é acreditar que ele é seu amigo especial - embora possa ser e no final eles possam ver 
isso - mas sim depor as armas, abrir as portas e permanecer sob seu governo.
Estas observações são facilmente aplicadas, e não é menos fácil perceber que todo pecador 
não só tem a garantia de receber a Cristo, mas que é seu grande pecado se não O receber.
 CAPÍTULO 04: SEGUNDO
ARGUMENTO: CADA HOMEM
VOCÊ TEM O DEVER DE OBEDECER
REVELAÇÃO DE DEUS
 Pode-se presumir que, se Deus revela algo aos homens, isso irá
 acompanhado de tal evidência de que é o que é, tal que
 nenhuma mente sã pode continuar a duvidar disso.
João 8.47 “Aquele que vem de Deus ouve as palavras de Deus; É por isso que você não 
escuta, porque você não é de Deus”.
Será reconhecido, por aqueles com quem estou agora argumentando, que nenhum homem 
é justificado se não acredita na verdade do Evangelho, ou ativamente o rejeita: mas então 
presume-se que uma crença no Evangelho não é uma salvação. fé, e que, embora uma 
rejeição positiva da verdade divina seja pecaminosa, uma recepção espiritual dela não é um
dever. Espero que tenha ficado claro na primeira parte deste tratado que uma crença real 
na doutrina de Cristo implica fé salvadora e inclui uma aceitação tão cordial do caminho da 
salvação como da promessa da vida eterna. Mas seja como for, quer alguém admita ou não 
que a crença no evangelho inclui uma aceitação cordial no caminho de salvação de Deus, tal
aceitação permitirá que a fé salvadora seja incluída. O Sr. Brine escreve:
A fé ativa nada mais é do que ter pensamentos adequados sobre Cristo e uma escolha 
cordial Dele como caminho de salvação designado por Deus. [115]
 Portanto, de acordo com o Sr. Brine; Se puder ser demonstrado que uma aprovação cordial
da maneira de Deus salvar os pecadores é o dever de todo pecador, isso equivalerá a provar
o mesmo da fé salvadora.
O dever de observar a revelação de Deus
Reconheço que este é um assunto difícil, mas requer o nosso estudo, embora a verdade 
disto seja quase evidente.
Quem poderia pensar que o Sr. Brine, depois de reconhecer essas coisas, poderia duvidar 
que é dever de todos os homens acreditar em Cristo?
Não deveríamos, se pensarmos em Cristo, pensar corretamente nele?
Temos alguma desculpa se abrigamos pensamentos baixos e inadequados sobre Ele? Não é 
motivo de reclamação que os judeus ímpios não viam
“aparência bela, nem majestade para que olhemos, nem aparência para que o desejemos” 
(Is. 53:2)? E no que diz respeito a uma escolha cordial Dele como o caminho de salvação 
designado por Deus, se não é dever dos pecadores escolhê-Lo, é seu dever rejeitá-Lo ou 
desejar ser aceito por Deus pelas obras de Suas mãos e não por aqueles dele? O Sr. Brine 
sem dúvida censuraria os homens por isso. O mesmo acontece com o Sr. Wayman.
Falando de incrédulos que se justificam a si mesmos, ele diz: Eles declaram claramente que 
Cristo não é tudo e em todos para eles, que Ele vem apenas de segunda mão, que a atenção 
deles está mais em si mesmos e que a dependência deles é que Ele encontra mais em suas 
próprias ações. do que naqueles do Todo-Poderoso, a quem Deus designou como nosso 
auxílio. [116]
Porém, por que então reclamar dos pecadores por não terem escolhido a Cristo, se eles não 
têm obrigação de fazê-lo? Não há pecado na invenção dos vários esquemas falsos de 
religião,com os quais o mundo cristão está abundante, com exclusão de Cristo? Por que, 
então, as heresias são contadas entre as obras da carne ( cf. Gl.
5:20)? Se não formos obrigados a pensar corretamente em Cristo e a escolher Aquele a 
quem o Senhor e todos os homens piedosos escolheram, não pode haver mal nestas coisas; 
porque “onde não há lei, não há transgressão” (Romanos 4:15).
 “Uma escolha cordial do caminho de salvação designado por Deus”
É o mesmo que cair em seus grandes desígnios. Ora, os grandes desígnios da salvação de 
Cristo são a glória de Deus, a humilhação do pecador e a destruição de seus pecados. É o 
propósito manifesto de Deus, ao salvar os pecadores, salvá-los desta forma; e pode um 
pecador ser dispensado de aceitá-lo cordialmente? Se um homem considera corretamente 
o caráter de Deus, deve estar disposto a glorificá-Lo. Se você conhecesse sua própria 
indignidade como deveria, também deveria estar disposto a ocupar o lugar que o caminho 
do evangelho lhe atribui. Além disso, se você não está perversamente casado com seus 
próprios desejos, deve estar disposto a sacrificá-los aos pés da cruz. Ele pode ser avesso a 
cada um deles, e enquanto for um descrente, assim será; mas ele não conseguirá libertar-se 
da culpa. Da mesma forma, é lamentável que os ministros cristãos tentem libertar tais 
pessoas da culpa de não glorificarem a Deus.
Se fosse fornecido um caminho de salvação que não contemplasse a glória de Deus, que não
humilhasse o incrédulo, que lisonjeasse o pecador e que não exigisse que ele sacrificasse 
sua concupiscência, então o pecador não precisaria de nenhum poder fora de si para aceitar
tal Evangelho.
Cristãos nominais e meros professores em todas as épocas mostraram-se capazes de 
acreditar em qualquer coisa, menos na verdade. O mesmo aconteceu com os judeus carnais,
e assim nosso Senhor lhes disse claramente: João 5:43 “Eu vim em nome de Meu Pai e 
vocês não me recebem; Se outro vier em seu próprio nome, vocês o receberão.
João 8:45–47 “Mas porque falo a verdade, vocês não acreditam em mim.
“Qual de vocês me prova que tenho pecado? E se eu contar a verdade,
Por que você não acredita em Mim? “Aquele que é de Deus ouve as palavras de Deus; É por 
isso que você não escuta, porque você não é de Deus.”
Esta é a verdadeira fonte dos inúmeros esquemas falsos de religião no mundo e a 
verdadeira razão pela qual o evangelho não é universalmente aceito.
Os incrédulos são descritos como “aqueles que não aceitam” Aquele que é “escolhido por 
Deus e precioso”. Agora, aceitar ou rejeitar pressupõe que houve uma declaração. Cristo 
afirma ser o fundamento completo da esperança do pecador, e Deus afirma que Cristo seja 
tratado como “o
cabeça angular” em Seu nome. Mas o coração dos incrédulos não pode aceitar tal afirmação.
Os construtores judeus o desprezaram, e todo coração hipócrita segue seu exemplo. Deus, 
para expressar seu descontentamento com esse comportamento, assegura-lhes que sua 
descrença não afetará ninguém além de si mesmos. Ele não privará o Salvador de suas 
honras: Salmo 118.22 A pedra que os construtores rejeitaram Tornou-se a principal pedra 
da esquina.
O que pode ser feito com tudo isso, senão que ele deveria ter recebido o lugar que Cristo tão
justamente reivindicou, e que ele deveria ter sido escolhido por quem o Senhor havia 
escolhido? Sob nenhuma outra base as Escrituras podem censurá-los como o fazem, e sob 
nenhum outro princípio eles podem ser caracterizados como desobedientes , porque toda 
desobediência consiste na quebra do dever, isto é, daquilo que deveria ser feito, mas não foi
feito.
Por outro lado, os crentes são descritos como aqueles que têm Cristo em alta conta, 
considerando-se indignos de “afrouxar o cinto de [Seu]
sapatos” (João 1:27) ou Dele vindo “entrar sob [seu] teto” (Mateus 8:8), tratando Seu 
evangelho como “digno de toda aceitação” (1 Timóteo 4:9; 1 Ti.
1:15) e “[contando] todas as coisas como perda pela excelência do conhecimento de Cristo 
Jesus” (Filipenses 3:8). Eles têm a mesma opinião dos bem-aventurados acima, que cantam 
seus louvores dizendo Apocalipse 5:12 dizendo em alta voz: “O Cordeiro que foi morto é 
digno de receber poder, riquezas, sabedoria, força, honra, glória e louvor. ”
Em suma, eles têm a mesma opinião de Deus: quem quer que Deus tenha escolhido, eles 
escolhem; e aquele que é precioso aos Seus olhos é precioso aos Seus ( cf.
1 Pedro 2:4-7).
1 Pedro 2:4–7 E aproximando-vos dele, como pedra viva, rejeitada pelos homens, mas 
escolhida e preciosa aos olhos de Deus, vós também, como pedras vivas, sereis edificados 
como casa espiritual para um sacerdócio santo, oferecer sacrifícios espirituais aceitáveis a 
Deus por meio de Jesus Cristo. Pois isto se encontra na Escritura: “Coloquei em Sião uma 
pedra escolhida, pedra preciosa
 pedra angular , e todo aquele que nele crê não será envergonhado”. Este valor precioso é, 
portanto, para você que crê; Mas para aqueles que não acreditam, “a pedra que os 
construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular”.
E eles superestimam Seu caráter? Não é Ele digno de toda a honra que lhe atribuem, de 
todo o carinho que exercem para com Ele? E se ele realmente receber ou não? Se todos os 
anjos tivessem tido a mesma mente que Satanás, e se todos os santos tivessem tido o 
mesmo espírito que os israelitas incrédulos que não estavam reunidos, Cristo ainda teria 
sido “glorioso diante do Senhor” (Isaías 49: 5).). A crença ou descrença das criaturas não 
faz diferença quanto à Sua dignidade inerente ou à obrigação de toda a criação de glorificá-
Lo.
Todos, exceto os antinomistas extremos, admitem que todo homem é obrigado a amar a 
Deus com todo o seu coração, alma, mente e força – e isso apesar da depravação de sua 
natureza. Mas amar a Deus de todo o coração é amá-lo em todos os atributos pelos quais ele 
se entregou. conhecemos, e mais especialmente naqueles em que Suas excelências a moral 
aparece com o destaque mais brilhante .
A mesma lei que compeliu Adão, na inocência, a amar a Deus em todas as Suas perfeições, 
conforme mostrado nas obras da criação, compeliu Moisés e Israel a amá-Lo em todas as 
gloriosas exibições de Si mesmo em Suas maravilhosas obras de providência. testemunhas. 
E
a mesma lei que os compeliu a amá-Lo naquelas manifestações de Si mesmo obriga-nos a 
amá-Lo em outras manifestações pelas quais Ele se manifestou de maneira mais gloriosa, 
como salvar pecadores para através da morte de Seu Filho . Supor que somos obrigados a 
amar a Deus porque Ele se manifestou nas obras da criação e da providência, mas não na 
obra da redenção, é supor que na mais elevada e gloriosa demonstração de Si mesmo Ele 
não merece consideração! As mesmas perfeições que se manifestam em todas as Suas 
outras obras e que O tornam tão belo, são manifestadas na obra redentora com brilho dez 
vezes maior. Ser forçado a amá-lo por causa de um, e não do outro, não faz sentido.
O dever de observar os atos de Deus
Assim como estas coisas não podem ser separadas da nossa obrigação para com Deus, 
também não podem ser separadas dos factos . Aquele que ama a Deus por qualquer um dos 
seus atributos, conforme manifestado numa forma, deve necessariamente amá-lo por esse 
atributo, seja qual for a forma em que ele se manifeste. E quanto mais brilhante a 
manifestação, mais forte será o seu amor. Esta observação é verificada nos santos anjos. No 
início, eles amaram o seu Criador por causa do que viram nas Suas obras de criação. Eles o 
viram lançar os alicerces da terra e “gritaram de alegria” (Jó 38:7). Com o passar do tempo, 
eles testemunharam as gloriosas manifestações de Seu caráter moral no governo do mundo
que Ele havia feito, e agora seu amor aumenta. A cada nova ocasião, eles gritam:
Isaías 6:3 E clamavam uns aos outros, dizendo: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos 
Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”.
Contemplaram detalhadamente um acontecimento ao qual todos os acontecimentos 
anteriores estavam subordinados: viram o Messias nascer em Belém. E
Agora o amordeles aumentou ainda mais. Como se o céu não pudesse contê-los em tal 
ocasião, eles recorrem ao local e contemplam o bem que deve advir ao sistema moral, 
irrompendo em canção:
Lucas 2.14 “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra entre os homens (de boa vontade) 
com quem Ele se agrada.”
Tudo isso nada mais foi do que a operação natural do amor a Deus. Desde o início eles se 
deleitaram em ajudar o Redentor ao longo de Sua vida, fortalecendo-O em Seus 
sofrimentos, observando Seu túmulo, conduzindo-O à glória e observando os mistérios da 
redenção. Com um coração como o deles, é possível conceber que devamos continuar 
impenitentes ou incrédulos? Se, em nossas circunstâncias, possuíssemos aquele amor de 
Deus pelo qual eles foram influenciados, isso nos derreteria em santa lamentação por 
termos pecado contra Ele.
Se o convite do evangelho para bebermos da água da vida alguma vez soasse em nossos 
ouvidos, ficaríamos imediatamente encharcados. Em vez de não
“prestar atenção” e preferir as nossas “fazendas” e os nossos “negócios” a Ele ( cf. Mt 22,5), 
devemos abraçá-Lo de todo o coração. Que
toda criatura tem por Deus as mesmas afeições que os anjos! E se houvesse mil almas que 
necessitassem de salvação e a promessa fosse estendida a cada um que estivesse disposto a
aceitá-la, Ele não hesitaria um só momento em estender a referida salvação a cada uma 
delas. É devido à falta de amor a Deus que qualquer homem continua impenitente ou 
incrédulo. Isto foi claramente sugerido por nosso Senhor aos judeus:
João 5.41–43 “Não recebo (não aceito) glória dos homens; Mas eu já conheço você , que 
não tem o amor de Deus. “Eu vim em nome de Meu Pai e vocês não Me recebem; Se outro 
vier em seu próprio nome, vocês o receberão.
É impossível amar a Deus e não abraçar o melhor amigo de Deus que já existiu, ou amar a 
Sua lei e não aprovar um sistema que tende a engrandecê-Lo e torná-Lo honrado acima de 
tudo. John M'Lauren escreve: Os afetos incluídos no amor divino - diz um escritor 
habilidoso -
Eles se baseiam nas verdades para as quais existem as maiores evidências no mundo. Tudo 
no mundo que prova a existência de Deus prova que Suas criaturas devem amá-Lo de todo 
o coração. A evidência para estas coisas é em si muito forte e igual para todas as 
habilidades. Quando não gera convicção de amor, não é pela fragilidade das capacidades 
dos homens, mas sim pela força dos seus preconceitos e preposições. Tudo o que prova que
as criaturas razoáveis são obrigadas a amar a Deus e à Sua lei, prova que os pecadores são 
obrigados a exercer um ódio adequado ao pecado e a humilhação por ele. Um pecador não 
pode ter o amor adequado a Deus e o ódio ao pecado, sem o desejo predominantemente 
para obter libertação do pecado e alegria de Deus.
Um desejo adequado para fins tão importantes não pode existir sem um desejo 
proporcional de utilização dos meios necessários para levar a cabo esse fim. Por lo tanto, si 
un pecador que escucha el evangelio tiene estos afectos adecuados de amor a Dios y odio 
del pecado, a los que está obligado por las leyes de la religión natural [revelación general], 
estas cosas no pueden separarse de una complacencia real nessa redenção e graça propostas 
na religião revelada. Isto não supõe que a religião natural [revelação geral] possa descobrir 
ou provar que as coisas peculiares ao evangelho são verdadeiras, mas
 Quando são descobertos, prova que são infinitamente desejáveis.
Um livro de leis que se aplica com sanções terríveis não pode provar que o soberano 
aprovou um ato de graça ou de compensação a favor dos transgressores, mas demonstra 
que tal favor é para eles a coisa mais desejável e mais necessária do mundo.
Prova que o modo de salvação do pecado que o evangelho revela é infinitamente adequado 
à honra de Deus, à dignidade de Sua lei e às exigências da consciência dos pecadores. [117]
Joseph Bellamy escreve:
Se algum homem experimenta gosto pela excelência moral -
diz outro - ou se um coração considera o Deus glorioso pelo que ele é, não pode deixar de 
ver a excelência moral da lei , amá-la e conformar-se a ela, porque é a imagem de Deus; e da
mesma forma ele não pode deixar de ver a excelência moral do evangelho , acreditar nele, 
amá-lo e cumpri-lo, porque este também é o reflexo de Deus. Aquele que consegue ver a 
beleza moral no original não pode deixar de ver a beleza moral da imagem desenhada para 
a vida. Portanto, aquele que despreza o evangelho e é inimigo da lei, está em inimizade 
contra o próprio Deus ( cf. Rom.
8:7). A ignorância da glória de Deus e a inimizade contra Ele fazem com que os homens 
ignorem a glória da lei e do evangelho e se tornem inimigos de ambos. Os homens sabiam 
que “todo aquele que ama aquele que ele gerou, também ama aquele que foi gerado por ele”
(1Jo 5:1)? 'Aquele que é de Deus ouve as palavras de Deus; É por isso que vocês não os 
ouvem, porque não são de Deus” (João 8:47). [118]
 CAPÍTULO 05: TERCEIRO
ARGUMENTO: OBEDIÊNCIA AO
O EVANGELHO EXIGE FÉ
SALVIFICA
 Embora o evangelho, estritamente falando, não seja uma lei, mas
 uma mensagem de pura graça; ainda praticamente requer
 obediência, e tal obediência que inclui fé salvadora
Não é incomum distinguir entre um comando formal e aquele que fornece a base ou a razão
para esse requisito. Isto é, entre o mandamento e a razão dele. A bondade de Deus, por 
exemplo, embora não seja uma lei ou preceito formal, praticamente requer uma resposta 
de gratidão. Ele merece isso, e a lei de Deus exige isso formalmente em Seu nome. O mesmo
acontece com o evangelho, que é o maior derramamento da bondade divina que já foi visto. 
Uma resposta adequada à sua natureza é exigida virtualmente pelo próprio evangelho e 
formalmente pela ordem divina em seu nome. [119]
Suponho que se possa presumir que o evangelho possui algum grau de autoridade virtual , 
visto que é geralmente reconhecido que merece a atenção e a atenção de toda a 
humanidade devido à dignidade do seu autor e à importância do seu tema. Além disso, toda
a humanidade que tem a oportunidade de ouvi-lo é obrigada a acreditar. Portanto, a única 
questão é se a fé exigida é espiritual ou aquela que tem a promessa de salvação.
Podemos ter uma ideia da forma como o evangelho deve ser recebido, sendo representados
como uma embaixada :
 2 Coríntios 5:20 Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse orando 
por nosso intermédio, em nome de Cristo te pedimos:
Reconcilie-se com Deus!
O objetivo de uma embaixada, em todos os casos, é a paz. Às vezes, os embaixadores são 
empregados entre potências amigas para o ajuste de seus assuntos, mas a alusão neste caso
é manifestamente dirigida a um príncipe justo que deveria condescender em falar 
pacificamente com seus súditos rebeldes e, por assim dizer, suplicar-lhes por seus próprios 
interesses. Que bom que eles se reconciliaram com o rei.
A obediência ao Evangelho pressupõe um mandato
A linguagem do apóstolo supõe que o mundo está envolvido numa rebelião não natural e 
não provocada contra o seu Criador - e que está absolutamente em Seu poder destruir os 
pecadores - que se Ele tratasse com eles de acordo com o que eles merecem, isto seria o 
que aconteceria. acontecer com eles. Contudo, o Rei suspendeu as hostilidades e, através da
mediação de Seu Filho, enviou Seus servos com palavras de paz e encarregou-os de 
persuadi-los e até mesmo suplicar-lhes que se reconciliassem. Mas a reconciliação com 
Deus inclui tudo o que pertence à verdadeira conversão. É o oposto de um estado de 
alienação e inimizade contra Deus ( cf. Colossenses 1:21).
Colossenses 1:21–22 E embora vocês anteriormente estivessem alienados e hostis em 
espírito, envolvidos em más obras, agora Deus os reconciliou em Cristo em Seu corpo de 
carne, por meio de Sua morte, para apresentá-los santos, irrepreensíveis e irrepreensíveis 
diante Dele .
Isto inclui uma justificação do Seu governo, uma condenação da sua própria rebelião não 
provocada contra Ele e uma recepção grata da mensagem de paz, que é a mesma para a 
substânciado arrependimento. e creia no evangelho. Falar de uma embaixada do Deus do 
céu e da terra para Suas criaturas rebeldes que não têm direito a nada além de uma 
audiência ou atenção decente , deve ser altamente ofensivo à honra de Sua majestade, e tal 
linguagem deve provir de Seus amigos professos, ele deve ser ainda mais. O eminente Dr. 
John Owen escreve:
Quando o apóstolo nos pede para 'nos reconciliarmos com Deus', gostaria de saber se não 
faz parte do nosso dever obedecer à exortação do apóstolo. Caso contrário, a exortação é 
frívola e vã. [120]
A culpa pressupõe a recusa em cumprir um mandato
Se os pecadores não fossem obrigados a se reconciliar com Deus, como Legislador e 
Salvador, de todo o coração, então não seria pecado para eles não se reconciliarem. Toda a 
inimizade em seus corações para com Deus, Sua lei, Seu evangelho ou Seu Filho seria então 
irrepreensível. Não pode haver neutralidade neste caso: não se reconciliar com Deus é 
estar em inimizade com ele, não aceitar a mensagem de paz é afastar-se dele, e não depor 
as armas e submeter-se à misericórdia é estar em guerra com o próprio Deus.
De acordo com o exposto, aqueles que ingressam no caminho da salvação de forma 
espiritual são apresentados nas Escrituras como exercendo um ato de obediência, ou seja, 
como
“obedecendo ao evangelho”, “obedecendo à verdade” e “obedecendo a Cristo” ( cf. Romanos
10:16; 6:17).
Romanos 10:16 Porém, nem todos ouviram o evangelho, porque Isaías diz: “Senhor, quem 
acreditou na nossa mensagem?”
Romanos 6:17 Mas graças a Deus, porque embora vocês fossem escravos do pecado, vocês 
se tornaram obedientes de coração àquela forma de doutrina à qual foram entregues.
Diz-se que o propósito do evangelho que é pregado é para o
“obediência à fé entre todas as nações” (Romanos 1:5). Mas a obediência supõe uma 
obrigação prévia. [121] Se o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus 
Cristo não fossem deveres exigidos de nós, mesmo antes de considerá-los como Suas 
bênçãos para nós, seria incongruente falar deles como exercícios de obediência.
Nem seria menos falar daquela impenitência e incredulidade com as quais os homens estão
expostos à “destruição eterna, excluídos da presença do Senhor e da glória do Seu poder”, 
como consistentes com a sua não obediência ao evangelho ( cf. 2 Tessalonicenses) . (1:8-9).
2 Tessalonicenses 1:7–9 Mas que Ele dê alívio a vocês que estão aflitos, e a nós também, 
quando o Senhor Jesus for revelado do céu com Seus anjos poderosos em chama de fogo, 
punindo aqueles que não conhecem a Deus, e aqueles que não obedecem ao evangelho (as 
boas novas) de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão o castigo da destruição eterna, excluídos 
da presença do Senhor e da glória do Seu poder.
A passagem na qual se baseia a primeira parte deste argumento (ou seja, cf. 2 Coríntios 
5:19-20) foi considerada inaplicável a este tópico porque se supõe que seja um discurso aos 
membros da igreja de Corinto , que são considerados pelo apóstolo como crentes. Neste 
princípio, o Dr.
John Gill exorta a reconciliação, a submissão à providência e a obediência à disciplina e às 
ordenanças de Deus. Mas consideremos se o apóstolo aqui se dirige diretamente aos 
membros da igreja de Corinto, implorando-lhes que se reconciliem com Deus naquele 
momento, ou se ele está lhes contando qual tinha sido a sua conduta e a dos seus seguidores. 
irmãos no ministério, em defesa de si e deles com base na insinuações básicas dos falsos 
mestres, a quem deviam principalmente os grandes males que haviam sido introduzidos 
naquela igreja.
Os métodos que esses falsos mestres parecem ter adotado para personificar os apóstolos 
eram de insinuação desonesta. Pelas respostas de Paulo, parece que eles estavam 
sugerindo que tanto Paulo quanto seus colaboradores eram homens astutos, que 
conquistaram a estima dos simples por seu estilo gentil e suplicante , prendendo-os, por 
assim dizer, com engano ( cf. 2 Coríntios). . 1:12; 12:16), ou entusiastas de cabeça fraca,
“[estar] louco” (2 Coríntios 5:13), subindo e descendo “implorando” às pessoas sobre isso e 
aquilo (2 Coríntios 11:21); e que, quanto ao próprio Paulo, por maior que pudesse parecer 
em suas “cartas”, ele não tinha nada que pudesse parecer atraente em sua aparência:
2 Coríntios 10:10 Pois eles dizem: “Suas cartas são severas (pesadas) e ásperas, mas a 
presença física não impressiona e a maneira de falar é desprezível”.
Na Primeira Epístola a esta igreja, Paulo apresentou de forma abrangente uma defesa de si 
mesmo e de seus irmãos, estando mais preocupado com a restauração daqueles que 
pertenciam a Cristo e que estavam em perigo de serem destruídos.
ser desviados da verdade que há em Jesus, do que da opinião que tinham dele. Contudo, 
quando o primeiro foi realizado, ele empreendeu o segundo; não apenas como uma 
justificação para si mesmo e para seus irmãos, mas também para saber que os sentimentos 
corretos dos ministros fiéis tinham uma ligação íntima com o bem-estar espiritual de seus 
ouvintes. É assim que o apóstolo alude às suas diversas insinuações, reconhecendo que eles
de fato suplicaram e persuadiram os homens, mas afirmando que tal comportamento não 
surgiu das razões pelas quais foram acusados, mas do “amor de Cristo” (2 Cor. 5). :14), e 
que “Se somos loucos, […] é por sua causa” (v. 13).
2 Coríntios 5:13-14 Porque se somos loucos, é por Deus; e se estivermos sãos, é para você.
Pois o amor de Cristo nos compele (nos controla), tendo chegado a esta conclusão: que Um 
morreu por todos, e conseqüentemente, todos morreram.
Se as palavras em 2 Coríntios 5:19-20 são um discurso imediato aos membros da igreja em 
Corinto, então as que seguem no cap. 6:1
Eles devem ser uma orientação para seus ministros. É assim que o Dr.
