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1 1 CAPÍTULO 6 - PARTE 2 CONCEITOS DE FÍSICA QUÂNTICA E NUCLEAR 6.3. ESTRUTURA ATÔMICA, RADIAÇÃO E RADIOATIVIDADE Toda a matéria do mundo ao nosso redor consiste de átomos. Estes são os blocos básicos da construção dos elementos tais como hidrogênio, oxigênio, hélio, carbono, ferro, chumbo e uranio. Como foi visto no cap. 4, cada átomo contém um núcleo positivamente carregado, onde se concentra a maior parte da massa do átomo, envolvidos por uma nuvem de elétrons carregados com cargas elétricas negativas que se movem em torno do núcleo. Os núcleos ocupam um espaço de cerca de 10.000 vezes menores do que as nuvens de elétrons, e os elétrons por sua vez são muito menores. Isto significa dizer que embora muito pequenos, invisíveis a olho nu ou mesmo de posse de potentes microscópios, os átomos, ironicamente falando estão cheios de espaços vazios. Para conhecer melhor a estrutura de um átomo, Ernest Rutherford sugeriu um experimento ilustrado nas Fig. 6-7 e Fig. 6-8, no qual as partículas- (alfa) foram atiradas em uma fina folha de ouro. Detectores foram usados para encontrar como as partículas- foram espalhadas pelo átomo de ouro: algumas partículas- foram espalhadas de volta na direção da fonte. Mais ou menos como disparar uma metralhadora no papel de seda e descobrir que algumas das balas saltam de volta. Em 1911, Rutherford mostrou que isto poderia ser explicado se cada átomo tem um núcleo minúsculo ou núcleo com uma carga positiva. Um núcleo positivo repele as partículas- de modo que eles são espalhados em direções diferentes. Quando Rutherford calculou o tamanho de um núcleo, ele encontrou que era muito pequeno mesmo comparado com um átomo muito pequeno. 2 2 Uma vez que o número de elétrons é igual ao número de prótons em um átomo eletricamente neutro, podemos especificar uma espécie atômica pelo número de prótons e nêutrons que este contém. Além disso, uma vez que o Detectores em diferentes posições Folha de ouro Fonte de alfa Fig. 6-7. Detectores de partículas alfa. Fig. 6-8. Partículas atravessando o átomo de ouro. + Núcleo de ouro Partículas 3 3 número de prótons é único para cada elemento, podemos simplesmente usar o nome do elemento junto com o número de massa para especificar cada espécie ou nuclídeo. Então o carbono-12 é um nuclídeo com seis prótons e seis nêutrons. O chumbo-208, por comparação, é um nuclídeo com 82 prótons e 126 nêutrons. Vale a pena ressaltar que é comum representar um núcleo atômico na forma A zXN. Sendo X, o símbolo representativo do núcleo representado; N, o número de nêutrons; Z, o número de prótons e A, a massa nuclear (A = Z+N). Embora muitos nuclídeos sejam estáveis a maioria não são. Núcleos com muitos nêutrons tendem a se transformar em estruturas mais estáveis pela conversão de um nêutron em um próton, resultando na emissão de um elétron negativamente carregado chamado partícula beta. Núcleos com muitos prótons convertem o excesso de prótons para nêutrons em uma forma diferente de decaimento beta. Eles perdem a carga positiva através da emissão de um pósitron, que é um elétron positivamente carregado. Essas transformações frequentemente deixam os núcleos com excesso de energia que perde como raios gama, isto é, fótons de alta energia, que são parcelas discretas de energia sem massa ou carga. A transformação espontânea de um núcleo é chamada de radioatividade, e o excesso de energia emitido é a forma de radiação. De outra forma, núcleos pesados decaem pela produção de uma partícula alfa consistindo de dois prótons e dois nêutrons, que equivale ao núcleo de hélio. O ato de transformação é denominado decaimento e o nuclídeo que muda e emite radiação é chamado de radionuclídeo. Substâncias Radioativas Em 1896, o francês Henri Bequerel, descobriu que o elemento urânio naturalmente emite raios invisíveis que, como raios de luz, enegrece uma placa fotográfica e pode ser detectada por ela. Pesquisas posteriores mostraram que muitos outros elementos como tório, actínio, polônio e radio, emitem raios similares ou radioatividade. A Fig. 6-9 ilustra um dispositivo contendo uma fonte com elemento radioativo capaz de emitir radiação. Quando os raios de diferentes elementos radioativos passam através de um intenso campo elétrico formado por duas placas paralelas opostamente carregadas, eles são separados em três tipos de radiação denominada alfa, beta e gama. A radiação alfa ou partículas alfa são partículas positivamente carregadas e são defletidas na direção da placa negativamente carregada. A radiação beta ou partículas beta são elétrons de alta velocidade defletidas na direção da placa positivamente carregada. Por fim, a radiação gama ou raio gama não tem carga e passa entre as duas placas sem defletir. 