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Repertório para tirar 1000 na redação do ENEM

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Prévia do material em texto

DANIEL CERQUEIRA DE FREITAS
Os repertórios que me 
levaram ao
1 º Lugar
MED
UESB
10
RedaçãoUESB
Apresentação
Olá, guerreirinha e guerreirinho 
vestibulandos! Meu nome é Daniel 
Cerqueira (@vemdered), recentemente 
fui aprovado em 1º lugar no vestibular 
de Medicina da Universidade Estadual 
do Sudoeste da Bahia e obtive excelentes 
pontuações em redação ao longo dos 
últimos dois anos.
Nesse e-book vou revelar quais repertórios me levaram aos 
980 e 960 nos ENEM 2018 e 2019, respectivamente, e à 
nota máxima na temida redação do vestibular UESB. Irei te 
entregar repertórios “fora da caixinha” que eleverão o nível 
da sua redação.
Você vai aprender os repertórios que me levaram ao sucesso 
na redação e na aprovação em primeiro lugar em Medicina, 
e assim vai parar de travar durante a escrita, de utilizar 
repertórios desconexos e de perder pontos fundamentais na 
sua redação.
Preste muita atenção! Nunca entreguei tanto conteúdo de 
uma só vez com alusões literárias, pensadores e citações. 
Ainda, ensinarei a encaixá-los na sua redação. Aqui ensino a 
desenvolver ideias, e dessa maneira você não precisará só 
copiar e colar sem autenticidade.
No começo, sei que parece irreal tirar 900+ no ENEM 
utilizando repertórios sensacionais, mas passei pelo mesmo 
processo e se consegui, você também consegue.
Não precisa se preocupar! Não estou falando de decorar 832 
páginas de repertórios específicos para cada possível tema 
(até porque a probabilidade de errar o tema é muito grande) 
e nem mesmo de decorar aqueles extremamente clichês e 
mal organizados.
O que vou passar são técnicas e repertórios pertencentes ao seu 
dia a dia e você irá construí-los progressivamente. O melhor é que 
tudo isso não passa de um método para utilizar da maneira correta 
a interpretação de texto e, finalmente, desbancar o medo do tema.
Meu objetivo é proporcionar repertórios excelentes e facilitar a 
sua interpretação. Além de serem do cotidiano, basta aplicá-los 
corretamente que chegará aos 900+.
Não forneço armadilhas chamadas de modelos prontos, mas 
mostro os caminhos para torná-lo um estudante pronto. Portanto, 
para conquistar uma ótima nota na redação e chegar à tão sonhada 
vaga na universidade.
Venha comigo! Eu até poderia estar dormindo ou vendo Netflix, 
mas prefiro produzir conteúdo e te ajudar a realizar o seu sonho, 
assim como realizei o meu. VEM DE REPERTÓRIO!
https://bit.ly/2YliEI6
http://instagram.com/vemdered
http://youtube.com/channel/UCE5rK7WMphNvOofhY0UwtvA?view_as=subscriber
http://vemdered.com.br
Indices
A história da minha aprovação ...................................................... 5
Introdução ........................................................................................ 8
Alusões literárias ............................................................................. 9
Pensadores ...................................................................................... 21
Citações ........................................................................................... 27
Bônus: Minhas redações ............................................................... 30
Considerações finais ...................................................................... 36
Referências ...................................................................................... 37
Anexos ............................................................................................. 38
5
Em 2014, formei no 3º ano do Ensino Médio, em Ilhéus-BA e a 
Medicina não era uma realidade para mim, sequer passava pela 
minha cabeça usar jaleco e estetoscópio.
No dia 9 de março de 2015, comecei a faculdade de Engenharia de 
Alimentos na UEFS em Feira de Santana, no agreste da Bahia, e, até 
então, o máximo que havia alcançado nas provas de redação era 
760 no ENEM e 7 no vestibular. 
Por mais que Engenharia de Alimentos seja um curso bem 
interessante, eu não sentia paixão pela área, e o jaleco branco das 
aulas de química não era aquele que, no fundo, eu mais queria. 
Então, durante uma greve viajei para a minha cidade e não retornei 
mais.
De volta à minha cidade no litoral da Bahia, conhecida como a Terra 
de Jorge Amado, estudei por 3 meses para o ENEM. Na época, 
minha família passava por uma situação bastante complicada, e 
somente pude fazer um cursinho online de 18 reais por mês, pago 
pelo meu irmão mais velho Victor.
Meu tio Carlinhos, que sempre foi um anjo em minha vida, pagou 
um curso de redação durante esses meses, e foi quando percebi 
que estava em um buraco mais fundo do que imaginava. Meus 
textos eram extremamente expositivos, e dessa forma, eu caí do 
pedestal de uma vez.
Estudei, aprendi muitas coisas e cheguei a 840 na redação do 
ENEM 2015, cujo tema foi “a persistência da violência contra a 
mulher na sociedade brasileira”, e naquele momento, a nota era o 
suficiente para passar com folga no curso que queria, Engenharia 
Civil na UESC.
Comecei a cursar em 1 de abril de 2016, estudava e passava em 
A história da minha
aprovação
6
tudo (um dos cinco de mais de quarenta alunos que passaram, sem 
final, em cálculo I). Claro que passar em matéria não quer dizer 
nada, mas eu ia passando. Até mesmo aventurei fazer o ENEM em 
2016.
Não iria passar em Medicina sem estudar nada e, novamente, 
percebi o quanto precisava melhorar em redação. Minha nota da 
redação no ENEM 2016 foi 760, longe demais do ainda irreal 900.
Definitivamente, pensava que aquilo não era pra mim: “mas são 
poucas vagas”, “mas a nota é muito alta”, “mas estou ficando velho” 
(todos estamos ué), “mas todos meus amigos já estão na faculdade” 
e continuava dando desculpas para não tentar.
Foi quando 2017 chegou, e com ele uma tristeza imensa e um 
desconforto de não fazer algo que me deixasse animado de 
estudar. Fazia iniciação científica, ia para todas as aulas, mas 
vontade que é bom, não tinha nenhuma. Foi então que fui ser fiscal 
do ENEM no final daquele ano.
Nos dias 5 e 12 de novembro, parado no cantinho da sala, como 
fiscal de prova, vendo aqueles estudantes indo atrás dos sonhos 
deles e pensei: “que merd# que eu tô fazendo? Eu vou atrás do meu 
também!”.