João Gill. Contudo, se fosse assim, o apóstolo na continuação daquele discurso não teria 
falado como fala: “Em tudo, afirmando- nos como ministros de Deus.” A linguagem deles 
teria sido esta: “Aprovando- se em tudo ”, etc. Portanto, é evidente que a fala é uma 
vindicação de sua pregação e modo de vida contra as insinuações dos falsos mestres de 
Corinto.
Há duas coisas que podem ter contribuído para o mal-entendido desta escritura: Uma é o 
suplemento tu que é introduzido desnecessariamente três vezes entre 2 Coríntios 5:20 e 
6:1. Se algum complemento fosse necessário, a palavra homens , conforme encontrada no 
texto do cap. 5:11 poderia ter transmitido melhor o significado do apóstolo. A outra é que a 
divisão do quinto e sexto capítulos está no meio do argumento do apóstolo. [122]
 CAPÍTULO 06: QUARTO
ARGUMENTO: FALTA DE FÉ EM
CRISTO É A RESPONSABILIDADE
DO SER HUMANO, NÃO DE DEUS.
 A falta de fé em Cristo é atribuída nas Escrituras ao
depravação dos homens, e se apresenta como uma
 pecado hediondo
Pressupomos o seguinte: Tudo o que não é dever do pecador não pode ser-lhe imputado 
como pecado no caso de haver omissão no cumprimento de tais deveres, nem pode ser 
imputado a qualquer depravação nele, se o fez. não tem nenhum comando para cumprir. Se 
a fé em Cristo não fosse um dever do pecador, porque a eleição ou a redenção não o são , 
visto que são atos do próprio Deus, então a falta de fé de sua parte não poderia ser 
atribuída às disposições perversas de seu coração, da mesma forma. essa perversidade não 
lhe poderia ser atribuída pelos atos de eleição e redenção . [123]
Por outro lado, se a incapacidade dos pecadores de crer em Cristo fosse exatamente da 
mesma natureza que a de um cadáver numa sepultura para se levantar e andar, seria 
absurdo supor que, por esta razão, eles cairiam sob a influência de Cristo. condenação 
divina. [124]
A condenação pressupõe uma capacidade natural de acreditar: nenhum homem é 
condenado por não fazer o que é naturalmente impossível, mas os pecadores são 
condenados por não acreditarem e são dados a
 entendam que isso se deve unicamente à sua ignorância criminosa, orgulho, desonestidade
de coração e aversão a Deus. [125]
A ignorância intencional é representada como uma razão pelaqual os pecadores não 
acreditam. “ Ignorando a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se 
submeteram à justiça de Deus ” (Rm.
10:3).
2 Coríntios 4:3–4 E se o nosso evangelho ainda está velado, está velado para aqueles que 
estão perecendo, nos quais o deus deste mundo cegou o entendimento (mente) dos 
incrédulos, para que eles não vejam o brilho do evangelho da glória de Cristo, que é a 
imagem de Deus.
Com o mesmo propósito, nosso Senhor nos ensina na parábola do semeador que:
Mateus 13.19 “A todo aquele que ouve a palavra do reino e não a entende , vem o Maligno 
e arrebata o que foi semeado no seu coração. Este é aquele em quem a semente foi lançada 
à beira do caminho.
E isto – como diz Lucas, para que eles não creiam e sejam salvos.
Lucas 8.12 “Os que estão no caminho são os que ouviram, mas depois vem o diabo e 
arranca-lhes a palavra do coração, para que não creiam e sejam salvos.
Se os homens tivessem em si os mesmos princípios que nosso primeiro pai Adão tinha no 
Paraíso e ainda assim estivessem cegos para a glória do evangelho, então como poderia a 
sua cegueira ser atribuída ao deus deste mundo? Será que Satanás é representado nas 
Escrituras como impedindo o que já era impossível ou ajudando os inocentes? 
Absolutamente não.
 O orgulho é outra causa atribuída à falta de fé salvadora:
“O homem mau, pela arrogância do seu rosto, não busca a Deus; não há Deus em nenhum 
dos seus pensamentos” (Salmo 10:4). Já vimos que buscar a Deus é um exercício espiritual 
que envolve fé no Mediador Cristo Jesus, e que a razão pela qual os homens ímpios estão 
alheios a isso é por causa da arrogância de seus corações, o que os torna desdenhosos em 
ocupar o cargo.
lugar de suplicantes diante de seu Criador ofendido, e fazem todo o possível para remover 
de suas mentes todo pensamento que possam ter Dele.
João 5.43–44 “Eu vim em nome de Meu Pai e vocês não Me recebem; Se outro vier em seu 
próprio nome, vocês o receberão.
“Como eles podem acreditar, quando recebem glória (honra) uns dos outros e não buscam 
a glória que vem do único Deus?
Se crer em Cristo aqui significasse algo diferente de uma fé espiritual ou salvadora, tal 
posição não seria válida, porque somos informados de alguns que podiam e acreditaram em
Cristo em certo sentido, mas que não o confessaram porque "eles amou mais a verdade “a 
glória dos homens do que a glória de Deus” (João 12:43). Isto é, foi o orgulho que cegou as 
mentes dos “sábios e prudentes deste mundo” para as doutrinas de Cristo. E o que é isso, 
senão esse mesmo espírito orgulhoso trabalhando de maneira vaidosa e hipócrita, e que 
ainda constitui a grande objeção à doutrina da salvação somente pela graça?
A desonestidade de coração é a razão pela qual os homens não recebem a palavra de Deus 
para produzir frutos. Isto está totalmente implícito na parábola do semeador registrada no 
oitavo capítulo de Lucas. A razão pela qual os ouvintes representados pela boa terra 
receberam a palavra e deram frutos, diferentemente dos demais, foi que tinham um 
coração reto e bom :
Lucas 8.15 “Mas a semente em boa terra são aqueles que ouviram a palavra com um 
coração reto e bom, e a retêm, e dão fruto pela sua perseverança.
Isto indica claramente que a razão pela qual outros não o receberam foi porque seus 
corações não estavam retos diante de Deus. Na verdade, tal é a natureza da verdade divina, 
que todo coração honesto para com Deus deve recebê-la. Um coração honesto deve aprovar
a santa lei de Deus que exige que O amemos com todas as nossas forças, e isto porque nada 
mais é do que dar-Lhe a devida glória ao Seu nome. Um coração honesto aprovará ser 
justificado inteiramente por causa de Cristo, e não por qualquer uma de suas próprias 
obras, sejam legais ou evangélicas, pois isso nada mais é do que desistir de uma 
reivindicação que ele perderá com justiça , e aceitá-la como um direito livre. presentear o 
que Deus ele não tinha obrigação de conceder. Além disso, um
o coração honesto deve alegrar-se com o caminho da salvação assim que o compreende, 
porque ele fornece um caminho pelo qual a misericórdia pode ser exercida de forma 
consistente com a justiça . Um espírito justo se rebelaria contra a ideia de receber 
misericórdia de uma forma que deixaria uma mancha no caráter divino. É para a glória de 
Cristo que ele não tem o homem honesto como inimigo.
Cântico dos Cânticos 1.4b “Nós nos regozijaremos e nos alegraremos em você, 
exaltaremos o seu amor mais do que o vinho. Não é à toa que eles amam você.
Por outro lado, sabemos bem quem dá aos homens um coração honesto e qual é a fonte de 
todo o bem em uma criatura caída, mas isso não afeta a trama. [126] Por mais distantes que
os pecadores estejam disso, e qualquer que seja a agência divina que eles possam exigir 
para produzi-lo, nenhum homem, a menos que negue a responsabilidade das criaturas ao 
Deus que as criou, negará que é seu dever estar certo Com Deus. Porque se não é nossa 
obrigação estar bem com Deus, não estamos obrigados a nada; e se não estamos obrigados 
a nada, devemos ser inocentes e, portanto, não precisamos de salvação.
Finalmente, a aversão do coração é apontada como a razão pela qual os pecadores não 
crêem. Esta verdade é fortemente expressa na reclamação de nosso Senhor em João 5:40: 
“E vós não quereis (ou não quereis) a ) venha a mim para que você tenha vida.” 
Orgulhosamente apegados à sua própria justiça, quando Jesus se apresentou como “o 
caminho, a verdade e a vida” (João 14:6), eles tropeçaram na sua própria justiça; e milhares
no mundo religioso fazem o mesmo até hoje. Eles estão dispostos a escapar da ira de Deus, 
ganhar Seu favor e certamente abrir mão de muitos vícios externos por isso, mas se 
reconhecem como o maior pecador, e vêm a Jesus , e são totalmente dependentes de Seu 
sacrifício pela vida . para fazer isso. No entanto, como pode um homem que não está 
disposto a fazer isso alegar ser inocente?
O Sr. Hussey interpreta a passagem acima como meramente reconhecendo Cristo como o 
Messias. Isto, segundo ele, os teria salvado como nação da ruína temporária e da morte , ou 
como ele diz em outro lugar: “de terem seus cérebros esmagados pelos aríetes de Tito”, o 
general romano. [127]
Mas deve-se notar que a vida para a qual eles “não estavam dispostos”
 vir a Ele era o mesmo que acreditavam ter nas Escrituras; e esta era a vida “eterna”, não 
apenas o conforto terreno.
João 5:39–40 “Vocês examinam as Escrituras porque pensam que nelas há vida eterna. E 
são eles que dão testemunho de Mim! Mas você não quer vir a Mim para poder ter essa 
vida.
Isto é o mesmo que dizer isto: “Essas mesmas Escrituras, nas quais eles acreditam ter a 
vida eterna, testificam de mim como o único caminho para isso, mas tal é o orgulho e a 
aversão de seus corações que eles não virão a mim por causa de mim. isto." ".
O Dr. Gill geralmente se opôs a esses princípios, mas muitas vezes, quando seu sistema 
estava fora de vista, ele os estabeleceu. Sua exposição desta passagem é uma prova deste 
comentário. Ele nos diz que: A perversidade de suas vontades era culpada, devido à 
corrupção e depravação de sua natureza; que sendo culpado neles, o que se segue também 
deve ser assim. [128]
Não há inconsistência entre este relato das coisas e o que é dado em outro lugar, que 
“ninguém pode vir a mim [Cristo], se o Pai que me enviou não o trouxer” (João 6:44). Isto é 
verdade: nenhum homem pode escolher aquilo que seu coração é adverso. É comum, tanto 
nas Escrituras quanto nas conversas, falar de uma pessoa que está sob a influência de uma 
inclinação maligna do coração, como incapaz de fazer aquilo que é inconsistente com ela.
2 Pedro 2.14 Seus olhos estão cheios de adultério e eles nunca param de pecar. Eles 
seduzem almas instáveis. Eles têm um coração exercitado pela ganância; Eles são filhos da 
maldição.
Romanos 8:7–8 A mente voltada para a carne é inimiga de Deus, porque ela não se sujeita 
à Lei de Deus, pois não pode nem fazê-lo, e aqueles que estão na carne não podem agradar aDeus.
Por causa desta fraseologia diferente, alguns escritores afirmaram que os homens têm uma 
incapacidade moral ou natural de vir a Cristo ou que eles não querem nem podem vir a Ele. 
[129] Mas se não houver outra incapacidade além daquela que surge de aversão, esta 
linguagem não é
 preciso, pois transmite a ideia de que, se toda aversão fosse removida do coração do 
homem para vir a Cristo, ainda haveria um obstáculo natural e intransponível no caminho. 
Porém, nenhuma das ideias que nosso Senhor transmite nos transmite essa ideia.
O único obstáculo à conversão é o próprio homem, o único obstáculo ao qual se refere 
nosso Senhor está naquela relutância ou aversão que rodeia o pecador e que lhe tira a 
imagem do Pai. Tal ideia coincide com o que Ele ensina em outros lugares.
João 8:43–47 “Por que vocês não entendem o que eu digo? Porque eles não podem ouvir a 
Minha palavra. “Você pertence ao seu pai, o diabo, e quer realizar os desejos do seu pai. Ele 
foi um assassino desde o início e não manteve a verdade porque não há verdade nele. 
Quando ele fala uma mentira, fala da sua própria natureza, porque é mentiroso e pai da 
mentira. “Mas porque digo a verdade, eles não acreditam em Mim.
“Qual de vocês me prova que tenho pecado? E se eu contar a verdade,
Por que você não acredita em Mim? “Aquele que é de Deus ouve as palavras de Deus; É por 
isso que você não escuta, porque você não é de Deus.”
Estes interrogatórios continuados baseiam-se na suposição de que poderiam ter recebido a 
doutrina de Cristo , se esta tivesse sido agradável. por seus corações corruptos; e sua 
natureza, caso contrário, esta era a única razão pela qual eles não conseguiam entender e 
acreditar.
Se os pecadores fossem natural e absolutamente incapazes de crer em Cristo, então seriam 
igualmente incapazes de não crer, uma vez que são necessárias as mesmas capacidades 
para rejeitar e abraçar. [130] Y, en este caso, no habría espacio para una incapacidad de 
otro tipo: Un cuerpo muerto es igualmente incapaz de hacer el mal como de hacer el bien, y 
un hombre natural y absolutamente ciego no podía ser culpable de cerrar los ojos à luz. 
Como afirma o erudito Dr. John Owen:
É o pecado remanescente que incapacita os homens e os impede de acreditar, e somente 
isso . A cegueira da mente, a obstinação da vontade, a sensualidade das afeições, tudo 
concorre para manter distantes de Cristo as pobres almas que perecem.
Os homens estão cegos pelo pecado e não conseguem ver a Sua excelência, são teimosos e 
não se apegam à Sua justiça, são tolos e não dão atenção às suas preocupações eternas. 
[131]
 A cegueira voluntária e legal, a obstinação e a dureza de coração são representadas como o 
impedimento à conversão ( cf. Atos.
28:27).
Atos 28:27 Porque o coração deste povo se tornou insensível, e eles têm dificuldade em 
ouvir com os ouvidos; e seus olhos se fecharam; Caso contrário, eles veriam com os olhos, 
ouviriam com os ouvidos e entenderiam com o coração, e se converteriam, e eu os curaria.' 
”
Porém, se as capacidades que a pessoa exerce no momento da conversão fossem 
essencialmente diferentes daquelas que a pessoa já possuía, ou deveria possuir, então seria
absurdo atribuir a falta de conversão ao facto de a pessoa não as possuir. 
antecipadamente. .
Aqueles que abraçaram o Evangelho e se submeteram ao governo do Messias foram 
batizados com o batismo de João, e diz-se que “justificaram” Deus ao fazê-lo – sua conduta 
foi um reconhecimento da justiça da lei e da sabedoria e o amor do evangelho. Por outro 
lado, diz-se que aqueles que não se submeteram desta forma: “rejeitaram os conselhos de 
Deus a seu respeito, não sendo batizados” (Lc 7:29-30). Mas nenhum cristão, suponho, 
(certamente nenhum cristão batista) pensa que foi seu pecado não ser batizado, mesmo 
que permanecessem inimigos de Cristo, e provavelmente muito poucos pedobatistas sérios 
- se houver algum - afirmariam que é dever de Cristãos e adultos devem ser batizados em 
nome de Cristo, se não tiverem primeiro aceitado a Sua Palavra.
Então, como esta passagem pode ser entendida, exceto pela compreensão de que eles 
deveriam primeiro ter se arrependido de seus pecados, abraçado o Messias e se submetido 
às Suas ordenanças? Nem a força do argumento pode ser evitada pela distinção entre 
diferentes tipos de arrependimento e fé, porque uma profissão de verdadeiro 
arrependimento e fé não fingida era exigida para o batismo.
Finalmente, a incredulidade é expressamente declarada pecado do qual o Espírito da verdade 
deve convencer o mundo ( cf. Jo 16,8-
 9).
João 16.8–11 “E quando Ele vier, convencerá (culpará) o mundo do pecado, da justiça e do 
julgamento; do pecado, porque não acreditam em Mim; de justiça, porque vou para o Pai e 
não me vereis mais; e de julgamento, porque o príncipe deste mundo já está julgado.
Contudo, a incredulidade não pode ser pecado se a fé não for um dever. Não conheço 
nenhuma resposta para este argumento, exceto o que deve ser extraído de uma distinção 
entre crer na declaração do evangelho e ser salvo pela fé, a falta de um ser admitido como 
pecador, mas não o outro. Mas não é apenas por grande incredulidade ou rejeição aberta de
Jesus como o Messias que o Espírito Santo tem de convencer o mundo.
Nem é uma simples convicção desta verdade, como prevalece em todos os países cristãos, 
que os homens são criados pelos Seus ensinamentos. Quando Ele, o Espírito da verdade, 
vem, Suas operações são mais profundas do que isso significa: é uma oposição do coração ao
caminho da salvação que convence o pecador e ao consentimento amoroso que isso lhe 
traz.
Aqueles que nascem numa família cristã e que nunca foram sujeitos à infidelidade ou a 
pecados graves não precisam de ser tão convencidos como os outros. Ou melhor, precisam 
ser convencidos ainda mais, mas em outros aspectos. A sua oposição incrédula a Cristo é 
mais subtil, refinada e oculta do que a dos infiéis declarados. Portanto, eles estão menos 
propensos a suspeitar disso e, conseqüentemente, têm maior necessidade do Espírito Santo
para procurá-los e mostrá-los a si mesmos. Entre aqueles que constantemente se sentam 
sob a pregação do evangelho, mas que mesmo assim permanecem num estado não 
convertido, há poucos que se considerariam inimigos de Cristo. Pelo contrário, gabam-se de
acreditar que estão prontos para se converter a qualquer momento, se for do agrado de 
Deus convertê-los, como diriam.
Eles se veem deitados na piscina, esperando o movimento das águas, mas não fazendo nada
a respeito. Mas “quando vier o Espírito da verdade” (João 16:13), essas coberturas serão 
removidas de nossos rostos e esses abrigos de mentiras cairão. [132]
 CAPÍTULO 07: QUINTO
ARGUMENTO: EXISTEM PUNIÇÕES
Pela incredulidade do
HOMENS
 Deus ameaçou e infligiu os mais terríveis castigos aos
 pecadores por não crerem no Senhor Jesus Cristo
Presumimos que é somente o pecado, e nada além do pecado, que é a causa do castigo 
infligido por Deus. Além disso, nada pode ser considerado pecado que não seja uma 
violação do dever.
Marcos 16:15–16 E ele lhes disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda 
criatura. “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
Esta passagem parece ser um tipo horrível de ultimato ou última resolução. É como se 
nosso Senhor tivesse dito: “Esta é a tua mensagem…
Vá e proclame a todas as nações: 'Quem o receber e se submeter à minha autoridade, 
assegure-lhe que a salvação eterna o aguarda, mas quem a rejeitar, mostre-lhe isto... a 
condenação será sua porção!'”
 Acreditar e não acreditar , nesta passagem, servem para explicar um ao outro. É à fé 
salvadora que a salvação é prometida, e é pela falta desta fé que a condenação está 
ameaçada.
A desobediência e a descrença são a causa da condenação. O Sr. John Brine alegou 
que:
 Assim como não se pode inferir dessa afirmação que a fé dos crentes é a causa da sua 
salvação, também não se pode inferir que a falta dessa fé especial nos incrédulos seja a 
causa segura da sua condenação. Essadeclaração contém os caracteres descritivos dos 
salvos e dos condenados, mas não atribui uma fé especial para ser a causa segura da 
salvação dos primeiros, nem a falta dela para ser a causa segura do condenação dos 
segundos. [133]
Contudo, se aceitássemos este modo de raciocínio, deveríamos considerar muito difícil – se 
não impossível – afirmar o mal de algo como consequência das ameaças de punição de 
Deus contra ele.
Uma infinidade de textos simples das Escrituras, onde o pecado, como qualquer leitor 
comum poderia supor, é ameaçado de punição, não poderia, portanto, fazer com que nada 
fosse ensinado a respeito de ser a causa certa dessa ameaça de punição. Por exemplo:
Salmos 37:18–20 O Senhor conhece os dias dos íntegros, e a sua herança permanecerá 
para sempre. Eles não serão envergonhados em tempos difíceis,
Em dias de fome eles ficarão satisfeitos. Mas os ímpios perecerão, e os inimigos do Senhor 
serão como as flores dos prados; Eles desaparecem, desaparecem como fumaça.
No entanto, também poderia ser dito que, assim como a justiça dos justos não é a causa 
segura do seu gozo de uma herança eterna, também isso não provará que a maldade dos 
ímpios, ou a inimizade dos inimigos do Senhor , é a causa segura de seu consumo. 
Novamente: Salmo 147.6 O Senhor sustenta os aflitos, Mas humilha os ímpios até a terra.
Mas pode-se argumentar que, assim como a humildade do primeiro não é a causa da sua 
exaltação, também não se pode inferir que o mal do segundo seja a causa da sua queda. De 
novo:
Salmo 145.20 O Senhor preserva todos aqueles que O amam, mas destruirá todos os 
ímpios.
Mas pode-se dizer que, assim como o amor de um não é a causa segura de sua preservação, 
também não se pode provar a partir disso que o mal do outro é a causa segura de sua 
destruição, e que essas afirmações contêm apenas “ caracteres descritivos” daqueles que 
são salvos e daqueles que perecem.
Se seguirmos esta interpretação, então quase todas as ameaças de Deus nas Escrituras não 
significariam nada como ameaças , porque a maneira pela qual elas são feitas é a mesma 
das passagens em questão. [134] Por exemplo:
Salmos 120.3-4 O que ele lhe dará e o que ele acrescentará a você, ó língua enganosa? 
Flechas afiadas de guerreiro, Com brasas de zimbro.
Tiago 2.13 Porque o julgamento será sem misericórdia para aquele que não demonstrou 
misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o julgamento.
Hebreus 13.4 Que o casamento seja honroso para todos, e o leito conjugal sem desonra, 
porque Deus julgará os imorais e os adúlteros.
1 Coríntios 6:9–10 Ou vocês não sabem que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não
se deixem enganar: nem os imorais, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os 
efeminados, nem os homossexuais, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, 
nem os caluniadores, nem os vigaristas herdarão o reino de Deus.
Malaquias 4.1 “Porque o dia vem, ardendo como um forno, e todos os orgulhosos e todos 
os que praticam o mal serão como a palha; e o dia que vem os incendiará”, diz o Senhor dos 
Exércitos
“que não lhes deixará nem raiz nem ramo.
Lucas 19:27 “Mas estes meus inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, 
tragam-nos aqui e matem-nos diante de mim.”
Apocalipse 21.8 “Mas os covardes, os incrédulos, os abomináveis, os assassinos, os 
imorais, os feiticeiros, os idólatras e todos os mentirosos terão a sua herança no lago que 
arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte.”
Contudo, afirmam alguns, nenhuma destas terríveis ameaças declara que os respectivos 
crimes mencionados são a causa certa dos males denunciados. Embora se diga sobre a 
“língua enganosa” que “flechas afiadas de um homem poderoso, com brasas de zimbro” 
serão
 dados , não diz que eles serão dados a ele por causa de sua falsidade , e assim por diante a 
partir do resto das passagens. E, portanto, afirmam eles, só podem ser
“caráteres descritivos” daqueles que serão condenados, e todas essas coisas podem, pelo 
que demonstram essas denúncias, ser irrepreensíveis.
Mas, se este raciocínio estiver correto, e seguirmos a sua lógica,
então não se pode inferir que as leis da Inglaterra que declaram que um assassino será 
executado é porque ele é um assassino! Além disso, se fosse esse o caso, nossos primeiros 
pais não poderiam ter inferido com justiça o que lhes foi dito: “No dia em que dele comeres,
certamente morrerás” (Gn 2:17), o que deve ter sido para esse motivo. .
A verdade é que, embora a vida eterna seja um dom de Deus , a morte eterna é o salário 
apropriado do pecado, e embora a fé não seja representada na passagem acima como a 
causa da salvação, a incredulidade é a causa da condenação. É comum que as Escrituras 
descrevam aqueles que serão salvos por algo que agrada a Deus e pelo qual serão reunidos 
para a glória; e aqueles que se perderão por algo que desagrada a Deus e para o qual estão 
preparados para a destruição.
João 3.18 “Quem nele crê não é condenado (julgado); Mas quem não crê já está condenado, 
porque não acreditou no nome do Unigênito (unigênito) Filho de Deus.
Duas coisas podem ser observadas aqui. Primeiro, acreditar é uma expressão de fé 
salvadora, uma vez que está isento de condenação . Em segundo lugar, a falta desta fé é um 
pecado pelo qual o incrédulo é condenado. É verdade que a incredulidade é uma evidência 
de que estamos sob a condenação da justa lei de Deus por todos os nossos outros pecados , 
mas isto não é tudo: a incredulidade é em si um pecado que agrava grandemente a nossa 
culpa e que, se persistir, causa o impacto final. golpe para a nossa destruição. [135] Esta 
ideia é ensinada pelo evangelista em parte por sua permanência na dignidade do 
personagem ofendido - o
“Filho unigênito de Deus” - e em parte por seu acréscimo expresso: João 3.19 “E o 
julgamento é este: que a Luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a 
Luz, porque as suas ações eram más.
 Lucas 19:27 “Mas estes meus inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, 
tragam-nos aqui e matem-nos diante de mim.”
Se Cristo, ao usar a sua coroa mediadora, não tivesse direito à submissão sem reservas e à 
obediência sincera, então ele também não teria o direito de ficar irado; e muito menos para 
punir os homens como Seus inimigos por não estarem dispostos a deixá-Lo reinar sobre 
eles. Ele não teria o direito de reinar sobre eles, pelo menos não sobre seus corações, se não
fosse seu dever obedecê-lo de coração.
Toda a controvérsia, na verdade, poderia ser reduzida a um problema neste argumento. 
Todo pecador deve ser amigo de Cristo, ou seu inimigo, ou permanecer neutro como tal. 
Dizer que ele deve ser seu inimigo é rude demais para ser defendido. Implorar para ser 
neutro é o que nosso Senhor declara impossível: “Quem não está comigo está contra mim” 
(Mt.
12h30). Portanto, não há lugar para outra posição senão a de seu amigo cordial, e esta é a 
clara implicação da passagem.
2 Tessalonicenses 2:10–12 e com todo o engano da iniqüidade para aqueles que estão 
perecendo, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. Por isso Deus lhes
enviará um poder enganoso, para que acreditem na mentira (falsa), para que sejam 
julgados (condenados) todos aqueles que não acreditaram na verdade mas tiveram prazer 
(aprovaram) na iniquidade.
