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Macroeconomia e Contabilidade

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ECONOMIA EMPRESARIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caro (a) estudante, 
A macroeconomia é o ramo da economia que estuda variáveis 
econômicas agregadas, como renda nacional, investimento, nível geral de 
preços, o consumo, o emprego e o desemprego, a taxa de juros, o estoque 
de moeda, a taxa de câmbio e o comércio internacional. Já a contabilidade é 
uma ferramenta de controle e análise das variações dos principais agregados 
econômicos, e esse controle realizado por meio da utilização de um padrão 
recorrente conhecido como sistema de contas nacionais, que busca sintetizar 
informações sobre fenômenos macroeconômicos. 
Neste capítulo, você estudará sobre macroeconomia, produto, renda e 
dispêndio. Além disso, compreenderá a contabilidade social e as identidades 
fundamentais. 
AULA – 4 
MACROECONOMIA, 
CONTABILIDADE 
SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta aula, você vai conferir os contextos conceituais da psicologia entenderá 
como ela alcançou o seu estatuto de cientificidade. Além disso, terá a oportunidade 
de conhecer as três grandes doutrinas da psicologia, behaviorismo, psicanálise e 
Gestalt, e as áreas de atuação do psicólogo. 
▪ Compreender o conceito de psicologia 
▪ Identificar as diferentes áreas de atuação da psicologia 
▪ Conhecer as áreas de atuação do psicólogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ Definir a Macroeconomia; 
➢ Caracterizar a Contabilidade Social. 
➢ Compreender produto, renda e dispêndio de um país 
 
 
4 MACROECONOMIA 
Segundo Mendes (2018), a macroeconomia tenta explicar as relações entre as 
grandes variáveis econômicas: consumo, poupança, investimento, produto e renda 
nacionais, níveis de emprego nacional, nível geral de preços, controle da inflação, 
oferta e demanda monetárias, e desequilíbrio externo (balança comercial, de serviços 
e de capital). Por exemplo, quando os noticiários abordam sobre inflação, crescimento 
do PIB e taxa de desemprego, eles estão se referindo aos índices macroeconômicos. 
Como resultado, a macroeconomia está focada nos seguintes fatores: 
Comportamento da economia em seu conjunto; desempenho dos agregados 
econômicos — por exemplo, PIB, renda nacional, emprego, inflação; inter-
relações entre os agregados, como o efeito do nível de investimentos sobre 
o nível de empregos ou o déficit público e as taxas de juros no mercado; 
contas do setor público e suas relações com o restante da economia; 
desenvolvimento socioeconômico do país; balanço de pagamentos, que 
mede as trocas internacionais de bens e serviços (MENDES, p.23, 2018). 
Há períodos em que a economia consegue fazer a produção e o consumo 
serem elevados. Os investimentos aumentam e o desemprego diminui. Nesse caso, 
existe crescimento econômico. Em outros, percebe-se queda de produção, diminuição 
do consumo, aumento de desemprego e desestímulo aos investimentos, nesse 
contexto, há pouco crescimento, ou até índices negativos de crescimento (recessão). 
Determinar o nível de produção é o mesmo que medir o acréscimo ou 
decréscimo da economia. A produção de um país é composta de vários produtos e 
serviços. Pela impossibilidade de agregá-los, e obter um único indicador, os 
economistas criaram o conceito de produto. Portanto, com a finalidade de avaliar o 
nível de produção de um país, calcula-se o produto. Ele pode ser analisado sob duas 
perspectivas, pelo Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto (PNB). Cada um 
deles é representado por um único número destinado a representar o nível de 
atividade econômica em todos os setores. De qualquer forma, para obter esse valor, 
é preciso somar a produção de todos os Bens e Serviços (BS) de um país em um 
determinado período. 
A única forma de somar os BS é expressando em reais o preço pelo qual foram 
vendidos, multiplicando-o pelas respectivas quantidades. Assim, chega-se à 
estimativa do produto. Ela expressa um único valor monetário de todos os bens e 
serviços finais produzidos no país durante determinado período, normalmente um ano. 
 
