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Em outras palavras, os links são dotados de função dêitica pelo fato de monitorarem a atenção do leitor no sentido da seleção de focos de atenção, permitindo-lhe não só produzir uma leitura mais aprofundada e rica em pormenores sobre o tópico em curso, como também cercar determinado problema por vários ângulos, já que remetem sempre a outros textos que tratam de um mesmo tópico, complementando-se, reafirmando-se ou mesmo contradizendo-se uns aos outros. (KOCH, 2007, p.27) Koch (2007), então, buscando explicar com mais clareza o texto de Xavier (2002), se utiliza da paráfrase para esclarecer e aprofundar as elucubrações do linguista. Note que é muito próximo da citação (Tópico 2), mas esta é explícita e traz exatamente o mesmo texto, ao passo que a paráfrase é uma reformulação, ou uma retextualização, do que foi dito num texto-fonte. OBSERVAÇÃO Sant´Anna (1985) faz uma distinção entre paródia e paráfrase, e propõe que, ao invés de se utilizar desses dois termos, prefira chamar “eixo parafrásico”, que não traz novidade à língua, pois segue a mesma linha do texto-fonte, sendo somente uma continuidade; e “eixo parodístico”, que muda o paradigma, pois muda-se de lado, propiciando uma evolução da língua, já que ele transforma o texto-fonte. Agora vale salientar, com Koch, et al (2007, p. 143), que “nem sempre, porém, uma coisa está necessariamente vinculada à outra: é possível recorrer-se a uma paráfrase não para ver nela um valor de captação, mas para, logo em seguida, usá-la para contraditar algo e empregá-la com valor de subversão”. 62