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Organizadora: 
Alecsandra Maria de Oliveira 
APRESENTAÇÃO 
 
Esta cartilha surgiu da necessidade de subsídios que contribuíssem 
para minha prática pedagógica ao lecionar na turma do 3º ano do Ensino 
Fundamental, primeiro ciclo, em 2013. Diante da ausência de informações 
sobre a história e culturas dos povos indígenas, particularmente em 
Pernambuco. Mas, também para superar as visões estereotipadas 
apresentadas nos livros didáticos e outros subsídios (quando estes chegam 
às escolas); e referendar os povos indígenas em Pernambuco, que são 
invisibilisados. 
Os textos foram elaborados, a priori, de maneira muito simples e 
para o uso pessoal, mas diante interesse de profissionais da educação 
elaboramos esta 2ª edição com dados informativos sobre aspectos das 
expressões socioculturais, étnicas, localização e população de cada povo 
indígena, a partir da leitura de alguns autores, inclusive de textos 
produzidos pelos próprios indígenas. 
 Buscamos objetividade nos assuntos abordados para discussões 
com as crianças que estudam no termino do primeiro ciclo da alfabetização 
e segundo ciclo do Ensino Fundamental. 
 
 
 
 
Alecsandra Maria de Oliveira nasceu em Riacho das Almas/PE, onde cursou o Ensino 
Fundamental e Magistério. É licenciada em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, 
Ciências e Letras de Caruaru (FAFICA) onde também foi membro do Grupo de Pesquisa 
Educação como Ação Cultural (GRUPEAC) integrando a Turma de Iniciação Cientifica 
e cursou a Especialização em Epistemologia e História. Cursou a Especialização em 
Culturas e Histórias dos Povos Indígenas, pela Universidade Rural Federal de 
Pernambuco (UFRPE) em 2015/2016. Como professora concursada desde 2006, leciona 
no Ensino Fundamental na rede pública de ensino municipal em Riacho das Almas. E 
atua como Educadora Popular. 
REFERÊNCIAS 
ARCANJO, Jozelito Alves. Toré e identidade étinica: Os Pipipã de Kambixuru (índios 
da Serra Negra). Recife, Universidade Federal de Pernambuco, 2003 (Dissertação 
Mestrado em Antropologia). 
ALMEIDA, Eliene Amorim. (Org.). Xukuru filhos da Mãe Natureza: uma história de 
resistência e luta. Olinda, Centro de Cultura, Luiz Freire, 1997. 
ANDRADE, Lara Erendina Almeida de. Recomposição do rural: territórios e 
identidades do Alto do Zé Onça à Fazenda Cristo Rei: de Pankararu Canafístula a 
Pankaiuká. Recife, UFPE, 2009. 
GASPAR, Lúcia. Índios Xucuru. Recife, Fundação Joaquim Nabuco, 2009. Disponível 
em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/. Acesso em 19/01/2017. 
________, Lúcia. Índios Fulni-ô. Recife, Fundação Joaquim Nabuco, 2009. Disponível 
em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/. Acesso em 19/01/2017. 
OLIVEIRA, João Pacheco. Etnologia dos “índios misturados”? Situação colonial, 
territorialização e fluxos culturais. In. OLIVEIRA, João Pacheco (Org.). A Viagem de 
volta: etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste indígena. Rio de Janeiro, 
Contra capa, 2004, p. 13-42. 
SILVA, Edson. Expressões indígenas da cultura imaterial em Pernambuco. In: 
GUILLEN, Isabel Cristina Martins (Org.). Tradições e traduções: a cultura imaterial 
em Pernambuco. Recife, Editora Universitária UFPE, 2008, p. 2015-231. 
 
SITES CONSULTADOS 
http://indiospe.blogspot.com.br/2008/05/tux.html 
https://pt.wikiversity.org/wiki/Wikinativa/Tux%C3%A1 
www.revistas.uneb.br/index.php/opara/article/view/ART0012 
Os Atikum 
 
Povo indígena: Atikum-Umã 
População: 4.631 (2010) 
Localização: Carnaubeira da 
Penha, Floresta e Salgueiro. 
Língua: A sua língua nativa 
não é mais falada, salvo raras 
palavras mencionadas nos 
cantos do Toré. 
 
