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Método Pilates: Fundamentos e Aplicações

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DESCRIÇÃO
A fundamentação histórica, os conceitos e a técnica do método Pilates, e a abordagem como
estratégia de cuidados com a saúde.
PROPÓSITO
Compreender o método Pilates a partir de seus fundamentos históricos, técnicos e conceituais,
visando à sua aplicação como estratégia de cuidados com a saúde.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever a trajetória evolutiva do método Pilates a partir dos fundamentos históricos
MÓDULO 2
Descrever os elementos estruturais da Contrologia, considerando as propostas de seu
idealizador do método Pilates
MÓDULO 3
Reconhecer os elementos constituintes da abordagem contemporânea do método Pilates,
visando estruturar alternativas eficazes e seguras para o bem-estar geral
INTRODUÇÃO
No decorrer de nossos estudos, você terá acesso a informações sobre os fundamentos
históricos, conceituais e técnicos do método Pilates. Há tempos que as diversas formas de
organização de exercícios físicos compõem o repertório de profissionais da área da saúde e se
apresentam como uma importante ferramenta de tratamento de desequilíbrios físicos e mentais
e de promoção da saúde, além de outros objetivos vinculados à sua prática, direcionada para
uma parcela cada vez maior da população brasileira.
Neste cenário, podemos identificar a cada ano novas propostas de atividades, novos
equipamentos e métodos sendo oferecidos no mercado para atender a demanda existente.
Em meio a um ambiente com tantas novidades, é pelo menos intrigante o fato da crescente
popularidade do Pilates, já que estamos nos referindo ao trabalho de Joseph Pilates, que tem
as suas primeiras publicações datadas de 1934.
Estaríamos, então, testemunhando um daqueles momentos de descoberta de uma “velha
novidade”, reeditada por razões meramente comerciais, ou o método Pilates responde de
forma oportuna eficaz e segura às necessidades contemporâneas?
Acreditamos que a compreensão e o domínio do Método Pilates pelos profissionais de saúde
contribuíram para a ampliação de suas competências no que se refere à aplicação de
exercícios com finalidades de tratamento e promoção da saúde. Certamente, as propostas
apresentadas durante a exposição do tema irão expandir sua percepção e capacidade de
argumentação sobre as possibilidades de se abordar de forma precisa o método Pilates como
estratégia de cuidados e de promoção da saúde, além de despertar o seu interesse pelo
desenvolvimento de competências para sua aplicação como ferramenta de intervenção.
MÓDULO 1
 Descrever a trajetória evolutiva do método Pilates a partir dos fundamentos
históricos
CONTEXTO HISTÓRICO
Desde os primórdios da existência humana, as atividades físicas se fazem presentes como
manifestação de suas necessidades e sentimentos, permeando o dia a dia dos homens e
mulheres de todas as idades como parte da própria vida.
Dentre as inúmeras formas de manifestação das atividades físicas organizadas, um destaque
especial recai sobre a ginástica, por ser uma das mais antigas atividades físicas organizadas
com intenções educacionais, estéticas, terapêuticas e militaristas.
Muitos caminhos foram percorridos desde que a ginástica nos fora deixada como legado da
Grécia Antiga e, ao longo do tempo, a ginástica passou então a se caracterizar como uma
manifestação da cultura do movimento corporal com várias modalidades e intencionalidades,
inúmeros métodos de aplicação e variedade de recursos e de conteúdos.
CONCEITO BÁSICO
PODEMOS ENTENDER A GINÁSTICA COMO A ARTE E
A CIÊNCIA DE SE EXERCITAR O CORPO PARA
BENEFICIÁ-LO.
A lista de benefícios ou ganhos com a prática dos exercícios intencionalmente selecionados e
organizados contempla resultados sobre:
A MELHORA DO CONDICIONAMENTO FÍSICO
Expresso pelo aprimoramento das habilidades motoras, pelo desenvolvimento das capacidades
associadas à boa forma física, pela manutenção da possibilidade de realização das atividades
da vida diária, com adequado padrão de movimento.
O APRIMORAMENTO DE ESTÉTICA CORPORAL
Representado pelo alinhamento e simetria postural, pelo equilíbrio e proporção dos diferentes
tecidos corporais, especialmente, da relação entre o tecido adiposo gordura e a massa magra
(composição corporal), e pelo desenvolvimento da musculatura que forma o relevo corporal.
A REORGANIZAÇÃO E A ESTABILIDADE POSTURAL
Representado pelo alinhamento corporal e pelas ações de combate aos fatores que dificultam
a manutenção da boa postura, que podem ser resumidos pela tríade: tensão muscular,
encurtamentos e fraqueza, especialmente, dos músculos do sistema tônico postural.
A REABILITAÇÃO
Trata da utilização dos exercícios, estrategicamente selecionados e aplicados, como parte de
um processo de restauração de movimentos e funções comprometidas ou alguma doença ou
lesão, visando recuperar, reabilitar e/ou readaptar a pessoa ao seu convívio e as suas funções
na sociedade.
A AMPLIAÇÃO E O CONTROLE DA FUNÇÃO
RESPIRATÓRIA
Diz respeito ao uso dos exercícios físicos como meios de perceber a respiração, bem como
assumir e ampliar o controle sobre essa função, visando obter resultados específicos sobre
essa função, considerando as trocas gasosas; e resultados adicionais, considerando os efeitos
possíveis sobre o campo das emoções.
O AUMENTO DA CAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO
A melhora da capacidade de concentração é um dos resultados possíveis e pode ser mais bem
representado pela capacidade de manter o foco da atenção nas tarefas selecionadas.
Considerada como um dos pilares da educação na Grécia Antiga, a ginástica, acompanhando a
educação literária, era praticada desde muito cedo, a partir dos sete ou oito anos de idade. O
seu ensino era confiado aos pedótribas, que eram muito mais do que instrutores de ginástica,
eram verdadeiros educadores que deviam reunir profundo conhecimento dos aspectos de
cuidados para a saúde e de tudo o que a ciência médica grega elaborara quanto a
observações e prescrições relativas ao desenvolvimento do corpo, aos efeitos dos diversos
exercícios e aos regimes convenientes aos diversos temperamentos (RAMOS, 1982).
À medida que o ocidente se afastou da cultura estabelecida pela “Grécia Imortal”, desapareceu
também, gradativamente, o interesse pelos padrões da educação grega. Séculos mais tarde,
no período histórico denominado Renascença (entre meados do século XIV e o fim do século
XVI), os citados padrões voltaram à cena com renovado vigor.
 SAIBA MAIS
O fato que deu nome a Renascença foi o “renascimento” da sabedoria clássica,
particularmente das referências educacionais da Grécia Antiga e, para efeito e propósito desse
estudo, especificamente da ginástica.
Revisitando o século XVIII, encontramos um movimento que firmou a ginástica no horizonte
dos séculos seguintes como um método sistematizado de exercícios para os cuidados
corporais: O Movimento Ginástico Europeu.
O Movimento Ginástico Europeu marcou o rompimento com a base primordial das práticas
corporais vigentes até aquele momento – as atividades lúdicas. Formulou gradativamente os
princípios de ordem e de disciplina assimilados, em diversos países, como parte da educação
dos indivíduos e reconhecido até hoje como Ginástica.
CONCEITO BÁSICO
O MOVIMENTO GINÁSTICO EUROPEU É A
DESIGNAÇÃO DADA AOS ESFORÇOS SIMULTÂNEOS
DE DIVERSOS PAÍSES EUROPEUS, NO SÉCULO XIX,
PARA SISTEMATIZAR A GINÁSTICA, VISANDO
ROMPER COM OS PADRÕES DAS PRÁTICAS
CORPORAIS POPULARES, CARACTERIZADAS PELA
LUDICIDADE DAS APRESENTAÇÕES
FUNAMBULESCAS, QUE TINHAM BASE NAS
ATIVIDADES CIRCENSES.
Eram comuns as apresentações de rua de artistas e acrobatas nos espaços urbanos,
principalmente em dias de festas, quando havia grande concentração de pessoas do povo.
Elas provocavam grande fascínio nas pessoas, acostumadas a uma vida rotineira e dura.
 ATENÇÃO
Esse estilo de vida dos artistas desafiava as instituições e a cultura estabelecida e, como
reação a tais acontecimentos, o Movimento Ginástico Europeu surge como um processo de
sistematização da Ginástica, com o intuito de moralizar os indivíduos e asociedade.
Surgia neste momento a ginástica científica, embasada nas ciências biológicas, especialmente,
nos conceitos higienistas, e influenciado pela Revolução Industrial em ascensão. Possuía um
caráter disciplinador, ordenativo e metódico que pregava o afastamento dos comportamentos
populares e do uso do corpo e das atividades corporais como meio de entretenimento.
As principais propostas de sistematização surgiram e se desenvolveram em vários países e
configuram a lista a seguir:
ESCOLA ALEMÃ
ESCOLA SUECA
ESCOLA FRANCESA
MOVIMENTO DESPORTIVO INGLÊS
MOVIMENTO DESPORTIVO MUNDIAL
O fortalecimento além de proporcionar mais saúde aos trabalhadores precisava ser
incorporado como hábito, com intuito de se tornar um valor a ser perpetuado. Esse foi um dos
motivos que levou a ser incluído nas escolas. Nesse contexto, a imposição da ginástica tornou
possível que os alunos ficassem mais fortes, mais disciplinados, mais saudáveis e ainda
tomassem esse tipo de atividade física como prática contínua.
MAS, AFINAL, POR QUE ESTAMOS FALANDO SOBRE ISSO?
 RESPOSTA
É importante ressaltar que os métodos ginásticos desenvolvidos configuravam as bases dos
programas aplicados em escolas, instituições militares e médicas, entre outras e ajudaram a
delinear as bases do método Pilates, a partir das experiências e vida de seu propositor.
