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Política Econômica e Receitas Públicas

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ECONOMIA EMPRESARIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro (a) Estudante, 
 
Neste capítulo, você estudará a política econômica e seus objetivos, as 
receitas e despesas públicas, os tributos e sua classificação, os instrumentos 
de política monetária e compreenderá sobre a política fiscal e monetária. 
 
. 
 AULA – 5 
POLÍTICA 
FISCAL E 
MONETÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta aula, você vai conferir os contextos conceituais da psicologia entenderá 
como ela alcançou o seu estatuto de cientificidade. Além disso, terá a oportunidade 
de conhecer as três grandes doutrinas da psicologia, behaviorismo, psicanálise e 
Gestalt, e as áreas de atuação do psicólogo. 
▪ Compreender o conceito de psicologia 
▪ Identificar as diferentes áreas de atuação da psicologia 
▪ Conhecer as áreas de atuação do psicólogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ Explicar a política econômica e seus objetivos; 
➢ Descrever a política monetária e fiscal; 
➢ Apresentar os instrumentos de política monetária. 
 
Bons estudos! 
 
 
5 POLÍTICA ECONÔMICA E SEUS OBJETIVOS 
A política econômica é o conjunto de ações tomadas pelo governo para regular 
e influenciar a economia. Os objetivos básicos da política econômica são: 
 
➢ Favorecer o crescimento do produto interno bruto (PIB); 
➢ Reduzir a taxa de desemprego; 
➢ Manter a inflação sobre controle; 
➢ Buscar o equilíbrio externo e 
➢ Buscar o equilíbrio fiscal (evitar que o governo gaste mais do que arrecada). 
 
Para atingir esses objetivos, as autoridades de um país dispõem basicamente 
de três instrumentos de política econômica: 
 
➢ Política fiscal: relaciona-se às receitas e despesas do setor público e 
desestímulos às exportações. 
➢ Política monetária: refere-se à emissão de moeda e ao estabelecimento 
da taxa de juros. 
➢ Política comercial externa: reporta-se à determinação da taxa de câmbio, 
as transações comerciais com o resto do mundo, considerando os 
estímulos às exportações (SOUZA; MACHADO, 2019). 
5.1 Receitas públicas 
Pense como seria fundar um país. Qual seria o primeiro passo? Fundar um 
Banco Central e emitir moeda. Assim que a economia do país estivesse girando, o 
Estado teria que prover alguns serviços básicos à sociedade, por exemplo, segurança, 
justiça, assistência social, estradas, aeroportos, hospitais, escolas, redes de esgoto, 
enfim, toda a infraestrutura que uma sociedade moderna precisa para funcionar bem. 
Mas como é que o Estado conseguiria esse dinheiro? Existem quatro fontes básicas 
de receitas públicas: 
 
➢ Receitas de senhoriagem; 
 
 
➢ Endividamento; 
➢ Receitas originárias e 
➢ Receitas derivadas. 
 
5.1.1 Receitas de senhoriagem 
 
Segundo Souza e Machado (2019), este tipo de receita recebe esse nome por 
causa da taxa que os monarcas medievais cobravam para cunhar suas moedas. A 
receita de senhoriagem refere-se à situação em que o Estado emite moeda para cobrir 
seus gastos. Sabe-se que essa atitude não é a mais apropriada, pois tende a gerar 
inflação. Na proporção que o governo se beneficia da senhoriagem, mas o público 
sofre com a inflação causada pela expansão da base monetária. Então o governo 
acaba transferindo dinheiro da sociedade para o estado, e quem perde são os mais 
pobres. Portanto, a senhoriagem também é chamada de imposto inflacionário. 
Quando o governo fica impedido de arrecadar o suficiente devido a economia está 
parada pela inflação, o Estado cria um novo “imposto”, usando justamente a própria 
inflação como combustível. 
 
