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SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 2 a. PORTARIA nº 50-CG/17 Dispõe sobre aprovação do Manual Básico de Abordagem Policial no âmbito da PMBA. O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MIILTAR DA BAHIA, no uso de suas atribuições previstas no art. 57, inciso I, alínea “j” da Lei n.º 13.201, de 09 Nov 14, RESOLVE: Art. 1º- Aprovar o Manual Básico de Abordagem Policial da PMBA, para padronização técnica e procedimentos de abordagem policial no âmbi- to da Corporação; Art. 2º- O Manual de Abordagem Policial deve ser utilizado como fonte de doutrina para os cursos de formação, treinamentos e capacitação na Cor- poração; Art. 3º- Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revoga- das as disposições em contrário. PORTARIA nº 50-CG/17 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 3 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 4 A todos os briosos integrantes das fileiras desta Centenária Milícia de Bravos que tombaram no exercício legal e regular do serviço policial militar. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 5 Quando se pensa em manutenção ou restabelecimento da ordem pública, deve-se atentar para o fato de que, apesar de a segurança pública ser responsabilidade de todos, conforme reza o mandamento constitucional (art. 144, CF 1988), é dever do Estado provê-la à so- ciedade. Para cumprimento desse mister, cabe a esse Estado instruir, preparar e manter em constante aperfeiçoamento seus agentes. A polí- cia é o órgão público de maior envergadura no fiel cumprimento dessa missão estatal, pois, na busca da prevenção e manutenção da ordem, mantém diuturnamente agentes ostensivos em todos os rincões, sendo também responsável pela intervenção imediata nos casos de rompi- mento do “status quo” dessa ordem e segurança cidadã. A evolução da violência nos dias atuais tem exigido dessa polícia treinamento diferenciado, mais arrojado e eficaz, tanto de forma béli- ca como nas relações sociais e interpessoais. A esse respeito, Veloso (2008) diz: “Nem a Polícia Militar nem a Polícia Civil foram preparadas para o enfrentamento da violência. Para que as polícias comecem a atuar efetivamente na busca da segurança cidadã, é necessário que, antes de tudo, procurem padronizar seus comportamentos técnicos operacionais diante das mais diversas situ- ações que possam surgir na atividade diária”. (p.14) A abordagem policial é a ação de polícia voltada para a inter- venção propriamente dita, onde, em nome do Estado, os órgãos de segurança buscam limitar direitos individuais em proveito de um bem comum e maior, a segurança cidadã. Esta é uma técnica utilizada pela polícia para interceptar alguém no seu direito de ir e vir, podendo, a PREFÁCIO SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 6 partir da interceptação, realizar, inclusive, a busca pessoal, tudo isso com objetivo preestabelecido e nos limites da lei. Todo ato de abordar deve estar embasado numa motivação legal. Não deve ser um ato isolado ou arbitrário do Estado ali representado. Essa motivação deve ser explicitada para o abordado assim que for possível, a fim de fazê-lo compreender a ação da polícia e o uso do poder do Estado para limitar ou impedir direitos individuais em prol de um bem social ou coletivo. Ocorrências policiais desastrosas têm sido alvos de críticas e têm levado muitos profissionais aos tribunais; quando não, à morte. O objetivo pelo qual esse trabalho fora realizado é proporcionar aos policiais conheci- mentos técnicos que lhes possibilitem uma atuação eficaz diante de fatos que exijam intervenção destes, imbuídos da responsabilidade do Estado de exercer o poder limitativo de atividades e comportamentos individuais que venham influenciar negativamente na coletividade. O Manual Básico de Abordagem Policial, elaborado a partir de ex- periências de diversos instrutores de abordagem, praticadas e testadas durante anos nas atuações reais diante de ocorrências delituosas ou, ao menos, suspeitas, evidencia desde o embasamento legal para a ação de abordar, considerando as normas mais recentes de direito, nacional e in- ternacional, de proteção à pessoa humana, dos pactos internacionais de direitos humanos, até as técnicas mais recentes de intervenção policial. De igual forma, estabelece técnicas diversas de aproximação, posiciona- mento e execução da abordagem policial a pessoa, esteja ela a pé, em veículo de passeio ou em transporte coletivo, em edificações ou homiziado em área de mato. Todas as técnicas apresentadas foram experimentadas e testadas visando diminuir riscos e aumentar