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REOLOGIA DE POLÍMEROS Flavio Souza MOVIMENTOS MOLECULARES MOVIMENTOS MOLECULARES • As ligações químicas - flexíveis e sofrem certo grau de rotação ao redor delas. • Rotação não é completamente livre - impedimento estérico dos átomos ou grupamentos químicos substituintes MOVIMENTOS MOLECULARES • A macromolécula pode assumir várias formas ou conformações no espaço. • Conformação – Diferentes arranjos de átomos e grupos laterais na cadeia obtidos pela rotação ao redor das ligações covalentes. MOVIMENTOS MOLECULARES Representação espacial de 4 átomos de C covalentemente ligados. θ ângulo de ligação e Φ de rotação. MOVIMENTOS MOLECULARES • Respostas a tensões ou deformações – relacionadas a conformação no espaço que a macromolécula irá assumir no estado fundido • O estado fundido - estado sem nenhuma organização, logo é um estado amorfo. MOVIMENTOS MOLECULARES • O modelo mais simples de conformação é a conformação aleatória, • Conformação aleatória de uma macromolécula será sua conformação de equilíbrio, ou seja, será a que mais provavelmente ela irá assumir. MOVIMENTOS MOLECULARES • O elevado PM das macromoléculas e suas inúmeras conformações, dão origem a nós ou laços temporários (enovelados ou emaranhados). • Enovelamento - processo dinâmico - as macromoléculas estão em contínuo movimento (por reptação e movimento Browniano). MOVIMENTOS MOLECULARES • Ao mesmo tempo em que ocorre o enovelamento entre as macromoléculas, ocorre também o desenovelamento. MOVIMENTOS MOLECULARES As macromoléculas podem se movimentar de 02 formas: • A cadeia pode mudar sua conformação total • A cadeia pode se movimentar em relação aos seus vizinhos. MOVIMENTOS MOLECULARES Teoria de reptação de De Gennes •As macromoléculas se movimentam como répteis. •Esse movimento é sempre para frente, nunca lateralmente. MOVIMENTOS MOLECULARES Resumindo: Polímero no estado fundido:Conjunto de macromoléculas, cada uma com um dado peso molecular e, consequentemente, com um dado comprimento, com conformação aleatória, movimentando-se como um réptil, com partes dela vibrando e formando nós ou enovelando-se a outras macromoléculas. TEMPO DE RELAXAÇÃO TEMPO DE RELAXAÇÃO Em reologia •Diferença entre um material sólido e um líquido • Relação entre o tempo natural ou característico de relaxação do material λT e o intervalo de tempo t no qual foi aplicada a deformação ou tensão (tempo de duração do experimento reológico). TEMPO DE RELAXAÇÃO • Essa relação é conhecida como número de Deborah (De) e é definida como: De = λT/t λT está associado ao tempo necessário para que o material realize os movimentos moleculares mais lentos em sua tentativa de retornar à conformação aleatória de equilíbrio. TEMPO DE RELAXAÇÃO • De - relação entre as forças elásticas e as forças viscosas que atuam no material. • Se t < λT , o material não terá tempo suficiente para atingir o regime permanente e os processos de relaxação irão prevalecer durante o experimento. TEMPO DE RELAXAÇÃO • Sólidos elásticos - λT ∞ e De ∞ • Líquidos viscosos - λT 0 e De 0. • Materias viscoslásticos - 0<De<∞. • Os polímeros fundidos apresentam valores de λT variando entre 1 e 1.000s, dependendo de seu peso molecular. • Em soluções poliméricas diluídas, λT é 0,001s. TEMPO DE RELAXAÇÃO • Um material pode ter características de sólido por 02 razões: 1. λT ∞ 2. Processo de deformação muito rápido (t 0). O material não tem tempo para relaxar. TEMPO DE RELAXAÇÃO • Líquidos com valores pequenos de λT podem se comportar como sólidos (t<<<λT) Exemplo 1: Óleos lubrificantes passando através de engrenagens. TEMPO DE RELAXAÇÃO Exemplo 2 - “silly putty”. • Se o material for colocado em um recipiente fechado e deixado em repouso por muito tempo, ele escoará como um líquido, adotando a forma do recipiente (t>>λT). • Se ele for jogado contra uma parede, ele pulará como um sólido elástico (t<<λT). TEMPO DE RELAXAÇÃO TEMPO DE RELAXAÇÃO Concluindo: O número de Deborah (De) • Expressa o conceito clássico de que tudo flui, desde que se espere tempo suficiente. • Permite classificar os materiais em sólidos, líquidos ou gasosos do ponto de vista reológico. EFEITOS NÃO NEWTONIANOS EM POLÍMEROS EFEITO DE WEISSENBERG • O polímero sempre tende a retornar ao estado de equilíbrio – estado de conformação aleatória das cadeias. EFEITO DE WEISSENBERG REENOVELAMENTO • Quando um gradiente de pressão é inicialmente aplicado, o polímero começa a fluir até atingir o regime permanente. • Se o gradiente de pressão é retirado, o perfil de velocidades recua, percorrendo o mesmo caminho anterior, porém em um tempo maior. REENOVELAMENTO • Não ocorre a recuperação total devido aos efeitos viscosos (dissipação de energia) • Os efeitos viscosos não permitem que a recuperação elástica, a qual está associada a memória do fluido, seja completa. REENOVELAMENTO • Um polímero possui memória quando seu comportamento no tempo atual é dependente de toda a história termomecânica anterior à que ele foi submetido e, se em repouso, ele tentará voltar, pelo mesmo caminho, às conformações aleatórias de equilíbrio. REENOVELAMENTO • A energia armazenada (elasticidade) permite que o polímero tente voltar ao estado inicial de conformação; • Durante essa tentativa, haverá também dissipação de energia na forma de calor (viscosidade), que retardará e impedirá a recuperação total. FORMAÇÃO DE VÓRTICES NA ENTRADA DE CAPILARES • Fluidos Newtonianos - todas as linhas de fluxo são convergentes na entrada do capilar (Figura a) • Polímeros - linhas de fluxo centrais são convergentes porém podem ocorrer a formação de vórtices (Figura b). FORMAÇÃO DE VÓRTICES NA ENTRADA DE CAPILARES (a) – Fluidos Newtonianos; (b) - Polímeros FORMAÇÃO DE VÓRTICES NA ENTRADA DE CAPILARES • A formação de vórtices depende do tipo de polímero. • Polímeros com ramificação longas como o PEBD formam vórtices enquanto polímeros lineares como PEAD não formam vórtices. FORMAÇÃO DE VÓRTICES NA ENTRADA DE CAPILARES (a) – PEBD; (b) - PEAD FORMAÇÃO DE VÓRTICES NA ENTRADA DE CAPILARES O aparecimento de vórtices provoca: •Perdas de cargas extras na entrada do capilar que podem estar associadas a elasticidade do material polimérico e aos gradientes de deformação elongacional. Gradientes elongacionais - Toda vez que houver uma mudança na secção transversal da geometria, por exemplo, quando o material está fluindo de um cone. FORMAÇÃO DE VÓRTICES NA ENTRADA DE CAPILARES PEBD Vórtices na entrada que aumentam com o aumento da taxa de extrusão PS Vórtices na entrada que aumentam com o aumento da taxa de extrusão PEAD Ausência de vórtices PP Ausência de vórtices PVC Ausência de vórtices