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MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS Polimialgia reumática: · Dor na cintura escapular e pélvica e região cervical · Idade > 50 anos · VHS > 50 mm · Melhora estupenda com corticóide em baixa dose (< 20 mg prednisona-prednisolona / dia) · 30% associa a arterite temporal e vasculite · Ao aferir a PA no idoso, ele refere dor (indício) · Não altera as enzimas musculares, CPK, DLH, SGOT e aldolase Miopatias inflamatórias: Definição: grupo heterogêneo de doenças adquiridas, imuno-mediadas, caracterizadas por inflamação não supurativa da musculatura estriada, com consequente fraqueza muscular proximal. Tendo diminuição da força muscular e dor (predomínio maior da fraqueza) Classificação das miopatias autoimunes sistêmicas: · Dermatomiosite, como amiopática · Polimiosite · Miosite por corpúsculo de inclusão · Síndrome anti-sintetase (fraqueza muscular proximal, mão de mecânico, raynaud, artralgia e envolvimento pulmonar · Miopatias necrotizantes imuno-mediadas · Dermatomiosite juvenil *MAS é o dx sindrômico, sendo essas doenças acima o dx etiológico Epidemiologia: · Dermatomiosite: bimodal -5-15 anos e 45-65 anos · Polimiosite: 45-65 anos · Femino 2-3x mais que masculino · Incidência anual de 2-10 casos por milhão · Alta mortalidade e morbidade Características: · Síndrome paraneoplásica (dermatomiosite > polimiosite) → principalmente em indivíduos que inicia a doença com menos de 50 anos · Diferentes queixas · Disfagia: acometimento da musculatura da deglutição · Pneumonia aspirativa · Tromboembolismo pulmonar, pois ficam muito tempo acamados · Pode apresentar fotossensibilidade (dermatomiosite), heliotropo (eritema que pega a pálpebra superior e inferior), sendo que as cores podem varias de vermelho a lilás intenso (idosa) · Pode atingir crianças, além da hiperemia na pálpebra · Dispneia pelo envolvimento pulmonar · Calcinose pelo depósito de cálcio, causando limitação funcional e dor Como reconhecer: · Diminuição de força muscular proximal: · Dificuldade para subir escadas e levantar da cadeira · Dificuldade para pentear o cabelo · Disfagia alta · Fraqueza muscular de flexores do pescoço · Exame neurológico da face normal: avaliar que a diminuição da força muscular é predominantemente proximal, sem alteração de reflexos e de sensibilidade - excluir neuropatia · Alteração cutânea fotossensível: heliotropo (hiperemia na face em pálpebras superiores e inferiores (inferior nem sempre) · Bilateral · Cor é variável: rosa, vermelho, roxo (equimose), castanho em pacientes pretos · Pode vir associado a edema · Não polpa sulco nasolabial (diferente do LES), envolvimento da fronte, malar, olhos · Alteração cutânea de Gottron (fotossensíveis) · Pápulas (lesão elevada), agrupadas, impressão de placa · Lesões na superfície extensora das interfalangianas proximais, distais, MCF; pode atingir também cotovelo e joelho · Cor varia do rosa ao lilás, sendo que com a melhora da clínica leva a coloração hipocrômica · Alteração cutânea do sinal do xale e do V do decote · Lesões fotossensíveis · Fenômeno de Raynaud · Fase pálida, cianótica, podendo ou não ter a hiperemia reacional · Dilatação dos capilares da cutícula → síndrome anti-sintetase e dermatomiosite · Mão de mecânico: descamação - faz parte da síndrome anti-sintetase · Hipertrofia de cutícula · Capilares dilatados com micro-hemorragias · Calcinoses: depósitos de Ca no tecido subcutâneo; áreas de atrito com superfície extensora, região das bursas · Doloroso · Em decorrência do processo inflamatório crônico não tratado · Bastante comum na dermatomiosite juvenil · Fraqueza muscular (proximal): mialgia · Artralgia inflamatória (rigidez matinal > 30 min) · Artrite semelhante a AR: envolvimento MCF, IFP, punhos · Febre, emagrecimento (doença sistêmica) · Curso rápido e catastrófico · Dispneia crônica (pode ser assintomática): pode evoluir para insuficiência respiratória aguda e óbito · Diferenciar o envolvimento pulmonar: tosse seca (doença pulmonar intersticial) x produtiva com catarro esverdeado (pneumonia aspirativa, pode infecção ou doença de base) · Febre (cuidado com dx diferencial com infecção) Dermatomiosite: · Fraqueza muscular proximal + lesão de pele · Aumento de enzimas musculares · Pode estar associada a pneumopatia intersticial · Pode se manifestar como síndrome paraneoplásica A - heliotropo: pode vir acompanhado de edema, cor é variável, simétrico, principalmente em pálpebra superior B - sinal da V do decote Gottron: cotovelo e MCF, IFP Síndrome anti-sintetase: · Tríade: fraqueza muscular proximal + artralgia inflamatória (pode ter artrite associada) + pulmão · Mãos de mecânico · FRy · Aumento de enzima musculares · Anticorpos anti-sintetase no