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BOPE - Tropa de Elite

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Universidade Paulista – UNIP 
 
 
 
 
 
 
 
“BOPE - TROPA DE ELITE” 
 
ANÁLISE JURÍDICA DO FILME 
 
 
Talita Bachega de Loiola Osório 
RA: B719460 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo/SP 
 
 2024 
 
 Análise jurídica do filme “BOPE – Tropa de elite”, com enfoque nos direitos da pessoa 
humana, mediante os conhecimentos obtidos na disciplina História do Direito e Direitos 
Humanos. 
 
 O filme se passa no Rio de Janeiro e mostra a rotina do BOPE, que é o 
Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do referido Estado, o filme nos leva 
para uma reflexão sobre a necessidade de reexaminar a forma de operação da polícia e 
suas condutas, também mostra a diferença que a questão social impõe quanto aos 
privilégios de segurança, e à política de segurança, quando a corrupção atinge quem deve 
proteger a sociedade existe lugar seguro. 
 O filme faz uma dura crítica social, mostrando a realidade das comunidades 
onde quem é morador corre o risco de ser confundido com criminoso, sendo que muitas 
vezes, 47 pessoas de alta classe social vão lá para comprar droga e distribuir para a classe 
alta, o personagem do Capitão Nascimento mostra a crueldade de ser policial em uma 
grande comunidade que sofre por causa das políticas corruptas, o qual não é valorizado o 
suficiente, se arrisca de forma exaustiva e recebe um salário que não é recompensador, 
tem que lidar com ferramentas sucateadas pela falta de manutenção e conviver com 
colegas milicianos. 
 A crítica que o filme faz não é contra o traficante, ou a “mula” do tráfico que 
mora na comunidade, e sim contra a corrupção nas instituições, na política, à falta de 
valorização e de aparamento da polícia e à falta de políticas públicas que visem melhorar 
as condições de vida das pessoas em condição de vulnerabilidade social. 
 Na busca de “cada qual pelo seu” surge a guerra entre o tráfico e a milícia e 
quem sofre é o povo, pois este não tem como se defender de pessoas armadas que usam 
seu poder para impor sua vontade. 
 No filme, o personagem Matias é um estudante esperançoso que ingressa no BOPE com 
sentimento de justiça e equidade, porém, se depara com a dura 
realidade de uma polícia sucateada e fraudulenta, e de amigos que são críticos contra à 
violência policial, mas em contrapartida fazem o papel de “mula” do tráfico. 
 Quando sai para fazer operação policial na comunidade, Matias se depara 
com o fato de a polícia utilizar métodos que vão contra os Direitos Humanos, eles utilizam 
métodos violentos para conseguir informação torturando quem acham necessário para 
atingir seu objetivo, sobre isso a Constituição Federal é clara quando menciona em seu 
art. 5º III: 
 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante; 
 
 Mesmo que o objetivo da polícia seja alcançar uma informação importante, a tortura 
não pode ser um meio para um fim, não se pode se valer de práticas de 
humilhação e intimidação para obter sucesso em uma operação porque se isso fosse 
permitido não haveria segurança na sociedade, já que quem os protege 
também lhe infringe o terror, a nossa Carta Magna protege o povo para evitar que quem 
possui autoridade as use contra ele, quando menciona que “ninguém será obrigado a fazer 
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” no art. 5º, I, está nos protegendo 
de sermos obrigados a fazer algo que não queremos e que a lei não impõe que o façamos. 
 No filme, durante a operação, a polícia invade as casas e a terroriza e agride 
os moradores, isso é proibido pela Constituição, ao mencionar no art. 5º, XI que “a casa 
é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do 
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, 
durante o dia, por determinação judicial”, a Constituição está nos protegendo do abuso de 
autoridade policial. 
 Por fim, embora como mostra o filme “BOPE – Tropa de Elite”, a corrupção e o 
sucateamento das instituições seja a dura realidade do Brasil, os Direitos Humanos não 
podem ser relativizados por causa disso, e o combate ao crime não pode ser usado como 
desculpa para violar Direitos Fundamentais que são a base do Estado Democrático de 
Direito.

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