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LABORATÓRIO DE ARQUIVOLOGIA DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA O QUE É UM DOCUMENTO ARQUIVÍSTICO? O trabalho com a informação exige do profissional conhecimento e visão de diversas áreas. Nesse contexto, a arquivologia, como campo de saber e práticas, fornece princípios e fundamentos de forma a orientar os colaboradores à frente de um arquivo. Um dos desafios é esclarecer, por meio da definição de conceitos e termos, qual é o objeto de estudo da área. Entre eles, vale relembrar que nem todo documento será tratado, armazenado e acondicionado em um local de guarda. Autores como Rousseau e Couture (1998) definiram as funções arquivísticas em: produção/criação, avaliação, classificação, descrição, difusão, preservação e aquisição. Então, para ser um documento arquivístico, é preciso ter sido “produzido (elaborado ou recebido), no curso de uma atividade prática, como instrumento ou resultado de tal atividade, e retido para ação ou referência” (CONARQ, 2020, p. 24). Atender a essa condição é também seguir a orientação fundamental da área: o respeito aos fundos ou princípio da proveniência. Segundo Bellotto (2002), são princípios arquivísticos: proveniência, organicidade, unicidade, indivisibilidade/integridade e cumulatividade. Compreender a importância desses princípios é garantir que as características dos documentos sejam preservadas durante todo o processo de tratamento e difusão. LABORATÓRIO DE ARQUIVOLOGIA DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br VALORES E FUNÇÕES DOS DOCUMENTOS A criação de um documento deve responder a uma demanda da organização que o produziu. Após desempenhar essa primeira função, geralmente de prova, o documento poderá servir a outras, como a pesquisa, ou contribuir para a narrativa histórica. Esse percurso foi definido pela teoria das três idades, que caracteriza os arquivos em: correntes, intermediários ou permanentes. Segundo Bellotto (2006), quando o documento tem valor primário, ou seja, está em uso administrativo, jurídico, deve permanecer em local de fácil acesso para seu produtor no arquivo corrente. Passada sua vigência, que pode ser de um a dez anos, esse documento segue para o arquivo intermediário, onde ainda pode ser recuperado. Quando não determinado que possa ser eliminado, o documento seguirá para o arquivo permanente, geralmente entre 25 e 30 anos após sua produção, sendo de uso científico, social ou cultural. TABELA DE TEMPORALIDADE O período de permanência em cada arquivo é determinado pela tabela de temporalidade (TTDD). Para elaborá-la, é recomendável que o arquivista crie um grupo de colaboradores envolvidos com todo o processo de produção e uso das informações, podendo incluir outros profissionais (por exemplo, das áreas de direito e história). A TTDD deve informar: código, descritor, prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, destinação final e um campo para outras observações. Na Figura 1, veja a TTDD do Conselho Nacional Científico e Tecnológico (CNPq), elaborada pelo Arquivo Nacional. LABORATÓRIO DE ARQUIVOLOGIA DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br Figura 1 – Tabela de temporalidade do CNPq. Fonte: CNPq (2021). Quando desempenhadas concomitantemente, algumas funções arquivísticas contribuem para a celeridade dos procedimentos. É o caso da classificação e descrição. Lopez (2002) destaca que, quando a descrição é realizada depois, corre o risco de não fazer jus às outras funções: uma informação, secundária no momento da classificação, pode vir a ser importante para a descrição do documento. Um bom planejamento pode concentrar esforços, ao coletar essa informação durante a classificação, agilizando a produção dos instrumentos de pesquisa (LOPEZ, 2002, p. 11). Para Bellotto (2006), a contribuição de um planejamento adequado está relacionada também aos princípios arquivísticos e às características dos documentos arquivísticos: “a descrição é ditada pelos interesses da pesquisa, sem que se percam as amarras com a proveniência e a funcionalidade do documento em sua origem” (BELLOTTO, 2006, p. 29-30). Dessa forma, a descrição é uma das funções que contribuem para a visibilidade das informações abrigadas em uma entidade custodiadora, sendo crucial para a elaboração de políticas de informação e projetos de difusão. LABORATÓRIO DE ARQUIVOLOGIA DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br NORMAS: ISAD(G) E NOBRADE Em 1988, foi criado o Conselho Internacional de Arquivos (CIA). Na pauta dos pesquisadores, estava a preocupação de elaborar normas internacionais de descrição. Como resultado, em 1994, foi publicada a ISAD(G): General international standard