5.1.2 Endividamento 
 
O governo pode vender títulos da dívida pública, eles são como empréstimo. 
Esses títulos dão ao governo dinheiro à vista e quem os compra recebe juros. Nesse 
caso, são chamados de dívida mobiliária, pois os títulos são bens móveis, pagáveis a 
quem os possuir. No entanto, os governos também podem solicitar recursos a bancos 
nacionais e interacionais ou para organismos financiadores externos, como o Fundo 
Monetário Internacional (FMI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). 
Assim sendo, a dívida é contratual, porque suas condições são definidas em contrato. 
Essas promessas são semelhantes às contas pessoais, sabendo como usá-
las, elas podem ser muito importantes, porém também podem gerar problemas 
financeiros. No Brasil se usava muito endividamento, o que sempre causava 
problemas. Essa situação só foi melhorada pela Lei das Responsabilidades Fiscais. A 
questão aqui é o pagamento da dívida. Porque quanto mais dívida, maior o custo para 
o Brasil. E, como acontece com todas as dívidas, quanto maior o valor, maiores os 
pagamentos de juros e mais longa a dívida (ou seja, maior o prazo de pagamento). 
 
 
 
5.1.3 Receitas originárias (verificar a diferença dos termos que podem implicar 
diferenças ou confusão conceitual) 
 
As receitas originárias, são aquelas geradas pelo governo com recursos 
próprios, seja aplicando seu tesouro ou comercializando bens e serviços. Elas são 
resultado da atuação do Estado como empresário. Entre os itens incluídos nesta conta 
estão: (1) dinheiro da privatização de estatais; (2) lucro das empresas estatais; (3) 
royalties cobrados pela exploração de recursos naturais, como o petróleo; (4) juros 
recebidos da aplicação do Tesouro Nacional em títulos de países estrangeiros e (5) 
aluguéis de bens públicos e os foros e laudêmios pagos por quem ocupa territórios 
públicos. 
Como o Brasil tem uma carga tributária alta, não depende tanto desse tipo de 
receita. Porém ela vem se tornando importante na composição da receita total do país, 
pois seu lucro tem aumentado muito. O único receio de usar tanto esses recursos é 
que esse lucro deveria ser reinvestido para que as estatais se tornassem mais 
eficientes e competitivas (SOUZA; MACHADO, 2019). 
 
5.1.4 Receitas derivadas 
 
As receitas derivadas são aquelas que derivam das riquezas produzidas pelo 
setor privado, como também pelo trabalho e consumo das pessoas. Correspondem 
essencialmente aos tributos. 
5.2 Os tributos e sua classificação 
A União, os estados e os municípios têm autoridade de tributar, ou seja, o poder 
de gerar e receber impostos. Esses tributos são pecuniários, isto é, sempre têm de 
ser pagos em dinheiro, e obrigatórios a todos os cidadãos. Com isso, a sociedade 
financia os gastos públicos. 
Ouve-se muitas reclamações sobre a carga tributária brasileira. Realmente, ela 
cresceu significativamente nos últimos anos, passando de 25 % do PIB em 1990 para 
uma média atual de 35 % do PIB. Uma alta carga tributária não é algo ruim em si. Se 
bem aplicada, tem potencial para promover a igualdade social e direcionar a economia 
 
 
do país para áreas de maior interesse. Mas isso está longe da realidade no Brasil. 
Existem mais de 70 impostos no Brasil e diversas formas de classificá-los, entretanto, 
será ordenado por incidência (impostos diretos e indiretos) e base de incidência 
(tributos progressivos e regressivos) (SOUZA; MACHADO, 2019). 
 
