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Tecnologias na Construção Civil

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APRENDIZAGEM EM FOCO
TECNOLOGIAS NA 
CONSTRUÇÃO CIVIL
2
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Bibiana Zanella Ribeiro
Leitura crítica: Arthur Ribeiro Torrecilhas
Na disciplina de Tecnologias na construção civil, abordaremos sobre 
os conceitos, técnicas, modelos e ferramentas relacionados com a 
industrialização e gerenciamento da construção.
O objetivo principal do estudo é reconhecer técnicas construtivas 
empregadas em obras civis, o processo de industrialização e suas 
ferramentas de gestão. Além disso, reconhecer as melhores técnicas 
construtivas aplicadas às necessidades do projeto, a aplicação de 
filosofias contemporâneas e o gerenciamento prático da obra com 
modelos virtuais.
Vamos tratar deste assunto tão amplo sob dois aspectos distintos. O 
primeiro, voltado para as técnicas construtivas prediais, estudando a 
evolução das tradicionais alvenarias para os sistemas contemporâneos 
e industrializados, como alvenaria estrutural, pré-moldados e paredes 
de concreto, estruturas metálicas, wood frame, steel frame, drywall, 
construção modular (contêineres), entre outras tecnologias.
O segundo ponto tem como ênfase a gestão, o planejamento, o 
acompanhamento e a análise dos dados, com a aplicação de filosofias 
gerenciais contemporâneas com foco em resultados e com o uso 
de ferramentas complexas como o BIM, gerando racionalidade, 
padronização, redução de custos, de tempo e melhorias construtivas 
diversas, atendendo aos requisitos do conceito de indústria.
Importante salientar a combinação de recursos utilizados para a 
execução de projetos e obras civis é variável, que não há uma única 
resposta correta e que os fatores como tempo, local, disponibilidade 
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de mão de obra e materiais, entre outros, interferem nas decisões para 
cada empreendimento.
Espero que aproveitem ao máximo o conteúdo proposto e até uma 
próxima oportunidade.
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira 
direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática 
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar 
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática 
profissional. Vem conosco!
Evolução das técnicas construtivas
______________________________________________________________
Autoria: Bibiana Zanella Ribeiro 
Leitura crítica: Arthur Ribeiro Torrecilhas
TEMA 1
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DIRETO AO PONTO
A história da humanidade e a evolução dos processos 
construtivos das edificações são assuntos que se relacionam no 
decorrer do tempo, pois as construções atendiam, primeiramente, 
as necessidades humanas mais básicas e com usos coletivos e, 
posteriormente, ostentavam de poder e riqueza da sociedade. O 
fato é que cada período tem suas características peculiares das 
edificações e suas técnicas, refletindo os hábitos, conhecimentos 
e recursos disponíveis. A seguir, uma resumida linha do tempo 
para auxiliar nos seus estudos.
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Figura 1 – Linha do tempo história da arquitetura 
Fonte: elaborada pela autora.
7
Vale ressaltar que os períodos exemplificados na Figura 1 indicam 
os períodos mais representativos e as datas aproximadas em que 
tiveram início e fim.
Para o homem pré-histórico (até 3000 a.C.), sua principal 
preocupação era a proteção contra ameaças e abrigo das 
intempéries climáticas, juntamente com o desenvolvimento 
de outras áreas como caça, coleta e hierarquia no bando. As 
primeiras habitações eram improvisadas em aberturas em 
rochas existentes (o que era limitante em função de algumas 
localidades), evoluindo para cabanas construídas em madeira e 
palha. 
Na transição da pré-história para a história, no advento da escrita, 
os egípcios (entre 3000 a.C. e 300 a.C.) construíram obras como 
as pirâmides e esculturas grandiosas em rochas, edificadas no 
intuito de conectar o mundo dos vivos com o mundo dos mortos 
por meio dos deuses. Esse é um dos exemplos da modernização 
das edificações, tendo como base as crenças da sociedade.
Um pouco mais tarde, gregos (entre 1500 a.C. e 350 a.C.) e 
romanos (735 a.C. e 476 d.C.) desenvolvem edificações para 
diversos usos sociais, principalmente os coletivos. As termas 
eram pontos de encontro que contribuíam com a higiene e 
saúde da população, mas era, também, um ponto de encontro 
social. O crescimento das artes motivou a construção de teatros, 
anfiteatros e estádios, além das edificações em homenagem aos 
deuses mitológicos. Pilares e arcos são os elementos construtivos 
de destaque.
A arquitetura medieval (entre 800 d.C. e 1100 d.C.), ou também 
conhecida como Idade das Trevas, avança os limites da 
engenharia, elaborando projetos grandiosos, mais altos e com 
estruturas esbeltas, possibilitadas pelo desenvolvimento do 
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arcobotante e pelo uso de materiais mais leves como o vidro, por 
exemplo. Esteticamente, a arquitetura era coberta com elementos 
decorativos esculpidos e vitrais, divulgando histórias cristãs.
Os renascentistas (entre 1420 d.C. e 1700 d.C.), contestando as 
ideias medievais, tinham como base duas principais inspirações: 
as referências dos gregos e romanos pelo classicismo e as 
referências do homem como centro pelo Humanismo. Retomam-
se elementos com o uso das colunas e dos arcos, mas com 
materiais, formas e proporções atualizadas.
O estilo barroco (entre 1600 d.C. e 1725 d.C.) também tem como 
inspiração a divulgação fácil dos textos bíblicos católicos para 
a comunidade, e se utiliza de arte extravagante, com muitos 
detalhes e com o uso de materiais nobres para reforçar este 
objetivo. Com a expansão de territórios europeia, o estilo 
foi difundido no interior do Brasil, de forma adaptada às 
características dos materiais e da mão de obra disponível.
A Revolução Industrial (entre 1800 d.C. e 1914 d.C.) e os avanços 
tecnológicos como o cinema, o avião e a jornada espacial, 
além das duas Guerras Mundiais, influenciaram os arquitetos 
modernistas que pretendiam ser revolucionários, utilizando nas 
edificações estruturas de concreto armado, linhas retas, pilotis e 
iluminação natural por meio de janelas articuladas. 