Expressões socioculturais: 
Os Atikum expressam como outras populações indígenas em 
Pernambuco, muitos aspectos socioculturais. Dançam o Toré quando 
entoam cânticos com vocábulos da sua língua nativa, acompanhados de 
maracas feitas de cabaças e fumam cachimbos de madeira. 
Em um local afastado chamado “gentio”, realizam reuniões 
reservadas, onde cultuam os “Encantados de Luz”. 
Os Atikum são .onsiderados bons produtores agrícolas, Cultivam 
principalmente o milho, o feijão, a mamona e algumas frutas como banana, 
goiaba, pinha e laranja. Plantam, ainda, mandioca destinada ao fabrico da 
farinha. Praticam também a caça e possuem pequenos criatórios com bois 
e cabras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os Fulni-ô 
 
Povo indígena: Fulni-ô 
População: 4.260 (2010) 
Localização: Águas Belas 
Língua: Yaathe ou (Yathê) 
“que significa, nossa boca, 
nossa fala, nossa língua”. 
(GASPAR, 2009) 
 
Expressões socioculturais: 
Incluem a dança e a música. As danças dos Fulni-ô são inspiradas 
em vários animais e aves, sendo o Toré a mais tradicional. 
Os índios têm convívio diário com os não índios, todos falam duas 
línguas: o Yathé e o Português e vestem-se como os não índios. Vivem do 
artesanato da palha do ouricuri, (uma palmeira abundante na região onde 
habitam), comercializado nas feiras livres nas cidades próximas e até no 
Recife. Praticam também a agricultura de subsistência, criação de bovinos 
e suínos. A caça e a pesca, mas essas atividades são diminutas, devido aos 
desmatamentos e á poluição dos rios na região. 
O uso do cocar, pintura corporal ou adereços são marcas dos Fulni-
ô, assim como, o grande domínio das plantas medicinais. 
Além da aldeia sede, ao lado da cidade onde vivem, os Fulni-ô 
deslocam-se anualmente para outro local no interior do território indígena, 
onde durante três meses habitam e realizam os rituais do Ouricuri quando 
não é permitida a entrada de não índios. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: 
http://racismoambiental.net.br/2013/11/19/mpfms-
acordo-inedito-no-pais-destina-area-para-indigenas-da-
etnia-atikum/. Acesso em 19.01.2017 
 
Fonte: 
http://blognativoindigena.blogspot.com.br/p/indios-
fulni-o_25.html Acesso em 18.01. 2017 
 
 
 
 
 
Os Xukuru de 
Cimbres 
 
Povo indígena: Xukuru de 
Cimbres 
População: 880 (2010) 
Localização: Alagoinha, Pedra, 
Pesqueira e Venturosa 
Língua: Português 
 
Expressões socioculturais: 
Os Xukuru de Cimbres vivenciam anualmente os mesmos rituais e 
costumes dos Xukuru do Ororubá. 
Todos os anos no dia 23 de junho os Xukurus homenageiam Caô 
(São João) com “a busca da lenha”. Após a arrumação da fogueira é 
servido um jantar a todos, realizam “a novena”, “a queima da fogueira” e 
o “Toré” que é dançado em volta da fogueira guiado pelo Pajé e pelo 
tocador de memby (flauta utilizada pelos Xukuru). 
Durante a realização do Toré, além da vestimenta de palha, é usado 
o colar e a pintura corporal, ambos feitos com materiais retirados da 
natureza, também simbolizam a afirmação e fortalecimento da sua 
identidade. A pintura só é realizada durante os rituais, comemorações, 
apresentações, mobilizações e nas assembleias do povo. 
Apesar do nome Cimbres estes, após a separação dos Xukuru do 
Ororubá não tem a permissão de realizarem seus rituais na Aldeia Vila de 
Cimbres (onde habitam os Xukuru do Ororubá), mas Xukuru de Cimbres 
vivenciam os mesmos rituais nas terras onde atualmente habitam. A arte 
realizada com folhas da bananeira, sementes e madeira; a produção de 
milho, feijão, fava, mandioca, verduras, legumes, frutas, doces e bolos 
fazem parte da cultura de subsistência do povo e também são 
comercializadas. 
Os Xukuru do Ororubá 
 