Em síntese:
A sistematização das práticas corporais ocorrida no século XIX surgiu como resposta à cultura
circense, mais livre e lúdica, que contrariava a visão de corpo/sujeito disciplinado das classes
dominantes na Europa. A referida sistematização promovida em diversos países recebeu o
nome de Movimento Ginástico Europeu.
A Alemanha foi um dos países propositores de métodos doutrinários de exercícios físicos.
Joseph Pilates (1883 – 1967) nasceu e viveu na Alemanha, entre 1883 e 1925, e foi fortemente
influenciado pelo ambiente de valorização das práticas corporais, com diferentes
intencionalidades, como veremos a seguir.
A HISTÓRIA DE JOSEPH PILATES
O termo Pilates, hoje utilizado para designar um tipo de ginástica é, na verdade, uma referência
ao idealizador da atividade em questão: Joseph Pilates, que se dedicou ao estudo dos
exercícios físicos e idealizou, no início do século XX, um método por ele chamado de
Contrologia.
Joseph Pilates teve seu sobrenome associado a um dos mais interessantes métodos de
exercícios físicos que conhecemos e que ainda nos fascina e nos surpreende por sua
longevidade e adequação às necessidades contemporâneas (RIBAMAR et al. 2010).
Joseph Hubertus Pilates nasceu na Alemanha, em Mönchengladbach, uma cidade próxima a
Duseldorf, em 1883, primogênito de Fritz Pilates, um ginasta premiado de descendência grega,
e de Helena Anna Hahn, uma naturopata que acreditava em estimular o corpo para a autocura,
sem a utilização de medicamentos.
 SAIBA MAIS
É possível que você esteja se perguntando:
Por que um método organizado entre o final do século XIX e o início do século XX está sendo
utilizado hoje em dia?
Podemos afirmar, sem medo de errar, que os motivos estão baseados em seus fundamentos
conceituais, muito mais do que em seu elenco de exercícios e recursos materiais, portanto,
fique atento às informações, ao contexto e às mensagens que acompanham este curso.
Os conceitos e princípios da Contrologia foram organizados a partir das experiências de vida
de seu propositor, influenciado pela proliferação da cultura da ginástica em todo continente
europeu, desenvolvida pelo fenômeno sociocultural que se convencionou chamar mais tarde de
Movimento Ginástico Europeu, como já estudamos no item anterior.
Neste sentido, podemos afirmar que o grande objetivo por trás das práticas recomendadas era
o de melhorar a saúde das pessoas, em um momento marcado por grandes e generalizados
problemas de saúde pública e pelos fatos que resultaram na Revolução Industrial e impuseram
aos trabalhadores altíssimas cargas de trabalho.
LEMBRE-SE, SEM CONTEXTO NADA SE ENCAIXA!
A ampla recomendação para que a ginástica fosse oferecida (e obrigatória) nas escolas
possibilitou a grande parte das crianças em idade escolar o contato com o universo dos
exercícios físicos sistematizados, como foi o caso de Joseph Pilates.
Sua infância foi bastante atribulada, pois Pilates foi uma criança frágil e doente que sofria de
asma, raquitismo e febre reumática. Aos cinco anos de idade, ficou cego da vista esquerda
vítima de uma pedrada (RIBAMAR et al. 2010).
A violência infanto-juvenil era acentuada nesta época e Joseph Pilates era constantemente
hostilizado por outras crianças que o chamavam de “Pôncio Pilates – matador de Jesus”.
Pilates reagiu a isso se dedicando aos estudos e aos exercícios físicos.
Pilates foi, desde cedo, estimulado à prática dos exercícios físicos e ao contato com os
elementos da natureza para o tratamento de seus problemas de saúde, dentre eles, podemos
citar a asma, o raquitismo e a febre reumática. Além da ginástica (atividade tradicionalmente
dinamizada nas escolas alemãs), Pilates haveria praticado a natação, o esqui, o boxe, a defesa
pessoal e, possivelmente, desenvolveu o gosto pela cultura física e o reconhecimento do valor
do exercício como ferramenta para a manutenção da saúde a partir desta época.
Sua determinação em se tornar fisicamente mais forte o levou a estudar, desde muito cedo e
durante toda a vida, várias formas diferentes de exercícios e de cultura física, chegando ao
ponto de alcançar um padrão estético atlético que o levou a posar como modelo para quadros
de anatomia.
GRANDE PARTE DOS TEXTOS EXISTENTES SOBRE A
VIDA DE JOSEPH PILATES INDICAM SEU CONTATO E
ADESÃO AO MUNDO DO CIRCO, FATO QUE
COLABOROU PARA O APRIMORAMENTO DE SEU
GOSTO PELA ESTÉTICA CORPORAL E PELA
PREPARAÇÃO FÍSICA. ERA CONVIDADO PARA POSAR
PARA PINTORES, ESCULTORES E PARTICIPAVA DE
AULAS DE ANATOMIA COMO MODELO.
1914: A PRISÃO NA INGLATERRA
Em 1912, aos 28 anos de idade, Pilates se muda para a Inglaterra buscando a carreira como
boxeador profissional. Diz-se que chegou a trabalhar como instrutor de defesa pessoal da
Scotland Yard, mas é certo que conseguiu emprego como artista de circo, apresentando-se em
números de combates como gladiador romano, defesa pessoal e luta de cabeça em parceria
com seu irmão Fred Pilates.
Com o início da Primeira Guerra Mundial, Pilates vivencia um ambiente hostil na Inglaterra. Foi
preso devido à sua nacionalidade junto com outros alemães no acampamento dos Cidadãos
Inimigos dos Britânicos na Ilha de Man, e permaneceu lá enquanto durou o conflito (1914 –
1918).
Neste período, Pilates contribuiu com as equipes de saúde da prisão, nas ações de cuidados
dos internos, estimulando a prática das rotinas de exercícios por ele organizadas, mesmo para
aqueles enfermos e feridos que não conseguiam sair dos leitos, utilizando as molas das camas
como recursos para assistência e resistência nos exercícios físicos.
DESTE AMBIENTE, INICIOU-SE A UTILIZAÇÃO DAS
MOLAS DAS CAMAS COMO ASSESSÓRIOS NOS
EXERCÍCIOS, E O DESENVOLVIMENTO DE UM
SISTEMA QUE SERIA MAIS TARDE APERFEIÇOADO
EM SEUS EQUIPAMENTOS.
Seus exercícios começaram a ser reconhecidos como uma eficiente estratégia de promoção da
saúde e prevenção de doenças quando se constatou que nenhum dos internos daquele campo
prisional sucumbiu à grande epidemia da gripe que ocorreu em 1918.
Com o fim da guerra, em 1918, Pilates retorna à Alemanha, onde permaneceu até 1925.
Durante esse período, Pilates, além de trabalhar para a polícia de Hamburgo como instrutor de
defesa pessoal e educação física, colaborou com o especialista em dança e exercícios físicos,
como:
RUDOLF LABAN
Grande estudioso do movimento humano e criador de técnicas como o Icosaedro e a
Labanotação.
HANYA HOLM
Bailarina e coreógrafa.
 ATENÇÃO
Este momento de sua vida foi de grande importância para o início do desenvolvimento dos
seus aparelhos e do aperfeiçoamento das técnicas de exercitação que, mais tarde, vieram a
configurar as bases do seumétodo (RIBAMAR et al. 2010).
Insatisfeito com as condições políticas e sociais de seu país, Pilates migra para os Estados
Unidos, em 1926, levando na bagagem suas experiências com exercícios físicos. Na viagem,
ele conheceu sua futura esposa, uma jovem enfermeira chamada Clara Breiholdt.
1927: FUNDAÇÃO DO UNIVERSAL GYMNASIUM,
EM NOVA YORK
O casal fundou um estúdio de exercícios na cidade de Nova York em 1927, onde
desenvolveram seu trabalho até a década de 60.
Em 1927, Pilates abriu seu estúdio em New York (Joseph Pilates Universal Gymnasium). Em
1934, seria inaugurado o The School of American Ballet, fundado por Lincoln Kirstein e George
Balanchine que, futuramente, participariam da criação do NYC BALLET.
Possivelmente, esta proximidade geográfica e o fato de Pilates, além de treinar, dedicar-se ao
tratamento de lesões e vícios posturais, fez com que ele ficasse conhecido entre bailarinos e
dançarinos que precisavam de soluções para suas lesões (UNGARO, 2006).
 SAIBA MAIS
Um fato curioso e de relevância foi o encontro entre Pilates e Ted Shawn. Ted Shawn (1891 –
1972) foi um respeitado bailarino e coreógrafo americano que, com o objetivo de transformar a
dança em uma carreira respeitável também para os homens, recrutou estudantes da faculdade
de Educação Física de Springfield para formar sua própria companhia de dança. Shaw
pretendia com seu novo grupo mostrar bailarinos de aparência forte e vigorosa, ao contrário do
padrão frágil da época, para tal, Joseph Pilates passou a atuar como treinador particular de Ted
Shawn e de seu grupo de bailarinos.
Pilates também atuou dando aulas de sua Contrologia para as pessoas que pagavam
ingressos para passar o dia em Jacob’s Pillow, uma fazenda que servia de sede, local de
ensaios e de apresentação da companhia de dança de Ted Shawn.
Tais acontecimentos, vinculados à tradição da Contrologia, sinalizam as prováveis origens da
relação de Joseph Pilates e de seu método de ginástica com a dança e com a reabilitação
através de exercícios físicos.
Em síntese:
Joseph Pilates foi uma criança frágil e apresentou várias doenças nos primeiros anos de sua
vida. Seus pais eram ginastas e naturopatas e acreditavam na cura através dos exercícios
físicos e do contato com a natureza.
Seu gosto pela prática das atividades físicas se desenvolveu a partir de suas experiências
familiares e escolares.
