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Programa para Cuidadores de Idosos

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Porto Alegre, 2019;50(1):e29444
https://doi.org/10.15448/1980-8623.2019.1.29444
Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, 
que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação 
original seja corretamente citada. http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR
Artigo originAl
ISSN 1980-8623
Psico
Entender e envolver: avaliando dois objetivos de um 
programa para cuidadores de idosos com Alzheimer
Camila Rafael Ferreira Campos iD 1 
Thaís Ramos de Carvalho iD 1 
Elizabeth Joan Barham iD 1 
Letícia Ribeiro Fernandes de Andrade iD 1 
Angélica Sonego Giannini iD 1
1 Universidade Federal de São Carlos, SP, Brasil.
Resumo 
Intervenções efetivas são necessárias para ajudar familiares que cuidam de idosos com doença de Alzheimer (DA) a manejarem as 
dificuldades que surgem nessa situação. Neste estudo, foram avaliados dois objetivos de uma intervenção psicoeducativa, que visavam 
ajudar cuidadores familiares a: (a) entender formas construtivas de agir e (b) envolver o idoso com DA em atividades cotidianas. 
Participaram do programa 15 cuidadoras, que responderam um instrumento de conhecimentos e outro sobre comportamentos 
do idoso, em três momentos. Foram observados resultados significativos na aprendizagem de conceitos (t(13)=9,048; p<0,001; 
d=2,42) e em sua retenção, quando se comparou o follow-up com o pré-teste (t(10)=6,431; p<0,001; d=1,95). O uso de estratégias 
novas para contornar dificuldades dos idosos também foi mantido, um ano depois do término da intervenção. Assim, esse programa 
apresentou efeitos positivos para os cuidadores.
Palavras-chave: sobrecarga, intervenção, psicoeducação, habilidades sociais, enfrentamento de estresse.
Comprehend and collaborate: evaluating two objectives of a program for caregivers 
of people with Alzheimer’s disease
Abstract
Effective interventions are needed to help caregivers who assist elderly people with Alzheimer’s disease (AD) to manage the 
difficulties that arise. In this study, two objectives of a psychoeducational program were evaluated and aimed at helping family 
caregivers to: (a) comprehend constructive ways to act, and (b) involve the person with AD in everyday activities. Fifteen caregivers 
participated in the program, answering a knowledge-based test and a questionnaire about behavior problems the person with AD was 
presenting, at three time-points. The results indicated significant impacts on learning new concepts (t(13)=9.048, p<.001, d=2.42) 
and the retention of these concepts, when the follow-up and the pre-test scores were compared (t(10)=6.431, p<.001, d=1.95). In 
addition, the use of new strategies to manage the elderly person’s problem behaviors was maintained, one year later. Thus, this 
program had positive effects on the caregivers.
Keywords: burden, intervention, psychoeducation, social skills, coping.
Comprender y colaborar: evaluando dos objetivos de un programa para cuidadores 
de ancianos con Alzheimer
Resumen
Intervenciones efectivas son necesarias para ayudar familiares que cuidan de ancianos con enfermedad de Alzheimer (EA) a manejar 
las dificultades que surgen. En este estudio, se evaluaron dos objetivos de una intervención psicoeducativa, que pretendían ayudar a 
los cuidadores familiares a: (a) entender formas constructivas de actuar y (b) involucrar al anciano con EA en actividades cotidianas. 
Participaron del programa 15 cuidadoras, que respondieron un instrumento de conocimientos y otro sobre comportamientos del 
anciano, en tres momentos. Se observaron resultados significativos en el aprendizaje de conceptos (t(13)=9,048; p<0,001; d=2,42) 
y en su retención, comparando el seguimiento con el momento antes de la intervención (t(10)=6,431; p<0,001; d=1,95). El uso de 
estrategias nuevas para controlar las dificultades de los ancianos también se mantuvo, un año después del término de la intervención. 
Así, este programa presentó efectos positivos para los cuidadores.
Palabras clave: sobrecarga, intervención, psicoeducación, habilidades sociales, enfrentamiento de estrés.
https://doi.org/10.15448/1980-8623.2019.1.29444
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR
https://orcid.org/0000-0001-8700-153X
https://orcid.org/0000-0002-3787-3396
https://orcid.org/0000-0002-3787-3396
https://orcid.org/0000-0002-7270-4918
https://orcid.org/0000-0003-0777-2794
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Cuidadores de idosos frequentemente relatam difi- 
culdades que resultam em percepções de estresse crô- 
nico de grau moderado a alto (Gratão et al., 2013) que, 
por sua vez, são relacionadas com problemas de saúde 
(Tomomitsu, Peraccini, & Neri, 2014). Além das conse- 
quências emocionais e na saúde dos cuidadores, há im- 
pactos financeiros. Quando se compara os últimos cinco 
anos de vida de pessoas com a doença de Alzheimer 
(DA) com aquelas com outro problema de saúde, 
incluindo tratamentos para doenças coronárias ou câncer, 
observa-se que as despesas referentes ao primeiro caso 
são maiores, seja para as famílias ou para os programas 
de saúde (Kelly, McGarry, Georges, & Skinner, 2015). 
Uma alternativa para ajudar cuidadores que 
assistem idosos com DA a organizarem atividades 
e modificarem relacionamentos, a fim de evitar ou 
reduzir problemas, assim como fortalecer seu bem-
estar, é a de oferecer suporte psicoeducativo (Cesário, 
Leal, Marques, & Claudino, 2017). Porém, atualmente, 
são poucas as intervenções que demonstram efeitos 
clinicamente relevantes e, por conseguinte, pouco se 
sabe sobre os impactos desses programas em médio e 
longo prazos (Barham, Pinto, Andrade, Lorenzini & 
Ferreira, 2015). Oferecer tais intervenções se torna ainda 
mais importante devido às evidências de que cuidadores 
de idosos tendem a apresentar pouco conhecimento e 
planejamento sobre questões que envolvem o cuidar 
(Leite, Menezes, Lyra, & Araújo, 2014).