A arquitetura contemporânea (a partir de 1945) se caracteriza 
pela inexistência de características padronizadas e pelos desafios 
construtivos, estéticos e tecnológicos, além de evoluir conforme 
as demandas atuais da sociedade e do mundo em que vivemos.
Referências 
GLANCEY, Jonathan. Arquitetura: um percurso visual pelos quatro cantos do 
mundo, da antiguidade aos tempos modernos. São Paulo: Publifolha, 2018.
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PARA SABER MAIS 
Se tem um material importante e comum na maioria das 
construções edificadas, desde a pré-história até os dias atuais, esse 
material é a pedra! As rochas são definidas como um corpo sólido, 
resultante de um processo geológico determinado, formado por 
agregados solidificados e compostos de um ou mais minerais (ISAIA 
apud SILVA, 2014).
Independentemente da sua constituição geológica e mineralógica, 
de suas características físicas, químicas e mecânicas, este material 
foi indispensável e utilizado nos mais diversos formatos, tamanhos 
e formas de aplicação, exigindo criatividade para sua extração, 
transporte e utilização nas construções de diversas obras.
As técnicas primitivas utilizadas envolviam a retirada e corte 
manual das rochas das jazidas, com ferramentas precárias e com a 
necessidade de esforço físico de muitas pessoas para o transporte 
e alocação das peças. A construção das edificações geralmente era 
próxima dos locais de retirada da matéria-prima.
Enquanto os egípcios utilizavam grandes pedras para a construção 
das pirâmides, os romanos utilizavam paralelepípedos menores, 
organizados em alvenaria, e a montagem dos arcos possibilitava o 
uso de vãos livres.
Rochas como o mármore, pedra sabão e granito, com acabamentos 
mais nobres e/ou delicadas foram utilizadas em revestimentos, 
mosaicos e obras de arte.
Calcários, dolomitos e gipsita, após processos de extinção e 
hidratação compõem a matéria-prima de cimentos, cal e gesso. O 
calcário também tem uso na agricultura,regulando o pH de solos 
para o plantio.
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Além destes usos, o advento dos explosivos e novos processos de 
mineração e britagem das rochas resistentes, permitiu o uso como 
agregados para concreto, lastros de ferrovias e pavimentação.
Devido à flexibilidade de usos (mesmo em um material tão rígido), as 
rochas se mostram versáteis às técnicas construtivas.
Referências
SILVA, Claudia C. da. Rochas na Construção Civil: tipos, aplicações e critérios 
de seleção. 2014. 90 f. Monografia (Doutorado em Construção Civil) – Escola de 
Engenharia, UFMG, Belo Horizonte, 2014.
TEORIA EM PRÁTICA
A evolução dos sistemas construtivos está relacionada com 
a resolução de problemas, considerando não só as técnicas 
construtivas, mas também influenciada por aspectos culturais, 
conhecimentos técnicos, disponibilidade de materiais, recursos 
financeiros e objetivos dos interessados/usuários.
Diante desta afirmativa e considerando o momento atual, é possível 
definir alguma tendência nos dias de hoje? Quais as soluções 
inovadoras possíveis para superar os desafios das edificações 
contemporâneas que você irá executar na sua carreira?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
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LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
Este trabalho, a partir das discussões realizadas no Colóquio 
Internacional “Na gênese das racionalidades modernas: em torno de 
Alberti” (IEAT/NPGAU/Escola de Arquitetura/UFMG, Belo Horizonte, 
abril/2011), sistematiza dez razões para o estudo da história da 
arquitetura, fazendo justiça às possibilidades de realização de um 
projeto até as necessidades de conferir novos parâmetros à criação e 
ao ensino, introduzindo a especificidade de sua racionalidade, de sua 
linguagem e de seu discurso, e limitar nossa impulsiva aderência ao 
contingente e ao local.
Indicações de leitura
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BRANDÃO, Carlos A. L. Por que estudar história da arquitetura? 
Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e 
Urbanismo da FAUUSP, São Paulo, v. 19, n. 32, p. 26-36, 2012.
Indicação 2
A leitura sugerida traz a reflexão sobre as mudanças de layout das 
residências e adaptações na rotina dos usuários em razão das medidas 
preventivas contra a Covid-19. Aborda, também, sobre como essas 
mudanças impactam o mercado habitacional brasileiro. 
DE MACEDO, Arthur J. A pandemia da Covid-19, e o ambiente de 
descontaminação nas unidades habitacionais brasileiras. Revista 
Políticas Públicas & Cidades, Belo Horizonte, v. 2359, p. 1552.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da 
questão.
1. O arquiteto alemão Ludwig Mies van der Rohe (professor e 
diretor da Escola Bauhaus) definiu arquitetura como “o desejo 
da época traduzido em espaço”. Diante desta afirmação, 
13
identifique as obras características de cada período, assinalando 
a alternativa que traz a associação correta entre as duas colunas: 
I. Egito Antigo 
a. A. Construção de edificações e obras 
de infraestrutura (pontes e aquedutos) 
utilizando a geometria dos arcos.
II. Grécia Antiga
b. Grandes templos erguidos sobre pilares 
esculpidos, com proporções e adornos 
refinados.
III. Roma Antiga c. Uso de estruturas metálicas em linhas retas e treliças espaciais.
IV. Período 
gótico
d. Construções e esculturas em grandes 
blocos em pedra, principalmente 
calcário, a maioria para rituais 
funerários.
V. Período 
industrial
e. Caracterizado pelos arcos ogivais e 
abóbodas arcobotantes.
a. I-D; II-B; III-A; IV-E; V-C.
b. I-B; II-A; III-C; IV-E; V-D.
c. I-C; II-E; III-D; IV-A; V-B.
d. I-D; II-C; III-E; IV-A; V-B.
e. I-E; II-C; III-D; IV-B; V-A.