a precisão da ação e o êxito diante de uma ocorrência policial. Resultou da reunião de trabalhos escritos pelos alunos do I Curso de Instrutores de Abordagem da Polícia Militar da Bahia, em 2000, aperfeiçoados pelos instruendos do II Curso, em 2016 e rati- ficados pelos coordenadores, a partir de suas experiências práticas como SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 7 professores e orientadores nos diversos cursos de formação e aperfeiço- amento policial no âmbito das polícias brasileiras. O conhecimento legal de uma ação policial e sua prática são de importância ímpar para a profissão de polícia, uma vez que, com a téc- nica se previne acidentes e incidentes e com o conhecimento legal se certifica a responsabilização pelas ações desenvolvidas. A proposta é ser um guia para as abordagens policiais, pois, além do embasamento legal da ação de abordar, também está ilustrado por imagens que facilitam o entendimento do policial atuante em nome do Estado. Antonio Carlos Silva Magalhães - Ten Cel PM SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 8 Estimados Policiais Militares, A edição do Manual Básico de Abordagem Poli- cial é um momento de muita alegria e satisfação para este Comandante-Geral. Como um dos precursores da matéria, enquan- to instrutor de Técnica e Tática Policial Militar, sem- pre idealizei a implementação da padronização de técnicas de abordagem na Polícia Militar da Bahia. Destarte, fico muito feliz por ter concretizado a ideia e por ter contri- buído para a edição deste importante e pioneiro manual, que contém todo o arcabouço técnico necessário para que o nosso policial militar possa realizar o ato de abordar com maior eficiência e eficácia, em consonância com a legislação brasileira e com as normas Internacionais sobre Direitos Humanos, e, principalmente, dentro dos padrões de segurança para evi- tar-lhe os riscos pessoais e as ocorrências policiais desastrosas. Os desafios da Segurança Pública exigem policiais militares cada vez mais preparados e em constante treinamento nas diversas modalidades e formas de atuação, e esse manual é um importante instrumento na busca da excelência dos serviços prestados pela Polícia Militar. A Corporação, ao disponibilizar ao público interno este Manual Bási- co de Abordagem, objetiva que ele sirva como um guia para todos, dando prosseguimento ao esforço de modernização administrativa e operacional que vem empreendendo nos últimos anos. Por fim, agradeço a todos os envolvidos nesse bem-sucedido projeto e desejo boa sorte e um excelente aprendizado. Que Deus nos abençoe! “PM e Comunidade na corrente do bem”. Anselmo Alves Brandão - Cel PM Comandante-Geral MENSAGEM DO COMANDANTE-GERAL SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 9 Agradecemos, primeiramente, ao Exmo. Sr. Cel PM Anselmo Alves Brandão, Comandante-Geral da Corporação, pela sensibilidade e visão estratégica para provocar a atualização e edição do presente Manual. Ao Sr. Cel PM Lázaro Raimundo Oliveira Monteiro e sua equipe que abraçaram essa importante missão de atualizar e sistematizar a produção científica sobre as Técnicas de Abordagem Policial consubs- tanciadas neste Trabalho. Aos Oficiais, integrantes da I Turma de Instrutores de Abordagem da Instituição, que compilaram o primeiro Manual Básico de Aborda- gemPolicial, ainda no ano de 2000, sob a coordenação dos atuais Ten Cel PM Antônio Carlos Silva Magalhães e Ten Cel PM Lucas Miguez Palma, reconhecido como trabalho técnico-profissional, através do BGO 007, de 10 de Janeiro de 2013. Aos facilitadores, instrutores e demais policiais militares envolvi- dos no I Encontro Interestadual de Especialistas em Técnicas de Abor- dagem Policial realizado pela Polícia Militar do Estado da Bahia, no ano de 2015, evento que foi fundamental para a edição deste Manual. Aos Oficiais Instrutores e instruendos, integrantes da II Turma de Instrutores de Abordagem Policial no ano de 2016, que, exaustivamen- te, debruçaram-se sobre este Manual, verificando sua aplicabilidade prática. Aos Cap PM Leonardo Moreira Pujol e Monivon dos Santos Costa pela organização da presente edição; ao 1º Ten PM Eric Robert Rosa Ramos pela diagramação; ao Subten PM Carlos Alberto de Souza San- tos e Cb PM Naise Sousa Santos pelas ilustrações e à Cap PM Soraia Vinhático Neves e Sd 1ª Cl PM Uanderson Costa Sampaio de Matos pela revisão textual. AGRADECIMENTOS SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 10 SUMÁRIO CAPÍTULO I - ASPECTOS JURÍDICOS DA ABORDAGEM POLICIAL ............................................................11 CAPÍTULO II - ASPECTOS DOUTRINÁRIOS DA ABORDAGEM POLICIAL ...................................................19 CAPÍTULO III – TÉCNICAS DE BUSCA E EMPREGO DE ALGEMAS NA ABORDAGEM POLICIAL .................25 CAPÍTULO IV – TÉCNICAS DE ABORDAGEM A PESSOAS A PÉ ...............................................................33 CAPÍTULO V - TÉCNICAS DE ABORDAGEM A VEÍCULOS .........................................................................41 CAPÍTULO VI - TÉCNICAS DE ABORDAGEM A VEÍCULOS DE TRANSPORTE COLETIVO .............................56 CAPÍTULO VII - TÉCNICAS DE ABORDAGEM NO MOTOPATRULHAMENTO ................................................66 CAPÍTULO VIII - TÉCNICAS DE PROGRESSÃO DE TROPA .......................................................................75 CAPÍTULO IX - TÉCNICAS DE ABORDAGEM A EDIFICAÇÕES ...................................................................82 APÊNDICE “A” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM | ABORDAGEM COM EMPREGO DE CÃES ........93 APÊNDICE “B” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM | ABORDAGEM COM TROPA MONTADA ...........96 APÊNDICE “C” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM | ABORDAGEM EM AMBIENTE AQUÁTICO .....100 APÊNDICE “D” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM | PROCEDIMENTOS EM ABORDAGENS COM APOIO AÉREO ....................................................................102 APÊNDICE “E” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM | PRIMEIRAS RESPOSTAS EM OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO BOMBAS E ARTEFATOS EXPLOSIVOS ..........105 APÊNDICE “F” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM | PRIMEIRA INTERVENÇÃO EM ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS ..........................................................108 APÊNDICE “G” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM | PRIMEIRA INTERVENÇÃO EM OCORRÊNCIAS COM REFÉNS .................................................................113 APÊNDICE “H” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM – ABORDAGENS EM CONDIÇÕES DE BAIXA VISIBILIDADE .......................................................................116 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 11 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 12 A preservação da ordem pública, proteção das pessoas e do patrimônio, apesar de ser responsabilidade de todos, antes de tudo, é dever do Estado, conforme preceito da Carta Mag- na brasileira em seu artigo 144. Dentro dessa vertente, a polícia ostensiva possui importante papel na dissuasão e repressão imediata do delito. Por conta disso, para desempenhar essa atividade, a polícia faz uso do dever-poder de polícia em virtude da necessidade de limitar direitos individuais, dentro da necessidade, proporcionalidade e eficácia, em benefício do interesse público. Extrai-se como importante instrumento desse dever, a abordagem policial. Nesse contexto, essa atividade policial que impacta, momentaneamente e pontualmen- te, visando à manutenção da ordem pública, é baseada na natureza de ato administrativo, com vistas a dar contornos de legalidade nessa atuação. O agente de Segurança Pública deve- rá agir dentro da lei, sempre alinhando o propósito de tutelar a dignidade da pessoa humana. Nessa ótica, para melhor entender esse embasamento jurídico, apresenta-se o quadro- -resumo abaixo da legislação básica pertinente à abordagem policial: LEGISLAÇÃO ARTIGO TIPIFICAÇÃO DESCRIÇÃO Constituição Federal 5º- XI Proteção da casa A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. Constituição Federal 5º- XVI Direito de reunião Reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, indepen- dentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anterior- mente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. Constituição Federal 5º- XLIX Direito do Preso É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral. Constituição Federal 5º- LXI Aspectos da Prisão Ninguém será preso senão em fla- grante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans- gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. Constituição Federal 5º-LXIII Direito do Preso O preso será informado de seus direi- tos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assis- tência da família e advogado. Constituição Federal 5º- LXIV Direito do Preso O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 13 Pacto San José da Costa Rica 5º Direito à Integri- dade Pessoal Respeito à integridade física, psíquica e moral das pessoas. Código Penal Brasileiro 150- §4º Expressão casa A expressão casa compreende: I- qualquer compartimento habitado; II- aposento ocupado de habitação