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Granulometria e Porosidade em Agregados

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MATERIAIS DE 
CONSTRUÇÃO I 
Roberta Centofante 
Granulometria, forma, 
textura e porosidade 
dos agregados
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Determinar a composição granulométrica dos agregados.
 � Descrever a importância da forma e da textura dos agregados.
 � Reconhecer a importância da porosidade dos agregados.
Introdução
Neste capítulo, você estudará as características e propriedades relacio-
nadas à granulometria, à forma, à textura e à porosidade dos agregados 
utilizados em obras de construção civil, sendo as mais relevantes na 
composição de outros materiais a composição mineralógica da rocha, as 
condições de exposição às quais esta foi submetida antes de produzir o 
agregado e o tipo de equipamento utilizado para sua produção. Assim, 
torna-se imprescindível o conhecimento da composição granulométrica 
dos agregados, bem como de sua forma, textura e porosidade, antes de 
sua aplicação em materiais e estruturas da construção civil.
Composição granulométrica dos agregados
Os agregados utilizados em obras de construção civil correspondem a materiais 
previamente selecionados de acordo com granulometrias adequadas, sendo 
empregados na fabricação de produtos artificiais resistentes, mediante sua 
mistura com materiais aglomerantes de ativação hidráulica ou com ligantes 
betuminosos. Assim, a granulometria se torna um quesito essencial na escolha 
dos materiais, que formam uma matriz pétrea com esqueleto mineral capaz 
de suportar esforços.
De acordo com Bauer (2019), a composição granulométrica tem grande 
influência nas propriedades de argamassas e concretos, determinada por 
meio peneiramento, com o auxílio de uma série de peneiras com aberturas 
determinadas de acordo com uma série-padrão. Realizar a análise granulo-
métrica de um material corresponde a determinar as dimensões das partículas 
do agregado e de suas respectivas porcentagens de ocorrência. E conhecer a 
distribuição granulométrica do agregado, bem como representá-la por meio 
de uma curva, possibilita determinar suas características físicas.
Para Neville (2013), o processo de dividir uma amostra de agregado em 
frações de partículas de mesma dimensão denomina-se análise granulomé-
trica, cujo objetivo consiste em determinar a graduação ou a distribuição das 
dimensões do agregado. Uma amostra de agregado seca ao ar é classificada 
por meio da agitação ou da vibração de uma série de peneiras empilhadas em 
ordem decrescente, por um tempo especificado, de maneira que o material 
retido em cada peneira represente a fração de material maior que a peneira 
em questão, mas menor que aquela imediatamente acima.
De acordo com Bernucci et al. (2008), a distribuição granulométrica 
dos agregados é em geral determinada por meio de uma análise por penei-
ramento, na qual se fraciona uma amostra seca de agregado por uma série 
de peneiras com aberturas de malha progressivamente menores, conforme 
mostrado na Figura 1. Uma vez que a massa da fração de partículas retida 
em cada peneira é determinada e comparada com a massa total da amostra, 
expressa-se a distribuição como a porcentagem de massa em cada tamanho 
de malha de peneira.
Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados2
Figura 1. Análise por peneiramento.
Fonte: Bernucci et al. (2008, p. 121).
O resultado de uma análise granulométrica pode ser representado em 
forma de tabela ou de gráfico. No Quadro 1, a coluna (2) mostra a massa retida 
em cada peneira, enquanto a coluna (3) apresenta esse valor expresso como 
uma porcentagem da massa total da amostra. Portanto, pode-se calcular a 
porcentagem acumulada passante em cada peneira a partir das menores para 
as maiores dimensões, sendo utilizada para traçar a curva granulométrica, que 
podemos ver na Figura 2 e que representa o material apresentado no Quadro 1. 
O eixo das ordenadas mostra as porcentagens acumuladas passantes e o eixo 
das abcissas, as aberturas das peneiras, em escala logarítmica, o que resulta 
em um espaçamento constante para a série normal de peneiras.
3Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados
Fonte: Adaptado de Neville (2013).
