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expondo. Estamos à mercê dessa prescrição constante que a gente tem que seguir. Na
hora em que você traz para perto a ameaça, tem que fazer uma gestão cotidiana dela.
Não há como, você teria que controlar todos os riscos possíveis e os impossíveis de se
imaginar. É a riscofobia.
Folha – Há um meio do caminho entre a fobia e o autocuidado?
Luis  David Castiel  –  A pessoa  tem que puxar  o  freio  de emergência  quando achar
necessário, decidir até que ponto vai conseguir acompanhar todos os ditames da saúde.
(…) Na saúde, a vigilância constante, o excesso de exames criou uma nova categoria: a
pessoa não está doente, mas não é saudável. Está sob risco.
(Folha de S.Paulo, 11.04.2011. Adaptado.)
Assinale a alternativa que contempla adequadamente a opinião do médico, sob o ponto
de vista filosófico.
a)  Para o  médico Luis  Castiel,  os  imperativos  da ciência,  se adotados como norma
absoluta   na   avaliação   dos   comportamentos   individuais,   podem   causar   sofrimento
emocional.
b)  Para  o  médico,  os  comportamentos   individuais  devem ser   submetidos  a  padrões
científicos de controle.
c)  A   riscofobia   abordada   na   entrevista   decorre   da   displicência   dos   indivíduos   em
atenderem aos ditames da saúde e da boa forma.
d) Na entrevista, o médico defende a autonomia individual como padrão absoluto para a
avaliação de comportamentos de risco.
e)  Para  o  médico,   a  gestão  cotidiana  dos   riscos  depende  diretamente  da  vigilância
constante no campo da saúde.
 
48. (Unesp 2012) O clima do “politicamente correto” em que nos mergulharam impede
o raciocínio. Este novo senso comum diz que todos os preconceitos são errados. Ao que
um amigo observou: “Então vocês têm preconceito contra os preconceitos”. Ele
demonstrava que é impossível não ter preconceitos, que vivemos com eles, e que
grande quantidade deles nos é útil. Mas, afinal, quais preconceitos são pré-julgamentos
danosos? São aqueles que carregam um juízo de valor depreciativo e hostil. Lembre-se
do seu tempo de colégio. Quem era alvo dos bullies? Os diferentes. As crianças
parecem repetir a história da humanidade: nascem trogloditas, violentas, cruéis com
quem não é da tribo, e vão se civilizando aos poucos. Alguns, nem tanto. Serão os que
vão conservar esses rótulos pétreos, imutáveis, muitas vezes carregados de ódio contra
os “diferentes”, e difíceis (se não impossíveis) de mudar.
 (Francisco Daudt. Folha de S.Paulo, 07.02.2012. Adaptado.)
O artigo citado aborda a relação entre as tendências culturais politicamente corretas e os
preconceitos. Com base no texto, pode-se afirmar que a superação dos preconceitos que
induzem comportamentos agressivos depende
a)  da  capacidade   racional   de  discriminar   entre  pré-julgamentos   socialmente   úteis   e
preconceitos disseminadores de hostilidade.
b) de uma assimilação integral dos critérios “politicamente corretos” para representar e
julgar objetivamente a realidade.
c)  da  construção  de  valores   coletivos  que  permitam que  cada  pessoa  diferencie  os
amigos e os inimigos de sua comunidade.
d)   de  medidas   de   natureza   jurídica   que   criminalizem   a   expressão   oral   de   juízos
preconceituosos contra integrantes de minorias.
e) do fortalecimento de valores de natureza religiosa e espiritual, garantidores do amor
ao próximo e da convivência pacífica.
 
49. (Unesp  2011)  Num mundo  onde cresce  sem parar  a  compulsão  para  obrigar  as
pessoas   a   levar   uma   vida   “correta”   no  maior   número   possível   das   atividades   que
formam o seu dia a dia, a mesa tornou-se uma das áreas que mais atraem a atenção dos
gendarmes empenhados em arbitrar o que é realmente bom para você. É uma provação
permanente.  Médicos,  nutricionistas,  personal trainers, editores e editoras de revistas
dedicadas à forma física, ambientalistas, militantes da produção orgânica, burocratas,
chefs de cozinha, críticos de restaurantes e mais uma multidão de diletantes prontos a
dar testemunho expedem decretos cada vez mais frequentes, e cada vez mais severos,
sobre os deveres do cidadão na hora de comer. O fato é que toda essa gente, quase
sempre   com   as   melhores   intenções,   acabou   construindo   um   crescente   sistema   de
ansiedade em torno do pão nosso de cada dia – e o resultado é que o prazer de comer
bem vai  sendo substituído  pela obrigação de comer certo.  Modelos,  atrizes  e  outras
pessoas que precisam pesar pouco para fazer sucesso chegam aos 30 anos de idade, ou
mais, praticamente sem ter feito uma única refeição decente na vida. Propõe-se, como
virtude alimentar, um mundo sombrio de pastas, mingaus, poções, soros de proteína e
sabe-se lá o que ainda vem pela frente. Não está claro o que se ganha em toda essa
história. A perspectiva de morrer, um dia, no peso ideal?
(J. R. Guzzo. Veja, 09.06.2010. Adaptado.)
Sob o ponto de vista filosófico, podemos afirmar que, para o autor,
a) é positiva a adoção de procedimentos científicos no campo nutricional.
b) o tema da qualidade de vida deve ser enfocado sob critérios morais.
c)   os   padrões  hegemônicos  vigentes   na   sociedade   atual   no   campo  da  nutrição   são
elogiáveis.
d) a felicidade depende do número de calorias ingeridas pelo ser humano.
e) a autonomia individual deveria ser o critério para definir os parâmetros de uma vida
adequada.
 
