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Projeto de Instalações Elétricas

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Eletricidade e 
Instalações Elétricas
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Vinicius Azevedo Borges
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Projeto de Instalações Elétricas
• Símbolos;
• Previsão de Cargas;
• Dispositivos de Comando;
• Condutores;
• Fator de Demanda.
• Reconhecer elementos constitutivos de projetos de instalações elétricas, bem como 
avaliar dimensionamentos de condutores e demanda de potência elétrica.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Projeto de Instalações Elétricas
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Projeto de Instalações Elétricas
Símbolos
Um projeto de instalação elétrica deve apresentar de maneira detalhada todos 
os elementos necessários à utilização da energia elétrica. Em geral, o projeto deve 
ser constituído das seguintes partes: memória, conjunto de plantas, especifica-
ções e orçamento.
A memória é onde estão presentes cálculos e justificativas para as soluções 
tomadas pelo projetista. O conjunto de plantas deverá apresentar todos os ele-
mentos necessários à execução do projeto. Nas especificações, são descritas as 
características técnicas, como tipos de materiais utilizados e normas reguladoras. No 
orçamento, é apresentado um levantamento dos custos de materiais e mão de obra.
Para simplificar a descrição e compreensão de um projeto, são utilizados sím-
bolos gráficos padronizados, que indicam elementos específicos do projeto.
No Brasil, a NBR 5444:1989 seria responsável pela padronização dos sím-
bolos utilizados nas representações das instalações elétricas prediais, porém esta 
norma foi cancelada em 2014 devido à falta de revisão. A simbologia utilizada 
atualmente pertence à database das IEC 60417 (Graphical symbols for use on 
equipment) e IEC 60617 (Graphical simbols for diagrams).
ABNT. Dossiê Técnico. Símbolos gráficos para instalações prediais. São Paulo, 2015.
Disponível em: http://bit.ly/2Iyn5pGEx
pl
or
Como as listas de símbolos presentes nessa database são bastante grandes, 
vamos nos ater àqueles que são mais utilizados nos projetos de instalações elétri-
cas. Estes símbolos representam a localização de pontos de consumo de energia, 
comandos, trajeto de condutores, entre outros componentes.
Podemos analisar os símbolos separando-os em quatro elementos geométri-
cos: traço, círculo, triângulo e quadrado. A partir destes elementos, podem ser 
representados todos os símbolos de um diagrama unifilar, aquele que apresenta 
as partes principais de um sistema elétrico, identificando o número de condutores 
e as posições físicas dos elementos em uma planta arquitetônica.
O traço, que é um segmento de reta desenhado na planta, representa o 
eletroduto e é acompanhado de uma medida de diâmetro em milímetros. O traço 
pode também representar condutores, neste caso são linhas perpendiculares às 
linhas de representação dos eletrodutos.
Eletroduto: é um tubo rígido ou flexível por onde passam os fios de uma instalação elétrica.
Ex
pl
or
8
9
O elemento círculo pode representar um ponto de luz, um interruptor ou qual-
quer dispositivo embutido no teto. Pontos de luz devem ser representados por 
círculos maiores que interruptores para não haver confusão na interpretação, 
e devem apresentar a identificação do número do circuito, o ponto de coman-
do, quantidade de elementos de iluminação e potência nominal do ponto. Já os 
interruptores devem apresentar indicação de qual ponto devem comandar.
Os triângulos representam, em geral, as tomadas ou pontos de consumo de 
energia. Algumas variações gráficas podem indicar mudança de função, significa-
do ou nível de instalação. Os símbolos de pontos de consumo de energia devem 
acompanhar o número do circuito e a potência em volt-Ampère.
Os quadrados representam elementos no piso ou elementos conversores de 
energia, como motores elétricos.
