Buscar

Prévia do material em texto

Competência da JT + Métodos de composição dos conflitos trabalhistas 
1. Métodos de Composição 
a. Autotutela – via de regra, não se admite – exercício arbitrário das próprias 
razões. Exceção prevista – direito de greve – é uma espécie de autotutela. 
b. Autocomposição – partes envolvidas na lide encontram a resolução da 
controvérsia na base do consenso. 
c. Heterocomposição – resolução do conflito submetida a uma terceira pessoa, 
cuja decisão se impõe às partes litigantes. 
 
1.1. Mediação e Conciliação1 
Na JT, por meio da Resolução nº 174/2016 do CSJT, instituiu-se a Política Judiciária 
Nacional de Tratamento Adequado das disputas de interesses, com determinação de 
implemento de um núcleo permanente de métodos consensuais de solução de disputas e de 
centros judiciários de métodos consensuais de solução de disputas. 
Conciliação – meio alternativo de resolução de disputas – partes confiam a uma terceira 
pessoa (magistrado ou servidor público por este supervisionado) a função de aproximá-las, 
emponderá-las e orientá-las na construção de um acordo quando a lide já está instaurada – com 
a criação ou proposta de opções para a composição do litígio. 
Mediação – meio alternativo de resolução – partes confiam a uma terceira pessoa a 
função de aproximá-las, emponderá-las e orientá-las na construção de um acordo quando a lide 
já está instaurada, sem criar ou propor opções de composição do litígio. 
Na JT, há uma peculiaridade: MEDIAÇÃO e CONCILIAÇÃO somente são aceitas quando 
realizadas de forma judicial – NÃO SE APLICAM À JT as normas atinentes à conciliação e 
mediação extrajudicial e pré-processual do CPC. 
 
ÚNICO CASO em que se admite a mediação pré-processual na JT – CONFLITOS COLETIVOS 
DE NATUREZA ECONÔMICA. 
 
1.1.1. COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA – CCP2 
Mecanismo de autocomposição trabalhista – empresas e sindicatos podem instituir. 
Composição paritária (representantes empregados/empregadores). 3 Membros Eleitos. 
As Comissões não julgam, não proferem Sentença. Somente tentam uma conciliação 
entre as partes. SOMENTE VERSAM SOBRE CONFLITOS INDIVIDUAIS do trabalho. 
Estabilidade do membro da CCP – para os representantes dos empregados, estabilidade 
de até 1 ano após o término do mandato, inclusive suplentes. 
 
1 “Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos”. 
2 Ainda que a legislação pareça tornar obrigatória a submissão do conflito individual à CCP, o STF já decidiu 
que é FACULDADE DO TRABALHADOR a tentativa de conciliação perante a CCP, antes da propositura de 
ação judicial. 
3 O art. 625, CLT – “As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de 
composição paritária, com representantes dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de 
tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho”. 
 
Aceita a conciliação perante a CCP, quais os efeitos? 
a) Eficácia liberatória geral – não se pode mais discutir em juízo 
nenhuma matéria relacionada ao Contrato de Trabalho extinto, salvo 
ressalva expressa no acordo. (força de coisa julgada intra pars). 
b) Título executivo extrajudicial – pode ser executado diretamente na 
JT, sem a necessidade de processo de conhecimento. 
Aspectos importantes: prazo de 10 dias para que seja realizada a sessão de tentativa 
de conciliação + prazo prescricional suspende-se a partir da provocação da CCP. 
A CLT traz preceito de que seria obrigatória a submissão à CCP, caso existente. No 
entanto, o posicionamento do STF e do TST não é esse, já que entendem que a submissão é 
meramente facultativa. 
1.2. Arbitragem 
Partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios a juízo arbitral, mediante 
convenção de arbitragem = cláusula compromissória e compromisso arbitral. 
• Cláusula Compromissória – partes comprometem a submeter à arbitragem 
litígios que possam vir a ocorrer no futuro. 
• Compromisso Arbitral 4– partem submetem um litígio à arbitragem de uma ou 
mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial (litígio já ocorreu). 
Antes da Reforma, a maior parte dos posicionamentos da jurisprudência era no sentido 
de que não se podia submeter demanda relacionada a direito individual à arbitragem, ante a 
Irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas e o princípio Protetivo. 
Agora, PÓS REFORMA, há previsão expressa5 admitindo arbitragem nos dissídios individuais 
dos empregados QUE RECEBAM remuneração SUPERIOR A DUAS VEZES o limite máximo 
estabelecido para os benefícios do RGPS. 
 