De maneira geral, é papel do cuidador acompanhar 
e prestar auxílio à pessoa que recebe os cuidados, 
auxiliando-a na execução das tarefas em que ela 
apresente dificuldades, que podem envolver cuidados 
com a higiene, a alimentação e a locomoção. É 
importante, ainda, assistir o idoso a realizar atividades 
ocupacionais, de estimulação e de lazer (Neumann & 
Dias, 2013). No entanto, por ser uma atividade que 
exige muito tempo e dedicação, caso o cuidador tenha 
dificuldade em lidar com as demandas do cuidado, 
ele pode experenciar altos níveis de tensão (Cesário 
et al., 2017), cansaço físico, depressão, alterações na 
vida conjugal e familiar ou passar por dificuldades para 
cumprir atividades ligadas a um emprego remunerado, 
sendo que essas consequências podem ter efeitos 
negativos, tanto para o próprio cuidador e sua família, 
quanto para quem está sob seus cuidados (Pinto, Barham, 
& Del Prette, 2016). Ainda, é comum cuidadores de 
idosos com demência relatarem que os idosos por eles 
assistidos apresentam comportamentos problemáticos, 
o que potencializa sentimentos negativos e dificuldades 
no cuidar (Hashimoto et al., 2017). 
Diante disso, um fator fundamental para se exercer 
o ato de cuidar e para diminuir o estresse vivido pelo 
cuidador é entender as limitações de comportamento de 
pessoas com DA, além de saber reconhecer sinais da 
evolução da demência, para facilitar a identificação de 
estratégias eficazes no manejo da situação, em diferentes 
fases do curso da doença (Cruz, Sá, Lindolpho, & Caldas, 
2015; Ilha et al., 2016). Nesse sentido, as intervenções 
psicoeducativas vêm contribuindo para permitir reduções 
na percepção de sobrecarga por parte do cuidador e, por 
esse motivo, são ferramentas importantes para suprir 
essa demanda (Marim, Silva, Taminato, & Barbosa, 
2013; Pinquart & Sörensen, 2006). Com base em uma 
revisão de literatura, Leite et al. (2014) demonstraram 
que a maiorparte dos cuidadores que assume essa 
responsabilidade precisa se apropriar de informações 
sobre a doença do idoso assistido, considerando que eles 
geralmente apresentam baixo nível de conhecimento 
sobre a demência e outros conceitos relacionados ao 
cuidar, o que reforça a importância da realização de 
programas psicoeducativos para essa população.
Neste sentido, os programas de intervenção 
deveriam incluir atividades que objetivam a trans- 
missão de informações por meio de explicações, 
além de ensinar habilidades envolvidas no cuidado 
e estratégias de enfrentamento, assim como oferecer 
informações sobre serviços que podem auxiliar no 
manejo de situações envolvendo o cuidar (Weinbrecht, 
Rieckmann, & Renneberg, 2016). Adicionalmente, 
os programas de intervenção devem demonstrar os 
benefícios do uso dessas estratégias, de forma a garantir 
que o indivíduo que participa da intervenção entenda 
a importância e as vantagens da introdução, em sua 
rotina, das atividades ensinadas (Lopes & Cachione, 
2012). Assim, é importante ensinar estratégias que 
aproximem as pessoas, criando oportunidades não 
somente para cumprir rotinas, como também para 
construir interações afetivas e cooperativas, produzindo 
sentimentos positivos entre a díade cuidador-idoso 
(Baptista, Teodoro, Cunha, Santana, & Carneiro, 2009).
Ao ensinar ao cuidador estratégias de enfren- 
tamento do tipo resolução de problemas, ele se torna 
apto a avaliar os comportamentos apresentados pelo 
idoso (Blanchard-Fields, Stein, & Watson, 2004). 
Mais do que isso, ele pode refletir sobre quais são 
os estímulos que antecedem tais comportamentos e 
se as consequências de sua resposta diante daquela 
situação aumentam ou diminuem as chances de o 
idoso apresentar o mesmo desempenho posteriormente 
(Delfino & Cachioni, 2016). Ou seja, ao priorizar a 
estratégia de resolução de problemas, o cuidador 
controla o ambiente, favorecendo a emissão de 
comportamentos com possível função reforçadora 
aos comportamentos adequados emitidos pelo idoso, 
o que consequentemente diminui a probabilidade da 
ocorrência dos comportamentos problemáticos (Luizzi 
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& Rose, 2010). Para o cuidador, os resultados desse 
novo panorama costumam ser reforçadores e implicam 
em um cuidar com menos eventos adversos, o que tende 
a diminuir os sentimentos negativos relacionados com 
o cuidar e com o idoso (Gitlin et al., 2009).
Além disso, essas estratégias podem contribuir 
para envolver o idoso em atividades cotidianas, o que 
pode favorecer a inclusão social. Uma técnica que 
pode ser utilizada para essa finalidade, e que também 
busca trabalhar diversas funções mentais do idoso, é 
a estimulação cognitiva (Sato, Batista, & Almeida, 
2014). A prática frequente de estimulação cognitiva 
contribui para a manutenção da saúde mental, podendo 
retardar o progresso da demência e, consequentemente, 
melhorar a autonomia, independência e a qualidade 
de vida dos idosos (Lousa, 2016). Deve-se evitar que 
as atividades de estimulação propostas sejam muito 
fáceis, de forma que o idoso não precise raciocinar, 
ou muito difíceis, tornando-se frustrantes (Yuill & 
Hollis, 2011). Em relação ao formato de realização, 
atividades de estimulação cognitiva podem ocorrer 
individualmente ou com a participação de outras 
pessoas, mas geralmente é necessária a presença do 
cuidador. Além disso, estas atividades costumam ser 
realizadas em horários exclusivos (Golino & Flores-
Mendonza, 2016).