Fase
Neutro
Terra
Retorno
Figura 1 – Identifi cação dos condutores presentes em um eletroduto
Conforme mostrado na figura 1, em um diagrama unifilar, os condutores presen-
tes em um eletroduto podem ser identificados com traços diferentes, que indicam o 
tipo de condutor, se fase, neutro, terra ou retorno.
Um condutor fase é aquele que fornece energia em corrente alternada. O con-
dutor neutro fornece a referência de tensão e combinado ao condutor fase produz 
uma diferença de potencial entre eles. O condutor terra tem a função de proteção 
do circuito. E o condutor de retorno é utilizado para acionar lâmpadas ou outros 
dispositivos através de um interruptor.
Na representação de um eletroduto, deve ser indicada a quantidade de condu-
tores presentes em seu interior, os tipos de condutores, o número do circuito, a 
área de seção do eletroduto e dos condutores em milímetro quadrado.
Quando o eletroduto se encontra embutido no piso, o traço representativo será 
tracejado, diferentemente do caso em que o eletroduto é embutido no teto ou na 
parede, quando o traço representativo será cheio.
Os quadros de distribuição (QD) são representados por retângulos com possí-
veis variações, conforme a Tabela 1. Essas variações indicam a posição do quadro 
de distribuição em relação à parede e a função do quadro.
9
UNIDADE Projeto de Instalações Elétricas
Tabela 1 – Identificação dos quadros de distribuição
Uni�lar Signi�cado
Quadro terminal de luz e força
aparente. QD
Quadro terminal de luz e força
embutudo. QD
Quadro geral de luz e força
aparente. QD
Quadro geral de luz e força
embutido. QD
Caixa de telefones. QD
Caixa para medidor ou Quadro
de medição embutido. QM
Indicar as cargas de luz em watts
e de froça em W ou kW.
Observações
Med.
Os interruptores, ou elementos de comando, são indicados por círculos com a 
identificação, por uma letra minúscula, de qual é o ponto comandado. No caso de 
um interruptor de luz, por exemplo, a mesma letra minúscula presente na proxi-
midade do círculo que indica o interruptor deverá estar presente na proximidade 
do círculo que indica o terminal de luz. Algumas variações no círculo indicam a 
presença de interruptores de duas ou mais seções, interruptores do tipo paralelo, 
também conhecidos como three-way, ou outras funções com interruptor, como 
mostra a Tabela 2.
Tabela 2 – Identificação dosinterruptores
Símbolo Signi�cado
Interruptor de uma seção Letra minúscula indica
o ponto comandado
Letra minúsculas indicam
os pontos comandados
Letra minúsculas indicam
o ponto comandado
Letra minúscula indica
o ponto comandado
Letra minúscula indica
o ponto comandado
Interruptor de duas seções
Interruptor de três seções
Interruptor paralelo ou Three-Way
Interruptor intermediário ou Four-Way
Observação
a b
c
a
a
a
a b
As lâmpadas, luminárias e refletores devem ser acompanhados da identificação 
do ponto de comando em letra minúscula, o número do circuito entre dois traços, 
além da quantidade de lâmpadas e suas potências. Confira alguns dos símbolos 
mais comuns para os diferentes tipos de iluminação na Tabela 3.
10
11
Tabela 3 – Identifi cação dos pontos de luz
Uni�lar Signi�cado
A letra minúscula indica o 
 ponto de comando, e o 
número entre deois traços, 
o circuito.
Ponto de luz incandescente no
 teto. Indicar o número de 
Lâmpadas e a potência em watts.
Ponto de luz incandescente 
no teto (embutido).
Ponto de luz incandescente 
na parede (arandela).
Deve-se indicar a altura 
da arandela.
A letra minúscula indica o 
ponto de comando, e o
número entre dois traços,
 o circuito.
Ponto de luz a vapor de mercúrio 
 no teto. Indicar o número de 
lâmpadas e a potências em watts.
Ponto de luz  uorescente no
teto (indicar o número de lâmpadas
e na legenda, o tipo de
partida do reator).