2. Os diversos elementos da linguagem arquitetônica caracterizam 
e definem um período, destacando as intenções, as necessidades 
de uso, os conhecimentos e os recursos disponíveis. 
 
Assinale a alternativa INCORRETA sobre os elementos 
característicos de cada período. 
a. Na era industrial, os principais materiais utilizados são o aço e o 
vidro, em linhas esbeltas e treliças espaciais.
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b. Os romanos desenvolveram os sistemas hidráulicos para o 
abastecimento das termas e banhos públicos. 
c. A contemporaneidade é conhecida por não ter características 
marcantes definidas. .
d. O período românico é caracterizado pelo uso de arcos ogivais, 
arcobotante e vitrais.
e. Durante o período renascentista, as edificações ostentavam o 
uso de materiais nobres originados das colônias das Américas.
GABARITO
Questão 1 - Resposta A
Resolução: Os períodos são caracterizados conforme segue:
I. Egito Antigo 
 D. Construções e esculturas em grandes 
blocos em pedra, principalmente 
calcário, a maioria para rituais 
funerários.
II. Grécia Antiga
 B. Grandes templos erguidos sobre pilares 
esculpidos, com proporções e adornos 
refinados.
III. Roma Antiga
 A. Construção de edificações e obras de 
infraestrutura (pontes e aquedutos) 
utilizando a geometria dos arcos.
IV. Período 
gótico
 E. Caracterizado pelos arcos ogivais e 
abóbodas arcobotantes.
V. Período 
industrial
 C. Uso de estruturas metálicas em linhas 
retas e treliças espaciais. 
Questão 2 - Resposta D
Resolução: Os arcos ogivais, o arcobotante e os vitrais são 
características do período gótico. 
Industrialização da construção 
______________________________________________________________
Autoria: Bibiana Zanella Ribeiro 
Leitura crítica: Arthur Ribeiro Torrecilhas
TEMA 2
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DIRETO AO PONTO
As pesquisas comparativas entre sistemas convencionais e 
industrializados apontam inúmeras diferenças técnicas entre os 
métodos. O Quadro 1 compara alguns parâmetros técnicos entre os 
sistemas convencional e Light Steel Frame. 
Quadro 1 – Comparativo entre as técnicas construtivas 
convencional e LSF
PARÂMETRO DESCRIÇÃO 
CONVENCIONAL LSF 
Matéria-prima Utiliza produtos que degradam o meio 
ambiente e possuem alta geração de 
resíduos: Areia, brita, tijolo, cimento etc. 
Utiliza o aço, que é um dos produtos mais 
reciclados do mundo. As placas são produzidas 
nas fábricas, o que reduz desperdícios e 
garante qualidade. 
Estrutura Em concreto armado, a qualidade 
depende de fatores inconstantes, como 
mão de obra, temperatura, umidade, 
matéria-prima. 
O aço galvanizado é um produto certificado 
internacionalmente que obedece rigorosos 
padrões de qualidade. 
Instalações / 
projetos 
complementares 
Difícil compatibilização entre os projetos 
e as instalações necessitam de quebra 
de paredes, gerando desperdício e 
retrabalho. 
Fácil compatibilização e instalação, sem 
desperdício de materiais e sem retrabalho. 
Canteiro de 
obras 
Muitos materiais diferentes, de difícil 
armazenagem. Além disso, a execução 
produz desorganização e sujeira 
constante. 
Os materiais planos são de fácil armazenagem 
e organização do estoque e durante a 
montagem da edificação. 
Conforto 
termoacústicoO isolamento térmico e acústico é 
mínimo, pois permite a passagem de 
calor e sons pelas paredes, gerando um 
alto custo energético para a manutenção 
da temperatura. 
O isolamento térmico e acústico é mais eficiente 
e pode ser especificado em projeto de acordo 
com as necessidades. Todas as camadas, com 
diferentes materiais, promovem diferentes 
características, o que favorece o conjunto. 
Cronograma e 
orçamento 
Cronograma longo e impreciso. 
Orçamento impreciso. 
Cronograma cerca de 1/3 menor e orçamento 
de materiais preciso. Um bom projeto já 
considera os recortes das placas e o 
planejamento modular evita desperdícios. 
Utilização de 
água na 
execução 
Grande utilização de água no processo 
construtivo, para fabricação de concretos 
e argamassas quanto limpeza dos 
equipamentos. 
Utilização mínima durante a obra, com exceção 
das fundações (blocos, estacas ou radier). 
Manutenção 
pós-ocupação 
Dificuldade nos reparos de defeitos 
ocultos, exigindo quebra de paredes, não 
garantindo acabamento final perfeito. 
Manutenção simples dos defeitos ocultos, seja 
por shafts estratégicos ou reparos de fácil 
reparo e garantia de acabamento final 
imperceptível. 
Alterações de 
layout do 
ambiente e 
reformas 
Ampliações e reformas demoradas, com 
grandes desperdícios e causando 
transtornos. 
Ampliações e reformas rápidas e limpas, 
inclusive com a possibilidade de 
reaproveitamento da maioria dos materiais. 
Suporte eventos 
naturais 
Pequena resistência a terremotos e 
ventos fortes, recomendado somente em 
áreas isentas destes riscos naturais. 
Apresenta elevada resistência contra terremotos 
e ventos fortes, mesmo com sua estrutura leve. 
Patologias Alta probabilidade de aparecimento de 
patologias, com causas de difícil 
avaliação e resolução. 
Baixa probabilidade de aparecimento de 
patologias, com causas fáceis de investigação e 
resolução simples. 
 
Fonte: adaptado de Construseco (2016 apud DOGONSKI, 2016).
17
Ao comparar os sistemas, percebe-se que o LSF possui inúmeras 
vantagens em relação à alvenaria, o que não invalida a importância 
da construção tradicional. Além disso, o sistema atende aos requisitos 
mínimos do ponto de vista de segurança, conforto, durabilidade, 
entre outros.
O Quadro 2 demonstra o comparativo do índice de produtividade 
entre sistemas construtivos. Moraes (2020) lista, para avaliar a 
produtividade, os serviços a serem executados na obra e analisa o 
tempo necessário em homem hora/m² para cada etapa, e o somatório 
resulta no índice final. 