2. Competência da Justiça do Trabalho (art. 114 da CF6). 
Pode ser em razão DA MATÉRIA e DA PESSOA (competência prevista 
constitucionalmente) ou em razão DA FUNÇÃO e DO TERRITÓRIO (competências previstas por 
meio da legislação). 
2.1. Ações Oriundas da Relação de Trabalho7 
Inovação da EC 45/04 – toda e qualquer ação que envolva relação de trabalho. Não mais 
somente as relações de emprego. 
 
4 Compromisso arbitral judicial – celebrado por termo nos autos. Compromisso arbitral extrajudicial – 
escrito particular assinado por duas testemunhas ou por instrumento público. 
5 Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite 
máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada 
cláusula compromissória de arbitragem, desde que por INICIATIVA do empregado ou mediante a sua 
CONCORDÂNCIA expressa, nos termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996. 
6 “Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (...)” 
7 Súmula 363 do STJ, sobre a competência para julgar relações de consumo: "compete à justiça estadual 
processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente". 
Qual o alcance do termo “relações de trabalho”? 3 correntes. 
i. Nada mudou com a EC 45 – relação de trabalho significa o mesmo que relação 
de emprego. Corrente não prevalecente. 
ii. Admite qualquer espécie de prestação do trabalho humano seja qual for a 
modalidade do vínculo jurídico. 
iii. Exige que a relação de trabalho tenha semelhanças com o contrato de emprego 
(ou seja, dependência, pessoalidade, onerosidade e continuidade na prestação) 
Contrato de representação comercial, segundo entendimento do STF, não é de 
competência da JT. 
Ações acidentárias decorrentes de acidente de trabalho ajuizadas em face do INSS, são 
de competência da JUSTIÇA COMUM. 
“(...) abrangidos os entes de direito público externo”. 
Ente de Direito Público Externo = Estado Estrangeiro + Organismos Internacionais. 
No que toca aos Estados Estrangeiros, STF divide os atos por ele praticados em atos de 
império e atos de gestão.8 Relações trabalhistas são atos de gestão, por isso se submetem à JT 
e não há imunidade de jurisdição. O que há é imunidade de execução9 (não se poderão 
penhorar bens e dinheiro dos entes, somente valer-se de carta rogatória). 
No que se refere aos Organismos Internacionais, estes gozam de imunidade absoluta10 
– Organismo Internacional NÃO SE SUBMETE à jurisdição brasileira. 11 
“(...) e da administração pública direta e indireta”. 
O Servidor Público não é julgado pela JT? STF- ADI 3.395-DF – interpretar o dispositivo 
constitucional, suspendendo toda e qualquer interpretação que incluísse a apreciação de causas 
que fossem instauradas entre servidores e Poder Público – caráter estatutário. 12 
 