A letra minúscula indica o
ponto de comando, e o
número entre dois traços,
o circuito.
Deve-se indicar a altura
da luminária.
Ponto de luz  uorescente
na parede.
Ponto de luz  uorescente
no teto (embutido).
Ponto de luz  uorescente no teto
em circuito vigia (emergência).
Ponto de luz incandescente
no teto em circuito vigia
(emergência).
Sinalização de tráfego
(rampas, entradas, etc).
Lâmpada de sinalização.
a
a
a
a
a
a
a
a
a
2x100W
2x100W
50W
125W-VM
4x20W
4x20W
4x20W
-4-
-4-
-4-
-4-
-4-
-4-
-4-
4x20W
2x100W
-4-
-4-
Observações
Para representação das tomadas, ou pontos consumidores de energia, devem ser 
apresentadas, junto ao símbolo triângulo, as informações de potência, o número do 
circuito e a altura física da tomada. A altura da tomada é indicada pelo preenchi-
mento do triângulo. Se não possui preenchimento, refere-se a uma tomada baixa. 
Se o preenchimento for escuro até a metade, a tomada deverá estar a uma altura 
média. No caso de um triângulo completamente preenchido, trata-se de uma toma-
da alta na parede. Veja na Tabela 4 estas e outras variações do símbolo utilizado 
para tomadas.
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UNIDADE Projeto de Instalações Elétricas
Tabela 4 – Identificação de tomadas
Uni�car Signi�cado
300VA
-3-
300VA
-3-
300VA
-3-
600VA
-4-
Tomada de corrente na parede, baixa
 (300 mm do piso acabado). 
Tomada de corrente a meia altura
 (1.300 mm do piso acabado). 
 Tomada de corrente alta
 (2.000 mm do piso acabado). 
 Tomada e corrente fase/fase meia altura
 (1.300 mm do piso acabado). 
 Tomada de corrente no piso. 
Agora que já conhecemos os principais símbolos utilizados em projetos de insta-
lações elétricas, observe a figura 2 e tente identificar e compreender o sistema elé-
trico desta planta. Observe que em alguns elementos parece estar faltando informa-
ções, mas esta falta é suprida pela legenda. Este é um recurso importante em um 
projeto, pois a legenda possibilita reduzir o número de informações no desenho, 
tornando-o menos poluído de informações, além de viabilizar o esclarecimento de 
detalhes da instalação.
Figura 2 – Exemplo de projeto de instalação elétrica
Fonte: CREDER, 2016
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Previsão de Cargas
Em um projeto de instalações elétricas, deve-se considerar os tipos de dispositivos 
que deverão ser ligados à rede elétrica, a fim de se realizar o correto dimensionamento 
dos condutores, dos dispositivos de proteção dos circuitos, entre outros fatores. Para 
isso, deve-se considerar a carga de cada equipamento, que corresponde à sua po-
tência nominal absorvida. Este valor, em geral, é fornecido pelo fabricante, mas 
pode ser, também, calculado a partir da corrente nominal, tensão nominal e fator de 
potência do equipamento.
No caso de previsão de cargas para iluminação, deve ser utilizada a norma 
NBR 5410:2004, que adota os seguintes critérios considerando cargas de ilumi-
nação incandescente:
• Deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6 m2 de 
área do ambiente;
• Para cômodos com área superior a 6 m2, deve ser acrescida uma carga de 60 
VA para cada aumento de 4 m2 inteiros.
Esta norma ainda adverte que estes valores são para fins de dimensionamento 
dos circuitos, não possuindo relação direta com as potências nominais das lâmpa-
das utilizadas.