Dedicou-se à cultura física para vencer a doença e a hostilidade social, praticando diversos
esportes e se envolvendo com a cultura das apresentações circenses.
Viajou para a Inglaterra e, ao eclodir os conflitos que determinaram o início da Primeira Guerra
Mundial, foi preso junto com outros alemães devido à sua nacionalidade.
Permaneceu preso enquanto durou o conflito (entre 1914 e 1918) e colaborou com as ações de
cuidados dos demais detentos, inclusive os acamados, através das rotinas de exercícios. Neste
momento, iniciou-se o uso das molas das camas como recurso de assistência e de resistência
para os exercícios físicos.
Mudou-se para os EUA, onde fundou seu estúdio de exercícios físicos e estabeleceu uma
íntima relação com o mundo da dança, preparando e reabilitando bailarinos profissionais
através dos exercícios físicos.
MÉTODO PILATES: ORIGEM E
DESENVOLVIMENTO

VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Descrever os elementos estruturais da Contrologia, considerando as propostas de
seu idealizador do Método Pilates
CONTROLOGIA: TERMO, CONCEITO E
PROPÓSITOS
Em 1934, Joseph Pilates, já nos EUA, publica seu livro Your Health, um ensaio sobre questões
e comportamentos relacionados à saúde. Neste livro, ele divulga seu método de
condicionamento físico e mental intitulado The Contrology (Contrologia).
Pilates definia a Contrologia como o controle consciente de todos os movimentos musculares
do corpo. É a correta utilização e aplicação dos princípios de alavanca proporcionados pelos
ossos comprimindo a estrutura esquelética do corpo, o completo conhecimento do mecanismo
do corpo e um completo entendimento dos princípios de equilíbrio e gravidade como aplicado
aos movimentos do corpo em movimento, em repouso e dormindo (FIASCA, 2010).
E segue descrevendo seu método como uma ciência que promove um equilíbrio entre corpo e
mente.
O MEU SISTEMA DESENVOLVE O CORPO E MENTE,
DE FORMA SIMULTÂNEA E NORMAL, EM CASA,
COMEÇANDO GRADUAL E PROGRESSIVAMENTE
PELA INFÂNCIA E INDO PELOS DIAS DE ESCOLA E DE
COLÉGIO, ATÉ A MATURIDADE
Tal definição destaca o caráter intencional do criador do método de que seu programa de
exercícios físicos fosse adotado pelas escolas como um método de cuidados pessoais e se
encontra alinhada com a finalidade higienista, fortemente enraizada na primeira metade do
século XX.
Precisamos considerar que os dois livros publicados por Joseph Pilates, um em 1934 (Your
Health) e o outro em 1945 (Return to Life Through the Contrology), foram direcionados para o
grande público, para pessoas com pouco ou nenhum conhecimento sobre exercícios e
treinamento, fato que, em tese, justifica as recomendações sem aprofundamento teórico sobre
os assuntos abordados.
Em seu primeiro livro Your Health, Pilates (1934) trata dos seguintes assuntos:
Em seu segundo livro, Return to life through Contrology, publicado em 1945, os seguintes
assuntos são abordados:
Nossa análise das referidas obras, somada à nossa experiência de aplicação do método,
levou-nos ao entendimento de que a Contrologia deve ser entendida como:
DESIGNAÇÃO DADA POR JOSEPH PILATES AO SEU
SISTEMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS E CUIDADOS
PESSOAIS QUE CONSISTE NA PRÁTICA CONSCIENTE
E INTENCIONAL DE ATIVIDADES CORPORAIS COM
ENFOQUE SOBRE O CONTROLE COMO REFERENCIAL
DE QUALIDADE DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS E QUE
MAIS TARDE FOI TRATADA, A PARTIR DE SEU
FALECIMENTO, COMO MÉTODO PILATES.
Para além do marco conceitual, a Contrologia, originalmente, apresenta-se e se manifesta
através de três elementos estruturais:
UM CONJUNTO DE PRINCÍPIOS
UM ELENCO DE EXERCÍCIOS E EQUIPAMENTOS
UMA LÓGICA DE ORGANIZAÇÃO E DE APLICAÇÃO
DOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS
ESTRUTURA DA CONTROLOGIA: O
MÉTODO PILATES ORIGINAL
A Contrologia como termo associado ao método Pilates original, pode ser estruturalmente
caracterizada pelos seguintes elementos:
PRINCÍPIOS
Na base, um conjunto de princípios que corresponde ao viés de orientação geral do método.
Neste aspecto, veremos a seguir as recomendações de Joseph Pilates e os princípios
publicados mais tarde por seus alunos, apresentados por Peter Fiasca, em sua obra Classical
Pilates.
EXERCÍCIOS E EQUIPAMENTOS
Como elemento central do método, encontramos os exercícios e equipamentos projetados e
construídos para atender aos propósitos da Contrologia, conforme o conceito já apresentado.
Neste caso, vale ressaltar que, tanto nos exercícios sem utilização de implementos, conforme
identificamos nas rotinas do Mat Pilate (exercícios de solo), quanto nos equipamentos que se
utilizam das molas como recursos de assistência e de resistência aos movimentos, o foco está
nos desafios que ampliem a capacidade de controle do praticante sobre o seu corpo.
FORMA DE ORGANIZAÇÃO DOS EXERCÍCIOS
O terceiro elemento da tríade estrutural trata da forma de organização dos exercícios em
sequências progressivas, conforme veremos a seguir.
PRINCÍPIOS DA CONTROLOGIA
Podemos entender o termo princípio como sendo referente a:
UM CONJUNTO DE NORMAS OU PADRÕES DE
CONDUTA A SEREM SEGUIDOS POR UMA PESSOA OU
POR UMA INSTITUIÇÃO.
Neste caso, sugerimos que os princípios apresentados sejam observados e aplicados como
norteadores das intervenções profissionais. As recomendações feitas por Joseph Pilates para a
execução do seu método, apresentados a seguir, são simples e de fácil assimilação, são elas:
PRATIQUE EM CASA
Os benefícios da Contrologia podem ser obtidos com a prática em qualquer lugar,
especialmente, em casa.
O SEDENTARISMO, OU A INATIVIDADE FÍSICA, É
CONSIDERADO UM FATOR DE RISCO PRIMÁRIO PARA
DIVERSAS DOENÇAS. AS AÇÕES DE EDUCADORES E
PROFISSIONAISDA SAÚDE QUE CULMINEM NO
DESENVOLVIMENTO DE UM ESTILO DE VIDA ATIVO E
SAUDÁVEL SÃO FUNDAMENTAIS PARA A PROMOÇÃO DA
SAÚDE E A PREVENÇÃO DE DOENÇAS. A RECOMENDAÇÃO
FEITA POR PILATES NO INÍCIO DO SÉCULO XX AINDA É
ATUAL, OPORTUNA E NECESSÁRIA E SUA PROPOSTA
METODOLÓGICA CONTEMPLAVA TANTO AS ROTINAS DE
EXERCÍCIOS QUE NÃO DEPENDIAM DE EQUIPAMENTOS,
QUANTO PROJETOS DE MOVEIS RESIDENCIAIS QUE SE
TRANSFORMAVAM EM APARELHOS PARA O
DESENVOLVIMENTO DA BOA FORMA FÍSICA.
SIGA CORRETAMENTE AS INSTRUÇÕES
Não se deve desviar das instruções que acompanham os exercícios.
MUITAS DAS ORIENTAÇÕES FEITAS POR PILATES,
PUBLICADAS EM SEUS LIVROS, OU NAS OBRAS DAQUELES
QUE FORAM SEUS ALUNOS, PODEM SOFRER CRÍTICA AO
SEREM ANALISADAS À LUZ DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
ATUAL. LEMBRE-SE DE QUE ESTAMOS NOS REFERINDO A
UMA PROPOSTA ORGANIZADA E DOCUMENTADA ENTRE 1883
E 1967. PORTANTO, DEVEMOS NOS MANTER ATENTOS AOS
ASPECTOS QUE GARANTIRAM LONGEVIDADE A ESSA
PROPOSTA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS E SELECIONAR AQUILO
QUE PODE OU DEVE SER USADO EM SEU AMBIENTE DE
TRABALHO.
MANTENHA O FOCO
Manter a mente totalmente concentrada nos propósitos de cada exercício enquanto os executa.
O ENFOQUE SOBRE A CONCENTRAÇÃO, PRESENTE E
FORTEMENTE REFORÇADO NO DISCURSO DE PILATES É DE
EXTREMA IMPORTÂNCIA NOS DIAS ATUAIS, ONDE OS
AMBIENTES RUIDOSOS E O EXCESSO DE INFORMAÇÕES
QUE CIRCULAM DIARIAMENTE NAS REDES SOCIAIS
REPRESENTAM UM IMPORTANTE FATOR DE DISPERSÃO E DE
CONSEQUENTE DESATENÇÃO NAS ATIVIDADES DA VIDA
DIÁRIA DAS PESSOAS COM AS QUAIS CONVIVEMOS. NESTE
SENTIDO, A CONCENTRAÇÃO SE APRESENTA COMO UM
ELEMENTO DE REFERÊNCIA PARA O TREINAMENTO MENTAL.
AUTOINSTRUÇÃO
O praticante deve instruir a si mesmo.
A MENSAGEM É: FAÇA EXERCÍCIOS FÍSICOS DE FORMA
CONSCIENTE! AS PRÁTICAS DESPROVIDAS DE PROCESSOS
COGNITIVOS BÁSICOS E SUPERIORES AFASTAM O
PRATICANTE DE RESULTADOS EDUCACIONAIS, ESPORTIVOS
E TERAPÊUTICOS SIGNIFICATIVOS. TER E MANTER A
ATENÇÃO E A PERCEPÇÃO; SABER, RACIOCINAR E
RECORDAR O QUE DEVE SER FEITO E COMO DEVE SER
FEITO; ALÉM DE TOMAR A DECISÃO DE FAZER COM
EXCELÊNCIA, DEVEM SER COMPROMISSOS ASSUMIDOS NA
ABORDAGEM DO MÉTODO PILATES.
