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e-Tec Brasil133 Aula 20 – Prestação de contas dos convênios O objetivo dessa aula é compreender a necessidade de prestação de con- tas, dos recursos financeiros recebidos por meio de convênios, aos Tribu- nais de Contas. Essa aula foi desenvolvida a partir do contido na Constitui- ção Federal, no Decreto Federal nº 6.170/2007, na Portaria Interministerial nº 507/2011. Ao final dessa aula, você saberá que a entidade que receber recursos públicos deverá prestar contas ao Tribunal de Contas do respecti- vo ente da federação ou ao Tribunal de Contas da União. O recebimento de recursos financeiros faz com que o executor seja um ad- ministrador do dinheiro público e, desta forma, estará obrigado a prestar contas ao ente convenente repassador e, ainda, ao Tribunal de Contas; Nos termos do parágrafo único, do artigo 70 da Constituição Federal, “pres- tará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obriga- ções de natureza pecuniária”. Ainda, estão sujeitos à jurisdição dos Tribunais de Contas “os administrado- res e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da admi- nistração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público”, tudo de acordo com o disposto no inciso II, do artigo 71 da Carta Magna. Os artigos 72 a 76 da Portaria Interministerial 507/2011 tratam das diretrizes para a prestação de contas. Destaque para o artigo 72 que estabelece que o prazo para prestação de contas: Art. 72. O órgão ou entidade que receber recursos na forma estabele- cida nesta Portaria estará sujeito a prestar contas da sua boa e regular aplicação, observando-se o seguinte: Importante destacar que, excepcionalmente, as contas públicas são formali- zadas por intermédio de um instituto processual administrativo, denomina- do pela legislação como Tomada de Contas Especial. A doutrina define a Tomada de Contas Especial como: Um processo excepcional de natureza administrativa que visa apurar responsabilidade por omissão ou irregularidade no dever de prestar contas ou por dano causado ao erário (FERNANDES, 1996). Muito embora, a função da norma não seja definir conceitos, a Portaria In- terministerial nº 507/2011 estabelece, no seu artigo 82, que: Art. 82. A Tomada de Contas Especial é um processo devidamente formalizado, dotado de rito próprio, que objetiva apurar os fatos, iden- tificar os responsáveis e quantificar o dano causado ao Erário, visando ao seu imediato ressarcimento. O parágrafo § 1º, do citado artigo, informa que a Tomada de Contas Especial somente deverá ser instaurada depois de esgotadas as providências admi- nistrativas a cargo do concedente diante da ocorrência de: a) prestação de contas do convênio não for apresentada no prazo; b) prestação de contas do convênio não for aprovada em decorrência de, entre outros: inexecução total ou parcial do objeto pactuado; desvio de finalidade na aplicação dos recursos transferidos; impugnação de despesas, se realizadas em desacordo com as disposições do termo celebrado ou da Portaria 507/2011; não utili- zação, total ou parcial, da contrapartida pactuada; não utilização, total ou parcial, dos rendimentos da aplicação financeira no objeto do Plano de Tra- balho; ausência de documentos exigidos na prestação de contas que com- prometa o julgamento da boa e regular aplicação dos recursos. Quando a autoridade competente for omissa na instauração de Tomada de Contas Especial, esta poderá ser instaurada por determinação dos órgãos de Controle Interno ou do Tribunal de Contas da União. I - o prazo para apresentação das prestações de contas será de ate 60 (sessenta) dias após o encerramento da vigência ou a conclusão da execução do objeto, o que ocorrer primeiro; e II - o prazo mencionado na alínea anterior constará no convênio. Já o artigo 74 da mesma normativa, enumera os documentos que devem ser apresentados no momento da prestação de contas, conforme segue: Art. 74. A prestação de contas será composta, além dos documentos e informações apresentados pelo convenente no SICONV, do seguinte: I - Relatório de Cumprimento do Objeto; II - Notas e comprovantes fiscais, quanto aos seguintes aspectos: data do documento, compatibilidade entre o emissor e os pagamentos re- gistrados no SICONV, valor, aposição de dados do convenente, progra- ma e número do convênio; III - Relatório de prestação de contas aprovado e registrado no SICONV pelo convenente; IV - declaração de realização dos objetivos a que se propunha o ins- trumento; V - relação de bens adquiridos, produzidos ou construídos, quando for o caso; VI - a relação de treinados ou capacitados, quando for o caso; VII - a relação dos serviços prestados, quando for o caso; VIII - comprovante de recolhimento do saldo de recursos, quando hou- ver; IX - termo de compromisso por meio do qual o convenente será obri- gado a manter os documentos relacionados ao convênio, nos termos do § 3º do art. 3º desta Portaria. Contratos e Convêniose-Tec Brasil e-Tec BrasilAula 20 – Prestação de contas dos convênios134 135 Resumo • O órgão ou entidade que receber recursos ficará sujeito a apresentar prestação de contas dos recursos recebidos. • Tomada de Contas Especial é um processo administrativo que visa apurar a responsabilidade por omissão ou irregularidade no dever de prestar contas, ou ainda, ato que provoque dano ao erário público. Anotações Contratos e Convêniose-Tec Brasil 136