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Crises convulsivas

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Crises convulsivas
Apresentação
Há bilhões de neurônios no cérebro humano. Eles se comunicam e executam funções por meio da 
geração de impulsos elétricos constantes. A crise convulsiva pode aparecer quando há um distúrbio 
na geração desses impulsos elétricos cerebrais, sendo originada por atividades elétricas cerebrais 
desorganizadas, excessivas e repetitivas.
 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá estudar como se identifica uma crise convulsiva, além de 
conhecer seus diferentes tipos e saber como prestar os primeiros socorros a uma vítima em 
convulsão.
 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar crises convulsivas.•
Reconhecer os diferentes tipos de crises convulsivas.•
Descrever o atendimento ao paciente com crises convulsivas.•
Infográfico
O que pode causar uma convulsão?
Diversos fatores podem desencadear uma crise convulsiva, podendo variar desde processos 
metabólicos a lesões cerebrais. No entanto, existem casos nos quais nunca se sabe a causa do 
transtorno.
Veja no Infográfico quais são as principais causas da convulsão e conheça alguns exemplos de 
fatores que podem desencadear essas causas.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/0ef664d4-c6c6-4e57-82ce-d25c2b080859/4c1b1f6a-3f97-49d2-870d-aa2b6ecdc592.jpg
Conteúdo do livro
Uma crise convulsiva pode ser parcial ou generalizada, conforme a quantidade de neurônios 
afetados. Quando a crise é parcial, o distúrbio elétrico fica restrito a apenas um grupo determinado 
de neurônios. Já quando a crise é generalizada, os impulsos anormais se espalham pelos dois 
hemisférios cerebrais.
Leia mais no capítulo Crises convulsivas, da obra Primeiros socorros, base teórica para esta Unidade 
de Aprendizagem.
Boa leitura.
PRIMEIROS 
SOCORROS 
Márcio Haubert
Crises convulsivas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar as crises convulsivas.
 � Reconhecer os diferentes tipos de crise convulsiva.
 � Descrever o atendimento ao paciente com crises convulsivas.
Introdução
As convulsões são caracterizadas por sinais e sintomas neurológicos 
temporários que duram poucos minutos e resultam em atividade elé-
trica neuronal anormal, paroxística e hipersincrônica no córtex cerebral. 
Geralmente, elas se apresentam como inúmeras contrações involuntárias 
de vários músculos do corpo, com início súbito causado por alterações 
nas funções cerebrais, e são acompanhadas de perda de consciência.
Neste capítulo, você estudará como se identifica uma crise convulsiva, 
seus diferentes tipos e os primeiros socorros a uma vítima em convulsão.
Convulsões
O cérebro humano contém bilhões de neurônios que se comunicam e execu-
tam suas funções devido à geração de impulsos elétricos constantes. A crise 
convulsiva, por sua vez, aparece quando há um distúrbio nessa geração, 
sendo originada por atividades elétricas cerebrais desorganizadas, excessivas 
e repetitivas. Basicamente, ela pode ser uma crise parcial, caso o distúrbio 
elétrico fique restrito a apenas um grupo de neurônios, ou ser chamada de 
crise convulsiva generalizada, se os impulsos anormais se espalharem pelos 
dois hemisférios cerebrais.
As convulsões resultam de uma descarga neural excessiva (não sincroni-
zada), e não necessariamente de uma doença em si, quando forem diagnosti-
cadas como doença, receberão o nome de epilepsia, sendo a crise convulsiva 
apenas um de seus sinais. Essa crise acontece quando está relacionada a 
alguns processos fisiológicos e patológicos, como febre, fatores metabólicos, 
emocionais e hormonais, ativação sensorial e ritmos circadianos. 
As crianças estão mais propensas e vulneráveis às crises convulsivas do 
que os adultos, devido à fase de crescimento e desenvolvimento associada ao 
período de maturação do sistema nervoso, relacionando-se à falta de sistemas 
inibitórios no sistema nervoso central.