A partir daqui podemos destacar duas coisas: Primeiro, que a fé aqui é chamada de como 
receber o amor da verdade , e que isso significa que a fé salvadora se manifesta quando 
vemos que ela é acrescentada: “Para que sejam salvos. ”
Em segundo lugar, que o facto de não terem recebido o amor da verdade ou, o que dá no 
mesmo, de não terem acreditado com uma fé como aquela à qual é prometida a salvação, foi
a “causa” de serem abandonados por Deus. e carregado com toda a falsidade da injustiça. A 
maneira relaxada e fria com que os cristãos meramente nominais defendiam a verdade 
ocasionou a introdução da grande apostasia papal, pela qual um grande número deles foi 
varrido. E isto, de facto, deveria fornecer uma lição aos cristãos evangélicos nominais dehoje, que, devido à mesma causa, estão rapidamente a aproximar-se da infidelidade. Mas, a 
menos que suponhamos que aqueles que professam a verdadeira religião tenham
 verdadeiramente “receberam o amor da verdade”, não há outra explicação para os 
horríveis julgamentos de Deus sobre eles.
 CAPÍTULO 08: SEXTO
ARGUMENTO: É DEVER DO
OS HOMENS DEVEM OBEDECER
MANDATOS DA NATUREZA
ESPIRITUAL
 Outros exercícios espirituais, que sustentam uma conexão
 inseparáveis da fé em Cristo, são representados como o dever
 dos homens em geral
Embora esta controvérsia tenha sido mantida principalmente no que diz respeito ao dever 
da fé salvadora, na realidade ela se estende a toda a esfera da religião espiritual. Aqueles 
que negam que os pecadores são obrigados a crer em Cristo para a salvação também não 
admitirão que é seu dever fazer algo verdadeira e espiritualmente bom. É uma espécie de 
máxima, com tais pessoas, que “ninguém pode ser obrigado a fazer um exercício de 
natureza espiritual, mas apenas os homens espirituais”, ou seja, os crentes. [136]
 Os exercícios espirituais têm promessas de bênçãos
 espiritual
exercícios ou disciplinas espirituais parecem-me significar o mesmo que os exercícios 
sagrados , pois se diz que o “homem novo”
criado por Deus, é “criado em verdadeira justiça e santidade ” (Efésios 4:24). E
Quanto à existência de dois tipos de verdadeira santidade, creio que as Escrituras são 
silenciosas. Mas como os meus oponentes aderem a ideias diferentes do termo espiritual e 
para evitar todas as disputas sobre o assunto, procederei numa base que eles não 
rejeitarão. A premissa é a seguinte:
 Qualquer coisa que tenha a promessa de bênçãos espirituais é considerada como um 
exercício espiritual .
Com este critério de espiritualidade mencionado, considere cuidadosamente as seguintes 
escrituras:
Provérbios 1:22–23 “Até quando, ó simples, amareis a simplicidade, e os escarnecedores 
se deleitarão na zombaria, e os tolos odiarão o conhecimento? Volte-se para minha 
repreensão, e
Derramarei sobre vocês o meu espírito; Eu vou deixar você saber minhas palavras.
Provérbios 1.7 O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; Os tolos desprezam a 
sabedoria e a instrução.
Provérbios 8:3–6 Junto às portas, na saída da cidade, na soleira das portas, clama: “Ó 
homens, clamo a vós: A minha voz é pelos filhos dos homens. Ó simples, aprendam a 
prudência; E vocês, tolos, aprendam a sabedoria. Ouça, porque falarei coisas excelentes, e 
com o abrir dos meus lábios justiça.
Provérbios 8:10 Receba a minha instrução e não o dinheiro, e
conhecimento antes do ouro escolhido.
Provérbios 8:32–36 Agora, pois, filhos, ouvi-me, pois bem-aventurados aqueles que 
guardam os meus caminhos. Ouça a instrução e seja sábio, e não a despreze . Bem-
aventurado o homem que me escuta, vigiando às minhas portas dia após dia, esperando nos
postos da minha entrada. Porque quem me encontra, encontra a vida
obter o favor do Senhor. Mas quem peca contra mim prejudica a si mesmo; “Todos aqueles 
que me odeiam amam a morte.”
Deuteronômio 10:12 “E agora, Israel, o que o Senhor teu Deus exige de você, senão que 
você tema (reverencia) o Senhor seu Deus, que ande em todos os seus caminhos, que o ame
e que sirva ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma.
Deuteronômio 10:16 “Portanto, circuncida o teu coração e não sejas mais teimoso.
Joel 2.13 “Rasgue o seu coração e não as suas roupas.” Volte agora para o Senhor seu Deus, 
pois Ele é compassivo e gracioso, Lento em irar-se, abundante em misericórdia, E cede em 
infligir o mal.
Mateus 4.17 A partir daí Jesus começou a pregar:
“Arrependam-se, pois o reino dos céus está próximo.”
 Atos 3.19 “Portanto, arrependei-vos e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam 
apagados, para que venham tempos de alívio pela presença do Senhor.
Podemos comentar algumas coisas sobre essas passagens: Primeiro, as pessoas a quem ele 
se dirigiu eram pecadores não convertidos , como aparecem em seus personagens: os tolos, 
os escarnecedores, os que odeiam o conhecimento, os incircuncisos de coração, os 
impenitentes. Em segundo lugar, as coisas para as quais foram exortados eram coisas 
espiritualmente Olá bom . Isto se manifesta, em parte, pelos nomes com que se distinguem 
os exercícios, a saber, o entendimento que se origina no temor do Senhor: tema, ame, sirva 
a Deus de todo o coração e de toda a alma., circuncisão do coração, arrependimento, 
conversão; e, em parte, das bênçãos da salvação que lhes foram prometidas, estas são 
expressas pelos termos: bênção, vida, favor do Senhor, perdão dos pecados.
Vários tipos de exercícios espirituais
1.
 O amor de Deus é um exercício espiritual porque eles têm uma
 promessa de bênção espiritual
Mais particularmente, o amor de Deus é um exercício espiritual, porque tem a promessa de 
bênçãos espirituais. Preste atenção nos seguintes versículos:
Romanos 8:28 E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem 
daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
1 João 4.16 E conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e quem 
permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece nele.
1 Coríntios 2:9 mas como está escrito: “As coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos 
ouviram, nem subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para aqueles que o 
amam”.
 Como vemos, o amor a Deus é exigido dos homens sem qualquer distinção. O povo de 
Israel, como todos os outros, era composto de homens bons e maus, mas todos eram 
obrigados a “amar” a Jeová e a “se apegar” a Ele, e a fazê-lo “de todo o coração e alma”. , e 
mente, e força” (Deuteronômio 6:5; 30:20).
Os requisitos morais daqueles preceitos que Deus lhes deu em tábuas de pedra eram 
mandamentos para toda a humanidade. Mesmo aqueles que não tinham outros meios de 
conhecer a Deus além daqueles permitidos pelas obras da natureza, e com o conhecimento, 
talvez, de uma parte da tradição cristã, foram obrigados a glorificá-lo como Deus e a ficaram
gratos ( cf. Romanos 1:21).
Romanos 1:21 Porque, embora conhecessem a Deus, não o honraram (nem o glorificaram)
como Deus, nem lhe deram graças , mas tornaram-se vãos nos seus raciocínios e os seus 
corações insensatos obscureceram-se.
O amor de Deus, conforme indicado aqui, é uma ação de graças santa pelos incontáveis 
exemplos de Sua bondade, bem como uma aprovação amorosa de Seu caráter glorioso . É 
verdade que existem favores pelos quais o regenerado é obrigado a amá-lo, que não são 
comuns aos não regenerados. No entanto, todos partilharam uma porção suficiente da Sua 
generosidade para terem contraído uma dívida de gratidão para com Ele.
Na verdade, os nossos oponentes geralmente admitem que Deus deve ser amado como 
nosso Criador e Benfeitor, mas isto – eles presumem – não é um exercício espiritual. Existe 
um tipo de gratidão – é concedida – que não é espiritual, mas simplesmente o efeito do 
amor próprio natural, e na qual Deus não é considerado senão subordinado à nossa 
felicidade. Mas isto nem sempre corresponde à concessão de misericórdias temporais.
Os mesmos sentimentos que os israelitas carnais tiveram quando se sentiram libertos do 
jugo do Faraó e viram os seus opressores afundarem-se no mar, continuam a ser os 
sentimentos de muitos que professam a religião evangélica, sob uma persuasão infundada 
de serem escolhidos por Deus e de tendo-lhes perdoado os seus pecados.
Uma gratidão desse tipo não tem nada de espiritual, mas também não faz parte do dever de
amar a Deus. Deus não exige isso, nem do
santos nem pecadores. O que Deus exige é um exercício espiritual , e isso é algo imaterial, 
seja isso feito por causa da misericórdia de Deus nesta vida ou na vida futura. O objeto não 
faz diferença quanto à natureza do ato. Aquela ação de graças com a qual as misericórdias 
comuns da vida são recebidas pelos piedosos, e pela qual eles são santificados para eles ( cf.
1Tm 4.3-5), não é menos de natureza espiritual e não está menos ligada ao eterno. vida do 
que gratidão peloperdão dos pecados.
1 Timóteo 4:3–5 Estes proibirão o casamento e ordenarão a abstinência de certos 
alimentos, que Deus criou para que aqueles que crêem e que conhecem a verdade possam 
comê -los com ações de graças . Porque tudo o que foi criado por Deus é bom e nada deve 
ser rejeitado se for recebido com ação de graças; porque é santificado pela palavra de Deus 
e pela oração.
Este espírito agradecido, em vez de ser uma operação de amor próprio ou de olhar para 
Deus apenas como um instrumento da nossa própria felicidade, consiste em grande parte 
no sentimento de abnegação, ou no sentimento da nossa própria indignidade em relação a 
ele. Sua linguagem é: 2 Samuel 7.18 Então o rei Davi entrou e sentou-se diante do Senhor e
disse: “Quem sou eu, ó Senhor Deus, e qual é a minha casa para que me trouxeste aqui?
Salmo 116.12 O que darei ao Senhor por todos os Seus benefícios para mim?
a santa gratidão , e ser destituído dela é ser “ingrato e profano”.
2.
 A natureza do amor a Deus é principalmente para
 quem ele é em si mesmo
A respeito de uma aprovação amorosa do caráter divino ou glorificando a Deus como Deus , e
que se relaciona com a essência do amor santo, não pode haver dúvida razoável de que é 
obrigatório para os pecadores. Tal é a glória do nome de Deus que nada além do
 A depravação mais indesculpável e profunda poderia tornar qualquer criatura inteligente 
insensível a ela. As partes das Escrituras que descrevem os sentimentos devotos de homens
piedosos, particularmente os Salmos de Davi, estão repletas de expressões de afeto ao 
nome do Senhor.
Salmos 8.1 Ó Senhor, Senhor nosso, quão glorioso é o teu nome em toda a terra, por teres 
manifestado a tua glória acima dos céus!
Salmos 115.1 Não a nós, Senhor, não a nós, mas dá glória ao teu nome, pela tua 
misericórdia, pela tua fidelidade.
Salmos 34.3 Engrandecei comigo o Senhor, e juntos exaltemos o seu nome.
Salmo 68.4 Cantai a Deus, cantai louvores ao Seu nome; Abram caminho para aquele que 
cavalga pelos desertos, cujo nome é o Senhor; regozije-se diante dele.
Salmos 70.4 Alegrem-se e alegrem-se em ti todos os que te buscam; Digam continuamente:
“Que Deus seja engrandecido!” Aqueles que amam a Tua salvação.
Salmos 72.19 Bendito seja o seu nome glorioso para sempre, e toda a terra se encha da sua
glória. Amém e amém.
Este amor ao nome do Senhor, conforme revelado em Sua palavra e obras, e 
particularmente em relação à obra de redenção, é o fundamento do qual surge todo desejo 
genuíno por Sua misericórdia. Se buscamos a misericórdia de alguém cujo caráter não 
apreciamos, fazemos isso simplesmente para o nosso próprio bem. Além disso, se tal 
pessoa conhece os nossos motivos, não podemos esperar ter sucesso em conceder tal 
misericórdia. É isto que nos leva a clamar pelo pecado como pecado, e não simplesmente 
pelos inconvenientes ou consequências a que nos expõe. É isso que torna a salvação por 
meio da Expiação de Cristo tão aceitável ao Pai. Aquele que ama apenas a si mesmo, 
enquanto puder ser salvo, pouco ou nada se importará com a honra da glória de Deus; mas 
aquele que ama a Deus se preocupará com Sua glória. O próprio céu não lhe seria agradável
se a sua entrada nele fosse à custa da justiça. Dr. John Gill escreve:
Deus deve ser amado por quem Ele é em Si mesmo, por causa de Sua própria natureza e das
perfeições dela que O tornam belo e amável, e digno de nosso mais forte amor e afeição. 
Esses atributos são mostrados nas obras da criação e da providência, e especialmente da 
graça, da redenção e da salvação, a tudo o que o salmista valoriza, quando diz: 'Ó SENHOR, 
Senhor nosso, quão glorioso é o Teu nome (natureza e perfeições) em toda parte. a Terra!'
(Salmo 8:1). Assim como Deus é excelente e belo em Si mesmo, imenso para ser louvado e 
grande e majestoso para ser temido, assim também Ele é grande e majestoso para ser 
amado pelo que Ele é em Si mesmo. E este é o amor mais puro e perfeito de uma criatura 
para com Deus, porque se O amamos apenas pela sua bondade, o que Ele faz, por nós, isso é
na verdade amar-nos mais a nós mesmos do que a Ele, ou seja, amá-Lo por nós mesmos, e 
assim amar-nos mais do que a Ele. [137]
Diz-se claramente que este “amor mais puro e perfeito” que é devido a Deus é o dever de 
todos os homens, por mais distantes que estejam do seu cumprimento.
Salmos 96.7-9 Dai ao Senhor, ó famílias do povo, Dai ao Senhor glória e poder. Dai ao 
Senhor a glória devida ao Seu nome; Traga uma oferta e entre em Suas cortes. Adore o 
Senhor com vestes sagradas; Tremam diante de Sua presença, toda a terra.
1 Crônicas 16.28-29 Homenagem ao Senhor, ó famílias do povo, Homenagem ao Senhor 
glória e poder. Dai ao Senhor a glória devida ao Seu nome; Traga uma oferta e venha diante 
dele; Adore ao Senhor na majestade da santidade.
Salmo 100.1 Gritem de alegria ao Senhor, todos os habitantes da terra.
Salmo 148.11–13 Reis da terra e todos os povos; Príncipes e todos os juízes da terra; 
Jovens e também virgens; Os idosos junto com as crianças. Louvem eles o nome do Senhor, 
porque só o seu nome é exaltado; Sua glória está acima da terra e do céu.
Salmo 67.3 Que os povos te dêem graças, ó Deus, Todos os povos te dêem graças.
O fato de o amor de Cristo ser um exercício de natureza espiritual - suponho - já podemos 
considerá-lo um dado adquirido. O
 A graça ou favor de Deus está com todos os que O amam sinceramente ( cf. Efésios 6:24). 
Mas o amor a Cristo é dever de todos a quem o evangelho é pregado. Com base em nenhum 
outro princípio o apóstolo poderia ter escrito como escreveu:
1 Coríntios 16.22 Se alguém não ama ao Senhor, seja anátema. Maranata! (O Senhor está 
vindo!)
É importante notar que esta terrível sentença não é denunciada contra os pecadores por 
odiarem ativamente a Cristo, mas sim passivamente, isto é, por não O amarem. Isto implica 
claramente que o valor e a dignidade do Senhor devem necessariamente ter um lugar nos 
nossos afetos, de modo que, se permanecermos indiferentes para com Ele, essa indiferença 
seria digna da mais forte maldição do Todo-Poderoso no julgamento final.
Paulo parece ter se sentido como um soldado se sentiria em relação aos melhores príncipes
ou comandantes. Se, após o retorno de Davi de seu confronto com Golias, quando as 
mulheres de Israel o elogiaram em suas canções, se algum dos filhos de Belial tivesse falado
dele em linguagem degradante, teria sido natural para qualquer israelita com espírito 
patriótico - profundamente impressionado com a ideia do valor do herói e do serviço que 
prestou ao seu país – expressando-se desta forma: “Se alguém não ama o filho de Jessé, seja 
expulso do meio das tribos de Israel! ” [138] Desse tipo eram os sentimentos do apóstolo 
em relação à humanidade. Ele serviu ao seu Senhor e Salvador por muitos anos, e agora, 
consciente em um grau muito elevado da glória e da beleza de Seu caráter, ele não tem 
escrúpulos em dizer que o homem que não O ama “é amaldiçoado!”
3.
O temor de Deus é um exercício de natureza espiritual
 O temor de Deus é um exercício espiritual porque tem a promessa de bênçãos espirituais (
cf. Sal. 34:7, 9; 103:11, 13, 17).
Salmos 34:7-9 O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os resgata. 
Experimente e veja que o Senhor é bom. Como
 bem-aventurado o homem que Nele se refugia! Temei ao Senhor, vós, seus santos, pois 
nada falta aos que o temem.
Salmos 103:11-13, 17 Pois tão alto quanto os céus estão acima da terra, tão grande é a Sua
misericórdia para com aqueles que O temem (reverenciam). Assim como o Oriente está 
longe do Ocidente, ele removeu de nós as nossas transgressões. Como um pai tem 
compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão daqueles que O temem... Mas a 
misericórdia do Senhor é de eternidade em eternidade, para aqueles que O temem, E Sua 
justiça para os filhos dos filhos.
Contudo, este medo é também um dever exigido de todos os homens, e isto sem distinção 
de serem regenerados ou não. Examine os seguintes versículos:
Deuteronômio 5.29 'Oh, se eles tivessem um coração tal que metemessem e sempre 
guardassem todos os meus mandamentos, para que isso fosse bom para eles e seus filhos 
para sempre!
Salmos 33.8 Toda a terra tema ao Senhor; Deixe todos os habitantes do mundo tremerem 
em Sua presença.
Salmos 76.11 Faz votos ao Senhor teu Deus e cumpre- os ; Todos os que estão ao Seu redor
trazem presentes Àquele que deve ser temido.
Jeremias 10.7 Quem não te temerá, ó Rei das nações?
Porque isso é devido a você. Porque entre todos os sábios das nações, e em todos os seus 
reinos, não há outro semelhante a ti.
Eclesiastes 5.7 Porque em muitos sonhos e em muitas palavras há vaidades; Você, 
entretanto, teme (reverencia) a Deus.
Eclesiastes 12.13 A conclusão, quando tudo foi ouvido, é esta: Teme a Deus e guarda os 
seus mandamentos, porque isto diz respeito a cada pessoa.
Deuteronômio 31:12–13 “Reúna o povo, homens, mulheres e crianças, e o estrangeiro 
que está em sua cidade, para que ouçam, aprendam a temer ao Senhor seu Deus, e tenham 
o cuidado de observar todas as palavras deste lei. “E teus filhos, que não o sabem , ouvirão 
isso e aprenderão a temer ao Senhor teu Deus, enquanto viverem na terra para onde vais , 
atravessando o Jordão para possuí-la.”
 Salmos 2:11 Adorai ao Senhor com reverência e exultai com tremor.
Apocalipse 14:6-7 Então vi outro anjo voando pelo meio do céu, o qual tinha um 
evangelho eterno para anunciar aos que habitam na terra e a toda nação, tribo, língua e 
povo, que disse em alta voz: “Temei (Reverenciai) a Deus e dai-Lhe glória, porque chegou a 
hora do Seu julgamento. “Adore aquele que fez o céu e a terra, o mar e as fontes das águas.”
Apocalipse 15.4 Ó Senhor! Quem não temerá e glorificará o Teu nome? Pois somente você 
é santo; Pois todas as nações virão e adorarão na tua presença, pois os teus justos 
julgamentos foram revelados.”
Romanos 3:18 Não há temor de Deus diante dos seus olhos.”
A referência do apóstolo ao dizer que “não há temor de Deus diante dos seus olhos” 
significa que essas pessoas estavam sob o domínio dos seus próprios desejos e depravação.
Pode-se objetar que as Escrituras distinguem entre aquele medo santo de ofender a Deus - 
que é específico de Seus filhos - e um mero medo da miséria das consequências 
ameaçadoras do pecado que é encontrado nos ímpios. Não há dúvida de que existe um 
temor de Deus que não é espiritual. Tal foi o do servo preguiçoso, e o mesmo é encontrado 
em hipócritas e demônios ( cf. Lucas 19:21; Tiago 2:19).
Tiago 2.19 Você acredita que Deus é um (que só existe um Deus).
Faz bem; Até os demônios acreditam e tremem.
Porém, isso não faz parte do dever, mas da punição. Deus não exige isso, nem dos santos 
nem dos pecadores. O que Ele exige é o temor de uma natureza santa — conforme expresso
nas passagens citadas acima — que seja espiritual e tenha a promessa de bênçãos 
espirituais.
Assemelha-se ao de um filho obediente ao pai e, portanto, é apropriadamente chamado de 
filial . E embora ninguém possua esse tipo de medo, exceto os filhos de Deus, é porque 
ninguém mais possui o espírito correto.
4.
 O arrependimento é um exercício espiritual
 O arrependimento , ou tristeza piedosa pelo pecado, é um exercício espiritual porque está 
repleto de promessas de bênçãos espirituais para aqueles que procedem com isso. 
Contudo, o arrependimento é um dever exigido de todo pecador. Examine os seguintes 
versículos: Mateus 4.17 A partir de então Jesus começou a pregar:
“Arrependam-se, pois o reino dos céus está próximo.”
Atos 3.19 “Portanto, arrependei-vos e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam 
apagados, para que venham tempos de alívio pela presença do Senhor.
Tiago 4.8–10 Aproxime-se de Deus e Ele se aproximará de você.
Limpem as mãos, pecadores; e vocês, de mente dobre (duvidosos), purifiquem seus 
corações. Sofra, lamente e chore. Que o seu riso se transforme em lamento e a sua alegria 
em tristeza. Humilhe-se na presença do Senhor e Ele o exaltará.
A “dureza de coração” que nosso Senhor encontrou nos judeus, e que é o oposto do 
arrependimento, “angustiou-o”; o que não o teria afligido, se a falta de arrependimento não 
tivesse sido seu pecado ( cf. Sr.
3:5). Finalmente, um coração duro e impenitente acumula ira para o dia do ira , mas a 
impenitência não pode ser um pecado se a penitência não for um dever ( cf. Romanos 2:5).
Marcos 3:5 E olhando com raiva para os que estavam ao seu redor, e entristecido pela 
dureza de seus corações, disse ao homem:
“Estenda sua mão.” E ele estendeu-o, e a sua mão ficou curada.
Romanos 2:5 Mas por causa da sua teimosia e do seu coração impenitente, você está 
acumulando ira para si mesmo no dia da ira e da revelação do julgamento justo de Deus.
Admite-se que o arrependimento, como todos os outros exercícios espirituais, também 
pode ser falsificado, tornando-se um exercício não-espiritual. Contudo, este falso 
arrependimento não é o que Deus exige das mãos dos santos ou pecadores. O que é 
chamado de arrependimento natural – e às vezes legal – é simplesmente uma tristeza 
devido às consequências do pecado, e não ao pecado em si. Tal foi o arrependimento de 
Saulo e Judas.
 Para fugir do argumento oriundo dos discursos de João Batista, Cristo e Seus apóstolos, 
que exortaram o povo judeu a
“arrependam-se e creiam no evangelho”, alguns alegaram que este era apenas um 
arrependimento exterior e reconhecimento da verdade para a qual foram exortados, e não 
um tipo de arrependimento que é espiritual ou que tem a promessa de bênçãos espirituais. 
Mas seria difícil, se não impossível, provar que tal arrependimento e fé meramente 
externos são exigidos dos pecadores em qualquer parte das Escrituras, ou que são 
consistentes com os atributos divinos que os exigem. Um arrependimento externo e uma 
simples reforma de conduta, diferentemente daquela que consiste em tristeza piedosa, é 
apenas arrependimento na aparência .
Alguns argumentam a respeito desse aparente arrependimento, que qualquer que seja a 
tristeza que haja na pessoa, ela não se deve ao pecado, mas sim às consequências de seus 
atos. Contudo, supor que era a esse tipo de arrependimento que Cristo ou Seus servos se 
referiam traz-lhes uma desonra infinita. Nada mais é do que supor que eles traíram a 
autoridade de Deus sobre o coração humano, que aprovaram a hipocrisia e que deram 
conselhos aos pecadores que, mesmo que os pecadores os tivessem seguido, ainda assim os
deixariam expostos. para a destruição, eterna.
Foi alegado que o caso dos ninivitas foi um exemplo de que o arrependimento era dever 
dos homens em geral, e que era isso que Cristo e seus apóstolos exigiam dos judeus. Não sei
se o arrependimento dos ninivitas foi genuíno ou se estava relacionado com bênçãos 
espirituais, e os meus oponentes não sabem se não foi.
Provavelmente o arrependimento de alguns deles foi genuíno, enquanto o da maioria só 
poderia ser entendido como uma conformidade com as ordens do governo ou, no máximo, 
simplesmente como um efeito do terror. Mas fosse o que fosse, mesmo que o 
arrependimento de nenhum deles fosse genuíno, o objetivo professado era o 
arrependimento. piedoso pelo pecado ; e se Deus tratou com eles supondo que eram sinceros
e se arrependeram do mal que ele havia ameaçado, não foi mais do que fez com Faraó, 
Abias, Acabe e outros. [139]
Êxodo 8:8–9 Então Faraó chamou Moisés e Arão e disse:
“Ore ao Senhor para tirar as rãs de mim e do meu povo, e eu deixarei o povo ir oferecer 
sacrifícios ao Senhor.” Moisés disse
ao Faraó: “Digna-te dizer-me quando devo orar por ti, pelos teus servos e pelo teu povo, 
para que as rãs sejam retiradas de ti e das tuas casas e fiquem apenas no rio.”
É uma conclusão muito ruim tirar de sua conduta dizer que seu arrependimento foi aquilo 
que Deus aprovou e tudo o que Ele exigiu de suas mãos. Longe disso, não deveria haver 
nada em nenhum deles que pudesse aprovar Aquele que busca os corações. E
embora talvez por razões sábias, conhecidas apenas por Deus, Ele possa ter ignorado tal 
hipocrisia e tratado-os como se estivessem sob a suposição de que seu arrependimentoera 
o que eles professavam ser, ainda assim Deus reserva para Si mesmo o direito de julgá-los 
no julgamento final de acordo com às suas obras.
O objetivo da pregação de João Batista não era efetuar uma mera reforma externa da 
moralidade, mas “converter os corações dos pais aos filhos, e os desobedientes à sabedoria 
dos justos, para preparar um povo pronto para o Senhor” ( Lucas 1:17). Tal foi o efeito que 
o seu ministério, e o de Cristo e o dos apóstolos, realmente produziram, e o 
arrependimento ao qual chamavam os pecadores era o pré-requisito para o batismo 
cristão, uma vez que tinha a promessa da remissão dos pecados.