cole- tiva; III- compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. Código Penal Brasileiro 150- §5º Não se compre- ende como casa Não se compreendem na expressão “casa”: I- hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do nº II do parágrafo anterior; II- taverna, casa de jogo e outras do mesmo gê- nero. Código de Processo Penal 240- §2º Busca Pessoal (Fundada Suspeita) Proceder-se-á à busca pessoal quan- do houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e h do parágrafo anterior. Código de Processo Penal 244 Busca Pessoal e Busca Domiciliar A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quan- do houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar. Código de Processo Penal 249 Busca Pessoal em Mulher A busca em mulher será feita por outra mulher se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. Estatuto do Torcedor 13A- III Revista Pessoal de Prevenção e Segurança São condições de acesso e permanên- cia no recinto esportivo, sem prejuízo de outras condições previstas em lei: III- consentir com a revista pessoal de prevenção e segurança. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 14 Princípios básicos sobre utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcio- nários Responsáveis pela Aplicação da Lei. 8º Congresso das Nações Unidas para prevenção ao crime e o tratamen- to dos delinquentes, Havana, Cuba, 1990. 09 Uso da Força Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem fazer uso de armas de fogo contra pessoas, sal- voem caso de legítima defesa, defesa de terceiros contra perigo iminente de morte ou lesão grave, para preve- nir um crime particularmente grave que ameaçava vidas humanas, para proceder à detenção de pessoa que represente essa ameaça e que resista à autoridade, ou impedir a sua fuga, e somente quando medidas menos extremas se mostrem insuficientes para alcançarem aqueles objetivos. Em qualquer caso, só devem recorrer intencionalmente à utilização letal de armas de fogo quando isso seja estri- tamente indispensável para proteger vidas humanas. Princípios básicos sobre utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcio- nários Responsáveis pela Aplicação da Lei. 8º Congresso das Nações Unidas para prevenção ao crime e o tratamen- to dos delinquentes, Havana, Cuba, 1990. 10 Uso da Força Nas circunstâncias referidas no prin- cípio 9, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem se identi- ficar como tal e fazer uma advertência clara da sua intensão de utilizarem armas de fogo, deixando um prazo suficiente para que o aviso possa ser respeitado, exceto se esse modo de proceder colocar indevidamente em risco a segurança daqueles responsá- veis, implicar um perigo de morte ou lesão grave para outras pessoas ou se mostrar manifestamente inadequado ou inútil, tendo em conta as circuns- tâncias do caso. Código de Processo Penal 284 Emprego da Força Não será permitido o emprego da for- ça, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso. Código de Processo Penal 292 Emprego da Força Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em fla- grante ou à determinada por autorida- de competente, o executor e as pes- soas que o auxiliam poderão usar dos meios necessários para se defender ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 15 Código de Processo Penal 293 Emprego da Força Se o executor do mandado verificar com segurança que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, en- trará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o exe- cutor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomuni- cável, e, logo que amanheça, arromba- rá as portas e efetuará a prisão. Pará- grafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito. Código de Processo Penal Militar 234 Emprego da Força O emprego da força só é permitido quando indispensável, no caso de desobediência, resistência ou tentati- va de fuga. Se houver resistência da parte de terceiros, poderão ser usados os meios necessários para vencê-la ou para defesa do executor e seus auxi- liares, inclusive a prisão do ofensor. De tudo se lavrará auto subscrito pelo executor e por duas testemunhas. Súmula Vinculante nº 11 do STF Emprego de Algemas Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepciona- lidade por escrito, sob pena de respon- sabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabi- lidade civil do Estado. Estatuto da Criança e do Adolescente 82 Aspecto jurídico relacionado ao menor É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pen- são ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsáveis. Estatuto da Criança e do Adolescente 106 Aspecto jurídico relacionado ao