5.2.1 Tributos diretos e indiretos 
 
O termo "tributos por incidência" refere -se a como os tributos incidem sobre a 
população. Os tributos diretos são aqueles que os contribuintes pagam sozinhos. 
Geralmente, são impostos sobre renda e propriedade. Já os tributos indiretos são 
aqueles em que os contribuintes podem transferir a responsabilidade pelo pagamento, 
no todo ou em parte. São aqueles que normalmente recaem sobre a produção e a 
comercialização. As empresas repassam esse custo para o consumidor final e, então, 
o ônus do pagamento fica dividido entre empresários e consumidores. Essa divisão 
depende da elasticidade-preço da demanda (isto é, em que medida os consumidores 
continuarão comprando, mesmo se o preço aumentar) e da oferta. 
No Brasil, os tributos indiretos são os que predominam. Eles correspondem a 
quase metade da carga tributária brasileira,enquanto os diretos representam um 
quarto e as contribuições sociais, como o FGTS e INSS - outro quarto. 
Existem várias questões que decorrem do domínio dos impostos indiretos. O 
primeiro é o prejuízo causado ao setor produtivo, à medida que os produtos brasileiros 
ficam mais caros e menos competitivos. A segunda questão é que o consumidor não 
sabe quanto de imposto deve pagar em cada compra. Ao contrário de outros países, 
o Brasil tem seis (IPI, Cofins, Cide combustíveis, ICMS e ISS), que, geralmente, não 
aparecem na nota. A terceira é que contradizem a ideia de promover a justiça social, 
porque esses impostos recaem desproporcionalmente sobre os segmentos mais 
pobres da população. 
 
5.2.2 Tributos progressivos ou regressivos 
 
Os impostos progressivos são aqueles que aumentam à medida que o indivíduo 
sobe na escada socioeconômica: quanto mais ricos, mais se deve pagar. E os 
regressivos são aqueles que aumentam conforme desce na pirâmide: quanto mais 
pobres, mais se deve pagar. Os impostos indiretos são tão regressivos e por isso 
 
 
pesam mais no bolso da camada mais pobre. 
5.3 Despesas públicas e sua classificação 
As despesas públicas podem ser classificadas em cinco grupos principais: 
 
➢ Custeio: são os gastos para manter a máquina estatal funcionando, por 
exemplo, manutenção de máquinas, aluguéis, contratação de serviços entre 
outros. 
➢ Pessoal: os gastos com os funcionários públicos, abrangendo salários e 
encargos trabalhistas. 
➢ Investimento: construção de estradas, portos, ferrovias, redes de água e 
esgoto, moradias populares, escolas, hospitais, por fim, tudo o que contribui 
para o desenvolvimento do país. 
➢ Transferências (assistência e previdência social): quantias pagas diretamente 
à população, como aposentadorias, seguro-desemprego, Bolsa-Família entre 
outros. 
➢ Rolagem da dívida: é uma parte da receita que precisa ser paga para quitar os 
títulos que estão vencendo e os juros dos que ainda não venceram. 
5.4 Superávit, operacional e nominal 
Segundo Souza e Machado (2019), os três conceitos importantes da política 
fiscal são: 
 
1) Superávit ou déficit primário; 
2) Superávit ou déficit operacional 
3) Superávit ou déficit nominal. 
 
5.4.1 Superávit ou déficit primário 
 
O superávit ou déficit primário indica se as finanças públicas estão em ordem, 
isto é, se o governo está gastando ou não conforme suas receitas; por isso, esse 
indicador é conhecido como esforço fiscal. 
 
 
As receitas não financeiras e as despesas não financeiras são aquelas que não 
envolvem juros, correções e amortizações de empréstimos ou dívidas do passado. 
Quando as receitas não financeiras são maiores que as despesas não financeiras, 
ocorre o superávit primário. Já quando as despesas não financeiras são iguais ou 
maiores que as receitas, ocorre o déficit primário. 
Nem sempre o superávit primário é suficiente para cobrir todas as despesas 
com as dívidas contraídas no passado, como o pagamento de títulos públicos, os juros 
e a atualização monetária. É nesse momento que entram os conceitos de superávit 
ou déficit operacional e superávit ou déficit nominal. 
 
5.4.2 Superávit ou déficit operacional 
 
O superávit ou déficit nominal é igual ao resultado primário mais as despesas 
com o pagamento de juros reais, isto é, juros nominais, descontada a inflação. 
Conforme Souza e Machado (p.147, 2019), “se forem considerados apenas os juros 
reais (excluindo a taxa de inflação e a variação cambial), tem-se o conceito de 
superávit ou déficit operacional”. 
 