Marcos 1.4 João Batista apareceu no deserto pregando (proclamando) o batismo de 
arrependimento para o perdão dos pecados.
Atos 2:38 Então Pedro lhes disse: “ Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em 
nome de Jesus Cristo, para perdão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito 
Santo.
O apóstolo Paulo implica claramente que devemos arrepender-nos de todo falso 
arrependimento, exceto aquele que produz tristeza segundo Deus e que ele chama de 
arrependimento para a salvação . É a mera tristeza de mundo que produz a morte ( cf. 2Co 
7.10).
2 Coríntios 7:10 Pela tristeza que é segundo a vontade de Deus produz um 
arrependimento que leva à salvação, sem deixar arrependimento; mas a tristeza do mundo 
produz a morte.
Neste versículo, aquilo de que os pecadores se arrependem não pode ter sido algo 
ordenado por Deus, nem constituir de forma alguma parte dos deveres do pecador. O dever
de todo transgressor é arrepender-se de coração por ter pecado.
5.
 A humildade é um exercício espiritual
 Modéstia ou humildade de pensamento é uma disposição espiritual e tem a promessa de 
bênçãos espirituais. Examine os seguintes versículos:
Salmo 138.8 O Senhor cumprirá o Seu propósito em mim; Eterna, ó Senhor, é a tua 
misericórdia; Não abandones as obras das tuas mãos.
Tiago 4.6 Mas Ele dá maior graça. É por isso que diz: “Deus resiste aos orgulhosos, mas dá 
graça aos humildes”.
Mateus 5.3 “Bem-aventurados (felizes) os pobres de espírito, porque deles é o reino dos 
céus.
Este é um dever exigido de todos os homens.
Tiago 4.8–10 Aproxime-se de Deus e Ele se aproximará de você.
Limpem as mãos, pecadores; e vocês, de mente dobre (duvidosos), purifiquem seus 
corações. Sofra, lamente e chore. Que o seu riso se transforme em lamento e a sua alegria 
em tristeza. Humilhe-se na presença do Senhor e Ele o exaltará.
A humildade não consiste em pensar que somos mais ou menos do que realmente somos, 
do que é verdade. A diferença entre quem é humilde e quem é orgulhoso reside nisto: um 
pensa de si mesmo de forma justa ou correta e o outro injustamente. O cristão mais 
humilde só pensa em si mesmo “com bom senso, como deve pensar” ( cf. Romanos 12:3).
Todos os exemplos registrados de humildade de pessoas piedosas nas Escrituras são 
apenas muitos exemplos de um espírito correto , um espírito que conhece o seu lugar. Davi 
diz:
2 Samuel 15:25-26 Então o rei disse a Zadoque: “Traga a arca de Deus de volta à cidade. Se
eu achar favor aos olhos do Senhor, Ele me trará de volta e me mostrará a arca e a Sua 
morada. “Mas se Ele disser assim: ‘Não tenho prazer em você’, veja, aqui estou, deixe-o 
fazer comigo o que lhe parecer bem.”
Isto era muito diferente do espírito de Saul, seu antecessor, quando foi informado da perda 
do reino. O dever de Saul era aceitar o que lhe foi dito, assim como o de Davi; no entanto, 
toda a sua oposição orgulhosa e rebelde apenas serviu para aumentar a sua culpa e miséria.
O publicano teria se tornado fariseu se não tivesse percebeu que ele era um pecador.
6.
 A vida eterna é a promessa de todos os exercícios
espiritual
Finalmente, se tudo o que tem a promessa de bênçãos espirituais é um exercício espiritual, 
então tudo o que é certo ou que estar de acordo com os mandamentos divinos é um exercício 
espiritual, porque as Escrituras prometem uniformemente vida eterna a cada um desses 
exercícios. Aqueles que “praticaram o bem” sairão para a ressurreição da vida ( cf. Jo 5,29). 
Aquele que “pratica a justiça é justo” (1Jo 3:7). A entrega de um
“copo de água fria” (Mt. 10:42) a um discípulo de Cristo porque pertence a Ele será seguido 
pela recompensa do discípulo. Além disso, uma “bênção” é pronunciada sobre aqueles que 
não encontram Nele nenhuma pedra de tropeço ( cf. Mt. 11:6; Lucas 7:23). Mas embora 
essas coisas sejam espirituais e sejam exigidas dos piedosos, da mesma forma também são 
exigidas dos ímpios. Será que estão dispensados do “bem”, de “fazer o que é certo”, de dar 
“um copo de água” a um discípulo de Jesus porque lhe pertence? Muito menos, será que 
lhes é permitido encontrar Nele uma pedra de tropeço?
Se a lei de Deus for espiritual e permanecer em pleno vigor como um padrão de obrigação - 
e se os homens, embora não convertidos, não tiverem conformidade real com ela; se a 
regeneração está escrita sobre o coração, ou a renovação da alma para um espírito correto -
então todas essas coisas são claras e consistentes umas com as outras. Isto deve ser para a 
mesma coisa, em diferentes aspectos, “o dever do homem e o dom de Deus”. O
 A posição que defendo é a mesma que o esclarecido Dr. John Owen estabeleceu 
plenamente. [140] O Dr. Owen ainda aponta que aquele que ignora este ensinamento deve 
aprender um dos primeiros princípios da religião cristã. Em suma, isto é reconhecer 
claramente o que as Escrituras ensinam a respeito da obra do Espírito Santo, o que elas 
chamam de:
Isaías 48:17 Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel:
“Eu sou o Senhor teu Deus, que te ensina para o teu benefício, que te guia no caminho em 
que deves andar.
Mas se o que é dado pelo Espírito Santo é algo diferente em sua natureza daquilo que é 
exigido nos preceitos divinos, não vejo o que deve ser feito com as Escrituras, nem como é 
que a justiça , a bondade ou qualquer outra coisa que é exige dos homens, deve ser 
acompanhada, tal como é, da promessa da vida eterna.
 PARTE TRÊS: RESPOSTAS A
OBJEÇÕES COMUNS
 CAPÍTULO 09: SOBRE O
RELAÇÃO DE IMPUTAÇÃO DE
O PECADO E O DEVER DE TODOS
HOMENS EXERCITAM FÉ EM
CRISTO
As principais objeções feitas ao que é explicado na segunda parte deste livro são tiradas da 
natureza da santidade original no Jardim do Éden, isto é, na forma como existiu em nossos 
primeiros pais; também em relação aos decretos divinos, à redenção particular, à aliança 
das obras, à incapacidade ou depravação total do homem, à forma como o Espírito atua e à 
necessidade de um princípio divino para crer.
Penso que é necessário mencionar, pelo menos para o bem daqueles que constantemente 
me criticaram que a posição que defendo leva inevitavelmente ao arminianismo, para dizer 
que a maioria destas objecções foram originalmente levantadas pelos arminianos .
Ou seja, essas críticas foram feitas, e são substancialmente as mesmas, que aquelas feitas 
pelos teólogos arminianos em diversas controvérsias com os principais escritores 
calvinistas, como pode ser visto nos principais escritos dos referidos teólogos calvinistas 
sobre este tema. Foram precisamente esses escritos que selecionei as respostas aqui 
oferecidas. [141]
Este facto foi, aliás, reconhecido pelo Sr. Brine, que, no entanto, considera as respostas 
dadas insuficientes e, por isso, prefere outras a elas. [142]
Também vale a pena considerar se as objecções decorrentes de temas como os acima 
mencionados, nos quais podemos ir além da nossa
profundidade, eles devem pesar o grande conjunto de evidências que foram aduzidas das 
declarações e preceitos das Sagradas Escrituras. E se, por causa da escuridão, não 
conseguíssemos determinar a natureza precisa dos princípios dos nossos primeiros pais? É
verdade que pouco sabemos sobre a pureza original. Nossas almas desordenadas são 
incapazes de formar idéias justas sobre um estado tão glorioso. Tentar, portanto, 
estabelecer os limites das suas obrigações, através de uma investigação abstrata sobre a 
natureza das suas capacidades e princípios,seria impróprio. E mais ainda, fazer dele o meio
pelo qual julgar os nossos deveres e obrigações.
O caráter de Deus e o testemunho das Escrituras
Existem apenas duas maneiras pelas quais podemos julgar tal assunto: uma é a partir do 
caráter do Criador e a outra a partir do testemunho das Escrituras .
Da primeira podemos inferir a perfeita pureza original da criatura, como vinda das mãos de
Deus; mas nada pode ser concluído de sua incapacidade de acreditar em Cristo, se ele 
estivesse nas circunstâncias que o exigiam. Quanto a este último, a única passagem que me 
lembro de ter visto citada para este propósito é 1 Coríntios 15:47: “O primeiro homem era 
da terra, terreno”, uma passagem da qual o Sr. Johnson, de Liverpool, supostamente prova a
mundanidade de a mente ou princípios de Adão.
1 Coríntios 15:47–49 O primeiro homem é da terra, terreno (feito do pó); o segundo 
homem é do céu. Assim como é o terreno, assim também são aqueles que são terrenos; e 
assim como ele é celestial, também o são aqueles que são celestiais. E assim como 
trouxemos a imagem do terreno, também traremos a imagem do celestial.
No entanto, o Sr. Brine já refutou isso suficientemente, mostrando que esta proposição 
divina está em relação à natureza do corpo e não às obrigações de nosso primeiro pai, Adão.
[143] E
Isso também é explicado pelo Dr. John Gill.
No que diz respeito à doutrina dos Decretos Divinos , etc., é um fato confirmado que a 
grande maioria dos teólogos que afirmaram a
a doutrina da predestinação e os decretos divinos também afirmaram que é dever de todo 
homem arrepender-se e ter fé. Nem Agostinho nem Calvino, que em sua época defenderam 
a predestinação e outras doutrinas relacionadas a ela, parecem ter pensado em negar que é 
dever de todo pecador que ouviu o evangelho arrepender-se e crer em Jesus Cristo. Nem os 
outros reformadores, nem os puritanos do século XVI, nem os teólogos do Sínodo de Dort 
(que se opuseram a Armínio), nem qualquer um dos teólogos não-conformistas do século 
XVII, até onde tenho conhecimento dos seus escritos, já duvidou sobre esse assunto. Mesmo
os escritos do próprio Calvino seriam agora considerados arminianos por um grande 
número de nossos oponentes! Admito que os princípios aqui defendidos possam ser 
inconsistentes com a forma como alguns concebem as doutrinas da graça, embora os 
principais defensores dessas doutrinas tenham defendido os mesmos princípios que eu 
defendo. Não estou de forma alguma afirmando que uma pessoa deva construir a sua fé na 
autoridade de grandes homens de Deus do passado. No entanto, o facto de todos terem 
acreditado no que defendo deveria ser mais do que suficiente para silenciar esse tipo de 
oposição contra eles, que têm um grande nome e reputação.
No entanto, mesmo que se admitisse que existe uma dificuldade em conciliar estas 
questões, isso não significaria de forma alguma que deveríamos rejeitar qualquer uma 
destas doutrinas. Se eu encontrar duas doutrinas afirmadas ou implícitas nas Escrituras 
que parecem colidir uma com a outra ao meu simples entendimento, então não devo 
abraçar uma e rejeitar a outra por causa de sua suposta inconsistência, porque, da mesma 
forma, outra pessoa pode abraçar o que Eu rejeito e rejeito o que aceito, e digo que você 
tem a mesma autoridade bíblica para sua fé, como eu tenho para a minha. [144] No entanto,
desta forma muitos agiram em ambos os lados do debate.
Alguns, tomando como padrão os preceitos gerais e os convites das Escrituras, rejeitaram a 
doutrina da graça discriminativa. [145]
Outros, tomando as declarações de salvação para todos através das lentes do amor eletivo e
redentor, negam que todos os pecadores, sem distinção, sejam chamados a crer para a 
salvação de suas almas. [146] Portanto, ouvimos falar de textos calvinistas e arminianos , 
como se esses líderes tivessem concordado em dividir as Escrituras entre si, com uma série
de textos para alguns e outra para outros.
A verdade é que há duas maneiras de abordar isso: uma é rejeitar ambos e a Bíblia com eles
por causa de suas inconsistências, e a outra é abraçá-los concluindo que, como ambos são 
revelados nas Escrituras, ambos são verdadeiro e consistente., e que é devido à escuridão e 
à incapacidade de nossa compreensão que não podemos conciliar isso. Estas excelentes 
linhas do Dr. Watts em seu Hino sobre a Eleição merecem a meditação e aprovação de todo 
coração piedoso:
Mas, ó minha alma, uma verdade tão resplandecente como esta, deve sem dúvida 
deslumbrar e confundir a tua visibilidade,
Mesmo assim, o que está escrito você deve obedecer,
E o grande dia decisivo o aguarda. [147]
Se as verdades sobre as quais discutimos tão ardentemente fossem uma realidade maior 
em nossas vidas, isso nos levaria a suspeitar ainda mais de nosso próprio raciocínio e a nos 
submeter à sabedoria de Deus. Abraão, esse exemplo de fé, poderia ter feito algumas 
objeções à ordem de oferecer seu filho, devido à sua inconsistência com a promessa de 
Deus, e poderia ter tentado encontrar algum outro significado para os termos, 
reinterpretando-os, porque caso contrário ele encontraria Pareceria ilógico. No entanto, ele
“creu em Deus” (148) e permitiu que Deus reconciliasse Sua promessa com Seus preceitos. 
Não cabia a ele discutir, mas obedecer.
Romanos 4:20–22 Porém, em relação à promessa de Deus, Abraão não vacilou na 
incredulidade, mas foi fortalecido na fé, dando glória a Deus, estando plenamente 
convencido de que o que Deus havia prometido, ele também era capaz de cumprir. Portanto
também a sua fé lhe foi imputada como justiça.
Estas observações gerais que acabo de apresentar, contudo, não são apresentadas para 
desviar a atenção das diversas objeções, mas antes como uma preparação para elas.
 Sobre a santidade original que Adão e Eva possuíam em seu estado de inocência
A objeção apresentada derivada deste tópico tem a seguinte forma, usando as palavras do 
Sr. Brine:
O princípio de santidade que era natural para Adão e com o qual ele foi criado, não era 
apropriado para viver para Deus através de um mediador.
E, embora fosse perfeito, esse tipo de vida estava além de seus poderes. Portanto, visto que 
ele em estado de integridade não tinha a capacidade de viver para Deus de acordo com a 
natureza da nova aliança, entende-se que seus descendentes, que estão por natureza na 
primeira aliança, não são ordenados a viver para Deus dessa forma ou, em outras palavras, 
vivendo pela fé em Deus através de um mediador. [149]
O peso total da objeção baseia-se nas duas primeiras premissas, que são meras afirmações 
sem qualquer fundamento. Isso ocorre porque nenhuma prova de sua veracidade é 
oferecida. Que evidência bíblica existe de que “o princípio de santidade que era natural 
para Adão e com o qual ele foi criado não era apropriado para viver para Deus através de 
um mediador”? É verdade que as suas circunstâncias eram tais que ele não precisava de um
mediador, mas isso não significa que ele fosse incapaz de precisar de um.
Uma pessoa, embora mantenha sua lealdade ao Rei, não precisa de um mediador para se 
aproximar do trono. Contudo, se você foi ofendido, as circunstâncias mudam, mas uma 
mudança nas circunstâncias não exigiria uma mudança nos princípios originais. Pelo 
contrário, o mesmo princípio de afeto leal que o induziu a aproximar-se do trono enquanto 
era inocente com modesta confiança, induzi-lo-ia, depois de ter ofendido, a aproximar-se 
dele com penitência ou, o que dá no mesmo, a lamentar de coração o que ele tinha feito. 
feito. Se estivesse por perto o mediador, com cuja interposição o soberano se declarasse 
satisfeito, ele o levaria ao mesmo tempo a implorar perdão em seu nome.
Se Caim tivesse vivido antes da queda, Deus não teria ficado ofendido ao trazer uma oferta 
não-sacrificial. Porém, depois daquele acontecimento e da promessa da Semente da 
mulher, junto com a instituição dos sacrifícios, tal conduta foi altamente ofensiva, pois não 
estava de acordo com o que
que Deus havia ordenado. Foi o mesmo que ignorar o avisoe a promessa. Trate o primeiro 
como se não significasse nada e o segundo como uma questão sem importância. Era como 
se ele estivesse praticamente dizendo o seguinte: “Deus não está falando sério. Não há 
grande mal no pecado, nem qualquer necessidade de expiação. Se eu vier com minha oferta,
certamente serei aceito e meu Criador se sentirá honrado”. Esta é ainda a linguagem de um 
coração que tenta justificar-se.
Contudo, vale a pena perguntar: É assim que os descendentes de Adão são obrigados a se 
aproximar do Deus ofendido, mesmo enquanto estão sob esta “primeira aliança” (ou 
melhor, enquanto esperam em vão pela promessa? da primeira aliança depois de terem 
quebrado suas condições)? [150] Se, como argumenta o Sr. Brine, o princípio de inocência 
de Adão não era apropriado para viver para Deus através de um mediador, e se este é então
o padrão de conduta para com seus descendentes físicos, então sem Ele certamente não 
deveria ser seu dever adorar a Deus, ou adorá-Lo como Caim fez - sem qualquer respeito 
por um sacrifício expiatório estabelecido por Deus. Pelo contrário, não há razão para 
concluir que o caso de Caim e Abel foi concebido para ensinar à humanidade, desde o início 
do mundo, a determinação de Deus de não ter comunhão com os pecadores, exceto através 
de um mediador e que todos tentariam se aproximar Dele? de qualquer outra forma ser 
vaidoso e presunçoso? [151]
É verdade que o homem em seu estado de inocência não poderia se arrepender do pecado 
ou crer no Salvador, porque ele não tinha pecado do qual se arrepender, nem nenhum 
Salvador foi revelado ou necessário naquele momento. Contudo, também é igualmente 
verdade que o homem depois da queda foi incapaz de arrepender-se naturalmente com 
tristeza pelo pecado, nem os seus descendentes o são. No entanto, isso não significa que não
fosse dever após a queda acreditar na promessa do Evangelho, assim como também é dever
de seus descendentes acreditar nessa promessa, e de todos os que a ouvem. [152]
Poderíamos acrescentar que Adão, por exemplo, não tinha o dever de cumprir os mandatos
exigidos a um pai, porque não tinha filhos para educar; nem ele poderia ter pena ou aliviar 
os pobres e necessitados, porque não havia pobres e necessitados de quem tivesse pena ou 
se aliviasse. Contudo, de forma alguma alcançaríamos
 a conclusão de que seus descendentes estariam isentos desses deveres.
Dr. John Gill escreve sobre este tópico:
Não se pode negar que Adão, num estado de inocência, tinha a capacidade de acreditar em 
Cristo, e certamente acreditou Nele como a segunda pessoa da Trindade e como o Filho de 
Deus. Isto porque o Filho, juntamente com as outras pessoas da Trindade, foram o seu 
Criado e Sustentador... E não crendo Nele como o Mediador, o Salvador e Redentor, não 
surgiu de qualquer defeito de capacidade em ele, mas sim do estado, da condição e da 
situação em que ele ele encontrou e a natureza da revelação que lhe foi feita , porque Adão 
sem dúvida tinha o poder de acreditar em cada palavra de Deus ou em qualquer revelação 
que lhe foi dada ou poderia ser dada. [153]
O leitor perceberá a origem desta objeção se observar o capítulo 8.
do livro do erudito Dr. John Owen intitulado: “Uma Exposição do Arminianismo . ” Nele, 
Owen reclama da tentativa dos Arminianos de: Colocar nossos primeiros pais, desde o 
momento de sua formação, na mesma condição em que estamos comprometidos hoje por 
causa da natureza corrupta. [154]
Owen menciona várias máximas e proposições do Arminianismo em seu livro. Dois deles se
destacam dos demais. A primeira é a dos Remonstrantes em sua Apologia, e a outra é a dos 
seis interlocutores Arminianos em Haia (Holanda). Owen escreve sobre o que foi dito pelos 
Remonstrantes: “a vontade do homem nunca teve dotações espirituais” [155]. A respeito do
que afirmam os Arminianos, o estudioso Owen escreve que eles afirmam que “na morte 
espiritual devido ao pecado não há dons espirituais faltando na vontade do homem, porque
eles nunca existiram”. [156] Depois de analisar seus argumentos, o Doutor Owen conclui 
ironicamente que: Em resumo, o que eles afirmam é que o homem foi criado com uma 
natureza não apenas fraca e imperfeita, isto é, incapaz devido à sua força e dotes inatos de 
alcançar aquele fim sobrenatural. para o qual foi criado e para o qual foi ordenado a 
procurar, mas também foi criado
depravado com um amor e desejo por coisas repugnantes à vontade de Deus, por uma 
inclinação inata ao pecado! Não é apropriado neste lugar mostrar como eles diminuem 
aqueles dons com os quais não podem negar que ele [Adão] foi dotado e também negar ao 
mesmo tempo aqueles que ele tinha - como um poder para acreditar. em Cristo ou aceitar 
qualquer verdade que Deus lhe revelou. E, embora segundo eles Adão não tivesse esse 
poder, eles, no entanto, concedem esse privilégio a cada um de sua posteridade, mesmo 
naquela condição depravada da natureza através do pecado que [Adão]
Ele colocou sobre si mesmo e sobre nós. Todos nós temos agora - nós eles dizem – um poder
em nós para acreditar em Cristo, isto é, Adão, por sua queda, obteve um dom sobrenatural 
muito mais excelente do que ele tinha antes! [157]
Podemos admitir que existem diferenças entre o padrão moral original de santidade de 
Adão no seu estado de inocência e o dos crentes de hoje. No primeiro caso, isso foi 
produzido através de uma expressão de pureza do Criador; no segundo, é uma expressão 
de sua graça. Aquilo que originalmente poderia ser perdido está agora garantido através de
uma promessa. No primeiro, essa pureza era exercida por meio da contemplação e da 
adoração a Deus como Criador e Preservador. No segundo, não apenas em relação a esses 
atributos, mas também como o Deus da sua salvação.
O mesmo é observado em relação à promessa de vida a Adão se ele obedecesse, e depois 
em relação ao que seria desfrutado por meio de um Mediador. Esta última promessa é 
maior que a primeira, porque Cristo veio não só para nos trazer vida, mas para que a 
tenhamos.
“em abundância” (João 10:10). [158] Mas essas diferenças são meramente circunstanciais 
e, portanto, não afetam o argumento. A alegria dos anjos aumenta grandemente com a 
redenção do homem, mas isso não significa que os seus padrões morais sejam diferentes 
dos que eram antes desse evento. Para o crente, uma vida de alegria no céu é muito mais 
gloriosa do que uma vida de comunhão com Deus na terra. No entanto, os padrões morais 
dos crentes na terra e dos crentes no céu não são de natureza diferente , mas, pelo 
contrário, estão sujeitos aos mesmos padrões.
 1.
 Os padrões morais, ou mandamentos de santidade, são
essencialmente igual a Adão e sua posteridade
Concluo que os padrões morais para Adão e aqueles que ele estabelece nos crentes são 
essencialmente os mesmos, pelas seguintes razões:
[159]
(1) Primeiro, ambos são formados segundo a mesma semelhança , a imagem de Deus.
Gênesis 1.27 Deus criou o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e 
mulher ele os criou.
Efésios 4:24 E revesti-vos do novo homem, que, no semelhança de Deus, foi criado na 
justiça e na santidade da verdade.
Se Deus é imutável em Sua natureza, o que é criado de acordo com Seu desígnio deve ser o 
mesmo em substância em todos os momentos e em todas as circunstâncias. Não pode haver
duas imagens especificamente diferentes do mesmo original, mas existe essencialmente 
apenas uma imagem.
(2) Em segundo lugar, ambos têm que estar em conformidade com o mesmo padrão , a lei 
moral de Deus.
Suponho que o espírito e a conduta do homem em estado de inocência não eram nem mais 
nem menos do que uma perfeita conformidade com esta lei. O mesmo se pode dizer do 
espírito e da conduta de Jesus Cristo, que era perfeito em relação à Lei, na medida em que 
era a nossa. exemplo, ou o modelo com o qual somos formados.
A lei de Deus estava dentro de Seu coração. Seu comer e beber era para fazer a Sua vontade 
( cf. Jo 4.34). Tornou-se o “fim da lei para a justiça”
(Romanos 10:4), mas não parece ter ido além disso. A superioridadeda Sua obediência à de
todos os outros não residia em fazer mais do que a lei exigia, mas na dignidade da Sua 
pessoa, que dava valor infinito a tudo o que Ele fazia. Mas se tal era o espírito e a conduta 
de Cristo, a cuja imagem estamos predestinados a ser conformados, então tal padrão deve 
necessariamente ser nosso. Isto também concorda perfeitamente com as representações 
bíblicas que descrevem a obra do Espírito como “escrever a lei de Deus no coração” ( cf. Sal.
40:8; Jr.
31:33), e com aqueles que representam o estado final de santidade ao qual
chegaremos ao céu, em total conformidade com esta lei e este modelo:
Hebreus 12:22–23 Vocês, porém, se aproximaram do monte Sião e da cidade do Deus vivo,
da Jerusalém celestial, e de miríades de anjos, da assembleia geral e da igreja dos 
primogênitos inscritos nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, agora os espíritos dos justos 
aperfeiçoados .
1 João 3.2 Amados, agora somos filhos de Deus e ainda não foi revelado o que seremos. 
Mas sabemos que quando Cristo for revelado, seremos semelhantes a Ele, porque o 
veremos como Ele é.
(3) Terceiro, os termos usados para descrever aquele Eles implicam que é da mesma natureza 
que o outro .
A conversão é expressa por um retorno a Deus ( cf. Is. 55:7), o que denota uma recuperação 
para um estado mental correto após um afastamento Dele .
Isaías 55.7 Deixe o ímpio o seu caminho, e o ímpio os seus pensamentos, e volte-se para o 
Senhor, que se compadecerá dele, para o nosso Deus, que será generoso em perdoar.
A regeneração é chamada de “lavagem”, que expressa a restauração da alma à pureza da 
qual ela degenerou. Portanto, a mesma operação divina é chamada na mesma passagem de 
“renovação” do Espírito Santo ( cf. Tt 3.5).
Tito 3:5 Ele nos salvou, não por causa das obras de justiça que havíamos praticado, mas 
segundo a Sua misericórdia, por meio da lavagem da regeneração e da renovação pelo 
Espírito Santo.
