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História da Medicina Chinesa

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UNIDADE I
HISTÓRICO DA MEDICINA 
TRADICIONAL CHINESA
HISTÓRICO E BASES FILOSÓFICAS DA 
MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Elaboração
André Teves Aquino Gonçalves de Freitas
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................4
UNIDADE I
HISTÓRICO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ................................................................................................................5
CAPÍTULO 1
HISTÓRIA DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ........................................................................................................... 5
CAPÍTULO 2
2704 A.C-959 D.C ............................................................................................................................................................................ 8
CAPÍTULO 3
960-1910 D.C ................................................................................................................................................................................. 11
CAPÍTULO 4
ERA ATUAL E O PARADIGMA DO QI ................................................................................................................................... 14
4
INTRODUÇÃO
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é uma prática milenar, integrativa e 
complementar fundamentada nas leis da natureza sobre o processo saúde-doença 
no ser humano. É baseada, diferentemente da Medicina Ocidental, em filosofia, 
com princípios pautados na observação detalhada de todos os fenômenos da 
natureza e em sua influência energética diretamente aplicada ao ser humano. A 
Teoria Yin-Yang interpreta e relaciona todos os fenômenos da natureza como 
complementares e opostos, enquanto a Teoria dos Cinco Elementos, ou cinco 
Movimentos, relaciona os cinco elementos da natureza (madeira, fogo, terra, 
metal e água) ao equilíbrio e à harmonia do corpo humano. Estudar e compreender 
toda a base histórica da Medicina Tradicional Chinesa é quase o mesmo que 
estudar a história da China e do povo chinês, é uma verdadeira viagem no tempo 
para chegar a uma época simples, de baixa tecnologia, onde a observação precisa, 
a paciência e o dom eram fundamentais para o desenvolvimento da humanidade. 
Praticar Medicina Tradicional Chinesa, nesse sentido histórico, é uma verdadeira 
arte quando o terapeuta carrega consigo toda a história e a raiz da medicina, 
diretamente para a clínica, se não for dessa forma, certamente o terapeuta e o 
tratamento deixam muito a desejar. Nesta disciplina teremos o prazer de viajar 
na história, de conhecer a filosofia e a origem do sistema médico mais antigo e 
ainda atual, de enxergar o nosso corpo com um novo olhar e entender melhor o 
processo de saúde e doença. 
Objetivos
 » Conhecer a história da Medicina Tradicional Chinesa.
 » Compreender os fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa.
 » Entender as Teorias do Yin e Yang, teoria dos cinco elementos.
 » Identificar e compreender as substâncias fundamentais.
 » Identificar e compreender os Zang Fu.
5
UNIDADE IHISTÓRICO DA MEDICINA 
TRADICIONAL CHINESA
CAPÍTULO 1
HISTÓRIA DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
1.1 O que é Medicina Tradicional Chinesa?
Considerada uma das formas mais antigas de Medicina em todo o mundo, a 
Medicina Tradicional Chinesa (MTC) ou simplesmente Medicina Chinesa, como, 
também é conhecida, é um conjunto de práticas naturais de saúde utilizado há 
aproximadamente 5.000 anos. A MTC originou-se ao longo do Rio Amarelo, 
passou por muitas inovações em diferentes dinastias, formou muitos médicos 
famosos, desenvolveu-se ao longo dos séculos através do desenvolvimento de 
técnicas terapêuticas que considera a relação do ser e sua totalidade com o universo. 
É tida como um dos mais antigos sistemas médicos complexos de todo o 
oriente.
Seus princípios são: o estudo das relações existentes entre os movimentos chamados 
Yin e Yang, da teoria dos cinco elementos, que estabelece uma conexão entre a 
natureza e o ser humano, e do sistema de meridianos por onde circula a energia 
no corpo humano.
O reconhecimento dessas teorias e de todas as leis fundamentais que regem todo o 
funcionamento do nosso organismo humano, bem como a sua interação com o meio 
ambiente de acordo com os ciclos da natureza, são bases para sua compreensão 
tanto no tratamento das doenças quanto na manutenção da saúde por meio de 
diversos métodos.
6
UNIDADE I | HISTÓRICO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
1.2 Histórico: datas históricas da Medicina Tradicional 
Chinesa
No Hwang Ti Nei Jing, livro clássico da Medicina Chinesa, escrito há cerca de 
700 anos a.C., os chineses da Idade da Pedra descobriram que, ao aquecerem seus 
corpos através de areia quente ou com pedras quentes, tinham alívio de suas dores, 
tanto abdominais quanto articulares. Dizem que essa foi a origem da moxabustão. 