Pesquisadores, no entanto, observaram que a 
estimulação cognitiva muitas vezes é negligenciada, 
visto que os cuidadores tendem a priorizar a realização 
de atividades relacionadas aos cuidados básicos do 
idoso dependente, como zelar pela higiene e segurança 
(Gratão et. al., 2012; Marim et al., 2013). Assim, 
uma alternativa é incluir a estimulação cognitiva nas 
atividades diárias realizadas com o idoso, de forma 
a garantir que elas facilitem o cuidado, ao invés de 
serem tarefas adicionais para o cuidador. Dessa forma, 
acredita-se que o ensino de habilidades direcionadas 
à identificação e prática de atividades de rotina ou de 
lazer, de forma prazerosa, que incluam e prendam a 
atenção dos idosos, pode contribuir para aumentar o 
bem-estar e a qualidade de vida da díade cuidador-
idoso (Barham et al., 2015). 
Diante disso, é notável que cuidadores de idosos 
com DA precisam de intervenções fundamentadas 
em evidências sobre estratégias eficazes, de forma 
que possam oferecer suporte aos idosos, sem con- 
sequências tão negativas sobre o seu próprio estado 
socioemocional (Brodaty & Donkin, 2009; Oliveira & 
D’Elboux, 2012). Além disso, é importante salientar 
que a maioria das pessoas que assumem o papel de 
cuidador apresentam parentesco com o idoso com DA 
(Freire & Moreira, 2016). Portanto, considerando os 
benefícios de aumentar o conhecimento dos cuidadores 
sobre demências e temas relacionados ao manejo do 
cuidar e as dificuldades de se inserir atividades de 
estimulação cognitiva na rotina do cuidar, o objetivo 
desse estudo foi avaliar uma intervenção elaborada para 
cuidadores familiares de idosos com DA, o Programa 
ComTato, quanto a dois de seus objetivos: entender 
(aprendizagem de repertório psicossocial para cuidar) e 
envolver (inserção de práticas de estimulação cognitiva 
com o objetivo de favorecer a participação positiva do 
idoso assistido, em atividades cotidianas).
Método
Tipo de Pesquisa
No primeiro estudo desta pesquisa, foi utilizado 
um delineamento experimental e, nos dois estudos 
subsequentes, um método quase experimental. O 
terceiro estudo, por sua vez, é de natureza longitudinal 
(follow-up) (Mota, 2010; Rueda & Zanon, 2016). 
Aspectos éticos da pesquisa
Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética 
para Pesquisas com Seres Humanos, da Universidade 
Federal de São Carlos, sob o número de parecer 
503.726. Os participantes leram e assinaram o Termo 
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que 
informava sobre os objetivos da pesquisa, as atividades 
que realizariam e seus direitos enquanto participantes.
Participantes
Nos três estudos, como critérios de inclusão, 
os participantes deveriam ser cuidadores familiares 
dos idosos e, com idade mínima, de 18 anos. Foram 
excluídos cuidadores que assistiam idosos que não 
apresentavam diagnóstico de DA. No primeiro estudo, 
um estudo experimental sobre os efeitos do programa 
de intervenção, as 15 cuidadoras recrutadas foram 
alocadas aleatoriamente no grupo de intervenção (GI, 
n=7) ou no grupo controle (GC, n=8). No segundo 
estudo, a fim de avaliar os efeitos do ComTato 
com uma amostra ampliada, sete cuidadoras do GC 
receberam a intervenção (uma cuidadora não cumpria 
mais os critérios de inclusão, devido ao falecimento 
do idoso que ela assistia). Dessa forma, no Estudo 2, 
foram analisados os dados do total de 14 cuidadoras 
que haviam participado da intervenção. Por fim, 
aproximadamente um ano depois do término da 
intervenção, foi realizada uma nova avaliação das 
cuidadoras, para investigar os efeitos a longo prazo 
(um estudo de seguimento), com as cuidadoras que 
ainda exerciam essa função (n=11). Na Tabela 1, são 
apresentadas as características sociodemográficas das 
participantes.
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Recrutamento. O recrutamento ocorreu junto 
à Unidade Básica de Saúde e ao Hospital da cidade 
de São Lourenço, localizada no interior do estado 
de Minas Gerais. Funcionários destas instituições 
forneceram o contato de potenciais participantes. A 
partir de telefonemas, a pesquisadora lhes explicava 
sobre o estudo, questionando-os sobre o cumprimento 
dos critérios de participação estabelecidos. Os que 
se enquadravam em tais critérios, e tinhaminteresse 
em participar dos estudos, agendavam um horário 
presencial para assinar o TCLE e iniciar a pesquisa. 
Local da Realização da Intervenção
Todos os cuidadores residiam no município 
onde foram recrutados e deviam optar por realizar os 
atendimentos em uma das instituições parceiras ou em 
seu ambiente domiciliar. A maioria das cuidadoras optou 
por participar da pesquisa em sua própria residência.
Instrumentos
Questionário Sociodemográfico. Este questioná- 
rio foi preparado para obter informações sobre os 
cuidadores, tais como sexo, idade, estado civil, relação 
com o idoso cuidado, número de filhos, escolaridade, 
atividades remuneradas, tempo como cuidador e se 
residia com o idoso.
Teste de Conhecimentos. Este teste é composto 
por questões dissertativas e objetivas, adaptadas 
dos instrumentos elaborados por Faleiros (2009) e 
Dornelles (2010), ambos com o objetivo de averiguar o 
domínio do respondente sobre os conceitos trabalhados 
no programa de intervenção. As questões abordam 
os cinco temas centrais do programa de intervenção: 
(a) Doença de Alzheimer (DA), (b) Enfrentamento 
de estresse (EE), (c) Habilidades sociais, parte 1: 
conceitos gerais (HS1: CG), (d) Habilidades sociais, 
parte 2: elogios, críticas e pedir ajuda (HS2: E, C, PA) 
e (e) Estimulação cognitiva (EC).
Para as questões objetivas, é atribuído um ponto 
para cada resposta correta. No caso das questões 
dissertativas, é atribuído um escore entre zero e dois 
pontos, sendo zero para as respostas incorretas, um 
ponto para as respostas corretas, porém incompletas, 
e dois pontos para as respostas corretas e completas. 