PERSEVERANÇA
Paciência e persistência são qualidades vitais para o atingimento dos objetivos.
PARA OS INTERESSES RELACIONADOS AO NOSSO ESTUDO,
IREMOS ENTENDER PERSEVERANÇA COMO CONSTÂNCIA,
OU SEJA, QUALIDADE DE QUEM NÃO DESISTE COM
FACILIDADE. OS RESULTADOS PRETENDIDOS COM A
PRÁTICA DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS COM DIFERENTES
INTENCIONALIDADES SÃO DEPENDENTES DA
CONTINUIDADE. MESMO QUE SE IDENTIFIQUE POSSÍVEIS
EFEITOS IMEDIATOS DESSA OU DAQUELA TÉCNICA, O
DESENVOLVIMENTO DO ESTILO DE VIDA ATIVO E SAUDÁVEL
É UM OBJETIVO CENTRAL ASSOCIADO À PROMOÇÃO E À
MANUTENÇÃO DA SAÚDE.
INTERESSE E CUIDADO NA EXECUÇÃO DAS TAREFAS
Pratique de maneira diligente, com determinação fixa e inalterada.
NOSSA MENSAGEM É: OS EXERCÍCIOS SÃO MEIOS DE
CUIDADOS PESSOAIS! NESTE SENTIDO, O ENFOQUE
PRECISA SER TOTALMENTE CENTRADO NA QUALIDADE E,
PARA NÓS, A QUALIDADE NA PRÁTICA DOS EXERCÍCIOS
FÍSICOS É SINÔNIMO DE CONTROLE.
Além dessas orientações publicadas em seu livro Return to life through the Contrology, outros
elementos foram apontados por Peter Fiasca, no seguinte trecho:
EM 1980, PHILIP FRIEDMAN E GAIL ELSEN
PUBLICARAM THE PILATES METHOD OF PHYSICAL
AND MENTAL CONDITIONING. ESTA PUBLICAÇÃO É
POSSIVELMENTE O PRIMEIRO VEÍCULO QUE EXPLICA
OS PRINCÍPIOS E A TÉCNICA DA CONTROLOGIA,
BASEADO NOS LIVROS DE JOSEPH PILATES YOUR
HEALTH EM 1934 E RETURN TO LIFE THROUGH THE
CONTROLOGY EM 1945. QUASE TRÊS DÉCADAS
DEPOIS, A GRANDE MAIORIA DOS PROFISSIONAIS
AINDA TOMAM COMO REFERÊNCIA A DESCRIÇÃO DE
FRIEDMAN E EISEN DOS 6 PRINCÍPIOS QUE
DESTACARAM DO MÉTODO CONTROLOGIA, SÃO
ELES: RESPIRAÇÃO, CONCENTRAÇÃO, CONTROLE,
CENTRALIZAÇÃO, PRECISÃO, FLUIDEZ DE
MOVIMENTO (FIASCA, 2010, P. 18)
Os 6 princípios do Método Contrologia:
RESPIRAÇÃO
Acima de tudo, aprenda a respirar corretamente.
CONCENTRAÇÃO
Não existe movimento inconsciente ou involuntário no Método Pilates. Ao invés de distrair sua
mente ou permitir que você tenha pensamentos vagos, concentre-se completamente no
exercício.
CONTROLE
Cada movimento executado deve ser meticulosamente planejado e executado. Mantenha o
foco da atenção.
CENTRALIZAÇÃO
Os movimentos devem se apoiar e fluir a partir de um forte centro corporal
PRECISÃO
Os exercícios devem ser executados dentro de um nível elevado de exatidão, quanto ao seu
trajeto, à sua amplitude e à sua estabilidade.
FLUIDEZ DE MOVIMENTOS
Deve-se buscar um nível de controle e adaptação nos exercícios que permita sua execução
com espontaneidade, encadeamento e conexão.
 SAIBA MAIS
Peter Fiasca (2010), afirma que um sétimo princípio foi sugerido por Romana Krysanova e Jay
Grimes, ambos os alunos de Joseph Pilates: o condicionamento cardiovascular, e ainda
apresenta a lista com os “7 Cs do Pilates Clássico Puro”.
• Centralização: alinhamento, posição, colocação e equilíbrio mental
• Concentração: enfoque mental e memória de curto e longo tempo
• Controle: estabilização muscular, flexibilidade e respiração
• Correção (precisão): exatidão na prática e no posicionamento
• Centro de força: estabilização abdominal e da coluna vertebral, postura e força
• Condicionamento cardiovascular: resistência física geral
• Cadência: fluidez de movimento, ritmo e dinâmica
Apoiado nestes princípios, os exercícios preconizados no Método Pilates original, isto é, na
Contrologia, são apresentados e praticados no solo ou nos aparelhos, dentro de determinada
lógica estrutural e de ordenação.
EXERCÍCIOS E RECURSOS DO MÉTODO
PILATES ORIGINAL
O segundo componente da Tríade Estrutural, exercícios e equipamentos, é constituído pelos
seguintes grupos:
EXERCÍCIOS DE SOLO ORIGINAIS (MAT PILATES)
Elenco formado por 43 exercícios, distribuídos em subgrupos de nível básico (7 exercícios),
intermediário (20 exercícios) e avançado (43 exercícios).
EXERCÍCIOS NOS EQUIPAMENTOS ORIGINAIS
Elenco formado pelos exercícios propostos por Pilates para cada um dos equipamentos
produzidos no decorrer do desenvolvimento do método.
EXERCÍCIOS EXTRAS
Assim chamados àqueles exercícios e equipamentos que foram incorporados ao longo do
tempo e que servem aos propósitos do Método Pilates. Podemos citar como exemplos comuns,
os exercícios realizados na Bola Suíça, nas almofadas de equilíbrio, nas cordas e elásticos etc.
MAT PILATES: OS EXERCÍCIOS DE SOLO
O elenco de exercícios de solo (Mat Pilates) constitui o eixo central da Contrologia, e podemos
destacar alguns aspectos importantes para justificar essa afirmação:
Possibilitar a aplicação de um dos princípios fundamentais do Método: pratique em casa.
Possibilita o desenvolvimento de habilidades corporais que expressam o controle em sustentar
e mover o corpo no solo, em ações diversificadas que envolvem domínio sobre os segmentos
corporais, a partir da estabilidade postural, proveniente do Power House, assim como o
domínio sobre o movimento corporal total.
Aplica, de maneira não declarada até então, uma concepção de corpo integrado, que será mais
tarde detalhada.
A lista abaixo nomeia os exercícios tradicionais do Mat Pilates:
1. The hundred
2. Roll up
3. Single leg circles
4. Rolling like a ball
5. Single leg stretch
6. Double leg stretch
7. Single straight leg stretch
8. Double straight leg stretch
9. Criss Cross
10. Spine stretch forward
11. Open leg rocker
12. Corkscrew
13. Saw
14. Swan
15. Neck roll
16. Single leg kiks
17. Double leg kiks
18. Neck pull
19. High scissors
20. High bicycicle
21. Shoulder bridge
22. Spine twist
23. Jack knife
24. Side kicks series Front/back, Up/down, Small cicles
25. Heel beats
26. Teaser series
27. Hip circles
28. Swimming
29. Leg pull down
30. Leg pull up
31. Kneeling side kicks
32. Side bends
33. Mermaid
34. Star
35. Boomerang
36. Seal
37. Push ups
Ao longo do tempo, Pilates desenvolveu e aperfeiçoou projetos de equipamentos que
permitissem aplicar os conceitos e princípios da Contrologia, que podem ser resumidos pelas
seguintespalavras-chave: Controle e Integração, são eles:
REFORMER
CADILLAC
WALLUNIT
WUNDA CHAIR
OS BARRIS: LADER BARREL, SPINE CORRECTOR E A
MEIA LUA
PED-O- POLE
MAGIC CIRCLE
Cada um deles com seu elenco de exercícios e com sua proposta de organização em
sequência:
REFORMER
O Reformer, ou reformador, é uma espécie de cama, equipada com um sistema de molas, uma
plataforma deslizante, uma barra fixa e um par de cordas com alças, que permite a utilização
da barra de apoio e das cordas para movimentar a plataforma presa no sistema de molas.
CADILLAC
O Cadillac nasceu das experiências de Joseph Pilates com as camas hospitalares, onde, no
início, as molas eram fixadas na guarda das camas e com o tempo desenvolveu-se a estrutura
metálica conhecida como gaiola para mais opções de exercícios.
WALL UNIT
O Wall Unit, ou unidade de parede é um aparelho derivado do Cadillac, em uma versão
simplificada, apresentando com a plataforma de a guarda para a ancoragem das molas.
WUNDA CHAIR
A Wunda Chair, ou cadeira mágica, nasceu de um projeto de uma cadeira residencial,
registrado em 1934, que poderia ser transformada em uma cadeira para exercícios físicos.
LADDER BARREL
Os barris são providos, de maneira geral, de uma superfície curva para permitir o trabalho de
mobilidade, especialmente da coluna vertebral.
SPINE CORRECTOR
Os barris são providos, de maneira geral, de uma superfície curva para permitir o trabalho de
mobilidade, especialmente da coluna vertebral.
MEIA LUA
Os barris são providos, de maneira geral, de uma superfície curva para permitir o trabalho de
mobilidade, especialmente da coluna vertebral.
MAGIC CIRCLE
Aro de metal flexível, utilizado como recurso para trabalhar a força em ações de compressão
do equipamento, com os braços e as pernas.