5.4.3 Superávit ou déficit nominal 
 
Segundo Rudinei et al. (p.209, 2015), há diversos conceitos de superávit ou 
déficit do governo “[...] quando, nos gastos do governo, são incluídos os valores dos 
pagamentos dos juros que incidem sobre a dívida, tem-se o conceito de superávit ou 
déficit nominal”. Souza e Machado (p.56, 2019), acrescentam que “O superávit ou 
déficit nominal é igual ao saldo operacional, mais a correção monetária e cambial”. 
5.5 Dívida pública 
Um superávit ou déficit indica quanto o nível de dívida aumentou ou diminuiu 
em um determinado período. Ao analisar a dívida público de um país, deve-se 
considerar quatro fatores: 
 
➢ Relação entre dívida pública e PIB: é a relação entre o que uma 
economia deve e a quantidade de riqueza que ela é capaz de gerar para 
 
 
pagar tais dívidas. 
➢ Relação entre dívida externa e volume de exportações: a dívida de um 
país se divide entre externa e interna. Como a dívida externa deve ser 
paga em dólares, é fundamental entender o quanto está sendo 
exportado, já que a exportação é uma fonte de dólares para a economia. 
➢ Prazo das dívidas: quanto mais sólida for a economia de um país, mais 
longos serão os prazos de seus títulos de dívida. 
➢ Tipo de rentabilidade: existem os títulos pré-fixados e os pós-fixados. 
Essa fixação é referente à remuneração desses títulos: se o que vai ser 
pago pelo governo por eles é fixado antes, quando são vendidos, ou 
depois, conforme determinado indexador, como os índices de preços ou 
câmbio. Quanto menor a periodicidade do reajuste, menor o risco para 
o investidor (SOUZA; MACHADO, 2019). 
6 POLÍTICA FISCAL 
Entende-se por política fiscal o conjunto de variações “[...] nos impostos e 
compras federais destinados a alcançar objetivos de políticas macroeconômicas, 
como alta taxa de emprego, estabilidade de preços e altas taxas de crescimento 
econômico” (HUBBARD; O’BRIEN, p.986, 2010). Para Gonçalves (p. 208, 2017), no 
âmbito de uma política fiscal, “a política monetária constitui-se do controle e 
manipulação da quantidade de moeda e, consequentemente, da taxa de juros da 
economia. A política fiscal se dá no controle e manipulação dos gastos públicos e dos 
impostos colhidos dos cidadãos”. O governo pode influenciar a demanda agregada da 
economia por meio de política monetária e fiscal. 
6.1 Política monetária 
6.2 Moeda 
As três funções da moeda são: 
 
➢ Meio de troca: a moeda possibilita pagar qualquer tipo de dívida. 
 
 
➢ Medida de valor: permite estabelecer o preço relativo dos bens, isto é, comparar 
o que é barato e o que é caro. 
➢ Reserva de valor: proporciona guardar nossas riquezas, sendo o mais líquido 
dos ativos. 
 
É a moeda fiduciária que possui as três funções descritas acima. Sabe-se que 
as pessoas e as empresas não guardam toda a moeda fiduciária em cofres ou debaixo 
do colchão. As pessoas guardam moeda fiduciária nos bancos. Ela pode ser dividida 
em dois conjuntos: 
 
➢ Moeda manual ou moeda legal: conjunto composto de papel moeda 
(cédulas) e moedas metálicas. 
➢ Moeda escritural ou moeda bancária: moeda que corresponde aos 
depósitos à vista nos bancos comerciais. 
 