TABELA 1 
Características Sociodemográficas das Cuidadoras, por Estudo
Característica
Estudo Piloto Estudo com 
Amostra Ampliada Estudo de Follow-up
GI 
n=7
GC 
n=8 N=14 N=11
Sexo
Feminino n (%) 7 (100) 8 (100) 14 (100) 11 (100)
Idade (anos) M(±DP) 49,6(17,40) 58,1(8,18) 53,4(13,68) 56,5(11,92)
Estado Civil n (%)
Casada 3 (42,9) 5 (62,5) 7 (50) 6 (54,5) 
Solteira 3 (42,9) 2 (25) 5 (35,7) 3 (27,3)
Viúva 1 (14,2) 1 (12,5) 2 (14,3) 2 (18,2)
Escolaridade n (%)
Fundamental incompleto 4 (57,1) 4 (50) 7 (50) 6 (54,5)
Ensino Médio completo 2 (28,6) 3 (37,5) 5 (35,7) 4 (36,4)
≥ Superior completo 1 (14,3) 1 (12,5) 2 (14,3) 1 (9,1)
Número de filhos M (±DP) 1,6(1,90) 2,1(1,64) 1,8(1,76) 1,9(1,87)
Trabalha Fora
Não n (%) 5 (71,4) 5 (62,5) 9 (64,3) 6 (54,5)
Tempo médio como cuidador (anos) M (±DP) 6,5(5,53) 6(3,83) 6,5(4,49) 7,4(4,70)
Parentesco com o idoso n (%)
Filha/Nora 4 (57,1) 7 (87,5) 10 (71,5) 8 (72,7)
Neta 1 (14,3) 0 (0) 1 (7,1) 0 (0)
Irmã 1 (14,3) 0 (0) 1 (7,1) 1 (9,1)
Cônjuge 1 (14,3) 1 (12,5) 2 (14,3) 2 (18,2)
Reside com o idoso
Sim n (%) 5 (71,4) 5 (62,5) 10 (71,4) 9 (81,8)
GI = Grupo de Intervenção; GC = Grupo Controle; M = Média; DP = Desvio Padrão.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
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Cada tema é pontuado separadamente e seu escore é 
convertido em valores que variam de zero a dez pontos. 
Como os cinco temas apresentam a mesma relevância, 
o Escore Total é obtido a partir da somatória dos escores 
de cada tema (valor máximo = 50 pontos).
Questionário de Percepções de Comportamentos 
Problemáticos no Cuidado de um Idoso com DA. 
Elaborado a partir do Questionário Complementar, 
de Dornelles (2010), esse instrumento qualitativo é 
aplicado em formato de entrevista semiestruturada 
e permite avaliar se o cuidador realiza atividades de 
estimulação cognitiva com o idoso e como responde 
aos comportamentos problemáticos apresentados por 
ele. Além disso, as informações obtidas no momento 
do pré-teste são importantes para discutir formas 
práticas de aplicar as estratégias trabalhadas ao longo 
do programa, com o objetivo de tentar resolver estas 
dificuldades. 
Para a Questão 1 deste instrumento, “O que 
o(a) idoso(a) faz que incomoda o(a) senhor(a)?”, 
é considerada a diferença entre a quantidade de 
comportamentos do idoso relatados pelo cuidador 
em uma primeira avaliação (tempo 1) e em uma 
avaliação posterior (tempo 2), de forma que a 
diminuição na quantidade de comportamentos 
relatados como problemáticos é entendida como 
evidência de uma melhora. A Questão 2 é, “O que 
o(a) senhor(a) costuma fazer para tentar mudar estes 
comportamentos?”, é avaliada de forma semelhante 
à Questão 1, comparando as respostas obtidas em 
uma primeira avaliação e na avaliação subsequente. 
Porém, neste caso pode-se considerar que houve uma 
melhora quando se constatar um aumento no número 
ou qualidade das estratégias construtivas usadas para 
lidar com os comportamentos problemáticos do idoso, 
relatadas pelo cuidador. Caso o cuidador responda 
“Nada” (não percebe nenhum comportamento do 
idoso como problemático) na primeira questão, a 
segunda pergunta não é realizada, e a ausência de 
uma resposta é categorizada como “Não se aplica”. 
Para a Questão 3, “O ato de cuidar do(a) idoso(a) 
gera quais sentimentos no(a) senhor(a)?”, é consi- 
derada a diferença entre o número de sentimentos 
positivos e negativos relatados. Os escores obtidos 
nos dois momentos diferentes são comparados e 
considera-se que houve melhora quando o escore 
obtido no segundo momento é maior que aquele obtido 
no primeiro. Para a Questão 4, “O que o(a) senhor(a) 
tem feito para tentar manter o(a) idoso(a) ativo(a)?”, 
é calculada a diferença entre o número de estratégias 
citadas pelos cuidadores nos dois momentos dis- 
tintos. Respostas que envolvem a mesma estratégia 
são pontuadas apenas uma vez (por exemplo, a 
resposta “deixar o rádio e a televisão ligados” recebe 
apenas um ponto).
Procedimento 
Programa ComTato1. O Programa ComTato, foi 
construído com o objetivo geral de diminuir a percepção 
de tensão e sobrecarga em cuidadores que assistem 
idosos com demência e, consequentemente, aumentar a 
qualidade de vida do cuidador e do idoso. São realizados, 
em média, oito encontros, com duração aproximada 
de uma hora cada. O ComTato é uma intervenção 
individual e presencial, pautada na abordagem 
cognitivo-comportamental. Em cada encontro, são 
utilizadas apresentações em PowerPoint padronizadas. 
A aprendizagem dos conceitos trabalhados é avaliada 
por meio do Teste de Conhecimentos. Ao final de cada 
tema, o cuidador recebe um folheto que contém um 
resumo das principais informações, o que possibilita 
que o cuidador possa: (a) compartilhar com os demais 
familiares ou cuidadores os conteúdos sobre cada tema 
e (b) revisar o assunto sozinho, a qualquer momento 
(durante o período de intervenção, ou depois). 