4 4 Característica das Radiações , e (1) Radiação alfa ou partícula alfa (). É um núcleo de átomo de hélio (constituído por dois prótons e dois nêutrons) positivamente carregado emitido por núcleos instáveis, com elevado número de prótons e nêutrons. Parece obvio que a partícula alfa massiva com sua carga +2 seria mais danosa. O que pode não ser obvio é que ela é a partícula menos penetrante devido a sua carga e tamanho relativamente grande, possuindo um pequeno alcance no ar (de 1 a 2 cm) e pode ser completamente absorvida por uma folha ou pele. Uma vez que a quantidade de radiação alfa penetrando na pele é pequena, seu maior efeito é devido a ingestão (respirada ou engolida). Neste caso, a radiação alfa ionizará os átomos nas células vizinhas. (2) Radiação beta ou partícula beta (). É um elétron emitido por um núcleo instável, quando existe no núcleo um excesso de nêutrons em relação a prótons. Então, um elétron com carga negativa (−1) é emitido, pela conversão de um nêutron em um próton, resultando em uma partícula beta negativa, ou simplesmente, partícula beta. No caso de existir excesso de caras positivas (prótons), é emitida uma partícula beta positiva, chamada pósitron, resultante da conversão de um próton em um nêutron. Partículas beta são muito menores do que partículas alfa e podem penetrar profundamente em materiais ou tecidos. A radiação beta pode ser Raios beta Raios gama Raios alfa Placa negativamente carregada Placa positivamente carregada Container de chumbo Substância radioativa Fig. 6-9. Fonte radioativa emitindo radiação alfa, beta e gama. 5 5 absorvida completamente por folhas de plástico, vidro, ou metal. Normalmente não penetra além do topo da camada da pele. Entretanto grande exposição a emissores beta de alta energia pode causar queimaduras na pele. Tais emissores também pode ser perigoso se inalado ou ingerido. (3) Radiação gama (). Após a emissão de uma partícula alfa () ou beta (), o núcleo instável, ainda resultante desse processo com excesso de energia, procura estabilizar-se, emitindo esse excesso de energia na forma de onda eletromagnética, sem carga elétrica, mas com energia muito maior, denominada radiação gama (). A radiação gama produz ionização em átomos quando esta passa através da matéria, principalmente devido a interação com elétrons. Pode ser muito penetrante e somente uma substancia espessa de material denso tal como o aço ou chumbo pode produzir boa blindagem. A radiação gama pode, portanto, enviar doses significativas para órgãos internos sem inalação ou ingestão. Decaimento Radioativo Vimos anteriormente que um núcleo com excesso de energia tende a equilibrar-se,emitindo partículas alfa ou beta. Em cada emissão dessas partículas, há uma variação do número de prótons no núcleo, isto é, o elemento se transforma em outro, de comportamento químico diferente. aluminio chumbo Fig. 6-10. Diferentes barreiras na emissão de radiação , ,. 6 6 Essa transformação ou transmutação também conhecida como decaimento radioativo, que sugere a diminuição gradual de massa e atividade. Atividade A atividade de uma amostra de qualquer material radioativo é definida como sendo o número de desintegrações dos núcleos de seus átomos constituintes por unidade de tempo, isto é, a velocidade de desintegração dos átomos. Contudo, as emissões de radiação são feitas de modo imprevisto e não se pode adivinhar o momento em que um determinado núcleo irá emitir radiação. Quando isso acontece, essa “taxa” de transformação é denominada atividade da amostra. A atividade A de uma amostra radioativa num dado instante pode ser expressa por sendo λ a constante de decaimento que é característica de cada radionuclídeo, e n0 o número inicial de átomos radioativos existentes na amostra. Meia-vida ( T1/2 ) Em uma fonte radioativa há muitos átomos e não tem como dizer quando um dado núcleo irá se desintegrar. O tempo levado para a atividade de um radionuclídeo ser reduzido à metade de seu valor é chamado de meia-vida e simbolizado por T1/2. Em outras palavras, 0 tA n e Meia-vida, é o tempo necessário para a atividade de um elemento radioativo ser reduzida à metade da atividade inicial. 