Se considerarmos, então, um banheiro com área de 5 m2, uma cozinha com 
área de 8 m2 e uma sala com área de 15 m2, podemos calcular, de acordo com a 
NBR 5410, as seguintes cargas para cada ambiente:
• Banheiro: 1 carga de 100 VA, pois possui área inferior a 6 m2;
• Cozinha: 1 carga de 100 VA para os primeiros 6 m2. Os 2 m2 restantes não 
exigirão carga extra, pois não somam uma área de 4 m2 inteiros;
• Sala: 1 carga de 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescida de duas cargas ex-
tras de 40 VA referentes aos 9 m2 restantes, que somam duas áreas inteiras de 
4 m2 mais um resto de 1 m2 que não influencia no resultado. Portanto, a carga 
total da sala será de 180 VA.
No caso de se utilizar iluminação com lâmpadas fluorescentes, as cargas de-
verão ser inferiores, pois este tipo de lâmpada possui maior eficiência que as 
lâmpadas incandescentes.
A previsão de cargas em tomadas, de acordo com a mesma norma, deve ser re-
alizada considerando-se dois tipos de tomadas: as TUG (tomadas de uso geral) e as 
TUE (tomadas de uso específico).
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UNIDADE Projeto de Instalações Elétricas
Os pontos de TUG não devem ser utilizados para equipamentos específicos, 
como condicionadores de ar, chuveiros elétricos, refrigeradores, aquecedores, entre 
outros, e a norma limita apenas o número mínimo de segurança de um cômodo, 
podendo ser instaladas mais tomadas a pedido do cliente ou por decisão do pro-
jetista. Para o cálculo do número mínimo de TUG, deve-se considerar a área e o 
perímetro do cômodo em questão.
Os critérios para cálculo da quantidade de tomadas de uso geral, de acordo 
com a NBR 5410, são os seguintes:
• Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6m2, no mínimo 1 
TUG de 100 VA;
• Em cômodos ou dependências com área superior a 6m2, no mínimo 1 TUG 
de 100 VA para cada 5 m de perímetro, mais 1 TUG de 100 VA para frações 
de perímetro espaçadas tão uniformemente quanto possível;
• Em banheiros, no mínimo 1 TUG de 100 VA junto ao lavatório, com distância 
mínima de 60 cm do box;
• Em copa, cozinha ou área de serviço, 1 TUG de 600 VA a cada 3,5 m ou fração 
de perímetro, até o máximo de 3 TUG. Para o perímetro excedente, adicionar 
1 TUG de 100 VA para cada fração de perímetro. Para bancadas com largura 
igual ou superior a 30 cm, no mínimo 1 TUG de 100 VA;
• Em subsolos, varandas, garagens ou sótãos, no mínimo 1 TUG de 100 VA 
independentemente da área.
Quanto às tomadas de uso específico, a norma da ABNT fornece uma tabela de 
potências de cada tipo de equipamento. Caso o equipamento a ser utilizado não se 
encontre na tabela, deve-se utilizar o valor fornecido pelo fabricante. A tabela encon-
trada na NBR 5410 para consulta de potência de TUE é encontrada na Tabela 5.
Tabela 5 – Tabela da NBR 5410 para consulta de potência de TUE
Aparelho Carga (W)
Aquecedor de Água Central 
(capacidade em Litros)
50 a 100 1.000
150 a 200 1.250
250 1.500
300 a 350 2.000
400 2.500
Aquecedor de Água Local 4.000 a 8.000
Aquecedor (Ambiente) 700 a 1.300
Cafeteira 1.000
Chuveiro 3.000 a 8.800
Congelador (Freezer) 350 a 500
Copiadora (Xerox) 1.500 a 6.500
Exaustor (para cozinha) 300 a 500
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Aparelho Carga (W)
Ferro de Passar Roupa 400 a 1.650
Microondas 700 a 2.000Forno Residencial 4.500
Freezer (congelador) 300 a 550
Geladeira Doméstica 150 a 500
Lavadora de Prato 1.200 a 1.800
Lavadora de Roupas 750 a 1.800
Secador de Cabelo 500 a 1.200
Secador de Roupas 4.000 a 6.000
Torneira Elétrica 2.500 a 3.200
Torradeira 500 a 1.200
Triturador de Lixo 300 a 600
Fonte: GURU
Todo este levantamento de previsão das cargas deve ser devidamente anotado 
em uma tabela, conhecida como Tabela de Previsão de Cargas, que é semelhante 
à tabela apresentada na Tabela 6. Calculados os totais das cargas nominais pre-
sentes na tabela, é necessário obter o valor da Potência Ativa Total, que é calculada 
de maneira específica para iluminação, TUG e TUE, com o resultado de cada 
uma delas em Watts.
