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Eça de Queirós: Projetos Literários

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Ramires (1900) e A Cidade e as Serras (1901), romance que, tal 
como os dois títulos anteriores, deve considerar-se semi-póstumo. 
Por publicar ficam tentativas em estado diverso de elaboração: A 
Capital, O Conde Abranhos,  Alves & Cª. e A Tragédia da Rua das 
Flores, este último um projeto claramente abandonado pelo escritor.
(REIS, 2019)
Anúncio das Cenas portuguesas - projeto inicial de 12 livros que comporiam 
um amplo retrato do contexto português - pelo editor Ernesto Chardron em janeiro de 1878 [10]
A partir de 1874, Eça de Queirós passa a planejar As Cenas Portuguesas, ou Cenas da 
Vida Portuguesa, com o intuito de realizar um amplo panorama do contexto português por 
meio de um conjunto de narrativas. Em carta a Teófilo Braga, o autor explanou o projeto:
A minha ambição seria pintar a Sociedade portuguesa, tal qual 
a fez o Constitucionalismo desde 1830 – e mostar-lhe, como num 
espelho, que triste país eles formam, eles e elas. É o meu fim nas 
Cenas da Vida Portuguesa. É necessário acutilar o mundo oficial, o 
mundo sentimental, o mundo literário, o mundo agrícola, o mundo 
supersticioso – e com todo o respeito pelas instituições que são de 
origem eterna, destruir as falsas interpretações e falsas realizações 
que lhes dá uma sociedade podre.
(QUEIRÓS, 1951, p.52-53)
As sucessivas mudanças de objetivos de Eça acabaram influenciando a modificação 
deste projeto, porém, romances realistas publicados na década de 1870 trazem marcas 
deste, como O Crime do Padre Amaro, cujo subtítulo é “Cenas de vida devota” e O Primo 
Basílio, com o subtítulo “Episódio da vida doméstica”.
A prosa e o estilo queirosiano
O romance ajusta-se bem aos procedimentos realistas, voltados para o objetivo de 
demonstração de uma tese, isto é, de demonstração das teses cientificista, embora o conto 
também tenha se desenvolvido bastante nesse período e tenha sido muito cultivado por Eça. 
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