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Caso Americanas_ A destruição de riqueza começou muito antes de fraude contábil - Oscar Malvessi

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02/05/2023, 13:16 Caso Americanas: A destruição de riqueza começou muito antes de fraude contábil - Oscar Malvessi
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Caso Americanas: A destruição de riqueza começou
muito antes de fraude contábil
A visão estratégica e a governança da empresa foram incapazes de capitalizar o bom momento do
mercado e transformá-lo em melhores resultados. Consequentemente, a derrocada no valor de mercado
após a fusão da Lojas Americanas com a B2W foi inevitável. Conhecer o processo da perda de valor da
empresa que vem ocorrendo, é a única maneira de entender como a gigante do varejo nacional destruiu
todo seu valor de mercado. Neste artigo, mostramos a evolução e queda do Valor da Americanas,
avaliando os dados da B3 sob o olhar da metodologia VEC-Criação de Valor®.
OSCAR 27/04/2023 CRIAÇÃO DE VALOR-VEC®/ /
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Desde janeiro deste ano muito se falou sobre a perda dos R$ 20 bilhões das inconsistências contábeis
(fraude) da Americanas S.A. Curiosamente, não há comentários sobre uma informação importantíssima,
que é a queda de seu valor na bolsa, que vem ocorrendo desde 16/07/2021.
Em 11 de janeiro de 2023 a Americanas S.A. (AMER3) que valia R$ 11 bilhões na bolsa, surpreendeu ao
publicar o fato relevante, repercutindo fortemente no mercado de capitais no Brasil e exterior, ao
reconhecer a existência de inconsistências em lançamentos contábeis na ordem de R$ 20 bilhões. O
inesperado escândalo corporativo relacionado a expressiva fraude contábil, fez seu valor de mercado na
bolsa cair para inexpressivo R$ 1 bilhão, sendo que já tinha sido de R$ 77 bilhões em 16/07/2021.  
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Esta estrondosa destruição de riqueza dos acionistas, da empresa e dos stakeholders, não aconteceu só a
partir da notícia da fraude contábil. O tiro no pé aconteceu antes. As duas empresas abertas na Bovespa
do grupo 3G, começaram a perder valor com a comunicação da cisão ocorrida em 16/07/2021. Este
anúncio refere-se a fusão da Lojas Americanas (LASA – LAME3 e LAME4) com a B2W S.A. (BTOW3),
criando a Americanas S.A. (AMER3).
Houve o fato relevante de 28/04/2021, que menciona: “a cisão parcial da B2W e combinação de negócio a
partir do acervo cindido da B2W e Lojas Americanas S.A., de forma que 100% das atividades operacionais
das duas companhias passaram a ser desenvolvidas diretamente pela B2W, no contexto que se propõe
alteração de sua denominação para Americanas S.A. (AMER3)”.
Desde a criação da nova empresa Americanas S.A. (AMER3), verifica-se uma extraordinária perda de R$ 69
bilhões no seu valor de mercado na bolsa. (vide tabelas 1 e 2).
O fato relevante de 28/04/2021 também cita vários motivos para a combinação das operações das duas
empresas:
1. Efeitos de rede de fornecedores, vendedores, parceiros comerciais, clientes etc.;
2. Alavancagem da plataforma tecnológica baseada na nuvem integrada;
3. Economias de escala;
4. Branding poderoso focado na marca “Americanas”;
5. Desenvolvimento de forte motor de M&A para avaliar, negociar e integrar novas aquisições,
acelerando o desenvolvimento e crescimento da empresa;
6. Possibilidade de listagem da empresa nos EUA.
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Surpresa ou não, a reação do mercado foi negativa com a fusão porque, já no início das negociações, a
nova empresa Americanas S.A. (AMER3), em 19/7/2021 teve uma perda de R$ 22 bilhões. Esse valor
ocorre pela comparação do valor que as duas tinham em 16/7/2021, ou seja, 3 dias antes, quando seu
valor era de R$ 77 bilhões caindo para R$ 55 bilhões.
É impressionante a inépcia da empresa, que não interferiu na contínua e expressiva queda de valor de
mercado. Desde o início das negociações das ações da Americanas S.A. (AMER3) seu valor foi caindo,
somando expressivos R$ 47 bilhões de perdas, porque em 30/12/2022 o valor de mercado diminuiu
muito, valendo somente R$ 8,7 bilhões (Tabela 2).  