7 7 Cada radionuclídeo tem uma meia-vida única, que pode variar de frações de um segundo a bilhões de anos. A tabela abaixo ilustra alguns radioisótopos e sua área de atuação. Tabela Meia-vida de Alguns Radioisótopos e Seus Usos Isótopo Meia-vida Uso Carbono-11 20 min Agricultura Iodo-131 8 dias Terapia médica Kriptonio-85 11 anos Industria Cesio-137 30 anos -Tratar de câncer -Calibrar equipamentos -Irradiar sangue para transfusões Carbono-14 5730 anos -Testar novos medicamentos para subprodutos nocivos -Datação por carbono de artefatos antigos Iodo-129 15,7 milhões de anos Verificar os contadores de radioatividade em laboratório de diagnostico in vitro Uranio-238 4,5 bilhões de anos Brilho da cor em aparelho dentário O gráfico ilustrado na Fig. 6-11 ilustra uma curva de decaimento para uma substancia radioativa. No gráfico é visto que depois de 1 meia vida, metade dos átomos se desintegram e metade sobrevivem. Depois de mais uma meia-vida, a atividade caiu pela metade novamente de modo que somente ¼ dos átomos sobreviveram. Depois de 3 meia-vidas outra vez caiu pela metade e somente ⅛ sobreviveram e assim sucessivamente a cada nova meia vida do seu valor inicial. Isto significa que se pode predizer a atividade remanescente em qualquer momento futuro. Quando a quantidade de um radionuclídeo diminui, a radiação emitida decresce proporcionalmente. 8 8 A radioatividade pode ser usada como um tipo de relógio para encontrar a idade de uma rocha. Isto é porque na meia-vida de um radioisótopo tem um período fixo de tempo. Por exemplo, a meia-vida do urânio-238 (U-238) tem uma meia-vida de 4500 milhões de anos. Ele se transforma lentamente em chumbo-206 (Pb-2106). Depois de uma meia-vida, metade dele fica imutável e a outra metade se transforma em chumbo. Depois de duas meia-vidas, ¼ do U-238 é deixado e¾transformado em chumbo. Pela medida do total de U-238 em uma rocha se transformou em Pb-206, é possível calcular a idade da rocha. Outra relação de importância, é a relação entre a meia-vida de um radioisótopo e a constante de decaimento λ, ou seja, a probabilidade de desintegração por unidade de tempo, expressada matematicamente pela equação: 1 2 3 4 meia-vida meia-vida meia-vida meia-vida tempo A ti v id ad e (n ú m er o d e át o m o s so b re v iv en te s) 1 1 2 1 4 1 8 1 16 Fig. 6-11. Gráfico do decaimento radioativo de um radioisótopo. 1/2 ln 2 0,693 T 9 9 Decaimento-alfa Vimos anteriormente que uma partícula -alfa é um núcleo de hélio, isto é 4 2 eH . Ele tem 4 nucleons (nêutrons e prótons contidos em um núcleo atômico): sendo 2 prótons e 2 nêutrons. O radionuclídeo Radio-226 ( 226 88Ra ) decai pela emissão-. Quando este perde a partícula-, seu número de massa deve decrescer de 4 nucleons, passando de 226 para 222. Da mesma forma ocorre uma diminuição de seu número atômico com a perda de 2 prótons, passando de 88 para 86, tornando-se um elemento químico diferente. Este agora passou a ser o radônio ( 222 86Rn ), um gás radioativo. A equação que descreve essa mudança também conhecida como equação nuclear é: Assim, por exemplo, 226 222 4 88 86 2Ra Rn He partícula 222 86 ( ) Radônio núcleo filha 4 2Hélio 226 88 ( ) Rádio núcleo pai Fig. 6-12. Decaimento pela emissão de uma partícula . 4 4 2 2 A A Z ZX Y He energia 10 10 Decaimento-beta Se o núcleo tem excesso de nêutrons ou prótons em seu interior o mecanismo de compensação ocorre através da emissão de uma partícula-. A equação que descreve essa mudança também conhecida como equação nuclear é: Partindo da série anterior o Radônio-222 ainda é radioativo e decai por uma emissão-, resultando em Polônio-218 ( 218 84Po ) que pode decair por emissão-. Isto é a emissão de um elétron do núcleo. Mas sempre foi ensinado que não existem elétrons no núcleo. Então, o que é isso? O que acontece é: um dos nêutrons, ou melhor, um dos 134 nêutrons do polônio muda para um próton (que permanece no núcleo) e um elétron, que é emitido como uma partícula-. Isto significa que o número atômico aumenta de um, enquanto a massa total permanece a mesma. Deste modo o polônio muda para um outro elemento, chamado Astato (At). A equação que descreve essa mudança também conhecida como equação nuclear é: 1 1 ( ) ( ) A A Z Z A A Z Z X Y energia excesso de nêutrons X Y energia excesso de prótrons 11 11 218 218 0 84 85 1Po At e Emissão-gama Quando o núcleo decai pela emissão de uma partícula- ou partícula-, os nucleons são naturalmente deixados em um “estado excitado" ou com excesso de energia. Assim, para voltar ao estado acessível de mais baixa energia, conhecido como estado fundamental, emitem a energia excedente sob a forma de radiação eletromagnética, denominada radiação gama () ou raio-. A equação que descreve a energia dessa radiação é dada por: 218 84 84 134 Po prótons nêutrons partícula 218 85 85 133 At prótons nêutrons 0 1e Fig. 6-13. Decaimento pela emissão de uma partícula . i fE E E 12 12 Outros Tipos de Radiação