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1 Direit� d� Trabalh� 28/02/23 O que é o Direito do Trabalho ? Conflito/ diferença de interesse Trabalhador + Sálario - Trabalho Empregador - Salário + Trabalho - Direito para “solucionar”/ nortear este conflito de interesses. ● Visão Liberal : Estado não intervém no conflito. ● Visão Intervencionista: visão legislativa para proteger o trabalhador. ↳Norma Jurídica: Direito a interpreta. No Estado democrático de Direito, a norma assume proeminência muito relevante no estudo do Direito. - Normas de proteção trabalhista Longa construção histórica de Direitos e muita luta social por uma legislação protetiva. Resolver conflitos trabalhistas, entre empregados e empregadores . *Vacina contra a barbárie ↳Campos de concentração ↳Horrores da Guerra ↳ Nazismo e Facismo Pós Guerra Países procuraram adotar mecanismos para evitar o retorno destes horrores. ↳ Conquistas Sociais históricas ↳Evolução do Direito 2 ↳Direito contra a barbárie "Entre os fortes e fracos, entre ricos e pobres, entre senhor e servo é a liberdade que oprime e a lei que liberta". Entre le fort et le faible, entre le riche et le pauvre, entre le maître et le serviteur, c'est la liberté qui opprime et la loi qui affranchit. - Conférences de Notre-Dame de Paris, Henri Lacordaire, éd. Sagnier et Bray, 1848, p. 246 A liberdade do mais forte oprime a do mais fraco. Quem muda isso é a norma. O próprio Direito estabelece que existe relação hierárquica entre empregador e empregado - quem manda e quem executa. Em contrapartida, o empregador tem leis que o protegem. Modernização tecnológica / Indústria 4.0 - Impactos no Direito do Trabalho ● LGPD ● Regulamentação da própria internet 02/03/2023 Revolução Industrial 1ª Fase - 1760 - 1840 - Máquina a vapor 2ª Fase - 1890 - 1930 - Eletricidade, linha de produção 3ª Fase - 1960 - 2000 - Semicondutores, PCs, Internet 4ª Fase - 2011 - Smart Factories, controle de produção, conexão em rede, fusão real com virtual. Desafio encontrado hoje: pressão por maior flexibilização das relações de trabalho. ⇒Reduzir o grau de rigidez Síntese da Visão Atual Não é possível frear as transformações econômicas e sociais e a modernização tecnológica, mas não se pode perder a visão maior do Direito, que é o humanismo, como fator essencial. 3 07/03/2023 Capítulo II - Relações do Direito do Trabalho com outras disciplinas. - Situar o Direito do trabalho no direito público e no direito privado: - Público: normas que regulam o poder do Estado, dos agentes públicos → são vinculadas NECESSARIAMENTE à lei. - Privado: Disciplina as relações jurídicas entre particulares → Tudo que não é proibido, é permitido. O direito do trabalho é parte do direito privado, sobretudo porque visa regular a relação entre particulares (empregado e empregador). No caso de empregados em empresas do setor privado, a legislação vai se aplicar de maneira geral para regular toda a relação existente entre eles sem problema. No caso de empresas 100% públicas há um tratamento diferenciado, é uma espécie de pedido de tratamento especial que a constituição estabelece, ela abre uma exceção. Embora seja um ente público, como ele atua no mercado deve contratar o empregado e de maneira geral serão regidas pelas mesmas normas que atuam no mercado, até porque elas estão em competição com outras organizações econômicas. Predominantemente o que nós vemos no mercado, nas relações que envolvem trabalho são as figuras privadas de empregado e empregador, isso por excelência. Se são entes privados, o próprio direito do trabalho existe como Direito Privado. Isso da mesma forma as pessoas que atuam celebrando contratos entre si, estabelecendo relação particular entre elas. O direito do trabalho é por excelência direito privado, pois visa regular a relação entre particulares (empregados e empregadores), e apenas excepcionalmente identificamos a figura do empregado público e do ente público. Teori� prof Cesarin� Jr. - Interesse social intenso em áreas que envolvem grandes massas de povos. - Para ele existem o Direito público, direito privado e um terceiro gênero: direito social. Nesta teoria, o Direito do trabalho se encaixaria no Direito Social O direito do trabalho é um Direito privado, todavia é também possível, pelas suas peculiaridades e pelo seu forte interesse social, encaixá-lo como um direito social. Por mais abrangente que seja o direito do trabalho, ainda sim em certas circunstâncias nos deparamos com determinados casos em que a norma trabalhista não dará conta de resolver o problema. Exemplo dado pelo prof: Se nós temos uma relação entre particulares (empregado e empregador), temos um contrato de trabalho, se surge algum problema entre eles e o direito do trabalho não consegue resolver, onde devo ir para buscar auxílio para resolver? No direito civil, direito dos contratos entre particulares ou na legislação que rege o serviço público? Qual é mais compatível e harmoniosa com os princípios e regras com o direito do trabalho? 4 - O Direito civil. Constatado que existe essa compatibilidade, posso pegar a norma do direito comum e resolver meu problema. Disciplina� qu� tê� relaçã� diret� co� � Direit� d� Trabalh�: → Declaração dos Direitos Humanos: término da 2º grande guerra (1945). Visão humanista inerente ao Direito, e consequentemente, ao Direito do Trabalho (sua essência vem dos direitos humanos). A própria declaração contém preceitos, artigos, tratando da matéria trabalhista. A declaração foi feita tão rápido para prevenir uma terceira guerra e ocasionar desastres maiores (ameaça nuclear que estamos vivenciando hoje). A constituição brasileira contempla entre seus fundamentos a dignidade da pessoa humana. Além disso, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, um trabalho valorizado e protegido. A constituição brasileira está impregnada com esses fundamentos de validade. Violar o direito do trabalho seria violar os próprios princípios da nossa constituição. 09/03/2023 A teoria sobre direitos humanos é um fenômeno recente na história da humanidade→ situações perversas com os campos de extermínio e os horrores da guerra - Indústria da Morte. Constatação de que uma terceira guerra nuclear seria uma guerra total, pelo seu nível de destruição. Antídoto a barbárie e a cultura da morte = procurou-se com a declaração de direitos humanos adotar um pacto pela humanidade para proteger a humanidade e o planeta. O direito do trabalho é um dos instrumentos de efetivação dos direitos humanos, seja pela sua vocação de proteção ao ser humano trabalhador, seja também porque a própria declaração contempla previsões expressas em matéria trabalhista (artigos 20 - 25). Artigo 20 ● 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica. ● 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. Artigo 21 ● 1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. ● 2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. ● 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto. Artigo 22 5 Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. Artigo 23 ● 1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. ● 2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. ● 3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com adignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. ● 4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses. Artigo 24 Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas. Artigo 25 ● 1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. ● 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social. A declaração contemplou de maneira positivada além de outros tantos temas, também o direito do trabalho. → Direito do trabalho e direitos humanos andam juntos. → Partimos do art 1 da constituição onde se lê o estado democratico de direito, a cidadania (cidadão com direitos), a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho, a busca por uma sociedade livre, justa e solidária = carga de valores muito forte. CF/88 em plena harmonia com a Declaração de Direitos Humanos. → Direito do trabalho = fundamento de validade para favorecer a própria aplicação eficaz da constituição e dos direitos humanos. Revela-se como um instrumento de efetivação destes entes, e não é possível imaginar uma revogação do direito do trabalho, pois violaria a nossa própria constituição. Proteção do trabalhador: descanso, trabalho justo, seguro contra possíveis acidentes ocorridos, etc. 6 Relaçõe� d� Direit� d� Trabalh�: ● Direito Empresarial ● Direito Administrativo: direito público (já sabemos que somos do direito privado), mas existem regras que são minoria no D. Trabalho que versam sobre matérias administrativas. ● Direito Penal: falta grave (Art. 482, CLT) e crimes previdenciários (risco gravíssimo de consequências jurídicas, sobretudo para a empresa), condições análogas à de escravo, etc. // Lei 9029/1995 → constitui crime pŕaticas discriminatórias e estabelece tipificações penais. ● Direito Tributário: contribuições sociais com natureza tributária. FGTS = direito trabalhista ● Direito Previdenciário: cuida do trabalhador inativo, que está afastado por motivo de doença, que busca uma aposentadoria (muda a disciplina jurídica, busca na condição de segurado seus direitos). ● Direito Processual do Trabalho: relação muito próxima com o D. Trabalho. ● Direito Internacional: tratados internacionais com natureza de direitos humanos. Os tratados quando ratificados pelo Brasil ingressam na nossa ordem jurídica com status supralegal e somente abaixo da Constituição. ● Economia: Direito do trabalho tem direta relação com a Economia ● Sociologia: lida com fato social. A sociologia estuda a profundidade do fato social e nós do Direito procuramos aplicar a lei, criamos a norma e resolvemos o problema. Se o fato social não foi enfrentado legalmente da maneira correta, a lei não resolverá o problema. Quando a sociologia e o Direito estão atuando juntos, sua eficácia é muito maior do que quando aplicados separadamente. Relação com Direito Civil: O código de 2002 tem um conteúdo ético e de valores muito superior ao antigo, que até então somente existia a norma. Quando isso aconteceu o direito civil se aproximou muito com o Direito do Trabalho, porque lida com a boa fé e a relação entre o empregado e o empregador. Ex: Institui o Código Civil. Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) Não expressa somente o interesse econômico, mas o interesse social. Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. → Relação de confiança entre empregado e empregador. → Inadimplemento de obrigações: exceção para não adimplir contrato. Se a empresa não paga salário, ela está liberando o trabalhador de trabalhar. Greve de defesa (defesa do interesse do trabalhador). 7 “Não cumprida a obrigação responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária (...), e honorários advocatícios”. → Contrato Preliminar: acerto de vontades, inicial, e que já contêm os traços essenciais do contrato. Seu inadimplemento poderá redundar no pagamento de uma indenização por perdas e danos ao credor da obrigação. → Contrato de adesão: contrato de trabalho é por excelência contrato de adesão. Não há abertura para o empregado não concordar com as cláusulas, uma vez que isso está diretamente ligado a sua admissão naquela empresa. → Cláusula da imprevisão: Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. → Trata-se de instituto que protege a função social do contrato e o equilíbrio contratual, sendo exceção a outro princípio: pacta sunt servanda. Isto porque os negócios jurídicos são celebrados levando em conta o momento, não sendo razoável exigir que se preveja o que pode acontecer no futuro. 21/03/2023 Revisão cap. 3? Monismo e pluralismo jurídico→ Para nós conta o segundo, uma vez que temos diversas regulamentações em nosso ordenamento. Sistemas e perfis ● Corporativismo: modelo do fascismo. Exerceu sua influẽncia no Brasil, na Argentina, no Chile… Estado controlando tudo e todos, tudo dentro do estado e nada fora dele. O modelo não tolera a divergência, esta deve ser coibida (o Estado manda e a sociedade obedece a esse comando). ● Socialismo real ● Liberalismo econômico: mesmo a social democracia decorre de um modelo de democracia liberal, mas com um viés de proteção social. ● Sistemas regulamentados: predominância de normas estatais de proteção ao trabalho (normas que são estabelecidas na empresa, além de constarem no contrato de trabalho dos colaboradores, tornando-se obrigatório seu cumprimento) ● Não regulamentados: normas criadas pelas próprias categorias profissional e econômica. Liberdade sindical: modelo que predomina o direito individual (por ser mais regulamentado essas regras já preveem o modelo de contratos de trabalho em sua maioria). 8 ● Países com plena liberdade, que adotam princípios da Convenção de número 87, da OIT. “A Convenção 87 trata da “Liberdade sindical e proteção do direito de sindicalização”. Aprovada em 1948, é uma das mais importantes convenções da OIT, se não a mais. O Brasil ainda não aderiu a essa Convenção, que faz parte dos direitos fundamentais.” ***Por conta disso, o Brasil deixou de ratificar a Convenção 87 da OIT, pois adota a unicidade sindical compulsória, por determinação legal, não por opção dos trabalhadores ● No Brasil há características desses elementos liberais. ● No território nacional há o predomínio do direito individual (estuda o contrato de forma individual), diferentemente da Itália e Espanha por exemplo que predomina o direito coletivo (princípios e regras que regem as relações coletivas de trabalho). Tipos de normas trabalhistas → Normas constitucionais → Normas oriundas de leis ordinárias ● leis ordinárias dispositivas ● proibitivas (para estabelecer limites ao poder de mando do empregador) ● CLT → Normas oriundas da autonomia privada coletiva → Normas oriundas da autonomia privada individual ● Toda empresa tem um regulamento interno→ acontece que em sua maioria são regulamentos verbais. Solução de conflitos: ● Autocomposição ● Mediação ● Heterocomposição → Empregado ocupa posição de hipossuficiência (empregado está sob ordens do empregador), trabalhador subordinado Justiça do trabalho● 1º instância: Vara do trabalho (integrada por apenas um juiz). ● 2º instância: Tribunais regionais do trabalho (Um em cada Estado → salvo SP que existem 3 tribunais). ● 3º instância: TST, com sede em Brasília, tem como missão mais importante a unificação da jurisprudência trabalhista. → Súmulas de jurisprudência (TST e TRT): pequenas emendas em que o tribunal decide determinadas questões. → temos centenas delas em vigor. → Orientações jurisprudenciais: editadas por colegiados menores. 9 Ex. SDI: sessões de dissídios individuais, do TST → Importante alteração: art. 507A da CLT - para trabalhadores com salários maiores podem escolher os árbitros (acima do dobro do teto da previdência social). “a norma contida no art. 507-A da CLT é paradigmática e permissiva, sendo apta a autorizar, de maneira indiscutível, ao menos nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, que as partes, por força de lei, através de simples interpretação extensiva, possam celebrar convenções processuais diversas, limitadas tão somente aos termos da própria lei.” Resenha Filme Germinal - 18/03/23 O filme germinal caracteriza perfeitamente o processo de produção do trabalho do modelo capitalista, a expansão do chamado capital, mostrando assim de uma forma bem clara os opostos entre as necessidades humanas e as materiais. Fontes materiais e formais do Direito Em um primeiro momento, quando se trata de fonte é perceptível uma concepção de origem ou surgimento de determinado elemento. Nesse contexto, ao discorrer sobre as fontes do direito, o jurista busca identificar qual o ponto inicial de criação e influência de determinada norma jurídica, além de identificar o seu modo de produção. Dessa maneira, levando em consideração dois grandes pilares desse processo, é possível classificar as fontes do direito basicamente em materiais e formais. As primeiras dizem respeito a um momento conceituado como pré-jurídico, por grande parte da doutrina, uma vez que leva em consideração fatores econômicos, sociais, políticos, filosóficos, etc. A segunda classificação, por sua vez, observa, sobretudo, o fenômeno de exteriorização das normas jurídicas e seu modo de produção, tendo em vista, por exemplo, o processo legislativo em que autoridades competentes criam regras seguindo determinados procedimentos e formalidades para regulamentar comportamentos na sociedade. Desse modo, percebe-se que ao tratar das fontes materiais do direito do trabalho deve-se levar em conta esses elementos para, assim, identificar tais fatores. Fatores econômicos, sociais e políticos. Diante de um cenário de trabalho precário e inicialização de movimentos grevistas, o filme Germinal proporciona ao espectador depreender uma série de fatores que influenciaram bastante o desenvolvimento no mundo do trabalho, e, assim, as fontes materiais de seu direito. Nesse cenário, abordando a situação laboral de mineiros do norte da França no século XIX, a produção cinematográfica desde o início da obra, em que um jovem desempregado encontra um senhor com uma idade não tão avançada diante de uma situação de saúde precária por razões do trabalho exercido nas minas de carvão, 10 demonstra o caos e a luta dos operários pela minimização de sua situação exploratória e insalubres de que são vítimas. Inicialmente, nota-se que o ascensão do sistema capitalista com sua acumulação de capital diante de um processo de revolução industrial já é um dos primeiros fatores que influenciam a busca por direitos por parte da classe proletária, em que um novo modelo de produção na perspectiva industrial começa a despertar a ideia de recompensa por todo o esforço desempenhado. Dessa forma, os fatores econômicos tornam-se um potencial imensurável na luta por mudanças, em que no filme por diversas vezes é