 
Tanto o produto interno bruto, quanto o produto nacional bruto, medem o valor 
monetário da produção global de um país. A diferença está que o PIB contém o que é 
produzido dentro dos limites geográficos de um país, por isso o nome interno e o PNB 
ao que é produzido pelos indivíduos de uma nação, por isso o nome nacional. 
Para elucidar os dois conceitos, no PIB brasileiro, está incluído tudo o que é 
produzido no país, independentemente de ter sido produzido com recursos nacionais 
ou estrangeiros, ou de empresas nacionais, ou estrangeiras. Enquanto no PNB 
brasileiro, é considerado apenas a produção nacional, independentemente de estar 
localizada dentro ou fora do país. Portanto, a renda gerada pelos fatores de produção 
estrangeiros localizados em nosso território deve ser enviada para o exterior. Da 
mesma forma, o Brasil recebe receitas de outros países derivadas dos fatores de 
produção brasileiros. 
Essa distinção entre PIB e PNB é significativa pelos seguintes motivos: alguns 
países, como o Brasil, recebem quantidades significativas de fatores de produção 
pertencentes a estrangeiros e localizados dentro dos limites geográficos do país. Essa 
proporção de fatores estrangeiros no Brasil é muito maior que a proporção de fatores 
brasileiros no exterior. Com isso, o PIB brasileiros é maior que o PNB. 
Em termos de valor monetário, os estrangeiros produzem mais dentro do Brasil 
que os brasileiros produzem fora do país. Já nos Estados Unidos, com significativa 
fração de seus fatores de produção situados no exterior, o PNB é maior do que o PIB. 
Por conferir uma dimensão maior a sua economia, eles preferem divulgar o PNB como 
medida de seu produto, enquanto o Brasil utiliza mais o conceito de PIB (MENDES, 
2018). 
Existem duas vantagens significativas no cálculo do produto interno bruto; a 
primeira é a capacidade de comparar o crescimento econômico em diferentes 
períodos; a segunda é a capacidade de comparar o crescimento econômico entre 
outros países. O PIB per capita, ou o valor monetário do produto interno bruto dividido 
pela população do país, pode ser usado para medir o crescimento econômico. Ele 
permite calcular o número médio de bens e serviços disponíveis para cada habitante. 
4.1 Produto, renda e dispêndio de um país 
Pela perspectiva da produção, sucintamente, a avaliação do PIB pelo fluxo de 
 
 
produção envolve o cálculo do valor de mercado dos bens e serviços produzidos pelo 
sistema em um determinado período. O produto é calculado através da avaliação dos 
valores agregados por atividades produtivas, isto é, atribuindo um nível de produção 
a cada um dos três principais setores da economia, conforme Mendes (p. 82, 2018), 
são eles, “setor primário (lavouras, produção animal, extração vegetal); setor 
secundário (indústrias, extrativa mineral, de transformação e de construção); e setor 
terciário (comércio e serviços)”. Esses bens e serviços são consumidos diretamente 
pelas famílias (no caso de bens duráveis ou de uso imediato) ou retornam ao processo 
de produção (no caso de bens intermediários, como matérias-primas ou insumos, e 
bens de capital) para, então, gerar produtos destinados ao consumo final. 
O segundo método de avaliação é baseado na renda; assim, considera-se que 
a venda de bens e serviços produzidos em três setores econômicos produz receita 
para as organizações. Com essa receita, os empregadores são pagos, os juros sobre 
os empréstimos, aluguéis de seus imóveis, arrendamentos de terras, dividendos aos 
portadores de ações de suas empresas, e também o lucro é obtido. A renda consiste 
na remuneração de todos os fatores utilizados pelas organizações para a fabricação 
de seus produtos ou a prestação de seus serviços. O PIB pode ser dividido em lucros, 
salários, juros, arrendamentos, aluguéis e dividendos. Isto é: a receitaé “distribuída” 
entre os vários componentes da renda. Por isso, diz que a renda nacional (RN) 
equivale ao PIB. A RN é a soma de todas as remunerações pagas aos que detêm os 
fatores de produção. 
Essa renda (Y) é aplicada em consumo (C), poupança (S) e pagamento de 
impostos (T). Assim: 
 
 
O terceiro método de avaliação é pela perspectiva de dispêndio. Também 
conhecido como despesa nacional, é o gasto dos agentes econômicos com o PIB. O 
dispêndio, em outras palavras, revela quem são os compradores do PIB. Em um país 
com economia aberta, a oferta agregada inclui, além do PIB, as mercadorias e os 
serviços importados. Dessa forma, o Brasil importa, além do PIB, mercadorias 
produzidas no exterior para serem oferecidas internamente. Somando-se as 
importações (M) a nosso PIB, tem-se a oferta agregada (𝑆𝑎). Logo: 
 