Na virada do ano, me sentia mais leve com minha decisão e no 
ano seguinte revezava meu tempo entre faculdade e estudos em 
casa (os 400 reais de bolsa da iniciação científica bancavam meu 
cursinho online. Finalmente eu já podia pagar do meu bolso!).
Qual o grande problema dessa decisão? Aprender redação! Dois 
anos e meio sem escrever um parágrafo dissertativo-argumentativo, 
e para piorar a prova ficava mais e mais rígida a cada ano. Eu 
precisava relembrar tudo que tinha aprendido e aprender mais um 
milhão de coisas.
Foi apenas em maio que pude começar a estudar. Antes disso fui 
fazer um concurso para a Petrobrás no Rio de Janeiro, o qual não 
passei. Ainda bem que não passei! Meu destino era outro!
E lá estava eu, sem sequer conseguir interpretar um tema, 
decorando repertório para vários temas, sem conseguir aplicá-los e 
7
para completar sem sequer um 900 de nota.
Já estava maluco! Quando muito tirava 860, com sorte uns 900, 
mas acima disso? Quase nunca. E o tal do repertório? Ah, para mim 
ainda não fazia sentido nenhum utilizar-lo. 
Também né, não interpretava o tema da forma correta, óbvio que 
iria travar na introdução, óbvio que iria quebrar minha cara nos 
desenvolvimentos. Entretanto, nada disso era tão óbvio ainda.
Depois de 33 redações, descobri que a interpretação dos temas 
com a utilização de repertórios é mais simples do que imaginava.
Ora, copiar e colar modelo dos outros não deu certo, mas 
finalmente entendi o porquê de olhar para o tema e enxergar o 
óbvio: não se deve copiar ideias alheias, mas sim interpretar o tema 
da forma correta e desenvolver sua própria redação. Pronto!
A partir daí, tive consistência em um método, trouxe repertórios da 
minha vida para minhas redações, e claro, treinei bastante.
Hoje, o tema não me dá medo algum, pode ser sobre a verruga do 
presidente da Guatemalaque conseguirei escrever e bem.
Consigo aplicar os repertórios construídos em qualquer redação 
e ensino isso aos meus alunos. Por isso, ensinarei a aplicar meus 
principais repertórios e farei com que os entenda sem decorar, sem 
medo do tema.
8
Primeiramente, vou explicar de forma breve o que é repertório 
sociocultural e por que utilizá-lo na redação. Afinal, só assim você 
conseguirá compreendê-lo de fato.
Repertório sociocultural nada mais é do que o conjunto de 
informações que você leva ao longo de sua vida no que diz respeito 
à sociedade e à cultura, ou seja, à sua vivência. 
Filmes, livros, séries, desenhos animados, pensadores, curiosidades 
históricas, tudo que diz respeito a variadas áreas do conhecimento 
e que acrescentam culturalmente na vida de outras pessoas são 
repertórios.
Para tornar tudo isso produtivo, você precisa relacioná-los bem com 
o tema proposto na prova, e vou te ajudar com isso. No caso do 
ENEM, esses repertórios são importantes tanto na competência 2, 
como na competência 3.
No primeiro caso, a competência 2 pede que utilize conceitos 
de várias áreas do conhecimento para desenvolver o tema, por 
exemplo, contextualizar sua introdução com um dos tipos de 
repertório citados.
Já na competência 3, é necessário expor esses repertórios como 
informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de seu 
ponto de vista, por exemplo, argumentos de autoridade ou 
exemplificações. Agora vamos aos repertórios!
Introdução
9
Essa obra é uma distopia. De forma simplória, distopias - antônimo 
de utopia - são regimes autoritários e cenários, a princípio, 
absurdos. Apesar de serem mundos fictícios, têm total relação com 
a realidade que nos cerca e esse livro prova isso.
Laranja Mecânica conta a história do jovem Alex, líder de uma 
gangue de adolescentes marginais que vive para usar drogas 
sintéticas, além de desafiar a polícia e cometer os mais diversos 
crimes, inclusive assassinato.
O governo percebe que a prisão desse tipo de jovem não soluciona 
o problema e resolve testar um novo experimento para acabar 
com a criminalidade, como uma “reeducação comportamental”. 
Contudo, por azar do protagonista ele é preso e um dos primeiros a 
ser cobaia do experimento.
O experimento tem efeitos constatados e Alex sente-se enjoado 
toda vez que pensa em cometer algum crime ou mesmo pensar em 
qualquer coisa que lhe dê prazer, como escutar Beethoven. Então, a 
ação do governo deu certo? 
Vale o questionamento, além de um criminoso, Alex é uma pessoa 
capaz de apreciar a arte. Esse tipo de “reeducação” deixa o jovem 
em estado vegetativo, agindo como uma laranja mecanizada. 
Ainda, ao longo do livro as antigas vítimas de Alex tornam-se seus 
agressores. Mas o resto da história você precisa ler o livro para 
saber.
Alusões Literárias
Laranja Mecânica, Anthony Burgess 
“É MELHOR SER MAU A PARTIR DO PRÓPRIO 
LIVRE-ARBÍTRIO DO QUE SER BOM POR MEIO 
DE LAVAGEM CEREBRAL CIENTÍFICA”
(ANTHONY BURGESS)
10
Em quais eixos usar?
CULTURA E COMPORTAMENTOS Violência urbana, violência 
no sistema carcerário, desafios na reeducação de ex-detentos, 
política de cancelamento, uso de drogas entre jovens.
Como o livro aborda diversos cenários caóticos da juventude, é 
possível relacionar com temas que falem sobre violência, uso de 
drogas, reeducação de ex-detentos fazendo uma analogia como o 
regime autoritário “reeducava” os presos, ou mesmo com a política 
de cancelamento, haja vista que Alex foi “cancelado” da sociedade 
e suas antigas vítimas tornaram-se seus agressores.
Sobre o último tópico, “cancelar”, na terminologia da nossa 
sociedade atual, é tentar excluir outro indivíduo do convívio social, 
seja por um erro cometido ou por outro motivo. Essa exclusão, 
geralmente, é uma “bola de neve”. As vítimas se tornam agressores, 
as vítimas desses agressores se tornam novos agressores, e por aí 
em diante.