Dimensão 
da peneira
Massa 
retida 
(g)
Porcentagem 
retida (g)
Porcentagem 
passante 
acumulada
Porcentagem 
retida 
acumulada
BS (1) ASTM 
(1)
(2) (3) (4) (5)
10,0 mm 3/8 in. 0 0,0 100 0
5,00 mm 4 6 2,0 98 2
2,36 mm 8 31 10,1 88 12
1,18mm 16 30 9,8 78 22
600 µm 30 59 19,2 59 41
300 μm 50 107 34,9 24 76
150 μm 100 53 17,3 7 93
<150 μm <100 21 6,8 — —
Quadro 1. Exemplo de análise de peneiramento
Assim, de acordo com Bauer (2019), para caracterizar um agregado, é 
necessário conhecer as parcelas constituídas de grãos de cada diâmetro, ex-
pressas em função da massa total do agregado — para isso, divide-se, por 
peneiramento, a massa total em faixas de tamanhos de grãos em porcentagens 
de massa total.
Diversas normas estabelecem limites e padrões de dimensões para caracte-
rizar os agregados quanto à sua granulometria, como as normas BS 882:1992 
e ASTM C33-03, que especificam os limites métricos de agregados miúdos; 
a primeira estabelece limites gerais e especifica que somente uma em cada 
dez amostras consecutivas pode ter a distribuição fora dos limites de qualquer 
uma das granulometrias, identificadas como G (grossa), M (média) e F (fina).
Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados4
Figura 2. Exemplo de curva granulométrica.
Fonte: Adaptada de Neville (2013, p. 64).
75
0
10
20
30
50
60
70
80
90
100
150 300 600 1,18 2,36 5,0 10,0
mmμm
Dimensões das peneiras (sistema métrico)
Dimensões das peneiras (ASTM)
Po
rc
en
ta
ge
m
 p
as
sa
nt
e
Os Quadros 2 e 3 listam as dimensões das peneiras normalmente utilizadas 
para determinar a distribuição granulométrica de agregados prescritos pelas 
normas BS 812-103-1:1985, ASTM C136-06:2006 e BS EN 933-2:1996 para 
agregados graúdos e miúdos, respectivamente. No Brasil, a determinação 
da composição granulométrica de agregados é prescrita pela ABNT NBR 
NM 248:2003. Esse ensaio calcula a porcentagem retida e retida acumulada 
[colunas (3) e (5) do Quadro 1].
5Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados
Fonte: Adaptado de Neville (2013).
BS ASTM BS EM
Abertura Abertura Abertura
— 125 mm 125 mm
— 100 mm —
75 mm 75 mm —
63 mm 63 mm 63 mm
50 m 50 mm —
37,5 mm 37,5 mm 31,5 mm
28 mm 25 mm —
20 mm 19 mm —
14 mm 12,5 mm 16 mm
10 mm 9,5 mm —
6,3 mm 6,3 mm 8 mm
Quadro 2. Dimensões das peneiras de agregados graúdos
Fonte: Adaptado de Neville (2013).
BS ASTM BS EM
Abertura Abertura Abertura
5 mm 4,75 mm 4 mm
2,36 mm 2,36 mm 2 mm
1,18 mm 1,18 mm 1 mm
600 μm 600 μm 0,5 mm
300 μm 300 μm 0,25 mm
150 μm 50 μm 0,125 mm
— — 0,063 mm
Quadro 3. Dimensões das peneiras de agregados miúdos
Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados6
A norma ABNT NBR NM ISO 3310-1:2010 denomina as peneiras de 
acordo com o Quadro 4.
Fonte: Adaptado de Bernucci et al. (2008).
Aber-
tura/nº. 
nominal
Abertura 
norma-
lizada
Aber-
tura/nº. 
nominal
Abertura 
norma-
lizada
Aber-
tura/nº. 
nominal
Abertura 
norma-
lizada
4 pol 100 mm nº. 3,5 5,6 mm nº. 50 300 µm
3 ½ pol 90 mm nº. 4 4,75 mm nº. 60 250 µm
3 pol 75 mm nº. 5 4 mm nº. 70 212 µm
2 ½ 63 mm nº. 6 3,35 mm nº. 80 180 µm
2 pol 50 mm nº. 7 2,8 mm nº. 100 150 µm
1 ¾ pol 45 mm nº. 8 2,36 mm nº. 120 125 µm
1 ½ pol 37,5 mm nº. 10 2 mm nº. 140 106 µm
1 ¼ pol 31,5 mm nº. 12 1,7 mm nº. 170 90 µm
1 pol 25 mm nº. 14 1,4 mm nº. 200 75 µm
7/8 pol 22,4 mm nº. 16 1,18 mm nº. 230 63 µm
¾ pol 19 mm nº. 18 1 mm nº. 270 53 µm
5/8 pol 16 mm nº. 20 850 µm nº. 325 45 µm
½ pol 12,5 mm nº. 25 710 µm nº. 400 38 µm
7/16 pol 11,2 mm nº. 30 600 µm nº. 450 32 µm
3/8 pol 9,5 mm nº. 35 500 µm nº. 500 25 µm
5/16 pol 8 mm nº. 40 425 µm nº. 635 20 µm
¼ pol 6,3 nº. 45 355 µm
Quadro 4. Abertura das malhas de acordo com ISO 3310/1
7Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados
Assim, deve-se fazer aanálise granulométrica dos agregados segundo as 
normas vigentes, para que sua classificação possa ser compreendida por todos 
os profissionais envolvidos. Com a composição granulométrica, o responsável 
pela escolha do agregado na obra consegue avaliar se o material está dentro 
das especificações necessárias para o projeto ou se deve ser rejeitado.