Raios X. A maioria dos tipos comuns de radiação vem de materiais radioativos, mas alguns tipos de radiação são produzidos de outra forma. O exemplo mais importante é o do raio X que são normalmente produzidos pelo disparo de um feixe de elétrons em um alvo de metal (normalmente tungstênio) como ilustrado na Fig. 6-14. Os elétrons nos átomos de metal absorvem energia de um feixe de elétrons em termos científicos,os átomos de metal tornam-se “excitados” e então liberam energia na forma de raios X quando eles “relaxam”. A radiação, portanto, vem dos átomos do metal, e não do núcleo, ao contrário da radioatividade. Por causa da forma de como eles são produzidos, não existe meia-vida para um raio X. No instante em que o feixe é desligado, o raio X desaparece. Radiação de nêutron (n). É um nêutron emitido por um núcleo instável, em particular durante uma fissão atômica e uma fusão nuclear. Além de ser um componente dos raios cósmicos, nêutrons são normalmente produzidos artificialmente. Por serem partículas eletricamente neutras, os nêutrons podem ser muito penetrantes e quando interagem com a matéria ou tecido, eles causam a emissão de radiação beta e gama. A radiação de nêutron requer, portanto, blindagens pesadas para reduzir exposições. feixe de raios X chumbo alvo de tungstênio filamento incandescente Fig. 6-14. Tubo de emissão de raio X. 13 13 Radiação Cósmica. É um tipo de radiação natural, que vem do espaço profundo e alcança a Terra. É uma mistura de diferentes tipos de radiação, incluindo prótons, partículas alfa, elétrons e outros mais exóticos tipos de partículas (alta energia). Todas essas partículas energéticas interagem fortemente com a atmosfera e, como resultado, a radiação cósmica ao nível do solo se torna principalmente múons, nêutrons, elétrons, pósitrons e fótons. A maior parte da dose no nível do solo vem de múons e elétrons. Radionuclídeos Naturais Muitos radionuclídeos ocorrem na natureza, tal como o carbono que se apresenta principalmente na forma de carbono-12, com seis prótons e seis nêutrons e é completamente estável. Contudo, ao interagir com os raios cósmicos na atmosfera podem produzir carbono-14, um radionuclídeo consistindo de seis prótons e oito nêutrons. O carbono-14 com seus nêutrons a mais, decai pela mudança de um nêutron para um próton e emite uma partícula beta. Desta forma, o nuclídeo se transforma no nitrogênio-14 estável, que consiste de sete prótons e sete nêutrons. A medição desses decaimentos em materiais de carbono é a base da técnica de datação do carbono. Radiação Natural – Séries Radioativas Naturais Sempre que ocorre uma desintegração e o núcleo não atinge uma configuração estável, ele executa outra desintegração para atingir o equilíbrio e, se ainda não obter a estabilidade, prossegue, até atingir a configuração de equilíbrio. Em cada decaimento, os núcleos emitem radiações dos tipos alfa, beta e/ou gama. Essas sequencias de núcleos são denominadas: Existem apenas três séries ou famílias radioativas naturais, conhecidas como: série do uranio, série do actínio e série do tório. A série do actínio é na verdade uma série do uranio-235, pois se pensava que ela começava com o actínio-227. Séries radioativas naturais ou famílias radioativas naturais. 14 14 Alguns elementos radioativos têm meia-vida muito longa, como, por exemplo, os elementos inicias de cada série radioativa natural (uranio-235, uranio-238 e tório-232). Devido a isso, é possível explicar, porque há uma porcentagem tão baixa de uranio-235 em relação à de uranio-238. Como a meia-vida do uranio-235 é de 713 milhões de anos e a do uranio-238 é de 4,5 bilhões de anos, o uranio-235 decai muito mais rapidamente e, portanto, é muito mais consumido que o uranio-238. Os principais elementos das séries acima mencionadas são apresentados no quadro abaixo. SÉRIES RADIOATIVAS NATURAIS Série do uranio Série do actínio Série do tório Uranio-238 Uranio-235 Tório-232 4,5 bilhões de anos ↓ 713 milhões de anos ↓ 13,9 bilhões de anos ↓ Tório-234 24,6 dias ↓ Tório-231 24,6 horas ↓ Rádio-228 5,7 anos ↓ Protatínio-234 1,4 minutos ↓ Protatínio-231 32.000 anos ↓ Actínio-228 6,13 horas ↓ Uranio-234 270.000 anos ↓ Actínio-227 13,5 anos 13,5 anos ↙ ↘ Tório-228 1,9 anos ↓ Tório-230 83.000 anos Frânio-223 Tório-227 27 min 18,9 dias ↘ ↙ Rádio-224 3,6 dias Rádio-226 1600 anos ↓ Rádio-223 11,4 dias ↓ Radônio-220 54,5 segundos ↓ ... Radônio-222 3,8 dias ↓ Radônio-219 3,9 segundos ↓ ... ... ↓ Polônio-210 140 dias ↓ Polônio-211 0,005 segundos ↓ Polônio-212 0,0000003 segundos ↓ Chumbo-206 (estável) Chumbo-207 (estável) Chumbo (estável) 15 15 Como pode ser observado