Curiosidade Bônus
Os jovens do livro utilizam um dialeto fictício chamado Nadsat. 
É muito interessante por não ser uma linguagem escrita, mas 
um conjunto de palavras e gírias utilizadas por aquele grupo. Tal 
curiosidade pode ser relacionada com temas como preconceito 
linguístico ou eixos sobre juventude.
11
O processo, Franz Kafka 
O interessante dessa obra é que parte de um pressuposto absurdo, 
e ao desenrolar da história, esse pressuposto já nem parece mais 
tão absurdo assim; além de fazer total sentido com a realidade de 
muitas pessoas: ser julgado sem saber o porquê.
O protagonista Joseph K., acorda na manhã do seu aniversário de 
30 anos com dois guardas no local onde mora e uma acusação 
de ter cometido um crime. O mais louco é que K. é um funcionário 
comum de banco, vive uma vida normal, e nem faz ideia de qual 
crime se trata a acusação. Sabe qual é? Ninguém sabe.
Ele simplesmente é acusado de um crime não especificado e vai 
“preso”. No entanto, apesar de estar “preso”, pode cumprir suas 
funções e viver sua vida normalmente. Deu um nó na cabeça? Pois 
então, essa agonia de não saber o crime e não ser revelado por 
nenhuma autoriade, juntamente com as incertezas e a existência de 
uma estrutura burocrática, mas sobretudo corrupta, deixa K. repleto 
de paranoias.
Eu admito, senti a angústia que o personagem descreve durante a 
obra. Tudo isso deixa a curiosidade mais aguçada para descobrir 
qual o crime e se ele conseguirá se livrar desse maldito processo.
Em quais eixos usar?
CULTURA E COMPORTAMENTOS Praticamente qualquer tema 
com vítimas que sofrem por algo irracional: racismo, intolerância 
religiosa, LGBTfobia.
POLÍTICA E SOCIEDADE Burocracia estatal e insuficiência das 
leis.
O processo expõe julgamentos sociais injustificáveis, presentes 
na sociedade brasileira, a exemplo das minorias, que sofrem com 
julgamentos, todos os dias. Por que o julgamento de negros é 
muito mais cruel e demorado? (repertório relâmpago: série “Olhos 
que condenam”). Se para K. sofrer com esse processo irracional foi 
angustiante, imagine para os grupos comumente massacrados por 
julgamentos da própria justiça, durante a história.
12
Olhai os lírios do campo, Érico Veríssimo 
Esse clássico da literatura brasileira conta a história de Eugênio, 
desde a sua infância pobre até se tornar médico. O livro começa 
com Eugênio indo às pressas ao hospital, onde seu verdadeiro 
amor e mãe de sua filha está morrendo. Ao longo da trajetória feita 
de carro, Genoca como é tratado no enredo, relembra sua infância 
pobre e seu desejo de ascensão social.
Eugênio sai de uma infância, na qual foi constantemente humilhado, 
para uma vida adulta como um famoso médico e casado com 
Eunice Cintra, mulher de uma das famílias mais ricas de Porto 
Alegre.
Apesar de ter conquistado tudo que sempre sonhou - dinheiro, 
poder e principalmente reconhecimento da elite - ele é bastante 
frustrado. Contudo, há uma reviravolta no livro quando o 
protagonista precisa cuidar de sua filha pequena, Anamaria, e viver 
de uma forma mais simples.
A obra denuncia, fortemente, uma sociedade de privilégios e o 
falso moralismo presente na elite brasileira, quase que exclusiva 
detentora do acesso à cultura, à saúde e à outras questões básicas.
Nesse contexto, Eugênio torna-se um médico dos pobres. Mas 
adivinha? Ele é muito mais feliz assim. Quer saber mais sobre 
os pensamentos desse personagem único, dos vários conflitos 
apresentados entre a elite e a classe marginalizada e de temas 
como aborto, depressão e gravidez na adolescência? Então, leia 
essa obra clássica da nossa literatura.
Em quais eixos usar?
CULTURA E COMPORTAMENTOS Esse livro é alusão para 
qualquer conflito entre a elite e classe marginalizada (e não são 
poucos), além disso a hipocrisia de quem vive no topo de uma 
sociedade de privilégios.
SAÚDE Humanização dos profissionais de saúde.
É muito interessante utilizar a obra ao introduzir temas que 
demonstrem como apenas alguns possuem direitos concretizados 
13
na sociedade. Afinal, na obra, o protagonista vive os dois lados 
da moeda. Ainda assim, o protagonista,visto como “médico dos 
pobres”, tem um senso de tratamento humano com os pacientes 
muito maior, o que facilita no tratamento e enfrentamento de 
algumas dores naturais da vida.
14
O sol é para todos (The kill a mockingbird), 
Harper Lee 
Esse é um dos livros mais impactantes do século XX, visto que 
escancara o problema do racismo e das injustiças sociais no mundo. 
Mas ele vai além disso, conta a história de um ponto de vista 
diferente e traz inúmeras perguntas.
O enredo se passa no sul dos Estados Unidos, nos anos 30, nos 
quais o racismo imperava na sociedade e os direitos dos negros 
eram praticamente inexistentes.
Nesse cenário totalmente desigual, o advogado branco Atticus 
Finch defende na justiça o negro Tom Robinson. Tom era um jovem 
negro acusado injustamente de estupro a uma mulher branca. 
Apesar de parecer óbvio que Tom não cometeu o crime, a estrutura 
racista pende para o lado do privilegiado branco (mais uma vez, a 
série “Olhos que condenam” faz total relação com essa obra). 
O mais impactante nesse livro e o que o deixa marcado na história 
é o fato dele ser contado na visão da filha de Finch, a garota de 8 
anos Scout, que acompanha todo o julgamento de Tom Robinson 
pela perspectiva infantil.
O livro extrapola a questão do racismo, ele fala sobre a aceitação do 
outro, haja vista que Scout e o irmão possuíam uma visão diferente 
do vizinho, avaliado como “esquisitão”. 
Então, a história se desenha tanto no plano do julgamento injusto, 
como no desenrolar inocente de crianças. Apesar de não terem 
sido totalmente corrompidas por uma sociedade extremamente 
racista, já apresentam certos preconceitos de uma estrutura por si 
só desigual.
O livro alterna entre passagens extremamente fortes e passagens 
inocentes e delicadas. Sem dúvida, esse livro ultrapassa os 
conhecimentos só para redação do ENEM, mas sobretudo é um 
reflexão para enfrentar os preconceitos enraizados socialmente.