demonstrado uma grande produção em detrimento da superexploração dos trabalhadores. Em segundo momento, percebe-se que fatores sociais como a grande quantidade de trabalhadores que desempenham sua atividade mediante salário dentro das grandes minas de carvão desenvolve uma concentração de indivíduos em determinadas localidades, e, assim, a construção de verdadeiras cidades em torno das indústrias. No filme, nessa perspectiva, as relações entre os trabalhadores vão se desenvolvendo, tendo em vista suas relações em encontros e parcerias nos tempos livres criando assim laços e a troca de conversas sobre a situação nos ambientes de trabalho, o que promove uma maior quantidade de encontros e debates pela classe operária. Sendo assim, esse fator torna-se crucial nos próximos passos de influência no direito do trabalho. Outrossim, a eclosão desses fatores se dá principalmente com a perspectiva política em que os movimentos da classe operária de caráter nitidamente reivindicatórios impulsionam bastante a busca por seus direitos. Nesse cenário, durante o filme percebe-se, no momento em que uma classe representante dos trabalhadores busca entrar em acordo com o diretor geral da indústria para deliberar sobre a greve e exigir melhores condições de trabalho, a perspectiva de base sindical e a impulsão dos movimentos grevistas têm fundamental importância nesse desenvolvimento. Ademais, nota-se que durante as discussões, nos bares e locais de encontro, sobre as diferentes perspectivas filosóficas de cunho trabalhista envolvendo, principalmente ideias marxianas, também promovem um senso crítico e de coletivo na busca por esses direitos. Considerações finais Pode-se perceber, portanto, que no filme Germinal a ideia de fontes materiais aparece diante de diversos fatores que impulsionaram a luta da classe operária em busca por melhores condições de trabalho diante de um cenário laboral precário. Destarte, é possível compreender a importância desses fatores na produção de normas que devem estar explícitas atualmente na garantia de direitos do trabalho. 11 23-03-2023 Le� trabalhist� n� temp� � espaç� ● Art. 9 da CLT nulidade de pleno direito, se o ato for de fraudar ou prejudicar, ele não tem validade jurídica no DT. → Os 4 elementos dos vínculos trabalhistas (art.2 e 3): ● Pressuposto de subordinação, o empregado está ali para cumprir ordens, desde que sejam lícitas ● contrato personalíssimo ● trato sucessivo se repetindo no curso do tempo ● trabalho a título oneroso ● Se constarem esse pressuposto haverá vínculo de trabalho Doutrin� ↠ Comentári�: Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. Neste art. 9º temos uma disposição importantíssima para o Direito do Trabalho. Esta é a sede de um dos princípios do direito do trabalho, denominado princípio da primazia da realidade. Ele informa que, no Direito do Trabalho, busca-se priorizar a realidade em detrimento da forma. Por esse motivo, nos casos em que haja, por exemplo, típica relação de emprego mascarada por contrato de estágio (pois estagiário não é empregado), por aplicação deste princípio a relação empregatícia deverá ser reconhecida. Um exemplo da manifestação do art. 9º é a SUM-46 do TST: SUM-46 SALÁRIO COMPLESSIVO Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou contratuais do trabalhador. �empl� e� Sal�: Uber - Vínculo do motorista com a Uber (ou empresas de aplicativos): O Algoritmo que faz o comando das atividades, premiando ou aplicando sanções caso não estejam dentro das políticas da suposta “parceria”, Professor utilizou para elucidar o caso dos motoristas de aplicativos, o artigo abaixo, justificando que este tipo de trabalho também é supervisionado pela inteligência artificial: 12 Art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos darelação de emprego. ART. 6 Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio. ● Julgamentos Uber TST - Ministro ● Julgamentos Uber TST SDI → Pode-se extrair do art. 9 um tipo especial de contrato, com o princípio do contrato da realidade, que emerge da verdade dos fatos, no qual baseia-se no dia a dia. Eficácia das normas trabalhistas → Assegurar a eficácia das normas, com isso busca-se uma proteção maior do trabalhador. → Se algo estiver fora das normas previstas na CLT, com objetivo de fraudar a aplicação do Direito laboral, são consideradas NULAS de pleno direito, ou seja, não geram qualquer efeito jurídico. Ex: Funcionário sob desvio de função, pode entrar com ação e levar as testemunhas para assegurar a realidade de seus direitos, não os que estão por “escritos”, como no exemplo, a função na qual o colaborador não mais exerce. → A legislação trabalhista fica protegida contra seu inadimplemento. 99% das normas trabalhistas são COGENTES, imperativas e obrigatórias. Mais uma vez reforçando a redação do art. 9°. Interpretação equivocada da norma ou aplicação indevida Texto da Norma e o contexto de onde ela se insere, é o que norteia o caminho da interpretação das normas, deve haver um cuidado por parte do Magistrado, ele deve se manter estar dentro dos limites da norma, há juízes que são expansivos, causando arbitrariedade. Isso acarreta na descredibilização da Justiça, e na força do Direito. Ter cuidado com o “Ativismo Judicial” - Isso quem tem poder é o STF Ex: Entendimento da suprema corte x parlamento de Israel. Aprovação de lei que favorece Netanyahu provoca protestos em Israel 13 https://tvbrasil.ebc.com.br/reporter-brasil-tarde/2023/03/aprovacao-de-lei-que-favorece-neta nyahu-provoca-protestos-em-israel 1ª Interpretação da norma - Advogado Última Interpretação da norma - Magistrado (interpretação e aplicação) Interpretação Sistemática A lei, destarte, nunca é “em-si-mesma”. Dar ao texto legal um sentido-em-si-mesmo é incorrer no erro denominado por Streck de “fetichização da lei”. Já o modelo hermenêutico gadameriano pretende, segundo o referido autor, “uma apresentação do texto histórico de uma maneira inovadora: a máxima fidelidade à letra de um texto não é garantia de sua correta compreensão”. O método sistemático parte da premissa de que as normas jurídicas não existem isoladamente. Antes, formam um conjunto, um sistema, que exige uma relação de coerência entre elas. A coerência do sistema jurídico, pois, não permite que haja antinomias entre as normas que o compõem. Quando isso ocorre, é preciso solucionar o problema mediante a utilização dos critérios da especialidade, da hierarquia e da cronologia entre as normas em conflito. O problema maior é quando surge antinomia entre os próprios critérios, ou seja, a chamada antinomia de segundo grau. Pensamos que em tais casos o intérprete deve adotar critérios axiológicos extraídos da cultura, da ética, dos princípios e objetivos. → direito é sistema, quem comanda o direito é a CF → proteção hipossuficiente Lei trabalhista no tempo e espaço → no espaço: leva-se em consideração o princípio da territorialidade, então as leis trabalhistas brasileiras se aplicam no território brasileiro, a única exceção será o que foi acordado no tratado de Viena. 28/03/2023 https://tvbrasil.ebc.com.br/reporter-brasil-tarde/2023/03/aprovacao-de-lei-que-favorece-netanyahu-provoca-protestos-em-israel https://tvbrasil.ebc.com.br/reporter-brasil-tarde/2023/03/aprovacao-de-lei-que-favorece-netanyahu-provoca-protestos-em-israel 14 Doutrin� → FUNÇÃO DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS FUNDAMENTAIS Os princípios exercem tríplice função no ordenamento jurídico, a saber: informativa, interpretativa e normativa. A função informativa é destinada ao legislador, inspirando a atividade legislativa em sintonia com os princípios e valores políticos, sociais, éticos e econômicos do ordenamento jurídico. Princípios atuam com propósitos prospectivos, impondo sugestões para a adoção de formulações novas ou de regras jurídicas mais atualizadas, em sintonia com os anseios da sociedade e atendimento às justas reivindicações dos jurisdicionados. → A função normativa, também destinada ao intérprete e aplicador do direito, decorre da constatação de que os princípios podem ser aplicados tanto de forma direta, na solução dos casos concretos mediante a derrogação de uma regra por um princípio, por exemplo, o princípio da norma mais favorável aos trabalhadores (CF, art. 7º, caput), quanto de forma indireta, por meio da integração do sistema nas hipóteses de lacuna (CLT, arts. 8º e 769; CPC, art. 140). Princípios constitucionais fundamentais e gerais do direito do trabalho O epicentro de todo o ordenamento jurídico brasileiro é o princípio da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), razão pela qual não há necessidade de muito esforço intelectivo para demonstrar que tal princípio alcança em cheio o direito do trabalho, pois todo trabalhador (ou trabalhadora) é, antes de tudo, uma pessoa humana. Ingo Wolfgang Sarlet conceitua a dignidade da pessoa humana como uma qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existentes mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos. . Princípios → Tem natureza normativa, perceptiva. Aplicam-se e incidem diretamente para a solução de casos concretos. - Não se admite mais há muitos anos que princípios são meras orientações gerais sobre o direito. Não se admite mais essa visão conservadora e ultrapassada sobre o direito. → São como pilares que sustentam um edifício, imagine o prejuízo que acarreta à sociedade se esses princípios forem violados. → Os princípios também são normas que buscam proporcionar um elevado grau de segurança jurídica 15 → Alta relevância na aplicação dos princípios (violá-lo seria mais grave do que violar qualquer outra regra → profundidade maior quando se trata do princípio, uma vez que transporta valores universais, constitucionais. ● Natureza jurídica: hábeis para resolver casos concretos, com efeitos imediatos. → Princípios positivados no texto da constituição → CF/88 pacto celebrado entre a população brasileira para superar os anos sombrios da ditadura militar. Hoje temos uma constituição que preserva esses valores humanos e democráticos, e também tem relevância para o Direito do Trabalho quando falamos de Estado democrático de direito. A democracia ainda vai aleḿ, envolvê democratizar a economia, os direitos sociais, a cultura, a educação, a cidadania, os valores sociais do trabalho ao lado da livre iniciativa, etc. Sob o enfoque do princípio da dignidade humana no âmbito do direito do trabalho, o STF reconheceu que: “A ‘escravidão moderna’ é mais sutil do que a do século 19 e o cerceamento à liberdade pode decorrer de diversos constrangimentos econômicos e não necessariamente físicos. Priva-se alguém de sua liberdade e de sua dignidade tratando-o como coisa, e não como pessoa humana, o que pode ser feito não só mediante coação, mas também pela violação intensa e persistente de seus direitos básicos, inclusive do direito ao trabalho digno. A violação do direito ao trabalho digno impacta a capacidade da vítima de realizar escolhas segundo a sua livre determinação. Isso também significa ‘reduzir alguém a condição análoga à de escravo’” (STF-Inq 3.412, rel. p/ o ac. min. Rosa Weber, j. 29.03.2012, P, DJE de 12.11.2012). → Se os princípios não estão muito bem definidos e fortes, poderãoestar a mercê de ameaças e injustiças → risco de romper a ordem constitucional, jurídica, instalar o caos e a barbárie. Deve haver uma compreensão clara sobre eles. → “O direito democratico é a antítese da barbárie” → Ministro Coutinho Delgado diz que: “Há necessidade de assegurar um patamar mínimo civilizatório”. Os princípios se espalham por todo o texto da constituição. O direito é um sistema que se comunica entre si, estabelece a partir da constituição uma visão mais abrangente. A partir dos direitos e garantias fundamentais aplicamos as regras do direito mediante os princípios. Entre as várias leituras, cabe ao intérprete escolher a mais condizente com os direitos e garantias fundamentais e que assegura esse patamar mínimo civilizatório. ● Direitos elementares: limite de jornada, descansos, direito a proteção contra os acidentes do trabalho, etc. São quase que singelos do ponto de vista da compreensão sobre eles. → Princípi� gerai� d� direit� (ar�. 8 d� CLT): ● a ninguém é lícito alegar ignorância ● respeito à dignidade humana (art. 5 da Constituição) ● boa fé nos contratos 16 ● Proibição do abuso de direito ● proibição do enriquecimento sem causa → Princípi� gerai� d� Direit� Civi�: ● Princípio da autonomia da vontade - as partes devem ter liberdade de celebrar contratos a seus interesse, todavia, de forma mitigada, não tendo a mesma amplitude do direito civil no DT. ○ No DT as partes dispõem de autonomia desde que observem o patamar mínimo de direitos e proteções advertidos na Constituição federal, podendo elas acertar no contrato seus interesses. (Ministro Godinho Delgado) A autonomia da vontade aplica-se sim, todavia de forma mitigada, com uma força um pouco mais reduzida em comparação com o Direito Civil. ● Princípio da imprevisão ou da cláusula rebus sic stantibus (Art. 478) ○ É um dos mais importantes do Direito civil mas se aplica em toda a parte das obrigações e em seus contratos. Se tiver algum fato novo que desequilibre o contrato, que não foi previsto em sua celebração, impactando tão fortemente o cumprimento do contrato a ponto de gerar onerosidade excessiva (um passa a ganhar mt e o outro a perder muito) exige adaptação contratual. Ex: Covid-19. ● A exceptio non adimpleti contractus (Art. 476) ○ Exceção para não cumprir contratos. ⇒ Doutrin� Princípio do valor social do trabalho. Na verdade, desde o Tratado de Versalhes (art. 427, n. 1), o trabalho humano não poderia ser objeto de mercancia, ou seja, o trabalho não é uma mercadoria. O trabalho tem um valor social. Mas para ter um valor social, o trabalho deve propiciar a dignificação da pessoa por meio de um trabalho decente. Violam o princípio em causa todas as formas de trabalho em regime de escravidão, o trabalho infantil, o trabalho degradante, o trabalho em jornada exaustiva, os assédios moral e sexual etc. Princípio constitucional fundamental aplicável ao direito do trabalho é o princípio do valor social da livre-iniciativa. Trata-se de princípio que é implementável pela aplicação de outros princípios espraiados pelo tecido constitucional, como o princípio da função social da propriedade (CF, art. 5º, XXIII) e o princípio da função social da empresa (CF, art. 170, III). Não há justiça verdadeira onde as pessoas vivem em condições extremamente desiguais. Se quisermos um mundo mais justo, podemos optar pela luta em prol dos direitos humanos, a fim de levar a todos a consciência de que o homem não é um ser isolado. Princípios constitucionais específicos do direito do trabalho No catálogo dos princípios constitucionais específicos do direito do trabalho, destacamos os princípios da norma mais favorável ao trabalhador, destacam-se: da proteção da relação empregatícia, ao salário, ao mercado de trabalho da mulher, da proibição ao trabalho infantil e da exploração do trabalho do adolescente, da proteção ao meio ambiente, da proibição de discriminação, do reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho. 17 Todos esses princípios constitucionais podem – e devem – ser invocados na interpretação e aplicação tanto das normas constitucionais quanto das normas infraconstitucionais. Doutrin� Princípios gerais de direito Entendemos por princípios gerais de direito os valores ou ideias de justiça que dão sustentáculo a um ordenamento jurídico, propiciando a sua completude e coerência. Os princípios gerais do direito positivados na Constituição Federal (v.g., os princípios fundamentais previstos no art. 1º) deixaram de ser meros institutos de integração do direito (art. 4º da LINDB) e passaram, segundo nos parece, à categoria de “normas de introdução ao ordenamento jurídico brasileiro” ou “fontes formais diretas do ordenamento jurídico brasileiro”. Parece-nos, contudo, que, tal como ocorre com a analogia e a equidade, é preciso reconhecer a necessidade da heterointegração dos subsistemas do Direito do Trabalho e do Direito Civil com o escopo de produzir decisões judiciais mais justas e consentâneas com os valores, princípios e objetivos fundamentais do Estado Democrático de Direito. → Direito é sistema…. Está tudo integrado, entre os diversos temas que tratam "os direitos". Aplicação A aplicação de uma norma, por mais clara que possa parecer, pressupõe, sempre, a sua interpretação. Vale dizer, não há aplicação sem prévia interpretação de um preceito normativo. A aplicação do direito pode ser feita pelo juiz, pela autoridade administrativa, pelo particular, pelo empregador, enfim, por todos aqueles que praticam atos jurídicos. Interessa-nos, aqui, a aplicação do direito pelo magistrado, que, ao aplicar uma norma jurídica, utiliza-se das técnicas interpretativas e de integração, levando em conta a eficácia da norma. Ao aplicar uma norma geral a um caso concreto, o magistrado cria, pela sentença, uma norma individual. Como lembra Maria Helena Diniz, o magistrado, ao aplicar as normas jurídicas, criando uma norma individual, deverá interpretá-las, integrá-las e corrigi-las, mantendo-se dentro dos limites marcados pelo direito. Não é outro o significado do art. 5º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, segundo o qual, na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Tal preceito normativo, todavia, teve pouca aplicabilidade na prática jurídica, certamente em função do formalismo e do tecnicismo jurídico exacerbado que se instalou no direito brasileiro, sobretudo influenciado pelo liberalismo econômico na formação da consciência jurídica nacional, principalmente durante o regime militar. "Em um dos planos, o princípio da dignidade humana e diversas diretrizes associadas a esta basilar: o princípio da centralidade da pessoa humana na vida socioeconômica e no 18 Direito; o princípio da inviolabilidade do direito à vida (inviolabilidade física e psíquica, é claro, mas também a proteção à privacidade e à intimidade); o princípio da valorização do trabalho e do emprego; o princípio da igualdade em sentido formal, mas também em sentido material; o princípio da não discriminação; o princípio da justiça social; o princípio do bem-estar individual e social. Em outro plano, os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade (o primeiro também formulado como princípio da proibição do excesso). Em um terceiro plano, o princípio da boa-fé e seus corolários, os princípios do não enriquecimento sem causa, da vedação ao abuso do direito e da não alegação da própria torpeza." Min. Mauricio Godinho Delgado Continuar próx. aula: princípios constitucionais. 