O programa é fundamentado em três objetivos 
específicos. O primeiro objetivo, representado pela 
palavra entender, é baseado em evidências sobre a 
importância da psicoeducação. Busca-se ajudar o 
cuidador a aumentar seus conhecimentos acerca do 
problema de saúde do idoso que assiste, bem como 
sobre estratégias que podem contribuir para uma 
experiência de cuidado mais positiva.
O segundo objetivo, que foca em questões de 
enfrentamento de situações estressantes, foi estabelecido 
para reservar tempo durante cada encontro para ajudar 
o cuidador a aplicar os conceitos ensinados, visando 
tentar reduzir alguns dos problemas que ele encontra 
para cuidar do seu familiar idoso, a partir do uso de 
estratégias de enfrentamento de estresse (que podem 
ser agrupadas em estratégias focadas na resolução de 
problemas e na autorregulação emocional) (Blanchard-
Fields et al., 2004) e das habilidades sociais (completar 
satisfatoriamente atividades que envolvem interações 
com outras pessoas, mantendo ou melhorando a 
qualidade das relações com estas pessoas e respeitando 
normas éticas) (Del Prette & Del Prette, 2017).
Com base no terceiro objetivo, envolver, foram 
elaborados materiais para ajudar o cuidador a 
adaptar as atividades que realiza para aumentar as 
oportunidades de estimulação cognitiva para o idoso 
sob seus cuidados,visando favorecer a interação com 
o idoso, de forma agradável, em um número maior de 
 
1 Inicialmente, o Programa ComTato era chamado de Programa dos 3Es 
(P3Es).
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atividades diárias. O cuidador deve usar esta estratégia, 
principalmente, em atividades cotidianas envolvidas 
no cuidado do idoso e não como uma tarefa extra, a 
qual demandaria mais tempo e dedicação.
Além de contribuir para aumentar a participação 
do idoso, a prática de estimulação cognitiva é utilizada 
no ComTato como uma estratégia de enfrentamento de 
estresse, para resolução de problemas. Neste sentido, 
é recomendado que ela seja inserida em situações nas 
quais o idoso esteja apresentando comportamentos 
problemáticos, como, por exemplo, não querer tomar 
banho. O objetivo é de modificar a situação, até que o 
comportamento inadequado seja substituído por outro 
mais desejado. No caso do banho, além de resolver 
problemas de segurança ou desconforto físico do 
idoso (por exemplo, não usar um chuveiro e sim um 
procedimento de banho hospitalar, no leito), seria 
possível tentar distraí-lo com uma conversa ou uma 
música agradável, que prendesse a atenção do idoso, 
dar algo resistente à água para ele olhar enquanto 
toma banho, entre outras opções, de forma que o 
cuidador criará oportunidades para o idoso interagir 
positivamente com o cuidador, ao invés de ficar sob 
controle dos pontos negativos da atividade. À medida 
que os comportamentos negativos do idoso ocorrerem 
com menor frequência, as atividades de estimulação 
tendem a ser percebidas pelo cuidador como um dos 
motivos da diminuição de sua sobrecarga e, assim, 
são vistas como atividades que devem ser mantidas, 
mesmo após o término da intervenção. Por fim, espera-
se que essas atividades sejam uma ferramenta para 
que o idoso se envolva um pouco mais nas tarefas 
do cotidiano, de forma a colaborar com o cuidador, 
sejam essas tarefas diretamente relacionadas ao cuidar 
(como, por exemplo, deixar à vista uma roupa que o 
idoso possa vestir sozinho, mesmo que precise dar 
instruções) ou às atividades habituais da casa (como, 
por exemplo, ajudando o cuidador a secar a louça que 
foi substituída por itens não quebráveis).
A longo prazo, ao manter essas atividades, o 
cuidador estará oferecendo ao idoso um tratamento não 
medicamentoso para a DA, de baixo custo e muitas vezes 
prazeroso, que tende a retardar o avanço da demência 
(Lousa, 2016), prologando o período em que o idoso 
permanece capaz de realizar atividades de autocuidado. 
As atividades de estimulação cognitiva propostas ao 
cuidador durante a intervenção são definidas com base 
nos dados coletados com o questionário Percepções 
de Comportamentos Problemáticos no Cuidado de um 
Idoso com DA, no pré-teste. A avaliação dos efeitos 
do módulo “Envolver” sobre a prática do cuidar é 
realizada com base na comparação desses dados com 
as respostas do pós-teste.
Aplicação dos instrumentos. No Estudo 1 (ou 
estudo piloto), que envolveu um estudo experimental 
para avaliação dos efeitos do programa, os instrumentos 
foram aplicados em todas as cuidadoras (GI e GC), em 
dois momentos distintos: pré-teste e pós-teste. Porém, 
somente as cuidadoras do GI participaram do ComTato 
no Estudo 1. Posteriormente, as cuidadoras do GC 
foram convidas a receber a intervenção, no Estudo 2, 
para ampliar o tamanho da amostra de pessoas que 
passaram pelo programa. Então, elas responderam aos 
instrumentos novamente, antes de iniciarem o ComTato 
e após o seu término. No Estudo 3, de seguimento, os 
instrumentos foram reaplicados aproximadamente um 
ano após o término da intervenção, nas participantes 
que ainda cumpriam os critérios estabelecidos: serem 
cuidadoras familiares de idosos com DA.
Análise de dados. Os escores do Teste de Co- 
nhecimentos foram analisados quantitativamente, 
usando o Statistical Program for Social Sciences 
for Windows (SPSS) versão 20.0. Inicialmente, 
foi verificada a normalidade dos dados. De acordo 
Dancey e Reidy (2019), quatro critérios devem ser 
considerados: (a) a normalidade da distribuição dos 
valores encontrados, por meio do teste de Kolmogorov-
Smirnov, (b) o valor da assimetria, que deveria estar 
dentro do intervalo entre -1<sk<1 para ser considerado 
normal, (c) o valor da curtose, que foi considerado 
normal se estivesse dentro do intervalo entre -3<k<3, 
(d) a análise do histograma, para verificar se a 
distribuição de valores não apresentava dois picos em 
regiões distintas do gráfico. Análises que apresentaram 
uma probabilidade de erro Tipo I <0,05 foram 
consideradas resultados estatisticamente significativos. 