15
Em quais eixos usar?
CULTURA E COMPORTAMENTOS Temas que falem sobre a 
noção de justiça (Vestibular UESB 2020 “Só existe justiça, onde a 
equidade opera. Igualdade não é justiça!”).
EDUCAÇÃO Argumentos que demonstrem que não nascemos 
com o preconceito, mas que eles são projetados em nós.
16
Ensaio sobre a cegueira, José Saramago 
Esse livro é tão importante para mim e, mesmo já tendo colocado 
no ig do @vemdered, vou registrá-lo aqui. Eu o li em um momento 
muito difícil na minha vida e me fez enxergar situações que não 
notava. Ler esse livro pode transformar a sua vida.
Essa clássico parte de algo absurdo que fará total sentido ao longo 
do enredo. Nesse caso, sem explicação, uma cegueira branca 
começa a afetar as pessoas da sociedade, ao que elas chamam 
de “mar de leite”. No começo, acreditam que a cegueira seja 
contagiosa e o governo começa a isolar quem é atingido.
Também sem explicação, apenas uma mulher não é atingida pela 
cegueira, o que se torna um problema porque todas as atrocidades 
físicas e morais ficam expostas diante dos olhos dela.
O autor português descreve a cegueira não só como uma doença 
ou uma contaminação em massa, mas sim como uma cegueira 
moral da sociedade. Somos atingidos diariamente ao ignorarmos 
inúmeros problemas sociais. Essa obra aborda do roubo de 
comida a estupro coletivo e assassinato, de forma nada leve, mas 
totalmente condizente com a realidade.
A grande questão dessa cegueira moral são problemas cotidianos 
e pouco discutidos. Nos momentos de crise, como ocorre na obra 
e na sociedade em geral, o egoísmo reina e a cegueira que era 
fisiológica torna-se ainda mais uma questão moral. Considerando 
o ENEM, o tema da redação sempre trata de problemas sociais. 
Perceba que quase sempre você erra o tema, será por que você 
também só foca nos problemas que a mídia expõe?
Alguém pensou sobre intolerância religiosa, racismo, manipulação 
comportamental na internet ou democratização do acesso ao 
cinema? Se pensou foram poucos e mesmo assim não era a 
principal aposta.
“PENSO QUE NÃO CEGAMOS. PENSO QUE 
ESTAMOS CEGOS, CEGOS QUE VEEM, CEGOS 
QUE, VENDO, NÃO VEEM”
(JOSÉ SARAMAGO)
17
Em quais eixos usar?
SOCIEDADE EM GERAL Esse livro serve como alusão para 
temas que falem sobre problemas sociais graves, pouco discutidos 
na sociedade ou negligenciados. São muitos né? Essa obra é uma 
alusão impactante e obrigado Zezé (para os mais íntimos) por trazer 
esse repertório para a minha vida.
Curiosidade Bônus
Os personagens não possuem nomes, eles são citados como 
“a mulher do médico”, “o primeiro cego” (primeira pessoa a ser 
contaminada pela cegueira branca) e por aí vai. Isso, obviamente, 
é proposital porque ele não dá identidade às pessoas que o nome 
naturalmente promove. Isso faz você se apegar mais aos fatos e aos 
fatores morais.
18
A revolução dos bichos (Animal Farm), 
George Orwell 
Esse livro, sem dúvida, marcou minha vida, afinal foi minha primeira 
leitura em 2019 e, quase exato um ano depois, sonhei com ele na 
véspera da prova de redação do vestibular da UESB, a qual tirei 
nota máxima na redação.
Muitos pensam em utilizar esse livro com viés ideológico, mas 
a obra do também autor de “1984”, acima das questões de 
capitalismo versus socialismo, é uma questão de liberdade.
Para ficar mais claro, a revolução dos bichos é uma fábula. Não 
como as que estamos acostumados da literatura infantil, mas uma 
sátira aos regimes totalitários existentes no mundo naquela época, 
o que incluía a União Soviética.
A história começa quando os animais de uma fazenda chamada 
“Granja do Solar”, e nesse livro eles pensam de forma racional, se 
comunicam e resolvem expulsar o proprietário da fazenda a fim de 
tomá-la, mudando o nome para “Granja dos Bichos”. Essa revolução 
é guiada pelos porcos, que são tidos como os mais inteligentes e se 
propõem a criar uma nova sociedade igualitária, na qual todos os 
animais são iguais e têm os mesmos direitos e deveres.
O que parece maravilhoso para todos os animais começa a ter 
conotações nebulosas e os porcos se tornam patrões dos outros 
animais, assim como eram os seres humanos. O interessante é que 
o sentido de igualdade entre os animais era guiada por uma frase 
escrita na parede, mas aos poucos essa igualdade vai mudando. A 
frase é “Todos os animais são iguais”, mas ao final do livro, essa frase 
aparece de forma diferente. Quando contarei a minha redação da 
UESB, você descobrirá como ela aparece.
George Orwell foi magnífico ao escrever esse livro. É uma leitura 
muito gostosa, embora bastante crítica, e o eixo maior é sobre a real 
liberdade. A mensagem da obra se baseia na ideia do verdadeiro 
inimigo não possuir filiação política, trazendo a restrição da 
liberdade em favor de um bem supostamente maior.
19
Em quais eixos usar?
SOCIEDADE EM GERAL Temas sobre a liberdade ou sobre 
supressão de direitos (mais uma vez, muitos falam sobre isso). 
(Vestibular UNEB 2019 “Ser livre é conseguir flutuar entre a 
diversidade e a multiplicidade, sem perder a própria identidade”).
“A LIBERDADE SE É QUE ELA SIGNIFICA ALGUMA 
COISA, SIGNIFICA O NOSSO DIREITO DE DIZER ÀS 
PESSOAS O QUE NÃO QUEREM OUVIR” 
(GEORGE ORWELL)
20
A metamorfose, Franz Kafka 
O livro de Kafka parte de um absurdo e te faz pensar muito, é mais 
um excelente repertório para a sua redação. Dessa vez o absurdo 
não é um processo sem sentido, não é uma cegueira branca, 
mas sim uma pessoa que dorme e acorda no corpo de um inseto 
gigante (por essa você não esperava).