MOLAS
Recurso caracterizado como resistência dinâmica variável, que oferece variação de carga a
cada nivel de extensão da mola, exigindo um constante ajuste dos sistemas de controle
muscular.
A SEQUÊNCIA COMO PROPOSTA DE
ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO DOS EXERCÍCIOS
O elenco de exercícios selecionados por Pilates para compor o seu método foi acompanhado
de uma proposta de organização conhecida como sequência. A sequência é uma das formas
mais tradicionais de ensino e de treinamento de que temos notícia, basta lembrar de como
aprendemos a ler e a escrever: conhecemos as letras e os fonemas; aprendemos a formar
palavras com a sequência de letras; frases sequenciando as palavras, parágrafos com a
sequência de frases; textos com organização dos parágrafos, capítulos com os textos e livros
com os capítulos. O mesmo exemplo pode ser aplicado na música, considerando as notas
musicais e as formas de composição; na dança, com a composição das coreografias; nas artes
marciais, com suas sequências de defesa e ataque (katas).
No método Pilates, as sequências foram e são utilizadas como forma de progressão e refletem
não só o domínio e controle do corpo, mas também o condicionamento físico ampliado.
No Mat Pilates, a proposta contempla as seguintes sequências:
SEQUÊNCIA DE NÍVEL BÁSICO
7 exercícios
SEQUÊNCIA DE NÍVEL AVANÇADO
20 exercícios
SEQUÊNCIA DE NÍVEL AVANÇADO
37 exercícios
A seguir, apresentamos, como exemplo, os exercícios da sequência de nível básico:
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SEQUÊNCIA DE NÍVEL BÁSICO DO MAT
PILATES
 ATENÇÃO
A ideia principal é a de desenvolver a capacidade de execução dos exercícios e acrescentar
novos exercícios, gradativamente, à medida que seja possível e seguro para o praticante.
Considerando os propósitos da disciplina que é de apresentação conceitual do método, e o
volume de informações e de exercícios existentes, não iremos aprofundar na apresentação dos
demais exercícios e equipamentos. Esperamos que a apresentação dos fundamentos
históricos, conceituais e técnicos desperte em você o interesse pelo estudo do Método Pilates
e pelo desenvolvimento de competências para a utilização do Método Pilates como ferramenta
de intervenção.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Reconhecer os elementos constituintes da abordagem contemporânea do método
Pilates, visando estruturar alternativas eficazes e seguras para o bem-estar geral
CONTROLE E INTEGRAÇÃO
Ao longo dos anos, estudando os conceitos e princípios historicamente construídos e as
estratégias propostas por Joseph Pilates (exercícios e equipamentos), estruturamos uma
concepção de apoio à aplicação do método, baseada em duas palavras-chave: controle e
integração.
O controle expressa o compromisso com a ideia essencial do método original (a Contrologia),
ou seja, definir como objetivo das práticas a ampliação do nível de controle do corpo
considerando 4 principais indicadores. São eles:
RESPIRAÇÃO
POSTURA
MOVIMENTO
CONTROLE DA MENTE
 ATENÇÃO
A integração apresenta-se como um elemento complementar ao controle, indicando a
necessidade de abordagem integrada dos 4 elementos já citados e dos seguimentos e
sistemas corporais.
SOBRE O CONTROLE
CONTROLE DA POSTURA
O termo postura expressa uma ideia de posição ou de atitude corporal assumida em diferentes
momentos e nas diversas funções do dia a dia. Quase sempre reflete nosso estado emocional,
nosso nível de energia geral e, muitas vezes, nossos hábitos de vida.
Para Bernard Bricot (2010), os diversos estudos estabelecidos na área nos permitem assumir
que movimentos voluntários são acompanhados e seguidos por fenômenos posturais.
Portanto, a postura deve ser considerada como parte integrante dos programas de exercícios
físicos com diferentes intencionalidades já que:
Contribui na preparação e na execução dos movimentos.
Influi e é influenciada pela prática repetitiva de gestos motores.
É diretamente impactada pelas atividades laborais.
Sofre consequência direta dos hábitos de vida sedentários.
É impactada pelas emoções.
Normalmente, está no centro das queixas de desconforto, dores e lesões manifestadas
por nossos alunos.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
O Sistema Postural é um conjunto de ações integradas e estruturadas com muitas funções
complementares, tais como:
Lutar contra a gravidade e manter a postura ereta.
Opor-se às forças externas.
Situar-nos no espaço-tempo estruturado que nos envolve.
Equilibrar-nos durante o movimento.
Guiar e reforçar o movimento.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Para a realização dessas funções, o organismo utiliza diferentes fontes informacionais:
EXTEROCEPTORES
Situam-nos em relação ao nosso meio (tato, visão, audição).
OS EXTERNOCEPTORES, TAMBÉM CHAMADOS DE
RECEPTORES PERIFÉRICOS EXTERNOS, FAZEM O PAPEL DE
RECEBER ESTÍMULOS DE FORA DO PRÓPRIO CORPO, TAIS
COMO, ESTÍMULOS TÁTEIS, AUDITIVOS, PRESSÓRICOS E
VISUAIS E PROMOVER EVENTUAIS AJUSTES QUE SE FAÇAM
NECESSÁRIOS E POSSÍVEIS. PODEMOS INDICAR COMO
PRINCIPAIS EXTEROCEPTORES: OS PÉS, OS OLHOS E O
APARELHO MANDUCATÓRIO.
PROPRIOCEPTORES (MUSCULARES E ARTICULARES)
Situam as diferentes partes de nosso corpo em relação ao conjunto, em uma determinada
posição no espaço.
OS PROPRIOCEPTORES SÃO RECEPTORES INTERNOS QUE
ESTÃO SITUADOS NOS MÚSCULOS, NOS TENDÕES, NOS
LIGAMENTOS E ATÉ MESMO NA PELE, QUE TÊM A FUNÇÃO
DE RECEBER E TRANSPORTAR PARA O SISTEMA NERVOSO
CENTRAL INFORMAÇÕES RELACIONADAS À POSTURA E
AOS MOVIMENTOS CORPORAIS, TAIS COMO: PRESSÕES,
ESTIRAMENTOS, OSCILAÇÕES, NAS DIFERENTES PARTES
DO CORPO, PARA QUE O SISTEMA NERVOSO CENTRAL
RESPONDA CORRIGINDO OS ESTÍMULOS. PODEMOS
INDICAR COMO PRINCIPAIS PROPRIOCEPTORES: OS
ÓRGÃOS TENDINOSOS DE GOLGI, OS FUSOS MUSCULARES,
CORPÚSCULO DE PACINI E CORPÚSCULO DE RUFFINI.
CENTROS SUPERIORES OU CENTROS NERVOSOS
Integram os seletores de estratégias, os processos cognitivos e tratam os dados recolhidos das
duas fontes precedentes.
NOS SERES HUMANOS, OS CENTROS NERVOSOS SÃO
CONSTITUÍDOS E REPRESENTADOS PELO SISTEMA
NERVOSO CENTRAL, ENCÉFALO E MEDULA ESPINHAL. SUA
PRINCIPAL FUNÇÃO É A DE RECEBEROS ESTÍMULOS PELAS
VIAS SENSITIVAS E ENVIAR RESPOSTAS PELAS VIAS
MOTORAS.
Utilizaremos como referência para o estudo, observação e controle da postura os seguintes
elementos:
O alinhamento corporal
A relação entre tensão/ descontração
A manutenção do equilíbrio e da estabilidade expressa pela capacidade de sustentação
e pelo nível de oscilação nas posturas estáticas e dinâmicas
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Recomendamos considerar como regra a afirmação:
TODO EXERCÍCIO DEVE SER UM EXERCÍCIO
POSTURAL.
CONTROLE DA RESPIRAÇÃO
O ato de respirar é espontâneo e diretamente vinculado à vida. Não seria exagero afirmar que
a vida é um espaço de tempo entre duas respirações, a primeira e a última. A naturalidade e o
automatismo característicos da respiração nem de longe representam o nível de complexidade
de seus mecanismos e de sua influência sobre os diferentes sistemas constitutivos do corpo
humano.
Se, por um lado, esse automatismo e essa naturalidade garantem o livre fluxo da respiração e,
com ela, a importante função das trocas gasosas, por outro lado, nos afasta da consciência e
do controle desse processo e, consequentemente, da qualidade de todas as funções
relacionadas à respiração.
Do ponto de vista da fisiologia, a respiração é o processo pelo qual o organismo vivo troca
oxigênio e dióxido de carbono com o ambiente.
COMO PRINCÍPIO DO MÉTODO PILATES, O
CONTROLE DA RESPIRAÇÃO INDICA O
COMPROMISSO COM O APERFEIÇOAMENTO DESSA
FUNÇÃO ORGÂNICA, VISANDO TANTO A QUALIDADE
E A EFICÁCIA DAS TROCAS GASOSAS QUANTO OS
EFEITOS SOBRE O BEM-ESTAR GERAL.
Utilizaremos como referência para o estudo, observação e controle da respiração, os seguintes
elementos:
• Amplitude
• Frequência
• Relação pausa/continuidade
Como já sabemos, mas cabe ressaltar o seu papel sobre a digestão e a drenagem linfática que
a constante oscilação de pressão no tórax e no ventre produzem durante a mecânica
respiratória.
 ATENÇÃO
A tomada de consciência e a ampliação de um padrão de qualidade da respiração, pretendidas
no nosso trabalho através do Pilates, certamente, irá contribuir para a melhora dos quadros de
tensão emocional e para a ampliação do bem-estar dos praticantes.
Além dos efeitos e das funções da respiração já comentadas, um especial destaque recai
sobre os aspectos da nutrição e do bem-estar geral e serão agora abordados.