Povo indígena: Xukuru do Ororubá 
População: 12.000 (2010) 
Localização: Pesqueira e Poção 
Língua: falam o Português, 
embora os mais velhos, pronunciem 
algumas palavras de sua língua 
originária como: “lombri= água; 
lomba= terra; clariu= estrela; amum= 
farinha; echalá= fava; maiu= panela; xigó= milho; chrichaú= feijão; 
memengo= bode, entre outras” (GASPAR, 2003) 
 
Expressões socioculturais: 
 Os Xukuru do Ororubá, anualmente vivenciam suas expressões 
socioreligiosas tais como: a “Festa de Mãe Tamain” (NossaSenhora das 
Montanhas) em 2 de julho e em 23 de junho louvam o “Senhor Seu” João 
Batista “Caô”, quando fazem “a busca da lenha”. Dirigindo-se a mata da 
caatinga próxima a Aldeia Vila de Cimbres, os índios trazem madeira para 
uma grande fogueira acesa à noite defronte a Igreja de Nossa Senhora das 
Montanhas, um templo católico romano. 
 “Nas festas dedicadas a Tamain os Xukuru participam ativamente: 
desde a Procisão da Bandeira, dançando o Toré, devidamente “fardados” 
com o Tacó (vestimenta de palha tradicional Xukuru), na frente do templo 
católico em Cimbres, ao transportar o andor.” (SILVA, 2008, p. 225) 
 Na Aldeia Vila Cimbres, e outras aldeias na Serra do Ororubá, 
realizam o Toré, os rituais com vestimentas de palha de milho ou coco e 
ao som das maracas, dançam e cantam durante toda a noite. 
 As principais culturas são milho, feijão, fava, mandioca, verduras, 
legumes, frutas, renascença, bordado e artesanatos com a folha da 
bananeira, sementes na produção de colares ou produção de cestos, etc. 
Fonte: acervo da pesquisadora Maria da Penha, 
Mulheres dançando Toré, 24.01.2017. 
 
Fonte: 
https://www.google.com.br/search?q=xukuru+de+ci
mbres&espv Acesso em 27.01. 2017 
 
 
 
 
 
Os Kambiwá 
 
 
Povo indígena: Kambiwá 
População: 2.911 (2010) 
Localização: Ibimirim, Inajá. 
Língua: Português 
 
 
Expressões socioculturais: 
Os Kambiwá praticam 
rituais, danças e fazem o próprio artesanato. O Toré é dançado durante as 
festas nas aldeias, reunindo homens, mulheres, adolescentes e crianças 
que, conduzidas pelos mais velhos e ao som de maracas feitas de cabaças, 
entoam cânticos em português, com algumas palavras da sua antiga língua 
de origem, que não é mais falada. A religião católica romana tem um papel 
importante na vida dos Kambiwá, que participam de missas, casamento, 
batizados e celebração de festas como a de São José. Também vivenciam 
os rituais do Praiá e do Ouricuri (rituais onde e permitida a participação 
apenas para os indígenas). 
Plantam milho, feijão, mandioca e mamona. A produção é pequena 
sendo a sua maior parte destinada ao consumo. O pouco que sobra é 
comercializado na feira livre de Ibimirim. A plantação de mandioca 
destina-se ao fabrico de farinha, alimento básico na dieta dos indígenas, 
produzida nas casas de farinha existentes no seu território. 
Praticam também a caça como atividade complementar para 
subsistência e dedicam-se à extração do mel de abelhas. O artesanato, 
produzido em pequena escala, constitui-se de peças para os trajes, rituais 
e de aiós (bolsas para caça), confeccionados com palha do ouricuri e a fibra 
do caroá. 
 
