Prévia do material em texto
- ESCON - ESCOLA DE CURSOS ONLINE CNPJ: 11.362.429/0001-45 Av. Antônio Junqueira de Souza, 260 - Centro São Lourenço - MG - CEP: 37470-000 MATERIAL DO CURSO DEFICIÊNCIA SENSORIAL APOSTILA INTEGRAÇÃO SENSORIAL E O AUTISMO INTEGRAÇÃO SENSORIAL E O AUTISMO Sabemos que somos cheios de habilidades que permitem não apenas a percepção de mundo, mas também do ambiente que nos cerca. É válido salientar que esse conjunto de competência constitui a integração sensorial de um indivíduo. Entretanto, isso não é algo inato. De acordo com pesquisas, tais habilidades são desenvolvidas tanto com o decorrer da idade como através da experiência adquirida no convívio social com outros indivíduos. Além da interação que toda pessoa tem na primeira infância, deve-se ressaltar que a integração sensorial representa uma parte extremamente importante neste processo. Portanto, vejam como é fundamental proporcionar às crianças as terapias que visem à redução de sinais do autismo. INTEGRAÇÃO SENSORIAL? Segundo Ayres (2005), a integração sensorial pode ser definida como o processo cujo cérebro organiza as informações com a finalidade de dar uma resposta adaptativa adequada. Isso é responsável por estruturar as sensações do próprio corpo e do ambiente de maneira que possibilita o uso eficiente do mesmo no ambiente. Dessa forma, podemos explicar a integração sensorial como a habilidade inata de organizar, interpretar sensações e responder apropriadamente ao ambiente; de modo que auxilia o ser humano em seu uso funcional. O QUE É A TERAPIA DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL? Quem acompanha nossas postagens já deve ter lido que os tratamentos voltados para pessoas com autismo devem partir de uma equipe multidisciplinar. Tudo isso por conta das várias habilidades que são devidamente trabalhadas. No caso de quem convive com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e precisa desenvolver a integração sensorial, a presença de determinados especialistas é imprescindível para trazer soluções que atendam à demanda. Os profissionais de Terapia Ocupacional, por exemplo, são indicados para analisar e trabalhar essa situação. Eles têm como instrumentos de suas ações as atividades que estão presentes no cotidiano das pessoas. Os terapeutas ocupacionais propõem intervenções que favorecem itens como a recepção, o processamento e a resposta adaptativa ao meio por meio da integração de informações sensoriais. Além deles, podemos citar também os psicomotricistas, profissionais indispensáveis para o desenvolvimento da criança que convive com o TEA. Os especialistas que trabalham a psicomotricidade agem de forma a valorizar a saúde, a educação e a cultura. Isso é responsável por avaliar o indivíduo na relação com o ambiente ao redor. Estudos comprovam que as terapias de integração sensorial são responsáveis pela considerável redução de maneirismos, além da melhoria do autocuidado e das habilidades sociais dos pequenos. (POSAR; VISCONTI, 2018). PROBLEMAS DE ALTERAÇÕES SENSORIAIS As alterações sensoriais das crianças com TEA também podem afetar seu comportamento em atividades diárias familiares, inclusive comer, dormir e rotinas de dormir; e fora de casa essas alterações podem criar problemas, por exemplo, ao viajar e participar de eventos na comunidade. Consequentemente, as intervenções do autismo também devem incluir estratégias específicas de manejo de comportamentos sensoriais para melhorar as atividades diárias familiares e a participação em eventos na comunidade. (POSAR; VISCONTI, 2018). HABILIDADES E O AUTISMO O aspecto sensorial de uma pessoa com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) funciona de maneira completamente diferente de quem não vive com autismo. Dessa forma, isso pode significar um grande problema. Todas as sensações ligadas à visão, sons, paladar, cheiros e toques tendem a ser um processo doloroso, sobretudo se a pessoa não tiver sido apresentada a alguma intervenção adequada. Em longo prazo, as consequências podem ser completamente prejudiciais. ATIVIDADES PSICOMOTORAS: IMPULSIONANDO A INTEGRAÇÃO SENSORIAL Os psicomotricistas procuram trabalhar as estruturas perceptivas por meio de atividades que possibilitam às crianças a capacidade de observação do ambiente e das coisas que as cercam. É importante ressaltar que isso resulta em um aprendizado a mais para elas, vez que tendo a noção do que está à sua volta, os pequenos têm seu cérebro ‘moldado’ a partir dos exercícios realizados pelos psicomotricistas. Vale lembrar que as atividades cerebrais e as funções do corpo são dependentes, sendo que um é estimulado pelo outro, o que possibilita a interação entre as partes. A psicomotricidade é um fator de grande relevância para a vida de uma criança com autismo, pois, a partir dela, tem-se a capacidade de desenvolver as habilidades dos pacientes no espaço que eles ocupam e na própria vida. A ESCOLA TRABALHA COM A INTEGRAÇÃO SENSORIAL? Em grande parte sim. No entanto, é necessário salientar que se a equipe da escola souber da existência do autismo na vida do aluno, os profissionais tendem a direcionar as atividades mais urgentes para as intervenções. Uma das habilidades observadas é justamente a psicomotricidade. A partir das atividades dadas em sala de aula, os educadores podem induzir os alunos