8 Atos de império – atos praticados no exercício de suas prerrogativas soberanas – concessão de visto, por 
exemplo. Para atos de império há imunidade absoluta de jurisdição. 
Atos de gestão – Estado Estrangeiro atuando em matéria estritamente privada, equiparando-se ao 
particular – aquisição de bens, contratação de empregados, etc. Nesse caso, não há imunidade. 
9 Exceção? Sim, duas: quando o Estado Estrangeiro renunciar à intangibilidade de seus bens; quando 
houver bens no território brasileiro, de titularidade do Estado Estrangeiro, que não tenham nenhuma 
vinculaçãocom as finalidades essenciais inerentes às relações diplomáticas ou consulares. 
10 Essa imunidade deve estar prevista expressamente no tratado constitutivo do Organismo (ONU, OIT, 
etc). 
11 OJ 416 SDI-1. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO OU ORGANISMO INTERNACIONAL. As 
organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando 
amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes 
aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, 
prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional. 
12 CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. MEDIDA LIMINAR NA ADI 3.357. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SERVIDORES 
PÚBLICOS. REGIME TEMPORÁRIO. JUSTIÇA DO TRABALHO.INCOMPETENCIA. 1. No julgamento da ADI 
3.395-MC, este Supremo Tribunal suspendeu toda e qualquer interpretação do inciso I do artigo 114 da CF 
(na redação da EC 45/2004) que inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas 
instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem 
estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Contratações temporárias que se deram com 
fundamento na Lei amazonense 2.607/00, que minudenciou o regime jurídico aplicável às partes 
figurantes do contrato. Caracterização de vinculo jurídico-administrativo entre contratante e contratados. 
Em suma – relações de trabalho travadas na administração pública direta e indireta, 
submetida ao regime de direito público – podem assumir as seguintes categorias: 1) relação 
empregatícia; 2) relação estatutária; 3) relação de caráter jurídico-administrativa – servidores 
temporários. 
A competência da JT, para a Administração, se limita às ações oriundas da relação de 
emprego – regime celetista para seus servidores (empregados públicos). 
E se houver alteração do regime celetista para o regime estatutário no âmbito dos 
órgãos da administração pública? Competência Residual – quando se altera o regime, o contrato 
de trabalho inicialmente mantido se extingue, havendo o prazo de 2 anos para ajuizamento de 
reclamatória na JT. 13 A competência da JT, nesse caso, se atém ao período anterior à troca de 
regime. 
Se submetida ao regime próprio de empresas privadas (Sociedade de Economia Mista 
e Empresas Públicas), submete-se à jurisdição da JT. 
2.2. Ações que envolvam o exercício do direito de greve 
O que é greve? “suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação 
pessoal de serviços a empregador”. 
Todas as ações que envolvam o exercício de direito de greve14, sejam individuais ou 
coletivas, são submetidas à JT. Se individuais15, ajuizadas na vara do trabalho. Se coletivas 
(instauração de instância, dissídio coletivo), são ajuizadas direto nos tribunais. 
Greve no serviço público – STF: 
 
2.3. Ações Envolvendo ENTES SINDICAIS 
Após a EC/45, a JT é competente para julgar as ações dos Sindicatos16 também em 
interesse próprio: 
• as ações que tenham por objeto a disputa sobre representação sindical; 
 
3. Procedência do pedido. 4. Agravo regimental prejudicado" (RCL 5381/AM, Rel. Ministro Carlos Britto, 
julg. 17.03.2008 - Tribunal Pleno/STF). 
13 "a transferência do regime jurídico de celetista para estatutário implica extinção do contrato de 
trabalho, fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da mudança de regime" (Súmula 382 do TST). 
14 Veja-se que é só GREVE DO SETOR PRIVADO, não dos servidores públicos, inclusive celetistas. STF - 
“A Justiça Comum Federal ou Estadual é competente para julgar a abusividade de greve de servidores 
públicos celetistas da administração direta, autarquias e fundações de direito público” 
15 Súmula Vinculante nº 23. A justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória 
ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. 
Interdito Proibitório proposto por instituição financeira, por exemplo, é competência da JT. 
16 Interpreta-se extensivamente: Confederação e Federação, também. 
• as ações entre sindicatos; 
• as ações entre sindicatos e trabalhadores; 
• as ações entre sindicatos e empregadores. 
• Ações declaratórias de vínculo jurídico e sindical 
• Ações sobre filiação e desfiliação 
• Ações sobre eleição de dirigente sindical 
• Ações de proteção contra atos atentatórios à liberdade sindical ou condutas 
antissindicais 
• Ações que envolvam contribuição assistencial, confederativa, propostas entre 
sindicato e empregador, e associado, ou mesmo entre sindicato e membro da 
mesma categoria 
• Ação de cobrança executiva de cobrança sindical 
• Ação de consignação de pagamento de contribuição sindical. 
 