Mas, em resposta a isto, foi dito que “esta renovação fala da mente, e não de um princípio 
moral na mente”. [161] Esta renovação da mente pode ser natural ou moral, mas não 
ambas. Se fosse a primeira, uma renovação natural, pareceria que nos livramos do uso de 
nossas faculdades naturais – como o intelecto -, e que a regeneração consiste em restaurá-
las. No entanto, se for o último, a mente deve
 referem-se às disposições ou inclinações da mente. Em outras palavras, como diz a 
Escritura, “o espírito da nossa mente” (Efésios 4:23). No entanto, isso equivale a um 
princípio moral em nossas mentes. Não há diferença entre uma mente restaurada a um 
estado e condição moral corretos e um estado e condição moral corretos restaurados à 
mente. [162]
(4) Em quarto lugar, o amor supremo de Deus, que é reconhecido como o padrão moral do 
homem no estado de inocência, necessariamente levaria uma criatura caída a abraçar o 
caminho do evangelho de salvação .
Isto é claramente sugerido no raciocínio de nosso Senhor com os judeus:
João 5.41–43 “Não recebo (não aceito) glória dos homens; Mas eu já conheço você , que 
não tem o amor de Deus. “Eu vim em nome de Meu Pai e vocês não Me recebem; Se outro 
vier em seu próprio nome, vocês o receberão.
As palavras de Nosso Senhor são contrárias à hipótese proposta, razão pela qual a referida 
hipótese é inválida. Pois, se receber o Messias não era o mesmo que obedecer ao padrão 
moral do amor supremo a Deus; então o ato de não receber o Messias não seria prova da 
ausência de amor a Deus por parte daqueles que rejeitam o Messias. Isto é, os judeus 
poderiam ter tido o amor de Deus neles e ainda assim não terem recebido o Messias. [163]
O amor para com Deus que Adão possuía em seu estado de inocência era igual ao dos 
santos anjos. O fato de ele ser da “terra, terrena”
(1 Coríntios 15:47) quanto ao seu corpo, isso não prova sua inferioridade a eles nos 
princípios morais de sua mente, assim como não prova a inferioridade de Cristo a esse 
respeito, que antes de Sua ressurreição Ele tinha uma natureza natural. corpo e não um 
corpo espiritual. Mas não se pode negar que os anjos são capazes de compreender, 
acreditar e aprovar o caminho de salvação do Evangelho. É acima de todos os outros 
assuntos o seu tema escolhido – “coisas que os anjos desejam olhar” (1 Pedro 1:12).
Por outro lado, é verdade que os anjos não recebem o Messias como seu Salvador , porque 
não têm necessidade de salvação. Mas antes o Messias dá um convite gratuito e seus 
mandamentos, a qualquer um
que deseja tê-Lo como Salvador, e não perderá um momento para aceitar qualquer um que 
clame por Ele. Não é possível que uma criatura ame a Deus sem amar o melhor amigo de 
Deus e sem receber o glorioso evangelho que exalta Seu caráter acima de todas as coisas. 
Da mesma forma, não é possível amar a humanidade com um respeito santo e afetuoso em 
vista dos seus melhores interesses sem amar aquele que é amigo dos pecadores e aprovar 
uma doutrina que exala a boa vontade que ele tem para com todos os homens ( Lucas 2:14).
 CAPÍTULO 10: SOBRE O DECRETO
DE DEUS, A OFERTA GRATUITA DE
EVANGELHO E REDENÇÃO
ESPECIAL
O Decreto de Deus não anula a responsabilidade humana, nem nem a necessidade da 
oferta gratuita do Evangelho
Um convite gratuito para todos os pecadores se aproximarem de Deus através de Cristo é 
considerado por alguns como inconsistente com o decreto da eleição para a salvação para 
alguns, e da não eleição para outros. Esta tem sido uma das principais objeções dos nossos 
oponentes para ridicularizar aqueles que afirmam a graça seletiva de Deus. [164]
Devo mencionar que se este raciocínio provasse alguma coisa, não seria o que afirmam que 
prova. Se o seu raciocínio estivesse correto, apenas provaria que não é dever de alguns 
homens observar os meios da graça, ou de qualquer forma buscar a salvação de suas almas 
através do evangelismo, ou estar minimamente preocupados com isso. Isto porque se 
poderia argumentar que Deus não poderia ter assumido esse dever deles, ou tê-los 
convidado a observar os meios de salvação, uma vez que Ele já havia determinado não lhes 
conceder a salvação.
Se isso for verdade, então não apenas não deveríamos nos sentir motivados a explicar o 
convite geral da salvação a muitos que nunca compareceram à Ceia do Evangelho como um 
mero convite para participar dos meios da graça, mas também deveríamos abandoná-lo 
completamente, e a Bíblia com todo o seu ensino sobre o assunto, devido à sua 
inconsistência.
Além disso, este modo de raciocínio apenas provaria que a utilização de meios para obter 
subsistência temporária e para preservar a vida,
 Também seria totalmente vão e inconsistente. Porque se dissermos que o cuidado do 
estado futuro do homem está inteiramente nas suas mãos, então devemos também afirmar 
o mesmo sobre o seu estado presente. No entanto, as Escrituras ensinam ambos.
1.
 Deus é Soberano sobre tudo o que acontece
Deus é Soberano, Ele determinou nossos tempos e os lugares onde viveremos:
Atos dos Apóstolos 17.26 “De um só Deus fez com que todas as nações do mundo 
vivessem em toda a superfície da terra, determinando seus tempos e os limites dos lugares 
onde vivem.
Nosso “ cálice ” está determinado e nossa “sorte” nos é atribuída ( cf.
Salmo 16:5).
Salmos 16:5-6 O Senhor é a porção da minha herança e o meu cálice; Você sustenta minha 
sorte. As cordas caíram sobre mim em lugares agradáveis; A herança que me sobreveio é 
verdadeiramente bela.
Há um tempo determinado para o homem e seus dias.
Jó 7.1 “Não é o homem obrigado a trabalhar na terra?
Não são os seus dias como os dias de um assalariado ?
Jó 14.5 Visto que os seus dias estão determinados, o número dos seus meses é conhecido 
por ti, e tu fixaste os seus limites para que não possa passar .
Contudo, aqueles que raciocinam conforme mencionado acima a respeito do decreto de 
Deus estão tão atentos aos assuntos desta vida e ao seu sustento quanto as outras pessoas. 
Eles não estão menos preocupados do que os seus vizinhos com o seu conforto presente, 
nem menos empenhados em conceber meios de prolongaras suas vidas, de curar doenças e
de ter paz de espírito. Mas se o propósito e o decreto de Deus podem andar de mãos dadas 
com o arbítrio do homem nos assuntos atuais, talvez o mesmo aconteça.
naqueles que ainda não aconteceram, quer possamos ver a ligação entre os dois ou não. A 
forma como devemos agir em relação às nossas circunstâncias atuais é como se não 
existisse tal decreto, o mesmo em relação ao que está por vir. [165]
Deuteronômio 29:29 “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, mas as 
reveladas pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que guardemos todas as 
palavras desta lei.
2.
 A responsabilidade do homem anda de mãos dadas com
 Soberania de Deus
Era dever do Faraó seguir o conselho de Moisés e deixar o povo ir, mas o seu pecado foi a 
decisão de persegui-los até o mar. Contudo, isso anda de mãos dadas com o fato de que isso 
ocorreu porque o propósito de Deus era destruí-lo ( cf. Êxodo 7:1-4).
Êxodo 7.1-4 Então o Senhor disse a Moisés: “Eis que farei de você como Deus para Faraó, e 
seu irmão Arão será seu profeta. “Você falará tudo o que eu lhe ordenar, e Arão, seu irmão, 
falará ao Faraó, para que ele deixe os israelitas saírem da sua terra. “Mas eu endurecerei o 
coração de Faraó para multiplicar os Meus sinais e os Meus prodígios (milagres) na terra 
do Egito. “E o Faraó não os ouvirá. Então porei a minha mão sobre o Egito e tirarei os meus 
exércitos, o meu povo, os israelitas, da terra do Egito, com grandes julgamentos.
Moisés “[enviou] mensageiros […] a Siom, rei de Hesbom, com palavras de paz, dizendo: 
'Deixe-me passar pela sua terra.'” Certamente era dever de Síon atender ao pedido, mas 
parece – dependendo da questão – que o Senhor havia determinado dar seu país a Israel 
como possessão. Portanto, Ele o entregou à dureza de coração, pelo que o propósito Divino 
foi cumprido ( cf. Dt 2.26-30).
Deuteronômio 2:26–30 “Então enviei mensageiros do deserto de Cademote a Siom, rei de 
Hesbom, com palavras de paz,
dizendo a ele: 'Deixe-me passar pela sua terra; Seguirei apenas pelo caminho, não virando 
nem para a direita nem para a esquerda. 'Ele me venderá comida por dinheiro para que eu 
possa comer, e me dará água por dinheiro para que eu possa beber; Deixe-me ir a pé, como 
fizeram comigo os filhos de Esaú, que moram em Seir, e os moabitas, que moram em Ar, até 
que eu atravesse o Jordão e entre na terra que o Senhor nosso Deus nos dá. “Mas Siom, rei 
de Hesbom, não nos deixou passar pela sua terra, porque o Senhor teu Deus endureceu o 
seu espírito e tornou obstinado o seu coração, para entregá-lo nas tuas mãos, como está 
hoje .
Se os dias do homem estão determinados e os seus limites estão marcados para que não 
possam ultrapassá-los, então a geração de israelitas que deixou o Egipto deve ter sido 
determinada a morrer no deserto sem qualquer opção. No entanto, o seu dever era ter 
acreditado em Deus e se o tivessem feito, teriam subido para possuir a terra. No entanto, o 
pecado deles foi não acreditar nele e voltar seus corações para o Egito. Isto merece atenção 
especial, pois este pecado é citado tanto por David como por Paulo como um exemplo a ser 
evitado por outros, particularmente em questões espirituais ( cf. 1Co 10.6-12). [166]
1 Coríntios 10:6–12 Estas coisas aconteceram como exemplo para nós, para que não 
cobiçamos o mal, como eles o cobiçaram . Não sejam idólatras, como alguns deles foram , 
conforme está escrito: “O povo assentou-se para comer e beber, e levantou-se para 
brincar”. Nem nos fornicamos, como alguns deles fizeram, e num só dia caíram vinte e três 
mil. Nem provoquemos o Senhor, como alguns deles O provocaram e foram destruídos 
pelas serpentes. Nem murmure, como alguns deles murmuraram, e foram destruídos pelo 
destruidor. Estas coisas lhes aconteceram como exemplo e foram escritas como 
ensinamento para nós, para quem é chegado o fim dos tempos. Portanto, quem pensa que 
está de pé, tome cuidado para não cair.
Foi determinação de Deus que Acabe caísse em sua expedição contra Ramote-Gileade, 
assim como Micaías lhe havia dito claramente. No entanto, era seu dever ter ouvido os 
conselhos que lhe foram dados e
 tendo desistido de seu propósito, mas decidiu não fazê-lo ( cf. 1 Reis 22:15-22).
1 Reis 22.11-23 E Zedequias, filho de Chenaana, fez para si chifres de ferro e disse: “Assim 
diz o Senhor: 'Com estes você ferirá os sírios até acabá-los.' ” E todos os profetas 
profetizaram assim: “Suba a Ramote-Gileade e você terá sucesso, pois o Senhor a entregará 
nas mãos do rei”. E o mensageiro que foi chamar Micaías disse-lhe: “Olha, as palavras dos 
profetas são unânimes a favor do rei. Rezo para que a sua palavra seja como a palavra de 
um deles, e que você fale favoravelmente.” Mas Micaías disse: “Tão certo como vive o 
Senhor, tudo o que o Senhor me disser, isso falarei”. Quando chegou ao rei, este lhe disse: 
“Micaías, iremos lutar contra Ramote-Gileade ou desistiremos?” E ele lhe respondeu: “Sobe,
e terás sucesso, e o Senhor entregará tudo nas mãos do rei”. Então o rei lhe disse:
“Quantas vezes devo jurar que você não me dirá nada além da verdade em nome do 
Senhor?” Micaías respondeu: “Vi todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas sem 
pastor; E o Senhor disse: 'Estes não têm senhor. Volte cada um em paz para sua casa.' ”
Então o rei de Israel disse a Josafá: “Eu não te disse que não profetizaria coisas boas a meu 
respeito, mas sim coisas ruins?” Micaías respondeu : “Portanto, ouçam a palavra do Senhor. 
Eu vi o Senhor sentado em Seu trono, e todo o exército do céu estava ao lado dele, à sua 
direita e à sua esquerda. “E o Senhor disse: 'Quem persuadirá Acabe a subir e cair em 
Ramote-Gileade?' E um disse de um jeito, e outro de outro. “Então um espírito se 
apresentou, apresentou-se diante do Senhor e disse: 'Eu o persuadirei.' “O Senhor 
perguntou-lhe:
'Como?' E ele respondeu: 'Eu sairei e serei um espírito mentiroso na boca de todos os seus 
profetas'. Então Ele disse: ' Você o persuadirá e também prevalecerá.' Vá e faça assim. “E 
agora o Senhor pôs um espírito mentiroso na boca de todos estes seus profetas; porque o 
Senhor decretou o mal contra vocês”.
A destruição de Jerusalém pelos caldeus foi determinada por Deus e frequentemente 
predita pelos profetas. Além disso, os habitantes eram frequentemente aconselhados a 
abandonar seus maus caminhos para que pudessem evitá-la. Jeremias implorou 
especialmente a Zedequias para
 siga seu conselho para que ele pudesse salvar a cidade e a si mesmo da ruína ( cf. Jr 38.20).
Tudo isso talvez possa afetar a mente de algumas pessoas. No entanto, há casos em que nós 
mesmos usamos linguagem semelhante, mas de forma alguma atribuiríamos a Deus algo 
que seja inconsistente com o seu caráter ou com as suas perfeições morais. Se um homem 
mau está envolvido em atividades maliciosas e todos os conselhos e advertências de seus 
amigos não ressoam nele, não temos medo de dizer que parece que Deus decidiu destruí-lo 
e, portanto, o abandonou à sua própria sorte. próprias paixões irracionais. Ao dizer isto não
implicamos de forma alguma a ideia de que a determinação de Deus seja injusta ou 
caprichosa. O oposto. Afirmamos que Deus deve ter razões muito sábias e justas para fazer 
o que faz e, embora possamos sentir compaixão pela parte que se perdeu, louvamos a Deus 
pelas suas ações.
Cada vez que falamos de Deus como aquele que decidiu destruir uma pessoa ou povo, 
acreditamos que o assunto é profundo demais para a nossa compreensão; e certamente é. 
Mesmo um apóstolo inspirado como Paulo, ao discutir o julgamento de Deus sobre a nação 
judaica, embora olhe para o aspecto misericordioso que através deste terrível evento os 
gentios foram trazidos para mais perto de Deus, e apresenta alguns grandes e sábios 
desígnios para dar razões para o mesmo ; No entanto, ele se sente perdido em seu assunto. 
Vai além dos limites da sua compreensão. À beira de um abismo insondável, ele exclama:
Romanos 11:33–36 Oh, profundidade das riquezas, da sabedoria e do conhecimento deDeus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois 
quem conheceu a mente do Senhor? ou quem se tornou Seu conselheiro? Ou quem lhe deu 
primeiro para que fosse recompensado? Por causa Dele, por Ele e para Ele são todas as 
coisas. Que para ele haja glória eterna. Amém.
Paulo sustentou firmemente a doutrina dos decretos divinos, isto é, que Deus “faz todas as 
coisas segundo o conselho da sua vontade” (Ef.
1:11). No entanto, ele não tinha ideia de como Deus iria cumprir os seus planos para a 
nação judaica através da sua obediência à comissão que lhe tinha sido dada. Talvez Deus 
tivesse misericórdia e desculpasse seu
compatriotas em caso de descrença, ou talvez impedi-los de usar todos os meios possíveis 
para a sua salvação. Por um lado, ele citou as palavras de David como aplicáveis a eles:
Romanos 11:9–10 E Davi diz: “Torne-se o seu banquete uma armadilha e uma armadilha, 
e uma pedra de tropeço e uma retribuição para eles.
Deixe seus olhos ficarem escurecidos para que você não possa ver, e curve suas costas para 
sempre.”
Porém, por outro lado, ele afirma:
Romanos 11:13–14 Mas eu falo com vocês, gentios. Portanto, como sou apóstolo dos 
gentios, honro meu ministério, se de alguma forma puder causar ciúme aos meus 
compatriotas (israelitas) e salvar alguns deles.
Houve aqueles naquele dia, assim como neste, que objetaram: Se as coisas são como Deus 
planejou, “por que então você culpa? porque
“Quem resistiu à sua vontade?” (Romanos 9:19). Isto nada mais era do que sugerir que, 
para que a doutrina dos decretos funcionasse, a responsabilidade e a culpa dos pecadores 
deveriam ser deixadas de lado . Esta é, em substância, a mesma objecção que tem sido 
levantada desde então até ao presente.
Algumas razões para esta objeção rejeitam esta doutrina, porque não podem conceber as 
duas coisas ao mesmo tempo. Para eles não faz sentido que o homem seja responsável 
pelos seus atos, e que ao mesmo tempo Deus seja Soberano sobre eles, e movidos por esta 
objeção rejeitam a doutrina dos decretos. Outros parecem não ter problemas com a objeção
em si, ou seja, que ninguém pode resistir aos decretos de Deus, mas diferentemente de 
Paulo que rejeitou a infâmia de que Deus é de alguma forma a causa das más ações dos 
homens, os homens, eles afirmam que o a doutrina dos decretos está relacionada a isso! 
[167] Mas Paulo não fez nenhuma dessas duas coisas.
O apóstolo segurou ambos ao mesmo tempo. Paulo afirmou a doutrina dos decretos de 
Deus como se estivesse em completa consonância com a responsabilidade e a culpa dos 
pecadores. Depois de tudo o que ele escreveu sobre Deus escolher alguns e rejeitar outros, 
ele, no mesmo capítulo de Romanos, Paulo menciona que a falta daqueles
 Eles se perderam porque não buscaram a justiça em Cristo, mas pelos seus próprios meios,
pelas obras da Lei, e por isso tropeçaram na pedra de tropeço.
Romanos 9:32–33 Por quê? Porque não a seguiram pela fé, mas como pelas obras. Eles 
tropeçaram na pedra de tropeço, assim como está escrito: “Eis que ponho em Sião uma 
pedra de tropeço e uma rocha de escândalo; e quem nele crê não será envergonhado”.
Brine está correto quando escreve: “É a palavra revelada de Deus e não o seu propósito 
secreto, a nossa regra de conduta”. [168] Dr. John Owen escreve:
Devemos distinguir exatamente entre o dever do homem e o propósito de Deus. Não há 
conexão entre eles. O propósito e decreto oculto de Deus não é a regra para a nossa vida. Da
mesma forma, quando fazemos o que devemos fazer, fazemos isso porque nos foi 
ordenado, e não porque nos foi dada uma declaração especial do propósito de Deus para 
fazê-lo, ou porque nos foi dado um decreto de Deus para fazê-lo. isso é o que devemos 
fazer. Isto é de particular importância para aqueles que são ministros do Evangelho. Na 
pregação da Palavra, através das muitas exortações, convites, ensino dos mandamentos e 
advertências em caso de desobediência - tudo isso sendo claramente ensinado como 
obrigações do nosso dever como ministros - a plena aprovação de Deus se manifesta tanto 
na exortação como sua boa vontade para com a pessoa exortada.
Entre tudo isso existe uma conexão real. Contudo, este não é o caso entre o conselho 
secreto e o propósito de Deus para a salvação de pessoas individuais, ou para a pregação da
Palavra. Não é dever do ministro investigar ou preocupar-se com a vontade secreta de 
Deus, que é encontrada apenas na mente de Deus em seu plano eterno. Isto é, não devemos 
preocupar-nos com quem Deus quer salvar de uma forma particular, e por quem Cristo 
morreu individualmente. Não, mas antes o dever dos ministros é investigar a vontade 
revelada de Deus e seguir as instruções prescritas sobre como devem fazê-lo e qual é a 
coisa certa a fazer.
 a fazer. Portanto, não há conclusão dos preceitos universais da palavra a respeito das 
coisas , ao propósito secreto de Deus em Si mesmo a respeito das pessoas.
Esses preceitos ou mandamentos de Deus ordenam e convidam a todos, todos ao 
arrependimento e à crença . Contudo, não sabemos a partir deste mandamento quem em 
particular, a quem Deus concederá o arrependimento para a salvação, nem em quem 
realizará a obra da fé com poder. [169]
A doutrina da Redenção Particular não anula a necessidade de oferta gratuita do 
evangelho, mas torna possível
As objeções da doutrina da eleição aos princípios acima são geralmente unidas às da 
redenção particular. Eles estão tão conectados que não há dúvida de que a validade de um 
permanece ou cai junto com o outro.
1.
 Visão geral do resgate
Para determinar a força da objeção, devemos primeiro explicar como ela se relaciona com a
doutrina da Redenção Particular. Se considerarmos a expiação de Cristo como o pagamento
literal e exato de uma dívida, e se a medida de seus sofrimentos foi de acordo com o 
número daqueles por quem ele morreu e o grau de culpa que eles tinham, então, seguindo 
esta lógica, se muitos mais foram salvos do que seu sacrifício poderia cobrir, ou se eles 
tivessem um grau ainda maior de culpa, então seus sofrimentos também deveriam ter 
aumentado proporcionalmente a isso. Se assim for, então esta noção de Redenção 
Particular é incompatível com os convites gerais do Evangelho. Mas se esta noção de 
Redenção Particular fosse verdadeira, então seria igualmente inconsistente com o perdão 
gratuito e imerecido dos pecados, e encorajaria os pecadores a aproximarem-se de Deus 
não para clamar por misericórdia, mas para exigi-la. Concluo, portanto, que tal noção de 
Redenção Particular, que é claramente em vários pontos inconsistente com o testemunho 
das Escrituras, não pode ser verdadeira. [170]
Por outro lado, se a expiação de Cristo não se baseia apenas num princípio de justiça 
comercial, mas também de justiça moral, ou seja, de justiça em relação ao crime , e se o seu 
grande objetivo era expressar o descontentamento divino contra o pecado ( cf. Rm 8,3), 
para assim poder aplicar o exercício da misericórdia em todas as formas pelas quais a 
sabedoria soberana determinou a sua aplicação em consonância com a justiça de Deus ( cf. 
Rm 3,25). ; então, a referida expiação em si tem o poder de efetuar a salvação do mundo 
inteiro se todos a abraçarem e aceitarem. A característica da Redenção Particular não é a 
sua insuficiência para salvar os que não são salvos, mas, pelo contrário, é a sua soberania 
para aplicar a referida expiação aos que o são. Se esta noção de expiação for verdadeira, 
então não há inconsistência que possa ser atribuída a ela por um convite gratuito do 
Evangelho. [171]
Se a expiação de Cristo exclui uma parte da humanidade no mesmo sentido que exclui os 
anjos caídos, por que então o evangelho aborda alguns mais do que outros? A mensagem de
sabedoria é dirigida aos homens , e não aos demônios. Os primeiros são convidados para a 
ceia do evangelho, mas os últimos não. Estes factos fornecem evidências de que Cristo, com 
a Sua morte, abriu uma porta de esperança aos pecadores da raça humana como pecadores ,
fornecendo um motivoser convidado, sem distinção, a crer e ser salvo.
Contudo, assim como Deus pode enviar Seu Filho ao mundo para salvar homens em vez de 
anjos, Ele também pode aplicar Seu sacrifício para a salvação de alguns homens e não de 
outros.
É verdade que grande parte do mundo nunca ouviu o evangelho, e que a maioria daqueles 
que o ouviram o desprezam, e que aqueles que crêem são ensinados a atribuir não apenas a
sua salvação, mas a própria fé, através da qual ele é obtido, o dom gratuito de Deus . Da 
mesma forma, assim como a aplicação da Redenção é um desígnio que diz respeito apenas 
à Sabedoria Divina, é também o resultado de um desígnio anterior de Sua vontade. O que 
acontece foi planejado para acontecer. Portanto, a salvação daqueles que são salvos é 
descrita como o fim que o Salvador tinha em mente:
Tito 2:14 Ele se entregou por nós, para nos redimir de toda iniquidade e para purificar 
para si um povo que lhe pertence, zeloso de
 bom trabalho.
Este é, pelo que entendi, o cerne da Redenção.
2.
 A Redenção Particular não exclui a obrigação universal
 de arrependimento e fé
Não há contradição entre este desígnio redentor particular da morte de Cristo e a obrigação
universal de todos aqueles que ouvem o evangelho de acreditar Nele, ou o convite universal
que lhes é dirigido. Se Deus, através da morte de Seu Filho, prometeu salvação a todos os 
que aceitam o evangelho; e se não há impossibilidade natural quanto ao cumprimento, nem
qualquer obstrução por parte de Deus, mas o único obstáculo é aquele que surge da 
aversão do coração humano; e se as exortações e convites para crer e ser salvo são 
consistentes com a mensagem das Escrituras; então nosso dever é administrá-los como 
pregadores do Evangelho sem prestar maior atenção à redenção ou eleição particular.
Tanto a redenção particular como a eleição são coisas secretas que pertencem ao Senhor 
nosso Deus e ao seu decreto, segundo o qual Deus opera, porém, não são coisas secretas 
para nós. Se aquilo que os pecadores seriam chamados a acreditar em relação à redenção 
particular de Cristo fosse um decreto secreto, então não haveria sentido em fazer um apelo 
geral ao arrependimento, mas eles não são exortados a acreditar em nada que não tenha 
sido claramente revelado. verdade, quer você acredite ou não.
Aquele que crê em Jesus Cristo deve crer Nele conforme revelado no evangelho, ou seja, 
como o Salvador dos pecadores . A única maneira pela qual você pode se aproximar do 
Salvador é como pecador , exposto ao justo desagrado de Deus. Se você pensa em vir a Ele 
como se fosse um favorito do céu ou como possuidor de alguma boa qualidade que possa 
recomendá-lo a outros pecadores, você engana a sua alma. Tais noções são obstáculos à 
crença. O conhecido escritor Elisha Coles escreve:
Aquele que procura conhecer a sua redenção particular antes de procurar acreditar, 
começa do lado errado da Sua obra e é muito improvável que chegue ao conhecimento dela.