Essas crises representam a alteração neurológica mais recorrente das 
emergências e correspondem a cerca de 1 a 5% dos atendimentos, excluindo 
o trauma. A maior parte delas, aproximadamente 80%, cessa antes do atendi-
mento hospitalar, não sendo necessário um tratamento com anticonvulsivantes 
no serviço de emergência. Os episódios que apresentam duração maior que 
cinco minutos podem implicar em riscos de lesões do sistema nervoso central.
O paciente será diagnosticado como portador de epilepsia se apresentar 
mais de uma crise convulsiva parcial ou generalizada sem uma causa óbvia e 
reversível, além de uma alteração cerebral que o predispõe a desenvolvê-las 
periodicamente, sem que haja alguma agressão ao cérebro para desencadeá-
-las. Por isso, não se pode dizer que uma pessoa que consumiu muita bebida 
alcoólica e desencadeou uma crise tenha doença epilética. Dessa forma, sabe-se 
que nem toda crise convulsiva é causada pela epilepsia. 
A seguir, você conhecerá algumas situações e alterações que podem pro-
vocar convulsões:
 � álcool ou drogas em excesso;
 � meningite;
 � hipoglicemia;
 � hipóxia cerebral;
 � desidratação grave;
 � alterações hidroeletrolíticas;
 � epilepsias;
 � febre;
 � infecções;
 � traumas na cabeça;
 � tumores cerebrais.
Entre os sintomas de uma crise convulsiva, estão os seguintes:
 � rigidez corporal;
 � queda da própria altura, brusca e desamparada;
 � salivação excessiva pela boca;
Crises convulsivas2
 � dilatação das pupilas (midríase pupilar);
 � estado de inconsciência;
 � palidez;
 � mordedura da própria língua e/ou dos lábios;
 � olhar vago, fixo;
 � perda do controle esfincteriano de urina ou fezes;
 � movimentos desordenados e involuntários;
 � olhos revirados;
 � suor excessivo.
Sequelas e complicações da convulsão
Embora sejam raras, as convulsões podem causar sérias sequelas.
Lesões graves
Pela falta de controle, o paciente pode esbarrar ou bater contra objetos cortantes e 
perfurantes, acarretando em lesões graves; e há um maior risco de lesões musculares 
devido às contrações e aos relaxamentos frenéticos.
Acidentes
Dependendo do momento em que o paciente tiver a crise, ele pode se envolver em 
acidentes, como os de trânsito ou de trabalho, pois os ataques ocorrem a qualquer 
momento e o indivíduo pode perder o controle do carro ao dirigir, se machucar ao 
operar máquinas no trabalho, etc.
Danos cerebrais
Pela sobrecarga de impulsos elétricos, o indivíduo pode ficar com danos cerebrais 
irreversíveis. Em alguns casos, há diminuição do fluxo de oxigênio para o cérebro, 
resultando em necrose de partes do tecido cerebral.
Convulsão pode matar?
Infelizmente, sim, ela pode matar. Embora seja rara, não se deve excluir essa possibili-
dade, a qual ocorre tanto indireta como diretamente. Ao ter um ataque convulsivo, o 
paciente pode se afogar com a própria saliva, sangue ou vômito. Além disso, o risco 
de se envolver em acidentes graves é maior, como já mencionado.
Morte súbita inesperada em epilepsia (SUDEP)
Em indivíduos com as convulsões descontroladas, pode ocorrer uma condição co-
nhecida como SUDEP, em que eles são encontrados mortos e, na autópsia, não há 
causa de morte.
3Crises convulsivas
Outro fato interessante é que não há evidências de ataques convulsivos a qualquer 
momento perto da morte e não se sabe se o indivíduo morreu durante o ataque ou se 
foi repentino. Uma teoria para isso envolve o fato de que, às vezes, as convulsões inibem 
ou interferem em áreas cerebrais responsáveis por funções vitais, como respiração e 
batimentos cardíacos, o que faz o paciente morrer asfixiado, por falta de oxigenação 
no cérebro e coração ou por parada cardíaca.