 
 
 
 
Os Kapinawá 
 
 
Povo indígena: Kapinawá 
População: 3.283 (2010) 
Localização: Buíque, 
Tupanatinga e Ibimirim 
Língua: Português 
 
 
 
Expressões socioculturais: 
 
 Os Kapinawá são cantadores e dançadores do samba de coco em 
muitos momentos importantes da vida comunitária, como a construção de 
casas e as festas religiosas. A partir dasm vivências com os não índios, 
mistura seus festejos com comemorações católicas. 
 Dançam o Toré, nos rituais que marcam a unidade do povo com a 
terra e os ancestrais, nas furnas (grandes cavernas) repletas de pinturas 
rupestres existentes no território indígena – algumas delas antigos 
cemitérios, que guardam as memórias desse povo e são locais sagrados 
para os indígenas. 
 Cultivam milho, feijão, mandioca, caju, castanha, criam bovinos e 
caçam. 
 Tem escolas e formação de professores, além disso, produzem o 
próprio material didático e possuem CDs e DVDs gravados com suas 
músicas e com documentários sobre sua história. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: 
https://www.google.com.br/search?q=imagem+povo+
kambiwá&espv=2&biw= Acesso em 18.01.2017 
 
 
Fonte: http://panoramacultural.com.br/extras-
expedicao-pernambuco-galeria-indios-kapinawa-
por-drica-melo/ Acesso em 19.01.2016 
 
Os Tuxá 
 
Povo indígena: Tuxá 
População: 261(2010) 
Localização: Inajá, 
Rio Moxotó. 
Língua: Português 
 
 
 
Expressões socioculturais: 
 
 Os Tuxá habitam a cidade de Inajá-PE e também nas cidades de 
Rodelas e Ibotirama ambas localizadas no estado da Bahia. Passaram a 
viver em três territórios, após a construção da hidrelétrica de Itaparica que 
deixou submersa suas antigas terras. 
Atualmente autodenominam-se como “Índios Tuxá Nação Proká 
Caboclos de Arco, Flecha e Maraca”. Dançam o Toré acompanhado de 
cânticos, da ingestão de bebida que consideram sagrada feita da jurema, 
com o uso de cachimbos de madeira ou barro e “um apito especial feito de 
madeira para atrair as forças especiais da aldeia”. Esse ritual é vivenciado 
por todo povo sem distinção de idade ou sexo. 
Outro ritual presente na vida desse povo é o “Particular”, que é uma 
cerimônia fechada, onde só é permitida a participação apenas dos homens 
e mulheres Tuxá casados. Usam colares de contas e vivem da caça, pesca 
e das roças que plantam de arroz, coco e cebola produzida em grade escala 
e destinada à venda. 
A pesca no Rio São Francisco, que se constituía numa importante 
fonte de alimentos, tornou-se limitada após a construção da Barragem de 
Sobradinho, mas ainda é uma atividade importante como meio de 
subsistência para os Tuxá. 
 
 
 
 
 
 
Os Truká 
 
Povo indígena: Truká 
População: 6.236 (2010) 
Localização: Cabrobó e Orobó 
Língua: Português 
 
 
 
 
Expressões socioculturais: 
 
Como os antepassados, dançam o Toré num terreiro marcado por 
uma cruz, onde apenas o Cacique possui trajes mais elaborados, feitos de 
fibra de caroá. Os demais participantes usam um pequeno saiote feito da 
mesma fibra e na cabeça um enfeite de penas. Para acompanhar os cânticos 
utilizam maracas feitos da cabaças. Como a maioria dos povos no 
Nordeste consumem a bebida feita de jurema e usam cachimbos nos 
rituais. 
Os Truká acreditam na força dos “Encantados” (seus ancestrais 
transformados em seres espirituais e fortemente ligados a Natureza). 
Habitam em sua maioria na Ilha de Assunção, no Rio São 
Francisco. Cultivam, principalmente, o arroz, a cebola e o coco. Também 
são pescadores. Na falta de chuvas as lavouras são irrigadas. Além do 
cultivo da terra, a única fonte de renda se limita a biscates na cidade de 
Ibimirim e Cabrobó 
A língua originária Truká não é mais falada, apenas alguns 
vocábulos no dia a dia ou nos cantos do Toré, como: kataioba (saia feita 
de fibras de caroá), pujá (tipo de cocar), quaquir (cachimbo). 
 