Qual a explicação para os estonteantes R$ 69 bilhões de perda de valor da empresa no mercado? Será
que os acionistas do grupo 3G, capitaneado pelos Srs. Jorge Paulo Leman, Carlos Alberto Sucupira e
Marcel Telles, o conselho de administração e a diretoria não conheciam a empresa e seu comportamento
no mercado?   
Na tabela 1 demonstra-se historicamente a evolução do valor de mercado da B2W e Lojas Americanas
(LASA), onde a soma das duas empresas saiu de R$ 21 bilhões em 12/2012 para R$ 87 bilhões em
12/2020. O destaque na valorização das duas empresas é a B2W, saindo de R$ 3 bilhões ou 14% na
participação em 12/2012, para R$ 42 bilhões ou 48% em 12/2020.
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Adicionou-se a data de 16/07/2021 na tabela 1, para evidenciar que essa é a última data em que as duas
empresas possuíam cotação de mercado separadamente.
Com a fusão das duas empresas em Americanas S.A. (AMER3), a Tabela 2, tem o objetivo de demonstrar o
início da desvalorização ocorrido a partir de 19/07/2021, até o dia 10/02/2023.  
Percebe-se a expressiva desvalorização da Americanas S.A. (AMER3) já no início da negociação das suas
ações. Somente na troca das duas empresas pela AMER3 houve uma perda de R$ 22 bilhões. A data de
21/01/2022 tem a finalidade de indicar o encerramento das negociações da LAME3 e LAME4. Depois de
perder expressivos R$ 43 bilhões, ficou valendo somente 22% em 30/6/2022. Com o anúncio em
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19/08/2022 da contratação do Sr. Sergio Rial para o cargo de CEO da Americanas S.A., que também era
presidente do Conselho de Administração do Banco Santander, fez o valor de mercado subir 6%
chegando a RS 15,5 bilhões, mas caiu novamente, encerrando o ano de 2022 com o valor de R$ 8,7
bilhões.
Já no dia 12/01/2023, após a publicação do fato relevante apresentando a ocorrência de uma fraude nos
registros contábeis, instantaneamente o mercado reagiu e afundou o valor das Americanas S.A., para
ínfimos R$ 2,4 bilhões. Ainda, no dia 23/01/2023 a empresa entra com pedido de recuperação judicial.
Como assim? Por que o valor da empresa foi dilacerado dessa forma tão abrupta? Onde estão as
lideranças da empresa, os acionistas fundadores, o conselho de administração e os gestores da empresa?
O valor da empresa simplesmente desaparece e a operação no dia a dia fica prejudicada e todos os
stakeholders sofrem e irão pagar a conta?   
A pergunta que não quer calar: Foi a notícia da instauração dos preceitos da fraude contábil que
ocasionou a monumental perda de valor? Ao que parece não foi somente a fraude contábil e a resposta
estáclara, como citado acima, é só analisar a derrocada no valor de mercado após o anúncio da cisão de
julho de 2021, (vide tabela 1 e 2). A cultura imposta do lucro a qualquer preço, pressão excessiva nos
fornecedores, a forma de remuneração executiva definida, aliada a contabilidade criativa, transformou-se
rapidamente em autofagia, com a estrondosa destruição de riqueza da empresa, dos acionistas e dos
stakeholders.    
Todas as qualidades que formavam a excelente reputação dos três principais fundadores e acionistas da
Americanas S.A., caem por terra com a divulgação da fraude contábil.
 O livro Sonho Grande de 2013 que divulgou informações sobre a gestão do Grupo 3G, falava de
comportamento ético, confiança, honestidade e bons princípios que guiavam seus negócios.
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 Entretanto, com a sequência destes acontecimentos, o fato relevante e a falta da decisão dos
controladores sobre a rápida capitalização da empresa, desaba e desmerece a boa reputação.
 (11) 3283-3144
 (11) 98367-2277
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*VEC®-Valor Econômico Criado. Denominação utilizada na TESE de Doutorado de 2001 na EAESP FGV, nos artigos e materiais
visando expressar a metodologia Criação de Valor ao Acionista-EVA™/VEC® ou VBM-Value Based Management - Valuation e sua
convergência aos princípios de governança corporativa aplicados às empresas no Brasil. Conhecidos por Economic Profit ou Lucro
Econômico e pela sigla EVA™ Economic Value Added ou Valor Econômico Adicionado ou Agregado.
EVA™ é uma marca da Stern Stewart de N.Y.
VEC® é marca registrada da Oscar Malvessi Consultoria em Valor.
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