30/03/2023 Princípi� Constitucionai� n� Direit� d� Trabalh� → Temos um sistema jurídico construído a partir da CF/88. ● Princípio da proteção: decorre da própria evolução histórica do Direito do Trabalho, criado para proteger a figura do trabalhador, considerado hipossuficiente na relação de emprego. → no caso de menor a idade permitida para o trabalho é de no mínimo 16 anos, salvo em aprendizagem que é permitido a partir dos 14 anos (art. 402 da CLT) → casos ilícitos: caso o menor de 16anos é obrigado a trabalhar, os princípios que serão válidos é o proibimento sem causa, fazendo com que se realize a irretroatividade das nulidades, visto que o trabalho é uma coisa infungível, pois a prestação já foi realizada, precisando o empregador indenizar o trabalhador. ● Princípio da máxima eficácia das normas constitucionais→Direitos e garantias individuais, de atuação imediata sobre o caso concreto para resolvê-lo. ● Princípio da primazia da realidade: o contrato que prevalece é o contrato realidade, são os fatos que acontecem no dia a dia. ● Princípio da irrenunciabilidade de direitos: sempre é considerado nesses casos que o trabalhador está sendo coagido, devido a hipossuficiência econômica, então o trabalhador se dispõe de seus direitos, por não ter outra opção. ● Princípio da norma mais favorável: O princípio da norma mais favorável, nesse passo, é responsável por impor – pois sua força normativa é inegável – que, em situações de conflito entre duas normas distintas, voltadas à mesma situação, sobreponha-se aquela mais benéfica ao trabalhador. favorável, diz-se que há hierarquia dinâmica das normas. ● Princípio da condição mais benéfica: direito adquirido, uma vantagem já conquistada pelo empregado não pode ser mais suprida. Ou seja, consiste na garantia, ao longo de todo o contrato de trabalho, da preservação de cláusulas contratuais mais vantajosas ao empregado para evitar que ele sofra prejuízos (direito adquirido que já faz parte da remuneração do empregado). 19 ○ Princípio da isonomia no âmbito trabalhista: igual salário, sem distinção de sexo, protegendo os trabalhadores de injustiças ligadas à distinções salariais e sociais até, abrangendo até a questão da obrigadaçao da apresentação do atestado. ○ Princípio da continuidade da relação de emprego: significa que os contratos em período curto, neles existe uma relação contínua, sendo possível somar esse tempo para o trabalhador ganhar bonificações trabalhistas. ○ Princípio da inafastabilidade dos conflitos trabalhistas: o direito de se submeter o conflito a um julgamento justo na justiça especializada. Doutrin� 1. Não Discriminação e Isonomia: distinções A relevância, no Direito atual, do combate antidiscriminatório erigiu ao status de princípio a ideia de não discriminação. O princípio da não discriminação seria, em consequência, a diretriz geral vedatória de tratamento diferenciado à pessoa em virtude de fator injustamente desqualificante. É que, conforme visto, discriminação defi ne-se como a conduta pela qual se nega a alguém, em função de fator injustamente desqualifi cante, tratamento compatível com o padrão jurídico assentado para a situação concreta vivenciada. O referido princípio rejeita validade jurídica a essa conduta discriminatória. Há certa dúvida sobre se cabe falar-se em princípio de não discriminação ou em princípio de isonomia, como proposição geral externa aplicável ao ramo justrabalhista especializado(29). A dúvida é razoável, pois, afinal, não é pacífica a própria diferenciação entre as duas noções. 04/04/2023 Capítul� 6 - Prescriçã� Doutrin� Prescrição e decadência são figuras jurídicas que têm em comum a circunstância de consubstanciar em meios de produção de efeitos nas relações jurídicas materiais em decorrência do decurso do tempo. A decadência corresponde a uma única modalidade, ao passo que a prescrição pode ser extintiva ou aquisitiva. Também se conceitua como a perda da ação (no sentido material) de um direito em virtude do esgotamento do prazo para seu exercício. Ou: a perda da exigibilidade judicial de um direito em consequência de não ter sido exigido pelo credor ao devedor durante certo lapso de tempo. A decadência (também chamada caducidade) conceitua-se como a perda da possibilidade de obter uma vantagem jurídica e garanti-la judicialmente, em face do não exercício oportuno da correspondente faculdade de obtenção. 20 Prescrição → O trabalhador tem direito a pretensão pelos danos causados pelo empregador, tendo o prazo prescricional de 5 anos anteriores. “Castigo” ● Um tipo de castigo aplicado à negligência da pessoa do credor (frequentemente, o trabalhador) pelo decurso do tempo em buscar seus direitos Se o trabalhador não se interessar pela busca de seus direitos, após o prazo prescricional de 5 anos poderá não poder mais buscá-los. Todos os direitos anteriores à 5 anos, o empregado não mais terá meios de buscar a sua satisfação. Actio nata ● Quando inicia-se diante de determinadas situações o prazo prescricional, a partir de quando, o trabalhador pode buscar a satisfação dos seus direitos dentro desse prazo quinquenal? ● Violado o direito do credor, como o inadimplemento dos salários por exemplo, nasce o direito de exigir do devedor o cumprimento da obrigação. ● A partir de que momento se inicia a contagem do prazo prescricional? → por vezes é uma questão duvidosa. De maneira geral, acontece quando o trabalhador toma conhecimento de maneira razoável dos danos relacionados aos seus interesses, disparando a contagem do prazo. ● No caso das férias o empregado tem 12 meses de período de férias posterior à sua admissão. No dia seguinte do término das férias nasce a actio nata, tendo prazo prescricional de 5 anos, caso ele perca esse prazo, ele não terá mais direito ao actio nata. ● Até quando o empregador deve pagar o salário? Até o quinto dia útil do mês subsequente ao dia de admissão, no dia seguinte ao quinto dia útil inicia-se a actio nata, segundo o tempo prescricional de 5 anos. Regra geral: a prescrição trabalhista tem o prazo de até 5 anos. Tratando-se de extinção do contrato de trabalho: a contar da data de extinção, há um prazo de 2 anos. O empregado tem esse prazo para ingressar com a ação. Da data que ele ingressa com a ação, conta-se 5 anos para trás, e tudo que estiver dentro desse período o empregado pode buscar, levando em consideração o tempo do aviso prévio (quanto mais demorar para procurar seus direitos, mais ele irá perder direitos retroativos). ● Lei 9.029/1995 - lei da discriminação trabalhista Prazos prescricionais: →Bienal: após rescisão do contrato de trabalho → quinquenal:→ Se for para fins previdenciários, não se aplica o prazo prescricional. ● A previdência exige um indício de prova documental do início do trabalho, não aceita apenas prova testemunhal. 21 Direito que será requerido a partir da data da ação trabalhista contando - 5 anos (retroatividade) → o prazo em certas circunstâncias pode ser interrompido, nesses casos o tempo é zerado e é considerado desde o início (ação trabalhista arquivada). → na suspensão retoma-se o prazo pelo que resta, não volta a contar do início (art. 625 G da CLT). Domésticos → tb se aplica o prazo prescricional dos demais trabalhadores Prescrição intercorrente: Isso significa que, no Processo Civil, a prescrição intercorrente só ocorre quando, na fase de execução da sentença, o executado não apresenta bens penhoráveis para pagar o credor. Com isso, o juiz suspende a execução por 1 ano, período em que o prazo de prescrição também fica suspenso. 