 
 
 
Fonte: 
http://www.irpaa.org/noticias/191/ameaca-grave-
para-o-povo-truka Acesso em 18.01.2017 
 
Fonte: 
http://xamaraka.blogspot.com.br/2013/
01/crianca-tuxa-vocabulario-tuxa-
tuxatuxa.html Acesso em 19.01.2016 
Os Pankará 
 
 
Povo indígena: Pankará 
População: 5.300 (2010) 
Localização: Itacuruba e 
Carnaubeira da Penha 
Língua: Português 
 
 
Expressões socioculturais: 
 
 O ritual do Toré tem uma estrutura básica: abertura, louvação, 
distribuição da bebida Jurema, chamamento das atividades, recebimento 
das “instruções” e o fechamento. 
 O Terreiro corresponde a um local de ritual marcado por um 
cruzeiro, em cuja base são colocados artefatos sagrados como imagens de 
santos, peças encontradas nos sítios arqueológicos e a jurema. Podem estar 
localizados bem próximos às casas, ou mais próximo às matas. 
Os “Gentios” são pequenos abrigos, geralmente em taipa, 
construídos próximos das residências, com um cruzeiro semelhante ao do 
Terreiro posicionado ao centro. É o local da “ciência oculta” com uma 
participação restrita da comunidade, sendo proibida a presença de não-
índios, local da cura, dos pedidos. 
Cultivam milho, feijão, guandu, mandioca, fava, diversos tipos de 
frutas para seu consumo e comercialização. 
Os que habitam em Carnaubeira da Penha são vizinhos dos Atikum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os Pankararu 
 
 
Povo indígena: Pankararu 
População: 5.500 (2010)Localização: Petrolândia, 
Tacaratu e Jatobá 
Língua: Português 
 
Expressões socioculturais: 
 
Inclui a dança e a música em seus rituais. As danças dos Pankararu 
ganham movimentos inspirados nos animais como o porco, o cachorro, a 
formiga e o sapo. O Toré é a mais tradicional manifestação cultural. 
Devido à atuação dos missionários, católicos os índios cultuam a 
religião católica romana, observam o calendário de festas populares 
religiosas, mas mantêm também rituais, danças e expressões da cultura 
Pankararu. 
As festas mais importantes são a Corrida ou Festa do Imbu, a 
Dança do Praiá ou manifestação dos Encantados e a Festa do Menino do 
Rancho. Sobre esses rituais guardam uma certa reserva em falar a respeito 
para os não-índios. 
A base da economia Pankararu é a agricultura. As principais 
culturas são o feijão, o milho e a mandioca. Os índios também 
comercializam a pinha, fruta típica da região e têm no artesanato uma fonte 
de renda complementar. A fabricação de farinha de mandioca, nas casas 
de farinha é, ainda, uma atividade comunitária entre os Pankararu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://sosriosdobrasil.blogspot.com.br/2010/09
/vamos-ajudar-os-indios-pankararu.html Acesso em 
19.01.2017 
 
Fonte:www.ufpe.br/remdipe/index.php?option=c
om_content&view=article&id=408&Itemid=245 
Acesso em 18.01.2017 
Entre Serras Pankararu 
 
 
Povo indígena: Entre Serras 
Pankararu 
População: 1.500 (2010) 
Localização: Petrolândia 
Língua: Português 
 
 
Expressões socioculturais: 
 