Quadro 2 – Comparativo de produtividade entre 
diferentes sistemas
ITEM ALTERNATIVA CONSTRUTIVA ÍNDICE DE 
PRODUTIVIDADE 
(Hh/m²) 
1 STEEL FRAME 2,91 
2 PAREDE DE CONCRETO E FORMA DE PVC 2,41 
3 BLOCO DE EPS + CONCRETO 9,0 
 
Fonte: adaptado de Moraes (2020).
O autor destaca que observou que o assentamento de blocos 
alonga o tempo de construção, afirmando a desvantagem quando 
comparado com sistema de vedação em placas (mesmo múltiplas 
camadas) e a concretagem única das paredes.
Pela análise dos quadros, pode-se concluir que o sistema LSF possui 
inúmeras vantagens técnicas quando comparado ao sistema de 
alvenaria e outras técnicas consideradas industrializadas. Um dos 
pontos que precisa ser analisado com cada situação é o aspecto 
financeiro, cabendo avaliação de compensação do custo dos materiais 
ao tempo de duração da obra, que reduz custos com mão de obra e 
mobilização do canteiro, e também com os custos de manutenção e 
reparos à médio e longo prazo.
18
Mesmo com tantas vantagens técnicas dos sistemas industrializados, 
os estudos apontam outros aspectos que tendem profissionais 
de arquitetura e clientes a optarem preferencialmente pelos 
sistemas convencionais, como: desconhecimento das técnicas 
pelos profissionais; dificuldade de encontrar materiais no mercado, 
especialmente no interior e pequenas cidades; dificuldade de 
encontrar e treinar mão de obra especializada; e questões culturais.
Referências 
DOGONSKI, Betina L. Estudo de viabilidade técnica e econômica do método 
construtivo Light Steel Frame em habitações sociais. 2016. 63 f. TCC 
(Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Regional do Noroeste do 
Estado do Rio Grande do Sul (Unijui), Santa Rosa, 2016. 
MORAES, Rafael da S.; FIGUEIREDO, Karoline. Sistemas construtivos alternativos 
para o cenário da construção brasileira: Estudo de caso de residência 
unifamiliar. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, 
São Paulo, ano 5, 3. ed., v. 2, p. 138-158, março/2020.
PARA SABER MAIS
Os desafios da indústria da construção civil acompanham 
tendências de mercado, que evidenciam a necessidade de as 
empresas incorporarem inovações tecnológicas em seus negócios 
para serem competitivas.
Autores tentam definir e diferenciar os conceitos de inovação e 
invenção. É consenso que inovação é a implantação de algo novo, 
mas já existente, sugerindo mudança positiva na aplicação de 
uma ideia, produto ou serviço adotado ou oferecido. Já o termo 
invenção seria o antecedente da inovação, pois sugere que é a 
ideia novidade e criação.
Há divergência entre os autores sob o aspecto da classificação 
entre os tipos de inovação. Independentemente disso e do 
19
sistema construtivo adotado, a inovação do setor da construção 
gera melhorias significativas nos quesitos produtividade, gestão 
de custos, melhoria da qualidade, gerenciamento de prazos, entre 
tantos outros aspectos.
Para a elaboração do Catálogo de Inovação da Construção Civil 
de 2016, os autores classificaram as inovações de acordo com 
a NBR 15.575, dividindo em seis partes: Sistemas de estrutura; 
Sistemas de piso; Sistema de vedação; Sistemas de cobertura; 
Sistemas de instalação; e Sistemas de ferramentas, máquinas 
ou equipamentos (CBIC, 2016). O catálogo elenca novidades no 
mercado em cada um destas modalidades, conforme destacamos 
alguns:
a. Sistema estrutural: laje em steel deck, escoramento de 
alumínio, Bubbledeck, fôrma-bloco, fôrma deslizante, 
escoramento ajustável, laje seca com painel cimentício, 
concreto autoadensável etc.
b. Sistema de pisos: concreto permeável, impermeabilização 
projetada, espaçador de porcelanado/cerâmica, piso reforçado 
com fibras, contrapiso flutuante, contrapiso autonivelante, 
membrana em borracha EPDM, piso elevado, piso plástico 
modular etc.
c. Sistema de vedação: painéis de bloco cerâmico pré-fabricado, 
sistema leve em madeira, fachada em painéis cimentícios, light 
steel frame, banheiro pronto, argamassa e gesso projetado, 
fachada curva, fachada ventilada, kit porta pronta, gabarito de 
alumínio para requadro de esquadrias etc.
d. Sistema de cobertura: telha shingle, telhado verde, Software 
Roof It para auxílio no projeto de coberturas etc.
e. Sistema de instalações: kit hidráulico pré-montado, automação 
residencial, fechadura eletrônica etc.
f. Ferramenta, máquina ou equipamento: uso de bisnaga, 
desempenadeira mecânica para pisos e contrapisos, 
20
trena a laser, misturadores de argamassa, britador móvel, 
drone, ferrodetector (detecção de armaduras de forma não 
destrutiva), scanner para canos PVC e cobre e fios elétricos) 
etc.
Importante destacar que a utilização destas ou outras inovações 
geram benefícios em cadeia, promovendo competitividade no 
mercado e transformando o setor da construção.
Referências
CBIC. Câmara Brasileira da Construção Civil. Catálogo de inovação na 
construção civil. Brasília: CBIC, 2016.
TEORIA EM PRÁTICA
Buscar novas possibilidades construtivas para atender aos requisitos 
técnicos, estéticos, de custo e dos clientes e usuários é o desafio dos 
profissionais de destaque no mercado atual.
Difícil que apenas uma única técnica construtiva seja a melhor 
em qualquer empreendimento, e esta decisão, em conjunto dos 
clientes, deve ser adotada com embasamento e conhecimento do 
responsável técnico.