 Y = C + S +T 
 
 𝑆𝑎 = PIB + M 
 
 
 
 
 
 
 
Se há oferta, deve existir demanda. Também existe a demanda agregada. Ela 
é a soma dos gastos internos em consumo, formação bruta de capital (acumulação) e 
exportações brasileiras de mercadorias e serviços. Ou seja, a demanda agregada (𝐷𝑎) 
corresponde à soma de: consumo (C) investimentos (I) privados (das empresas), 
gastos públicos (G) e exportações (X) brasileiras para o mundo. Logo: 
 
 
 
 
Dado que a economia do país está em equilíbrio, 𝑆𝑎, deve ser igual a 𝐷𝑎; basta 
igualar as duas equações para concluir que: 
 
 
 
Desse ponto, tem-se que: 
 
 
 
 
Onde (X - M) representa o dispêndio externo líquido (exportações menos 
importações). Sintetizando: 
 
➢ Para gerar um produto, é necessário pagar renda aos fatores utilizados 
em sua geração, o que significa que a produção agregada (PIB) é igual 
à renda nacional; 
➢ Essa renda destina-se ao consumo, à poupança e ao pagamento de 
impostos; 
➢ O produto nacional é absorvido em consumo, investimentos, gastos do 
governo e exportações líquidas (E — M). Como a soma dos dispêndios 
em consumo, investimentos e exportações menos importações equivale 
 𝐷𝑎 = C + 1 + G + X 
 
 
 
 PIB + M = C + 1 + G + X 
 
 
 
 PIB = C + I + G + X - M 
 
 
 
 
 
 
 
também ao PIB, conclui-se haver uma equivalência entre PIB, renda 
nacional e despesa nacional: 
 
 
 
 
Vale salientar que, em termos da teoria macroeconômica, a igualdade só ocorre 
quando há equilíbrio, isto é, quando a demanda agregada for igual à oferta agregada. 
O fluxo dos dispêndios, portanto, contém despesas de consumo, investimentos, 
compras governamentais e exportações líquidas. O fluxo da renda é a renda 
agregada, igual aos gastos agregados. 
Como as receitas das organizações pela venda dos bens e serviços são iguais 
aos gastos globais (C + I + G + X) e tudo o que elas recebem pela venda de seus 
produtos e serviços é pago como renda aos proprietários dos recursos que são 
utilizados, tem-se que: 
 
 
 
Em outras palavras, a produção agregada (ou PIB) é igual aos dispêndios 
agregados, iguais à renda agregada. 
4.2 Contabilidade social 
Para Braga e Paulani (2020), existem várias maneiras de indicar o significado 
que se convencionou chamar de contabilidade social no primeiro contato com o 
assunto. O mais comum deles é lembrar que a contabilidade social contém 
ferramentas de medição que podem aferir o movimento da economia de um país 
durante um determinado período. Quanto foi produzido, consumido, investido, vendido 
no exterior, comprado no exterior, entre outros. Entretanto, por que aferir sob a forma 
de contas? Por que fazer uma “contabilidade”? Esta não é uma ferramenta melhor 
para lidar com a vida econômica de uma organização que de um país? Afinal, não foi 
para isso que a contabilidade surgiu? 
A resposta a essas perguntas está intrinsecamente ligada à história do 
RENDA NACIONAL = PIB = DESPESA NACIONAL 
 
 
 
 
 
 
Y = C + 1 + G + (X - M) 
 
 
 
 
 
 
 