no quadro acima, as três séries naturais terminam em isótopos estáveis do chumbo, respectivamente: Chumbo-206, chumbo-207, chumbo-208 Energia de Radiação A energia de vários tipos de radiação, tais como partículas alfa, beta e raios gama, é naturalmente expressada na unidade de elétron-volt, simbolizado por eV. Por exemplo, a energia das partículas alfa emitidas pelo polônio-214 é em torno de 7,7 MeV (Mega eletron-volts). As partículas beta do chumbo-214, também formada na série de decaimento do urânio-238, tem uma energia máxima de 1,0 MeV, e raios gama produzido por ele tem energia de até 0,35 MeV. A atividade é expressada em uma unidade chamada becquerel, cujo simbolo é Bq, onde 1 Bq é igual a uma transformação por segundo. O becquerel tem o nome do fisico Frances Henri Becquerel. Como a unidade é muito pequena, é usado frequentemente seus multiploos, tais como o megabecquerel, MBq, que é 1 milhão de becquereis. Um grama de rádio-226, por exemplo, has uma atividade de aproximadamente 37000 MBq: isto emite em torno de 37000 milhões de partículas alfa a cada segundo (uma unidade antiga de atividade, o curie, tem o nome da cientista Francesa de origem Polonesa Marie Curie, e foi definida originalmente como a atividade de um grama de radio). Portanto, a atividade de uma amostra com átomos radioativos (ou fonte radioativa) é medida em: Bq (Bequerel) = uma desintegração por segundo Ci (Curie) = 3,7 1010 Bq 16 16 6.4 RADIAÇÃO E MATÉRIA Quando a radiação interage com a matéria, isto é, quando a radiação passa através da matéria, esta deposita energia no material afetado. As partículas alfa e beta, sendo eletricamente carregadas, depositam energia através de interações elétricas com elétrons no material. Raios gama e raios X perdem energia de várias formas, mas cada um envolve liberação de elétrons atômicos, que então depositam energia nas interações com outros elétrons. Nêutrons também perdem energia de várias formas, a mais importante sendo através de colisões com núcleos que contem prótons. Os prótons são então colocados em movimento e, sendo carregado, eles outra vez depositam energia através de interações elétricas. Em todos os casos, a radiação fundamentalmente produz interações elétricas no material. Ionização O processo pelo qual um átomo neutro ou molécula torna-se carregado é chamado ionização e a entidade resultante desse processo é denominado íon. Em outras palavras, se um átomo adquire muita energia e um de seus elétrons é capaz de se desligar completamente, o átomo está ionizado e é dito estar em seu nível de energia de ionização. Uma vez removido de um átomo, um elétron deve por sua vez ionizar outros átomos ou moléculas. Qualquer radiação que causa ionização, seja diretamente como no caso de partículas alfa e beta ou indiretamente como no caso deraios gama, raios X e nêutrons, é conhecido como radiação de ionização. Partículas carregadas passando através de átomos pode transferir energia para os elétrons atômicos sem de fato remove-los, nesse caso o processo é chamado de excitação, e o átomo está então em um estado excitado. Fontes de Radiação Ionizante A radiação ionizante entra em nossas vidas por diversos caminhos. Surge de processos naturais, tais como o decaimento de urânio na Terra, e dos procedimentos artificiais como o uso de raios X na medicina. Então podemos classificar radiação como natural ou artificial de acordo com sua origem. Fontes naturais incluem raios cósmicos, raios gama da Terra, produtos de decaimento de radônio no ar, e vários radionuclídeos encontrados naturalmente na comida e na bebida. Fontes artificiais incluem raios X médicos, chuva radioativa dos testes de armas nucleares na atmosfera, descartes de rejeitos radioativos da indústria nuclear, raios gama industrial, e diversos itens tais como produtos de consumo. 17 17 Ionização em Tecidos Cada vez que uma partícula carregada ioniza ou ‘excita’ um átomo, este perde energia até não ter mais energia suficiente para interagir. O resultado final dessa perda de energia é um aumento rápido na temperatura do material do qual o átomo é parte. Desta forma, toda a energia depositada no tecido biológico pela radiação de ionização é eventualmente dissipada como calor através do aumento das vibrações das estruturas atômica e molecular. É a ionização inicial e as mudanças químicas que causam efeitos biológicos prejudiciais. Em alguns casos, um elétron no material pode receber energia suficiente para escapar de um átomo deixando o átomo ou molécula assim formado carregado positivamente. No caso de uma molécula de água, por exemplo, o H2O, tem ao todo dez