 SAIBA MAIS
O conceito de integração, valorizado nessa apresentação conceitual do método Pilates,
prescinde da constante correlação dos diferentes e interdependentes componentes estudados
nas práticas corporais.
A análise de tarefa ecológica como abordagem proposta por Gallahue e Ozmun (2001), que
considera as relações entre o objetivo da tarefa, o ambiente e o indivíduo, pode muito bem
servir como referência para o estudo das correlações entre cada uma das três dimensões, bem
como entre os componentes de cada uma delas.
No caso da abordagem sobre o indivíduo aqui representado pelos nossos alunos, vale ressaltar
que a energia necessária para a vida (e para todas as demais atividades desempenhadas,
inclusive para os exercícios físicos) é fornecida pela alimentação. No entanto, para que os
alimentos ingeridos forneçam energia para o trabalho celular, é necessário que os produtos da
digestão, as moléculas de glicose e de gordura, principalmente, sejam decompostas na
mitocôndria e, juntamente com o oxigênio, disponibilizem energia na forma de moléculas de
ATP (adenosina trifosfato).
Os diferentes sistemas de transferência e conversão de energia (fosfagênio, glicólise e o
sistema oxidativo) serão discutidos com detalhes mais à frente, mas, neste momento, cabe
ressaltar o papel da respiração pulmonar para a qualidade da nutrição, considerando o papel
do metabolismo aeróbico nesse processo.
Metabolismo aeróbico é a designação dada às inúmeras reações bioquímicas de transferência
e conversão de energia para o trabalho celular que promove a ressíntese de ATP, através da
combustão preferencial de carboidratos e gorduras.
 SAIBA MAIS
Grande parte da energia que necessitamos para a vida é advinda do metabolismo aeróbico, e o
fator limitante neste sistema é o fluxo das moléculas de oxigênio para as mitocôndrias.
Sabemos que essa disponibilidade depende da ação integrada de diversos sistemas, tais
como:
O digestório, que transforma alimentos por meio de processos mecânicos e químicos.
O respiratório, que é responsável pela captação do oxigênio e pelas trocas gasosas
provenientes do metabolismo celular.
O circulatório, responsável pelo transporte dos nutrientes e do oxigênio para as células.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
No que tange aos objetivos desse módulo, cabe-nos deduzir que:
A MELHORA DA QUALIDADE DA RESPIRAÇÃO PODE
SIM MELHORAR OS PROCESSOS DE NUTRIÇÃO,
PRINCIPALMENTE, POR PERMITIR, JUNTAMENTE COM
A MELHORA DA CIRCULAÇÃO, A MAIOR
DISPONIBILIDADE DO OXIGÊNIO PARA AS CÉLULAS.
Baseado no exposto, podemos, então, assumir como alguns dos objetivos do nosso trabalho
com o método Pilates:
A MELHORIA DO PADRÃO RESPIRATÓRIO
A MELHORIA DA CIRCULAÇÃO
A MELHORIA DA DIGESTÃO
A MELHORIA DO PADRÃO RESPIRATÓRIO
Através da tomada de consciência, dos exercícios e das experiências com a respiração
(objetivos formulados em nossas aulas).
A MELHORIA DA CIRCULAÇÃO
Através da ação muscular provocada pelos exercícios físicos praticados de forma dinâmica e
com intensidade leve à moderada, visando ao aumento da capilarização.
A MELHORIA DA DIGESTÃO
Proporcionada através dos estímulos mecânicos promovidos pela respiração (ativando o
diafragma) e pela ativação do power house, que possibilita a massagem visceral e o combate à
ptose abdominal, auxiliando inclusive a excreção.
Não há dúvidas de que o equilíbrio desses sistemas ampliará a percepção de bem-estar e de
satisfação dos praticantes. Nossa sugestão é a de que, além de formular objetivos
relacionados aos assuntos expostos acima, o profissional responsável chame a atenção dos
praticantes quanto às mudanças que ocorrerão nos aspectos citados. Então, comprometa-se
em:
• Ensinar os objetivos do Pilates concernentes às melhorias citadas.
• Falar sobre esses objetivos durante as sessões.
• Avaliar e fornecer feedback sobre os resultados alcançados na melhoria da respiração, da
digestão, da circulação e do bem-estar geral.
RESPIRAÇÃO E ESTADOS EMOCIONAIS
ALTERADOS
Não há dúvidas de que os transtornos emocionais representam um fator de desequilíbrio da
mais alta relevância para a sociedade moderna, também não restam dúvidas sobre a ampla
indicação dos exercícios físicos como alternativa para o tratamento e a prevenção dos referidos
transtornos.
Ginástica, esporte, danças, artes marciais são todos termos facilmente associados aos
benefícios pretendidos. O elenco das atividades corporais possíveis e disponíveis promete
atender em número e diversidade aos interesses e às características de uma enorme parcela
da população, mas precisamos ser mais específicos diante da seriedade do assunto e da
urgência da sociedade moderna por mais bem-estar e saúde física e mental.
Neste caso, encontramos na respiração uma referência central que deverá orientar os
trabalhos do profissional de saúde, especialmente na aplicação do método Pilates. Ela está
intimamente conectada à emoção, de modo que nosso estado emocional influencia na
respiração, da mesma maneira que a forma com que respiramos influenciará em nosso estado
emocional.
De maneira geral, quando estamos agitados e estressados, nossa respiração é rápida e apical,
do contrário, quando estamos relaxados e tranquilos, nossa respiração é mais lenta e de
padrão diafragmático. Essa constatação nos inspira a deduzir que poderíamos usar a
frequência respiratória com a intenção específica de relaxar ou aumentar o estado de alerta.
A respiração é apontada como um dos pilares da Contrologia. Na transcrição de seu primeiro
livro Your health,apresentada em Contrologia: O Método Pilates Original, encontramos o
seguinte trecho, fazendo referência à respiração:
A PRIMEIRA LIÇÃO É AQUELA DA RESPIRAÇÃO
CORRETA.
DEVE-SE ENSINAR ÀS CRIANÇAS COMO FAZER
LONGAS, PROFUNDAS RESPIRAÇÕES, CAPAZES DE
EXPANDIR O PEITO PARA A CAPACIDADE MAIS ALTA.
DEVEM SER INSTRUÍDAS APROPRIADAMENTE PARA
PUXAREM O ABDÔMEN PARA DENTRO E PARA FORA
E AO MESMO TEMPO SEGURANDO A RESPIRAÇÃO
POR UM PEQUENO PERÍODO. ENTÃO, ELAS TAMBÉM
DEVERIAM APRENDER A FORMA APROPRIADA DE
ESVAZIAR COMPLETAMENTE OS PULMÕES NA
EXALAÇÃO.
RIBAMAR et al., 2010, p. 83
Fiasca (2010) aborda o assunto de maneira generalizada, rememorando algumas orientações
do próprio Pilates e recomendando atenção, controle e suavidade no ato de respirar, ainda que,
em alguns exercícios, como o the hundred, a respiração deva ser feita de forma vigorosa.
 SAIBA MAIS
As informações encontradas nas obras de Joseph Pilates e em outros livros sobre o método
clássico não apresentam argumentos suficientemente robustos que justifiquem a adoção de
uma conduta única para se respirar durante a prática ou durante as atividades diárias.
O conhecimento sobre as dinâmicas respiratórias, as técnicas de percepção e estimulação da
respiração e, principalmente, os efeitos esperados para cada momento, deverão ser os
elementos norteadores das escolhas nas aulas de Pilates.
EXERCÍCIOS E RESPIRAÇÃO
Quando apresentamos a respiração como um princípio do Pilates, afirmamos que o controle da
respiração indica o compromisso com o aperfeiçoamento dessa função orgânica, visando, tanto
a qualidade e eficácia das trocas gasosas, quanto os efeitos sobre o bem-estar geral.
A respiração é um dos domínios mais delicados e difíceis do trabalho. Isso se deve ao fato de
que, na maioria das pessoas, de diferentes idades as forças físicas, mentais e emocionais não
estão dirigidas por uma consciência integrada.
 ATENÇÃO
Um fato que nos afeta diretamente como Profissionais de Educação Física interessados no
conceito da ginástica integrada é a constatação de que, na maioria das pessoas, a relação
entre o movimento e a respiração está quebrada, dissociada ao ponto de, ao falarmos,
pensarmos ou realizarmos um pequeno movimento, a respiração é interrompida.
RETOMAR O CONTROLE É PRECISO
A relação direta da respiração e comportamento está tão enraizada que interferir nesse
processo é uma tarefa que deve ser desempenhada com paciência e delicadeza. Maria Emília
Mendonça (2000) em seu livro Ginástica Holística nos apresenta alguns fundamentos do
trabalho da professora de ginástica alemã Elsa Gindler (1885 – 1961), que serão de grande
valor para a respiração correta durante os exercícios.
Ao iniciar o trabalho sobre a respiração, não vale a pena começar por grandes movimentos,
visto que mesmo os menores perturbam a coesão global do organismo. É necessária uma
observação atenta para termos a ideia de tudo o que fazemos com nossa respiração: ao
escovar os dentes, por exemplo, ao iniciar alguma atividade e até mesmo ao comer.
Mesmo que nossas sessões de exercícios possam e devam se tornar locais privilegiados e
especializados para exercitar e experienciar a respiração, os praticantes devem ser
estimulados a assumir a responsabilidade e o compromisso com a auto-observação no dia a
dia, buscando perceber nos pequenos e aparentemente insignificantes eventos que podem
bloquear a sua respiração.
O PRIMEIRO PASSO PARA A AMPLIAÇÃO DA
QUALIDADE DA RESPIRAÇÃO E A CONQUISTA DE UM
ESTADO EMOCIONAL MAIS PLENO E RELAXADO É
ESTAR ATENTO.