Tipos de crise convulsiva
Quando se trata de convulsão, geralmente vem em mente a imagem de uma 
pessoa se debatendo, babando e revirando os olhos freneticamente, porém, 
esse quadro está relacionado apenas a uma crise convulsiva generalizada, 
classificada como crisetônico-clônica. A seguir, você verá os mais importantes 
tipos que se apresentam divididos em dois grupos: crise convulsiva parcial e 
crise convulsiva generalizada.
Crise convulsiva parcial
Este tipo de crise ocorre quando os impulsos elétricos anômalos ficam restritos 
somente a uma região do cérebro, sem alteração do nível de consciência do 
paciente, e apresenta sintomas sutis, relacionados à região afetada. Entre seus 
sintomas, pode-se citar:
 � movimentos involuntários por apenas uma parte do corpo;
 � alterações sensoriais (paladar, visão, audição e olfato);
 � alucinações;
 � fala alterada;
 � vertigens;
 � sensação de ausência corporal.
Ela pode se apresentar como crise convulsiva parcial simples, na qual 
os sintomas das crises parciais são tão sutis que seu diagnóstico se torna de 
difícil previsão e ainda podem ser confundidos com doenças psiquiátricas.
Crises convulsivas4
Já quando se trata de crises convulsivas parciais complexas, o quadro clínico 
se demonstra mais rico e intenso, pois o paciente não tem a menor consciência 
do que está fazendo ou acontecendo. Geralmente, elas são precedidas por 
uma crise parcial simples, a qual recebe o nome de aura, um termo que dá 
a ideia de um tipo de aviso de que a crise está chegando, como se fosse um 
sentimento de previsão.
O comportamento do paciente na crise parcial complexa apresenta-se com 
movimentos repetidos, em geral nos lábios (beijos e mastigações), andar em 
círculo, olhar fixo, puxar a roupa em tiques nervosos, virar a cabeça de um lado 
para o outro, esfregar as mãos vigorosamente, etc., de maneira inconsciente. 
Algumas vezes, esse indivíduo é capaz de obedecer a ordens e consegue falar, 
porém, apresenta discurso incoerente.
Seu tempo de duração é de, aproximadamente, um minuto e, assim que 
ela acaba, o paciente retoma a consciência de modo confuso e sem saber ao 
certo o que aconteceu. Em geral, a última lembrança se trata da crise parcial 
simples, a aura, que antecedeu a complexa. Os indivíduos podem começar 
com uma crise simples, evoluindo para uma complexa e terminando com 
uma generalizada. 
Crise convulsiva generalizada
Este é o tipo de crise convulsiva mais conhecido, também chamado de grande 
mal, e ocorre quando os hemisférios cerebrais são afetados por descargas 
elétricas desordenadas. Sua característica mais marcante se trata da crise 
tônico-clônica, um quadro bastante sério, pois o paciente subitamente apresenta 
rigidez dos músculos e cai inconsciente de imediato, seguindo com movimentos 
rítmicos e rápidos dos membros superiores e inferiores. Em geral, ocorre perda 
do controle dos esfíncteres fecais e urinários, trazendo uma situação muito 
constrangedora, e o paciente apresenta salivação excessiva e mordedura da 
própria língua, causando uma espuma avermelhada que sai pela boca.
As crises tônico-clônicas comumente duram entre um e três minutos e, 
ao final, o paciente apresenta grande cansaço, sonolência, confusão mental 
e amnesia, e não lembra o que aconteceu durante tal período. Nesse tipo de 
crise generalizada, encontra-se a crise convulsiva atônica, que se manifesta 
com a perda súbita do tônus muscular, fazendo a pessoa acometida cair, em 
geral, ela é curta e dura menos de 15 segundos, mas, devido à queda, pode 
causar traumatismos corporais.