prótons e dez elétrons, mas somente nove elétrons atômicos permanecem depois que uma partícula carregada atravessa a molécula, deixando-a com uma carga positiva em excesso. A célula é a unidade básica de tecidos biológicos, que tem um centro de controle chamado de núcleo, que nesse caso não é a mesma coisa que o núcleo de um átomo. Cerca de 80% de uma célula é composta de água, os outros 20% é formado de um complexo composto biológico. Quando a radiação ionizante passa por um tecido celular, esta produz moléculas de água carregada. Em seguida, o tecido celular se divide em entidades chamadas de radicais livres, tais como o radical livre hidróxido (OH), que é composto de um átomo de oxigênio e um átomo de hidrogênio. Radicais livres são altamente reativos quimicamente e pode alterar importantes moléculas na célula. Uma molécula particularmente importante é o ácido desoxirribonucleico, DNA, encontrado principalmente nos núcleos das células, como ilustrado na Fig. 6-15. O DNA controla a estrutura e função da célula e passa cópias de si mesmo: suas moléculas são grandes e as estruturas que os transportam, cromossomas, são visíveis através do microscópio. A radiação pode ionizar uma molécula de DNA conduzindo diretamente a uma mudança química, ou o DNA pode ser mudado indiretamente quando esse interage com um radical hidróxido livre produzido na água da célula pela radiação. No mesmo caso, a mudança pode causar um perigoso efeito biológico conduzindo ao desenvolvimento de cânceres ou defeitos genéticos hereditários (IAEA, 2004). 18 18 A mais importante propriedade de vários tipos de radiação ionizante é sua habilidade de penetrar na matéria. A profundidade de penetração para um tipo particular de radiação aumenta com sua energia, mas varia de um tipo de radiação para outra para a mesma quantidade de energia. Para as partículas carregadas tais como as partículas alfa e beta, a profundidade da penetração depende também da massa da partícula e de sua carga. Para energias iguais, uma partícula beta penetrará muito mais profundo do que uma partícula alfa. Partículas alfa raramente penetram na camada morta, mais externa da pele humana. Consequentemente, radionuclídeos que os emitem não são perigosos a menos que eles sejam ingeridos pela respiração ou ingestão ou através de uma ferida na pele. Partículas beta penetram em torno de um centímetro do tecido, então radionuclídeos que os emitem são perigosos para tecidos superficiais, mas não para órgãos internos a menos que eles também sejam introduzidos no corpo. Para radiações ionizantes indiretamente, tais como raios gama e nêutrons, o grau de penetração depende da natureza de suas interações com o tecido. Raios gama podem passar através do corpo, então os radionuclídeos que os emitem podem ser perigosos seja do lado de fora ou de dentro. Quantidades de Dose Não se pode detectar radiação ionizante diretamente através dos sentidos, mas se pode detectar e medir por outros meios, tais como através de filmes fotográficos, tubos de Geiger-müller, e contadores de cintilação, assim como técnicas mais novas usando materiais termo luminescentes e diodos de silício. Pode-se interpretar as medidas feitas em termos da energia que a radiação em questão teria depositado através do corpo humano ou em parte específica do corpo. Quando medidas diretas não são possíveis, por exemplo, um radionuclídeo é depositado em um órgão interno pode-se calcular a dose Fig. 6-15. Ácido desoxirribonucleico (DNA). G A C T T A A C G A C G C T C T A C G T A T C T G 19 19 absorvida por aquele órgão, desde que se saiba a quantidade de atividade retida no órgão. A quantidade de energia que a radiação ionizante deposita em uma unidade de massa de matéria, tal como o tecido humano, é chamada dose absorvida. É expressa em uma unidade chamada gray, cujo símbolo é Gy, onde 1 gray é igual a 1 joule por quilograma. Submúltiplos do gray são frequentemente usados, tal como o miligray, mGy, que é um milésimo de um gray. Portanto, no SI Tipos de radiação ionizante interagem diferentemente com materiais biológicos, de modo que doses iguais absorvidas não tem necessariamente efeitos biológicos iguais, pois deposita diferentes quantidades de energia. Por exemplo, para o tecido, 1 Gy da radiação alfa é mais perigoso do que 1 Gy da radiação beta porque uma partícula alfa, sendo mais lenta e mais carregada, perde sua energia de modo muito mais concentrado ao longo de seu caminho. Portanto, a fim de colocar as diferentes radiações ionizantes na mesma base em relação ao seu potencial de danos, se faz necessário uma outra quantidade. Esta é a dose equivalente. Ela é expressa em uma unidade chamada o sievert, cujo símbolo é Sv. Submúltiplos do sievert são comumente usados, tal como o milisievert, mSv, que é um milésimo de um sievert. 