Espalhadas pela China, nas mais diversas regiões do país, foram encontradas agulhas 
feitas com pedras, datando da Idade da Pedra. Essas agulhas diferem das agulhas 
usadas para costura e, pelo fato de terem sido encontradas no mesmo local de outros 
instrumentos utilizados para a medicina, presume-se que já havia conhecimento e 
prática da Acupuntura naquela época. 
Não temos uma precisão, pela falta de documentos que indiquem exatamente como 
foi o desenvolvimento inicial da Acupuntura, mas sabemos que, desde tempos 
remotos, esta era uma arte amplamente difundida e utilizada entre os chineses. 
Com a evolução da humanidade e o surgimento de novas tecnologias, veio o 
aperfeiçoamento da técnica. No início, como vimos, as agulhas eram de pedra, 
de ossos, plantas; hoje são de confeccionadas em ligas de prata, de ouro ou, de 
uso mais comum, de aço inoxidável. Paralelamente, houve também um grande 
desenvolvimento no uso da moxabustão, que da utilização de plantas, como a 
artemísia, passou para o infravermelho, ultrassom, corrente elétrica e raio laser. 
Ao mesmo tempo, a teoria dos acupontos seguiu evoluindo, passando do “ponto 
isolado” para a “teoria dos meridianos” que conecta os pontos aos órgãos e vísceras. 
E esse processo continua atualmente com o desenvolvimento tecnológico e avanços 
nos estudos. 
Historicamente, tivemos também uma expansão geográfica da Acupuntura 
que, da China, a partir de sua abertura, se difundiu por todo o Oriente e, mais 
recentemente, espalhou-se por todo o mundo. Atualmente, com o auxílio da 
moderna tecnologia, estão sendo feitas muitas pesquisas científicas sobre a 
função e os mecanismos de ação da Acupuntura. Os novos conhecimentos nessa 
área esclareceram dúvidas no campo da eletroneurofisiologia, estimulando 
futuras pesquisas.
1.3 Cronologia
O primeiro nome de que temos registros, de acordo com a tradição chinesa, 
é o de Fu Hi (2953 .a.C). Fu Hi foi o fundador da civilização chinesa e dizem 
7
HISTÓRICO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA | UNIDADE I
que foi o responsável pela invenção da caça e do processo de cozimento dos 
alimentos. Atribui-se a ele também a criação dos oito hexagramas do livro 
das mutações ─ I Ching. 
Seu sucessor foi o Imperador Cheng Nong (2838 a.C.), responsável por difundir 
a fitoterapia, ensinando as pessoas o poder das plantas curativas e assinalando 
as plantas tóxicas. Em sequência, podemos dividir as ocorrências de acordo 
com períodos caracterizados pela dominância de um imperador ou de um 
grupo de imperadores com filosofia semelhante:
8
CAPÍTULO 2
2704 A.C-959 D.C
Era do Imperador Amarelo (2704-2100 a.C.). 
Dessa época temos registros escritos, e até hoje preservados, em cascos de tartaruga, 
mostrando que a Acupuntura não só já possuía suas teorias, que embasam todos 
os processos médicos chineses, como apresentava também um bom nível de 
desenvolvimento. 
Figura 1. Capa do Neijing, livro do Imperador Amarelo.
Fonte: https://lioncorreaacupunturista.wordpress.com/2016/09/03/huang-di-o-imperador-amarelo/l.Acesso em: 4/2/2020.
 » Dinastia Chia, Shang, Tsou (2100-1122 a.C.) e período Chuen Chiou Zhan 
Kuo (1122-221 a.C.). 
 › Tivemos aqui a formulação do princípio do Yin e Yang, a partir 
do desenvolvimento do Taoísmo, a formulação da teoria dos cinco 
elementos, ou cinco movimentos, e dos meridianos. No Hwang Ti Nei 
Jing encontramos: 
 ◦ A descrição detalhada dos meridianos de energia, das síndromes e 
tratamento de diversas doenças. 
 ◦ O número e o nome dos pontos de acupuntura dos meridianos. 
 ◦ O estabelecimento do Tsun, ou Cun, a unidade-padrão de medida da superfície 
do corpo, utilizada para a localização dos pontos. 