A soma das moedas manual e escritural corresponde ao conceito tradicional de 
meios de pagamento. Esse conceito só inclui moeda em poder do público não 
bancário. Ou seja, que não estão incluídos os encaixes bancários, que são as reservas 
mantidas pelos bancos em seus próprios caixas ou em contas específicas no Banco 
Central. Os encaixes bancários podem ser voluntários ou compulsórios. 
Ao somar os meios de pagamento com os encaixes bancários, tem-se outro 
conceito muito importante: o de base monetária, que é a soma das moedas escritural 
e manual em poder do público não bancário mais os encaixes bancários. 
6.3 Banco Central 
O Banco da Inglaterra, banco oficial do governo, foi o primeiro a assumir o 
monopólio da emissão de moeda no território, em 1694. Ele foi usado para financiar 
os custos de uma guerra contra a França na época. Essas duas funções, a de 
monopólio de emissão de moeda e a de ser o banqueiro do governo, foram as 
primeiras a definir o que seria um Banco Central. Segundo Souza e Machado (2019), 
atualmente, essas são consideradas as funções clássicas de um Banco Central: 
 
 
 
➢ Deter o monopólio de emissão de moeda; 
➢ Ser banco dos bancos; 
➢ Ser banqueirodo governo; 
➢ Supervisionar o sistema financeiro; 
➢ Ser executor da política monetária; 
➢ Ser executor da política cambial; e 
➢ Ser depositário das reservas internacionais. 
 
6.3.1 Detentor do monopólio de emissão de moeda 
 
O órgão responsável encarregado de cunhar moedas e imprimir cédulas só 
pode fazê-lo por ordem do Banco Central. O órgão responsável no Brasil é a Casa da 
Moeda, no Rio de Janeiro. Ela mantém o monopólio sobre a emissão manual da 
moeda, porém não sobre a criação de moeda bancária (SOUZA; MACHADO, 2019). 
 
6.3.2 Banco dos bancos 
 
Ao depositar um cheque do banco A em sua conta no banco B, para recebê-lo, 
o banco B terá de acionar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Esse sistema 
é gerido pelo Banco Central, porque, por lei, os bancos não podem ter contas em 
outros bancos. Em vez disso, eles mantêm contas no Banco Central. Lá, estão 
depositados aqueles encaixes voluntários e compulsórios. Para compensar o cheque, 
o Banco Central tira da conta do banco A e coloca na conta do banco B. Quando um 
banco não consegue dinheiro suficiente junto de seus clientes nem de outros bancos 
para pagar as dívidas do dia, ele recorre ao Banco Central. Por esse motivo, diz-se 
que ele é o prestamista de última instância do sistema bancário. Para apelar a essa 
ajuda, os bancos utilizam um mecanismo chamado redesconto. 
 
6.3.3 Banqueiro do governo 
 
Todo o dinheiro do governo, fica na Conta Única do Tesouro Nacional, no 
Banco Central do Brasil e todos os tributos federais pagos nos bancos são 
direcionados para esta conta. A conta única também recebe a receita da venda dos 
títulos públicos nos leilões primários do Tesouro Nacional. Aliás, é o Banco Central 
 
 
que opera nesses leilões em nome do Tesouro. E, quando o país precisa de 
empréstimos estrangeiros, o Banco Central se responsabiliza pela contratação. 
 
6.3.4 Executor da política monetária 
 
É uma das principais características do Banco Central. Ele controla a 
capacidade de ajustar os meios de pagamento (moeda manual e bancária) à 
verdadeira capacidade de absorção da economia. Isso é para garantir que nem 
inflação nem deflação ocorram. 
 
6.3.5 Executor da política cambial 
 
Quando se trata do mercado de câmbio, o Banco Central desempenha esse 
papel. Se o câmbio for fixo, a taxa de câmbio terá um valor predeterminado; isto é, o 
Banco Central determinará quantos reais serão necessários para trocar por moeda 
estrangeira. Entretanto, se o câmbio for flutuante, será o mercado, através da oferta e 
procura, quem determinará a relação de preço entre as moedas. Em caso de câmbio 
flutuante, o Banco Central atua diretamente comprando e vendendo dólares para 
interferir na oferta e procura. Porém, também pode atuar indiretamente ao estabelecer 
taxas de juros mais ou menos atrativas para o mercado externo. 
 
