Prévia do material em texto
Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, ciências e Letras de Ribeirão Preto Departamento de Química Bacharelado em Física Médica Experimento 2 Equilíbrio Químico e Deslocamento de Equilíbrio Objetivos Os Equilíbrios químicos constituem uma parte da físico-química e necessitam de certa abstração para serem entendidos, porque são fenômenos reversíveis. Nosso objetivo nesse experimento é associar o conceito de reversibilidade de uma reação a alguma coisa perceptível visualmente. Faremos isso, deslocando dois sistemas em equilíbrio nos quais participam substâncias de coloração característica. Introdução Henri Louis Le Chatelier, cientista francês, enunciou o princípio geral do deslocamento de equilíbrios químicos: “Quando uma força atua sobre um sistema em equilíbrio químico, este se desloca no sentido de anular a força aplicada.” Esse é o “princípio da fuga entre a força”, de Le Chatelier. A concentração, a pressão e a temperatura são as forças que atuam sobre os equilíbrios químicos. Em nossas experiências, estudaremos os deslocamentos de equilíbrios químicos em função da concentração, fato que indiretamente comprova a existência do equilíbrio. ● Quando se aumenta a concentração de um dos componentes do equilíbrio ele se desloca no sentido de consumir o reagente adicionado. ● Quando se diminui a concentração de um dos componentes do equilíbrio, ele se desloca para repor o componente retirado. Um dos equilíbrios que mais se prestam para demonstração experimental é representado pela reação: 2 FeCl3 + 3NH4SCN ⟶ Fe(SCN)3 + 3NH4Cl Isso porque o Fe(SCN)3 é um sal solúvel de cor vermelha característica. É fácil concluir que, deslocando-se o equilíbrio para a direita, ocorrerá uma intensificação na cor vermelha. Outro equilíbrio bastante interessante para observações experimental é aquele entre cromatos (solução amarela) e dicromatos (soluções alaranjadas), em solução aquosa. Dissolvendo uma certa quantidade de dicromato de potássio em água ocorrerá a dissolução do sal: K2Cr2O7 ⟶ 2K+ + Cr2O7 2- O ânion Cr2O7 2- e a água entram em equilíbrio: Cr2O7 2- + 2H2O ⟶ 2CrO4 2- + 2H3O + Alaranjado Amarelo Deslocando-se o equilíbrio para a direita, o meio se tornará amarelo. Deslocando-o para a esquerda, alaranjado. Uma observação importantíssima sobre esta aula diz respeito à concentração dos reagentes utilizados, especialmente o NH4SCN e o FeCl3. Se esses reagentes estiverem em concentração maior que a necessária, as colorações ficarão muito intensas e nenhum efeito visual será observado porque, se mudarmos de um vermelho forte para um vermelho mais forte ainda , nossos olhos não perceberão a diferença. Materiais e reagentes Tubos de ensaio Estante para tubos de ensaio Pipetas graduadas de 10 mL Espátula Proveta de 50 mL Cloreto de amônio, NH4Cl Solução a 1% de cromato de potássio, K2CrO4 Solução a 0,5 % de dicromato de potássio, K2Cr2O7 Solução de 0,05 M de cloreto férrico, FeCl3 Solução de 0,005 M de tiocianato de amônio, NH4SCN Solução de 0,5 % de hidróxido de sódio, NaOH Solução a 5% de ácido clorídrico, HCl Procedimento experimental 1. Em uma proveta de 50 mL, adicione 1 ml de solução de FeCl3, 1 mL de solução de NH4SCN e 38 mL de H2O. Agite. O que você observou? Anote em seu caderno de laboratório. 2. Escreva a reação envolvida: 1 3 3. Numere 4 tubos de ensaio: 1, 2, 3, 4. Coloque em cada tubo 10 mL da solução do passo 1 4. Ao tubo 1, adicione 2 mL de solução de F3Cl3. Agite- o. Observe e compare a coloração obtida com a cor da solução do tubo 4. O que você notou? Como você explica esse resultado? Anote e descreva em seu caderno. 5. Ao tubo 2, adicione uma ponta de espátula de NH4SCN sólido. Agite-o. Compare sua cor com a cor da solução do tubo 4. O que você observou? Como você explica esse resultado? 6. Ao tubo 3, adicione uma ponta de espátula de NH4Cl sólido. Agite-o. Compare com a coloração obtida no tubo 4. O que você pôde observar? Como você explica esse resultado? 7. Lave os tubos e mantenha a numeração. 8. Nos tubos 1 e 2, coloque a solução de K2CrO4 até 1/3 do volume. Ao tubo 1, adicione cerca de 3 mL de solução de HCl e agite. Compare agora sua cor com a coloração da solução do tubo 2. O que você observou? Como você explica esse resultado? 9. Aos tubos 3 e 4, adicione a solução de K2Cr2O7 até 1/3 do volume. Ao tubo 3, adicione 3 mL de solução de NaOH. Agite-o. Compare a cor obtida com a da solução do tubo 4. O que pode ser observado? Como você explica esse resultado? Discuta as observações da prática no relatório. 1 4 1 5 ⇒ Material comum de laboratório: finalidade e condições de uso. O relatório será baseado na apresentação dos seus resultados e nas discussões incluídas nas questões. Limpeza de material volumétrico A limpeza de vidraria mais simples pode ser feita lavando-a com detergente, enxaguando com bastante água da torneira e, finalmente enxaguando com água destilada. Esta última operação é essencial porque a água de torneira contém apreciável quantidade de materiais dissolvidos e em suspensão, que não serão removidos se você não passar água destilada, colocando na estufa um béquer enxaguado apenas com água de torneira, quando ele secar você vai ver pequenas manchas (geralmente brancas) de substâncias que estavam dissolvidas e cristalizaram. No entanto, apenas a lavagem descrita não é suficiente em trabalhos de maior precisão. O vidro costuma adquirir uma persistente camada superficial de gordura e outros materiais que repelem água. Uma fina camada de água que fica na superfície, depois de escorrer, se retrai, formando gotas de tamanho considerável, que não escorrem facilmente. Assim, gotas podem ficar no gargalo do balão volumétrico e não estão incluídas no volume medido do liquido mas podem perturbar o resultado de medidas mais precisas. Para remoção dessa camada superficial é suficiente enxaguar a vidraria com álcool ou acetona. Para limpezas rigorosas se utiliza soluções de limpeza que algumas vezes podem ser reutilizadas e outras devem ser descartadas logo após serem utilizadas uma única vez. Como secar material volumétrico Quando o material volumétrico estiver molhado com o mesmo liquido cujo volume se vai medir na há prejuízo na medida. Porém, caso você precise medir o volume de acetona, por exemplo, e utilizar uma proveta molhada com água o liquido resultante não será mais acetona, e você não poderá mais saber qual o volume de acetona mediu. Na dúvida sobre a necessidade ou não de secar um material, seque. Material volumétrico não deve ser fortemente aquecido, pois pode perder sua aferição. Admite-se porém um aquecimento suave, como por exemplo, em estufa a no máximo 80 °C, ou com um secador de cabelos. É preferível secar o material volumétrico á temperatura ambiente, mas para isso é necessário tempo (geralmente de um dia par ao outro). Se você tiver que secar um material volumétrico em pouco tempo enxágüe-o antes com acetona ou álcool, deixe escorre bem e coloque na estufa a 80°C,ou seque co o secador de cabelos. 1 6 1