Um parâmetro simples, calculado a partir da análise granulométrica, é o módulo de 
finura (MF), definido como a soma das porcentagens retidas acumuladas nas peneiras 
da série normal dividida por 100. A série normal é constituída por peneiras que têm, 
cada uma delas, duas vezes a dimensão da abertura da anterior, ou seja, 150, 300, 
600 μm, 1,18, 2,36, 5 mm até a maior peneira utilizada (ASTM n°. 100, 50, 30, 16, 8 e 4). 
Além disso, é importante lembrar que, quando todas as partículas de uma amostra 
são maiores que determinada peneira, por exemplo, 600 μm, a porcentagem retida 
na peneira 300 μm é 100% e, da mesma forma, na peneira 150 μm.
Importância da forma e da textura 
dos agregados
Os agregados naturais são formados por processos de intemperismo e abrasão 
ou por britagem de grandes blocos da rocha-mãe, ou seja, muitas proprieda-
des dos agregados dependem das propriedades da rocha-mãe, por exemplo, 
composição química e mineral, dureza, resistência e estrutura dos poros, etc. 
Contudo, há outras propriedades dos agregados inexistentes na rocha-mãe, 
como a forma e a dimensão das partículas, a textura superficial e a absorção. 
Todas essas propriedades podem exercer considerável influência na qualidade 
do produto final que os agregados comporão.
As características externas dos agregados, em especial a forma e a textura 
superficial das partículas, são importantes para as propriedades do concreto 
fresco e endurecido. Segundo Bauer (2019), a forma dos grãos de um agregado 
influencia diretamente na qualidade do concreto, afetando a trabalhabilidade 
e, consequentemente, as condicionantes de bombeamento, lançamento e aden-
samento desse material.
Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados8
Os grãos podem ser classificados, quanto à forma, em cuboides (ou an-
gulosas), alongados e lamelares. O cascalho, por exemplo, apresenta grande 
porcentagem de grãos cuboides, de formas arredondadas e superfícies lisas, e 
os agregados industrializados têm formas de grãos que dependem da natureza 
da rocha-mãe. No entanto, para uma mesma rocha, essa forma pode depender 
do tipo de britador final da linha de britagem, como o caso de grãos de arestas 
vivas e de superfície altamente rugosa. Assim, britas provenientes de basalto 
e produzidas em britadores de mandíbulas têm grande porcentagem de grãos 
irregulares, alongados e lamelares. A Figura 3 mostra exemplos de agregados 
utilizados em diversas áreas da engenharia civil.
Figura 3. Exemplos de agregados com diferentes formas. (a) Agregado lamelar. (b) Agregado 
de boa cubicidade.
Fonte: Bernucci et al. (2008, p. 142).
(a) (b)
Para Neville (2013), o arredondamento avalia a agudeza ou a angulosi-
dade das arestas de uma partícula. O arredondamento real é consequência da 
resistência mecânica, da resistência ao desgaste da rocha-mãe e do desgaste 
a que a partícula foi submetida. No caso de agregados britados, a forma de-
pende das características da rocha-mãe, do tipo de britador e de sua taxa de 
redução, ou seja, da relação da dimensão do produto britado em comparação 
à dimensão inicial. Uma classificação prática das formas das partículas é 
exibida no Quadro 5.
9Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados
Fonte: Adaptado de Neville (2013).