6.3.6 Supervisor do sistema financeiro 
 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado pelos órgãos e instituições 
representados na (Figura 1). O Banco Central regulamenta esse sistema através de 
resoluções e circulares. Sendo ele quem autoriza o funcionamento de um banco e 
também fiscaliza os que já existem. Caso o Banco Central suspeite de fraude ou 
falhas, tem autoridade para intervir na instituição. Ele assume sua administração em 
caráter temporário ou mesmo liquidando-o extrajudicialmente. 
 
Figura 1 - Estrutura do Sistema Financeiro Nacional 
 
 
 
 
Fonte: Souza e Machado (p.61, 2019). 
6.3.7 Depositário das reservas internacionais 
 
O Banco Central intermedeia todas as transações financeiras entre o país e o 
exterior, ao receber em dólares, deve-se trocá-los por reais em uma casa de câmbio 
ou banco autorizado, e essas instituições repassam os dólares ao Banco Central. 
Dessa forma, o Banco Central, por meio do Balanço de Pagamentos, controla as 
reservas internacionais. Ele mantém e administra essas reservas. Comumente, elas 
são aplicadas em títulos de outros governos, entretanto ele também pode mantê-las 
em ouro ou moedas estrangeiras. 
 
 
6.4 Demanda por moeda 
A moeda também está sujeita às leis de oferta e procura, se tiver mais moeda 
que o necessário (oferta superior à demanda), a moeda perderá seu valor, implicando 
em inflação. Mas, se tiver menos moeda que necessita, então haverá deflação. 
Conforme Souza e Machado (2019), as teorias econômicas expõem três motivos pelo 
qual o dinheiro é necessário: 
 
➢ Motivo transação: os agentes econômicos precisam de moeda para 
pagar suas contas e realizar trocas econômicas. Este motivo está ligado 
à moeda como meio de troca. 
➢ Motivo portfólio (ou motivo especulação): os agentes econômicos 
demandam moeda, pois ela é uma forma de manter riqueza. Este motivo 
está relacionado à moeda como reserva de valor. 
➢ Motivo precaução: é a moeda mantida sempre na bolsa ou na carteira 
para precaução. 
 
Quanto mais o PIB real crescer, mais as pessoas vão demandar moeda. Por 
conseguinte, o Banco Central precisa atentar para sempre ofertar moeda na medida 
certa. 
6.5 Instrumentos de política monetária 
Segundo Souza e Machado (2019), a política monetária pode ser definida como 
as decisões que as autoridades monetárias tomam para modificar a quantidade de 
moeda e a taxa de juros. O Banco Central tenta influenciar essas duas variáveis; 
entretanto, ele não é o único responsável por elas. Independentemente do Banco 
Central, existem quatro fatores que alteram a quantidade de moeda e a taxa de juros 
na economia: 
➢ Setor externo: quando um país recebe muita moeda estrangeira (seja 
por exportações ou empréstimos e investimentos), surge uma pressão 
para aumentar a base monetária. Isso porque essa moeda estrangeira 
precisa ser trocada por reais, e também pode acontecer o contrário (com 
 
 
importações e empréstimos e investimentos destinados ao exterior); 
existindo pressão para diminuir a base monetária. 
➢ Crescimento do PIB real: quando a economia produz mais, gasta mais 
com insumos (matérias-primas, salários, máquinas), o que aumenta a 
renda. Com o aumento da renda, aumenta a demanda por bens e 
serviços. Como resultado, é necessário, mais moeda para realizar as 
transações. E, se a economia produz menos, é necessária menos 
moeda. 
➢ Política fiscal: se o governo gasta mais que arrecada (déficit fiscal), ele 
coloca mais moeda na economia, gerando uma pressão para expandir a 
base monetária. Se o governo gasta menos que arrecada (superávit 
fiscal), ele está tirando moeda da economia, fazendo pressão para 
contrair a base monetária. 
➢ Mercado de crédito: o crédito nacional é oferecido por instituições 
públicas e privadas. Caso emprestem mais que recebem em juros e 
amortizações, terão saldo negativo, gerando pressão para expandir a 
base monetária, porém, se acontecer o contrário, terão saldo positivo, 
com isso, vão gerar pressão para reduzir a base monetária. 
Se esses quatro fatores direcionarem a quantidade de moeda para um lado não 
desejado pela equipe econômica, esta pode intervir, com os instrumentos de política 
monetária. Essas são ferramentas disponíveis para que o Banco Central reajustarem 
a rota da base monetária, os quais podem ser usados de duas formas: 
1) Política monetária contracionista: uso dos instrumentos para diminuir a 
base monetária e aumentar a taxa de juros. 
2) Política monetária expansionista: uso dos instrumentos para aumentar a 
base monetária e diminuir a taxa de juros. 
Analise os três principais instrumentos de política monetária: 
1) Depósitos compulsórios; 
2) Taxa de redesconto e 
3) Operações de open market. 
 
