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Custódia dos animais de estimação em caso de divórcio

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Custódia dos animais de estimação em caso de divórcio 
	O Direito surge mediante as necessidades da sociedade, conforme as civilizações mudam é fundamental que o Direito evolua para acompanha-los, assim, cresce cada vez mais os pedidos de leis que versam pelos direitos dos animais, desse modo, também surgiram as questões referentes a custódia dos animais.
	Por muito tempo animais de estimação foram considerados bens móveis e por isso eram tratados como objetos de direito e não sujeitos de direitos, consequentemente, via-se que as pessoas detinham poder absoluto sobre eles e poucas responsabilidades, haviam pouquíssimas normas destinadas aos tutores, essas normas regravam apenas sobre impedir casos de maus tratos e lesões, assim como disposto na lei nº 9.605/98, esse tipo de legislação protege apenas aspectos físicos e de saúde dos animais, sem compreender que o mesmo é suscetível a ter impactos psicológicos e afetivos. 
	No decorrer da evolução da sociedade a relação entre humanos e animais de estimação aumentou significativamente onde os animais passaram a integrar como um dos elementos importantes da unidade familiar e dignos de tratamento igualitário com os demais integrantes do núcleo familiar. 
	Com esse reconhecimento os animais de estimação passaram a ser vistos como sujeitos de direitos, onde os tutores passaram a ter mais responsabilidades, principalmente nas questões patrimoniais.
	Referente ao divórcio dos tutores, ainda não há lei expressa que disponha sobre a custódia dos animais de estimação, porém, com a necessidade de legislação sobre o tema foi aprovado 2019 pelo Senado Federal o projeto de lei nº 6.799/13 onde reconhece que os animais são sujeitos de direito, já em 2021 foi apresentado o projeto de lei 4.375/21 que visa regulamentar sobre a guarda de animais de estimação nos casos de divórcio ou separação de união estável. 
Aqui podemos notar que a separação está além do bem-estar dos tutores e passa a ter foco nas questões emocionais e psíquicas dos animais de estimação. Essa nova visão permite que durante o divórcio sejam observados e melhor analisados os interesses do animal de estimação e não apenas dos tutores que estão se divorciando.
Mesmo sem a previsão de norma legal referente ao tema existe julgados recentes, em divórcios litigiosos, onde juízes vem tratando sobre o tema, como o Enunciado 11 do IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família), admitido no X Congresso Brasileiro de Direito de Família, com a seguinte redação: 
“Na ação destinada a dissolver o casamento ou a união estável, pode o juiz disciplinar a custódia compartilhada de animal de estimação do casal”. 
Sendo assim, já se admite que durante o processo de dissolução do casamento ou da união estável seja tratado sobre a custódia dos animais de estimação. 
Há também o julgamento da Terceira Turma do Supremo Tribunal de Justiça, o REsp 1.713.167/SP, de 19 de junho de 2018, onde o Ministro Luis Felipe Salomão perfez que: 
“os animais de companhia são seres que, inevitavelmente, possuem natureza especial e, como seres sencientes – dotados de sensibilidade, sentindo as mesmas dores e necessidades biopsicológicas dos animais racionais –, também devem ter o seu bem-estar considerado”. 
Aqui foi reconhecido o direito de visita ao animal de estimação que alguém dentro de uma relação havia estabelecido um laço afetivo.
Em casos de separação decorrente do fim das relações matrimoniais é evidente o estremecimento emocional que um animal de estimação sofre quando é separado do convívio cotidiano com algum de seus tutores, é visível como o mesmo tem seu bem-estar e psicológico abalados. 
Também é válido citar que mesmo não existindo normas expressas no ordenamento jurídico brasileiro referente a custódia de animais de estimação, é cada vez mais comum o surgimento de ações referente as despesas que envolvem os cuidados com animais de estimação e até com quem o animal deve ficar após separação do casal, atualmente perante esses casos o judiciário entorna suas decisões com base na interpretação analógica, costumes e os princípios gerais do Direito, como disposto no artigo 4º da lei de Introdução as Normas de Direito brasileiro.	Mesmo sendo possível a utilização da analogia, costumes e princípios gerais do Direito para a solução dos conflitos de custódia envolvendo animais de estimação, há uma grande necessidade de legislação expressa quanto a custódia de animais de estimação, principalmente nos casos onde não é possível ocorrer um acordo amigável entre as partes durante a dissolução do matrimonio. 
O aumento da demanda necessita urgentemente legislações que amparem os animais de estimação de forma a visar não somente os interesses de seus tutores, mas sim o bem-estar dos animais de estimação perante a separação do casal.

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