[…] Nenhum homem que se reconhece pecador tem uma base justa para sua fé
como qualquer pessoa no mundo que ainda não acreditou [...]: nem pode qualquer pessoa, 
em qualquer circunstância, excluir-se da redenção, a menos que, pela sua obstinada e 
resoluta continuação na incredulidade, ela se tenha marcado como tal. [172]
Owen afirma:
Os pregadores do evangelho, em sua congregação particular, não sabendo absolutamente 
nada sobre o propósito e conselho secreto de Deus, e sendo proibidos de bisbilhotar ou 
investigar ( cf. Dt 29.29), podem justificadamente chamar todo homem a crer. , com a 
certeza da salvação para cada um fazendo, sabendo e sendo plenamente persuadido disto: 
que há o suficiente na morte de Cristo para salvar todos os que crêem; deixando o 
propósito e o conselho de Deus sobre a quem Ele concederá fé e por quem em particular 
Cristo morreu (conforme ordenado) para Si mesmo. […]
Quando Deus chama os homens a crer, em primeiro lugar, Ele não os chama a crer que 
Cristo morreu por eles, mas a crer que “debaixo do céu não há outro nome, dado entre os 
homens, pelo qual devamos ser salvos”.
(Atos 4:12) – isto é, crer no nome de Jesus Cristo, através de quem a salvação é pregada. 
[173]
 CAPÍTULO 11: DA ALIANÇA DE
AS OBRAS E A INCAPACIDADE DE
OS PECADORES DO FAZER
NÃO HÁ BEM ESPIRITUAL
A maldição da Lei pretende mostrar ao pecador seu pecado e leve-o a Cristo
Muito tem sido dito sobre este assunto em conexão com a presente controvérsia. [174] No 
entanto, estou confuso ao tentar dar uma resposta, porque não está claro para mim onde 
reside realmente a força desta objeção. Isso ocorre porque não consegui encontrar em 
lugar nenhum, pelo que me lembro, um argumento regular para isso.
Se bem entendi o Sr. Brine, ele estaria afirmando o seguinte: Primeiro, que todos os 
mandamentos e deveres exigidos pela Lei são dados na forma de um pacto ou de uma regra
para a vida. Em segundo lugar, todos os pecadores não convertidos estão sob a lei na forma 
de uma aliança. Portanto, tudo o que Deus exige deles deve necessariamente estar nas 
condições da referida aliança. Em terceiro lugar, os termos do referido pacto são os do 
Pacto de Obras, que se resume em “faça isto e viverás”. Porque o pecador não tem esta 
faculdade, então ele não pode “crer e ser salvo”. [175]
No entanto, mesmo que aceitemos a distinção entre a Lei como regra de vida e como dada 
na forma de uma aliança, antes de tirarmos dela uma conclusão, é necessário determinar 
em que sentido os incrédulos estão sob uma aliança de obras e se De certa forma, é sua 
responsabilidade continuar assim. O fato de que eles estão sob uma maldição por violarem 
a Lei é verdade. Também é verdade que eles ainda estão trabalhando
 substituí-lo por algo no lugar da obediência perfeita, pela qual eles poderiam recuperar o 
favor divino. No entanto, este último é o que eles não deveriam fazer. Como diz o Sr. 
Ryland:
A esperança do pecador, de que ele possa ser justificado pela lei que violou, é uma 
esperança ilegal . E uma visão correta do alcance, do rigor, da espiritualidade e da equidade
da lei iria cortá-la pela raiz. [176]
Um esforço para obter justiça própria através de um pacto de obras ou, como expressam as 
Escrituras, um ato “das obras da lei” não é outro senão o ato de incredulidade e rebelião 
contra a verdade do Evangelho. Estritamente falando, os homens não estão agora sob o 
pacto de obras, mas sob a maldição por quebrá-lo. Deus não está em aliança com eles, nem 
eles com ele. A lei foi registrada como uma aliança, e uma edição nova e ampliada dela foi 
dada a Israel no Monte Sinai.
Contudo, isto não foi dado com o propósito de “dar vida” àqueles que a quebraram, mas sim
como uma preparação para uma aliança melhor. Os preceitos desta aliança no Sinai 
continuam a ser a vontade imutável de Deus para com as Suas criaturas. [177] Suas 
promessas são como memoriais do que se poderia esperar de Sua bondade em caso de 
obediência; e suas maldições como uma espada de fogo que guarda a árvore da vida. Ele é 
colocado nos oráculos de Deus como um vigia fiel, para repelir as vãs esperanças dos 
hipócritas e convencê-los da necessidade de um Salvador ( cf. Romanos 7:10; Mateus 
19:17).
Romanos 7:9–11 Houve uma época em que vivi sem a Lei, mas quando veio o 
mandamento, o pecado reviveu e eu morri; e este mandamento, que era para a vida, 
revelou-se para mim morte; pois o pecado, aproveitando-se do mandamento, me enganou e
por meio dele me matou.
Mateus 19:17 Jesus lhe respondeu: “Por que você me pergunta sobre o que é bom? 
Somente Um é bom; Mas se você deseja entrar na vida, guarde os mandamentos.”
 Por isso ele foi entregue a Israel pela mão de Moisés como mediador ( cf. Gl 3.19-21).
Gálatas 3:19–21 Então, para que foi dada a Lei ? Foi acrescentada por causa das 
transgressões, até que viesse a descendência a quem a promessa havia sido feita, uma Lei 
que foi promulgada por meio de anjos pela mão de um mediador. Agora, um mediador não 
representa um só, mas Deus é um só. A Lei é então contrária às promessas de Deus? De 
jeito nenhum!
Poisse uma lei capaz de transmitir vida tivesse sido dada, então a justiça certamente teria 
dependido da lei.
Mas se os incrédulos estão tanto sob o pacto de obras quanto sob sua maldição, então é 
incorreto dizer que o que é exigido deles nas Escrituras é exigido através desse pacto, como
se a obediência ao Pacto de Obras fosse uma norma atual. condição para obter a vida. Deus 
não exige nada das criaturas caídas como forma de obter vida . O que exige que o amem de 
todo o coração, como se nunca tivessem apostatado, mas não com o objetivo de recuperar o
favor perdido; pois mesmo que, de agora em diante, eles cumprissem perfeitamente todos 
os preceitos divinos sem nunca falhar em nenhum, a menos que pudessem expiar as 
ofensas passadas (o que é impossível), eles não teriam base para esperar o dom da vida 
eterna. Basta-nos dizer que a vontade revelada de Deus aos pecadores é que lhes seja dito: 
Creia ! Acredite enquanto ainda tem tempo, e o evangelho misericordiosamente acrescenta 
a promessa de salvação .
Se os pecadores não têm capacidade de acreditar em Cristo e não fazem nenhum bem
espiritual, que sentido faz convidá-los a acreditar em Cristo?
Esta objeção raramente é feita formalmente, a não ser por pessoas que negam que é dever 
de um pecador amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmo. No entanto, 
muitas vezes são dados indícios de que é absurdo e cruel exigir de qualquer homem o que 
está além de seu poder de realizar. E visto que as Escrituras declaram:
 João 6.44 “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer, e eu o 
ressuscitarei no último dia.
1 Coríntios 2.14 Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque 
para ele são loucura; e não posso compreendê-los, porque são coisas que são discernidas 
(examinadas) espiritualmente.
Portanto, alguns concluem que estas são coisas pelas quais o pecador, enquanto não for 
regenerado, não tem obrigação.
A resposta que tem sido frequentemente dada a este raciocínio é, de facto, a seguinte:
Os homens não são mais capazes de fazer o bem espiritual do que são capazes de estar 
sujeitos à lei de Deus, pois “a mente carnal não pode, nem quer” ( cf. Romanos 8:7). E a 
razão pela qual não temos poder para realizar essas coisas é que o perdemos durante a 
queda. Contudo, embora tenhamos perdido a nossa capacidade de obedecer, Deus não 
perdeu a Sua autoridade para comandar.
Embora haja alguma verdade nesta resposta, considero-a insuficiente. É verdade que os 
pecadores não estão dispostos nem são capazes de fazer algo espiritualmente bom, assim 
como não são capazes de alcançar a submissão perfeita à santa lei de Deus. Também é 
verdade que a incapacidade de querer fazer algo de bom e de se submeter à lei de Deus 
surge da mesma fonte: a queda original da natureza humana.
1.
O caso dos loucos, dos cegos e daqueles que nunca
 eles ouviram o evangelho
Contudo, se a natureza desta incapacidade fosse direta ou se consistisse na falta de 
faculdades racionais, poderes corporais ou vantagens externas , se estas fossem 
consequências da queda, então não poderíamos ignorar essa objeção. É verdade, porém, 
que alguns homens vivem a maior parte das suas vidas em demência, perdendo o uso das 
suas faculdades racionais. Em alguns casos, isso pode ser um dos efeitos do pecado. 
Contudo, as Escrituras nunca nos dão uma ideia clara se tais pessoas seriam tratadas no 
julgamento final da mesma forma como se tivessem sido sensatas.
Pelo contrário, as Escrituras ensinam que “de quem muito é dado, muito será exigido” 
(Lucas 12:48). Outro é privado da visão e, portanto, não consegue ler as Escrituras. Isto 
também pode ser o efeito do pecado e, em alguns casos, da sua própria má conduta pessoal,
mas qualquer que seja a punição infligida a você por tal má conduta, você não é 
moralmente culpado por não ler as Escrituras depois de ter perdido a capacidade de fazê-
lo. . Um terceiro tem o uso da razão e de todos os seus sentidos e membros, mas nunca teve 
a oportunidade de conhecer a vontade de Deus [revelação especial], mas apenas o que a luz
da natureza lhe oferece [revelação geral].
Seria igualmente repugnante para as Escrituras e para a razão supor que este homem será 
julgado pelo mesmo padrão que outros que viveram sob a luz da revelação especial de 
Deus. [178]
Romanos 2:12 Porque todos os que pecaram sem a Lei também perecerão sem a Lei; e 
todos os que pecaram sob a Lei serão julgados pela Lei.
A incapacidade em cada um destes casos é natural , e na medida em que exista, decorrente 
de qualquer causa, isenta o seu sujeito da culpa moral , tanto na sua responsabilidade para 
com Deus como para com o homem. [179] A própria lei de Deus não exige que nenhuma 
criatura O ame ou obedeça além de suas “forças”, ou com mais do que todas as habilidades 
que possui. Se a incapacidade dos pecadores de acreditar em Cristo ou de fazer coisas 
espiritualmente boas fosse desta natureza, isto é, natural ou física, certamente constituiria 
uma desculpa a seu favor, e seria tão absurdo exortá-los a tais deveres como exortar os 
cegos a olhar, os surdos a ouvir ou os mortos a andar.
Contudo, a incapacidade dos pecadores não é tal que induza o Juiz de toda a terra (que nada
pode fazer senão o que é certo) a diminuir as Suas exigências. É fato que Ele exige, sem 
prestar atenção à sua incapacidade, que você O ame , o tema e cumpra sempre todos os Seus 
mandamentos . Os cegos são advertidos a olhar , os surdos a ouvir e os mortos a se 
levantarem !
Isaías 42.18 Surdo, ouça; Pessoas cegas, olhem e vejam.
 Efésios 5:14 Por isso ele diz: “Desperta, tu que dormes, e
levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará”.
2.
 Habilidades naturais estão sujeitas a inclinações
 do coração
Se não houvesse outra prova além daquela oferecida por este único fato, deveria nos 
satisfazer que a cegueira, surdez e morte dos pecadores para o que é espiritualmente bom é
de natureza diferente daquela que fornece uma desculpa. No entanto, esta não é a única 
base de prova. O assunto fala por si. Há uma diferença essencial entre uma habilidade que é
independente da inclinação e outra que não pode ser separada dela. Não há dúvida de que é
igualmente impossível para qualquer pessoa fazer o que não tem intenção de fazer, tal 
como fazer o que está além das suas capacidades naturais; portanto, os mesmos termos são
usados em um caso e no outro. [180]
Aqueles que estão sob o domínio da inveja e da malignidade “ não podiam falar 
pacificamente” (Gn 37:4), e aqueles que “têm os olhos cheios de adultério [ não podem 
parar] de pecar” (2Pe 2:14). Portanto, a seguinte linguagem é usada nas Escrituras:
Mateus 12:34 “Grandes víboras! Como eles podem falar coisas boas quando são más? Por 
causa da abundância do coração a boca fala.
1 Coríntios 2.14 Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque 
para ele são loucura; e não posso compreendê-los, porque são coisas que são discernidas 
(examinadas) espiritualmente.
Romanos 8:7–8 A mente voltada para a carne é inimiga de Deus, porque ela não se sujeita 
à Lei de Deus, pois não pode nem fazê-lo, e aqueles que estão na carne não podem agradar a
Deus.
João 6.44 “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer, e eu o 
ressuscitarei no último dia.
É também verdade que muitos não foram cuidadosos ao tratar a distinção entre 
incapacidade natural e moral, e o fizeram como
 algo mais curioso do que sólido. O que foi dito sobre este tema é mais ou menos assim:
Se não podemos, bem, não podemos. Quanto à natureza da deficiência, não é algo 
importante. Tais distinções são desconcertantes para os cristãos simples e estão além da 
sua capacidade.
Mas certamente o cristão mais claro e mais fraco ao ler sua Bíblia, se prestar atenção ao que
lê, deve perceber uma diferença manifesta entre a cegueira de Bartimeu, que desejava 
ardentemente poder “recuperar a visão” (Marcos 10). 51), e a cegueira dos judeus 
incrédulos, que fechavam os “olhos, para que não vejam […], e se convertam e sejam 
curados” (Mt.13). Da mesma forma você notará uma diferença entre a falta do sentido 
físico da audição e o estado daqueles que “têm ouvidos, mas não ouvem”. [181]
Isaías 6:10 Torna insensível o coração deste povo, endurece os seus ouvidos, e turva os 
seus olhos, para que não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e entenda com o 
coração, e se arrependa e seja curado.
Jeremias 5.21 'Ouvi isto agora, povo tolo e insensível, que tem olhos e não vê, tem ouvidos 
e não ouve.
Ezequiel 12.2 “Filho do homem, tu habitas no meio da casa rebelde; Têm olhos para ver e 
não ver, ouvidos para ouvir e não ouvir, porque são uma casa rebelde.
Mateus 13:15 Porque o coração deste povo se tornou insensível, e ouvem com dificuldade 
com os ouvidos; E eles fecharam os olhos; Caso contrário, veriam com os olhos, ouviriam 
com os ouvidos, e
Eles entenderiam com o coração, E se converteriam, E eu os curaria.'
No que diz respeito à minha observação, as pessoas que desejam tratar esta distinção como
uma mera especulação curiosa sem grande importância estão tão dispostas a utilizá-la 
como outras pessoas para os seus próprios interesses. São como aqueles que, quando 
acusados de prejudicar os seus semelhantes, afirmam que o que fizeram foi por acaso e não
premeditado . Nesse caso, eles nunca deixariam de notar tais distinções. Se, quando acusado
de negligenciar o seu dever para com
um pai ou um professor, podem com a verdade de que não conseguiram fazê-lo naquele 
momento, mas que tinham toda a vontade de fazê-lo, mas não ficam isentos de culpa. Pelo 
contrário, se tal professor ou pai respondesse sugerindo que a sua falta de capacidade 
resultava da falta de inclinação, rapidamente compreenderiam isso como uma linguagem 
de reprovação e seriam muito zelosos em estabelecer o contrário. Você nunca ouvirá uma 
pessoa em tais circunstâncias raciocinar como faz no domínio da religião.
Você nunca os ouvirá dizer: “Se não consegui, é porque sou incapaz de fazer. Não importa 
se minha deficiência é deste ou daquele tipo." Não, mas essa pessoa tentaria com todas as 
suas forças estabelecer a diferença.
Agora, se o assunto é tão claramente compreendido e abordado no que diz respeito ao 
interesse pessoal - e nunca parece difícil neste contexto, exceto no da religião - é muito 
claro onde reside a dificuldade do homem. Se persistirmos em nosso pecado, estabelecendo
nossa culpa, desculpando-a, dizendo que isso é devido ao nosso pai Adão, então 
descansaremos confortavelmente em nossa casa e seremos muito avessos a qualquer 
sentimento que tenda a perturbar nosso descanso, plantando qualquer incômodo. iniciar.
3.
 O homem não pode acreditar em Cristo, porque não quer
 faça isso
Alguns objetaram que a incapacidade do homem de acreditar em Cristo não é uma 
consequência da queda, porque Adão, no seu estado de pureza, era apenas um homem 
natural e não tinha poder para realizar uma obra de natureza espiritual. Mas esta objeção 
pertence a outro tema, e espero que já tenha sido respondida com o que foi dito até agora.
No entanto, a isto pode ser adicionado:
1 Coríntios 2.14 Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque 
para ele são loucura; e não posso compreendê-los, porque são coisas que são discernidas 
(examinadas) espiritualmente.
Este homem não é um homem possuidor da santa imagem de Deus da mesma forma que 
Adão, mas de meras realizações naturais ou físicas, como foram os “homens sábios do 
mundo”, os filósofos da Grécia e
Roma para quem as coisas de Deus eram “loucura”. Além disso, se a incapacidade dos 
pecadores de cumprir deveres espirituais fosse do tipo alegado na objeção, eles deveriam 
ser igualmente incapazes de cometer os pecados opostos.
Isto é, aquele que, pela constituição da sua natureza física, é absolutamente incapaz de 
compreender, acreditar ou amar racionalmente um certo tipo de verdade, deve 
necessariamente ser também incapaz de fechar a sua olhos contra ela, de não acreditar, 
rejeitá-la ou odiá-la. Mas vemos claramente que todos os homens são capazes deste último. 
Portanto, deve-se deduzir que é apenas a depravação do seu próprio coração que os torna 
incapazes de amar a Deus. [182]
Alguns escritores, como já foi observado, reconheceram que os pecadores estão sujeitos a 
uma incapacidade que é consequência da sua depravação. Contudo, embora afirmem isto, 
ainda sustentam que a incapacidade do homem de vir e crer em Cristo é tanto natural como
física e moral. Para eles, é isso que as Escrituras ensinam, e é isso que as Escrituras querem 
dizer quando os representam como incapazes e indispostos a voltar-se para Ele para o 
resto da vida. Contudo, devemos ter claro que estes dois tipos de incapacidade (natural e 
moral) não podem coincidir de tal forma que ambos se apliquem ao mesmo tempo ao 
mesmo objeto e coisa.
Aquele que nunca, sob nenhuma condição, possuiu o poder de ver, não pode ser instruído a 
fechar os olhos para a luz. Se os judeus não tivessem tido habilidades naturais consistentes 
com o conhecimento da doutrina de Cristo, não teria havido justiça nessa questão e 
resposta contundente do Senhor:
João 8.43 “Por que vocês não entendem o que eu digo? Porque eles não podem ouvir a 
Minha palavra.
Uma deficiência física total deveria, necessariamente, substituir uma deficiência moral. 
Portanto, suponhamos que a frase “ninguém pode vir a mim” (Jo.
6:44) pretende descrever uma incapacidade natural, enquanto a frase “eles não vêm a mim 
para ter vida” implica uma incapacidade moral, faria nosso Salvador ensinar algo que é 
ilógico e contraditório.
Alguns pensam que atribuir alguma capacidade natural ao homem significa negar a sua 
depravação total. Devido às limitações da linguagem, muitas vezes somos forçados a usar 
palavras em mais de um sentido. Quando falamos de homens que são naturalmente 
depravados, não pretendemos transmitir a ideia de que o pecado é uma parte essencial da 
natureza humana ou da constituição do homem como homem. Não, mas o que queremos 
dizer é que esta natureza pecaminosa não é um mero efeito da educação e do exemplo, mas 
está profundamente entrelaçada em todas as capacidades do ser humano e desde o seu 
nascimento.
Está tão arraigado na alma dele, por assim dizer, que você cresce com isso e se torna 
completamente natural para ele.
Por outro lado, quando usamos o termo natural ou físico, o fazemos em oposição ao termo 
moral , e ele se aplica às capacidades da alma.
Usamos este termo para expressar aquelas faculdades que fazem parte estritamente da 
nossa natureza como seres humanos e que são necessárias para o nosso ser como criaturas 
responsáveis. [183] Ao confundir essas ideias podemos estar sempre em disputa e sem 
contribuir em nada para uma questão.
Finalmente, às vezes é sugerido que atribuir aos pecadores uma capacidade natural de 
fazer coisas espiritualmente boas é alimentar a sua auto-suficiência, e que representar a 
incapacidade do homem apenas como uma questão moral é supor que esta incapacidade 
não é intransponível, isto é, , seria abrir a porta para afirmar que o homem poderia se 
aproximar de Deus por seus próprios esforços. No entanto, esta conclusão não está correta. 
Não é necessário negar que o ser humano é uma criatura responsável diante de Deus, e que 
possui habilidades naturais para destruir nele qualquer espírito de auto-suficiência. Se 
alguém imagina que é possível, por sua própria vontade, escolher o que está totalmente 
relutante em fazer, então deixe-o tentar.
Alguns argumentaram que “somente a habilidade natural é suficiente para realizar coisas 
naturais, e que a habilidade espiritual é necessária para realizar coisas espirituais”. Mas 
esta afirmação está longe de ser precisa, uma vez que a capacidade física é tão necessária 
para o desempenho do espiritual como o é para o natural. Devemos possuir as habilidades 
naturais dos homens para cumprir os mandamentos dos homens bons. E quanto à 
capacidade espiritual ou, o que é o mesmo, a uma compreensão correta das coisas, não é 
propriamente uma
 faculdade da alma, masuma qualidade que a alma possui. E embora esta capacidade seja 
essencial para o cumprimento real da obediência aos mandamentos espirituais, não é 
necessária para cumprir a nossa obrigação natural. [184]
Se um viajante, para evitar ir para o oeste, se dirige deliberadamente para o leste o tempo 
todo; seguindo permanentemente sua jornada em direção ao leste para evitar a todo custo 
ir para o oeste, então, com o tempo, você chegará exatamente ao lugar que procurava 
evitar: o oeste. Da mesma forma, alguns que observaram o progresso desta controvérsia 
apontaram que há certos pontos importantes nos quais este falso calvinismo [hiper-
calvinismo], no seu desejo ardente de permanecer longe do arminianismo, na verdade se 
assemelha muito a ele.
Por exemplo, já vimos que eles concordam nas suas noções de santidade original em Adão e
na inconsistência do dever de acreditar com as doutrinas da eleição e da redenção 
particular. A isto pode-se acrescentar que eles concordam em tornar a graça de Deus 
necessária para a responsabilização dos pecadores com respeito à obediência espiritual. Ou
seja, o hiper-Calvinismo defende que os pecadores sem graça estão livres de qualquer tipo 
de obrigação moral, enquanto o Arminianismo defende a obrigação moral, mas a encontra 
na noção de graça universal. Isto é, ambos concordam que onde não há graça não há dever. 
[185]
Contudo, se ter recebido a graça é a base para uma obrigação moral para com Deus, então 
já não seria graça, mas dívida da parte de Deus. Isto é, se Deus exige que os pecadores 
cumpram algum dever moral, então Ele não poderia negar-lhes tal graça e ser justo ao 
mesmo tempo. Isto é, com efeito, reconhecido por ambas as partes. O hipercalvinismo 
sustenta que onde a graça não é dada, não pode haver obrigação de obediência espiritual. 
Portanto, absolve o incrédulo de qualquer tipo de culpa por não ter vindo a Cristo para ter 
vida, e por abandonar toda religião espiritual. Por outro lado, o Arminianismo argumenta 
que se o homem é totalmente depravado e não recebe graça para neutralizar essa 
depravação, então ele não tem culpa moral para com Deus.
Ou seja, o que acontece é que a sua depravação deixa de ser depravação, porque o pecador 
no seu estado natural seria inocente antes da avaliação de
seu juiz. Portanto, porque ele não pode ser moralmente culpado, ele poderia prescindir de 
um salvador e, se lhe fosse feita justiça, ele estaria isento de punição (se não tivesse direito 
ao céu) em virtude de sua inocência pessoal.
Assim, todo o sistema de graça torna-se vazio, e os anjos caídos, que não foram 
participantes desta graça universal, devem estar num estado melhor do que o dos homens 
caídos, que, por Jesus assumir a sua natureza, podem tornar-se culpados e eternamente 
perdido.
Contudo, se as capacidades essenciais da mente são as mesmas, quer sejamos puros ou 
depravados, e suficientes para fazer de qualquer criatura um ser responsável diante de 
Deus, então qualquer que seja a sua disposição, a graça é o que importa no seu significado 
próprio.: favor gratuito ou favor para com os indignos . E a redenção de Cristo, com todos os 
seus efeitos sagrados e abençoados, é o que as Escrituras representam, ou seja, necessária 
para nos libertar do estado em que caímos. antes de ser concedido a nós . [186]
Hebreus 9:27–28 E assim como está decretado (estabelecido) que os homens morram 
uma vez , e depois disso, o julgamento, assim também Cristo, tendo sido oferecido uma vez 
para tirar os pecados de muitos, aparecerá uma segunda vez, sem relação com o pecado, 
pela salvação daqueles que esperam ansiosamente por Ele.
 CAPÍTULO 12: SOBRE O TRABALHO
PARTICULAR DO ESPÍRITO SANTO
E O MANDATO UNIVERSAL DE
ACREDITAR
As Escrituras atribuem claramente tanto o arrependimento como a fé, onde quer que 
existam, à influência divina do Espírito Santo.
Examine cuidadosamente os seguintes versículos:
Ezequiel 11:19–20 “Dar-lhes-ei um só coração e porei dentro deles um novo espírito. E 
tirarei da vossa carne o coração de pedra e vos darei um coração de carne, para que andeis 
nos meus estatutos, guardeis os meus preceitos e os pratiqueis. Então vocês serão meu 
povo e eu serei seu Deus.
2 Timóteo 2:24–26 Ao servo do Senhor não convém ser briguento, mas sim bondoso para 
com todos, apto para ensinar, paciente. Ele deve repreender ternamente aqueles que se 
opõem a ele, caso Deus lhes dê o arrependimento que leva ao pleno conhecimento da 
verdade, e caindo em si, eles escapam da armadilha do diabo, tendo sido mantidos cativos 
por ele para fazer o seu vai.
Efésios 1:18–19 Minha oração é que os olhos de seus corações sejam iluminados, que 
vocês possam saber qual é a esperança de Seu chamado, quais são as riquezas da glória de 
Sua herança nos santos e qual é a extraordinária grandeza de Seu poder para conosco. ... 
nós que cremos, de acordo com a eficácia (energia) da força do Seu poder.
Efésios 2:8–9 Porque pela graça vocês são salvos, por meio da fé, e isto não vem de vocês, 
mas é dom de Deus;
 não por obras, para que ninguém se glorie.