6.5 APLICAÇÕES DA ENERGIA NUCLEAR A energia nuclear popularmente chamada de “energia atômica” é a energia liberada em uma reação nuclear, geralmente produzida nas usinas termonucleares, que utiliza principalmente o urânio como combustível. O termo energia atômica não é propriamente exato, pois poderia descrever igualmente qualquer espécie de energia derivada dos átomos, o que inclui a energia das transformações químicas, como a combustão da gasolina, por exemplo. Portanto, o termo adequado para as enormes quantidades de energias produzidas nas reações nucleares é de fato energia nuclear. Tudo em nosso mundo contém pequenas quantidades de átomos radioativos que são ou que sobraram da criação do universo (como Urânio e Rádio) ou é o joule( ) 1 ( ) 1 quilograma ( ) J gray Gy kg 20 20 resultado de interações com radiação cósmica do espaço (como o Carbono 14 e o Trítio). Ao longo dos últimos cem anos, conhecemos mais sobre esta forma de energia graças ao trabalhode cientistas como Roentgen, Becquerel, os Curie, Rutherford e outros. No entanto, a radiação continua a ser um tema de interesse ou preocupação para muitas pessoas. Talvez porque é invisível e não podem ser detectados por nossos sentidos, as pessoas não estão familiarizadas com a radiação e as suas propriedades e não estão familiarizados com a avaliação de seus riscos. A despeito dos erros e acertos experimentado pelo homem no uso da energia nuclear, segue alguns aspectos relevantes da aplicação desse fascinante manancial do desenvolvimento tecnológico protagonizado pelo homem nessa área. Fissão Nuclear Na busca incansável do homem por fontes de energia, surge a possibilidade de aproveitar a energia armazenada em núcleos atômicos como uma fonte de energia de grande escala. Essa possibilidade surgiu após a descoberta da fissão nuclear pelos físicos alemãs Otto Hahn e Fritz Strassmann. A fissão nuclear é um processo pelo qual certos núcleos de átomos pesados se dividem em duas partes aproximadamente iguais quando eles são bombardeados por nêutrons. Por exemplo, se um átomo de Urânio-235 (U-235) é bombardeado com nêutrons lentos, se divide em dois átomos menores e três nêutrons rápidos, produzindo assim a fissão do U-235, conforme ilustra a Fig.6-16. Fig. 6-16. Fissão do urânio-235. n n n n nêutron 21 21 Durante a fissão existe uma significante perda de massa durante cada reação de fissão. A massa que é perdida foi convertida numa grande quantidade de energia, que de acordo com a relação de Einstein é descrita como: ou matematicamente Uma forma de representar a reação de fissão é descrita do seguinte modo: 1 235 141 92 1 0 92 56 36 0 3 235 3 n U Ba Kr n Energia Nêutron U Bario Kriptônio nêutrons Energia Sempre que ocorre a fissão, a energia é liberada dos núcleos como raios gama, calor, e energia cinética dos rápidos fragmentos nucleares. Quando um átomo de U-235 é dividido, três nêutrons são emitidos e esses devem colidir com outros três átomos de U-235, de modo que eles se dividem e emitem mais nêutrons, que por sua vez colidem com outros átomos e assim por diante. Esse processo é chamado de reação em cadeia. 2( ) ( ) ( )Energia E massa m velocidade da luz c liberada perdida ao quadrado 2E mc 22 22 Medicina Nuclear A medicina nuclear é a área da medicina onde são utilizados os radioisótopos, tanto em diagnóstico tanto em terapia. Procedimento envolve a administração de radionuclídeos a pacientes em uma substancia transportadora que é preferencialmente absorvido pelo tecido ou órgão em estudo. A administração pode ser por injeção, ingestão ou inalação. Detectores fora do corpo habilitados para captar a emissão de raios gama emitidos pelos radionuclídeos introduzidos no organismo, pode ser usado para observar como os órgãos estão funcionando. Os médicos usam esses procedimentos para fazer diagnóstico. Quando os radionuclídeos são usados para tratamento em vez de diagnostico, atividades muito maiores são dadas aos pacientes e doses muito mais altas são dadas aos tecidos ou órgãos alvo. O tratamento de uma glândula tireoide hiperativa – hipertireoidismo – é um exemplo prático bem conhecido do uso do radionuclídeo iodo-131 (I-131), que vai ser absorvido pela glândula. Passando um detector pela frente do pescoço do paciente, pode-se observar se o iodo foi muito ou pouco absorvido em relação ao normal (padrão) e como se distribui na glândula. Outro radionuclídeo de uso comum em procedimento de diagnóstico é o