Como estamos percebendo, não existe um exercício específico e milagroso que possa ser
apresentado como uma solução definitiva para a melhoria do padrão respiratório, somente o
compromisso, a atenção aos detalhes, e a percepção advinda da experiência. Podemos
chamar de tomada de consciência esse momento ou fase de despertar dos nossos alunos
pela respiração.
 DICA
É preciso prestar atenção na respiração nos pequenos momentos, incidentes e ações
menores, muito mais do que nos grandes acontecimentos do dia a dia. As pequenas
conquistas no processo de integração da respiração com os movimentos, pensamentos e
sentimentos produzirão grandes efeitos sobre o bem-estar geral.
No entanto, podemos sugerir que os seguintes elementos se façam presentes na abordagem
da respiração em suas aulas:
TOMADA DE CONSCIÊNCIA
Oriente o praticante a prestar atenção na respiração sem alterá-la, inclusive, percebendo os
momentos em que a respiração se altera devido ao esforço ou, até mesmo, percebendo os
momentos onde ela é interrompida. Muito mais do que um exercício, a Tomada de Consciência
é um compromisso, um comportamento a ser aperfeiçoado e um hábito a ser construído.
LIMPEZA DOS PULMÕES
Essa técnica consiste em executar vigorosas expirações, utilizando a ativação dos músculos
abdominais. Ampliar a capacidade de expirar, ou seja, de esvaziar o pulmão, é fundamental
para a qualidade da inspiração.
CONTROLE DA RESPIRAÇÃO
O controle da respiração consiste em estabelecer critérios para as diferentes fases da
respiração. Neste caso, consideraremos como fases: a inspiração, a expiração e a pausa. Os
exercícios podem ser elaborados determinando um tempo maior ou menor para cada fase, por
exemplo:
a. Esvaziar os pulmões com uma expiração natural
b. Pausa por 2 segundos
c. Inspirar por 4 segundos
d. Pausa por 2 segundos
e. Esvaziar por 4 segundos
A FASE DE PAUSA PODE NÃO SER APLICADA
NESSAS DINÂMICAS.
Os exercícios de controle podem também ser aplicados em associação com outros exercícios,
em suas fases de execução. Vamos tomar como exemplo o agachamento.
OPÇÃO 1
OPÇÃO 2
OPÇÃO 3
OPÇÃO 1
Inspire na preparação e expire na execução (não aplique a pausa). Neste caso, é importante
que o exercício e suas fases sejam aplicados no ritmo da respiração e não ao contrário.
OPÇÃO 2
Inspire na fase excêntrica, e expire na fase concêntrica.
OPÇÃO 3
Inspire na preparação, faça uma pausa, execute o agachamento em suas fases, e expire no
final.
 ATENÇÃO
Fique atento para o fato de que a combinação das fases da respiração com a fase dos
exercícios pode ser muito desgastante para os praticantes iniciantes, e até mesmo provocar
reações indesejáveis com náuseas e tonteiras (devido à hiperventilação). Neste caso,
recomendamos que os praticantes sejam orientados a estarem atentos ao comportamento da
respiração, evitando a interrupção involuntária, e que os exercícios de controle sejam aplicados
com critério e parcimônia.
RESPIRAÇÃO E TENSÃO MUSCULAR
É fácil perceber a relação entre a respiração e o estado de tensão corporal, não é raro
encontrarmos em pessoas com o padrão respiratório predominantemente apical, queixas de
tensão no tórax, pescoço e relatos de dores de cabeça regulares.
As crispações respiratórias estão tão intimamente ligadas às tensões corporais que parece não
ser possível um bom relaxamento corporal, se ao mesmo tempo, os processos respiratórios
não estiverem livres das suas tensões.
COMO DEVE SER A RESPIRAÇÃO EM NOSSAS
PRÁTICAS?
Em nossa trajetória, exploramos várias propostas relacionadas à respiração. Cada uma delas
foi de grande valor para a construção dos processos que aplicamos e que ora sugerimos.
Aquele que deseja aperfeiçoar sua respiração deve se familiarizar com suas quatro fases:
expiração; repouso; inspiração; repouso, que deve fluir em ciclos regulares e controlados.
Não foi por acaso que iniciamos a representação dessas quatro fases pela EXPIRAÇÃO, uma
vez que a qualidade da INSPIRAÇÃO depende do prévio esvaziamento dos pulmões. As
pausas sugeridas nas etapas de REPOUSO não devem ser entendidas como bloqueios,
menos ainda como um tempo morto entre as duas etapas de expiração e inspiração, e sim
como um breve momento para que o sistema perceba a necessidade de se exalar ou inalar.
SE REALIZARMOS UMA BOA EXPIRAÇÃO, NÃO SERÁ
NECESSÁRIA NENHUMA AÇÃO PARA QUE A
INSPIRAÇÃO ACONTEÇA.
As etapas descritas explicam por si só a relação pausa/descansosugerida como elemento
constituinte do Princípio da Respiração, já a amplitude e a frequência se associam à ideia do
ritmo respiratório.
 DICA
Recomendamos que, no início da abordagem, principalmente com praticantes iniciantes, a
respiração forçada seja evitada ou, pelo menos, utilizada com moderação nas sessões.
A respiração realizada em grande amplitude, isto é, exagerando nas etapas de inspiração e
expiração, tem poucas chances de ser reproduzida no dia a dia, e menos efeitos ainda sobre
as tensões corporais. Quando nos remetemos ao elenco das capacidades físicas, tão
estudadas no mundo de Educação Física, identificamos a COORDENAÇÃO e a
DESCONTRAÇÃO DIFERENCIAL como protagonistas nesse processo.
Você já deve ter observado que não estamos sugerindo nenhum exercício específico para a
respiração. Isso se deve ao fato de que, em nossa abordagem, todas as experiências, inclusive
a prática dos exercícios físicos, podem ser caminhos para o aprimoramento da respiração.
Resumindo:
Em um primeiro momento, é necessário observar a respiração. Observe e oriente seus
alunos a fazerem o mesmo, eles são os únicos capazes de promover as mudanças
desejadas.
Em seguida, procure não alterar a respiração já executada ao realizar os movimentos.
A aula de Pilates é um momento privilegiado para a prática.
Nem sempre será possível para o aluno observar a respiração durante todo o tempo da
aula. Comece pequeno, neste caso, menos é mais.
Oriente para que a inspiração seja espontânea, sem interferências, ela deve acontecer
como resultado da expiração. Nessa etapa da organização da respiração, queremos que
a inspiração aconteça como um estímulo fisiológico com alto nível de associação e
integração com os movimentos.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 DICA
Certamente, as poucas recomendações escondem a complexidade do processo, o grande
barato é o de mergulhar juntos com os praticantes nessa viagem chamada integração da
respiração, e assumir como regra a afirmativa: Todo exercícios deve ser um exercício
respiratório.
CONTROLE DA MENTE (CONCENTRAÇÃO)
Vivemos em uma época de grandes e rápidas transformações, onde o volume e a velocidade
das informações que circulam em nossas vidas e a alta conectividade entre pessoas e
instituições possibilita, por um lado, um maior acesso aos conhecimentos dos quais
necessitamos para desempenhar nossas tarefas, mas, por outro lado, geram estados
emocionais de instabilidade e desequilíbrio.
Não ficamos imunes à agitação da Era da Informação, ficamos igualmente agitados e
impactados pelo quadro mental e emocional consequente a essa agitação. A dificuldade de
concentração passa a ser uma queixa constante nas escolas, empresas e na convivência
familiar. Quadros de agitação, esquecimentos, ansiedade e dificuldade de manter o foco da
atenção nas tarefas diárias podem ser apontados como sintomas desse processo que afeta a
vida de pessoas de diferentes idades e compromete os seus desempenhos e a saúde em
geral.
A abordagem sobre o controle da mente que ora apresentamos está apoiada no conceito da
concentração como uma habilidade treinável e que pode e deve estar presente nos programas
de exercícios com diferentes intencionalidades.
A concentração mental é um processo psíquico que consiste em centrar voluntariamente toda a
atenção da mente sobre um objetivo, objeto ou atividade que se está fazendo no momento,
deixando de lado todos os fatos ou objetos que possam ser capazes de interferir na atenção.
Como princípio, o controle da concentração se refere à:
ETAPA 1
Capacidade de estabelecer e manter o foco da atenção na tarefa proposta, no objetivo a ser
alcançado e no indicador de qualidade escolhido. Neste caso, elencamos o padrão respiratório,
o padrão postural ou o padrão de movimento como indicadores.
ETAPA 2
Capacidade de produzir imagens mentais específicas, relacionadas tanto aos movimentos, à
postura e à respiração, quanto aos resultados pretendidos.
ETAPA 3
Condição de aplicar a técnica de pensamento em oposição, sempre que necessário. Isso quer
dizer que devemos orientar o praticante para que esteja vigilante quanto aos pensamentos (e à
verbalização) que expressem conceitos e sentimentos que dificultarão o alcance dos resultados
pretendidos, frases ou pensamentos do tipo:
• “Detesto esse exercício”
• “Nunca vou conseguir fazer isso”
• “Não nasci para isso”
• “Já me acostumei com essa dor”
UMA VEZ QUE O PENSAMENTO OU A FALA EXPRESSEM ESTE
QUADRO MENTAL, O PRATICANTE DEVERÁ IMEDIATAMENTE
SUBSTITUI-LO PELO PENSAMENTO E FALA NO SENTIDO
POSITIVO E OTIMISTA.
 ATENÇÃO
Indicamos, anteriormente, as seguintes premissas:
• Todo exercício deve ser um exercício postural
• Todo exercício deve ser um exercício respiratório
Ao considerarmos a concentração como elemento presente em nossa concepção e abordagem
do método Pilates, assumiremos como premissa a ideia de que:
TODO EXERCÍCIO PRESCINDE DA CONCENTRAÇÃO
COMO ELEMENTO DE QUALIDADE DAS PRÁTICAS E
DEVE INICIAR A PARTIR DE UM QUADRO MENTAL
ANTECIPADO, COM ENFOQUE SOBRE O OBJETIVO, A
FORMA DE EXECUÇÃO E O RESULTADO
PRETENDIDO.