Tabela 6 – Modelo de tabela de previsão de cargas
Dependências
Dimensões Iluminação T.U.G. T.U.E.
Área
(m2)
Perímetro
(m)
Nº de 
Pontos
Potência
Unitária (W)
Potência 
Total (VA)
Nº de 
Pontos
Potência
Unitária (W)
Potência 
Total (VA)
Aparelho
Potência
(W)
TOTAIS
Fonte: GONÇALVES, Luiz Fernando. Instalações elétricas A ENG 04482
Para se encontrar a Potência Ativa da iluminação e das TUG, que estarão re-
presentadas na tabela com a unidade de VA, deve-se multiplicar cada total por um 
fator de potência adotado para cada caso, conforme as equações 1 e 2. No caso 
das TUE, que já estarão na unidade de W, o valor total corresponderá à Potência 
Ativa das TUE. O valor final da Potência Ativa Total é dado pela soma das Potências 
Ativas de iluminação, das TUG e das TUE, conforme a equação 3:
PA PN FPAIluminação Iluminação Iluminação� Equação 1
PA PN FPATUG TUG TUG� Equação 2
PA PA PA PATotal Iluminação TUG TUE� � �� � Equação 3
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UNIDADE Projeto de Instalações Elétricas
onde PA corresponde ao valor da Potência Ativa, PN corresponde ao valor da 
Potência Nominal e FPA corresponde ao fator de potência adotado para cada caso.
O valor da potência ativa total é utilizado pela concessionária de energia para 
fornecer o tipo correto de tensão à unidade consumidora. As tensões fornecidas 
podem ser do tipo monofásica, bifásica ou trifásica, com 1, 2 ou 3 condutores 
de fase respectivamente, acompanhados de um condutor neutro e um condutor 
de proteção.
Os valores de potência para cada tipo de tensão fornecida variam para cada 
cidade, portanto é necessária a verificação desses valores regionalmente.
Dispositivos de Comando
Os dispositivos de comando são responsáveis por realizar manobras no circui-
to elétrico, alterando a configuração do circuito, de forma manual ou automática. 
Estas manobras podem ser de variação, desligamento ou ligação de parte ou total 
do circuito.
Os principais dispositivos de comando utilizado são os interruptores, botoeiras, 
contatores, relés, sinalizadores, fusíveis e disjuntores.
Interruptores são chaves capazes de conduzir ou interromper a corrente elétrica. 
Interruptores de uso geral são utilizados para ligar e desligar componentes de baixo 
consumo em baixa tensão, como iluminação e ventiladores. São empregados, ge-
ralmente, para controle de elementos individuais do circuito. A figura 3 mostra um 
exemplo de uso bastante comum dos interruptores, na configuração three-way, onde 
uma lâmpada ou outro dispositivo pode ser acionado a partir de dois interruptores.
Figura 3 – Esquema de ligação three-way
Fonte: FAZENDO EM CASA
Botoeiras, também conhecidas como botão de comando, são responsáveis por 
ligar e desligar partes do circuito. Os dois tipos mais comuns são conhecidos 
16
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por NA (contatos normalmente abertos) e NF (contatos normalmente fechados).