a desempenhar funções que estimulem a psicomotricidade. Trabalhos como recortar, colorir, fazer riscos, escrever o nome, marcar palavras, entre outras tantas são muito importantes para desenvolver a psicomotricidade nas crianças. Muitas escolas contam com um especialista em psicomotricidade ou mantêm convênios com clínicas ou consultórios que contam com a presença desse profissional. O PROCESSAMENTO SENSORIAL NA CRIANÇA COM AUTISMO Segundo estudos, esse conjunto de habilidades pode se manifestar de maneira ineficiente em uma pessoa com TEA, por isso a terapia de integração sensorial é necessária. Veja abaixo os três aspectos ao processamento sensorial em uma criança/adolescente com autismo: • O primeiro indica que estímulos sensoriais não são registrados adequadamente; • O segundo, que os estímulos percebidos não são modulados de forma correta pelo SNC, principalmente no que diz respeito aos estímulos vestibular e tátil; • O terceiro indica inabilidade em integrar as muitas sensações do ambiente e, consequentemente, falha na percepção espacial e dificuldade de relacionamento com o ambiente. ATIVIDADE PARA INTEGRAÇÃO SENSORIAL TOQUE DE TEXTURAS Se a criança sente um incômodo fora do normal ao tocar em determinadas texturas, o terapeuta vai estimular esse contato aos poucos. Muitas vezes, são usadas brincadeiras para isso. O profissional pode, por exemplo, pedir para a criança fechar os olhos e tocar uma massinha de modelar ou brinquedos de borracha, que são ligeiramente grudentos. Depois que ela estiver acostumada com a sensação, será possível avançar para outros objetos com texturas similares. BALANÇO E GIRA-GIRA Brincadeiras comuns à maioria das crianças, como balanço, gira-gira, entre outras, servem para desenvolver e estimular o aparelho vestibular. Esse conjunto de órgãos tem como função regular a noção de gravidade do corpo. Os movimentos realizados ajudam a controlar o equilíbrio corporal e são boas estratégias para gastar a energia de pacientes muito agitados ou nervosos. TAPETE SENSORIAL Entre crianças que têm pouca sensibilidade tátil, uma boa maneira de criar estímulos é o tapete sensorial. Geralmente, ele é formado por um retângulo com retângulos menores, repletos de diferentes texturas. Aprender a diferenciar essas texturas ensinará o cérebro do paciente a compreender melhor a experiência do tato. É possível colocar objetos no fim do percurso do tapete, para que sejam segurados e sentidos.TRENZINHO HUMANO Utilizando um pedaço de malha, o terapeuta pode prender a criança e ele mesmo, deixando um espaço que permita movimentações (para que andem como em um trenzinho). A criança assume a frente, controlando a velocidade e a hora de parar ou fazer curvas, por exemplo. Além de divertida, a atividade é capaz de estimular o planejamento motor, a noção de velocidade e ritmo e o espírito de cooperação. As crianças com dificuldades em frear o próprio corpo também vão lidar com isso na brincadeira. BRINCADEIRAS COM FORMAS As brincadeiras de encaixar formas são importantes para o desenvolvimento intelectual e psicomotor. Enquanto a maioria das crianças já consegue fazer encaixes facilmente a partir dos dois anos, aquelas que apresentam disfunção neurológica costumam apresentar um progresso mais lento. Por isso, continuar fornecendo estímulos a elas é uma importante forma de auxiliar no progresso neurológico — além de trabalhar o tato e a visão em conjunto, o que pode ser difícil em alguns casos. TOQUE DO NARIZ Fechar os olhos e tentar tocar a ponta do nariz (ou outras partes do próprio rosto) é uma brincadeira lúdica que tem um importante papel no desenvolvimento do sistema proprioceptivo. Trata-se da capacidade de reconhecer o espaço que o próprio corpo ocupa no ambiente, o que também interfere na coordenação motora dos membros. Essa atividade simples também pode ser feita com adolescentes e até adultos. ESTÍMULO COM PRESSÃO Algumas pessoas autistas sentem-se mais confortáveis quando estão fisicamente pressionadas — com um cobertor pesado ou um colchão em cima do corpo, por exemplo. Elas são hipossensíveis e precisam de estímulos mais fortes para que consigam senti-los. Não há nenhum problema em atender a tal necessidade, desde que você tenha certeza de que a criança não esteja se machucando. Nesses casos, massagens vigorosas também são bons estímulos táteis, além de ajudarem no relaxamento. A maioria das brincadeiras é fácil de ser reproduzida em casa, pois não requer muitos materiais. Basta ter bastante paciência e atenção. COMO SABER SE O PACIENTE PRECISA DESSA TERAPIA? Geralmente, disfunções neurológicas são detectadas pelo psicólogo ou neurologista. No caso do autismo, a medicação pode ser necessária e a terapia ocupacional vai atuar como um tratamento complementar. Aos poucos, a dose do tratamento medicamentoso tende a ser reduzida. A integração sensorial pode ser feita por qualquer criança que apresente um desenvolvimento motor ou tátil mais lento, para que tais problemas não a atrapalhem no futuro. A verdade é que uma terapia ocupacional é sempre benéfica, pois identifica aquilo que mais aflige o paciente e proporciona um tratamento personalizado. Produção, Edição, Elaboração e Revisão de Texto: ESCON - Escola de Cursos Online Proibida a reprodução total ou parcial sem permissão expressa da ESCON. (Lei 9.610/98)