Também foi calculado o tamanho do efeito de cada 
comparação a partir do d de Cohen, sendo que valores 
inferiores a 0,2 foram interpretados como sendo 
pequenos, entre 0,2 e 0,8 foram considerados como 
sendo médios e valores iguais ou superiores a 0,8 
foram considerados como representando um tamanho 
de efeito grande (Rosenthal, 1996).
A análise do Estudo Piloto consistiu em comparar a 
diferença entre os dois grupos: GI versus GC. O escore 
delta (Δ) foi calculado para cada grupo separadamente, 
a partir da diferença entre o pós-teste e o pré-teste. Para 
isso, utilizou-se o Teste-t de Student para amostras 
independentes, quando os dados eram paramétricos, 
e o Teste Mann-Whitney, quando os dados não eram 
paramétricos. Em relação aos Estudos 2 e 3 (com uma 
amostra ampliada e seguimento), os dados que não 
diferiam da distribuição normal foram analisados por 
meio do Teste-t de Student para amostras dependentes 
(intragrupos), enquanto os dados não paramétricos 
foram comparados usando o teste Z de Wilcoxon. No 
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Estudo 2, com uma amostra ampliada, compararam-se 
os escores do pós-teste com os do pré-teste. No Estudo 
3, de seguimento, os escores do follow-up foram 
comparados tanto com os do pós-teste, quanto com os 
do pré-teste. 
As respostas ao questionário Percepções de 
Comportamentos Problemáticos no Cuidado de um 
Idoso com DA foram analisadas usando técnicas de 
análise de dados qualitativas (Strauss & Corbin, 1994). 
Dois juízes categorizaram os dados de acordo com os 
critérios recomendados por Anfara, Brown e Mangione 
(2002). Era esperado que tanto os resultados do pós-
teste quanto os do follow-up fossem melhores que os 
do pré-teste. Porém, não eram esperadas diferenças 
estatisticamente significativas entre os dados do pós-
teste e do follow-up, de forma que a manutenção 
dos ganhos seria entendida como um resultado 
satisfatório, considerando que as dificuldades com o 
cuidado tendem a aumentar com o avanço da DA e 
o suporte profissional que o ComTato ofereceu aos 
cuidadores finalizou-se com o encerramento da inter- 
venção.
Resultados
Teste de Conhecimentos
Na Tabela 2, são apresentados os resultados do 
Teste de Conhecimentos.
TABELA 2 
Comparação entre os Escores das Cuidadoras, no Teste de Conhecimentos
Estudo Análise Escore
Grupo 
Intervenção Grupo Controle
Teste p t, Z ou U d
M DP M DP
1. Estudo Piloto
 (N=15)
Mudanças nos escores 
no Grupo de Intervenção 
versus no Grupo Controle
Total 15,8 6,74 - 0,5 4,86 t < 0,001 5,445 2,81
DA 0,4 0,49 0,6 1,38 MW 0,867 26,5 - 0,19
EE 3,3 2,29 0,3 1,39 t 0,008 3,155 1,61
HS1: CG 3,3 1,92 - 1,9 3,27 t 0,003 3,686 1,9
HS2: E, C, PA 2,7 2,06 0,2 1,36 t 0,015 2,796 1,45
EC 6,1 4,34 0,3 1,36 MW 0,021 8,5 1,86
Pré-teste Pós-teste
Teste p t, Z ou U d
M DP M DP
2. Amostra Ampliada
 (N=14)
Pré-teste x Pós-Teste
Total 26,0 5,68 40,2 4,93 t < 0,001 -9,048 2,42
DA 9,1 0,4 9,3 0,23 Z 0,102 - 1,633 0,53
EE 5,4 1,16 8,0 1,71 t < 0,001 -4,746 1,55
HS1: CG 4,2 2,24 7,4 1,82 t < 0,001 -5,211 1,39
HS2: E, C, PA 5,0 1,557,4 1,8 t < 0,001 -5,491 1,48
EC 2,3 3,65 8,1 1,51 Z 0,001 - 3,178 1,67
Pós-teste Follow-up
Teste p t, Z ou U d
M DP M DP
3. Seguimento
 (N=11)
Pós-teste x Follow-up
Total 40,7 5,5 35,5 4,19 Z 0,003 - 2,934 - 1,65
DA 9,3 0,19 9,6 0,25 Z 0,317 - 1,0 - 0,30
EE 8,0 1,73 7,4 1,36 Z 0,260 - 1,127 - 0,34
HS1: CG 7,4 1,73 7,1 1,98 Z 0,603 - 0,520 - 0,15
HS2: E, C, PA 7,6 1,89 6,2 1,23 t 0,009 -3,246 - 0,98
EC 8,4 1,5 5,6 2,07 t < 0,001 -5,622 - 1,69
Pré-teste Follow-up
Teste p t, Z ou U d
M DP M DP
Pré-teste x Follow-up
Total 25,6 5,96 35,5 4,19 t < 0,001 - 6,431 1,95
DA 9,1 0,43 9,6 0,25 Z 0,501 - 1,134 1,19
EE 5,3 1,19 7,4 1,36 Z 0,008 - 2,615 1,16
HS1: CG 4,5 2,37 7,1 1,98 t 0,009 - 3,26 0,99
HS2: E, C, PA 5,3 1,65 6,2 1,23 t 0,192 - 1,399 -0,42
EC 1,5 3,08 5,6 2,07 Z 0,001 - 2,949 1,89
DA = Doença de Alzheimer; EE = Enfrentamento de estresse; HS1: CG = Habilidades sociais, parte 1: Conceitos Gerais; HS2: E, C, PA = Habilidades sociais, parte 2: 
elogios, críticas e pedir ajuda; EC = Estimulação cognitiva; T = Teste-t de Student; MW = Teste Mann-Whitney; Z = Teste Z de Wilcoxon. 