Mais utilizadas no âmbito industrial, as botoeiras possuem cores que indicam fun-
ções padronizadas de acordo com as normas IEC 73 e VDE 0199, em que a cor 
vermelha significa parada ou emergência, amarela é para intervenção, verde ou 
preta significa chave de partida ou início e azul ou branca pode ser utilizada para 
qualquer outra função.
Contatores são dispositivos eletromecânicos que controlam a passagem de 
altas correntes. Como as botoeiras, os contatores também são encontrados nas 
configurações NA e NF e ainda como comutador. Possuem funcionamento se-
melhante a um relé, com a presença de uma bobina, núcleo e conjunto de 
contatos. Uma corrente elétrica baixa é utilizada para acionar o contator pelo 
princípio eletromagnético e, assim, permitir a passagem de grandes correntes 
elétricas para equipamentos de alto consumo.
Contador: tipos e aplicações de cada um: https://youtu.be/g64fcPEGmik
Ex
pl
or
Relés são dispositivos utilizados da mesma maneira que contatores, porém para 
controlar elementos de pouco consumo elétrico do circuito. Também possuem 
um núcleo, uma bobina e um conjunto de contatos, e seu funcionamento é basea-
do no princípio eletromagnético de que uma corrente elétrica circulando por uma 
bobina gera um campo magnético, que, por sua vez, atrai ou repele o conjunto 
de contatos, ligando ou desligando elementos do circuito.
Sinalizadores são utilizados na indústria para indicar alguma situação que re-
queira atenção do operador. Podem ser do tipo luminoso ou sonoro. No caso de 
sinalizadores luminosos, utiliza-se o seguinte código de cores: vermelho para con-
dição de perigo, amarelo para atenção, verde para sinalizar uma máquina pronta 
para iniciar, branco para máquinas em condições normais e operando e azul para 
qualquer outra função diferente das anteriores.
Fusíveis são dispositivos de proteção do circuito elétrico ou de equipamentos. 
Eles são responsáveis pela proteção contra curtos-circuitos e possuem funciona-
mento variável dependendo do tipo de fusível. São ligados ao circuito em série 
com os equipamentos que estão protegendo e em casos de sobrecarga podem 
queimar ou cortar a corrente elétrica, desligando os equipamentos conectados.
Os fusíveis possuem características específicas que indicam seu funcionamento. 
Essas características são:
• Tensão Nominal: a tensão para a qual o fusível foi construído para trabalhar;
• Corrente Nominal: valor máximo de corrente que o fusível suporta continuamen-
te sem interromper a passagem de corrente elétrica;
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UNIDADE Projeto de Instalações Elétricas
• Corrente de Curto-Circuito: valor específico de corrente elétrica que provoca 
a ação do fusível interrompendo a passagem de corrente;
• Corrente de Ruptura: valor máximo de corrente que o fusível consegue interromper.
Disjuntores são dispositivos de comando mecânico e proteção de circuitos, capaz 
de permitir ou interromper a passagem de corrente elétrica de maneira mecânica 
quando o circuito se comporta de maneira normal e pode interromper a passagem 
de corrente em situação de sobrecarga ou curto-circuito. Para circuitos industriais, 
os disjuntores devem atender à norma NBR NM 60947-2 e para uso residencial, 
devem atender à norma NBR NM 60898.
Outros elementos de comando podem ser utilizados nas instalações elétricas, 
como potenciômetros, circuitos elétricos de comando e com o crescimento da au-
tomação industrial e, recentemente, da automação residencial, os dispositivos inte-
ligentes microcontrolados começam a tomar espaço nas instalações.
Acionamento de lâmpadas via placa Bluetooth de automação residencial.
Disponível em: https://youtu.be/-7WzhbFyYY0Ex
pl
or
Condutores
Os condutores utilizados em instalações de baixa tensão podem ser de cobre ou 
alumínio, revestido com material isolante, em geral PVC (policloreto de vinila), EPR 
(etileno-propileno) ou outro permitido pela norma. Como o cobre possui maior 
condutividade e resistência mecânica que o alumínio, além de ser o material condu-
tor mais utilizado, os valores aqui mostrados se referem ao cobre.