Gregor Samsa é um adulto e provedor de uma família, o único 
trabalhador da casa que mora. Contudo, em uma manhã qualquer 
de trabalho ele simplesmente acorda como um inseto monstruoso e 
asqueroso. Sabe por qual motivo?
Pois é, o pior que Franz Kafka faz questão de não falar o motivo 
desse fato e um dos aspectos desse clássico é o clímax ser 
justamente nesse início, e assim ao longo da história nota-se uma 
transformação que vai além da figura humana para a do inseto.
O personagem principal, um homem respeitado, provedor da 
família, amadopelos seus entes e exímio trabalhador, passa a ser 
visto como um rejeitado, um excluído, um peso para a família ou, 
literalmente, um parasita (olha a simbologia). Mesmo a irmã que 
tanto o amava e o alimentava no início de sua metamorfose passa a 
repudiá-lo.
Essa obra foi feita para causar angústia ao leitor, com muitas 
simbologias e, por certo, totalmente planejada. Afinal, em paralelo 
com a realidade, uma força qualquer torna Samsa um excluído, 
assim como na nossa sociedade tantas pessoas são controladas por 
forças “invisíveis”, como Estado e mídia, sendo também excluídas 
do convívio social.
Em quais eixos usar?
SOCIEDADE EM GERAL temas com vítimas sociais excluídas (e 
novamente são muitas). Basta você imaginar que várias minorias 
são repudiadas na sociedade por alguma instituição, elites e 
padrões históricos. Assim como o inseto de Kafka, as minorias são 
tidas como monstruosas e asquerosas, mesmo sem justificativa. 
Perceba que não quero que se apegue a temas específicos, mas sim 
para compreender como essas obras podem encaixar em variados 
temas, sem precisar decorar um a um.
21
Joseph Nye 
Obra “O Paradoxo do Poder Americano”: conceitos de “soft power” 
e “hard power”
O cientista político norte-americano Joseph Nye escreveu a obra 
“O paradoxo do poder americano” fazendo uma relação entre dois 
conceitos de poder: o “soft power” - traduzido como poder brando 
- e “hard power” - poder forte (REIS, 2011).
Esse estudo tem como eixo fundamental analisar, por meio de uma 
metáfora, o jogo de poder existente no cenário internacional e a 
influência desse jogo na vida da população em geral, sejam como 
os protagonistas os Estados ou entidades privadas.
De forma mais simples e direta, o “hard power” seria o poder militar, 
o uso de força coercitiva direta, a fim de dominar a população ou 
aqueles submetidos ao uso desse tipo de força de coerção.
Todavia, a grande sacada está no “soft power”, que seria o poder 
de manipulação sem uso da força direta, a dominação por vias in-
diretas e ideológicas. Esse tipo de poder está relacionado com as 
instituições que manipulam a população de forma pacífica sem nem 
ela mesmo saber (repertório relâmpago: esse fato tem total relação 
com a “indústria cultural” e com a mídia, muitas vezes chamada de 
quarto poder). 
Logo, nossa sociedade muitas vezes sente-se livre para fazer diver-
sas escolhas, muitas vezes, manipuladas. A exemplo da publicidade 
ostensiva que cria o desejo de consumo a determinados produtos, 
sem que haja nenhuma força física envolvida.
O pensador e a redação
Os conceitos apresentados podem ser encaixados em diversos 
temas, porque de fato somos guiados a consumir determinados 
produtos e a buscar padrões, que nem sempre refletem o que real-
Pensadores
22
mente somos (ENEM 2018 “A manipulação do comportamento do 
usuário pelo controle de dados na internet”).
O controle de dados não é um tipo de “soft power”? Você não está 
sendo manipulado sem nenhum recurso militar apontado para ti? 
Você não se sente livre para navegar na internet, mas ela te “guia 
despretensiosamente” para algum produto que você pesquisou 
alguma vez? É uma teoria para refletir.
23
John Rawls 
Obra “Uma Teoria de Justiça”: teoria do véu da ignorância.
O filósofo norte-americano John Rawls, escritor do livro “Uma Teoria 
de Justiça”, busca, nos seus estudos, conceituar justiça e aplicar um 
processo formal sobre ela. 
Rawls analisa o “modo como as principais instituições sociais 
distribuem os direitos e os deveres fundamentais que determinam 
a divisão das vantagens decorrentes da cooperação social” 
(FIGUEIREDO, 1997).
De forma simplificada, Rawls fundamenta seu pensamento na 
justiça como equidade. Logo, a única igualdade justa é a de 
oportunidades (percebeu como você já pode analisar a questão da 
meritocracia aqui?). Mas o que isso tem a ver com a teoria do “véu 
da ignorância”?
A teoria do “véu da ignorância” é uma situação hipotética, um 
experimento dedutivo, dado da seguinte forma: imagine que está 
em um tribunal, em uma situação anterior à sua própria vida. Nesse 
tribunal serão discutidos os princípios e as regras do mundo, por 
exemplo: é justo ou não o tratamento que os negros recebem na 
sociedade no cenário atual? Contudo, essa decisão seria tomada 
sem você saber qual seria sua posição na vida terrena.
Dessa forma, pode escolher se é justo ou não maridos baterem 
em mulheres, mas você não teria ideia se nasceria mulher, homem, 
branco, negro ou qualquer outra característica. E aí, qual seria seu 
posicionamento?
O véu da ignorância é apenas uma forma de se colocar no lugar 
do outro e saber se os fatos que ocorrem na sociedade são justos 
ou não. Se estivesse na posição da vítima você aceitaria ou não 
aquele fato? Claro que tentei descrever de forma simples para 
você entender o pensamento do autor e ver como ele se aplica na 
redação.
O pensador e a redação
O ENEM trata sempre de um problema social e esse problema tem 
24
uma vítima. Para saber se a teoria do “véu da ignorância” é válida, 
basta pensar: “você estaria satisfeito com a forma pelas quais essa 
vítima é tratada pela sociedade?”
Exemplos são inúmeros, mas vamos lá: você estaria satisfeito em 
não ter acesso ao cinema? Nessa teoria poderia escolher que o 
acesso não ser democrático é algo normal, mas se lembre que você 
poderia nascer como uma pessoa sem esse direito.
Outro exemplo para ficar bem marcado na sua mente: você acha 
justo algumas pessoas sofrerem ameaças por conta de sua religião? 