Suponha estas situações propostas abaixo, avalie os requisitos e 
escolha, entre as técnicas construtivas, as melhores opções para 
cada umdos empreendimentos fictícios:
1. Infraestrutura para trilhas (recepção/banheiro/restaurante) e 
hospedagem turística (cabanas) em área reserva ambiental, 
em local 100 km afastado de cidade do interior e acesso em 
estrada de terra.
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2. Conjunto habitacional de interesse social, com 100 casas 
idênticas.
3. Prédio comercial com dois pavimentos, uso administrativo, 
com possibilidade de mudança de uso e layout.
Lembrando que não há uma única resposta e nem apenas uma 
resposta correta. O que varia é a avaliação e a justificativa para a 
tomada de decisão assertiva e consciente.
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
Indicações de leitura
22
Neste artigo, o autor explora os motivos para o desenvolvimento 
crescente das técnicas construtivas industriais em processos 
automatizados, destacando como vantagens os custos e tempos de 
produção, além da eficiência da mão de obra e a minimização do 
desperdício. Além disso, apresenta projetos e detalhes de diferentes 
obras na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai.
MAIZTEGUI, Belén. Arquitetura construída em fábricas?: 10 casas pré-
fabricadas e seus detalhes construtivos. Archdaily, [s.l.], 5 de julho de 
2021.
Indicação 2
Neste artigo é apresentado o marco de construção off-site (fora do local) 
no Brasil. O projeto e a execução foram desenvolvidos por uma equipe 
multidisciplinar e executado na cidade de Tubarão (SC).
ARCHDAILY BRASIL. Edifício de oito pavimentos é construído em apenas 
100 dias em Santa Catarina. Archdaily Brasil, [s.l.], 5 de julho de 2021.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
23
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da 
questão.
1. Os sistemas construtivos industrializados são consequência da 
evolução das técnicas construtivas e da necessidade construir 
de forma mais eficiente e rápida. Dessa maneira, quanto ao 
sistema Light Steel Frame, marque a única alternativa que não se 
enquadra nas vantagens do LSF.
a. Utilização de pouca água durante a execução da obra.
b. Fácil compatibilização e instalação dos sistemas complementares.
c. Uso de matéria-prima certificada e com rigoroso controle 
tecnológico. 
d. Cronograma longo e orçamento impreciso. 
e. Materiais com dimensões fáceis de transportar e armazenar. 
2. A definição: “a implementação de um produto (bem ou 
serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um 
processo, ou um novo método de marketing, ou novo método 
organizacional nas práticas de negócios, na organização do 
local de trabalho ou nas relações externas” (CBIC, 2016, p. 17), 
é referente à qual conceito? 
 
CBIC. Câmara Brasileira da Construção Civil. Catálogo de 
inovação na construção civil. Brasília: CBIC, 2016.
a. Racionalização.
b. Inovação.
c. Industrialização.
d. Invenção.
e. Sustentabilidade.
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GABARITO
Questão 1 - Resposta D
Resolução: O LSF permite um cronograma bem elaborado em 
relação ao sistema de alvenaria e o orçamento mais criterioso e 
preciso. As demais estão incorretas, porque descrevem o sistema 
LSF e mostram as vantagens na escolha do sistema.
Questão 2 - Resposta B
Resolução: A implementação de um produto (bem ou serviço) 
novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um 
novo método de marketing, ou novo método organizacional nas 
práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou 
nas relações externas trata-se da Inovação.
Construção enxuta
______________________________________________________________
Autoria: Bibiana Zanella Ribeiro 
Leitura crítica: Arthur Ribeiro Torrecilhas
TEMA 3
26
DIRETO AO PONTO
Todas as nossas ações, profissionais ou do dia a dia, precisam passar 
por algum tipo de planejamento, seja compras no supermercado, 
planejamento de estudos e horários, e às vezes coordenar horários 
com a família, entre diversas pequenas tarefas que compõem um 
plano maior da nossa vida.
Os autores defendem que o pensamento enxuto, ou lean, é mais 
que um conjunto de ferramentas. Trata-se de uma filosofia ampla, 
que não deve ser confundida com algo inalcançável, teórico, 
ideológico e muito menos mágico. Ressalta-se que é um processo 
livre e flexível, adaptado às mais diferentes realidades, sem fórmulas 
prontas ou ferramentas e metodologias impositivas.
O sistema lean, conforme Dennis (2008), é baseado em valores e 
princípios, entre eles a melhoria contínua, redução de desperdícios 
e trabalho em equipe. São as pessoas envolvidas na organização, 
em todos os níveis, que implantam e mantém o sistema cíclico em 
funcionamento, o que remete à melhoria contínua com a finalidade 
de um processo mais eficaz. 
O kaizen, ou melhoria contínua, consiste em um ciclo de 
planejamento, execução, acompanhamento e avaliação, além de 
ações corretivas e preventivas. O ciclo PCDA é a ferramenta mais 
indicada pelos autores para garantir a permanente evolução e 
implantação de soluções que resolvem os problemas, corrigem 
vícios e que evoluem os processos para uma sempre crescente 
eficiência. Ainda segundo Dennis (2008), a melhor solução para 
o hoje pode não ser a melhor opção para amanhã, e o ciclo bem 
aplicado consegue prever ou reagir rapidamente às variáveis que 
impactam na produção.
27
O engajamento, compromisso e comprometimento das pessoas 
envolve mais do que uma simples capacitação e uma reunião 
dizendo “de agora em diante vai ser assim e tudo será magnífico”. 
Para Ballé (et al., 2019), as equipes precisam se sentir parte ativa do 
processo, ouvidas em suas demandas e sugestões.
Para os autores é fundamental quatro principais mudanças na 
governança e cultura da organização:
• Redução de barreiras entre a alta gestão e os níveis 
operacionais.
• Soluções operacionais definidas em conjunto com as pessoas 
do setor.
• Motivação, trabalho em equipe, pertencimento etc.
• Comunicação entre os setores, garantindo alinhamento global.
Outro ponto importante é o conceito de redução de desperdícios, 
que não se resume aos óbvios desperdícios de tempo, material 
e recursos, mas abrange, também, todas as atividades que não 
agregam valor ao produto final e ao cliente.