2.4. Mandado de Segurança, Habeas Corpus e Habeas Data 
Mandado de Segurança – proteger direito líquido e certo não amparado por HC ou HD, 
quando o responsável por ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de 
PJ no exercício de atribuições do poder público. 
Na seara trabalhista, cabem MS contra decisões de juízes (competência originária do 
Tribunal) e contra atos de auditor fiscal do trabalho, por exemplo (competência das varas do 
trabalho). 
Habeas Corpus17 – sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência 
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
Cabimento na JT – contra ato de autoridade judiciária trabalhista (em razão do 
descumprimento de uma ordem judicial ou do depositário infiel) ou contra ato de particular que 
esteja, ilegalmente ou por abuso de poder, restringindo a liberdade de outrem (ex.: 
empregador que mantém o empregado no local de trabalho durante o movimento grevista). 
Habeas Data – para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constante de registro ou banco de dados de entidades públicas; para retificação de 
dados; para anotação nos assentamentos do interessado de contestação ou explicação sobre 
dado justificável. 
Na seara trabalhista, difícil utilização – pode-se citar o HD ajuizado pelo empregador em 
face de órgão de fiscalização de trabalho que nega informações sobre processo administrativo, 
ou no caso de inserção errônea de informações no cadastro de empregadores. 
2.5. Danos Morais e Patrimoniais decorrentes da Relação de Trabalho 
 
17 Antes se entendia só cabível no caso do depositário infiel (prisão), STF entende que não cabe a prisão 
do depositário infiel, só cabendo no caso de inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia. 
Após a EC 45/04, acabou a divergência quanto à competência da JT para processar e 
julgar ações de indenização por danos morais decorrentes da relação de trabalho. 1819 
• Dano em Ricochete/Reflexo/Indireto20 – Sucessores podem ajuizar 
Reclamatória Trabalhista de danos morais contra empregador de trabalhador 
morto. 
• Dano Pré e Pós-Contratual 21– A JT é competente para julgar Danos Morais 
ocorridos em decorrência da relação de trabalho. O dano deve ser relacionado 
ao labor (em consequência deste). 
 
2.6. Penalidades Administrativas Impostas ao Empregador pelos Órgãos de Fiscalização do 
Trabalho 
Antes da EC 45, era competência da JF. Agora, as ações que envolvem penalidades 
administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização do trabalho 22passaram 
a ser competência da Justiça do Trabalho. 
2.7. Execução de Ofício das Contribuições Sociais 
Execução previdenciária ex officio – contribuições sociais decorrentes das sentenças 
condenatórias que proferir e dos acordos homologados23. 
Engloba todos os atos necessários na execução dessas contribuições. 
Inclui-se na competência da Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição 
referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT)24 
 
18 SÚMULA 392 do TST. DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 
DO TRABALHO. Nos termosdo art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é 
competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da 
relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas. 
19 Súmula Vinculante nº 22 do STF. A justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações 
de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por 
empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em 
primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04. OBS.: Se já havia sentença 
de mérito, a competência executiva PERMANECIA com a JUSTIÇA COMUM. 
20 ACIDENTE DO TRABALHO. COMPETÊNCIA. AÇÃO AJUIZADA POR HERDEIRO, DEPENDENTE OU 
SUCESSOR. Compete à Justiça do Trabalho apreciar e julgar ação de indenização por acidente de trabalho, 
mesmo quando ajuizada pelo herdeiro, dependente ou sucessor, inclusive em relação aos danos em 
ricochete. 
21 Um exemplo de dano pós-contratual seria a inclusão do reclamante nas “listas negras” de empregados 
litigantes. Um exemplo de dano pré-contratual seria a não contratação do empregado, mesmo após 
avançadas tratativas (exigência de dispensa do emprego anterior, apresentação de CTPS, etc) 
22 Veja-se que é “pelos órgãos de fiscalização do trabalho”, não pelos conselhos de classe. As penalidades 
impostas pelos conselhos de classe (engenharia, medicina, etc) são institucionais, competindo à JF a 
análise. 
23 É só as decorrentes das sentenças condenatórias que proferir: não é competente para executar as 
contribuições devidas no período contratual não recolhidas (ainda que nas ações de reconhecimento de 
vínculo). Não cabe em ação meramente declaratória. 
Súmula Vinculante nº 53. A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição 
Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação 
constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados. 
24 Possui natureza de contribuição para a seguridade social. SUMULA 454 do TST. 
2.8. Autorização do Trabalho Artístico Infantil 
Regra geral: proibição do trabalho precoce. 
Regra especial: Pode trabalho artístico de crianças e adolescentes em caráter 
totalmente excepcional em casos individuais, com a devida autorização judicial, em exceção à 
regra do art. 7º, XXXIII da CF. 2526 
STF: competência é da Justiça Comum. 
2.9. Outras Competências da Justiça do Trabalho 
 