Se você acha, lembre-se que você poderia nascer com uma crença 
diferente e odiada por muitos e, ao final, você gostaria?
Se colocar no lugar do outro é algo que poucos fazem e esse 
experimento deixa explícito como seria na prática. Essa teoria tem 
outras nuances que ao estudar te trará mais repertórios fantásticos.
25
Isaiah Berlin 
Ensaio “Dois conceitos de liberdade”: conceitos de liberdade 
positiva e liberdade negativa.
O filósofo Isaiah Berlin, nascido na atual Letônia, publicou o ensaio 
“Dois conceitos de liberdade”, derivado de uma palestra proferida 
por ele em 1958. Importante deixar claro que esses conceitos não 
se anulam, e falar sobre liberdade é muito importante visto que a 
liberdade é um dos mais preciosos bens do ser humano, e é muitas 
vezes pouco respeitada (COSER, 2019).
A liberdade negativa é definida como a área desobstruída, na 
qual o indivíduo ou um grupo pode agir sem a interferência de 
outro(s) indivíduo(s), grupo(s) ou do Estado: “a liberdade política, 
nesse sentido, é simplesmente a área dentro da qual um homem 
pode fazer o que ele quer sem ser obstruído por outras pessoas” 
(Berlin, 1958 , p. 7; 2002c, p. 229). Por sua vez, a liberdade positiva 
corresponde a: “o sentido positivo da palavra liberdade deriva do 
desejo de o sujeito ser seu próprio senhor” (Idem, p. 16; p. 236). A 
natureza desse desejo implica a recusa ao papel de um ser passivo: 
o indivíduo ou sociedade, requer o direito de escolher seus fins e os 
meios para atingir as suas metas (COSER, 2019). 
Como sempre, vou tentar deixar tudo isso mais claro para você! A 
liberdade negativa pode ser vista como a “não-interferência” dos 
direitos, ou seja, o indivíduo é livre para fazer o que bem entender 
sem interferência do Estado ou de outras instituições.
Já a liberdade positiva envolve a habilidade (e não apenas a 
oportunidade) de perseguir e atingir metas desejadas e metas 
ideais. Por esse ponto de vista, a ação estatal ou institucionais 
podem aumentar a liberdade do indivíduo de perseguir metas 
ideais, sendo um amplificador da liberdade.
O pensador e a redação
Eu, particularmente, ao abordar esse pensador em redações gosto 
de me ater ao conceito de liberdade positiva, por quê? Liberdade 
positiva tem relação com ações estatais para ampliar a liberdade 
do indivíduo, e um dos argumentos muito utilizados é justamente a 
insuficiência das leis ou a omissão estatal.
26
Quando se trata de omissão estatal vê-se que o Estado brasileiro 
nãoaplica o conceito de liberdade positiva em diversos problemas 
sociais, seja no combate ao racismo, no combate à intolerância 
religiosa ou na melhoria da formação educacional dos surdos. 
A liberdade positiva seria vista se o Estado trouxesse soluções 
eficientes a ponto de assegurar a liberdade desses cidadãos.
Ué, mas eles já não são livres? Não de forma ampla, porque se têm 
medo de levar uma bala perdida por conta da cor de sua pele, 
se têm medo de expor sua crença ou se não podem escolher 
a escola na qual estudar, por não possuirem estrutura para suas 
necessidades especiais, então não, eles não são livres.
27
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 
Propostos pela ONU em 2000:
 1- Acabar com a fome e a miséria
 2- Educação básica de qualidade para todos
 3- Igualdade entre sexos e valorização da mulher
 4- Reduzir a mortalidade infantil
 5- Melhorar a saúde das gestantes
 6- Combater a AIDS, a malária e outras doenças
 7- Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente
 8- Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento
Se você conhece esses objetivos, conseguirá abordar diversos 
temas, afinal a própria Organização das Nações Unidas os colocou 
como fundamentais para o desenvolvimento (repertório relâmpago: 
hoje, já existem os desafios para o desenvolvimento sustentável). 
“O Brasil tem um enorme passado pela frente” 
(Millôr Fernandes)
Nosso país tem inúmeros fatores históricos que refletem ainda hoje 
- e não dão indícios que serão alterados. Exemplo disso é o racismo 
estrutural que tem raízes históricas e, infelizmente, parece que 
persistirá ainda no futuro próximo.
Citações
28
“O que eu penso não muda nada além do meu 
pensamento, o que eu faço a partir disso muda 
tudo” 
(Leandro Karnall)
Essa citação do filósofo contemporâneo brasileiro Leandro Karnall 
serve como argumento de autoridade para validar que a alienação 
social não muda nenhum problema da sociedade. Apenas reais 
atitudes podem alterar realidades injustas.
“Quando você não acerta suas contas com a 
história, a história te assombra” 
(Vladimir Safatle)
O filósofo e professor da Universidade de São Paulo afirmou em 
palestra algo totalmente real na nossa sociedade. É necessário 
notar que os problemas sociais têm origem histórica e ao ignorar 
a história não há como combater essas problemáticas do presente. 
Exemplo disso é a população que foi induzida a morar nos morros, 
nas chamadas favelas, por conta das reformas urbanas no centro 
do Rio de Janeiro, no início século XX, forçando a população mais 
pobre a ocupar os morros. Em detrimento desse fato, atualmente 
essas comunidades contam com diversos problemas, entre eles, 
moradia insegura.
“A imprensa pode causar mais danos que 
a bomba atômica e deixar cicatrizes no 
cérebro” 
(Noam Chomsky)
29
Essa citação do linguista Noam Chomsky é muito interessante para 
abordar a questão da manipulação midiática e como isso pode 
esconder alguns problemas sociais ou mesmo potencializá-los 
(spoiler: utilizei na minha redação do ENEM 2018)
30
Nesse bônus, vou fornecer minhas redações do ENEM 2018, do 
ENEM 2019 e do VESTIBULAR UESB 2020 e vou mostrar na prática 
como utilizei alguns desses repertórios.
Enem 2018
A manipulação do comportamento do usuário pelo controle de 
dados na internet
“A imprensa pode causar mais danos que a bomba atômica 
deixar cicatrizes no cérebro”. A frase do linguista Noam Chomsky 
demonstra com as notícias influenciam na forma de agir e pensar 
da população. No atual cenário informatizado, a internet é essencial 
nessa divulgação de informações, contudo, o controle de dados 
é capaz de manipular o comportamento dos seus usuários. Nesse 
sentido, tal monitoramento está atrelado, sobretudo, à dinâmica 
imediatista da era da informação e, por conseguinte, a internet 
exerce poder sobre a sociedade do consumo.