Arrependimento e fé são obras geradas pelo Espírito Sagrado
Por causa disso, muitos concluíram que tanto o arrependimento como a fé não podem ser 
deveres exigidos dos pecadores. Se alguém do púlpito exigisse que os pecadores se 
arrependessem e acreditassem, eles achavam que era suficiente afirmar o seguinte para 
lhes mostrar o absurdo de tais exortações: “O coração de carne dá a Deus . A fé não é nossa, 
mas é dom de Deus” ( cf. Ezequiel 36:26; Efésios 2:8). Eles disseram isso como se essas duas
verdades fossem inconsistentes e fosse impróprio exortar qualquer coisa além do que 
podemos fazer por nós mesmos e sem a influência do Espírito Santo.
Todo o peso desta objeção baseia-se na suposição de que aqueles que fazem um convite 
geral a todos ao arrependimento e à fé acreditam que não temos necessidade do Espírito 
Santo para nos capacitar a cumprir com o nosso dever moral . Mas, se este princípio fosse 
admitido, devemos concluir juntamente com os Arminianos e os Socinianos que “a fé e a 
conversão, por serem atos de obediência do ser humano, não podem ser atribuídas a Deus” 
[ 187] ou, com aqueles que pensam o contrário, isto é, o hipercalvinismo, que, se forem 
feitos por Deus, não podem ser atos de obediência do ser humano. Mas se precisarmos da 
influência do Espírito Santo para podermos cumprir o nosso dever, estes dois métodos de 
raciocínio caem por terra. [188]
E não é evidente que homens piedosos de todas as épocas se consideraram insuficientes 
para realizar aquelas coisas que, no entanto, reconhecem que são obrigados a realizar? A 
regra do dever é o que Deus exige de nós. Contudo, o que Deus exige dos homens piedosos 
é exatamente aquilo que eles sempre confessaram ser insuficientes para cumprir, devido à 
sua natureza pecaminosa. Ele ama “a verdade interiormente” (Salmo 51:6). Contudo, o 
apóstolo reconhece:
2 Coríntios 3:5 Não que sejamos suficientes em nós mesmos para pensar que alguma coisa
venha de nós, mas que a nossa suficiência vem de Deus.
Romanos 8.26 Da mesma forma, o Espírito também nos ajuda em nossas fraquezas. Não 
sabemos orar como deveríamos, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos 
inexprimíveis.
As mesmas coisas que são exigidas em um lugar são prometidas em outro: 1 Samuel 
12:24-25 “Somente tema ao Senhor e sirva-o em verdade, de todo o coração; pois você viu 
quão grandes coisas ele fez por você. “Mas se você continuar a fazer o mal, você e seu rei 
perecerão.”
Jeremias 32:40 “Farei com eles uma aliança eterna de que não me afastarei deles para lhes
fazer o bem; e porei o meu temor em seus corações, para que não se afastem de mim.
Quando os escritores sagrados falam dos preceitos divinos, não os rejeitam nem deduzem 
deles uma auto-suficiência em si mesmos para se conformarem a esses preceitos, mas pelo 
contrário os convertem em oração:
Salmos 119.4-5 Tu ordenaste os teus preceitos, para que os observemos diligentemente. 
Que meus caminhos sejam estabelecidos Para guardar Teusestatutos!
Em resumo, as Escrituras nos ensinam uniformemente que toda a nossa suficiência para 
fazer o bem ou para nos abster do mal vem do alto. Portanto, o arrependimento e a fé 
podem ser mandamentos divinos, embora também sejam dádivas de Deus.
Se a nossa insuficiência no cumprimento destes preceitos, e de qualquer outra coisa boa, 
surgisse de uma impotência natural, certamente nos isentaria da obrigação; mas se surgir 
das disposições pecaminosas de nossos corações, então seria o oposto. Aqueles cujos olhos 
estão
“cheios de adultério e ( portanto ) não podem cessar do pecado” (2 Pedro 2:14), eles têm a 
mesma obrigação de viver uma vida casta e sóbria que os outros homens. No entanto, se as 
suas disposições forem alteradas, deverá ser por uma influência externa, fora deles, pois 
não lhes cabe renunciar aos seus caminhos por sua própria vontade.
Não pretendo sugerir que o mesmo tipo de mal prevaleça em todos os pecadores, mas 
quero dizer que o pecado de alguma forma prevalece e tem
domínio sobre eles, e o faz a tal ponto que nada além da graça de Deus pode curá-los 
efetivamente. É apenas a depravação moral do homem que torna necessária a influência 
regeneradora externa do Espírito Santo. Um eminente e famoso teólogo escreveu: Esta 
declaração simples e exterior da Palavra de Deus teria sido amplamente suficiente para 
produzir fé nos corações dos homens, se não fosse a nossa cegueira e obstinação que 
impediram o seu efeito. Contudo, nossas mentes têm tal inclinação para a vaidade que 
nunca poderiam naturalmente apegar-se à verdade de Deus, e têm tal fraqueza que estão 
sempre cegas e não conseguem ver Sua luz. Portanto, sem a obra iluminadora do Espírito 
Santo, a própria Palavra nada pode fazer. [189]
A regeneração é uma obra necessária para poder crer na Evangelho
Cerca de 50 anos atrás, muitas coisas foram escritas pelo Sr. Brine em favor da necessidade 
de um princípio divino ou comando para a crença. Nos últimos anos, muito tem sido 
avançado contra ela pelo Sr. Booth, Sr. M'Lean e outros. Não posso pretender determinar 
que ideias o Sr.
Salmoura no início do semestre. Ele provavelmente quis dizer algo diferente do que Deus 
exige de toda criatura inteligente; e se isso fosse admitido como necessário para a crença, 
tal crença não poderia ser obrigação de ninguém, exceto daqueles que a possuíssem. Não 
tenho grande interesse neste debate, mas apenas em afirmar o seguinte, que em o estado 
natural do homem, a alma requer uma influência externa que é necessário para crer em 
Cristo. Não tenho dificuldade em admitir isso, nem creio ter qualquer necessidade de 
defendê-lo.
Se a fé fosse meramente uma recepção involuntária da verdade, na qual a vontade do 
homem não desempenha nenhum papel, e se a fé fosse produzida meramente pelo poder 
da evidência, e se os preconceitos da mente não tivessem nenhum papel em retardar ou 
promover a fé em Cristo, isso é que, se a fé fosse inteiramente um exercício puramente 
intelectual e não uma questão moral, então a única coisa necessária para se ter dita fé 
estaria relacionada a uma capacidade intelectual natural do homem, e não a um aspecto 
moral. Se fosse esse o caso, então ter fé não seria mais uma obrigação , nem seria
 A descrença seria um pecado , mas um mero erro de julgamento cognitivo.
Nem poderia haver qualquer necessidade de influência divina ali, uma vez que as 
influências especiais do Espírito Santo não são necessárias para a produção daquilo que 
não contém santidade.
Mas, por outro lado, se a fé em Cristo é aquilo sobre o qual a vontade tem influência, se é o 
mesmo que receber o amor do verdade para que possamos ser salvos ( cf. 2 Tes. 2:10), e se a 
rejeição voluntária do coração humano é o único obstáculo à fé, e se a remoção dessa 
rejeição é o tipo de influência necessária para produzi-la, ( e se essas coisas são assim ou 
não, deixe a evidência apresentada na Segunda Parte deste Tratado determinar). [190] 
então uma conclusão contrária ao acima deve ser tirada. A mera força da evidência 
convincente a respeito da fé, por mais clara que seja, não mudará a disposição do coração. 
Portanto, neste caso e em particular neste caso, o supereminente grandeza do poder divino 
para tornar possível a um pecador crer ( cf. Ef.
1:19).
Efésios 1:19–20 E qual é a suprema grandeza do Seu poder para conosco, os que cremos, 
de acordo com a eficácia (energia) da força do Seu poder. Esse poder operou em Cristo 
quando Ele O ressuscitou dentre os mortos e O assentou à Sua direita nos lugares celestiais .
Examinarei este assunto com maior profundidade num apêndice no final deste livro, por 
isso irei ignorá-lo neste momento, e focar-me-ei na objecção de que a fé não é um 
mandamento de Deus para todos os homens que se segue ao que foi dito anteriormente.
Se crer em Cristo exige que o pecador seja renovado internamente pelo Espírito Santo, 
então, alguns argumentam, não pode ser sua obrigação acreditar. É notável quantos pontos 
o sistema aqui oposto, isto é, o Hiper-Calvinismo, tem em comum com o Arminianismo. 
Este último admite que acreditar é dever dos não regenerados, mas ao fazê-lo nega a 
necessidade da obra divina da nova geração para que isso aconteça. O primeiro admite a 
necessidade de uma mudança interna Divina para acreditar, mas por isso nega que 
acreditar seja dever do não regenerado acreditar, roubando-lhe assim a sua 
responsabilidade. Neste ponto tanto o Arminianismo como o Hiper-Calvinismo concordam.
 acordo, que a necessidade de uma mudança interna efetuada pela Divindade e a obrigação 
do pecador de acreditar não podem concordar entre si.
Mas, se este argumento tiver alguma força, provará mais do que os seus antecessores 
queriam que provasse. Se isso for verdade, então provará que a influência regenerativa 
Divina não é necessária para a crença; ou, se for necessário, então a fé não é o dever 
imediato do pecador. Se a obra regeneradora do Espírito muda as tendências do coração 
para que possamos acreditar, ou nos faz acreditar sem produzir uma mudança, ou apenas 
nos faz acreditar . ajuda alguém a acreditar , não faz diferença quanto ao cerne deste 
argumento: se a regeneração é anterior e necessária para acreditar, então acreditar não 
pode ser um dever do pecador, de acordo com o raciocínio do Hiper-Calvinismo nesta 
objeção, até que tal trabalho tenha sido realizado. Neste ponto, os socinianos admitem que 
a fé seja dever imediato do pecador, mas negam que esta seja uma obra produzida por 
Deus. [191]
Parece-me que a necessidade da influência regeneradora do Espírito, bem como uma 
mudança de coração antes de crer, é perfeitamente compatível com o fato de que é dever 
do não regenerado crer em Cristo. Contudo, se a disposição do coração que é produzida 
pelo Espírito Santo nada mais é do que aquela que toda criatura racional deveria possuir no
tempo, então a falta desta disposição não seria uma desculpa para a omissão de uma ordem
para acreditar. Se aplicássemos essa mesma lógica às questões mais comuns do dia a dia, 
veríamos qual seria o resultado:
1.
Para ser honesto, não tenho isso em mim.
2.
Mas nenhum homem é obrigado a fazer o que não tem capacidade para fazer.
3.
Portanto, não tenho obrigação de viver honestamente.
Enquanto pensamos desta forma sobre a ausência de princípios morais, tendemos a 
esquecer a nossa responsabilidade moral e a considerar estes mandamentos como uma 
espécie de conquista natural, que não somos obrigados a cumprir ativamente, mas
 simplesmente para melhorar caso isso seja feito em nós.
Por isso, quem segue essa linha de pensamento considera que seu único dever é orar para 
que Deus lhe conceda essa virtude ou esperar até que Ele misericordiosamente tenha 
vontade de fazê-lo. Mas o que diríamos se um homem raciocinasse assim com respeito aos 
deveres da vida diária? Todo o dever de um homem desonesto é orar a Deus para torná-lo 
honesto ou esperar até que Ele repentinamente o torne honesto? Cada um, neste caso, 
sente que um coração honesto é em si o que deveria possuir. Damesma forma, nenhum 
homem, em questões que dizem respeito ao seu próprio interesse , pensaria em desculpar 
tal deficiência em tal pessoa, alegando que o pobre homem não poderia agir honestamente 
para com ele, nem agir de outra forma, até que possuísse o dito virtude moral.
Se um coração reto para com Deus e o homem não é em si algo exigido de nós, então nada é 
ou pode ser exigido; já que toda obrigação se compreende nas ações do coração. Mesmo 
aqueles que comprometeriam a questão admitindo que os pecadores não são obrigados a 
possuir um coração reto, mas simplesmente a orar e esperar que tal coração se origine 
neles, se eles se forçassem a compreender as palavras antes de usá-las, eles deve perceber 
que não faz sentido falar desta forma. Bem, se a obrigação de um pecador é orar a Deus por 
um coração reto e esperar que Deus o conceda a ele, então eu perguntaria se esses 
exercícios espirituais deveriam ser feitos com sinceridade ou sem sinceridade - isto é, com 
um verdadeiro desejo de seguir em frente. o objeto procurado ou sem ele. Não se afirmará 
que o pecador deva fazer uso desses meios espirituais de forma insincera, mas dizer que 
ele deve usá-los com sinceridade ou com um desejo pelo qual ele ora e espera, equivale a 
dizer que ele deve ser sincero .
– o que é o mesmo que ter um coração reto.
Se um pecador é desprovido de todo desejo por Deus e por coisas espirituais, e promove 
apenas o mal, todas as maneiras pelas quais ele cumpre qualquer obrigação espiritual não 
farão diferença. O coração carnal irá encontrá-lo a cada abordagem e rejeitá-lo. Exorte-o a 
se arrepender e ele lhe dirá que ele não pode se arrepender, que seu coração é muito difícil 
de amolecer ou que ele foi afetado de alguma forma por sua situação e não pode fazer nada.
Diga-lhe – como certo escritor – que ele deveria fazer um esforço para se arrepender e ele 
responderá que não tem coragem de fazer isso. Diga-lhe que ele tem que orar a Deus para 
lhe dar um
 coração e ele responderá que a oração é a expressão do desejo piedoso e que ele não tem 
nada que possa expressar.
O que diremos então? Vendo que ele não consegue se arrepender, que não consegue 
encontrar em seu coração o desejo de se arrepender, que não consegue orar sinceramente 
para que um coração faça tal esforço, deveríamos negar suas reivindicações e desculpá-lo 
dizendo que ele não é tão perverso quanto ele mesmo. Você se considera? Isso é mais do 
que qualquer um estaria disposto a admitir. Ou talvez o permitamos e o absolvamos de 
qualquer obrigação de acreditar? Não, mas sim, devemos voltar ao ponto de partida, 
admoestando-o assim como as Escrituras ordenam que se arrependa e creia no evangelho (
cf. Sr.
1:15), declarando-lhe que o que ele chama de incapacidade é na verdade o seu pecado e 
vergonha, e alertando-o contra pensar que ainda tem mais um dia para adiar o seu 
arrependimento. Devemos fazer isso não com a expectativa de que ele mude de ideia por 
sua própria vontade, mas com a esperança de que “talvez Deus lhe conceda o 
arrependimento para conhecer a verdade” (2 Timóteo 2:25).
Esta doutrina, aliás, deve levar os pecadores ao desespero. Se assim for, este é o desespero 
que desejo prevalecer. Enquanto o pecador não sentir desesperança por qualquer tipo de 
autoajuda e depender dela, ele nunca cairá nos braços da misericórdia soberana. Mas uma 
vez que estamos convencidos de que não não há ajuda em nós mesmos e que isso, longe de 
nos desculpar, é uma prova da maior iniqüidade, então começaremos a orar como 
pecadores perdidos . E tal oração, feita em nome de Jesus , será ouvida.
Outras objecções poderiam ter sido desenvolvidas, mas espero que se reconheça que as 
mais importantes foram expostas de forma justa. O leitor julgará se as objeções ao que é 
proposto neste trabalho foram respondidas ou não.
 PARTE QUATRO: REFLEXÕES
FINAIS
 CAPÍTULO 13: CONCLUSÃO
1. Primeiro: o mandamento de Deus de amá-lo acima de todas as coisas é uma amostra do 
seu amor infinito
 Embora a fé em Cristo seja um mandamento, a sua exigência não é
 deve ser considerado um mero exercício da autoridade de
 Deus, mas para o nosso bem-estar infinito, obrigando-nos a continuar
 o que é melhor para nós
Suponhamos que uma mensagem de paz e reconciliação seja enviada a um bando de 
mercenários rebeldes que foram derrotados e colocados diante do Rei a quem ofenderam 
com a sua rebelião. Estes são obrigados a se arrepender de suas ações e aceitar a 
misericórdia do referido Rei, antes mesmo que possam se interessar por ela. Tal exigência, 
contudo, não seria considerada um mero exercício de autoridade por parte de homens 
imparciais. É verdade que a autoridade do Rei o acompanharia e o procedimento seria 
realizado de tal forma que a honra do seu governo fosse preservada, mas o grande caráter 
da mensagem aos ditos rebeldes seria a misericórdia. Nem a bondade deste Rei seria 
diminuída pela autoridade que o acompanha, nem pela má disposição dos partidos que se 
rebelaram contra ele. Se algum deles fosse considerado incorrigível e executado como 
traidor teimoso, a misericórdia deste Rei em enviar a mensagem permaneceria a mesma.
Eles poderiam objetar que o governo contra o qual se rebelaram era duro e rígido, que não 
apenas eles, mas também seus pais, sempre foram oprimidos, que foram ensinados desde a 
infância.
infância desprezá-lo, do que exigir que aceitassem de todo o coração uma mensagem cujo 
significado era que eles transgrediram as leis sem qualquer razão e que eles mereciam 
morrer , era demasiado humilhante para a carne e o sangue suportarem, e que se o Rei não 
os perdoasse sem assinar cordialmente tal instrumento, seria melhor para ele tê-los 
deixado morrer como estavam; Pois em vez de ser uma boa notícia para eles, demonstraria 
os meios para agravar a sua miséria. No entanto, qualquer súbdito leal perceberia 
imediatamente que se tratava de facto de uma boa notícia e de uma boa demonstração de 
misericórdia por parte do Rei, independentemente da resposta dos rebeldes ou da sua 
perversidade.
Se a fé em Cristo é o dever dos ímpios, deve seguir-se claramente que todo pecador, 
qualquer que seja o seu caráter, tem a plena garantia da salvação. se você confia no Senhor 
Jesus Cristo para a salvação de sua alma. Em outras palavras, você tem todo incentivo 
possível para renunciar ao seu antigo apego e confiança e entregar sua alma nas mãos de 
Jesus para ser salvo.
Se a crença em Cristo é um privilégio que pertence apenas aos regenerados, e que nenhum 
pecador não regenerado tem a garantia de ser aceito por Cristo se ele acreditar, como 
afirma o Sr. Brine, então concluiríamos que um pecador pode saber que ele é regenerado 
mesmo antes de acreditar, ou que o primeiro exercício de fé é um ato de presunção. [192]
Concordamos que a predisposição do coração do ser humano exige uma mudança antes 
que ele se volte para Deus antes de acreditar, porque tal é a natureza do crer, que não pode 
ser exercido enquanto a alma estiver sob o domínio da cegueira, da dureza e da aversão 
voluntária por parte do pecador. Essas disposições do coração são representadas nas 
Escrituras como restritivas do caminho da fé e inconsistentes com ele; e que, portanto, 
exigem sair do caminho antes que a pessoa possa vir a Cristo. Você pode ver mais disso no 
quarto argumento apresentado. [193] Mas seja qual for a necessidade de uma mudança de 
coração para acreditar, não é necessário nem possível que a pessoa tenha consciência disso
até que tenha acreditado.
É necessário que os olhos de um cego sejam abertos antes que ele possa ver, mas não é 
necessário nem possível que ele saiba que seus olhos estão abertos até que ele veja. 
Somente quando ele vê os objetos ao seu redor é que ele sabe que a camada de obstrução 
que ele tinha nos olhos desapareceu. Mas sim
 a regeneração é necessária para garantir o fato de que o pecador seria recebido por Cristo, 
e se ainda for impossível obter consciência disso até que tenhamos crido, conclui-se que o 
primeiro exercício de fé carece de fundamento;isto é, não é fé, mas presunção. [194]
Se crer é o dever de todo pecador a quem o evangelho é pregado, não pode haver dúvida de 
que existe uma ordem de Deus para isso, qualquer que seja o caráter do pecador; e 
sustentar a segunda – que Deus ordena a todo pecador que se arrependa – sem admitir a 
primeira – que é dever de todo pecador arrepender-se – seria reduzi-la a uma mera 
questão de discrição. Pode não ser certo rejeitar o caminho da salvação, mas não é de forma
alguma ilegal fazê-lo.
2. Segundo: A salvação é inteiramente pela graça de Deus
 Embora crer em Cristo seja o cumprimento de uma ordem de
 pecador, porém, não é como se nos devessem alguma coisa por
 o que fazemos, ou como uma recompensa dada a alguém por um
ato virtuoso, que por ele somos justificados.
É verdade que Deus recompensa o serviço do Seu povo, como as Escrituras ensinam 
abundantemente, mas isto é uma consequência da justificação. Devemos primeiro ser 
aceitos no Amado, antes que nossos serviços possam ser aceitáveis ou recompensados pelo 
Senhor.
Por outro lado, se fôssemos justificados pela fé como algo que nos é devido , então não seria 
mais justificação apenas pela fé , uma vez que na sua própria essência a justificação se opõe 
às obras :
Romanos 4:4–5 Ora, para quem trabalha o salário não é contado como um favor, mas 
como uma dívida; Mas para aquele que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, 
a sua fé é considerada como justiça.
A doutrina bíblica da justificação pela fé , em oposição às obras da lei, parece-me em sua 
própria essência ser assim: Ao crer em Jesus Cristo, o pecador torna-se vitalmente unido a 
Ele ou, como expressam as Escrituras: “Mas quem está unido ao Senhor, é com ele um só 
espírito” (1 Coríntios 6:17), e esta união, de acordo com o plano da vontade divina e 
conforme revelado
 no evangelho, é o fundamento da participação em Sua justiça. Concordando com isso está a
seguinte declaração do apóstolo:
Romanos 8:1 Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, 
que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.
1 Corintios 1.30–31 Pero por obra Suya están ustedes en Cristo Jesús, el cual se hizo para 
nosotros sabiduría de Dios, y justificación, santificación y redención, para que, tal como 
está escrito: “El que se gloria, que se gloríe en o senhor."
Filipenses 3:8–9 E além disso, considero todas as coisas como perda, em vista do valor 
incomparável de conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por amor a Ele perdi tudo e 
considero isso como lixo, para que possa ganhar a Cristo e ser encontrado Nele, não tendo 
minha própria justiça derivada da Lei , mas aquela que vem através da fé em Cristo (o 
Messias), o justiça que vem de Deus com base na fé.
Visto que a união com Cristo – que, na ordem das coisas relacionadas com a salvação, 
precede a participação na justiça de Cristo – é mencionada com referência ao casamento, 
uma pode servir para ilustrar a outra. Suponha que um personagem rico e generoso, 
caminhando pelos campos, veja uma menina indefesa abandonada por um pai insensível no
dia em que nasceu, deixando-a morrer. Ele vê seu estado de desamparo e resolve salvá-la. 
Sob sua gentil proteção, a menina se transforma em uma mulher madura. Ele agora resolve 
torná-la sua esposa.
— ele a cobre com a ponta do manto e ela se afasta dele . Ela agora compartilha todos os 
bens do marido de acordo com os estatutos públicos do reino. Grande é a transformação 
dos estados!
Pergunte-lhe no auge da sua glória como ela se tornou possuidora de toda essa riqueza, e 
ela responderá da seguinte forma, se mantiver um espírito adequado: “Não, nada foi meu, 
mas do meu libertador, aquele que me resgatou da morte. Não é uma recompensa por 
qualquer boa ação da minha parte, é pela O casamento …é “pela graça”.
Neste caso é fácil perceber que era necessário que ela se casasse voluntariamente com o 
marido antes de poder partilhar dos seus bens de acordo com os estatutos públicos do 
reino e agora desfrutar desses bens através do casamento . E, no entanto, quem pensaria em
afirmar
 que o consentimento dela em ser sua esposa foi um ato meritório da parte dela e que todos
os bens dele foram dados a ela como recompensa por isso?
3. Terceiro: Uma condenação iminente paira sobre aqueles que não crentes
 Os incrédulos estão em uma situação alarmante.
Por incrédulos, não me refiro apenas aos infiéis declarados, mas a toda pessoa que ouve ou 
tem a oportunidade de ouvir o evangelho, ou de chegar ao conhecimento do que é ensinado
nas Sagradas Escrituras, e o rejeita cordialmente. É um pensamento terrível ser pecador e 
ser inimigo do maior e melhor dos seres, mas ser um pecador a descrença é ainda muito 
pior.
Há libertação da “maldição da lei” por meio daquele que foi
“amaldiçoou-nos” (Gálatas 3:13). Mas se, como a figueira estéril, nos expormos ano após 
ano à cultura e à pregação evangélica e, apesar disso, não dermos frutos, podemos esperar 
cair sob a maldição do Salvador; e quem nos libertará disso?
Hebreus 2:2–3 Pois se a palavra falada por meio dos anjos provou ser imutável (firme), e 
toda transgressão e desobediência recebeu uma retribuição justa, como escaparemos se 
negligenciarmos tão grande salvação? A qual, depois de ter sido anunciada pela primeira 
vez pelo Senhor, foi-nos confirmada por aqueles que a ouviram.
Temos o hábito de sentir pena dos pagãos que são seduzidos por uma superstição 
abominável e imersos nas imoralidades que a acompanham, mas viver no meio da luz do 
evangelho e rejeitá-lo, ou pior ainda, desprezá-lo, é muito mais criminoso e será 
acompanhado de um grande castigo. Lamentamos a condição dos libertinos – lamentamos 
os blasfemadores, os bêbados, os fornicadores, os mentirosos, os ladrões e os assassinos – 
mas esses crimes tornam-se dez vezes mais hediondos à medida que são continuamente 
expostos à luz da revelação e, ainda assim, desprezam todas as advertências e convites 
cordiais. do evangelho.
A pessoa mais blasfema que nunca possuiu estas vantagens da luz do Evangelho pode ser 
menos criminosa aos olhos de Deus do que a pessoa mais sensata, decente e moral de 
todas, mas conhecendo estas verdades ele as ignora. Foi nesse início que tão grande aflição 
foi denunciada contra Corazim e Betsaida, e que seu pecado foi representado como ainda 
maior que o de Sodoma.
Mateus 11:20–24 Então Jesus começou a repreender as cidades onde Ele havia realizado a 
maioria de Seus milagres, porque elas não haviam se arrependido: “Ai de você, Corazin! Ai 
de você, Betsaida!
Pois se os milagres que aconteceram em vocês tivessem sido realizados em Tiro e em 
Sidom, vocês já teriam se arrependido há muito tempo, com saco e cinza. “Portanto, eu lhes 
digo que no dia do julgamento o castigo será mais tolerável para Tiro e Sidom do que para 
vocês. “E você, Cafarnaum,
Você será elevado aos céus? Você descerá ao Hades (região dos mortos)! Porque se os 
milagres que se fizeram em ti tivessem sido feitos em Sodoma, ela teria permanecido até 
hoje. “No entanto, eu lhe digo, no dia do julgamento será mais tolerável. ” castigo para a 
terra de Sodoma do que para você.” Veja Lc. 10:13-16.
