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ANTICOAGULANTES HEMOSTASIA: ocorre em 3 etapas: vasoconstrição + adesão de ativação de plaquetas + formação de fibrina Formação da fibrina: · Coagulação sanguínea → produção de fibrina · Formação de coagulação pelos inicialmente inativos (zimogênios) no sangue → ativação dos fatores de coagulação → cascata de coagulação · Via intrínseca: todos os componentes da coagulação estão presentes no sangue circulante (TTPa) · Via extrínseca: alguns componentes da coagulação encontram-se fora do sangue (TAP) · VIII cofator capaz de ligar-se às plaquetas ativadas → aumento exponencial da atividade do fator IXa · Fibrina ativa o fator XIII a fator XIIIa → ligação da rede de fibrina ao colágeno através da fibronectina Importante participante: TROMBINA (fator endógeno pró coagulante): age na primeira fase da agregação plaquetária e um importante fator de ativação de vários fatores e finalização da cascata → importante alvo terapêutico CASCATA DE COAGULAÇÃO: VITAMINA K E COAGULAÇÃO: · Vitamina K é essencial para processos de carboxilação de determinados fatores de coagulação · Carboxilação (doa carboxila) de resíduos de ácido glutâmico dos fatores II (protrombina), VII, IX e X · Carboxilação é essencial para as corretas síntese e ativação destes fatores de coagulação TROMBOSE: · Formação patológica de tampão hemostático dentro de um vaso sanguíneo ou no coração, na ausência de sangramento · Tríade de Virchow: estase sanguínea + lesão endotelial + estado pró coagulativo · Trombose é resultado da combinação desses fatores: lesão endotelial (ex: ruptura de placa aterosclerótica), fluxo sanguíneo alterado (ex: veias das pernas ao sentar, FA) e hipercoagulabilidade sanguínea (ex: estágios avançados da gravidez, uso de ac, principalmente de estrogênio), que pode ter alteração das constituintes sanguíneos · Condições patológicas:..... FÁRMACOS ANTICOAGULANTES: heparina, antagonistas da vitamina K, inibidores seletivos do fator Xa e inibidores diretos da trombina (NOACS) HEPARINA: Duas classes: · Não-fracionada (heparina padrão; alto peso molecular, HMW) · Heparina de baixo peso molecular (HBPM / LDWHs): enoxaparina e deltaeparina Obs: diferenciam em relação a estrutura molecular que mudam no mecanismo de ação Mecanismo de ação: Não fracionada: ativação da antitrombina, ela possui dois sítios, um se ligam à antitrombina e a um fator da cascata, para facilitar a “desativação” desses e parar a cascata Obs: a de baixo peso molecular não se liga trombina, mas boa para o fator X Não-fracionada: · Ação rápida e administração IV e subcutânea · Mistura de cadeias polissacarídicas não-fracionadas · Alta afinidade pela antitrombina III → inibição da trombina e fator Xa · Supressão de formação de fibrina Baixo peso molecular: · Ação rápida e administração IV ou subcutânea · Alta afinidade pela antitrombina III · Inibição da ativação do fator X · Baixo efeito sobre a trombina e outros fatores de coagulação · Atividade até 4x superior sobre o fator X em relação à trombina · Maior disponibilidade · Efeito mais prolongado (maior tempo de meia-vida e eliminação) · Mais eficaz no tratamento de tromboembolia venosa · Menor incidência de efeitos adversos (trombocitopenia induzida) Heparina - no geral: · Mais antiga, é um extrato animal · É produzida e liberada pelos mastócitos · Encontrada em grandes quantidades no fígado, nos pulmões e no intestino · Liga-se à superfície das células · Via IV e SC, não é absorvida por via oral · Efeito anticoagulante imediato · Administração SC: ação da droga após intervalo de 1h · Geralmente prescrita em unidades internacionais (UI) · Baixa absorção IM · Não se liga às proteínas plasmáticas · Metabolização pelo fígado e excreção renal (> forma inalterada) · Diminui aderência das plaquetas e células inflamatórias às células endoteliais · Reduz a liberação de fator de crescimento liberado pelas plaquetas · Inibe a metástase de células tumorais · Inibe coagulação in vitro e in vivo Efeitos adversos: · Hemorragias (TGI, trato urinário) · Trombocitopenia (menor em HBPM) · Contraindicada em sangramento ativo ou grave, HAS, hemorragias intracranianas, cirurgias cerebrais, espinhas ou oculares Interação: · Antiagregante plaquetários: sinergismo para aumento do sangramento · Anticoagulantes orais: sinergismo para o aumento do sangramento · Antídoto: protamina (fármaco) → antagonista específico da heparina: formação de um complexo inerte *TIH: Trombocitopenia induzida por heparina · Baixo número de plaquetas · Dividido em tipo I e II TIPO I: · Mais frequente · Natureza não imune e ocorre em até 30% dos pacientes expostos à heparina · Supressão benigna transitória da produção de plaquetas que se inicia por volta do 2° dia de uso do medicamento e raramente atinge contagem plaquetária < 100.000 · Mecanismo: aumento do sequestro de plaquetas pelo baço. Não há, em geral, relevância clínica e se normaliza após suspensão da terapia TIPO II: · Mais rara · Complicação imuno mediada pelo uso de heparina, cuja incidência varia de 1% a 6% entres os usuários de HNF e em 0,9% em HBPM · Geração de estado de hipercoagulabilidade que culmina com eventos trombóticos arteriais ou venosos em 20% a 64% dos casos e trombocitopenia · Suspende e entra com outro anticoagulante ANTICOAGULANTES ORAIS CUMARÍNICOS: Anticoagulantes orais Ex: varfarina e dicumarol Mecanismo de ação: · Inibição da ativação da vitamina K (“ANTAGONISTA DE VITAMINA K”) · Fatores VII, IX, X e protrombina são os fatores de coagulação vitamina K-dependentes para sua ativação · Redução da síntese destes fatores em até 50% · Prolongamento do tempo de protrombina · Absorção rápida e quase completa · Liga-se extensamente (>95%) às proteínas plasmáticas · Efeito anticoagulante é produzido pela droga não-ligada · Não atravessam a barreira hemato-encefálica · Atravessam a placenta e causam teratogenicidade e hemorragia no feto · É inativada pelos citocromo (isozimas) P450 hepática metabólica hidroxilados são excretados na bile e, a seguir, no intestino Tempo de protrombina: RNI: relação normatizada internacional → compara a tromboplastina comercial com as de padrão internacional · RNI = TP do paciente / TP do controle ISI: índice de sensibilidade internacional · ISI = 1 (quanto maior o ISI, menor a sensibilidade da tromboplastina) · Recomenda-se < 1,7 Usos: · Pré-operatório · Tratamento de tromboses, embolia e IAM · Uso em internações · Uso em longo prazo (VO) Efeitos adversos: incomuns em doses adequadas · Sangramentos visíveis ou ocultos (ex: em fezes) · Mais raramente: diarreia, necrose intestinal, urticária, alopecia, necrose cutânea e dermatites · Bastante interação medicamentosa Superdosagem: · Reversão da ação é relacionada ao restabelecimento da atividade dos fatores de coagulação · Interrupção da administração do fármaco · Administração de vitamina K1 (fitomenadiona) · Hemorragias graves: plasma contendo fatores de coagulação vitamina K-dependentes Terapia com varfarina e heparina: · Proporcionam um tratamento profilático para distúrbios tromboembólicos venosos e arteriais · São ineficazes para os trombos já formados, embora possam impedir sua propagação · Principais indicações: trombose venosa profunda, embolia arterial, fibrilação atrial, angina instável e IAM, coagulação intravascular disseminada NOACS: NOVOS ANTICOAGULANTES ORAIS · Inibidores diretos do fator X · Ex: rivaroXABANA, apiXABANA, edoXABANA Mecanismo de ação: · Inibidores diretos, seletivos e reversíveis do fator Xa · Impedimento da formação de trombina · Alta biodisponibilidade · Baixa taxa de interações medicamentosas · Metabolização hepática e excreção renal · Meia-vida: 5-9 horas (jovens); 11-13 horas (idosos) Rivaroxabana: indicações para profilaxia e tratamento de tromboembolismo venoso pós-cirúrgico e de tromboembolismo em FA sem valvopatias Apixabana: inibição direta, seletiva e reversível do fator Xa · Biodisponibilidade ~50% · Meia vida entre 8 e 15hrs (pico máximo em 3hrs) · Metabolização hepática · Excreção renal(27%) e fecal · Reações adversas: hemorragia, náusea, anemia, tontura, prurido · Interações: com inibidores da CYP3A4 e inibidores da P-gp (cetoconazol, ritonavir) → aumento. Indutores da CYP3A4 e inibidores da P-gp (rifampicina) → diminuição Eliminação: hepático → citocromo P450 (CYP3A4 e CYP2J2). Renal → transportadores glicoproteína-P (gp-P) Particularidades: · Alta biodisponibilidade oral quando tomado com alimentos · São administrados em doses fixas, não necessitando monitoramento · Apresentam rápido início de ação Inibidores da trombina - dabigatrana: · Mecanismo de ação: pró-droga: seus metabólitos causam inibição direta, competitiva e reversível do trombina livre e a presente em coágulos · Farmacocinética: biodisponibilidade ~6,5%; meia-vida entre 12 e 17 hrs (pico máximo em 30 minutos); metabolização hepática e excreção renal (80%) · Reações adversas: hemorragia, anemia, náuseas, diarreia e reação cutânea · Particularidades: contraindicado em clearance de creatinina (< 30 mL/min) e forma pró-droga Reflexões dos NOACS: · Dabigatran é um inibidor direto da trombina; Rivaroxaban e Apixaban são inibidores orais do fator Xa · Vantagem dos NOACs: não necessitam de ajustes regulares baseados no monitoramento do INR ou coleta de outros exames · Meia vida é curta nos 3 medicamentos ao contrário das varfarina · Até o momento não existem antídotos comprovadamente eficazes para reversão do efeito dos novos anticoagulantes · Foram relacionados a redução de sangramentos intracranianos em comparação à varfarina · São opções principalmente no tratamento dos pacientes com dificuldade em alcançar a faixa terapêutica de INR com varfarina · Custo elevado $$$$$ · Cinética: T1/2 vida curto → cuidado com esquecimento de doses ou má adesão!!!!!! · Menor interação medicamentosa do que a varfarina · Interação com os inibidores CYP3A4 (anti Xa) FIBRINOLÍTICOS: · Anticoagulante não heparínico · Pode atuar no coágulo já formado · Fármacos que promovem a lise do coágulo por meio da ação direta sobre trombos já formados · Ativa a plasminogênio (que converte em plasmina) que favorece a lise desses trombos · Promovem a lise de trombos hemostáticos e em casos de tromboembolismo · Geralmente a administração é intravenosa · Lisa de trombos através de mecanismos de formação de plasmina a partir de seus precursores (zimogênios) · Liso de coágulos em vasos, restabelecendo perfusão sanguínea aos tecidos AGENTES DE 1A GERAÇÃO: Estreptoquinase: administração sistêmica → lise efetiva de trombos venosos profundos e arteriais agudos · Administração IV ou intracoronariana após IAM → aumento de sobrevida a curto prazo · Complicações do uso: hemorragia, febre, reações alérgicas · Duas meias-vidas: uma de distribuição da droga e inibição por anticorpos e outra por perda de atividade · É uma proteína produzida por estreptococos beta-hemolíticos · Forma um complexo não covalente estável com o plasminogênio, facilitando a sua conversão à plasmina · Ação é bloqueada por anticorpos anti-estreptocócicos, que surgem após a administração da dose inicial (janela de 1 ano entre nova dose) AGENTES DE 2A GERAÇÃO: Uroquinase: · Não liga-se avidamente à fibrina · Ativa diretamente a plasminogênio circulante · Ativa diretamente a plasminogênio circulante e o ligado à fibrina · Meia-vida: 10 a 20 minutos · Uso frequente em embolias pulmonares recentes AGENTES DE 3A GERAÇÃO: Ativador do plasminogênio tecidual (t-PA) / alteplase · Fármaco correspondente ao t-PA endógeno → formação de complexo com o plasminogênio → conversão do plasminogênio a plasmina · Plasmina degrada a rede de fibrina em coágulos sanguíneos · Plasmina também degrada a fibrinogênio e os fatores V, VIII, protrombina e XII · t-PA ativa diretamente a plasminogênio no sangue · Alta afinidade de ligação à fibrina (plasminogênio ligado à fibrina → trombo sendo formado) · Mais eficazes que as estreptoquinase para reperfusão coronariana · Rápida depuração → risco de retrombose! Principais usos dos fibrinolíticos (trombolíticos): · Trombose venosa profunda · Embolia pulmonar · Infarto agudo do miocárdio ANTIFIBRINOLÍTICOS: ÁCIDO TRANEXÂMICO: · Inibe ativação do plasminogênio impedindo a fibrinólise · Administração oral ou intravenosa Usos: · Hemorragias pós-prostatectomia · Hemorragias pós-extrações dentárias · Menorragia · Hemorragias provocadas por trombolíticos APROTININA: · Inibidor da calicreína e plasmina Usos: · Hiperplasminemia causada por superdosagem de fibrinolíticos · Risco de perda excessiva de sangue em cirurgia cardíaca OBS: TABELA DE SUSPENSÃO NO CANVAS → ÚLTIMOS SLIDES CASO 1: RESPOSTA: · Faz diálise, então não tem problema CASO 2: LETRA C Obs: suspende pelo risco de sangramento do próprio procedimento image9.png image6.png image10.png image4.png image7.png image11.png image13.png image12.png image2.png image5.png image3.png image1.png image8.png