9
HISTÓRICO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA | UNIDADE I
 ◦ A descrição da modalidade e do modo de usar os nove tipos de agulhas da 
época, em suas diversas formas, com diferentes aplicações e métodos de 
tonificação e dispersão. 
 ◦ A indicação dos pontos importantes para cada patologia, além da descrição 
dos chamados pontos proibidos e fatais.
Figura 2. Representação do Yin e do Yang. 
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/yin-yang-yin-yang-taoísmo-34549/. Acesso em: 4/2/2020.
 » Dinastias Chin, Han, Huei (221 a.C.-264 d.C.): 
 › Tsan Kung (180 a.C.) deixou 25 relatórios médicos onde descrevia o uso 
da acupuntura no tratamento de seus pacientes. Além disso, nomeou 
vários pontos de acupuntura. 
 › No início da dinastia Han temos um marco histórico, com o primeiro 
registro da existência de uma mulher médica, sendo que as primeiras 
mulheres médicas foram reconhecidas, de maneira oficial, apenas no 
início do século XIV, na dinastia Yuan. Esse fato é importantíssimo, pois, 
além do surgimento do protagonismo feminino, na época uma paciente 
do sexo feminino não podia tirar a roupa na frente de um médico. Dessa 
forma, as chinesas utilizavam estátuas ou bonecas para indicar ao médico 
o local exato da sua dor. 
 › Final da Dinastia Han: foi publicado o Chang Tsung Jing, um livro que 
descreve o tratamento de pacientes com malária através da Acupuntura, 
contendo, ainda, uma breve noção sobre a aplicação da moxabustão, 
além de mencionar o uso conjunto de ervas terapêuticas com substâncias 
quimioterápicas. 
10
UNIDADE I | HISTÓRICO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
 › Hua Tuo (141-203 d.C.), um famoso cirurgião e acupunturista de sua 
época, aconselhava o uso de poucos pontos de acupuntura no tratamento 
dos pacientes, dizendo que só deveriam ser usados os pontos que fossem 
essenciais. 
 › Pei Wong descreve a pulsologia, importante método diagnóstico, na 
aplicação da Acupuntura.
 » Dinastias Tsin e Tang (265-959 d.C.) 
 › Momento importante de disseminação da teoria e técnicas da Acupuntura 
para o exterior. 
 › Dinastia Tsin: Kou Hung escreveu o Zhou Hou Leh Jih Fang, livro que 
contava com diversas descrições sobre aplicação de moxaterapia, fazendo, 
ainda, um compilado de suas experiências adquiridas com o tempo. 
 › O crescimento da medicina chinesa atinge seu ápice ganhando grande 
importância e passando a dividir-se em quatro especialidades. Em 
primeiro tínhamos os tradicionais médicos e pulsólogos, especialistas 
em diagnóstico, que tratavam de queixas internas e externas, das 
doenças pediátricas, da boca, nariz e garganta. Em seguida vinham os 
acupunturistas e os massagistas, que faziam uso de técnicas respiratórias 
e de redução de fraturas. Por fim, os conselheiros, responsáveis por 
orientar os pacientes sobre seus hábitos de vida e mudar seus padrões 
possivelmente patogênicos.
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CAPÍTULO 3
960-1910 D.C
 » Dinastia Sung (960-1279 d.C.): 
 › Um dos maiores marcos da Medicina Tradicional Chinesa foi a cura do 
rei Sung Jen Tsung, através da Acupuntura. O rei ficou encantado com a 
técnica que o tirou de um estado muito grave e resolveu que ela deveria 
ser amplamente divulgada e valorizada. Para isso, ordenou a Wang Wei Yi, 
um médico famoso da época, que organizasse todos os escritos que haviam 
a respeito da Medicina Tradicional Chinesa, realizando uma avaliação 
detalhada de todo o seu potencial terapêutico e desenvolvendo esquemas, 
mapas e diagramas dos meridianos com a intenção didática de ensinar a 
população. Por fim, mandou fazer pequenas estátuas de bronze ilustrando 
os pontos e trajetos dos meridianos. 
Figura 3. Retrato do Rei Sung Jen Tsung, século XVI, autor desconhecido. 
Fonte: https://www.asianart.com/splendors_ex/figure.html. Acesso em: 12/12/2019.