5Crises convulsivas
Crise de ausência
É uma das manifestações possíveis da crise convulsiva generalizada e pode 
ser chamada de pequeno mal. Nesse tipo, o paciente perde o contato e a cons-
ciência com o mundo externo, ficando parado, com o olhar fixo. Há também 
alguns automatismos, por exemplo, piscar os olhos repetidamente, como na 
crise parcial complexa, a diferença está no tempo de duração, pois a crise de 
ausência é mais curta, durando em média 20 segundos e podendo ocorrer 
várias vezes ao dia, independentemente de o indivíduo apresentar aura ou 
confusão mental ao final delas. Em geral, ele retoma a atividade que estava 
fazendo sem perceber, como se nada tivesse acontecido.
Em pessoas portadoras de epilepsia, as crises convulsivas generalizadas 
podem ser desencadeadas por flashes repetidos de luz ou por hiperventilação, 
o que ocorre com maior facilidade na infância e costuma desaparecer após 
a adolescência.
Status epileticus
Status epileticus ocorre quando a convulsão inicia e não termina após muitos 
minutos, geralmente após cinco minutos, ou ainda quando o paciente apresenta 
diversas crises sem que haja tempo de recuperação de consciência entre elas. A 
maioria das crises é chamada de autolimitada, não necessitando de tratamento 
médico imediato à sua ocorrência; já no caso de status epileticus, a pessoa 
deve ser levada com urgência ao atendimento médico, pois sua complicação 
pode acarretar em lesões cerebrais.
Convulsão febril
Este tipo de convulsão acomete sobretudo crianças entre seis meses e seis anos 
que apresentam quadro febril acima de 38 ºC, trazendo muita apreensão aos 
pais, mas é benigno e não causa lesão cerebral. É algo comum e ocorre em até 
5% das crianças dentro da faixa etária indicada, assim, aquelas que têm somente 
convulsões febris não podem ser diagnosticadas como portadoras de epilepsia.
O fator desencadeante da convulsão é a febre, e o tipo de crise pode ser 
parcial, sendo a mais comum a complexa, podendo incluir as tônico-clônicas. 
Geralmente, essas convulsões são mais demoradas do que as epiléticas, du-
rando até 15 minutos. 
Crises convulsivas6
Os quadros de convulsões febris não geram maiores complicações à criança 
e tendem a desaparecer com a idade — o mais indicado é leva-la a uma consulta 
médica, para o motivo da febre ser investigado e confirmar que se é apenas 
uma convulsão desencadeada pela febre, e não por epilepsia. As crianças 
que geralmente apresentam essas convulsões devem ter mais vigília quando 
começar a febre; e o seu controle, ser realizado por meio de antitérmicos 
prescritos e banhos de água levemente morna.
Cirurgias para convulsão
As cirurgias são indicadas somente nos casos em que o paciente tem vários episó-
dios convulsivos e o uso dos medicamentos não surte efeito. Existem dois tipos: as 
que removem uma porção do cérebro, e as que interrompem o caminho do nervo, 
fazendo-o perder a conexão com outros nervos e evitando alterações exacerbadas.
Essas cirurgias acarretam em grandes riscos, uma vez que o cérebro é o principal 
responsável pela maioria das funções do organismo, por isso, deve-se pensar na pos-
sibilidade de operação considerando as vantagens e desvantagens, além da vontade 
do paciente.
Lobectomia
Geralmente, ela é indicada para convulsões parciais simples ou complexas e remove 
apenas a parte do cérebro em que a crise se inicia.
O cérebro se divide em lobos, e a cirurgia pode remover o lobo inteiro ou apenas 
uma parte. Em casos extremos, remove-se um hemisfério inteiro com a cirurgia he-
misferectomia, porém, dependendo da idade do paciente, ele pode não sobreviver.
Calosotomia
O corpo caloso é uma ponte nervosa que conecta um lado do cérebro ao outro. Na 
calosotomia, as fibras nervosas que compõem essa ponta são cortadas, não havendo 
remoção de tecido cerebral.
Essa cirurgia costuma ser mais indicada para as crises generalizadas do tipo tônico-
-clônicas e mioclônicas e nem sempre resolve o problema das convulsões, mas os 
ataques passam a se limitar a apenas um lado do cérebro, pois não conseguem se 
espalhar para o outro, devido à falta de conexão do corpo caloso. Felizmente, esse 
procedimento melhora a concentração do paciente, o que pode ocasionar um ganho 
na função intelectual.