 
 
6.5.1 Depósitos compulsórios 
 
Os depósitos compulsórios são reservas obrigatórias que os bancos têm de 
manter em contas no Banco Central. Entretanto, além dos compulsórios, os bancos 
costumam manter reservas voluntárias para as transações diárias, essas reservas são 
denominadas de encaixes voluntários. 
Os depósitos compulsóriosservem tanto para proteger o sistema contra 
instabilidades quanto para controlar a base monetária. Quanto maior a reserva, menos 
dinheiro para ser emprestado e quando diminui o dinheiro para ser emprestado, ele 
se torna mais caro. Dessa forma, as taxas de juros aumentam. Em suma, se quiser 
adotar uma política contracionista, o Banco Central aumenta os compulsórios, 
diminuindo a base monetária e sobe a taxa de juros. E se quiser adotar uma medida 
expansionista é só fazer o contrário, ou seja, reduzir os compulsórios (SOUZA; 
MACHADO, 2019). 
 
6.5.2 Taxa de redesconto 
 
Imagine que o banco ABC, recebeu $ 1 milhão em depósitos. O Banco Central 
fixou os compulsórios em 30%, isto é, na conta de reservas do banco ABC no Banco 
Central teriam de ser depositados $ 300 mil. Entretanto os clientes sacaram muito e 
sobrou só $ 200 mil. Nesse caso, a primeira coisa a ser feita é tentar um empréstimo 
interbancário com outros bancos. Caso não consiga, terá que pegar emprestado com 
o Banco Central, que não faz esse empréstimo de graça. Os juros que ele cobrará do 
banco ABC para emprestar esses $ 100 mil que faltam são denominados de taxa de 
redesconto. Quanto maior a taxa de redesconto, maior será o volume dos encaixes 
voluntários que os bancos manterão. Com encaixes maiores, menos moeda circula 
na economia e com menos moeda, a taxa de juros é maior. 
6.5.3 Operações de open market 
 
As operações no open market (mercado aberto) funcionam da seguinte forma: 
quando o Banco Central quer contrair a base monetária, ele vende os títulos do 
Tesouro que estão em sua própria carteira. Os bancos são obrigados por lei a aceitar 
nesses casos. Então, o Banco Central tira o valor correspondente das reservas dos 
bancos e entrega a eles a quantidade correspondente de títulos públicos. 
 
 
Como as reservas compulsórias ficam baixas, os bancos têm de repor. Com 
isso, o volume de dinheiro para ser emprestado diminui. Por conseguinte, a taxa de 
juros também aumenta. E, quando o Banco Central precisa expandir a base 
monetária, faz o contrário, ele recompra os títulos. Tira os títulos da carteira dos 
bancos e coloca o valor correspondente na conta deles. Assim, os bancos têm mais 
dinheiro para emprestar e a taxa de juros cai (SOUZA; MACHADO, 2019). 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
GONÇALVES, C. E. Introdução à Economia. 2. ed. -- Rio de Janeiro: Elsevier, 2017 
HUBBARD, R. G; O’BRIEN, A. P. Introdução à economia. 2. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2010. 
RUDINEI, M. A. S. de, V. et al. Economia Fácil. 1.ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 
SOUZA, J. M; MACHADO, L. H. M. Economia brasileira. 2.ed. São Paulo: Pearson, 
2019.

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