 
pensamento econômico, particularmente à evolução do que os economistas passaram 
a chamar de macroeconomia. Como o nome indica, a macroeconomia funciona em 
escala macroscópica, com suas variáveis como consumo agregado, o produto 
nacional e a renda nacional. 
A ciência econômica surgiu no final do século XVIII em resposta às 
preocupações com o crescimento econômico e a distribuição do produto social. Adam 
Smith (1723-1790),2 David Ricardo (1772-1823) e John Stuart Mill (1806-1873), os 
autores mais importantes da chamada escola clássica, debruçaram-se sobre tais 
questões de modo que, quando investigavam as leis de funcionamento da economia, 
seus interesses eram na dimensão agregada de seus resultados. Ademais, obras 
como as do francês Jean Baptiste Say (1767-1832) revelam uma preocupação com 
aspectos de simultaneidade, interdependência e relação de identidades entre relações 
econômicas específicas. 
Antes dos economistas clássicos, os fisiocratas, precursores de uma ciência 
específica dos fenômenos econômicos, haviam demonstrado preocupação 
semelhante ao tentar articular, num arcabouço lógico coerente, o conjunto das 
relações econômicas observáveis em determinado período. Eles foram os 
protagonistas das primeiras tentativas sistemáticas de entender e medir esse 
complexo de relações. Mas sua fragilidade conceitual, imposta pela própria 
imaturidade histórica do capitalismo, impossibilitou que esses tremendos esforços 
tivessem resultados efetivos na constituição de um sistema capaz de dar conta de 
todas as transações econômicas. 
Com a denominada revolução marginalista iniciada no final do século XIX 
enfraqueceu a preocupação com o nível de agregado e deu lugar à dimensão 
microeconômica, isto é, o comportamento dos agentes econômicos, em geral 
(consumidores e empresas). Nesse contexto, a preocupação com o nível agregado 
sobrevivia, reforçadas pela ideia de equilíbrio geral desenvolvida por Leon Walras e 
pela teoria monetária neoclássica com sua equação quantitativa da moeda. Mas em 
ambos os casos, essa sobrevivência se deu de forma diferente que chamou a atenção 
dos pais da economia (Adam Smith e David Ricardo), (BRAGA; PAULANI, 2020). 
A preocupação com a dimensão agregada dos fenômenos econômicos ganhou 
contornos inteiramente abstratos no esquema de Walras: o equilíbrio geral aparecia 
apenas como resultado logicamente necessário dos pressupostos assumidos como 
 
 
representativos do comportamento do agente econômico e precisava, por isso, de 
concretude. A teoria neoclássica, por outro lado, embora compartilhando princípios 
caros aos próprios economistas clássicos, levou à construção de um mundo dividido 
em dois lados, o real e o monetário, e terminou por se afastar da preocupação efetiva 
com a divisão do produto e o crescimento da riqueza, da qual a análise torna-se 
primordial para a existência de variáveis agregadas e possibilidade de sua 
mensuração. Além disso, com a consolidação dessa teoria, no início do século XX, a 
ciência econômica foi marcada pelo conceito de equilíbrio parcial, graças à 
significativa influência de Alfred Marshall (1842-1924). 
 Nessas linhas, a Teoria Geral do emprego, juros e moeda de John Maynard 
Keynes (1883-1946) apareceu pela primeira vez em 1936 como uma crítica à primazia 
do pensamento marginalista, e é aí que a macroeconomia encontra seu fundamento. 
Assim, o trabalho teórico de Keynes ensinou aos economistas o que e como medir no 
nível agregado. As difíceis condições da economia mundial no ano de 1930, após o 
colapso de 1929, a recessão e a taxa de desemprego dele resultante, demonstravam, 
porque era cada vez mais importante mensurar agregadamente as transações 
econômicas. Assim, a revolução keynesiana, comumente conhecida a intervenção de 
Keynes no discurso acadêmico, deu aos economistas a capacidade de analisar o 
comportamento e desenvolvimento da economia de um país numa dimensão 
sistêmica, isto é, não só medindo produção, renda e consumo, mas também fazendo 
isso de modo quese perceba exatamente a relação entre esses agregados e a lógica 
do sistema econômico, em geral. 
 Os esforços iniciais para fechar logicamente o sistema de contas nacionais 
levaram a desenvolvimentos mutuamente benéficos na teoria macroeconômica e na 
contabilidade social. Também, o desenvolvimento da prática da contabilidade social 
para a produção de estatísticas estruturadas sobre variáveis agregadas possibilitou a 
verificação empírica das proposições teóricas derivadas da macroeconomia, seja nas 
leis fundamentais ou nos modelos específicos. 
Conforme Braga e Paulani (2020), a contabilidade foi escolhida como a 
ferramenta de medição macroscópica do movimento econômico por qualidade. Tudo 
acontece como se a economia de cada país pudesse ser vista como uma única grande 
corporação: os resultados de suas operações em um determinado período, 
geralmente um ano, são reportados pelas contas integrantes do sistema de contas 
 
