Buscar

Estudo de Caso: DPOC em Paciente

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA
BACHARELADO EM ENFERMAGEM
CAMPUS CASTANHAL
 DISCENTE
 IIcilene Samara Nascimento Campos 
 
 DOCENTE
 Érica Vanusa Borges Gomes
 
 ESTUDO DE CASO
 Doença Pulmonar Obstrutiva Cronica - DPOC
CASTANHAL-2024
 IIcilene Samara Nascimento Campos 
Trabalho de estudo de caso para 
obtenção de nota para o estágio 
obrigatório de Graduação em 
Enfermagem apresentado à 
Universidade Paulista – UNIP. 
Docente: Érica Vanusa Borges Gomes 
NOTA___________
SUMÁRIO
1. Introdução ……………………………………..……………………...4
2. Questão norteadora …………………………………………………..5
2. 1. Identificação da pessoa em estudo…………………………..…..5
2.2. Resumo dos problemas………………………………………..…...5
3. Fundamentações teóricas………………………………………...….5
4. Alternativas ou propostas (Diagnóstico de Enfermagem)………...6
5. Ações implantadas .…………………………………………………..8
6. Discussão……………………………………………………….……..8
7. CONCLUSÃO………………………………………………………….8
8. REFERENCIAS……………………………………………………….10
4
1. INTRODUÇÃO: 
 A DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é definida por SMELTZER e BARE, 
2019) como uma patologia que limita o fluxo de ar, essa limitação por sua vez é 
habitualmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória do pulmão a 
partículas ou gases nocivos. Apesar de poder se agravar, a DPOC é prevenível e tratável, 
no entanto, o processo inflamatório crônico pode produzir alteração nos brônquios 
(bronquite crônica), bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e parênquima pulmonar 
(enfisema pulmonar) (AZAMBUJA et al.,2020). 
 De acordo com a Associação Brasileira de Portadores de DPOC (2020), estima-se 
que no Brasil a doença atinja mais de 7 milhões de pessoas, e que no mundo todo 
aproximadamente 210 milhões de pessoas tenham DPOC. Diante desses números, é 
indiscutível a necessidade de se elaborar um plano de cuidados para atender aos 
pacientes com tal diagnóstico. 
 Ao traçar esse plano o enfermeiro, através da Sistematização da Assistência de 
Enfermagem - SAE, lança mão de seus conhecimentos técnicos e científicos para prestar 
a assistência adequada às necessidades de cada paciente de forma humanizada. Cabe 
ao enfermeiro investigar as potenciais complicações do paciente com DPOC, monitorar as 
alterações cognitivas, monitorar sua função respiratória, dentre outras atribuições, para 
tanto é necessário que sejam elaborados os diagnósticos de enfermagem, bem como as 
intervenções necessárias (SMELTZER e BARE, 2019). 
 A resolução do COFEN - 358 (2009) é bem enfática ao dizer que o enfermeiro deve 
elaborar diagnósticos acerca das respostas da pessoa, família e coletividade humana, 
com o objetivo de prescrever ações de enfermagem que correspondam a essas 
demandas. Sendo assim, visamos neste trabalho através do relato de um caso de DPOC, 
será ressaltada a importância da aplicação da SAE ao paciente portador de DPOC, bem 
como demonstrar a importância da elaboração desse processo na formação do 
enfermeiro. 
 