7Crises convulsivas
Transecção subpial múltipla
Às vezes, a parte do cérebro em que se originam as convulsões é também respon-
sável por funções importantes, como movimentação e linguagem, por isso, não se 
recomenda a remoção dessas áreas.
Nesses casos, utiliza-se a técnica da transecção subpial múltipla, que consiste em 
pequenas incisões no cérebro, em regiões que auxiliam a propagação dos impulsos 
elétricos. Danificando essas partes,pode-se evitar crises intensas.
Primeiros socorros
O mais importante em uma crise convulsiva é manter a calma, pois a maioria 
delas é autolimitada e se resolve espontaneamente — se você se apresentar 
nervoso e agitado, pode piorar ainda mais o estado da pessoa acometida pela 
crise. Veja no Quadro 1 o que fazer nesses casos.
Lembre-se de que crises generalizadas podem ser precedidas pelas 
parciais, por isso, se o paciente estiver em pé ou sentado, o ideal é 
deitá-lo para evitar quedas e traumatismos decorrentes dela.
Retire os óculos do rosto da vítima, se ela estiver usando-os.
Procure afastar curiosos e pessoas que não poderão ajudar.
Não dê tapas no rosto da vítima, nem mesmo jogue 
água para fazê-la retornar da crise mais rápido.
Afaste objetos que possam servir de obstáculos que machucarão a vítima.
Não tente imobilizar os membros se o paciente apresentar uma crise tônico-
-clônica e deixe que ele se debata, buscando apenas proteger sua cabeça 
com uma almofada ou outro objeto macio, como um casaco dobrado.
Afrouxe as roupas da vítima e deixe-a se debater livremente.
Nunca, de maneira alguma, coloque os dedos dentro da boca do paciente na 
tentativa de ajudá-lo, se ele se sufocar com a própria língua. Os indivíduos em 
crise contraem a mandíbula com tanta força que podem amputar seus dedos 
com uma mordida. Faça apenas a simples lateralização da cabeça para qualquer 
lado, assim, a língua cairá sozinha, e ele terá as vias aéreas desobstruídas.
Quadro 1. Como proceder diante de uma crise convulsiva
(Continua)
Crises convulsivas8
Quadro 1. Como proceder diante de uma crise convulsiva
Nunca coloque objetos, como colher, dentro da boca do paciente 
para segurar sua língua, essa tentativa coloca sua integridade em risco, 
além de facilitar que ele machuque a boca ou quebre os dentes.
Faça a lateralização da cabeça, pois ela impedirá que 
o paciente se afogue com a própria saliva.
Chame ajuda médica se a crise durar mais do que cinco minutos.
Deite o paciente confortavelmente de lado e deixe-o descansar ao terminar 
a crise, pois ele pode permanecer desacordado por algum tempo.
Nunca ofereça nada de beber ou de comer logo após a crise, pois o 
paciente pode não conseguir engolir direito, ficando mais propenso 
ao risco de aspiração de alimentos ou de líquidos para o pulmão.
Evite comentários sobre o atendimento de uma convulsão, 
tanto durante como após o socorro, pois a pessoa já se encontra 
desconfortável o suficiente com a ocorrência da crise.
Permaneça junto à vítima até que ela se recupere totalmente. Apresente-se a ela, 
demonstrando atenção e cuidado com o caso, e informe-a de onde está e com 
quem, proporcionando segurança e tranquilidade. Pode ser muito útil saber 
se a pessoa é portadora de epilepsia e se está em dia com suas medicações.
Faça uma inspeção geral no estado da vítima após a crise, a 
fim de verificar se ela está ferida ou sangrando. Se apresentar 
alguma lesão, encaminhe para o atendimento médico.
(Continuação)
Para conhecer os principais tipos de convulsões, acesse 
o link ou código a seguir.
https://goo.gl/RJdgBp
9Crises convulsivas
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Núcleo de Biossegurança. 
Manual de primeiros socorros. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2003.