Podemos descrever os desperdícios em oito principais categorias:
1. Desperdícios de superprodução.
2. Desperdícios de estoque.
3. Desperdícios de transporte.
4. Desperdícios de espera.
5. Desperdícios de processamentos desnecessários.
6. Desperdícios de movimentos improdutivos.
7. Desperdícios de elaborar produtos defeituosos.
8. Desperdícios intelectuais.
28
Para garantir dados seguros para análise dos processos é 
necessário a utilização de um padrão para servir como referência 
comparativa. Este padrão pode ser modificado a cada ciclo do PDCA, 
de forma promover a continuidade da melhoria dos processos e, 
consequentemente dos resultados.
Qualquer padrão estipulado, independentemente do parâmetro 
(tempo,qualidade, processo etc.) deve ser divulgado e ser atualizado 
sempre que necessário. O Quadro 1 mostra a eficiência do 
entendimento pelas pessoas das formas de divulgação de processos 
ou resultados padronizados, destacando que um meio textual é 
menos eficiente que um exemplo real.
Quadro 1 – Eficiência das formas de divulgação de um padrão
Meio de divulgação
Relação da eficiência da 
divulgação do padrão
Texto/manual/descrição Baixo impacto
Imagem/cartaz Médio impacto
Exemplo real Alto impacto
Fonte: adaptado de Fetranspor (2010).
No caso de implantar a filosofia enxuta na construção civil, 
principalmente em canteiros de obras, é o fator das variáveis 
serem de gerenciamento complexo. Enquanto indústrias como 
automobilísticas, farmacêutica, de aço ou qualquer outro ambiente 
fabril conseguem prever ou solucionar imprevistos de forma rápida, 
no canteiro de obras temos mais desafios devido às características 
específicas. Qualquer atividade em atraso pode gerar vários níveis 
29
de consequências e desperdícios em cadeia, geralmente gerando 
custos adicionais relevantes.
Concluindo, o lean é um modelo abrangente que deve permear toda 
a organização, e não só implantado no nível operacional. Deve fazer 
parte da cultura organizacional e da vida das pessoas. Além disso, 
é um sistema dinâmico, mutável e flexível, permitindo que cada vez 
seja mais eficiente. 
Referências
BALLÉ, Michael et al. A estratégia lean: para criar vantagem competitiva, 
inovar e produzir com crescimento sustentável. Porto Alegre: Bookman, 2019.
DENNIS, Pascal. Produção Lean Simplificada: um guia para entender o 
sistema de produção mais poderoso do mundo. Porto Alegre: Bookman, 2008.
PARA SABER MAIS
Por ser definida como uma filosofia abrangente, a mentalidade enxuta 
possui relação com outros conceitos importantes e contemporâneos, 
que são vistos como diferencial competitivo entre as organizações.
Entre esses conceitos, podemos citar a sustentabilidade, que possui 
relação bastante próxima com o lean construction. Os dois conceitos 
embasam boas práticas e ferramentas buscando objetivo em comum: 
mitigar desperdícios (de qualquer origem), diminuindo os impactos 
negativos da produção.
Os autores referidos definem sustentabilidade como a utilização 
de recursos no presente sem comprometer a utilização das futuras 
gerações, o que significa produzir de maneira eficiente. Comparando e 
relembrando, o lean promove a criação de valor de interesse ao cliente, 
e isso é atingido de forma ideológica e busca permanente por meio da 
redução dos desperdícios.
30
Além da produção, são considerados também outros fatores 
relacionados como: 
• Ciclo de vida do objeto – Tempo de uso e operação do produto.
• Manutenções periódicas – Evitando paradas para manutenção 
corretiva não programada.
• Produção de resíduos – Durante a fabricação e o uso do 
produto.
• Consumo energético e recursos hídricos – Durante a fabricação 
e o uso do produto.
• Emissão de gases e partículas poluentes – Durante a fabricação 
e o uso do produto.
• Retirada de matérias-primas de jazidas – Buscar reciclagem ou 
reuso da matéria-prima.
Claro que há interações negativas que merecem debate, como a 
aplicação do Just in time (JIT) (sistema administrativo que todas as ações 
da produção têm hora exata para ocorrer) sem considerar os impactos 
ambientais, por exemplo, o estudo da logística de transporte, que 
pode gerar grandes distâncias percorridas ou excesso de carga nos 
caminhões.
Então, quando uma empresa tem reais preocupações com a 
sustentabilidade é quase que indispensável implantar também os 
conceitos do lean em todos os seus processos.
Referências
ALMEIDA, Eduardo L. G. de; PICCHI, Flávio A. Relação entre construção enxuta 
e sustentabilidade. Ambient. constr., Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 91-109, 
mar./2018.
31
TEORIA EM PRÁTICA
Já vimos que as obras civis são diferentes das indústrias fabris, 
pelas particularidades dos sistemas da edificação e das tecnologias 
construtivas.
A diversidade do tipo de materiais, da necessidade de estocagem, 
do fluxo de entrada no estoque até a linha de produção deve 
ser estudada para cada canteiro de obras. Essas peculiaridades 
dependem principalmente da tecnologia construtiva utilizada. 
Obras em concreto armado necessitam de espaço para estoque e 
montagem das fôrmas em madeira, das armaduras, e do próprio 
concreto (quando não for fornecido por concreteiras terceirizadas), 
que necessita de especial atenção ao estoque de cimentos (rodízio, 
validade, umidade), areia (que deve ser protegida da umidade e 
de perdas) e britas. A logística nestes canteiros de obras, envolve 
coordenar a montagem das peças e o processo de concretagem, que 
pode ser complexo em terrenos com pouco espaço, ou obras verticais 
robustas, mesmo com concretagem controlada. Em obras que fazem 
uso de estruturas pré-moldadas ou metálicas, a logística é diferente, 
pois é necessário estocar, movimentar (as peças até a obra e no 
canteiro) e montar as peças e seus componentes.