5
ESTUDO DE CASO
 2- Questão norteadora:
 Como o Enfermeiro, dentro de suas atribuições, pode contribuir para 
promover a melhor Assistência de Enfermagem ao paciente diagnosticado 
com DPOC?
2.1- Identificação da pessoa em estudo: 
 Paciente I.M.C., sexo feminino, com 88 anos; viúva, natural e procedente de Terra 
Alta-PA, Zona Rural: Santa Mª. Do Maú, analfabeta, dona de casa, reside em casa 
própria, tem 7 filhos, tendo posto de saúde no seu bairro e visita de AC’s em seu 
domicilio. Paciente apresenta tosse e desconforto respiratório, nega fator de melhora, 
e/ou piora dos sintomas; não tem alergia medicamentosa. Sinais vitais: Normotensa (PA 
120x80mmHg), normocardio (FC: 77 bpm), afebril (TC:35,7ºC). paciente apresenta-se 
estado geral regular.
 2.2-Resumo dos problemas: 
 Paciente deu entrada na emergência no dia 24/04/2024, acompanhado da neta 
Cristiane com diagnóstico de DPOC, admitida em quadro de tosse e desconforto 
respiratório. Ao exame físico: Regular estado geral, anictéria, acianótica, hipocorada, 
afebril, hidratada, hemodinamicamente estável; AR: MV presente em HTE, SAT: 
94%ACV: bulhas cardíacas normofonéticas, ritmo cardioco regular em 2T, sem 
sopros,FC: 80BPM; NEURO: GCS:15, pupilas isocóricas e fotorreagentes, sem deficits 
focais. ABDOME: flácido,RHA presente, indolor a palpação, flancos e pelve, sem massas 
ou visceromegalias palpáveis. 
 3- Fundamentações teóricas: 
 A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada por uma 
fisiopatologia complexa que envolve vários processos nos pulmões. A inflamação crônica 
das vias aéreas é uma das características centrais da DPOC. Com a exposição 
prolongada à fumaça do tabaco e a outras substâncias irritantes ocorre uma resposta 
inflamatória persistente nas vias aéreas. A obstrução do fluxo de ar é 
6
o resultado da inflamação crônica que causa alterações nas vias aéreas e nos tecidos 
pulmonares. As vias aéreas tornam-se mais estreitas devido ao aumento da produção de 
muco, espessamento da parede das vias aéreas e contração dos músculos ao redor 
delas. Além disso, a destruição gradual dos alvéolos pulmonares, conhecida como 
enfisema, ocorre como resultado da ação de enzimas proteolíticas liberadas durante a 
inflamação. Isso leva à perda de elasticidade pulmonar e redução da área de superfície 
disponível para a troca de gases. A combinação da inflamação crônica, obstrução das 
vias aéreas e destruição dos tecidos pulmonares resulta em sintomas característicos da 
DPOC.(AZEVEDO 2020)
 A assistência de enfermagem empregada ao paciente DPOC servirá para direcionar a 
equipe de enfermagem a prevenir os agravos, prestar uma assistência diferenciada e 
relacionada à patologia tanto no âmbito hospitalar quanto domiciliar. O enfermeiro deve 
atuar de forma integrada na recuperação da saúde desses pacientes, frente ao problema 
que é a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Contudo, precisa utilizar-se de 
ferramentas disponíveis como o protocolo de assistência, que favorece na implantação da 
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), organizando as atividades de 
forma sequencial, tornando o paciente o centro da assistência identificando suas 
necessidades mais imediatas para prestação de uma assistência de qualidade. (Pincelli et 
al., 2021)
4- Alternativas ou propostas (Diagnóstico de Enfermagem): 
Situação problema Diagnóstico de 
Enfermagem
 Intervenções de 
enfermagem
Resultado 
esperado
Tosse Risco de aspiração 
relacionado a tosse 
ineficaz
 Aspiração de vias 
aéreas
Possibilitar uma 
adequada 
ventilação, 
oxigenação dos 
tecidos pulmonares 
e evitar maiores 
complicações
Desconforto 
respiratório
Troca de gases 
prejudicada 
evidenciada por 
Oxigenoterapia; 
Controle de vias 
aéreas; 
Estado respiratório: 
Troca de gases; 
Equilíbrio eletrolítico 
7
batimento de asas 
de nariz, 
relacionado a 
desequilíbrio na 
relação ventilação-
perfusão.
Monitorização 
respiratória; 
Aspiração de vias 
aéreas; Precauções 
contra aspiração
e ácido- básico; 
Estado respiratório: 
Ventilação; 
Perfusão Tissular: 
Pulmonar
Dispineia ao 
esforço
Mobilidade Física 
Prejudicada 
evidenciada pela 
dispneia ao esforço, 
relacionado a 
intolerância 
àatividade.
Cuidados com o 
repouso no leito; 
Controle de 
energia; Promoção 
do exercício: 
alongamento; 
Assistência no 
autocuidado; 
Controle do 
ambiente; 
Posicionamento
Locomoção: 
caminhar; 
Locomoção: cadeira 
derodas; 
Movimento de 
articulações: Ativo; 
Nível de mobilidade; 
Desempenho na 
transferência
insônia Ansiedade 
relacionada à 
diminuição da 
produtividade, 
dispneia, angústia, 
insegurança, humor 
irritável, 
evidenciado por 
mudanças no seu 
cotidiano por causa 
da DPOC.
Oferecer segurança 
ao portador quanto 
a verbalização das 
suas instâncias 
emocionais, através 
do olhar holístico e 
escuta ativa sem 
julgamentos, 
sempre que manter 
contato com o 
paciente
Melhorar a 
qualidade do sono e 
ajudar a ter um 
melhor bem-estar.
8
5- Ações implantadas: 
 O tratamento deu-se pelo manejo das medidas gerais, da terapia antibiótica e 3 litros 
de O2 por minuto de Nebulização. As intervenções implementadas pela equipe de 
enfermagem foram a verificação regular dos sinais vitais e cuidados gerais, foi realizada a 
prescrição de cuidados pessoais, cuidados com a alimentação e ingestão de líquidos. 
6- Discussão: 
 Este trabalho teve como foco o estudo sobre diagnóstico e manejo de um caso de 
DPOC que foi contornado por meio de tratamento clínico e ambulatorial. A doença 
pulmonar obstrutiva crônico- DPOC é uma doença pulmonar comum, que acomete cerca 
de 15% da população brasileira adulta. É potencialmente fatal e traz grande impacto na 
vida dos pacientes. É caracterizada por um quadro de tosse crônica, dispnéia progressiva 
e expectoração, normalmente em pacientes tabagistas. O diagnóstico é feito por meio da 
espirometria e o tratamento por meio do uso de broncodilatadores. (Larissa Mesquita 
2023)
 Interrupção do tabagismo é a única medida representada eficiente para minimizar o 
avanço da DPOC. Realizar em qualquer oportunidade um aconselhamento antitabagismo, 
discorrendo sobre os benefícios de parar de fumar, (VAN DER MEER et al., 2019). O 
tratamento medicamentoso, segundo o protocolo e diretrizes específicos do Ministério da 
Saúde, deve ser apontado nos casos de índices elevados de dependência à nicotina e 
com motivação para a cessação do tabagismo (RABE et al., 2021). 
7. CONCLUSÃO :
 Na América Latina, alguns estudos descrevem uma importante prevalência da 
doença e reiteram a importância de identificação de fatores de risco associados, fazendo 
referência ao subdiagnóstico. Dentre os fatores de risco classicamente discutidos como 
associados à DPOC, destacam-se o tabagismo atual ou prévio e a exposição à fumaça, 
como a de fogão de lenha e carvoeira. (Moreira MAC 2018)
 É importante destacar que, muitas vezes, os sintomas da doença não são valorizados 
e há uma progressiva gravidade da obstrução ao fluxo aéreo, que pode ser determinada 
pela medida, na espirometria, do volume expiratório final forçado no primeiro segundo 
pós-broncodilatador (VEF1%-PBD). No idoso, outros fatores também são citados como 
possíveis complicadores e aumentam a mortalidade associada à DPOC. São eles o 
estado nutricional, a reduzida capacidade para realizar exercícios físicos e a presença de 
9
doenças crônicas, como osteoporose, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus e 
depressão. (Incalzi RA 2018).
 A atuação do enfermeiro no tratamento do paciente com DPOC deve ser bem 
qualificada e capacitada, com o intuito de propor um conhecimento eficaz e obter uma 
educação continuada no cuidado e atenção para o portador, a fim de capacitar ainda mais 
a equipe multiprofissional. O enfermeiro tem como atuação muito importante para o 
cuidado do paciente durante todo o seu percurso minimizando riscos, tomando medidas 
preventivas e educativas para recuperação do paciente, tornando assim uma qualificação 
eficiente nos cuidados ao portador crônico.(RABE, K.F, 2021)
 