• Cadastramento no PIS.27 
• Seguro-desemprego – não fornecimento de guias + Indenização. 
• Complementação de pensão requerida opor viúva de ex-empregado.28 
Observação: ainda que a JT seja competente para verificar questões atinentes à 
complementação de pensão requerida por viúva, o STF DECIDIU que a competência para 
julgamento de ações de COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA é da JUSTIÇA COMUM, 
quando se tratasse de discussão com a entidade privada de previdência complementar. 29. 
Quando se tratar de ação proposta pelo empregado em face do empregador discutindo-
se diferenças de complementação de aposentadoria que não foram devidamente quitadas pelo 
empregador, a competência é da justiça laboral. 
• Quadro de carreira30 
• ACP – competência fixa-se pela extensão do dano. abrangência regional – 
competência de qualquer uma das varas atingidas. Abrangência nacional – 
competência concorrente das varas de trabalho das sedes dos TRTs. 
2.10. Competência Territorial da Justiça do Trabalho31 
Modalidade de competência RELATIVA32 – depende de provocação da parte 
interessada. 
 
25 Vide Convenção nº 138 da OIT. 
26 A autoridade competente, após consulta com as organizações de empregadores e de trabalhadores 
interessadas, se as houver, podem, mediante licenças concedidas em casos individuais, permitir 
exceções à proibição de emprego ou trabalho disposto no art. 2º desta Convenção, para fins tais como 
participação em representações artística 
27 Súmula nº 300 do TST. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CADASTRAMENTO NO PIS. Compete 
à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de empregadores 
relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS). 
28 Orientação Jurisprudencial nº 26 da SDI-I do TST. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
COMPLEMENTAÇÃO DE PENSÃO REQUERIDA POR VIÚVA DE EX-EMPREGADO. A Justiça do Trabalho é 
competente para apreciar pedido de complementação de pensão postulada por viúva de ex-
empregado, 
por se tratar de pedido que deriva do contrato de trabalho. 
29 Observar que, caso o plano de aposentadoria complementar seja instituído, disciplinado e pago pelo 
próprio empregador, a competência permanece com a JT. 
O que não é competência da JT é ação ajuizada CONTRA A ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. 
30 Súmula nº 19 do TST. QUADRO DE CARREIRA. Justiça do Trabalho é competente para apreciar 
reclamação de empregado que tenha por objeto direito fundado em quadro de carreira. 
31 Foro de eleição – partes, de comum acordo, elegem determinado foro – NÃO É APLICÁVEL À JT. 
32 Não pode ser declarada de ofício, necessita de provocação. 
Regra geral: competência da localidade em que o empregado prestar serviços. 33 
Exceções legais: 
1) Agente ou Viajante Comercial: ordem de preferência -> competência da 
localidade em que a empresa tenha agência ou filial a que o empregado 
esteja subordinado e, depois, -> competência do domicílio do 
empregado34 ou localidade mais próxima 
2) Agência ou filial no estrangeiro -> competência brasileira - desde que 
empregado brasileiro e não haja convenção internacional em sentido 
contrário. 
a. A ação, nesse caso, deverá ser ajuizada no local da 
celebração do contrato. 
3) Atividades fora do lugar do contrato (ex.: circo) – reclamação ou no foro 
da celebração do contrato ou no da prestação de serviços. 
 