Classificação Descrição Exemplos
Arredondado Totalmente desgastado 
pela ação de água 
ou totalmente 
conformado por atrito
Seixo de rio ou zonas 
litorâneas marítimas, 
areia de deserto, de 
origem eólica ou de 
litoral marítimo
Irregular Naturalmente irregular 
ou parcialmente 
conformado por 
atrito com arestas 
arredondadas
Outros seixos
Lamelar Material em que a 
espessura é menor 
que a das outras 
duas dimensões
Pedras lamelares
Anguloso Apresenta arestas 
bem definidas na 
interseção de faces 
razoavelmente planas
Pedras britadas de 
todos os tipos e 
escória britada
Alongado Material, em geral, 
anguloso no qual 
o comprimento é 
consideravelmente 
maior que o das outras 
duas dimensões
—
Lamelar e alongado Material com o 
comprimento bem 
maior que a largura 
e esta bem menor 
que a espessura
—
Quadro 5. Classificação segundo a forma das partículas
Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados10
Embora não exista uma normalização da American Society for Testing 
and Materials (ASTM), algumas vezes se emprega a seguinte classificação 
nos Estados Unidos (NEVILLE, 2013):
 � totalmente redondo: sem face original;
 � arredondado: quase todas as faces inexistentes;
 � subarredondado: consideravelmente desgastado, com faces com área 
reduzida;
 � subanguloso: algum desgaste com faces intactas;
 � anguloso: poucas evidências de desgaste.
De acordo com Bauer (2019), os grãos irregulares têm maior superfície 
específica que os cuboides, além de apresentarem o inconveniente de po-
derem ficar presos entre as barras da armação do concreto armado, o que 
eventualmente resulta no enchimento irregular da fôrma. A trabalhabilidade 
do concreto deve-se não somente ao formato dos grãos, mas também à sua 
textura superficial. Quanto à forma, quando há um aumento da porcentagem 
de partículas alongadas e lamelares, o concreto perde trabalhabilidade, motivo 
pelo qual a obtenção de brita sem excesso de grãos irregulares torna-se muito 
importante, sobretudo por sua utilização majoritariamente como agregado 
para concreto. Por sua vez, os grãos irregulares, justamente pela forma e 
textura superficial, apresentam maior aderência da argamassa, resultando em 
concretos com maior resistência.
Já a textura superficial, segundo Neville (2013), baseia-se no grau de poli-
mento da superfície das partículas, sendo polidas ou opacas, lisas ou ásperas, o 
que exige a análise também do tipo de aspereza. A textura superficial depende 
da dureza, das dimensões dos grãos e das características de porosidade da 
rocha-mãe (rochas duras, densas e grãos finos, em geral, resultam em super-
fícies de fratura lisas), bem como do grau com que as forças atuantes sobre a 
superfície das partículas as tenham alisado ou tornado ásperas. A avaliação 
visual da aspereza é bastante aceitável, mas, para evitar erros, pode-se adotar 
a classificação do Quadro 6. 
11Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados
Fonte: Adaptado de Neville (2013).
Grupo
Textura 
superficial
Características Exemplos
1 Vítrea Fratura conchoidal Escória vitrificada
2 Lisa Desgastado por água 
ou alisado por fratura 
de rochas laminadas ou 
de granulação fina
Seixo, ardósia 
e mármore
3 Granular Fratura mostrando grãos 
mais ou menos uniformes 
arredondados
Arenito
4 Áspera Fratura áspera de rochas 
de granulação fina 
ou média contendo 
constituintes cristalinos 
de difícil visualização
Basalto e calcário
5 Cristalina Presença de constituintes 
cristalinos de fácil visualização
Granito e gnaisse
6 Alveolar Com poros e cavidades visíveis Tijolo, pedra-pome, 
escória expandida, 
clínquer e argila 
expandida
Quadro 6. Classificação dos agregados segundo à textura superficial
Portanto, a forma e a textura dos agregados, especialmente dos miúdos, 
exercem grande influência na demanda de água de uma mistura — de acordo 
com Neville (2013), em termos práticos, mais água será necessária quanto maior 
o teor de vazios de agregados no estado solto. Geralmente, a lamelaridade e a 
forma do agregado graúdo têm um importante efeito sobre a trabalhabilidade 
do concreto, a qual decresce conforme o aumento do índice de angulosidade.
Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados12
Saiba mais lendo o artigo “Influência da forma do agregado graúdo nas propriedades 
mecânicas do concreto” (SILVA; GEYER, 2018), disponível no linka seguir. 
https://qrgo.page.link/xQKPY
Importância da porosidade dos agregados
Porosidade, permeabilidade e absorção dos agregados influem na aderência 
entre eles e a pasta de cimento, na resistência do concreto ao gelo e ao de-
gelo, e em sua estabilidade química, resistência à abrasão e massa específica. 
De maneira geral, pode-se dizer que, quanto maior a absorção do agregado, 
maior sua porosidade, maior seu grau de alteração e menor sua massa específica.
Neville (2013) afirma que os poros dos agregados apresentam grande 
variação de dimensões e que mesmo os menores poros ainda são maiores que 
os da pasta de cimento. Alguns poros dos agregados são totalmente internos, 
enquanto outros apresentam aberturas para a superfície das partículas, possi-
bilitando que a água penetre. A quantidade e a velocidade de penetração de-
pendem do tamanho, da continuidade e do volume total de poros. A porosidade 
em rochas comuns varia em uma faixa entre 0 e 50% e, como os agregados 
representam cerca de ¾ do volume do concreto, fica claro que a porosidade 
dos agregados contribui para a porosidade total do concreto.
Segundo Bauer (2019), a água absorvida pelos grãos do agregado constitui 
uma função da maior ou menor porosidade do material desses grãos. O agre-
gado miúdo, quando formado por grãos de alteração de rocha, um material 
muito friável e poroso, tem elevado grau de absorção de água. Deve-se ter 
cuidado com a água presente nos poros dos agregados, pois, durante a mistura 
do concreto, essa água se incorpora à água de amassamento e, caso não tenha 
sido considerada na dosagem, alterará o fator água/cimento da mistura e, 
consequentemente, o desempenho do concreto.
A absorção de água é determinada pela medida do decréscimo da massa de 
uma amostra saturada superfície seca após secagem em estufa por 24 horas. 
O valor de perda de massa em relação à massa da amostra seca expressa como 
uma porcentagem é denominada absorção. E os procedimentos normalizados 
estão descritos na BS 812-2:1995 e na BS EN 1097-2:1998.
13Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados
A consideração de que um agregado seco em estufa utilizado em uma mistura real 
absorveria água suficiente para levá-lo à condição saturado superfície seca pode não 
ser válida. A quantidade de água absorvida depende da ordem de colocação dos 
componentes na betoneira e do envolvimento dos agregados graúdos pela pasta de 
cimento. Assim, o momento mais realista para a determinação de absorção de água 
se dá entre 10 e 30 minutos, em vez de 24 horas.
Além disso, se o agregado está na condição seco ao ar, a água absorvida real será 
correspondentemente menor. A absorção de água real dos agregados deve ser adicio-
nada à água total demandada pela mistura, de maneira a se obter uma relação água/
cimento efetiva, que controla tanto a trabalhabilidade quanto a resistência do concreto.
Ainda, é importante ressaltar que agregados expostos à chuva incorporam 
uma quantidade considerável de água na superfície das partículas e, exceto 
na camada superficial da pilha dos agregados, mantêm essa umidade por um 
longo tempo, fator especialmente verdadeiro no caso de agregados miúdos. 
Deve-se avaliar o teor de umidade para o cálculo das quantidades de materiais 
para a produção e a quantidade total de água das misturas. Na realidade, a 
massa de água a ser adicionada à mistura deve ser reduzida e a massa de 
agregados aumentada em uma quantidade igual à massa do teor de umidade. 
Como o teor de umidade muda com as condições climáticas e também varia 
de uma pilha para outra, deve ser medido frequentemente (NEVILLE, 2013).
Existem diversos métodos disponíveis, mas a precisão dos resultados 
depende da representatividade da amostra a ser ensaiada. Em laboratório, o 
teor total de umidade pode ser determinado por meio de secagem em estufa, 
conforme estabelecido pelas normas BS 812-109:1990 e BS EN 1097-5:1999. 
Sendo A a massa de um recipiente estanque ao ar, B a massa do recipiente 
preenchido com a amostra e C a massa do recipiente e da amostra após seca-
gem até a massa constante, o teor total de umidade dado em porcentagem de 
massa seca de agregado é:
Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados14
O método da ASTM C70-06:2006 baseia-se na medida do teor de umidade 
de um agregado de massa específica conhecida, a partir da perda aparente 
de massa pela imersão em água, conhecido como método da balança. O teor 
de umidade pode ser lido diretamente da balança se o tamanho da amostra 
for ajustado segundo a massa específica do agregado, de maneira que uma 
amostra em estado saturado e superfície seca tenha uma massa padronizada 
quando imersa. De acordo com Neville (2013), o ensaio é rápido e fornece o 
resultado do teor de umidade com aproximação de 0,5%.