10
8. REFERENCIAS:
 AZAMBUJA, R. et al. Panorama da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Rev. 
Hospital Universitário Pedro Ernesto, Rio de Janeiro, v.12, n. 2, Abr/ Jun., 2020. 
Disponível em Acessado em: 10/05/2024 
 AZEVEDO, Luciano César Pontes de; TANIGUCHI, Leandro Utino; LADEIRA, José 
Paulo. Medicina Intensiva: Abordagem prática. 1.ed. São Paulo: Editora Manole, 
2020. 1096p.
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PORTADORES DE DPOC (2017). Principais 
informações sobre a DPOC. São Paulo, 2020. Disponível em < 
http://www.dpoc.org.br/ tudo-sobre-dpoc> Acessado em: 10/05/2020 ;
 Incalzi RA, Scarlata S, Pennazza G, Santonico M, Pedone C. Chronic Obstructive 
Pulmonary Disease in the elderly. Eur J Intern Med 2018; 25(4):320-328. 
 Larissa Mesquita 2023- disponivel em eumedicoresidente.com.br/post/dpoc-o-que-
e-causas;
 Moreira MAC, Moraes MR, Silva DGST, Pinheiro TF, Vasconcelos Júnior HM, Maia 
LFL, Couto DV. Estudo comparativo de sintomas respiratórios e função pulmonar 
em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica relacionada à exposição à 
fumaça de lenha e de tabaco. J Bras Pneumol 2018.
 PINCELLI, M. P; GRUMANN, A. C. B; FERNANDE, C; CAVALHEIRO, A. G; 
HAUSSEN, D. A. P; MAIA, J. S. Características de Pacientes com DPOC 
Internados em UTI de um Hospital de Referencia para Doenças Respiratórias no 
Brasil. Jornal Brasileiro de Pneumologia. Vol. 37, n \ 32, São Paulo, 2021; 
 RABE, K.F, Hurd S, Anzueto A, Barnes PJ, Buist SA, Calverley P, et al. Global 
strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive 
pulmonary disease: GOLD executive summary. Am J Respir Crit Care Med. 2021;
 SMELTZER; S.C; BARE, B.G. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem 
MédicoCirúrgica. 13ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 
 VAN DER MEER, R.M; Wagena EJ, Ostelo RW, Jacobs JE, van Schayck CP. 
Smoking cessation for chronic obstructive pulmonary disease. Cochrane Database 
Syst Rev. 2019.

Mais conteúdos dessa disciplina