É indubitável, a priori, compreender como a velocidade de 
informações do século XXI colabora com informações tendenciosas. 
Segundo Zygmunt Bauman, em seus estudos sobre “Modernidade 
Líquida”, as tecnologias da pós-modernidade enfraqueceriam 
as relações interpessoais, uma vez que essa é uma sociedade 
imediatista. Diante disso, a internet fornece grande quantidade 
de dados de variados assuntos, porém, de qualidade duvidosa e, 
mesmo assim, são facilmente digeridos pela população acrítica. 
Certamente, essa recepção veloz e isenta de criticidade é fator de 
manipulação comportamental pelas mídias sociais, que agem a 
favor de benefícios próprios.
Bônus:
Minhas Redações
31
Destarte, as redes sociais e as ferramentas que compõem a internet 
utilizam estratégias para indicar o que as pessoas devem fazer 
e, principalmente, consumir. Sob esse viés, o internacionalista 
Joseph Nye, em sua teoria sobre “poder silencioso” – soft power-, o 
descreve como essencial na orientação e manipulação do consumo 
populacional, sem ela sequer ter noção. Prova disso é a publicidade 
virtual ou a seleção intencional de conteúdos pela inteligência 
artificial, que indica o que deve ser comprado para pertencer à 
sociedade capitalista. De fato, nesse contexto, o usuário da internet 
é obrigado a agir de certa maneira sendo, então, escravizado. 
Dessa forma, a internet torna-se meio de opressão daqueles que se 
apropriam do pensamento de uma população vulnerável.
Urgem, portanto, soluções para blindar usuários da internet dessas 
ações ostensivas contra o comportamento humano. Para tanto, 
é urgente o Estado, órgão responsável pelo bem-estar social, 
na figura do Ministério da Educação, em parceria com escolas, 
promover eventos públicos sobre o uso apropriado da internet. 
Isso deve ser feito, por meio de palestras com educadores e figuras 
jurídicas que elucidem sobre o Marco Civil da Internet e o Direito 
do Consumidor para conscientizar a população sobre seus direitos 
contra publicidades ostensivas e manipulação comportamental. 
Além disso, esses eventos devem ter debates e atividades artísticas 
lúdicas, a fim de que a cultura exerça seu poder transformador e a 
população comece a dosar uso indiscriminado da internet e evite a 
sua submissão. Somente assim, não haverá dados manipulados e, 
tampouco, danos iguais ao da bomba atômica. 
Nota: 980
32
Enem 2019
Democratização do acesso ao cinema no Brasil
O icônico cineasta Charlie Chaplin, protagonista do filme do 
cinema-mudo “Tempos Modernos”, foi responsável por inovar 
o cinema, por criticar conjunturas desiguais e por difundir essa 
expressão artística mesmo entre a população menos favorecida. 
Entretanto, décadas depois, nota-se que muitos cidadãos no Brasil 
não gozam do direito de assistir a obras cinematográficas em salas 
de audiovisual e apreciar o legado do famoso ator. Nesse contexto, 
a democratização do acesso ao cinema na nação verde-amarela 
ainda precisa superar tanto a inoperância estatal, como também a 
questão socioeconômica opressiva do país. Diante disso, é possível 
analisar tais fatores para, desse modo, oportunizar essa arte para 
apreciação e engajamento geral.
É indubitável, a priori, compreender como a ausência de atitudes 
governamentais corrobora a privação de acesso ao cinema. 
Segundo o filósofo liberal Isaiah Berlin, em seu conceito de 
“Liberdade Positiva”, ações estatais podem ampliar a liberdade 
do indivíduo e garantir o seu direito, tal qual é a acessibilidade 
ao universo cinematográfico. No entanto, o Estado rompe essa 
lógica ao dificultar investimentos em produções nacionais íntimas 
da realidade brasileira, como “Tropa de elite”, e ao afastar o 
espaço físico da massa populacional. Certamente, as empresas 
que gerenciam cinemas priorizam os filmes hollywoodianos com 
imensos investimentos, o que encarece o ticket médio do ingresso. 
Sem dúvida, o valor da entrada e o alto custeio de transporte para 
shoppings, onde se localizam as grandes redes de cinema, afastam 
parcela populacional do cinema em seu caráter identitário e em seu 
caráter democrático.
Destarte, a problemática permissividade do acesso ao cinemaé 
fruto da desigualdade socioeconômica que, por sua vez, torna essa 
ferramenta cultural uma face da segregação – ou apartheid cultural-. 
Nessa perspectiva, o pensador francês Pierre Bourdieu afirma que 
aquilo que foi criado para ser instrumento de democracia direta 
não pode transformar-se em mecanismo de opressão simbólica. 
Contudo, as sessões de filmes são, majoritariamente, preenchidas 
pela classe média e pela classe média alta, o que representa 
restrição do contato social com a arte e com a cultura. Isso provoca 
33
reverberações graves na sociedade, visto que apenas quem possui 
poder financeiro consegue desfrutar dessa forma de lazer e do 
seu viés crítico. Logo, quem é impedido de ver filmes grandiosos 
sofre com a alienação, haja vista a distância dessas pessoas de tal 
fenômeno cultural. Dessa maneira, o cinema transmuta-se em meio 
de retroalimentação do mecanismo de segregação.
Urgem, portanto, soluções para efetivar a democratização do acesso 
ao cinema, tornando-o verdadeiro instrumento democrático. Para 
tanto, cabe ao Estado – órgão responsável pelo bem-estar social-, 
na figura do Ministério da Educação, em parceria com fundos de 
investimento privado e com mídia responsável, promover eventos 
públicos sobre a necessidade de democratizar o acesso a cinemas, 
com o fito de elucidar esse direito à população e, por conseguinte, 
diversificar o público nesse ambiente. Isso deve ser feito por meio 
de palestras com cineastas, como José Padilha, para fortalecer a 
importância do cinema na criticidade social, além da construção 
de cinemas itinerantes em bairros periféricos para evitar gasto 
com transporte e subsídios para pessoas de baixa renda familiar 
em ingressos de cinema, a fim de que também desfrutem de boa 
estrutura e , por fim o acesso seja democratizado. Somente assim, o 
legado de Charlie Chaplin alcançar-se-á todos os brasileiros.