50. (Unesp   2011) Renata, 11, combinava com uma amiga viajar em julho para a
Disney. Questionada pela mãe, que não sabia de excursão nenhuma, a menina pegou
uma pasta com preços do pacote turístico e uma foto com os dizeres: “Se eu não for
para a Disney vou ser um pateta”. A agência de turismo e a escola afirmam que não
pretendiam constranger ninguém e que a placa do Pateta era apenas uma brincadeira.
Para um promotor da área do consumidor, o caso ilustra bem os abusos na publicidade
infantil.
“Já temos problemas sérios de bullying nas escolas. Essa empresa está criando uma
situação propícia para isso”.
(Folha de S.Paulo, 20.04.2010. Adaptado.)
Acerca dessa notícia, podemos afirmar que:
a) Em nossa sociedade, os campos da publicidade e da pedagogia são esferas separadas,
não suscitando questões de natureza ética.
b) Para o promotor citado na reportagem, o caso em questão provoca problemas de
natureza exclusivamente jurídica.
c) Uma das questões éticas envolvidas diz respeito à exposição precoce das crianças à
manipulação do desejo, exercida pela publicidade.
d) O público-alvo dessa campanha publicitária constitui-se de indivíduos dotados de
consciência autônoma.
e) Para o promotor citado na reportagem, o caso em questão não apresenta repercussões
de natureza psicológica.
 
51. (Unesp   2011)  Analise   o   trecho   da   entrevista   dada   pelo   chefe   de   imprensa   do
governo do Irã a um jornal brasileiro.
Folha  –  Há preocupação  quanto  a  uma  mudança  de  posição  do  governo brasileiro,
sobretudo na área de direitos humanos, depois que a presidente Dilma se manifestou
contrariamente ao apedrejamento de Sakineh?
Ali Akbar Javanfekr – Encontrei poucas informações sobre a realidade iraniana aqui no
Brasil. Há notícias distorcidas e falsas. Isso é preocupante. Minha presença aqui é para
tentar divulgar as informações corretas. No caso de Sakineh, informações que chegaram
à presidente Dilma Rousseff não foram corretas.
Folha – A presidente Dilma está mal informada?
Ali Akbar Javanfekr – Sim. Foi mal informada sobre esse caso.
Folha – É verdade, como diz o presidente Ahmadinejad, que não há gays no Irã?
Ali Akbar Javanfekr – Não temos.
Folha – É o único país do mundo que não tem gay?
Ali Akbar Javanfekr – Na República Islâmica do Irã, não há.
Folha – Se houver, há punições?
Ali Akbar Javanfekr – Nossa visão sobre esse tema é diferente da de vocês. É um ato
feio, que nenhuma das religiões divinas aceita. Temos a responsabilidade humana, até
divina, de não
aceitar esse tipo de comportamento. Existe uma ameaça sobre a saúde da humanidade.
A Aids, por exemplo. Uma das raízes é esse tipo de relacionamento.(Folha de S.Paulo, 14.03.2011. Adaptado.)
Sob o ponto de vista ético,  as opiniões expressas no trecho da entrevista podem ser
caracterizadas como
a) uma visão de mundo fortemente influenciada pelas matrizes liberais do pensamento
filosófico.
b) uma posição convencionalmente associada ao pensamento politicamente correto.
c) uma visão de mundo fortemente influenciada pelo fundamentalismo religioso.
d) opiniões que expressam afinidade com o imperativo categórico kantiano.
e) posições condizentes com a valorização da consciência individual autônoma.
 
52. (Unesp 2011) Analise o texto político, que apresenta uma visão muito próxima de
importantes reflexões do filósofo italiano Maquiavel, um dos primeiros a apontar que os
domínios da ética e da política são práticas distintas.
“A política arruína o caráter”, disse Otto von Bismarck (1815-1898), o “chanceler de
ferro” da Alemanha, para quem mentir era dever do estadista. Os ditadores que agora
enojam o mundo ao reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram
colocados e mantidos no poder por nações que se enxergam como faróis da democracia
e dos direitos humanos: Estados Unidos, Inglaterra e França. Isso é condenável?
Os ditadores eram a única esperança do Ocidente de continuar tendo acesso ao petróleo
árabe e de manter um mínimo de informação sobre as organizações terroristas islâmicas.
Antes de condenar, reflita sobre a frase do mais extraordinário diplomata americano do
século passado,  George Kennan, morto aos 101 anos em 2005: “As sociedades  não
vivem para conduzir sua política externa: seria mais exato dizer que elas conduzem sua
política externa para viver”.
(Veja, 02.03.2011. Adaptado.)
A associação entre o texto e as ideias de Maquiavel pode ser feita, pois o filósofo
a)  considerava  a  ditadura  o modelo  mais  apropriado de governo,  sendo simpático  à
repressão militar sobre populações civis.

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