 › Shi Fang Zih escreveu Min Tang Jiou Jing, somente sobre experiências 
da moxabustão. Sun Tseng Ho Kuan Shu, Shen Zih Tsung Lu e Zhen 
Jiou Men explicaram o uso de várias técnicas nos tratamentos com 
Acupuntura, exemplificando em diversos casos clínicos. 
 › Sih Nien escreveu o livro Pei Ji Jiou Fa, no qual falava sobre técnicas 
da utilização da moxa em patologias agudas e em casos de emergência. 
12
UNIDADE I | HISTÓRICO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
 › Sung Tou Chai escreveu o Pien Chue Chin Shu, reforçando a utilidade e os 
efeitos da moxabustão. 
 » Dinastia King e Yuan (1279-1365 d.C.):
 › Hua Shou, também encontrado como Hua Po Jen em algumas literaturas, 
escreveu o Shi Sih Jing Fa Huei, contendo vários desenhos dos mapas 
dos pontos de acupuntura e trajetos de meridianos. 
 › Tou Han Chiu escreveu Zhen Jiou Jih Nan, livro com muitas poesias que 
traziam as explicações, de forma leve, dos mecanismos de ação e das técnicas 
de Acupuntura. 
 › Lo Tien Yih escreveu Nei Shen Pao Jien, descrevendo o sentido dos fluxos 
de energia dos meridianos e sua relação com o tratamento das doenças. 
 › Huang Kuo Ruei escreveu Pien Chue Shen Yin Zhen Jiou Yu Lung 
Jing, livro com enfoque nas experiências clínicas de tratamentos de 
pacientes através da Acupuntura. 
 › Ho Juo Yu escreveu Zhe Wu Liou Zhu Zhen Jing, em que descrevia os 
critérios de seleção dos pontos para as diversas horas. 
 › Ma Tan Yang escreveu Tien Hsin Shi Ar Hsue, acentuando os efeitos 
dos doze pontos mais importantes. 
 » Dinastia Ming (1366-1644 d.C.): 
 › Lee Shih Jen escreveu Chih Jing Pa Mai Kao, falando sobre como 
poderiam ser utilizados os meridianos extraordinários. 
 › Lee Tin escreveu o livro Yi Hsue Ju Men, defendendo o uso máximo de 
quatro agulhas para o tratamento de qualquer paciente. 
 › Yang Jih Zhou escreveu Zhen Jiou da Cheng (em português: grande 
perfeição das agulhas e da moxa), colecionando todas as teorias, métodos 
e experiências obtidas desde o Nei Jing.
 » Dinastia Chin (1649-1910 d.C.): 
 › Fan Pei Lan escreveu o livro Tai Yih Shen Zhen, no qual abordou as 
possíveis combinações do uso de moxabustão e ervas terapêuticas em 
pontos simples. 
 › Com a abertura da China para o ocidente, houve a entrada da medicina 
alopática, que vinha se desenvolvendo muito e provando sua eficiência em 
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HISTÓRICO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA | UNIDADE I
momentos importantes como no controle de epidemias e nas operações 
cirúrgicas. Esse novo universo passou a atrair os estudantes chineses, 
fazendo com que as escolas de medicina tradicional fossem esvaziadas e, 
aos poucos, se fechando. Ao fim da revolução de 1912 só sobraram oito.
 › Seguindo essa linha, os governantes dessa dinastia, que dominou a China 
por trezentos anos, optaram por oficializar a medicina ocidental e banir a 
prática da Medicina Tradicional Chinesa. 
 › A sobrevivência da Medicina Tradicional Chinesa aconteceu por 
meio da população rural, pobre, sem condições financeiras para usar 
a medicina ocidental alopática. Nessas condições, o povo seguiu 
praticando clandestinamente a Medicina Tradicional Chinesa e 
passando os seus conhecimentos para as novas gerações. 
14
CAPÍTULO 4
ERA ATUAL E O PARADIGMA DO QI
 » Era atual (após 1911 d.C.). 
 » Entre os anos de 1945 e 1949 ocorreram lutas políticas entre os partidos 
revolucionário e comunista, liderados por Chiang Kai Shek e Mao Tsé-Tung, 
respectivamente. No dia 1º de outubro de 1949, em que até hoje se comemora 
o aniversário da China, foi proclamada a República Popular da China sob a 
liderança de Mao Tsé.