06-04-23 1º PROBLEMA: João foi contratado como empregado, em 02/abril/2010, pela empresa Energia LTDA, para trabalhar na função de eletricista de manutenção de equipamentos energizados de alta tensão. Em 03 de abril de 2022, recebeu seu aviso prévio (indenizado) e foi dispensado sem justa causa (arts. 487 e seguintes da CLT combinados com Lei 12.506/2011). Durante o período em que prestou serviços, sempre recebeu uma gratificação contratual de função, no percentual de 10% incidente sobre seu salário. Em 10 de setembro de 2017, porém, a empresa cessou o pagamento desta verba, alegando crise econômica. Embora fizesse jus ao adicional de periculosidade de 30% sobre seu salário, com base no art. 193, I e § 1º, da CLT, e Norma Regulamentadora nº 16 do Ministério do Trabalho, nunca recebeu este adicional da empresa. Seus demais direitos, como férias, 13º salário, FGTS, horas extras etc, sempre foram pagos corretamente. As verbas rescisóriastambém foram adimplidas nos termos da lei. No dia 25 de abril de 2022, João procura o(a) advogado(a), em seu escritório, para indagar se ainda poderia cobrar algum direito da empresa. Na data de 04 de setembro de 2022, a ação foi proposta para cobrar a gratificação contratual de função e o adicional de periculosidade. Responda: 1. Até quando João poderia entrar com ação na Justiça do Trabalho para cobrar seus direitos ? Aponte os principais fundamentos constitucionais, legais e jurisprudenciais. Poderá entrar até 08 - 06-2024, vide lei art 7° da CF , XXIX e Art 11 caput da CLT: CF 22 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000) CLT Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. → segundo a lei 12.506-2011 aponta uma proporcionalidade, no caso de joão como ele trabalhou 12 anos, ele recebe o aviso prévio de 66 dias (30 dias de férias + 3 (refere-se a cada 1 ano trabalhado tem-se 3 dias de aviso prévio) x 12 - anos trabalhados ) = 66d). 2. João poderia cobrar seus direitos retroativamente a que data ? Aponte os principais fundamentos constitucionais, legais e jurisprudenciais. Até 04/09/2017 - conforme critérios abaixo: art 7° da CF , XXIX e Art 11 caput da CLT: CF Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000) CLT Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. . Considerando o disposto no art. 3º da Lei 14.010/2020, faça a recontagem dos prazos acima e aponte as datas corretas Aponte os principais fundamentos constitucionais, legais e jurisprudenciais. → → O caso enquadra-se na prestação parcial, pois o ilícito está enquadrado nos 5 anos retroativos. 23 → Mas existem casos que se enquadram em prestações sucessivas, tendo como consequência a prescrição total, ou seja, se essa prestação sucessiva, o ilícito começou fora do período imprescrito a prescrição é total, então perdeu. → gratificação decorre de acordo de contrato, já a o adicional de periculosidade decorre de preceito de lei, art. 193 CLT 4. João faz jus ao recebimento das prestações sucessivas referentes à gratificação contratual de função de 10% ou este direito já está totalmente prescrito ?Aponte os principais fundamentos constitucionais, legais e jurisprudenciais. → João faz juz, pois está dentro do período imprescrito. → art. 11, parágrafo 2 5. João faz jus ao recebimento das prestações sucessivas referentes ao adicional de periculosidade de 30% sobre seus salários mensais ou este direito já está prescrito ? Aponte os principais fundamentos constitucionais, legais e jurisprudenciais. → Prescrição parcial, então ele só poderá cobrar dos últimos 5 anos. Fazendo jus ao recebimento do percentual de periculosidade, de acordo com o art. 11, paragrafo 1 e caput. 2o EXERCÍCIO: Leia atentamente os enunciados e responda: I. De acordo com a Constituição Federal (CF), os direitos e garantias fundamentais têm aplicabilidade imediata; os tratados internacionais de que o BR seja parte compõem a ordem jurídica nacional; e os tratados internacionais de direitos humanos, ratificados pelo BR, ingressam na ordem jurídica como normas supra legais, só devendo obediência à CF. As convenções da OIT ratificadas pelo BR enquadram-se nesta última hipótese. II. O Direito do Trabalho no BR adequa-se mais diretamente à teoria do Pluralismo Jurídico, considerando a diversidade de normas estatais ou não estatais d ì a versarem sobre matéria trabalhista. No confronto de normas sobre um mesmo tema, aplica-se o princípio da norma mais benéfica, previsto no art. 7º, caput, CF. III. Prevalece em nossa ordem jurídica trabalhista o direito não regulamentado apoiado sobretudo nas normas coletivas (acordos e convenções coletivas). A legislação, em nosso caso, ocupa lugar secundário no conjunto das normas laborais. A) Somente o item I está correto; B) Somente o item II está correto; C) Os itens I e II estão corretos; 24 D) Todos estão corretos; 04-05-2023 Contrato de Trabalho → pela lei prevalece a teoria contratualista → contrato individual de trabalho é que se houver uma relação de emprego, já é um contrato de trabalho. Sendo tácito ou expresso. → Pressuposto do vínculo empregatício: ● subordinação (art. 3 da CLT) ● não eventualidade ● onerosidade (art. 3 da CLT) ● pessoalidade ● pessoa física (art. 3 da CLT) ● Os pressupostos são cumulativos, então mesmo que falte 1 só não possui vínculo de emprego. Desafio em face da modernização → Nega o vínculo de emprego, pois alguns pressuposto são ausentes (art. 2 e 3 da CLT) → Considerados empreendedores, assim como os motoristas da Uber, mesmo que a empresa comande a atividade deles. → O tema é bastante debatido justamente por sua jurisprudência → Termos corretos para a relação de emprego: ● relação de emprego ● contrato de emprego ● contrato de trabalho → Já o que NÃO cabe é a relação de trabalho, pois refere-se ao gênero, como MEI e etc. Classificação → Quanto a forma: verbal ou escrito, além de tácita e expressamente, não precisando necessariamente possuir a formalização por escrito → No que refere ao prazo prazo indeterminado (ordinário) ele é preferível que seja por meio de contrato, até para assegurar mais o trabalhador, sendo considerado como regra geral. Porém, excepcionalmente contrata-se o trabalhador por tempo determinado (extraordinário), como trabalhos temporários em época festivas, sendo desfavorável para o trabalhador, não fazendo jus ao aviso prévio, não fará jus aos 40% do FGTS, por não se tratar de uma dispensa por justa causa. → A determinação de prazo sempre tem que ser provada por quem invoca. → Casos que a lei impõe uma forma: ● contrato de atleta profissional ● contrato de artista ● contrato de aprendizagem 25 06/05/2023 Palestra sobre os 80 anos da CLT →Situação problemática: somente os tributaristas falam sobre a PEC 188 de 2019, os juristas dos direitos sociais nao se manifestam a respeito dessa PEC, justamente por conta da concepção em que ela foi construída. 09-05-2023 Contrato de trabalho → examinar art. 443 da CLT ● Contrato de trabalho intermitente (descontínua): contrato de serviços de prestação de serviços, tendo subordinação, mas que é alternado entre atividade e inatividade. ● Não há garantia de trabalho e de renda. ● Favorece só o empregador ● Não possui exclusividade, então nos tempos de inatividade o empregado poderá exercer o trabalho em empresas concorrentes, não sendo remunerado também. ● De acordo com a Reforma Trabalhista, que introduziu o trabalho intermitente, esta é uma modalidade de contrato por tempo indeterminado. Ou seja, não existe tempo mínimo ou máximo para sua duração. ● O contrato deve conter o valor da hpra de trabalho ou dia ou mês, etc (pagamento proporcional). ● Férias proporcionais, possuindo os mesmos direitos de quem tem um contrato convencional, exceto o seguro desemprego (incluído também o FGTS). ● Efeitos nefastos: possibilidade de renda zero, sendo em 2019, 22% dos trabalhadores, → Prazo máximo do contrato de trabalho por prazo determinado: 2 anos. Salvo contrato de experiência, que é de 90 dias. → No casode prorrogação é permitido no máximo 1 prorrogação do contrato de trabalho por prazo determinado. → Se durante o prazo o empregador decidir rescindir, deverá pagar uma indenização equivalente à somatória de tudo que ele teria direito até o final do contrato e vai pagar a metade disso. → Arts. 479 a 481 da CLT. → Se não tiver a cláusula de dissolução antecipada (será aplicado os princípios da rescisão contratual por prazo indeterminado): empregado deverá pagar o equivalente às perdas que o empregador terá com o interrompimento do contrato. → Diferenças: ● Contrato de trabalho diferentemente do contrato de sociedade ● Por diversas vezes o empregador pega o trabalhador e coloca ele como sócio para diminuir o gasto. ● Há um tipo de distorção, precisando investigar com a effectio societatis, que é averiguar se ele estava tendo liberdade para tomar suas decisões como sócio. 11-05-2023 26 Empregado e empregador Empregado → Art. 3 da CLT os pressuposto empregatícios Empregador →todo aquele que contrata empregados → art. 2 da CLT 16/05/23 Capítulo 9 - Figura do Empregador Conceito de empregado está no art 3, e o de empregador está no art. 2 Todo empregador, a empresa seja pessoa física ou jurídica, individual ou coletiva, também pode ser uma organização, são aqueles que assumem os riscos dos negócios, devendo satisfazer o pagamento de todos os valores devido ao empregado previstos na CLT. Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. . É personalíssimo, o quarto pressuposto, que dirige a prestação pessoal do empregado, ele não está no artigo 3 da legislação trabalhista, mas sim no art 2, onde trata do conceito do empregador. No parágrafo § 1º, nele está contido a descrição da figura do empregador. § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. A decisão de constituir novas empresas é do empregador e é legítima, desde que isto não prejudique os interesses dos empregados. Complexidade em torno do direito econômico, através das organizações privadas, é comum que donos de empresas, constituem outras empresas, isto está previsto na liberdade de iniciativa, mas o problema é quando esta empresa começa a transferir os bens da primeira para a segunda, com objetivo de que em crise este não pagar pelos direitos trabalhistas. 27 Significa que o trabalhador (credor) poderá cobrar do Empregador (devedor) de qualquer uma das empresas do mesmo grupo econômico. § 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) Exemplo: Uma empresa de tecelagem, abre uma outra empresa de botões para satisfazer as demandas das empresas que atuam no ramo de confecção, ambas empresas podem ser acionadas pelos empregados para satisfazer os direitos trabalhistas que estão sendo cobrados judicialmente, independente do vínculo trabalhista com a empresa que originária. O empregado pode acionar judicialmente uma ou todas as empresas do mesmo grupo. § 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. Se o empregador pratica atos que visam fraudar os direitos trabalhistas aplica-se também o Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. E referente ao pagamento salarial o Artigo 100 da CLT, que fundamenta a questão do salário ter objetivo alimentício. Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art6 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art6 28 casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide Emenda Constitucional nº 62, de 2009) (Vide ADI 4425) § 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos Elementos essenciais: a) reunião de duas ou mais empresas; b) mantendo cada qual personalidade jurídica própria; c) estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico; d) ou mesmo, quando elas próprias o reconhecerem. e) interesse deve ser integrado; f) efetiva comunhão de interesses das empresas do grupo; e g) atuação conjunta destas empresas. Lei 13.467/17 - Basta demonstrar que existe o interesse integrado, uma atuação integrada, buscando o interesse comum, para caracterizar o grupo econômico. A Lei 13.467/2017 reconheceu expressamente a figura do grupo econômico trabalhista por coordenação (art. 2o, §2o) e estabeleceu requisitos subjetivos (interesse integrado e comum) e objetivos (atuação conjunta) para a caracterização do grupo, a serem verificados no caso concreto pelo juízo (art. 2o, §3o). A solidariedade entre as empresas do grupo A solidariedade não se presume. Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. Observações: Apenas grupos de empresas, excluídos os empregadores como as associações beneficentes, os profissionais liberais, os entes da administração pública, etc. Diante de uma co-responsabilidade das empresas, cada qual ou todas elas, podem vir a responder 29 Duas teorias 1 - Relação de dominação entre a empresa principal e as demais. 2- Relação de Coordenação - entre as várias empresas. Reconhecimento do grupo por coordenação, tendo em vista a multiplicidade de modalidades de organização dos agentes de mercado. O art. 2o, § 2o, CLT assenta que as empresas podem estar sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico; Prova O grande problema é produzir a prova, como o empregado comprova o interesse integrado? Quando se trata de uma comprovação de sociedade de uma outra empresa do mesmo grupo econômico, basta solicitar a certidão na junta comercial que já é possível a comprovação. Proibição da chamada “prova diabólica”,impossível de ser produzida pela parte. • Ex.: Se demonstrada a existência de sócios comuns, deve-se inverter o ônus da prova para que recaia sobre as empresas. CLT, art. 818. O ônus da prova incumbe: I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2o A decisão referida no § 1 o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido. § 3 o A decisão referida no § 1 o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. Aplicação do CLT art 818 - Inversão do ônus da prova. Vai caber ao empregado apenas o início de prova, então o juiz converte para que as empresas reclamadas no processo, comprovem que não são do mesmo grupo econômico. 30 18/05/2023 Individualidade de cada qual das empresas do grupo → Súmula 129 do TST (contrato de trabalho) - prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário. Sucessão empresarial → É muito comum empresas adotarem mecanismos de substituição de sócios, sucessão de empresas, alienação de empresas, para escapar ou tentar de responsabilidades trabalhistas, tributárias, etc. Temos que levar em conta a prevalência do princípio da continuidade do vínculo jurídico trabalhista. O direito do trabalho vai fazer de tudo para que o contrato de trabalho possa ter prosseguimento, porque o que interessa é o empregado que se mantém no emprego, recebe salário, aumenta as vendas do comércio de acordo com seu consumo, e a economia gira. Há um interesse por parte do direito do trabalho de privilegiar o princípio supracitado. → Nesta direção, temos o artigo 10 da CLT: ● O art. 10, CLT: "Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados” → os empregados não são chamados a opinar sobre as decisões adotadas pelos sócios da empresa, não participam de nenhum modo dessas decisões. A legislação adotou uma regra segundo a qual estas medidas que venham a ser implementadas pela empresa não podem afetar os direitos adquiridos pelos trabalhadores tal qual seus contratos de trabalho. ○ Artigo 10-A, CLT: quando um sócio sai da empresa, ainda quando existem forças econômicas na empresa, procura alguém que possa substituí-lo. Por vezes, nos deparamos com a substituição do sócio da empresa com figuras inidôneas. Coisas estranhas, outros interesses envolvidos que podem trazer como consequência a lesão ao interesse dos credores trabalhistas. ■ “O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato” ■ Ex: Transbrasil → os donos da empresa buscavam meios para se verem livres da montanha de dívidas que estavam. A Transbrasil foi vendida para um investidor por 1 real. Esse investidor, pianista, não soube responder as perguntas dos entrevistadores. Foi colocado alguém para assumir as dívidas do negócio (laranja)→ 2 dias depois apareceu uma nota que tinha sido desfeito o negócio. ● E o art. 448, CLT: “a mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados” → seja lá o que o empregador ou a empresa fizer (mudança na sociedade, na estrutura jurídica) não pode afetar os contratos de trabalho dos respectivos empregados. ○ 448 A - Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, às obrigações trabalhistas, inclusive 31 as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor → quem comprou o ativo leva o passivo. Quando evidenciado uma fraude, a obrigação se torna solidária (nos casos de separadamente o credor que irá analisar). → Sucessão da empresa: ● Em sentido estrito, 3 possibilidades: incorporação (uma é absorvida por outra), transformação (uma sociedade muda de espécie) e fusão (duas ou mais empresas se unem para formar uma nova). 32 → Se ingressado com pedido de recuperação judicial, ficará suspenso por um período de 6 meses os processos, para que a empresa possa negociar com os credores as dívidas, elaborando um plano de recuperação judicial, prevendo a venda de ativos, de filiais, etc. Assim consegue recursos financeiros, mesmo que de maneira prorrogada, a fim de quitar as dívidas com os credores. ● Na RJ (recuperação judicial): Art. 60, da LRF: no caso de alienação judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor (na forma do Art. 142, da LRF, o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, salvo situações de fraude ou simulação. → Na falência: o Art. 141, II, da LRF, exclui expressamente a sucessão de obrigações trabalhistas, na alienação de estabelecimentos ou filiais. ● Quem compra ativos nesse caso não levará juros passivos (exceção da regra geral). 