CHAVES, M. L. F.; FINKELSZTEJN, A.; STEFANI, M. A. (Org.). Rotinas em neurologia e 
neurocirurgia. Porto Alegre: Artmed, 2008.
GIESEL, V. T.; TRENTIN, D. T. (Org.). Fundamentos da saúde para cursos técnicos. Porto 
Alegre: Artmed, 2017 (Série Tekne).
GREENBERG, D. A.; AMINOFF, M. J.; SIMON, R. P. Neurologia clínica. 8. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2014.
HAUSER, S. L.; JOSEPHSON, S. A. Neurologia clínica de Harrison. Porto Alegre: AMGH, 
2015. E-book.
MERCATELLI, R. Conheça os principais tipos de convulsões. 2015. Disponível em: <ht-
tps://vivasaude.digisa.com.br/clinica-geral/conheca-os-principais-tipos-de-convul-
soes/2598/>. Acesso em: 06 jun. 2018.
SHAH, K.; MASON, C. Procedimentos de emergência essenciais. Porto Alegre: Artmed, 
2009.
SILVA, D. B. (Org.). Manual de primeiros socorros. Alfenas: UNIFENAS, 2007.
STONE, C. K.; HUMPHRIES, R. L. CURRENT: medicina de emergência: diagnóstico e 
tratamento. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
TOYC, E. C.; SIMPSON, E.; TINTNER, R. Casos clínicos em neurologia. 2. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2014.
Leituras recomendadas
Crises convulsivas10
 
Dica do professor
As convulsões são definidas como alterações que provocam contrações involuntárias dos músculos 
do corpo devido ao funcionamento inadequado do cérebro, que recebe uma descarga elétrica 
anormal. Esse distúrbio, que pode ocorrer de modo espontâneo ou em decorrência de algum 
evento exógeno, normalmente dura de um a cinco minutos. 
Veja no vídeo da Dica do Professor alguns aspectos importantes a serem considerados acerca das 
convulsões.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 
 
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/9f17e274587ede4c1079680d53cfeb32
Exercícios
1) Como você viu nesta Unidade de Aprendizagem, nem toda crise convulsiva é causada pela 
epilepsia. Com base nessa afirmação, marque a alternativa que contempla APENAS 
situações e alterações que podem provocar convulsões:
A) Álcool ou drogas em excesso, meningite, hiperglicemia, hipóxia cerebral e desidratação grave.
B) Álcool ou drogas em excesso, meningite, hipoglicemia, hipercapnia cerebral e desidratação 
grave.
C) Álcool ou drogas em excesso, meningite, hipoglicemia, hipóxia cerebral e desidratação grave.
D) Álcool ou drogas em excesso, meningite, hipoglicemia, hipóxia cerebral e excesso de 
hidratação.
E) Hipertensão arterial sistêmica, meningite, hipoglicemia, hipóxia cerebral e desidratação grave.
2) A crise convulsiva parcial, também conhecida como crise convulsiva parcial simples, ocorre 
quando impulsos elétricos anômalos ficam restritos somente a uma região do cérebro. Esse 
tipo de crise ocorre sem alteração do nível de consciência do paciente e apresenta sintomas 
sutis, relacionados à região do cérebro afetada. Dentre seus sintomas podemos citar:
A) Movimentos involuntários por apenas uma parte do corpo; alterações sensoriais (paladar, 
visão, audição, olfato); alucinações; fala alterada; vertigens e sensação de ausência corporal.
B) É um tipo de crise convulsiva que não apresenta sintomas. Portanto, podemos classificá-la 
como assintomática.
C) Movimentos involuntários difusos por todo o corpo; alterações sensoriais (paladar, visão, 
audição, olfato); alucinações; fala alterada; vertigens e sensação de ausência corporal.
D) Movimentos involuntários por apenas uma parte do corpo; não apresentam alterações 
sensoriais (paladar, visão, audição, olfato); alucinações; fala alterada; vertigens e sensação de 
ausência corporal.
E) Movimentos involuntários por apenas uma parte do corpo; alterações sensoriais (paladar, 
visão, audição, olfato); alucinações; fala preservada e sensação de ausência corporal.