tecnécio-99m (Tc-99m). Ele tem uma meia-vida de 6 horas, emitindo raios gama pode ser convenientemente preparado nos hospitais, e prontamente rotula uma variedade de substâncias transportadoras. Um detector especial chamada câmera Fig. 6-17. Reação em cadeia do urânio-235. n 23 23 de gama é usado para observar como os órgãos ou tecidos comportam-se ou como a rapidez com que os radionuclídeos se movem. O Tc-99m é utilizado para obtenção de mapeamentos (cintilografia) de diversos órgãos: Cintilografia renal, cerebral, hepato-biliar (fígado), pulmonar e óssea; Diagnostico de infarto agudo do miocárdio e em estudos circulatórios; Cintilografia de placenta. Radioterapia A radioterapia teve origem na aplicação do elemento rádio pelo casal Curie. A técnica é usada para curar câncer ou pelo menos aliviar sintomas dolorosos, pela morte das células cancerosas. Posteriormente, outros radioisótopos passaram a ser usados, apresentando um maior rendimento. O fato de radiações penetrantes como raios X e gama, induzirem danos em profundidades diferentes do organismo humano e, com isso, causar a morte de células, pode ser utilizado para a terapia do câncer. Assim, tumores profundos podem ser destruídos ou regredidos sob ação de feixes de radiação gama adequadamente aplicados. Para tumores localizados em certas regiões do corpo é preferível utilizar fontes de radiação gama aplicadas diretamente sobre eles, numa técnica conhecida como braquiterapia. Dependendo da situação, podem-se embutir fontes perto do local afetado, como as antigas agulhas de rádio-226 (Ra-226) e as sementes de césio-137 (Cs-137), cobalto-60 (Co-60) e irídio-192 (Ir-192). Aplicações na Agricultura Com o uso de traçadores radioativos é possível acompanhar o metabolismo das plantas, verificando o que elas precisam para crescer, o que é absorvido pelas raízes e pelas folhas e onde determinado elemento químico fica retido. A técnica do uso de traçadores radioativos possibilita o estudo do comportamento de insetos, como abelhas e formigas. Ao ingerirem radioisótopos, os insetos ficam marcados, porque passam a emitir radiação, o que pode ser acompanhado. No caso de formigas, descobre-se o formigueiro e, no caso de abelhas, as flores de sua preferência. Da mesma forma, essa técnica também é usada para eliminação de pragas, identificando qual o predador se alimenta de determinado inseto indesejável, em substituição ao uso de inseticidas nocivos a saúde. 24 24 Preservação de alimentos por irradiação O processo de preservação de alimentos por irradiação é uma técnica altamente segura e eficaz. Ela consiste da exposição de alimentos embalados ou não, à radiação ionizante (radiação gama, raios X ou feixe de elétrons), não havendo nenhuma chance de contaminação pela irradiação ou que os alimentos venham ficar de algum modo radioativos. Mais de 30 países incluindo o Brasil utilizam técnica de irradiação de vários tipos de alimentos, incluindo frutas, legumes, carne de frango e especiarias. O processo é realizado em uma instalação radiativa utilizando mais comunmente uma fonte de cobalto-60 (Co-60) que emite radiação gama. As maiores vantagens nesse processo está em não alterar a qualidade do alimento, não deixar resíduos tóxicos e prolongar a vida útil. Datação por Carbono-14 No ar existe uma fração muito pequena de carbono-14 (C-14), em forma de gás carbônico. Para cada 1012 átomos de carbono-12 (C-12) existe uma de C-14. Esses átomos de C-14 resulta da absorção contínua dos nêutrons dos raios cósmicos pelos átomos de nitrogênio nas camadas mais externas da atmosfera. O radioativo C-14, assim produzido, se desintegra e desapareceria por completo se sua produção não fosse contínua na atmosfera. Os organismos vivos, como plantas e animais, absorvem o carbono do ar diretamente, pela fotossíntese, ou indiretamente, pela ingestão de plantas ou animais. O carbono existente nos seres vivos como caules, folhas,tecidos humanos, ossos, etc., contém, portanto, a mesma fração de C-12 para o C-14 existente no ar. Quando morre, o organismo cessa de absorver o carbono do ar. A quantidade de C-12 se mantém constante. O C-14, por sua vez, vai se desintegrando sem ser substituído. Portanto, a fração de C-14 no carbono total vai diminuindo. Dessa forma, medindo-se a radioatividade existente no material, pode-se determinar a fração de C-12 para C-14. A comparação dessa fração com a que havia antes da morte do organismo fornecerá informação para se deduzir a idade do material. 25 25 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR EISBERG, R e RESNICK, R. 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