Os índios Entre Serras Pankararu vivem em um território dividido 
entre as terras indígenas Pankararu e as terras indígenas dos Entre Serras 
Pankararu. 
Assim como os Pankararu, os índios Entre Serras Pankararu também 
incluem a dança e a música em seus rituais como o Toré, onde os toantes 
(pequenas músicas) sempre são cantados. Ao som dos toantes também é 
realizada a dança do “Praiá”, que de acordo com Menezes e Pacheco 
(2013, p. 86) “a mulher não pode usar o Tonankiá (roupão feito de caroá 
usados nos rituais)”. 
Para a realização desses rituais: o “Menino do Rancho”, a “Corrida 
do Imbu”, a “Dança do Bate Gancho”, há regras para o grupo, em que 
mulheres e homens têm papeis definidos. Também realizam a pintura 
corporal durante a realização de alguns cerimoniais. 
As principais fontes da sustentabilidade econômica, são a agricultura 
com o plantio do feijão, milho, mandioca; a produção de frutas como: 
manga, pinha, caju e imbu, assim como, o emprego em empresas 
terceirizadas e a produção de arte da fibra do caroá, sementes e palha de 
Ouricuri. 
 
 
 
 
 
 
Os Pipipã 
 
 
Povo indígena: Pipipã 
População: 1.195 (2010) 
Localização: Floresta 
Língua: Português 
 
 
 
Expressões socioculturais: 
 
Como outros povos indígenas, dançam o Toré, que para os Pipipã 
expressam “elementos diferenciados da identidade ética”, comunicando 
uma nova relação com o passado e a reelaboração cultural e social desse 
povo, como afirmou o pesquisador Jozelito Arcanjo. 
Os Pipipã habitam na Serra Negra, em Floresta, vizinhos dos 
Kambiwá, que também tem a Serra como lugar sagrado. De acordo com o 
pesquisador, existem na Serra diversos espaços sagrados nos quais os 
índios realizam o ritual do “Aricuri” (Ouricuri). 
 Durante a dança do Toré os Pipipã utilizam vários acessórios: a 
cataioba, o cocar (o cocar simboliza a divisão do tempo, pois suas 
sementes pretas representam os doze meses do ano), a borduna, a maraca, 
colar, quaqui e o aió. 
Utilizam o caroá, uma planta nativa para confecção de rede, aió 
(bolsa de caça), cortinas, cordas, tapetes e as roupas utilizadas em nos 
rituais. As principais culturas de subsistência são o milho, o feijão, a 
mandioca, o jerimum, o algodão, a fava, a macaxeira, a melancia, etc. 
Também alimentam-se da caça de animais encontrados na região. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:https://www.google.com.br/search?q=i
magens+entre+serras+pankararu Acesso em 
19.01.207 
 
Fonte:https://www.ufpe.br/remdipe/index.php?opti
on=com_content&view=article&id=407&Itemid=26 
Acesso em 19.01.2017 
Os Pankaiwká 
 
 
Povo indígena: Pankaiwká 
População: 150 (2010) 
Localização: Jatobá 
no vale do São Francisco 
Língua: Português 
 
 
Expressões socioculturais: 
 
O povo Pankaiwká surgiu da organização de pessoas descendentes 
do povo Pankararu, que seduzidas pelas terras banhadas pelo rio São 
Francisco e buscando melhores condições de vida para as famílias, 
passaram a viver naquele lugar em Jatobá. 
Como descendem dos Pankararu, vivenciam os mesmos rituais do 
“Menino do Rancho”, “Praiá”, “Corrida do Imbu”, “Festa da Cansação”, 
também dançam o Toré e gostam de tomar garapa de cana, como 
observamos nos relatos da pesquisa realizada por Lara Andrade. 
 “Porém, há também diferenças rituais tendo em vista que estão a 
décadas fora do Brejo, o que permitiu outras vivencias com a sociedade 
envolvente e outros grupos étnicos.” Andrade (2009, p. 15) Isso 
possibilitou aos Pankaiwká a constituição de sua identidade. 
Produzem artesanato: pulseiras, brincos, roupão, fabricados com 
recursos extraídos da natureza. Produzem para subsistência o milho, 
macaxeira, feijão, goiaba, acerola, banana e cana para subsistência e 
venda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha de produção 
 
Organização: 
Alecsandra Oliveira 
 
Produção, pesquisas e textos: 
Alecsandra Oliveira 
 
Diagramação: 
Almir Basio 
 
Revisão dos textos: 
Edson Silva (UFPE) 
 
 
 
Fonte: 
http://www.avsibrasil.org.br/noticias/?id=518&a=2016 
Acesso em 19.01.2017

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