2.11. Conflitos de Competência3536 
• Conflito positivo – dois juízes se consideram competentes. 
• Conflito negativo – dois juízes se consideram incompetentes. 
QUEM RESOLVE? 
TRT Suscitado entre Varas do Trabalho da mesma região, ou juízes de direito da 
mesma região ou juiz de direito investido na jurisdição trabalhista e vara do 
trabalho da mesma região. 
TST Suscitado entre TRTs diferentes, entre varas do trabalho e juízes sujeitos à 
jurisdição de TRTs diferentes. 
STJ Suscitado entre Varas do Trabalho e juízes de direito não investidos na 
jurisdição trabalhista. 
STF Suscitado entre o TST e órgãos de outros ramos do judiciário. 
 
2.11.1. IRRECORRIBILIDADE 
A decisão que reconhece a incompetência territorial é interlocutória, não cabendo 
recurso de imediato. Exceção? Sim, no caso de acolhimento de incompetência que determine 
o envio do processo para Tribunal Regional DISTINTO. 
 
33 E quando o empregado prestou serviços em mais de uma localidade, sem se encaixar nas hipóteses de 
exceção? CORRENTE MAJORITÁRIA – competência da vara da localidade em que o empregado prestou 
serviços pela última vez. 
34 Observar que o único momento em que o domicílio do empregado ditará a competência será no caso 
de agente viajante, e desde que não haja vara no local da filial ou agência. 
35 Não há conflito de competência entre TRT e vara do trabalho a ele vinculada (nesse caso, há hierarquia). 
36 Observação: TST tem entendido que, no caso de empresa de âmbito nacional (grande porte), pode ser 
relativizada a regra do caput (competência do local da prestação), admitindo-se a competência do 
domicílio do reclamante. 
CLT 
DA COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA 
 Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, 
de composição paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a 
atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. Parágrafo único. As Comissões 
referidas no caput deste artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráterintersindical. 
 Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, 
dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas: 
I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos 
empregados, em escrutínio, secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria 
profissional; 
II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes 
titulares; 
III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma 
recondução. 
§ 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de 
Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se 
cometerem falta grave, nos termos da lei. 
§ 2º O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresa 
afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo 
computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade. 
 Art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e normas 
de funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo. 
 Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de 
Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão 
no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. 
§ 1º A demanda será formulada por escrito ou reduzida a termo por qualquer dos 
membros da Comissão, sendo entregue cópia datada e assinada pelo membro aos 
interessados. 
§ 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador 
declaração da tentativa conciliatória frustrada com a descrição de seu objeto, firmada pelos 
membros da Comissão, que devera ser juntada à eventual reclamação trabalhista. 
§ 3º Em caso de motivo relevante que impossibilite a observância do procedimento 
previsto no caput deste artigo, será a circunstância declarada na petição da ação intentada 
perante a Justiça do Trabalho. 
§ 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão de empresa e 
Comissão sindical, o interessado optará por uma delas submeter a sua demanda, sendo 
competente aquela que primeiro conhecer do pedido. 
 Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo 
empregador ou seu proposto e pelos membros da Comissão, fornecendo-se cópia às 
partes. 
Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia 
liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. 
 Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização da 
sessão de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado. (Incluído 
pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000) 
Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será fornecida, no último 
dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2º do art. 625-D. 
 Art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de 
Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de 
conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F. 
 Art. 625-H. Aplicam-se aos Núcleos Intersindicais de Conciliação Trabalhista em 
funcionamento ou que vierem a ser criados, no que couber, as disposições previstas neste Título, 
desde que observados os princípios da paridade e da negociação coletiva na sua 
constituição. 
 
DA JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA DAS JUNTAS 
Art. 650 - A jurisdição de cada Junta de Conciliação e Julgamento abrange todo o território da 
Comarca em que tem sede, só podendo ser estendida ou restringida por lei federal. 
Parágrafo único. As leis locais de Organização Judiciária não influirão sobre a competência de 
Juntas de Conciliação e Julgamento já criadas até que lei federal assim determine. 
 Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade 
onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha 
sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta 
da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado 
e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a 
localidade mais próxima. 
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-
se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja 
brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. 
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do 
contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração 
do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9958.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9958.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art625d
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art625f

Mais conteúdos dessa disciplina