Nota: 960
34
Vestibular Uesb 2020
“Só existe justiça, onde a equidade opera. Igualdade não é justiça!” 
(Renata Peris)
“Todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais do que 
outros”. A frase presente no livro Revolução dos Bichos, de George 
Orwell, é também uma crítica ao falso discurso meritocrata criado 
para a manutenção dos privilégios das classes dominantes. Embora 
escrita em outro contexto, a obra do autor inglês é atual visto 
que se relaciona com a persistente dificuldade em, por meio da 
equidade, diminuir as desigualdades e assim promover a justiça. 
Nesse sentido, é fundamental compreender as diferenças e o 
sistema opressivo assimétrico, que mantém as minorias com menos 
oportunidades. Por conseguinte, há a necessidade em fomentar 
políticas afirmativas de modo que a equidade seja estabelecida e, 
portanto, um sistema mais justo.
É indubitável, a priori, compreender como a sociedade possui 
diversidade de realidades e por esse motivo regras estritamente 
iguais para todos denota manutenção de estamentos – refletindo 
padrões da Idade Média –, nos quais a mobilidade social 
era inexistente. Diante disso, é evidente que as minorias não 
possuem as mesmas oportunidades de ascensão social do que o 
padrão homem branco-hétero-privilegiado. Isso ocorre porque, 
historicamente, as minorias sofrem com a opressão das classes 
dominantes e as suas gerações atuais sofrem as reverberações do 
secular mecanismo de agressão física e mental. Não obstante, a 
violenta história contra negros, mulheres, população LGBTQI+ e 
outros é fortalecida pelo próprio sistema capitalista, naturalmente 
agressivo, afinal só gera capital quem possui capital. Dessa forma, o 
caminho para rompimento da sociedade estamental e do seu ciclo 
vicioso são políticas afirmativas para oportunizar aqueles que são 
agredidos pela ainda sociedade de privilégios.
Destarte, uma sociedade justa precisa de adaptações às regras para 
os grupos minoritários. Sob essa ótica, o filósofo John Rawls, em 
seu estudo sobre a liberdade igualitária, afirma que as leis precisam 
oportunizar igualmente as pessoas para que haja justiça. Nesse viés, 
políticas públicas e instrumentos legais são capazes de equilibrar 
relações assimétricas. Por exemplo, a relação patrão-empregado é 
naturalmente favorável ao detentor dos meios de produção, logo 
35
as leis trabalhistas – hoje, violentadas na figura de flexibilização – 
servem como aparato legal de proteção ao trabalhador. Além disso, 
equilibrar o acesso educacional, outrora, restrito à elite branca, 
é fator de equidade, afinal instituições educadoras transformam 
realidades. Nesse ínterim, as cotas universitárias e programas de 
auxílio para permanência dos estudantes de baixa renda não só 
modificam a vida do oportunizado como também indiretamente 
modificam o contexto que o cerca. Sem dúvidas, essas ações 
afirmativas são direito dos historicamente oprimidos e não esmolas, 
como permeado no discurso da elite opressiva.
Em suma, fatores históricos explicam que apenas determinado 
grupo social possui as melhores oportunidades de estudo e de 
emprego. Logo, entender os maiores obstáculos das minorias é 
enxergar a necessidade de instrumentos para tirá-los da margem e 
inseri-los no tecido social. Em um contexto capitalista de opressão, 
as mudanças devem partir do povo, utilizando, sobretudo, o meio 
educacional como base para a quebra de estamentos. Somente 
assim, a equidade promoverá a justiça e não haverá cidadão “mais 
igual” do que o outro.
Nota: 10
36
Guerreirinha e guerreirinho vestibulando, agradeço por ter lido do 
início ao fim esse e-book que fiz com tanto carinho e atenção. De 
verdade, aplica porque dá muito certo!
Se você leu tudo com bastante atenção você já é diferente da 
grande maioria, e pode ter certeza de uma coisa: vivemos em um 
mundo lotado de pessoas na zona de conforto. Se você pensa um 
pouquinho fora da caixinha, isso já te torna bastante especial.
Jamais se limite a “atalhos”, supostamente mais rápidos, porque 
eles vão te levar a um precipício e falo com propriedade: confia 
no processo porque essa é a chave do sucesso. Acredite em um 
método que funciona, se inspire em pessoas que chegaram onde 
você quer chegar e se dedique muito! 
Se você tem um sonho - sei que você tem - continue a estudar e 
imagine o dia em que você vê sua nota da redação, dá um sorriso 
de orelha a orelha e percebe que é diferente, que a zona de 
conforto não é o seu lugar, e que a vaga na universidade é sua 
somente porque respeitou todo o processo. Nesse dia, se lembrará 
que, por mais árduo que tenha sido, você, meu guerreiro e minha 
guerreira, é o vencedor dessa batalha!
Obrigado mais uma vez, estaremos juntos até o seu sucesso e TE 
ESPERO NA UNIVERSIDADE. Tmj, vem de red e é só o começo!
Considerações Finais
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http://vemdered.com.br
37
COSER, Ivo. Dois conceitos de liberdade: 60 anos após a sua 
publicação. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo , v. 34, n. 100, e3410011, 
2019 . Disponivel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0102-69092019000200507&lng=en&nrm=iso>. 
Acesso em 22 de junho de 2020. 
FIGUEIREDO, Argelina. Princípios de justiça e avaliação de políticas. 
Lua Nova, São Paulo , n. 39,p.73-103, 1997. Disponivel em: 
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
64451997000100006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 22 de junho 
de 2020.
REIS, Bruno. O poder e as relações internacionais: Entrevista com 
Joseph Nye. Relações Internacionais, Lisboa , n. 31, p. 181-190, 
set. 2011 . Disponível em <http://www.scielo.mec.pt/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992011000300015&lng=pt&
nrm=iso>. Acesso em 22 junho 2020.
Referências
38
Enem 2018
Anexos
39
Enem 2019
40
Resultados
	A história da minha
	aprovação
	Introdução
	Alusões Literárias
	Pensadores
	Citações
	Bônus:
	Minhas Redações
	Considerações Finais
	Referências
	Anexos

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