Que tipo de ações devemos fazer no planejamento do layout de 
canteiros de obras para que os princípios do lean estejam presentes?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
32
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
O artigo discute a importância da aplicação da logística lean para a 
construção civil, relatando a relevância na continuidade do fluxo de 
trabalho e de produtividade.
DA VEIGA, S. A. Análise da Importância da Logística Lean Para 
A Construção Civil. Interação - Revista de Ensino, Pesquisa e 
Extensão, Varginha, v. 20, n. 2, p. 18-33, mar./2019.
Indicações de leitura
33
Indicação 2
O estudo verifica a aplicabilidade do Lean Construction em canteiros 
de obras em São Luís do Maranhão (MA), por meio de questionário 
aplicado para empresas afiliadas no Sinduscon-MA.
MARTINSA, J. B.; DEMÉTRIOA, J. C. C.; DEMÉTRIOA, F. J. C. Lean 
Construction: Uma análise comparativa em canteiros de obra de São 
Luís-MA. Revista de Engenharia, Minho, n. 54, p. 36-45, 2018.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Entre os princípios relacionados com a filosofia lean, pode-se 
considerar o erro ou problema como uma oportunidade de 
melhoria do processo e utilizar como ferramenta principal o ciclo 
PDCA. Este princípio é chamado de:
a. Engajamento.
b. Melhoria contínua.
c. Padronização.
d. Desperdícios.
e. Produção enxuta.
34
2. Sobre a relação entre outros conceitos e ferramentas, 
podemos apontar semelhanças entre a produção enxuta e 
a sustentabilidade. Quais os pontos em comum entre estes 
termos? 
a. Produtividade, trabalho e ambiente.
b. Padronização, engajamento e melhoria.
c. Meio ambiente, econômico e social.
d. Filosofia, método e ferramentas.
e. Processo, desperdíciose kaizen.
GABARITO
Questão 1 - Resposta B
Resolução: A melhoria contínua é o princípio de melhorar 
sempre, de forma cíclica e permanente. 
Questão 2 - Resposta C
Resolução: Os três pilares da sustentabilidade: meio ambiente, 
econômico e social se relacionam com os princípios da 
produção enxuta, pois, com a melhoria dos processos, é 
possível fazer mais com menos recursos, além de valorizar as 
pessoas envolvidas.
Utilização do BIM para a 
gestão de obras 
______________________________________________________________
Autoria: Bibiana Zanella Ribeiro
Leitura crítica: Arthur Ribeiro Torrecilhas
TEMA 4
36
DIRETO AO PONTO
O sistema BIM (Building Information Modelling), segundo Eastman 
(2014), é uma metodologia de trabalho, caracterizado pelo conjunto 
de ferramentas que possibilitam o planejamento e gerenciamento 
eficaz dos processos dos setores da arquitetura, engenharia e da 
construção, com impactos diretos nos custos e na produtividade dos 
serviços.
A Figura 1, conforme Sacks et al. (2021), demonstra que o sucesso da 
implantação do sistema requer investimento, articulação e interação 
dos elementos tecnologia (infraestrutura, softwares, equipamentos, 
segurança etc.), processos (padronização, fluxo, cronogramas, 
etapas etc.) e pessoas (novas formas de trabalho, flexíveis, abertas 
às mudanças etc.).
Figura 1 – Elementos fundamentais para implantação do BIM
Fonte: matdesign24/iStock.com. 
37
Kensek (2018) define o BIM também como um banco de dados 
integrado, composto por objetos paramétricos, que são classificadas 
em dimensões conforme a complexidade das informações 
atribuídas aos objetos e que podem ser manipulados por um 
conjunto de softwares. A Figura 2 mostra as dimensões do BIM e 
suas características.
Figura 2 – Dimensões do BIM
Fonte: https://sdseduca.com.br/as-dimensoes-do-bim/. Acesso em: 26 ago. 2021.
A interoperabilidade do sistema BIM é a capacidade de transferir 
dados de maneira eficiente, seja entre os domínios ou as 
plataformas utilizadas. A figura 3 compara, de forma esquemática, a 
38
interação entre as pessoas envolvidas pelo sistema tradicional não 
integrado e com a integração no sistema BIM.
Figura 3 – Atores responsáveis pela interoperabilidade do BIM
Fonte: https://biblus.accasoftware.com/ptb/bim-o-que-e-e-para-o-que-serve-tudo-o-que-
e-preciso-saber/. Acesso em: 26 ago. 2021.
Percebe-se que o BIM é uma metodologia com vasto campo de 
estudos e melhorias. Os profissionais atualmente não utilizam os 
recursos de todas as dimensões disponíveis pela complexidade 
dos parâmetros e interações, o que comprova a necessidade de 
pesquisa, desenvolvimento de sistemas e capacitação profissional.
Referências 
EASTMAN, C. et al. Manual de BIM: um guia de modelagem da informação 
da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores e 
incorporadores. Porto Alegre: Bookman, 2014.
KENSEK, K. Building Information Modeling: fundamentos e aplicações. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2018.
SACKS, R. et al. Manual de BIM: um guia de modelagem da informação 
da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores e 
incorporadores. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2021.
39
PARA SABER MAIS
Pelas características do BIM, pelas suas vantagens na aplicação 
e pela necessidade de articular os três elementos fundamentais 
(tecnologias, pessoas e processos), o Governo Federal (por meio 
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), 
busca incentivar a disseminação e democratização do BIM. 
Conforme descreve Mohr (2021), a estratégia BIM BR abrange 
diversas iniciativas, como reestruturação do setor público para 
adoção do BIM, capacitação de profissionais, desenvolvimento 
de tecnologias, criação de atos normativos, estabelecimento de 
critérios mínimos para contratação de obras públicas em BIM e 
desenvolvimento de normas técnicas e outros materiais.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio 
da Comissão de Estudo Especial de Modelagem e Informação 
da construção, é responsável, segundo Mohr (2021), pelos 
procedimentos de desenvolvimento e publicação das normas 
relacionadas ao BIM e descritas no Quadro 1.