O correto dimensionamento dos condutores é essencial para garantir a funciona-
lidade do circuito com o mínimo de risco de choques elétricos, superquecimento ou 
até incêndios. A NBR 5410 fornece todas as especificações para dimensionamento 
dos condutores. Mas antes de verificar as características dos condutores, deve-se 
decidir de que maneira os condutores deverãoser instalados, se serão utilizados 
cabos unipolares (um único condutor por cabo) ou multipolares (vários condutores 
por cabo), se serão embutidos na parede ou estarão em eletrodutos aparentes, entre 
outros fatores mostrados na tabela da figura 10, que mostra apenas um trecho da 
tabela 33 da NBR 5410.
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Tabela 7 – Tipos de linhas elétricas (trecho da Tabela 33 da NBR 5410)
Fonte: NBR 5410:2004 – ABNT
Determinada a maneira como serão instalados os condutores, deve-se calcular 
a corrente em ampères que deverá passar pelo condutor. Para isso, utilizam-se 
os valores de potência ativa, calculada no tópico 2 desta unidade. Com estes 
valores, é possível escolher a bitola dos condutores empregados no projeto, apli-
cando os fatores de correção para cada situação de instalação e temperatura am-
biente. A Tabela 8 mostra qual deve ser a seção mínima de área dos condutores 
para instalações fixas e móveis.
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UNIDADE Projeto de Instalações Elétricas
Tabela 8 – Seção mínima dos condutores de acordo com a NBR 5410
Tipo de Instalação Utilização do Circuito Seção Mínima do Condutor (mm2)
Instalação Fixa
Circuito de Iluminação 1,5
Circuito de força (tomadas) 2,5
Tomada de uso específico De acordo com o equipamento 
a ser ligado
Ligações Móveis
Para um equipamento específico Como especificado na norma 
do equipamento
Para qualquer outra aplicação 0,75
Fonte: SIL
A norma ainda prevê que, para uma rede trifásica a quatro fios (3 condutores de 
fase e 1 neutro), o condutor neutro pode ter seção reduzida, caso o circuito esteja 
equilibrado. O condutor de proteção (aterramento) também pode ser reduzido se-
guindo a seguinte regra:
• Se a seção dos condutores fase for menor ou igual que 16 mm2, o condutor de 
proteção deverá possuir a mesma seção;
• Se a seção dos condutores fase for maior que 16 mm2 e menor ou igual a 35 mm2, 
o condutor de proteção deverá ter seção mínima de 16 mm2;
• Se a seção dos condutores fase for maior que 35 mm2, então o condutor de 
proteção deverá possuir no mínimo a metade da seção dos condutores fase.
Após a seleção dos condutores, deve ser verificado se satisfazem o critério de 
queda de tensão admissível. Isso porque como os condutores não são perfeitos, 
haverá perda de tensão nos pontos de consumo de energia em relação à tensão 
nominal da instalação. A norma prevê que em qualquer ponto de utilização da 
instalação, a queda de tensão verificada não deve ser superior a (em relação à 
tensão nominal):
• 7% para instalações alimentadas por um transformador ou subestação de 
transformação;
• 7% calculados a partir dos terminais de saída de um gerador próprio;
• 5% se a instalação for alimentada diretamente a partir de uma rede de distri-
buição pública de baixa tensão.
A norma prevê ainda que no caso de equipamentos com corrente de partida 
muito elevada, são permitidas quedas de tensão maiores durante o período de par-
tida e dentro dos limites permitidos pelas normas específicas.
Condutores submetidos a longos períodos de transporte de cargas deverão so-
frer aquecimento, devido à transformação energética em calor. Este aquecimento 
também deve ser considerado e de acordo com a norma não deve ultrapassar:
20
21
• 70°C caso o tipo de isolamento elétrico seja de PVC com seção menor ou igual 
a 300 mm2;
• 90°C se o tipo de isolamento for EPR ou XLPE (polietileno reticulado).
