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COMO O VITILIGO AFETA ESTETICAMENTE E PSICOLOGICAMENTE A PESSOA

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COMO O VITILIGO AFETA AS PESSOAS ESTETICAMENTE E PSICOLOGICAMENTE
O vitiligo acomete, em média, 1% da população mundial. Mais de 75% dos pacientes têm autoimagem depreciativa em relação à doença. Seu impacto emocional é muitas vezes negligenciado pelo cuidador, influenciando negativamente o prognóstico. Para oferecer auxílio ao paciente, o dermatologista deve considerar esse aspecto da dermatose e oferecer uma abordagem mais humanizada do problema. Uma palavra errada, uma entonação inadequada, uma frase infeliz pode ter repercussões desastrosas para determinado indivíduo, comprometendo seriamente o tratamento da afecção. (NOGUEIRA, ZANCANARO, AZAMBUJA, 2009)
Geralmente, os números mostram uma predominância do sexo feminino, embora estudos genéticos não corroborem essa possibilidade. (MOHAN, et al, 1982 APUD NOGUEIRA, ZANCANARO, AZAMBUJA, 2009 ).
Ao avaliarmos alguns fatores desencadeantes da doença, novamente percebemos o quanto o fator emocional é importante no surgimento do vitiligo. Traumas e queimaduras (incluindo a solar) têm um papel importante na origem do problema para muitos pacientes, mas, em estudos variados, até 7,2% dos afetados relatam que a alteração se inicia com algum estresse emocional. (NOGUEIRA, ZANCANARO, AZAMBUJA, 2009)
O vitiligo pode ser emocional?
O vitiligo causa a perda da cor da pele em determinadas partes do corpo, e consequentemente com a falta de pigmentação manchas claras aparecem pelo corpo. As áreas com falta de pigmentação ficam maiores com o passar do tempo e a sua causa pode ser emocional com episódios de estresse, traumas ou a perda de alguém muito querido. (PFIZER,2022).
Essa doença pode se manifestar em qualquer idade, mas usualmente antes dos 30 anos, podendo afetar qualquer parte do corpo até mesmo nos cabelos criando mechas brancas. Não se trata de uma doença contagiosa ou fatal, o quadro afeta pessoas de todos os tipos de pele, mas pode ser mais perceptível em pessoas com pele mais escura, que contrastam de forma mais intensa com as manchas claras. (PFIZER,2022).
O vitiligo tem relação direta com a saúde emocional e a psicológica, já que fatores externos podem contribuir para o aparecimento ou agravamento das lesões. Como na maioria das doenças autoimunes, os fatores emocionais como estresse, ansiedade e depressão podem desencadear o processo da doença. Por isso, episódios e períodos de estresse emocional, além de traumatismo na pele, podem servir de gatilho em pacientes que já têm predisposição. (FIOCRUZ, 2022).
O vitiligo é apenas uma característica física e a autoaceitação ajuda muito o paciente a enfrentar a doença.  Em muitos pacientes também faz parte do tratamento o acompanhamento psicológico. Além de ajudar no tratamento da doença, melhora muito a qualidade de vida do paciente. (FIOCRUZ, 2022).
Possíveis complicações 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o vitiligo assim como outros distúrbios de pela pode causar grande impacto social, isto porque há muita falta de informação, pois as pessoas acreditam que ela é contagiosa. Por preconceito muitas pessoas com vitiligo tem a autoestima baixa, ansiedade social, depressão e maiores níveis de estresse, o que também contribui para que o aparecimento das manchas. (SBD, 2013)
As manchas ocasionadas pelo vitiligo são mais claras e aparecem em decorrência de falta de melanina, essas partes necessitam de mais proteção contra o sol. Por isso a importância de uso de bloqueador solar, e o uso de roupas que cubram as partes afetas evitando assim que ocorra queimaduras. Embora não seja comum, o vitiligo também pode afetar os olhos e os ouvidos, já que nessas partes do corpo existem melanócitos que podem ser alterados pela doença. (PFIZER,2022).