40
Quadro 1 – Normas relacionadas com a Modelagem BIM
CÓDIGO TÍTULO 
ABNT NBR 12006-2 Construção da edificação – organização da 
informação da construção. 
Parte 2 – Estrutura para classificação. 
ABNT NBR 15965-1 Sistema de classificação de informação da 
construção. 
Parte 1 – Terminologia e estrutura. 
ABNT NBR 15965-2 Sistema de classificação de informação da 
construção. 
Parte 2 – Características dos objetos da construção. 
ABNT NBR 15965-3 Sistema de classificação de informação da 
construção. 
Parte 3 – Processos da construção. 
ABNT NBR 15965-4 Sistema de classificação de informação da 
construção. 
Parte 4 – Recursos da construção. 
ABNT NBR 15965-5 Sistema de classificação de informação da 
construção. 
Parte 5 – Resultados da construção. 
ABNT NBR 15965-6 Sistema de classificação de informação da 
construção. 
Parte 6 – Unidades e espaços da construção. 
ABNT NBR 15965-7 Sistema de classificação de informação da 
construção. 
Parte 7 – Informação da construção. 
 
 
 
Fonte: https://www.abntcatalogo.com.br/default.aspx. Acesso em: 25 ago. 2021.
Espera-se que a normalização aplicada ao BIM contribua com 
o entendimento dos conceitos e incentive o desenvolvimento e 
implementação do sistema BIM em todos os setores da construção 
civil, contribuindo com a gestão de custos, produtividade e outros 
critérios técnicos.
Referências
MOHR, Micheli. Primeira norma de BIM no Brasil: ABNT NBR 15965. Mais 
Engenharia, São Paulo, [s.d.].
41
TEORIA EM PRÁTICA
Já estudamos como o BIM funciona, seus conceitos e suas 
funções. Podemos, a partir dessas informações, listar vantagens e 
desvantagens do sistema e imaginar os desafios para a implantação 
do BIM em uma organização.
Alguns países já exigem o uso do BIM, principalmente em obras 
públicas, e o Brasil está no mesmo caminho.
Avalie e relacione vantagens e desvantagens de implantar o sistema 
BIM em uma empresa de médio porte, propondo soluções para 
transformar os desafios em oportunidades.
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
Indicações de leitura
42
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
Leia o capítulo 9, O futuro: construindo com BIM. Este capítulo destaca 
que o BIM é mais que um tipo de software, é uma atividade humana 
desenvolvendo mudanças nos processos da construção. É, também, 
uma tecnologia em desenvolvimento e que, impulsionados por 
fatores sociais, técnicos e econômicos. Em breve, o BIM contribuirá 
para melhorias nos processos construtivos.
No capítulo 10, Estudos de caso com BIM, são apresentados seis 
estudos de caso de projetos em que o BIM desempenhou um papel 
significativo, todos pioneiros na aplicação do BIM.
SACKS, Rafael et al. Manual de BIM: um guia de modelagem da 
informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, 
construtores e incorporadores. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2021.
Indicação 2
Este guia apresenta princípios e conceitos básicos do sistema de 
classificação da informação e suas principais aplicações nos processos 
BIM,com referências ao conjunto de normas ABNT NBR ISSO 12006-
2:2010 – Construção de edificação – Organização de informação 
da construção e ABNT NBR 15965 – Sistema de Classificação da 
informação da construção e suas partes.
43
ABDI. Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Classificação 
da informação no BIM: Guia 2 – Coletânea Guias BIM – ABDI-MDIC. 
Brasília: ABDI, 2015.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. O sistema BIM (Building Information Modelling) é uma 
metodologia de trabalho, caracterizado pelo conjunto de 
ferramentas que possibilitam o planejamento e gerenciamento 
eficaz dos processos dos setores da arquitetura, engenharia e da 
construção, com impactos diretos nos custos e na produtividade 
dos serviços (EASTMAN et al., 2014). 
 
EASTMAN, C. et al. Manual de BIM: um guia de modelagem 
da informação da construção para arquitetos, engenheiros, 
gerentes, construtores e incorporadores. Porto Alegre: Bookman, 
2014. 
 
Sobre o BIM, avalie as afirmativas e destaque a INCORRETA.
44
a. Para implantar o BIM é necessário investimentos em pessoas, 
processos e tecnologias.
b. A interoperabilidade permite a comunicação entre as pessoas 
envolvidas e diversas ferramentas compatíveis.
c. Pelo volume e complexidade das informações, apenas um 
software não é suficiente para tratar os dados com eficiência. 
d. Um objeto BIM é definido como a representação digital de um 
conjunto de dados.
e. O BIM é utilizado a partir da fase final do projeto, apenas para 
verificação de conflitos entre os sistemas da edificação.
2. Os sistemas baseados em BIM possuem um recurso que 
permite múltiplos usuários interagindo em um mesmo trabalho 
de forma coordenada, utilizando inclusive plataformas distintas. 
Este recurso é chamado de: 
a. Normalização.
b. Interoperabilidade.
c. Realidade aumentada.
d. Dimensões BIM. 
e. Modelagem.
GABARITO
Questão 1 - Resposta E
Resolução: A afirmativa está incorreta, pois o BIM deve ser 
implementado em todo o ciclo de vida da edificação, do início do 
projeto até a sua eventual demolição. As demais afirmativas estão 
corretas, pois são características sobre a implantação do sistema 
BIM. 
45
Questão 2 - Resposta B
Resolução: A interoperabilidade do sistema BIM é a 
capacidade de transferir dados de maneira eficiente, seja 
entre os domínios ou as plataformas utilizadas. 
BONS ESTUDOS!
	Apresentação da disciplina
	Introdução
	TEMA 1
	Direto ao ponto
	Para saber mais 
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 2
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 3
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 4
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Quiz
	Gabarito
	Inicio 2: 
	Botão TEMA 4: 
	Botão TEMA 1: 
	Botão TEMA 2: 
	Botão TEMA 3: 
	Botão TEMA 9: 
	Inicio :

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