Fonte: Elaborado pelas autoras.
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A análise dos dados demonstrou mudanças 
estatisticamente significativas e tamanho de efeito 
grande para todos os escores, exceto no fator 
“Demência”, nos Estudos 1 (Piloto) e 2 (Amostra 
Ampliada). No Estudo 3 (Seguimento), foi constatado 
que os conceitos aprendidos durante a intervenção 
foram perdidos parcialmente, visto que o escore Total 
e os escores dos fatores “Habilidades Sociais: Elogio 
e Crítica” e “Estimulação Cognitiva” diminuíram, 
apresentando diferenças estatisticamente significativas 
quando foram comparados os dados do pós-teste 
com os do follow-up. Apesar das perdas, no entanto, 
é possível notar que as participantes demonstraram 
uma retenção significativa dos conceitos trabalhados 
durante o programa de intervenção, quando se compara 
o repertório de linha de base (pré-teste) com os dados 
encontrados no follow-up, exceto para os fatores 
“Demência” e “Habilidades Sociais: Elogio e Crítica”, 
que não apresentaram diferenças estatisticamente 
significativas que indicassem aprendizagem.
Questionário de Percepções de Comportamentos 
Problemáticos no Cuidado de um Idoso com DA
Os resultados do questionário Percepções de 
Comportamentos Problemáticos no Cuidado de um 
Idoso com DA para os três estudos estão apresentados 
na Tabela 3.
A comparação dos resultados do pré e pós-teste 
do Estudo 1 demonstraram que todas as participantes 
do GI obtiveram manutenção ou melhora de resposta 
(Exemplo: Na questão 4, uma das cuidadoras respondeu 
“Levo para passear” no pré-teste e “Converso bastante, 
deixo tomar banho, elogio, explico o que estou dando 
de comida para ele poder comer sozinho” no pós-teste), 
exceto na segunda questão. Já no GC, pelo menos me- 
tade das participantes não apresentou melhora, sendo que 
o principal resultado obtido por esse grupo foi a manu- 
tenção da resposta do pré-teste (Exemplo: Na questão 4, 
uma das cuidadoras respondeu “Converso bastante, 
assiste televisão e passeia de carro” no pré-teste e 
“Converso, televisão e carinho” no pós-teste). Corro- 
borando com os resultados iniciais, ao analisar os dados 
do Estudo 2, com uma amostra ampliada, percebeu-se 
uma diminuição dos comportamentos emitidos pelo 
idoso que incomodavam o cuidador, bem como um 
aumento do uso de estratégias, por parte do cuidador, 
para resolver esses problemas. Além disso, também se 
observou um aumento na realização de atividades para 
manter o idoso ativo, assim como da quantidade de 
sentimentos positivos, por parte do cuidador. 
TABELA 3 
Número de Respondentes que Melhorou, Manteve ou Piorou sua Percepção de Comportamentos Problemáticos 
no Cuidado de um Idoso com DA
Comparação Grupo Questão Melhorou Manteve Piorou Não se aplica
Piloto Pré x Pós
GI 
(n=7)
1 4 3 0 0
2 2 1 1 3
3 4 3 0 0
4 7 0 0 0
GC 
(n=8)
1 1 6 0 0
2 2 1 2 3
3 2 4 2 0
4 2 6 0 0
Amostra Ampliada Pré x Pós
GI+GC 
(após intervenção) 
(N=14)
1 7 7 0 0
2 5 6 1 2
3 6 7 1 0
4 14 0 0 0
Follow-up
Pós x Follow-up
GI+GC 
(após intervenção) 
(N=11)
1 1 6 4 0
2 0 5 1 5
3 2 5 4 0
4 0 3 8 0
Pré x Follow-up
1 6 4 1 0
2 4 1 1 5
3 3 5 3 0
4 8 3 0 0
GI = Grupo Intervenção; GC = Grupo Controle.
Fonte: Elaborada pelas autoras.
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Por fim, no Estudo 3, foram comparadas as respos- 
tas coletadas no momento do follow-up com as obtidas 
na aplicação após a intervenção (pós-teste) e, também, 
antes da intervenção (pré-teste). A comparação dos 
resultados do follow-up com os do pós-teste indicou 
que a maioria das participantes manteve um quadro 
estável, mesmo após um ano do término da intervenção 
(Exemplo: Na questão 3, uma das participantes 
respondeu “Gratidão, amor e carinho” no pós-teste e 
“Amor, carinho e retribuição” no follow-up), exceto 
para a questão 4. Em relação à comparação dos dados 
do follow-up com aqueles obtidos antes da intervenção 
(pré-teste), percebe-se uma considerável melhora 
(Exemplo: Na questão 3, uma das participantes 
respondeu “Satisfação de dever cumprido” no pré-teste 
e “Aproximação, amor, usar minha profissão e união da 
família”, no follow-up).
Discussão
Os resultados do Teste de Conhecimento, obtidos 
nos Estudos 1 e 2 (Piloto e Amostra Ampliada), 
sugerem que a psicoeducação oferecida pelo ComTato 
produziu impactos positivos quanto ao ensino dos 
conceitos trabalhados durante a intervenção, ou seja, 
as cuidadoras que participaram da presente pesquisa 
aumentaram o seu repertório sobre temas relacionados 
ao cuidar. Apenas no fator Demência esses impactos 
não foram observados, visto que não foram encontradas 
diferenças estatisticamente significativas nas respostas 
dadas pelas participantes antes e após a participação na 
intervenção. Acredita-se que esse resultado se justifique 
pelo efeito de teto baixo, visto que os escores para esse 
tema estavam próximos do escore máximo no pré-
teste, restringindo as possibilidades de melhora. Essa 
mesma hipótese pode explicar a ausência de diferença 
estatisticamente significativa entre os resultados do 
follow-up e do pré-teste, no Estudo 3, para o fator 
Demência. Em relação ao tema Habilidades Sociais: 
Elogios e Críticas, é possível que exista uma maior 
dificuldade de aplicação dos conceitos, por envolver 
interações com outros membros da família, levando 
ao uso restrito desse conceito e, consequentemente, 
favorecendo o esquecimento. 