O evangelho carrega um aspecto de misericórdia para com os pecadores , mas para os 
pecadores incrédulos as Escrituras tratam inteiramente em linguagem ameaçadora.
João 12.46–48 “Eu, a Luz, vim ao mundo, para que todo aquele que crê em Mim não 
permaneça nas trevas. “Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o 
julgo; porque não vim para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. “Aquele que Me 
rejeita e não recebe as Minhas palavras tem quem o julgue; a palavra que falei, que o 
julgará no último dia.
Será de pouca importância, naqueles dias, que tenhamos escapado de algumas das 
“concupiscências da carne”, se tivermos sido levados cativos pelos da
“pensamentos” ( cf. Efésios 2:3). Se desprezarmos o maior presente do céu por orgulho na 
ciência ou por uma vã presunção de nossa própria justiça, como poderemos permanecer 
firmes quando Ele aparecer?
 Naquele dia se veráque o prêmio estava em nossas mãos para adquirir sabedoria, mas que
não tivemos coragem de compreender ( cf. Prov.
17:16). Nisto consiste o nosso pecado e daí vem a nossa ruína.
Deus nos chamou e não quisemos ouvir, Ele apertou Sua mão e ninguém prestou atenção; 
Portanto, ele rirá de nossa calamidade e zombará quando aquilo que tememos vier até nós 
( cf. Pv 1.24, 26).
Provérbios 1:24–26 Porque clamei e eles se recusaram a ouvir , estendi a mão e ninguém 
me atendeu. Desconsideraram todos os meus conselhos e não desejaram a minha 
repreensão. Eu também rirei da sua calamidade, zombarei quando o que você teme vier. 
Está implícito que tanto o Antigo quanto o Novo Testamento apresentam claramente os 
meios para a salvação e, como esses meios estão totalmente ao nosso alcance, eles 
representam um sofrimento amargo. nossa condenação de rejeitá-los.
Ezequiel 33:31–33 “E eles vêm a ti como o povo vem, e sentam-se diante de ti como Meu 
povo, ouvem as tuas palavras e não as cumprem, mas seguem os desejos sensuais expressos 
pela sua boca, e os seus corações seguem os seus ganhos. “E você é para eles como a canção 
de amor de quem tem uma voz linda e toca bem um instrumento; Eles ouvem suas palavras,
mas não as colocam em prática. "E
Quando isso acontecer, como certamente acontecerá, eles saberão que houve um profeta 
no meio deles.”
Com o mesmo propósito nosso Salvador fala daqueles que rejeitam a doutrina de seus 
apóstolos:
Lucas 10:10–11 “Mas em qualquer cidade em que vocês entrarem e não os receberem, 
saiam pelas ruas e digam: 'Até o pó da sua cidade que gruda aos nossos pés, nós o 
sacudimos em protesto contra você; mas saiba isto: que o reino de Deus está próximo.'
Grande é o pecado da incredulidade, mas não é imperdoável. Isso só se torna imperdoável 
se persistirmos nisso até a morte. Saulo de Tarso era um incrédulo, mas “ alcançou 
misericórdia ”. Por ser um incrédulo, em vez de um oponente de Cristo, apesar da evidência 
e da convicção de
 pecado, isso o colocou dentro dos limites do perdão e, portanto, sua ignorância é apontada 
como uma razão para isso ( cf. 1 Tim. 1:13).
1 Timóteo 1:12–13 Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me fortaleceu, porque me
considerou fiel, colocando-me no ministério, embora eu já tivesse sido um blasfemador, 
perseguidor e agressor. No entanto, recebi misericórdia porque fiz isso por ignorância e 
incredulidade .
Esta consideração oferece esperança até mesmo aos não-crentes. Ó vocês, pessoas 
hipócritas que confiam em sua própria justiça e desprezam a salvação gratuita através do 
Mediador, saibam que não há outro nome dado debaixo do céu, nem entre os homens, pelo 
qual vocês possam ser salvos (cf. Atos .
4:12). A Ele, a quem desconsideraram e desprezaram, devem submeter-se voluntária ou 
involuntariamente. “A Ele todo joelho se dobrará.”
Vocês não podem retornar a um estado de inexistência, não importa quão desejável seja 
para muitos de vocês, porque Deus carimbou a imortalidade em suas naturezas. Não 
podem virar-se para a direita ou para a esquerda com qualquer vantagem: quer dêem um 
pouco de liberdade à sua inclinação, quer a pressionem com suposta devoção, cada um os 
conduzirá à mesma situação. Eles também não conseguem ficar parados. Como um navio 
num oceano tempestuoso, você deve ir de um lugar para outro. Mas onde quer que decidam
ir, se não for para Jesus, é um caminho totalmente indigno, e eles estão apenas acumulando 
ira para o dia da ira. Quer você cante, ore, ouça, pregue, alimente os pobres ou cultive a 
terra, se o seu propósito for o eu e Cristo for ignorado, tudo o que você fizer será pecado e 
tudo se tornará uma decepção: [195]
Isaías 5.24 Portanto, assim como a língua de fogo consome o restolho, e a erva seca cai 
diante da chama, a sua raiz se tornará como podridão e a sua flor se espalhará como pó. 
Porque rejeitaram a lei do Senhor dos Exércitos e desprezaram a palavra do Santo de Israel.
Apocalipse 22.17 O Espírito e a esposa dizem: “Vem”. E quem ouve diga: “Vem”. E quem 
tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.
 Um paraíso eterno está diante de você em uma direção e um inferno eterno na outra. Sua 
resposta é necessária. Seja uma coisa ou outra. Decida neste dia quem você servirá! De 
nossa parte, obedeceremos ao nosso Senhor e Salvador. Se você continuar a rejeitá-lo, será 
assim: “Mas saibam isto: o reino de Deus está próximo de vocês” (Lucas 10:11).
4. Quarto: A obrigação dos crentes é a proclamação do Evangelho a todos os homens
 À luz do que foi dito, como ministros da Palavra
 Podemos formar uma opinião sobre qual é a nossa obrigação para com o
 cuide dos não convertidos .
A obra do ministério cristão, tem sido dito, é pregar o evangelho ou ensinar a graça gratuita 
de Deus através de Jesus Cristo como a única maneira de um pecador ser salvo. Não há 
dúvida de que isso é verdade. E se este não for o tema principal do nosso ministério, então 
seria muito melhor para nós sermos qualquer coisa menos pregadores.
1 Coríntios 9:16 Pois se eu prego o evangelho (anuncio as boas novas), não tenho nada do 
que me orgulhar, pois tenho o dever de fazê-lo. Bem, ai de mim se eu não pregar o 
evangelho!
O ministro que negligencia os seus princípios fundamentais sob o pretexto de exercer a 
prática da religião brinca com fogo. Ele pode impor o dever até que esse dever congele em 
seus lábios, mas nem seus ouvintes nem ele próprio darão muita importância a isso. Porém,
ao contrário, se pregar o evangelho significa insistir apenas nas bênçãos e privilégios da 
religião, negligenciando os mandamentos práticos, chamados e admoestações, basta dizer 
que a prática de Cristo e Seus apóstolos não era essa. Não será negado que eles pregaram o 
evangelho com os lábios, mas que também alertaram, admoestaram e imploraram aos 
pecadores para “se arrependerem e crerem” (Marcos 1:15), para “crerem enquanto tinham 
a luz” (João 12). .:36), que eles “trabalhem, não pela comida que perece, mas pela comida 
que permanece para a vida eterna” (João 6:27), que eles “se arrependam e se convertam 
para que seus pecados sejam apagados” (Atos 3 :19), que “eles deveriam vir à ceia das 
bodas, porque todos
as coisas estão preparadas” para que “se reconciliem com Deus”
(Lucas 14:17; 2 Coríntios 5:20).
Lucas 14:17 “Na hora da ceia, ele enviou seu servo para dizer aos convidados: 'Vinde, 
porque já está tudo pronto.'
2 Coríntios 5:20 Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse orando 
por nosso intermédio, em nome de Cristo te pedimos:
Reconcilie-se com Deus!
Se a incapacidade dos pecadores de fazer coisas espiritualmente boas fosse puramente 
natural ou física, ou se tal incapacidade existisse apesar da sua decisão, então seria absurdo
e cruel dirigir-se a eles com tais palavras. [196] Ninguém, estando consciente, pensaria em 
chamar os cegos para ver, os surdos para ouvir, ou os mortos para se levantarem e 
andarem; e ameaçando puni-los caso se recusassem a fazê-lo.
Mas se a cegueira surge do amor às trevas e não à luz, se a surdez é como a de uma áspide 
que tapa o ouvido e não ouve a voz daqueles que encantam, por mais habilidoso que seja o 
encantador (cf. Sal. 58 ) . :4-5), e se a morte consiste no afastamento do coração de Deus e 
na ausência de todo desejo de segui-Lo, não há nada de absurdo ou cruel em tais ordens.
Salmos 58:4–5 Eles têm veneno como veneno de cobra; São como uma cobra surda que 
fecha o ouvido, Que não ouve a voz de quem encanta, Nem mesmo do mais habilidoso 
encantador.
Mas exigir o cumprimento dos mandamentos da religião cristã, seja dos pecadores ou dos 
crentes, é o que alguns chamam de pregação da lei . Se assim fosse, basta-nos dizer que tal 
foi a pregação de Cristo e de Seus apóstolos. É loucura e presunção fingir ser mais 
evangélico do que foi!
Contudo, nem toda pregação prática é pregação da lei. Entendo que apenas a pregação da 
lei que tem a ver com sermos aceitos por Deus de uma forma ou de outra através da 
obediência aos seus mandamentos, em vez da fé em Cristo, deve sercensurada. Quando a 
vida eterna é representada como a recompensa do arrependimento, da fé e da obediência 
sincera (como é o caso na maioria das vezes e sob
a maneira complacente de ser “ pelos méritos de Cristo”) isso é pregar a lei e não o 
evangelho. Mas os mandamentos da lei podem ser ilustrados e aplicados para propósitos 
evangélicos, tais como para vindicar o caráter e o governo divinos, para convencer sobre o 
estado pecaminoso, para mostrar a necessidade de um Salvador com a liberdade de 
salvação, para determinar a natureza do religião verdadeira e apontar a regra da conduta 
cristã. Esta forma de introduzir a lei divina na submissão ao evangelho é, propriamente 
falando, pregar o evangelho; porque o fim leva à ação.
Se os princípios acima estiverem corretos, é dever dos ministros não apenas exortar seus 
ouvintes incrédulos a crerem em Jesus Cristo para a salvação de suas almas, mas corremos 
um risco muito grande se, em vez disso, os exortarmos a qualquer coisa, ou que isso não 
aconteça. não envolva o cumprimento de tais mandamentos.
Estou ciente de que tal ideia pode assustar muitos dos meus leitores e alguns que estão 
comprometidos com o ministério cristão.
Afundámo-nos numa forma tão permissiva de tratar os não salvos que quase perdemos o 
espírito dos primeiros pregadores! E é por isso que pecadores de todos os tipos podem 
sentar-se tão quietamente como fazem ano após ano em nossos locais de adoração. Não foi 
assim com os ouvintes de Pedro e Paulo. Eles “foram picados em seus corações” de uma 
forma ou “enfureceram-se” de outra maneira ( cf. Atos 2:37, 5:33, 7:54).
Atos 2:37 Quando ouviram isso, ficaram profundamente comovidos e disseram a Pedro e 
aos outros apóstolos: “Irmãos, o que devemos fazer?”
Atos 5:33 Quando ouviram isso, ficaram profundamente ofendidos e quiseram matá-los.
Atos 7:54 Quando ouviram isso, ficaram profundamente ofendidos e rangeram os dentes 
contra ele.
Sua pregação foi recomendada “a toda consciência humana diante de Deus” (2Co 4:2). 
Como explicaremos essa diferença? Não há algum erro ou defeito importante em nosso 
ministério? Por um lado, não tenho boas referências para a pregação daqueles que 
repudiam a divindade ou a expiação de Cristo, cujos sermões são pouco mais do que 
discursos sobre moralidade. Por outro lado, não tenho nenhum
simpatia pela pregação rude dos antinomianos, cuja principal tarefa é alimentar a vaidade e
a malignidade de uma parte de seus ouvintes e mitigar os princípios pecaminosos da outra 
parte. Estes são erros cuja loucura é “manifestada a todos os homens” que se preocupam 
seriamente com a religião do Novo Testamento ( cf. 2 Timóteo 3:9).
Estou me referindo àqueles que são comumente considerados evangélicos e que aprovam 
que o evangelho seja oferecido gratuitamente aos não convertidos, mas que se enquadram 
em uma dessas duas categorias acima mencionadas. Espero que nenhum pedido de 
desculpas seja necessário para uma tentativa de exibir o modo bíblico de pregar. Se isso 
afeta o trabalho de um dos meus irmãos, não posso negar que também pode afetar o meu. 
Não creio que esteja exagerando quando digo que, no máximo, talvez haja apenas um 
ministro entre nós cuja pregação não tenha sido mais ou menos influenciada pelos sistemas
monótonos e letárgicos do Evangelho da época.
Não há dúvida de que Cristo e Seus apóstolos chamaram os pecadores para
“arrependam-se e creiam no evangelho”, mas estamos dispostos a abandonar esta parte do 
ministério cristão porque os consideramos criaturas pobres, indefesas e depravadas, sem 
responsabilidade. Alguns podem ter tido medo de serem considerados legalistas, outros 
consideraram-no realmente inconsistente.
Considerando coisas que estão além da capacidade de seus ouvintes, eles parecem ter se 
contentado em impor-lhes coisas que poderiam fazer , mesmo enquanto continuavam a ser 
inimigos de Cristo, tais como comportar-se decentemente na sociedade, ler as Escrituras e 
tomar cuidado dos filhos, meio de graça. É por isso que os ouvintes desta descrição se 
sentem à vontade em nossas congregações. Tendo cumprido o seu dever, o ministro não 
tem mais nada a dizer-lhes, a menos que seja para lhes dizer ocasionalmente que algo mais 
é necessário para a salvação. Mas como isso não implica nenhuma culpa da parte deles, 
ficam indiferentes, imaginando que tudo o que é exigido deles é
“deite-se para dormir na estrada e espere o tempo do Senhor.”
Mas será esta a religião das Escrituras? Onde parece que os profetas ou apóstolos trataram 
como desculpa esse tipo de incapacidade que é apenas o efeito da aversão reinante no 
coração? E onde os pecadores são exortados a fazer algumas coisas enquanto ainda são 
inimigos de Deus? Em vez de
 deixando de fora de sua pregação todos os mandamentos de natureza espiritual, porque 
seus ouvintes não conseguiam encontrar em seus corações o poder para obedecê-los, o 
oposto pode ser afirmado com segurança, que eles não exortaram mais nada ; tratar tal 
deficiência não apenas com indiferença
- isto é, não os isentaram do seu dever - mas tornaram os seus ouvintes dignos da mais 
severa repreensão por não quererem obedecer.
Jeremias 6.10 A quem falarei e avisarei, para que ouçam?
Seus ouvidos estão fechados e eles não podem ouvir. A palavra do Senhor é uma vergonha 
para eles; Eles não se deleitam com isso.
Então que? O profeta desistiu de seu trabalho e os exortou a algo que pudessem ouvir de 
acordo com seu humor atual? O oposto. Ele entrega Sua mensagem, quer eles a ouçam ou se
abstenham de obedecer.
Jeremias 6.16 Assim diz o Senhor: “Permanece nos caminhos e olha, e pergunta pelas 
veredas antigas, qual é o bom caminho, e anda por ele; E encontrarão descanso para suas 
almas. Mas eles disseram: 'Não andaremos nele. '
E isso te levou a desistir? Não. Ele passa a ler sua perdição e chama o mundo para 
testemunhar sua justiça:
Jeremias 6.19 Ouve, terra: trago sobre este povo uma calamidade, fruto dos seus planos, 
porque não deram ouvidos às minhas palavras, e rejeitaram a minha lei.
Muitos daqueles que vieram ouvir o ministério de Cristo tinham o mesmo espírito. Seus 
olhos estavam cegos e seus corações endurecidos , para que não pudessem acreditar, mas 
sem prestar atenção a esse tipo de incapacidade o Senhor os exortou a que “enquanto vocês
têm a luz, creiam na luz” (João 12:36). E quando eles ouviram e não acreditaram, Ele passou
a declarar sem hesitação o seguinte:
João 12.48 “Quem Me rejeita e não recebe as Minhas palavras tem quem o julgue; a palavra
que falei, que o julgará no último dia.
O mesmo aconteceu com muitos dos ouvintes de Paulo em Roma. Eles não Eles creram , 
mas vendo que não podiam receber o evangelho, Paulo pregou-lhes algo que pudessem 
receber? Não, ele lhes disse “esta palavra” ao sair:
Atos 28:25–28 Discordando entre si, eles começaram a partir depois que Paulo disse uma 
última palavra: “O Espírito Santo falou bem a seus pais por meio do profeta Isaías, dizendo: 
'Vá a este povo e diga: “Quando eles ouvirem, eles ouvirá e não entenderá; e vendo, verão, e
não perceberão; porque o coração deste povo se tornou insensível, e ouvem com 
dificuldade com os ouvidos; e seus olhos se fecharam; Caso contrário, eles veriam com os 
olhos, ouviriam com os ouvidos e entenderiam com o coração, e se converteriam, e eu os 
curaria.' ”
“Saibam, portanto, que esta salvação de Deus foi enviada aos gentios. Eles vão ouvir.
Quando Jesus e Seus apóstolos começaram a moldar os costumes dos homens? Onde eles 
exortam os mandamentos que um homem pode cumprir e ainda assim ignorar o reino dos 
céus? Se um homem “guardasse as suas palavras”, ele teria a certeza de que “nunca veria a 
morte” (João 8:51). Ao se dirigirem aos não convertidos, começaram por exortá-los a 
“arrepender-se e crer no Evangelho” (Marcos 1:15), e no decorrer de suas obras os 
exortaram a todo tipo de deveres, mas tudo tinha que ser feito espiritualmente , caso 
contrário, eles não teriam reconhecido que haviam sido cometidos. Os deveres carnais, ou 
deveres que deveriam ser executadosde outra forma que não “para a glória de Deus”, não 
tinham lugar em seu sistema.
A resposta de nosso Senhor aos judeus carnais que perguntaram o que deveriam “fazer 
para realizar as obras de Deus” (João 6:28) é digna de atenção especial. Jesus os fez 
entender que acreditar Nele era algo totalmente fora de seu poder, não importando o 
quanto estivessem dispostos a fazê-lo? Ele os fez entender que todas as instruções que ele 
tinha para dar eram que eles deveriam obedecer aos meios da graça e esperar que as águas 
se movessem ( cf. João 5:4)? Não. Jesus respondeu: “A obra de Deus é esta: que creiais 
naquele que ele enviou” (João 6:29). Esta era a porta de entrada do caminho , tal como o 
autor de O Progresso do Pilgrim o representou admiravelmente, a quem os pecadores 
devem
ser direcionado. Um instrutor mundano pode inculcar outros deveres morais, mas o 
verdadeiro evangelista , pelo exemplo de seu Senhor, apontará esta como a primeira 
preocupação e como aquela da qual tudo o mais depende.
Há outra espécie de pregação que segue o mesmo princípio.
O arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo são mandamentos, 
mas não mandamentos imediatos . Porque o pecador é considerado incapaz de cumpri-los, 
por esta razão, ele não é instado a cumpri-los, mas sim é ordenado a “orar ao Espírito 
Santo, para que ele se arrependa e creia”, e isto parece que o o pecador realmente pode 
fazer isso, apesar da aversão do seu coração a todas as coisas deste tipo. Mas se alguém for 
solicitado a orar pelo Espírito Santo, isso será feito com sinceridade, em nome de Jesus, ou 
de forma insincera, de alguma outra forma. Suponho que será admitido que este último, 
orando hipocritamente, é uma abominação aos olhos de Deus, portanto não pode ser 
obrigado a fazer isso. E quanto ao primeiro, é tão difícil e oposto ao coração carnal quanto o
arrependimento e a fé em si mesmos. Na verdade, é a mesma coisa; pois um desejo sincero 
pela bênção espiritual apresentada em nome de Jesus nada mais é do que
“a oração da fé” (Tiago 5:15).
Pedro exortou Simão a orar, não com um coração impenitente para obter o 
arrependimento, mas com um coração penitente para obter o perdão ; e esta é sem dúvida a
única forma de obtê-lo: “através de Jesus Cristo”.
Atos 8:20–22 Então Pedro lhe respondeu: “Que a sua prata pereça com você, porque você 
pensou que poderia obter o dom de Deus com dinheiro. “Você não tem parte nem 
participação neste assunto (neste ensinamento), porque seu coração não está correto 
diante de Deus. “Portanto, arrependa-se desta sua maldade e ore ao Senhor para que, se 
possível, a intenção do seu coração seja perdoada.
Nosso Salvador levou Seus discípulos a orar pelo “Espírito Santo”, mas certamente a oração
que eles foram encorajados a fazer foi sincera e com os olhos fixos no Salvador; isto é, já era
“uma oração de fé”. Portanto, dito, dito mandamento de orar pelo
 O Espírito não era um mandamento que precisava ser cumprido para obter o Espírito. 
[197]
Perigos da pregação hiper-calvinista
O dano que surge desta forma de pregação é considerável: 1.
 Ignore a ordem para o arrependimento imediato
Primeiro, abandona uma questão muito importante para o pecador, mesmo aquela que está
em jogo entre Deus e a consciência, por um lado, e um coração hipócrita que confia na sua 
própria justiça, por outro; Ou seja, este tipo de pregação ignora o facto de que o pecador é 
obrigado a arrepender-se imediatamente e a crer no Evangelho. Como ele diria:
Não consegui encontrar nada nas Escrituras que me desse conforto na minha condição 
atual; nada menos do que 'arrependa-se e creia', que são coisas que não posso cumprir; mas
eu obtive isso do meu bom ministro. Agora meu coração está calmo. Não sou obrigado a me
arrepender imediatamente e implorar por misericórdia em nome de Jesus. Portanto, só 
porque não faço isso, não me arrependo e não acredito, não significa que pequei. Tudo o 
que sou obrigado a fazer é orar a Deus para que me ajude a fazer isso; E é isso que eu faço.
Assim, depois de um amargo conflito com as Escrituras e a consciência, que o perseguiram 
durante todo o tempo e pressionaram sobre ele o chamado do evangelho, ele encontra 
refúgio na casa de Deus! Tal conselho, em vez de ajudar as convicções do pecador (que, 
como
“trabalhadores de Deus” (1 Coríntios 3:9, é o nosso tema principal), tem sido muitas vezes 
igual a uma vitória para eles ou pelo menos na obtenção de um armistício.
2.
 Engana a alma dos pecadores
Em segundo lugar, engana a alma. Ele entende isso como uma transgressão e, 
consequentemente, age dessa forma. Pois, embora na realidade ele esteja tão longe de orar 
sinceramente pelo arrependimento quanto de se arrepender, e tão incapaz de desejar a fé 
em Cristo quanto de exercê-la, ele não acredita nisso. Pelo contrário, ele se considera muito
desejoso destas coisas. A razão é que é preciso que esse desejo indireto por eles – desejo 
que consiste em querer se converter (ou qualquer coisa, por mais desagradável que seja em
si mesmo) apenas para escapar da ira vindoura e querer ter o desejo da graça – seja 
considerado ele mesmo, tendo consciência de possuir esse desejo, como se estivesse no 
caminho certo pelo menos para se converter. Assim ele engana a sua alma, e assim é 
ajudado a continuar no seu engano!
E isto também não é tudo: sente-se libertado da dura exigência de regressar imediatamente 
a Deus através de Jesus Cristo, como completamente indigno ; quando lhe é dito para orar 
para que possa alcançá-lo, ele presume que tal oração lhe fará bem ou que Deus lhe dará o 
poder de se arrepender e acreditar na resposta às suas orações - orações, observa-se, que 
devem necessariamente ser feitas. oferecido com um coração ímpio e incrédulo. Isso 
combina com seu espírito de justiça própria; mas, infelizmente, é tudo engano!
“Então você não tem consolo”, alguns me dizem, “para o pecador”. Eu respondo: se o 
evangelho ou qualquer uma de suas bênçãos o aliviar, não há necessidade de alívio. Mas se 
não há nada em Cristo, nem na graça, nem no céu que se adapte à sua predisposição, não 
cabe a mim fornecer-lhe mais nada, ou encorajá-lo a ter esperança de que as coisas vão dar 
certo quando não estão. .
A única maneira possível de aliviar um pecador, enquanto seu coração está em inimizade 
com Deus, é diminuir as exigências do céu para satisfazer sua predisposição ou, de alguma 
forma, moldar o evangelho em sua mente. Mas confortá-lo desta forma é um perigo para 
mim. Se eu for incumbido de me dirigir a um grupo de homens que se envolveram numa 
rebelião injustificada contra o seu rei e o seu país, o que devo dizer-lhes? Ele poderia usar 
autoridade ou súplica conforme a situação exigisse; poderia alertá-los, admoestá-los, 
ameaçá-los ou persuadi-los; mas haveria um ponto do qual não deveria me desviar: 
reconciliem-se com o seu legítimo soberano; Abaixem suas armas e submetam-se à 
misericórdia! Isto é o que devo aderir em sua totalidade. Eles poderiam argumentar que 
não podem cumprir estes termos severos porque não estão dentro de sua capacidade. No 
entanto, se eu admitisse que ele
apelo desculpando-os e direcionando-os apenas para condutas que possam consistir em 
um espírito rebelde, em vez de recuperá-los da rebelião, eu iria longe demais e eu mesmo 
deveria ser considerado um rebelde.
E assim como Cristo e Seus apóstolos nunca parecem ter exortado os incrédulos a qualquer 
coisa que não incluísse ou implicasse arrependimento e fé, assim também em todas as suas 
explicações da lei divina e na pregação contra pecados específicos, seu objetivo era levar o 
pecador à arrependimento e fé. Embora seja verdade que eles não encaminharam os 
pecadores para nenhum outro lugar onde pudessem encontrar um coração piedoso e 
crente, mas para o arrependimento e a fé, eles usaram esses meios (o pregação) para 
cumprir esse propósito (arrependimento e fé). Assim, nosso Senhor expôs a lei no Sermão 
da Montanha e concluiu dizendo que aquele que “ouve [Suas] palavras e as pratica” o 
compararia

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