Conforme Pinto (2006), quanto mais bem distribuída a granulometria dos 
agregados, maiores serão o entrosamento e o atrito entre as partículas, tendo 
em vista que os grãos finos tenderão a ocupar os vazios entre os grossos. 
A estabilidade depende também da variação dos grãos, quanto ao tamanho e à 
forma das partículas, e da sua distribuição e atrito. A relação entre a quantidade 
de finos e a quantidade de agregados graúdos tem grande importância em razão 
do nível de compactação e, consequentemente, do equilíbrio na estabilidade 
do material, conforme podemos observar na Figura 4.
Figura 4. Proporção de finos dos agregados. (a) Material com elevado índice de vazios. (b) 
Material em equilíbrio. (c) Material com excesso de finos.
Fonte: Yoder e Witczak (1975, p. 357).
(a) (b) (c)
Como é possível observar em (a), tem-se um material com elevado índice 
de vazios, alta permeabilidade e baixa compactação; já em (b), o material se 
apresenta em equilíbrio, com os grãos de pequena granulometria preenchendo 
os espaços vazios entre os grãos mais volumosos; e, em (c), o material apresenta 
finos em excesso entre os grãos maiores, tornando a mistura de agregados 
instável pela falta de maior contato entre os grãos. 
15Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados
Assim, quando a porosidade e o índice de vazios são reduzidos, e a com-
pacidade aumentada, melhoram-se de forma significativa a resistência à 
compressão, a permeabilidade e a durabilidade do concreto, ou seja, há um 
consumo menor de pasta de cimento. Nesse contexto, pode-se observar como a 
escolha de um bom agregado, com granulometria, forma, textura e porosidade 
adequadas, é importante para o desempenho da estrutura e para a avaliação 
dos custos da obra.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR NM 248:2003. Determinação 
da composição granulométrica. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR NM ISO 3310-1:2010. Peneiras 
de ensaio — Requisitos técnicos e verificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
ASTM INTERNATIONAL. ASTM C033-03:2003. Standard specification for concrete aggre-
gates. West Conshohocken: ASTM International, 2003.
ASTM INTERNATIONAL. ASTM C70-06:2006. Standard test method for surface moisture 
in fine aggregate. West Conshohocken: ASTM International, 2006.
ASTM INTERNATIONAL. ASTM C136-06:2006. Standard test method for sieve analysis of 
fine and coarse aggregates. West Conshohocken: ASTM International, 2006.
BAUER, L. A. F. Materiais de construção. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019. v. 1.
BERNUCCI, L. B. et al. Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros. Rio 
de Janeiro: PETROBRAS, 2008.
BRITISH STANDARDS INSTITUTION. BS 812-103-1:1985. Determine particle size distribu-
tion. London: BSI, 1985.
BRITISH STANDARDS INSTITUTION. BS 812-109:1990. Testing aggregates. Methods for 
determination of moisture content. London: BSI, 1990.
BRITISH STANDARDS INSTITUTION. BS 812-2:1995. Testing aggregates. Methods for 
determination of density. London: BSI, 1995.
BRITISH STANDARDS INSTITUTION. BS 882:1992. Specification for aggregates from natural 
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of aggregates. London: BSI, 1996.
BRITISH STANDARDS INSTITUTION. BS EN 1097-2:1998. Tests for mechanical and physical 
properties of aggregates. Determination of loose bulk density and voids. London: 
BSI, 1998. 
Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados16
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properties of aggregates. Determination of the water content by drying in a ventilated 
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NEVILLE, A. M. Tecnologia do concreto. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
PINTO, C. S. Curso básico de mecânica dos solos. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.
YODER, E. J.; WITCZAK, M. W. Principles of pavement design. New York: John Wiley & 
Sons, 1975.
Leitura recomendada
SILVA, D. A.; GEYER, A. L. B. Influência da forma do agregado graúdo nas propriedades 
mecânicas do concreto. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, [s. l.], 
ano 3, ed. 12, v. 5, p. 67–82, 2018. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.
com.br/engenharia-civil/influencia-da-forma. Acesso em: 05 dez. 2019. 
17Granulometria, forma, textura e porosidade dos agregados

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