 › Logo após avitória, Mao Tsé iniciou uma revolução sanitária através do 
I congresso Panchinês dos trabalhos da saúde pública, preconizando a 
profilaxia, a atenção médica básica voltada para a população mais carente 
(operários, camponeses e soldados), e ainda uma união de conhecimentos 
a partir da colaboração entre médicos ocidentais e orientais. Com esse 
movimento, a Medicina Tradicional Chinesa voltou a ser reconhecida de 
maneira oficial. 
 › Após o saneamento da China foi possível a construção de novas 
faculdades e colégios médicos e a reorganização de estudos médicos, 
sempre visando à coexistência entre a Medicina Tradicional, popular, 
e a Medicina Moderna Ocidental. 
 › Embora Mao Tsé-Tung tenha, desde o início de sua campanha e durante 
toda a sua permanência no poder, sugerido e promovido o uso combinado 
da Medicina Tradicional Chinesa com a Medicina Ocidental, uma boa 
parcela da população ainda rejeita parte da filosofia e conceitos clássicos 
taoístas. 
 › No ano de 1974, foi criado um Instituto de Pesquisa Científica em Medicina 
Tradicional em Beijim. Com o sucesso do modelo, mais 27 institutos 
semelhantes foram abertos, sempre buscando provar os mecanismos de 
ação da medicina popular, validando seus conceitos através da ciência 
moderna. 
 › Em 1958 já se praticava analgesia por acupuntura. Com o sucesso da 
primeira cirurgia, de amigdalectomia, sob analgesia por acupuntura, o 
método estendeu-se para cirurgias bucais, de tireoide, remoção de tumores 
cerebrais, cirurgias de tórax, abdome, pélvis e membros. A confiança era 
tanta que médicos chineses realizaram uma transmissão de uma cirurgia 
ao vivo pela TV, onde o paciente aparecia sorrindo, utilizando apenas a 
15
HISTÓRICO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA | UNIDADE I
analgesia por acupuntura. Com esse feito, o método chamou atenção de 
todo o mundo. 
 › Atualmente, a Medicina Tradicional Chinesa tem uma enorme credibilidade 
e reconhecimento, com muita bagagem comprovada por resultados 
clínicos, experimentais e evidências científicas nos mais variados modelos, 
culminando em maior amplitude de conhecimentos e técnicas, com o devido 
reconhecimento e uso por todo o mundo.
1.4 Paradigma do Qi
Na visão da Medicina Tradicional Chinesa, temos no universo, e em tudo que o 
compõe, uma energia básica, vital, chamada Qi, que está em constante movimentação 
e sofrendo mutações, regulando a saúde espiritual, emocional, mental e física de 
uma pessoa e que é influenciada pelas forças opostas do Yin e do Yang. Essa energia 
vital circula no corpo através de um sistema de caminhos chamados meridianos.
Figura 4. Qi: o ideograma chinês é composto por duas partes, o símbolo de Vapor subindo e o 
símbolo de Arroz. 
Fonte: http://reikiportalarcoiris.blogspot.com/2016/12/ideograma-qi-ou-chi-ou-ki.html. Acesso em: 4/2/2020.
Os chineses creem que a vida e a saúde são fatores diretamente relacionados ao 
fluxo de energia pelo corpo e que um processo patológico se manifesta quando 
a energia é bloqueada. Sendo assim, saúde é um processo contínuo de manter o 
equilíbrio e harmonia na circulação do qi.
Filósofos de todos os tempos buscaram interpretar e traduzir o conceito do Qi, 
genericamente traduzido como energia, mas, também, encontramos na literatura 
conceitos de ar, vapor, gás, respiração ou influência. Buscando interpretar a fundo, 
o ideograma do Qi é composto por dois símbolos: vapor subindo e arroz. 
Seguindo o ideograma, uma interpretação válida é de a vapores subindo do 
alimento, a constante mutação da matéria em sua forma material (arroz) e imaterial 
(ar, vapor), mostrando, ainda, a influência do ambiente nessa transformação. 
16
UNIDADE I | HISTÓRICO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Justamente pela dificuldade de definição, dada pela complexidade do conceito, 
dizemos que é um dos maiores paradigmas da Medicina Tradicional Chinesa, 
embora sua função seja bem conhecida e descrita. 
	Introdução
	UNIDADE I
	Histórico da Medicina Tradicional Chinesa
	Capítulo 1
	História da Medicina Tradicional Chinesa
	Capítulo 2
	2704 a.C-959 d.C
	Capítulo 3
	960-1910 d.C
	Capítulo 4
	Era Atual e o Paradigma do Qi