 
nacionais. 
4.3 Identidades fundamentais do sistema econômico e fluxo circular de renda 
De certa forma, o interesse em organizar e medir as transações econômicas 
constitui uma parte muito importante da própria história da economia. Medir as infinitas 
transações feitas na economia de um país durante um período sem entender como 
essas variadas operações estão relacionadas entre si, é praticamente inviabilizar a 
mensuração. Mesmo que fosse possível nessas condições, seria ineficiente, porque 
não saberia interpretar os resultados numéricos obtidos. Assim, como já apontado, a 
teoria keynesiana deu o impulso necessário ao desenho analítico dos sistemas de 
contas nacionais. 
A primeira característica que se destaca, em qualquer avaliação sistemática de 
conjunto de transações realizadas pela economia de um país, é a semelhança de 
identidade entre certos tipos de operação, portanto será discutido nesse capitulo, as 
identidades fundamentais do sistema econômico e como o chamado fluxo circular de 
renda é estruturado. Porém, antes, é preciso ressaltar um ponto essencial para uma 
compreensão mais precisa das identidades. Sabe-se que as transações econômicas 
envolvem uma vasta gama de bens e serviços, podendo ser encontrados, por vez, 
nas diversas etapas de produção, sendo avaliados por uma única unidade de medida, 
a moeda, ou o dinheiro. 
Isso permite agregar e medir uma infinidade de diferentes transações para 
obter informações como a quantidade total de bens e serviços que um país produz 
monetariamente, durante um ano, a quantidade de renda monetária disponível 
durante o mesmo período e assim por diante. Mais importante ainda, esses resultados 
permitem-nos avaliar a evolução da economia. Por exemplo, se a produção aumentou 
ou diminuiu de um período para outro, a que taxa, como a economia foi financiada, 
entre outros. 
Geralmente, ao mencionar sobre identidades nas transações econômicas vem 
em mente a relação de venda = compra, como é evidente uma pessoa só poderá 
comprar algo se existir do outro lado alguém vendendo. Embora seja simples e até 
mesmo intuitivo, é esse conceito básico que conduz a composição de identidades no 
plano macroeconômico, mesmo que elas ainda não sejam visíveis. Essa semelhança, 
 
 
não é casual: o sistema capitalista tem na troca seu mecanismo básico de 
funcionamento. A troca é, portanto, a forma preeminente de organizar a vida material 
humana na sociedade moderna. Logo, é sempre possível identificar imediatamente a 
troca por trás de cada transação. 
Por exemplo, um indivíduo ao aplicar dinheiro numa caderneta de poupança, 
mesmo que a princípio, ele troque, a posse do dinheiro pela promessa de ganhos 
futuros. Nada garante que ele receberá, realmente, o tal ganho em função de abrir a 
mão de sua disponibilidade monetária, exemplificando, o banco onde o dinheiro foi 
aplicado, tem risco de quebrar ou de moratória. Porém, sem o registro eletrônico 
garantindo direito aos rendimentos futuros, ela simplesmente não entregaria a ele o 
seu dinheiro. 
Assim, percebe-se que nenhuma compra pode ocorrer na ausência de uma 
venda, também não pode haver uma produção que não constitua um dispêndio e, 
respectivamente, geração de renda. Da mesma forma, a poupança necessita de 
investimento, e investimento não pode ser entendido sem que considere, em 
contrapartida, como poupança. O fluxo circular da renda se deriva da identidade 
produto ≡ dispêndio ≡ renda. Para expressar identidades de forma apropriada, utiliza-
se o símbolo de identidade (≡) em vez do símbolo de igualdade (=). 
Segundo Braga e Paulani (2020), para Keynes o investimento é que antecede 
a poupança; a renda adicional gerada pelo investimento produz, a posteriori, a 
poupança exigida. Nesse momento, pode existir investimento sem poupança, por 
exemplo, mediante a criação de crédito e, por isso, não é a poupança que explica o 
investimento, e sim um conjunto de outras variáveis, como a preferência pela liquidez, 
a eficiência marginal do capital e a taxa de juros. Nem por isso, contudo, Keynes 
deixava de reconhecer a identidade contábil existente entre poupança e investimento. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
MENDES, T. G. Economia. 2.ed. São Paulo: Pearson, 2018. 
 
BRAGA, M. B.; PAULANI, L. M. A nova contabilidade social. 5.ed. São Paulo: 
Saraiva, 2020.

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