33 próx aula: poder de direção do empregador 23/05/23 - Vídeo Aula Classroom Poder de direção do empregador Art. 2o - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. Empregador cabe: ● Determinar a maneira como atividade deve ser executada pelo empregado ● Por força da existência de um contrato de trabalho, obriga-se a cumprir as ordens ● O poder de direção do empregador corresponde o dever de subordinação do empregado. Empregador tem a função/poder de: a) poder de organização, b) poder de controle e c) poder disciplinar. Referente a prestação pessoal de serviço realizada pelo empregado. Empresa ↦ Organização do capital e do trabalho. Fatores de Produção ↦ natureza, capital e trabalho. Consequência do Poder de organização: a) escolha da atividade a ser desenvolvida; b) escolha da natureza jurídica do empreendimento; 34 c) fixação dos cargos e funções necessários ao desenvolvimento da atividade; d) exercício do poder regulamentar. Fiscalização das atividades profissionais dos empregados. Revista Pessoal (sem contato fisico): ❖ O TST tem admitido que a revista pessoal (sem contato físico) não afronta a intimidade, a dignidade e a honra do trabalhador. Revista pessoal (com contato físico): O TST não autoriza revista íntima (c/ contato físico com os empregados). DANO MORAL. REVISTA ÍNTIMA 1. Caracteriza revista pessoal de controle e, portanto, ofende o direito à intimidade e à dignidade do empregado a condutado empregador que, excedendo os limites do poder diretivo e fiscalizador, impõe a realização de vistoria íntima consistente no apalpamento de partes do corpo do empregado - "toques na cintura". Outros exemplos: ● A marcação do ponto pelo empregado, ● A possibilidade de serem instaladas câmeras de circuito interno de televisão na área de trabalho dos empregados, excluídos, evidentemente, setores como vestiários, banheiros e refeitórios, a fim de preservar o direito à dignidade e à intimidade do trabalhador. 35 Observações • Art. 5o, X, CF: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra, e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moraldecorrente de sua violação”. Observações: O Código Civil traz, em seu art. 21: “A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma”. Poder disciplinar Corresponde ao direito que tem o empregador de aplicar punições a seus empregados. Punições disciplinares: • Advertência e a suspensão. • Suspensão (Art. 474, da CLT), que estabelece que a suspensão superior a trinta dias implica rescisão injusta do contrato. Portanto, admitida em prazo menor. Importa em perda de salário. • Advertência (não há desconto de salário): em nenhum ponto da CLT ou da legislação complementar existe qualquer previsão a respeito dessa medida disciplinar. Decorre da presunção: “quem pode o mais, pode o menos”. 36 Justa Causa: pena capital do Direito do Trabalho. Art.482, da CLT. A ser abordada à frente. Empregador: razoabilidade e proporcionalidade Cabe ao empregador, usando sempre de bom senso, diante da maior ou menor gravidade da falta, aplicar ao empregado, quando for o caso, a penalidade que lhe parecer a mais adequada. Poderá, inclusive, desde logo, demitir por justa causa, quando a falta praticada tenha maior gravidade. O empregado, sentindo-se injustiçado, tem a via judicial à sua disposição, para buscar a reparação do direito que entenda tenha sido lesado. A Justiça do Trabalho, quando acionada, dará a última palavra a respeito da manutenção ou cancelamento da punição. 25-05-2023 Alteração contratual → modificação de qualquer cláusula do contrato de trabalho → reclamação de constitucionalidade deve ser enviada ao STF diretamente. → Quando vai para a justiça comum dirimir, não é para examinar o contrato de realidade trabalhista, mas sim só para ver se o contrato expresso estava sendo cumprido. → contrato realidade → como regra prevalece o princípio da inalterabilidade contratual 37 ● Permitido só em caso de mútuo consentimento (acordo entre as partes), e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado (mesmo que haja acordo, se houver prejuízo é nulo) a modificação, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia → plano do direito individual (art. 468 da CLT). ● Exceções acordos e convenções: ○ Redução salarial (art.7, inciso VI) ○ Compensação de horário ou redução da jornada (inciso XIII) ○ Estipulação de jornada superior a seis horas para os turnos ininterruptos de revezamento (inciso XIV) ○ Não se considera alteração unilateral para reverter cargo eletivo → caso um empregado seja mudado de seu cargo efetivo por um cargo de confiança, o empregador pode a qualquer momento voltar ele a seu cargo original ganhando menos. ■ Em outros casos excepcionais, o empregador pode, unilateralmente, operar pequenas modificações no contrato de trabalho do empregado, sem que isto implique ofensa ao princípio da inalterabilidade contratual (jus variando, art 2 caput da CLT) ● Ex:. Quem exerce cargo de confiança. Transferências de empregados → transferir empregado significa mudar o local onde ele presta serviço disque acarrete a mudança de domicílio (residência) → acarretam importantes transtornos na vida do trabalhador → risco de ser usada como meio de coação exercida sobre os empregados → esses tipos de mudanças trazem consequências jurídicas, por se tratar de mudança de domicílio → art. 69 da CLT 38 ● Considera-se como transferência apenas aquela mudança de local de trabalho Previsão de transferência → Só pode acontecer se houver uma condição explícita ou implícita no contrato de trabalho. ● A implícita está presente na função da natureza da atividade empresarial ou da função do trabalhador. → Anuência do empregado, o empregado precisa concordar com a transferência ● Independe de anuência do empregado ○ Cargos de confiança cujo necessita da real necessidade de serviço ● Quando a transferência é provisória terá um adicional de 25% sobre seu salário, pelo empregado precisar custear 2 casas. ● Quando houver transferências todas as despesas ficam a encargo do empregador Suspensão e interrupção → Na suspensão não há trabalho e não há salário → Na interrupção é o afastamento do empregado ao longo do qual ele continua a receber seu salário normal, computando em dia de serviço. 30/05/2023 Dissolução do contrato de trabalho → Caso peça demissão não tem direito de aviso prévio → A base jurídica é o art. 7, I CR ● lei complementar de garantia de emprego ● preverá indenização compensatória caso seja sem justa causa. → Ver tabela de verbas rescisórias 39 → As dispensas não mais poderão acontecer sem justificativas para demissão do empregado, garantindo direitos ao trabalhador Convenção de 158 da OIT →Proteção contra a despedida arbitrária →Ratificada mediante decreto de promulgação, entrando em vigor dentro de 1 ano →Posteriormente essa convenção foi denunciada (a briga é que o presidente da época não poderia ter denunciado sem passar pelo congresso nacional, deixaram passar esse deslize colocando a partir de agora uma obrigatoriedade de passar no Congresso Nacional para essas ações), a qual na semana passada afastou a aplicação da convenção 158, mantendo o regime atual, que não há uma garantia real para os trabalhadores, mantendo garantias pontuais (dir gestante, CIPA) ● Por outro lado, a decisão prevê modulação de seus efeitos: o Presidente da República não mais poderá, daqui em diante, suprimir por decreto a adesão do Brasil a tratados internacionais, uma vez que isto exige aval legislativo. ● temos somente hoje as garantias pontuais →O atual ordenamento juslaboral pátrio não dispõe hoje de uma regulamentação geral de proteção contra despedida injustificada. Foi suprimida a validade jurídica da Convenção no 158 da OIT no STF. ● Diante disto, de fato prevalecem na atualidade as situações especiais de estabilidades provisórias, como óbices aos desligamentos de empregados, como gestantes, cipeiros, dirigentes sindicais etc. ● Fora disto, é permitida a rescisão do contrato de trabalho sem justa causa. → Em contraponto, o STF não concorda com a decisão, este diz que, uma vez o Brasil tendo ratificado, sem qualquer reserva, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (Art. 11) e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de San José da Costa Rica (Art. 7o, 7), ambos no ano de 1992, com o caráter especial de diplomas internacionais sobre direitos humanos, isto lhes reserva lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da Constituição, porém acima da legislação interna. “O status normativo supralegal dos tratados internacionais direitos humanos subscritos pelo Brasil, dessa forma, torna inaplicável a legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anteriorou posterior ao ato de ratificação. → Assemelha ao caso dos motoristas de caminhões, no qual fala que a competência jurisdicional é da justiça comum, analisando um contrato comercial, não um contrato de trabalho, então no caso dos ubers, trata-se de uma jurisprudência do STF da justiça comum. Modalidades de dissolução 40 1) dispensa com e sem justa causa, 2) pedido de demissão, 3) despedida indireta → falha grave em face do empregador ao empregado, então isso seria culpa do empregador. 4) acordo individual, 5) acordo coletivo (PDV ou PDI), 6) morte do empregado, 7) extinção da empresa, 8) aposentadoria especial e 9) extinção do contrato a termo. → No brasil prevalece a regra na qual o empregador pode dispensar o empregado sem justa causa, pagamento seus direitos devidos ● chamado de direito potestativo →Na questão de compensação por débitos do trabalhador, a empresa só poderá descontar o equivalente ao salário do empregado, não mais que isso, se for mais que isso ele terá que entrar na justiça. → O empregado poderá esperar até 10 dias (após o final do aviso prévio, que pode chegar até 90 dias → isso seria para um trabalhador com 20 anos de serviço) para receber as verbas rescisórias e entregar toda documentação.