A partir dos dados da potência ativa, do tipo de linha elétrica (tabela 7), saben-
do-se a quantidade de condutores carregados no interior do eletroduto, é possí-
vel verificar a capacidade de condução de corrente dos condutores selecionados 
e realizar possíveis ajustes a fim de garantir a segurança da instalação elétrica.
Esta verificação é realizada na tabela 37 da NBR 5410, cujo trecho pode ser visu-
alizado na Tabela 9.
Tabela 9 – Capacidades de condução de corrente (trecho da tabela 37 da NBR 5410)
Seções
nominais
mm2
Métodos de referência indicados na tabela 33
A1 A2 B1 B2 C D
Número de condutores carregados
2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13)
Cobre
0,5 10 9 10 9 12 10 11 10 12 11 14 12
0,75 12 11 12 11 15 13 15 13 16 14 18 15
1 15 13 14 13 18 16 17 15 19 17 21 17
1,5 19 17 18,5 16,5 23 20 22 19,5 24 22 26 22
2,5 26 23 25 22 31 28 30 26 33 30 34 29
4 35 31 33 30 42 37 40 35 45 40 44 37
6 45 40 42 38 54 48 51 44 58 52 56 46
10 61 54 57 51 75 66 69 60 80 71 73 61
16 81 73 76 68 100 88 91 80 107 96 95 79
25 106 95 99 89 133 117 119 105 138 119 121 101
35 131 117 121 109 164 144 146 128 171 147 146 122
50 158 141 145 130 198 175 175 154 209 179 173 144
70 200 179 183 164 253 222 221 194 269 229 213 178
95 241 216 220 197 306 269 265 233 328 278 252 211
Fator de Demanda
Em uma instalação elétrica, raramente são utilizados todos os pontos de luz 
e todas as tomadas ao mesmo tempo. Os cálculos realizados no tópico 2 desta 
unidade para a Potência Ativa Total correspondem à potência instalada, enquanto 
a potência consumida, considerando-se apenas os equipamentos efetivamente li-
gados, é chamada de potência utilizada. O fator de demanda é dado pela divisão 
entre a potência utilizada e a potência instalada, multiplicado por 100, conforme 
a equação 4, para que o resultado seja um valor percentual.
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UNIDADE Projeto de Instalações Elétricas
Fator deDemanda potênciautilizada
potência instalada
100 Equação 4
As concessionárias de energia possuem normas próprias para o cálculo do 
fator de demanda, portanto é importante consultá-las para o desenvolvimento e 
aprovação de projetos.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Instalações Elétricas
COTRIM, A. A. M. B. Instalações Elétricas. Revisão e adaptação técnica de José Aquiles 
Baesso Gromoni e Hilton Moreno. 5ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
Instalações Elétricas
CREDER, H. Instalações Elétricas. Atualização e revisão de Luiz Sebastião Costa. 
Rio de Janeiro: LTC, 2016.
NBR 5410:2004 
ABNT. NBR 5410:2004 – Instalações elétricas de baixa tensão. 2004.
IEC 60417 
IEC 60417 – Graphical Symbols for use on equipment.
IEC 60617 
IEC 60617 – Graphical Symbols for Diagrams.
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UNIDADE Projeto de Instalações Elétricas
Referências
ABNT. NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão. 2004.
COTRIM, A. A. M. B. Instalações elétricas. Revisão e adaptação técnica de José 
Aquiles Baesso Gromoni e Hilton Moreno. 5ª ed. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2009.
CREDER, H. Instalações Elétricas. Atualização e revisão de Luiz Sebastião Costa. 
Rio de Janeiro: LTC, 2016.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física. Vol. 3. 8ª ed. 
Rio de Janeiro: LTC, 2009.
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