citoplasma das células: principal anti-Jo1 · FAN citoplasmático pontilhado fino denso → FAN positivo em quase 90% dos pacientes · Mão de mecânico POLIMIOSITE: · Sem envolvimento cutâneo (dificulta dx) · Fraqueza muscular proximal · Pode ter artralgia e febre · Aumento de enzimas musculares · Pode ter doença pulmonar intersticial · Nem sempre FAN positivo · Normalmente precisa da biópsia para fazer dx MIOSITE POR CORPÚSCULO DE INCLUSÃO: · Não se sabe de é degenerativa ou inflamatória (tem infiltrado de células T inflamatórias, mas não responde bem a corticoide e tem corpúsculos de inclusão com substâncias que indicam degeneração) · > 40 anos (principalmente > 60-70 anos) · Sem envolvimento cutâneo nem pulmonar · Fraqueza muscular proximal e distal (quadríceps e flexores profundos dos dedos) → pode haver atrofia de quadríceps e dificuldade de fletir os dedos · Aumento de enzimas musculares → aumento mais discreto que na polimiosite MIOPATIA NECROTIZANTE IMUNOMEDIADA: · Associada a estatinas (faz inibição da HMGCR) na maioria dos casos · Início rápido de fraqueza muscular proximal associada a mialgia · Aumento muito pronunciado de CPK e enzimas musculares · Pode ocorrer envolvimento distal e disfagia · Tempo médio de exposição à estatina, quando é desencadeado por essas drogas, de 3 anos (mas pode ser de 2 meses a 10 anos), não melhora após suspensão da droga · AC anti-receptor da coenzima hidroximetilglutaril redutase-3 (HMGCR) e AC contra partícula reconhecedora de sinal (SRP) → tratamento com imunossupressão · Biópsia normal / necrose intensa Miotoxicidade das estatinas: · Miopatia é incomum · Mortalidade por doença cardiovascular é maior que pela miopatia, ou seja, o benefício de usar estatina é maior que o risco *Paciente pode ter aumento de enzimas assintomático · Pode ter mialgia e, então para com uso da droga e depois de um tempo troca a estatina por atorvastatina/rosuvastatina (menor efeito de miotoxicidade · Miosite: não melhora com a supressão da droga, tratar com imunossupressor e encaminha para reumato DX DIFERENCIAIS PARA MIOPATIAS: · Hipotireoidismo: pode haver só a fraqueza muscular proximal e aumento de enzima muscular, sem outros sintomas clássicos do hipotireoidismo · Distúrbios hidro-eletrolíticos (aumento de Ca no hiperparatireoidismo, pode ser quadro mais arrastado, já o K e Mg é com início mais agudo) · Infecções agudas (toxoplasmose, influenza, leptospirose): quadro mais difuso · Deficiência de vitamina D em idosos · Distrofias musculares · Transtornos do metabolismo energético, ex.: Krebs, metabolismo de glicogênio e ácidos graxos. Nesses casos, pode haver história familiar semelhante e de consanguinidade, fazendo dx por biópsia ou teste genético, pode fazer atrofia seletiva EXAMES COMPLEMENTARES: · CPK (principal marcador de lesão muscular), aldolases desidrogenase lática, TGO, TGP · TSH, T4 livre; mesmo sem outros sintomas, pois hipotireoidismo é o principal dx diferencial · Ca, além de Mg e K para quadro agudos · HIV · FAN - positivo em 50-80% dos casos · anti Jo1 em 20-50% dos casos, especialmente em pacientes com sd antisintetase · 25 (OH) vitamina D em idosos · ENMG - miopatia proximal; não ajuda no dx diferencial de outras miopatias (metabólicas) e distrofia muscular · Biópsia muscular se não houver envolvimentocutâneo Com dx de MAS confirmado: · TC de tórax e espirometria → envolvimento pode ser assintomático, oligossintomático e pode se apresentar com quadro agudo, podendo ter pulmonar difuso · ECG, ecocardio *Quando mais cedo o dx, melhor o prognóstico SÍNDROME PARANEOPLÁSICAS: · 10-20% dos pacientes com dermatomiosite/ polimiosite pode ter neoplasia associada, sendo que em > 50% dos casos ocorre após 65 anos · Não ocorre na dermatomiosite juvenil · Pode preceder o desenvolvimento de neoplasias por 3-5 anos → investigação de neoplasia no dx · Ocorre mais dermatomiosite que polimiosite · Neoplasias mais comuns: mama, linfoma, colorretal e próstata · Dx: anamnese, exame físico e avaliar fatores de risco; PSA, mamografia, US de mama e transvaginal, TC de tórax e abdome, endoscopia digestiva alta (EDA) e colonoscopia TRATAMENTO INICIAL: · Prednisona 1 mg/kg · Pulsoterapia com metilprednisolona 1g por 3 dias (+ prednisona VO até ir para especialista) → em acamado, fraqueza muscular cervical, disfagia alta, insuficiência respiratória, envolvimento cardíaco · Cuidado: paciente pode ter broncoaspiração e estar infectado → nesse caso, pulsar com gamaglobulina (Ig) ao invés de corticoide · Encaminhar para especialista image6.png image8.png image10.png image3.png image2.png image9.png image15.png image5.png image16.png image19.png image11.png image13.png image14.png image1.png image12.png image17.png image7.png image18.png image4.png