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Neorrealismo Português

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Literatura Portuguesa IV 
Aula 04: O Existencialismo 
Tópico 01: Entre o Existencialismo e o Pós-Modernismo
O Existencialismo, continuidade ao Neorrealismo português. A crítica social passou para o plano subjetivo 
em romances influenciados pela literatura de Jean-Paul Sartre. Autores em destaque: Fernando Namora, 
Vergílio Ferreira. Como representante da contemporaneidade, destacaremos o romancista Lobo Antunes. 
Alguns autores neorrealistas alteraram o cenário do conflito humano da tragédia social para a tragédia 
íntima. Vale ressaltar que a presença do indivíduo não se confunde com a apologia do individualismo burguês, 
mas sim uma crítica desse mesmo individualismo, que tanto compromete a condição humana. 
FERNANDO NAMORA 
Cada neorrealista vai trazendo sua nota pessoal ao movimento iniciado por Alves Redol. 
Fernando Namora (1919-1989), por exemplo, procurou estudar grupos sociais mais restritos, como 
os estudantes universitários em Fogo na noite escura (1943) ou a figura do médico (ele era médico) 
em títulos como O homem disfarçado (1957) e Domingo à Tarde (1962, com versão para o cinema 
em 1966). Em sua obra madura, existe uma forma muito pessoal de equilíbrio entre a conotação 
social e a existencial. 
Em Domingo à tarde, por exemplo, percebe-se forte intertextualidade com o Naturalismo 
novecentista, que se mescla ao existencialismo do pós-guerra. O protagonista narrador, que é 
médico, mostra-se antipático em seu ambiente de trabalho. Em muitas descrições humanas o 
narrador emprega uma analogia com caracteres de animais irracionais. Ele sente que cumpre uma 
função pouco digna de distrair pacientes moribundos. Mas foi o romance O homem disfarçado, 
publicado cinco anos antes, o de maior notoriedade.
Como protagonista também aparece um médico (neste caso, João Eduardo), que vive o drama 
ético de uma carreira assentada na ideia de status e de dinheiro. 
Aqui vai um trecho, que capta a condição do homem lobo do homem, quando o sucesso abre trincheiras 
no relacionamento egocêntrico do mundo burguês. Nessa guerra nem sempre explícita, o disfarce pode ser a 
melhor forma de sobrevivência:
Poeta e prosador de posição destacada entre os fundadores do Neorrealismo, Manuel da Fonseca 
(1911-1993) foi um notável crítico social. Sua poesia foi colecionada em Poemas completos (1958). 
Merecem destaque o livro de contos O fogo e as cinzas (1951) e o romance Cerromaior (1943).
De O fogo e as cinzas, o conto O Largo apresenta o impacto do progresso sobre a vida numa pequena 
cidade portuguesa. Um dos efeitos do progresso é a perda da noção de comunidade, a demarcação das 
diferenças sociais e o desaparecimentso da cultura local ante o fascínio exercido pelos grandes centros 
urbanos.
AQUI SEGUE UM TRECHO DO CONTO 
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	impresso_parcial.pdf
	LiteraturaPortuguesaIV_aula_04.pdf

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