As lesões provocadas pelo vitiligo, impactam significativamente a qualidade de vida e autoestima do indivíduo. Na maioria dos casos é importante que haja um acompanhamento psicológico para que se evite mais estresse e até depressão por estar acometido por vitiligo, que é tão visível aos olhos. Muitas vezes, quando há agentes estressores envolvidos, a pele é um dos primeiros órgãos a sinalizar que algo não vai bem em nosso organismo. Isso porque a pele e o sistema nervoso têm a mesma origem embriológica: os dois se originam na ectoderme. Devido ao fato de compartilharem a mesma formação, exercem influência mútua, o que esclarece o surgimento de doenças que podem se agravar devido a fatores psicossomáticos, como vitiligo, herpes, psoríase, eczemas etc. (SBD, 2018).
Os impactos psicossociais na vida dos indivíduos com vitiligo são: depressão, ansiedade, fobia social, sentimentos de estigma, distúrbios de adaptação, distúrbios do sono, comportamentos evitativos e restritivos, autoestima, distúrbios afetivos, comprometimento cognitivo, disfunção sexuais, alexitimia, raiva, suicídio, distimia, baixa autoestima, má qualidade de vida, auto isolamento, vergonha, desconforto, sensação de rejeição, estresse, sofrimento, constrangimento, angustia, dificuldades interpessoais e relações afetivas conturbadas. (AQUINO et al, 2022).
Todos esses fatores psicossociais trazem consigo uma carga de impactos em certo grau na vida dessas pessoas. Em sua grande maioria impactos negativos, fazendo com que esses sujeitos tenham uma qualidade de vida como bem-estar físico, mental e social prejudicada, agravando ainda mais as manchas, podendo desencadear o desenvolvimento de outras doenças. Pacientes com essa doença também podem ser incluídos em grupos terapêuticos que focam no mesmo problema, facilitando assim a troca de diálogo, de experiências e adaptação aos estilos de vida individuais e coletivos (AQUINO et al, 2022).
REFERÊNCIAS
AQUINO, Jhemerson da Silva, et al. Os impactos psicossociais na vida do indivíduo com vitiligo. 2022. Research, Society and Development, v. 11, n. 15, e290111537288, 2022 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i15.37288. acesso: 27 de mar. de 2024.
FIOCRUZ. Vitiligo traz alterações estéticas, mas não é transmissível nem causa limitações à saúde. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/vitiligo-traz-alteracoes-esteticas-mas-nao-e-transmissivel-nem-causa-limitacoes-saude#:~:text=limita%C3%A7%C3%B5es%20%C3%A0%20sa%C3%BAde-,Vitiligo%20traz%20altera%C3%A7%C3%B5es%20est%C3%A9ticas%2C%20mas%20n%C3%A3o%20%C3%A9,nem%20causa%20limita%C3%A7%C3%B5es%20%C3%A0%20sa%C3%BAde&text=Compartilhar%3A,perda%20da%20colora%C3%A7%C3%A3o%20da%20pele. Acesso: 27 de mar. de 2024.
MOHAN L, Singh G, Kaur P, Pandey SS, Mohan R, Niyogi AK. Vitiligo: a genetic evaluation. Indian J Dermatol. 1982.
NOGUEIRA, Lucas S.C; ZANCANARO, Pedro C.Q; AZAMBUJA, Roberto D. Vitiligo e emoções. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abd/a/SG6WykxtJMxWtBPSkXSkdwm/?format=pdf&lang=pt acesso 26 de mar. de 2024.
PFIZER. Vitiligo pode ter causa emocional? 2022. Disponível em: https://www.pfizer.com.br/noticias/ultimas-noticias/vitiligo-pode-ter-causa-emocional acesso: 27 de mar. de 2024.
SBD. Sociedade Brasileira de Dermatologia, 2013. Vitiligo Disponível em: https://www.sbd.org.br/?s=VITILIGO acesso 27 de mar. de 2024.
SBD. Sociedade Brasileira de Dermatologia, 2018. Vitiligo e as questões emocionais. Disponível em: https://www.sbd.org.br/vitiligo-e-as-questoes-emocionais/ acesso 27 de mar.de 2024.

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