CONTROLE DO MOVIMENTO
Hoje em dia, a atividade física está sendo apontada como uma alternativa eficaz para a
manutenção da saúde. A atividade física regular combate o sedentarismo, além de prevenir e
tratar de doenças hipocinéticas, e deve ser entendida como todo e qualquer movimento
corporal, que envolva gasto energético, portanto, engloba as atividades de lazer, de trabalho,
atividades da vida diária e, especificamente, os programas de exercícios.
Neste caso, o controle do movimento como princípio, refere-se ao estudo, observação e
construção de habilidades que conduzam ao aprimoramento dos padrões de movimento
voluntário através dos exercícios do Método Pilates. Certamente, levaríamos uma eternidade
para que todos os detalhes relativos ao movimento humano pudessem ser abordados, assim
como os detalhes sobre a respiração, sobre a postura e sobre a concentração, tratados
anteriormente.
Podemos utilizar como referência para avaliar, selecionar tarefas e aplicar na forma de
exercícios físicos no método Pilates. Alguns pilares do movimento sugeridos por Marcus
Vinicius Gomes (2015) são:
PILAR DE FORÇA
Constituído pela cintura escapular, tronco e cintura pélvica.
PILAR DE MOVIMENTO
Constituído pelo ortostatismo e locomoção, rotações, ação de puxar e empurrar, mudanças de
centro de base.
PILAR DE ESTABILIDADE FUNCIONAL
Constituído pela mobilidade funcional, postura e equilíbrio, padrão funcional primário, controle
neuromuscular, simetria do movimento.
PILAR DA FORÇA FUNCIONAL
Constituído pela resistência cardiovascular, pela capacidade de recuperação pós esforço,
estabilidade do gesto motor, flexibilidade e nutrição.
PILAR DAS ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA
Constituído pelas ações de puxar e empurrar, subir e descer, mobilidade articular, carregar,
agarrar, levantar e alcançar.
Os seguintes elementos são sugeridos para analisar a qualidade do controle dos movimentos:
• Precisão (exatidão)
• Amplitude
• Cadência (velocidade, ritmo e fluidez)
• Integração
OS QUATRO INDICADORES DO CONTROLE
A integração foi escolhida como elemento de conexão entre todos os demais indicadores
apresentados e nos ajudará na formulação da premissa sobre o movimento da seguinte
maneira:
TODO MOVIMENTO, INTENCIONALMENTE
SELECIONADO PARA BENEFICIAR O PRATICANTE EM
DETERMINADO ASPECTO, DEVE SER REALIZADO
COM PADRÕES DE QUALIDADE, EXPRESSOS: POR
UMA SÓLIDA MATRIZ POSTURAL; POR UM
ADEQUADO PADRÃO RESPIRATÓRIO; PELO
COMPROMISSO EM MANTER O FOCO DA ATENÇÃO
NO OBJETIVO E NOS CRITÉRIOS DE QUALIDADE E
SEGURANÇA INDICADOS.
PRINCÍPIO DA INTEGRAÇÃO
A integração é uma palavra que tem origem no latim integrare, verbo que significa tornar inteiro
e designa o ato ou efeito de integrar. Houaiss (2001) define como ato ou ação de unir,
formando um todo harmonioso. Ação de restabelecer ou restaurar algo desintegrado.Neste conteúdo, assumiremos como definição de Integração:
A ABORDAGEM OU CONCEPÇÃO SOBRE O CORPO E
AS ATIVIDADES CORPORAIS QUE CONSISTE EM:
CONSIDERAR, AVALIAR, ANALISAR E CONSTRUIR
ROTINAS DE TRABALHO, CONSTITUÍDAS DE
EXERCÍCIOS FÍSICOS E OUTRAS TÉCNICAS, VISANDO
RESTABELECER, MANTER E APRIMORAR A
INTEGRAÇÃO DOS DIFERENTES ELEMENTOS E
DIMENSÕES CONSTITUINTES DO INDIVÍDUO.
Como vimos anteriormente, os elementos utilizados como referência para o trabalho de
integração são:
POSTURA
Expressa pelo nível de proficiência nos alinhamentos corporais, na relação entre
tensão/descontração, na estabilidade das posturas estáticas e dinâmicas e no equilíbrio.
RESPIRAÇÃO
Indica o compromisso com o aperfeiçoamento da qualidade e eficácia das trocas gasosas, bem
como dos efeitos sobre o bem-estar geral, e utiliza como referência os seguintes elementos:
amplitude, frequência, relação pausa/continuidade.
CONCENTRAÇÃO
Processo psíquico que consiste em centrar voluntariamente toda a atenção da mente sobre um
objetivo. Como princípio, o controle da concentração refere-se à capacidade de estabelecer e
manter a atenção, capacidade de produzir imagens mentais específicas, condição de aplicar a
técnica de pensamento em oposição, sempre que necessário.
MOVIMENTO
Refere-se ao estudo, à observação e à construção de habilidades que conduzam ao
aprimoramento dos padrões de movimento voluntário através dos exercícios do método Pilates.
Os seguintes elementos são sugeridos para tal finalidade: precisão (exatidão), amplitude,
cadência (velocidade, ritmo e fluidez) e integração.
Os músculos devem ser considerados como protagonistas nas práticas dos exercícios físicos
e, neste caso, o olhar sobre sua estrutura e função nos dá a clara indicação de que, além da
função individual de cada fibra muscular, de cada grupo de fibras (fascículos), de cada músculo
ou de cada grupamento muscular, existe um arranjo integrado pelas redes de tecido conjuntivo
que permite que os músculos realizem muito mais do que é descrito como função isolada.
As referidas redes de tecido conjuntivo, ou fáscia estão organizadas em diferentes níveis e
camadas e envolvem cada fibra muscular (endomísio), cada fascículo (perimísio) e cada
músculo (epimísio), contribuindo para a proteção, fixação, isolamento e cooperação para que o
corpo se posicione e se movimente de maneira adequada.
FLEXIBILIZAR OS TECIDOS, DESCOLAR AS CAMADAS
UMAS DAS OUTRAS E REPOSICIONÁ-LAS,
REDUZINDO AS TENSÕES E OS ENCURTAMENTOS,
ESTÃO ENTRE AS PRINCIPAIS TAREFAS
EMPREENDIDAS NO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO
(MYERS, 2010).
Myers (2010) descreve os trajetos e as tramas de tecido conjuntivo como sendo estruturas que
configuram meridianos da miofáscia, por onde estão distribuídos os componentes da
estabilidade, deformação, fixação, tensão, elasticidade, deformações e compensações
posturais.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Explorar o método Pilates de exercícios físicos a partir de uma abordagem histórica e
conceitual nos permitiu, a partir de um breve mergulho na história, compreender os motivos e
motivações relacionadas à origem do método. Além disso, identificar os seus elementos
estruturais e estabelecer um ponto de estudos e de prática a partir da identificação das duas
principais abordagens relacionadas à aplicação dos exercícios físicos em programas com
diferentes intencionalidades: a abordagem baseada na concepção do músculo isolado e a
abordagem baseada na concepção da anatomia integrada. Essa apropriação conceitual
ajudará na continuidade dos estudos sobre o método Pilates, especialmente, a respeito dos
exercícios físicos originais e das suas derivações, e permitirá escolhas mais acertadas em seu
campo de intervenção.
 PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRICOT, B. Posturologia Clínica. São Paulo: CIES BRASIL, 2010.
FIASCA, P. Descubriendo Pilates clássico puro: Teoria e prática com la misma intención de
Joseph Pilates. El método tradicional vs las mentiras em venta. 2010.
GALLAGHER, S.; KRYZANOWSKA, R. O método Pilates de Condicionamento Físico. 3 ed.
São Paulo: The Pilates Studio, 2000.
GALLAUE, D. L.; OZMUN, J. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças,
adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2001.
GOMES, M. V. S. Movimento inteligente MVF: Novas propostas de integração. Olinda: Livro
rápido, 2015.
HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa. Elaborado pelo
Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2004.
MENDONÇA, M. E. Ginástica holística: história e desenvolvimento de um método de
cuidados pessoais. São Paulo: Summus, 2000.
MYERS, T. W. Trilhos Anatômicos: Meridianos Miofasciais para Terapeutas Miofasciais e do
Movimento. São Paulo: Elsevier, 2010.
PILATES, J. Your health. New York: New and Easy-to-Read Edition, 1934.
PILATES, J.; MILLER, W. J. Return to life through Contrology. 1945.
RAMOS, J. J. Os exercícios físicos na história e na arte: do home primitivo aos nossos dias.
São Paulo: Ibrasa, 1982.
RIBAMAR, S. et al. Contrologia: O método Pilates original. Rio de Janeiro: SESEI/SENAI,
2010.
UNGARO, A. A promessa de Pilates: 10 semanas para um corpo novo em folha. São Paulo,
Phorte, 2006.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, veja como Bernard Bricot aborda o
papel dos exteroceptores na regulação da postura, em sua obra Posturologia Clínica, e explore
as possibilidades de integrar os exercícios oculares em seu trabalho, aprofundando o assunto
através das obras:
Movimento para a autocura/Self healing: um recurso essencial para a saúde de Meyr
Shneider, publicado pela editora Cultrix.
Abra seus olhos: passo a passo para enxergar melhor e sem óculos, escrito por Tatiana
Gebrael e publicado pela editora Buzz.
CONTEUDISTA
Luiz Antonio Pereira de Almeida
 CURRÍCULO LATTES
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