of archival description, abrangendo documentos de todo e qualquer suporte, respaldada em procedimentos metodológicos já implementados, bem como definindo um universo de elementos de descrição para registro de informações tradicionalmente recuperadas (BRASIL, 2006, p. 7). No Brasil, a norma só foi publicada em 1998. Entretanto, as contribuições do percurso de revisão e adequação das diretivas já existentes propiciaram a elaboração de uma norma que estivesse de acordo com as práticas realizadas em território nacional, sendo aprovada, em 2006, a Norma Brasileira de Descrição Arquivística (Nobrade). Em relação a seu âmbito e propósito, os colaboradores enfatizam que a Nobrade: tem por objetivo estruturar a informação a partir de elementos de descrição comuns, buscando interferir o mínimo possível na forma final em que as descrições são apresentadas. Cabe a cada entidade custodiadora e a seus profissionais a decisão acerca dos recursos utilizados para a descrição, bem como o formato final de seus instrumentos de pesquisa, sendo apenas imprescindível a presença dos elementos de descrição obrigatórios (BRASIL, 2006, p. 10). É de suma importância que todo arquivista conheça a Nobrade, dispondo da norma para consultas. A princípio, é sugerido o preenchimento de oito áreas e 28 elementos, sendo obrigatórios: • código de referência; • título; • data(s); LABORATÓRIO DE ARQUIVOLOGIA DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br • nível de descrição; • dimensão e suporte; • nome(s) do(s) produtor(es); • condições de acesso. Apesar de não ser aplicável somente neste contexto, uma das potencialidades do uso adequado da Nobrade é em sistemas automatizados, como o ICA-AtoM. ICA-ATOM De acordo com Cé e Flores (2016, p. 24), “o ICA-AtoM (AtoM) é um software livre de descrição arquivística baseado nas normas do Conselho Internacional de Arquivos (ICA), desenvolvido em formato aberto e disponibilizado via web”. Além de servir para descrição, acesso e difusão, permite a criação de repositórios arquivísticos digitais, fato que “considera o ambiente de gestão de documentos, de preservação e o ambiente de acesso” (CÉ; FLORES, 2016, p. 27). Embora não seja a única ferramenta disponível para a descrição arquivística, o ICA-AtoM tem sido utilizado por instituições públicas e particulares que veem, na integração de funções do software, vantagens relacionadas à gestão, ao processamento e à guarda de informações.LABORATÓRIO DE ARQUIVOLOGIA DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELLOTTO, H. L. Arquivística: objetos, princípios e rumos. São Paulo: Aasp, 2002. BELLOTTO, H. L. Arquivos permanentes: tratamento documental. Rio de Janeiro: FGV, 2006. BRASIL. Conselho Nacional de Arquivos. Nobrade: Norma Brasileira de Descrição Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006. Disponível em: http://www.siga.arquivonacional.gov.br/images/publicacoes/nobrade.pdf. Acesso em: 2 fev. 2022. CÉ, G.; FLORES, D. Implantação do software ICA-AtoM como ferramenta de difusão de acervos arquivísticos em Ifes: o estudo de caso da UFCSPA. Informação Arquivística, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p. 22-44, jul./dez. 2016. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/54399. Acesso em: 24 fev. 2022. CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS. ISAD(G): norma geral internacional de descrição arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2000. CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS. Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos. Glossário: documentos arquivísticos digitais (8ª versão). Rio de Janeiro: Conarq; CTDE, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/conarq/pt-br/assuntos/camaras-tecnicas- setoriais-inativas/camara-tecnica-de-documentos-eletronicos- ctde/glosctde_2020_08_07.pdf. Acesso em: 24 fev. 2022. LABORATÓRIO DE ARQUIVOLOGIA DESCRIÇÃO ARQUIVÍSTICA ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Código de Classificação e Tabela de Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo relativos às atividades-fim do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. 2021. Brasília: CNPq, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/arquivonacional/pt-br/servicos/gestao-de-documentos/informes- coged-1/CCD_TTDD_CNPq_2021_12.pdf. Acesso em: 24 fev. 2022. LOPEZ, A. P. A. Como descrever documentos de arquivo: elaboração de instrumentos de pesquisa. Como fazer, v. 6. São Paulo: Arquivo do Estado/Imprensa Oficial, 2002. Disponível em: https://www.arqsp.org.br/arquivos/oficinas_colecao_como_fazer/cf6.pdf. Acesso em: 24 fev. 2022. ROUSSEAU, J-Y.; COUTURE, C. Os fundamentos da disciplina arquivística. 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