3) A crise convulsiva generalizada é o tipo de crise convulsiva mais conhecido, também 
chamado de grande mal. Ocorre quando ambos os hemisférios cerebrais são afetados por 
descargas elétricas desordenadas. Sua característica mais marcante é a crise chamada 
tônico-clônica. Dentre as alternativas a seguir, qual apresenta sinais corretos desse tipo de 
crise?
A) Movimentos involuntários por apenas uma parte do corpo; alterações sensoriais (paladar, 
visão, audição, olfato); alucinações; fala alterada; vertigens e sensação de ausência corporal.
B) O paciente subitamente apresenta rigidez dos músculos e imediatamente cai inconsciente. No 
chão, segue com movimentos rítmicos e rápidos dos membros superiores e inferiores. É 
comum ocorrer perda do controle dos esfíncteres fecais e urinários. É também comum o 
paciente apresentar salivação excessiva e mordedura da própria língua, causando um 
espumamento avermelhado que sai pela boca.
C) Nesse tipo de crise, o pacienteperde contato e consciência com o mundo externo, ficando 
parado e com o olhar fixo. Podem ocorrer alguns automatismos, como piscar os olhos 
repetidamente da mesma maneira que ocorre na crise parcial complexa.
D) A convulsão inicia e não termina após muitos minutos, geralmente após cinco minutos, ou 
ainda quando o paciente apresenta diversas crises sem que haja tempo de recuperação de 
consciência entre elas.
E) O fator desencadeante da convulsão é a febre e o tipo de crise convulsiva pode ser parcial, 
sendo a mais comum, ou a complexa, podendo ocorrer crises tônico-clônicas. É comum que 
as convulsões febris sejam mais demoradas do que as crises epiléticas, podendo durar até 15 
minutos.
4) As convulsões podem ter como causas epilepsia, febre alta, intoxicações ou lesões cerebrais. 
A vítima cai inconsciente, seu corpo fica tenso e ela se debate violentamente com espasmos 
musculares de dois a quatro minutos. Marque a alternativa que contém ações corretas de 
atuação frente a uma crise convulsiva:
A) Afrouxe as roupas da vítima e segure-a para evitar que ela se debata até os movimentos 
pararem.
B) Jogue água fria no rosto da vítima.
C) Chame vigorosamente a vítima, sacudindo-a pelos ombros.
D) Coloque a mão dentro da boca da vítima para puxar sua língua.
E) Não tente abrir a boca da vítima com uma colher ou com outro objeto para que ela possa 
respirar e não morder a língua. Lateralize sua cabeça, se possível, e espere a crise passar.
5) Ao prestar os primeiros socorros a uma vítima em crise convulsiva e deitada no chão, um dos 
procedimentos prioritários é:
A) Manter a vítima em situação de alerta se ela manifestar vontade de dormir.
B) Proteger a cabeça da vítima, para que ela não sofra traumatismo.
C) Colocar um objeto rígido entre os dentes da vítima, para evitar que ela morda a língua.
D) Conter a vítima durante a crise convulsiva, para assegurar que ela não se machuque.
E) Colocar a vítima imediatamente em pé, para que ela tenha autocontrole.
Na prática
A convulsão é um distúrbio no qual descargas elétricas anormais no cérebro fazem com que os 
músculos se contraiam e relaxem rapidamente de maneira desordenada. Ela costuma ser 
confundida com um ataque epiléptico. No entanto, pode ser causada por diversas condições 
desconhecidas ao paciente. Veja no caso clínico a seguir um exemplo de crise convulsiva 
desencadeada pela hipertermia.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Convulsões e alcoolismo
Leia um artigo com uma atualização sobre as convulsões relacionadas ao alcoolismo.
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Conheça uma visão geral e as doenças relacionadas ao transtorno convulsivo.
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Crise convulsiva
Confira no vídeo algumas dicas de como ajudar uma pessoa em crise convulsiva.
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http://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/112
https://www.youtube.com/embed/5_YK1jzMJDc

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