Esse conjunto de dados corrobora os resultados 
de estudos anteriores que demonstraram a eficácia 
de intervenções envolvendo a psicoeducação (Lopes 
& Cachioni, 2012), especificamente em relação à 
aprendizagem de conceitos, diminuição na percepção 
de sobrecarga por parte do cuidador, uso de estratégias 
de estimulação cognitiva e de enfrentamento para a 
resolução dos problemas (Dornelles, 2010; Faleiros, 
2009; Gitlin et al., 2009). No entanto, ao contrário 
do que era esperado de acordo com a literatura, que 
aponta para um déficit no repertório de cuidadores a 
respeito do conhecimento sobre a doença de Alzheimer 
(Leite et al., 2014), as cuidadoras que participaram da 
presente pesquisa apresentavam domínio prévio dos 
conceitos envolvendo essa doença. Esses resultados 
podem significar uma mudança positiva no cenário 
sobre a DA, já que, possivelmente, apontam para 
um maior acesso dos cuidadores à informação. Com 
base nesses resultados, estudos futuros envolvendo 
esse mesmo tipo de intervenção poderiam investigar 
a origem desse repertório, assim como aumentar 
a complexidade da avaliação dos conceitos envol- 
vendo a DA. 
Já os resultados obtidos com o questionário 
Percepções deComportamentos Problemáticos no 
Cuidado de um Idoso com DA são mais robustos 
logo após a participação no ComTato, mas continuam 
satisfatórios um ano mais tarde. Esses dados sugerem 
que, além do ensino de conceitos, o ComTato auxilia 
o cuidador a apresentar e manter comportamentos e 
sentimentos mais positivos em relação ao cuidar, bem 
como favorece a manutenção da prática de atividades 
de estimulação cognitiva com o idoso. 
Enquanto contribuição científica, a intervenção 
proposta promoveu efeitos positivos e significativos, 
que foram mantidos um ano depois do término do 
programa. Os resultados também sugerem que a 
aprendizagem dos conceitos pode ser necessária para 
motivar e justificar ao cuidador a importância do uso 
das estratégias de enfrentamento construtivas. Porém, 
uma vez que essas estratégias já estiverem inseridas no 
contexto do cuidar, a retenção integral dos conceitos 
aprendidos não é essencial para a manutenção desses 
comportamentos.
Quanto às contribuições sociais, a principal 
característica da intervenção é a oferta de suporte a 
cuidadores desamparados, aumentando o repertório 
cognitivo dos cuidadores sobre temas relacionados ao 
cuidar e, consequentemente, a qualidade do cuidado 
oferecido, auxiliando a inserção de práticas com a 
função de ajudar no tratamento não farmacológico 
dos idosos (estimulação cognitiva) e na minimização 
de seus comportamentos problemáticos. A realização 
de intervenções dessa natureza também pode gerar, a 
médio e longo prazo, impactos econômicos, visto que 
o desenvolvimento do repertório dos cuidadores pode 
favorecer o retardo do progresso da DA e, com isso, 
os idosos irão necessitar de uma maior assistência 
mais tardiamente, o que, por sua vez, tende a diminuir 
a sobrecarga do cuidador, evitando que ele também 
precise de cuidados, devido a problemas decorrentes 
do estresse e sobrecarga.
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Considerações finais
A realização da presente pesquisa permitiu a 
apresentação de resultados significativos em um 
contexto no qual costuma ser difícil demonstrar 
mudanças (Pinquart & Sörenson, 2006; Weinbrecht et 
al., 2016). Outra característica relevante da pesquisa foi 
a sua metodologia, que contou com um grupo controle, 
favorecendo a interpretação de que os resultados 
encontrados foram consequência da intervenção e 
não de outras variáveis intervenientes. Além disso, 
a replicação do estudo aumentou a confiabilidade 
dos resultados previamente encontrados. O estudo 
de seguimento permitiu mostrar a manutenção dos 
resultados, um ano após o término da intervenção.
Por fim, a principal limitação do estudo se refere 
ao tamanho e homogeneidade de gênero da amostra. 
No entanto, pesquisas interventivas demandam grande 
disponibilidade de tempo e os participantes com o 
perfil desejado para essas pesquisas estão vulneráveis à 
interrupção de sua participação, seja pela falta de tempo 
para acompanhar as sessões ou devido ao falecimento 
do idoso assistido (Delalibera, Presa, Barbosa, & 
Leal, 2015; Mota, 2010). Além disso, a participação 
exclusiva de mulheres na amostra corrobora outros 
dados apresentados na literatura científica, que indicam 
que os cuidadores são majoritariamente do sexo 
feminino (Gratão et al., 2013). Em estudos futuros, será 
importante realizar a intervenção com amostras maiores 
e mais diversificadas, para avaliar a consistência dos 
efeitos do ComTato. Também seria interessante realizar 
estudos com várias avaliações de seguimento, a fim de 
confirmar os resultados encontrados e verificar outros 
efeitos longitudinais da intervenção.
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Notas:
• Esta pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), processo nº 2013/20684-1.
• O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES), 
código de financiamento 001.
Dados dos autores:
Camila Rafael Ferreira Campos, Doutoranda, Universidade Federal de São Carlos.
Thaís Ramos de Carvalho – Doutoranda, Universidade Federal de São Carlos.
Elizabeth Joan Barham – Pós-Doutorado, Universidade Federal de São Carlos.
Letícia Ribeiro Fernandes de Andrade – Graduada, Universidade Federal de São Carlos.
Angélica Sonego Giannini – Graduada, Universidade Federal de São Carlos.
Endereço para correspondência:
Camila Rafael Ferreira Campos
Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos
Rodovia Washington Luiz, 
13565-905, São Carlos, SP, Brasil
E-mail: camila_rfcampos@hotmail.com
Recebido em: 13/12/2017.
Aceito em: 21/08/2018.
Publicado em: 09/05/2019.

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