menor Nenhum adolescente (maior de 12 e menor de 18 anos) será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente. Parágrafo único. O ado- lescente tem o direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 16 Estatuto da Criança e do Adolescente 107 Aspecto jurídico relacionado ao menor A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhi- do serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada. Estatuto da Criança e do Adolescente 178 Aspecto jurídico relacionado ao menor O adolescente a quem se atribua au- toria de ato infracional não poderá ser conduzido ou transportado em com- partimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dig- nidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade. Código Tributário Nacional 78 Abordagem Preventiva (Poder de Polícia) Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas depen- dentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão compe- tente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. Código de Processo Penal Militar 181 Abordagem Repressiva Proceder-se-á à revista, quando hou- ver fundada suspeita de que alguém oculte consigo: a) Instrumento ou pro- duto do crime; b) Elemento de prova. Lei das Contraven- ções Penais 68 Recusa de dados sobre a própria identidade ou qualificação Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou indicações concer- nentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 17 Lei de Abuso de Autoridade 03 Abuso de Autoridade Constitui abuso de autoridade qual- quer atentado a: liberdade de loco- moção; inviolabilidade do domicílio; sigilo da correspondência; liberdade de consciência e de crença; livre exer- cício do culto religioso; liberdade de associação; direitos e garantias asse- guradas ao exercício de voto; direito de reunião; incolumidade física do indiví- duo; direitos e garantias asseguradas ao exercício profissional. Lei de Abuso de Autoridade 04 Abuso de Auto- ridade Constitui outros crimes de abuso de autoridade como ordenar ou executar medida privativa da liberdade indivi- dual, sem formalidades e com abuso; submeter pessoa sob guarda ou cus- tódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei e ato lesivo da honra ou patrimônio de pessoa natu- ral ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder, ou sem competência legal. Código de Trânsito Brasileiro 210 Transposição de bloqueio viário policial Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial. Resolução do CON- TRAN nº 371/10 Conceito de Bloqueio viário Para fins de fiscalização deste enqua- dramento, entende-se por bloqueio a proibição de passagem de veículos por uma via, pista ou faixa por motivos de: - segurança de trânsito: obra ou bura- co na pista, evento, acidente, passea- ta, etc; - controle sanitário, aduaneiro, tributário, etc. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 18 ABORDAGEM POLICIAL PREVENTIVA E REPRESSIVA Para fins didáticos, a abordagem policial está classificada em duas espécies: Repressiva e Preventiva.A Abordagem Policial Repressiva é aquela que resulta de prisão em flagrante delito ou por ordem judicial, ou mesmo em decorrência de situação de “fundada suspeita”, à luz do que estabelece o art. 244, do Código de Processo Penal (CPP): “A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que ou quando a medida for determinada no curso da busca domiciliar (grifo nosso)”. Essa modalidade de abordagem, exceto no que diz respeito à noção de fundada suspeita, geralmente, não causa grandes entreveros jurídicos, pois retrata uma situação em que há uma imperiosa necessidade de atuação estatal. A Abordagem Policial Preventiva é aquela que deriva do exercício do Poder de Polícia, cujo conceito está disposto no art. 78 do Código Tributário Nacional (CTN): “Considera-se poder de polícia a atividade da Administração Pú- blica que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, re- gula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à discipli- na da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqui- lidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos (grifo nosso).” Esta, por sua vez, tem que ser entendida pela sociedade como uma atribuição da Polícia Ostensiva, que tem caráter de atuação preventiva, no sentido de se utilizar dos meios disponí- veis para dissuadir a vontade de delinquir dos infratores da lei. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 19 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 20 Conhecer os contornos que cercam a abordagem policial em sua ampla perspectiva é garantir a manutenção dos institutos mais caros à consagração e defesa de nossa sociedade. Deste modo, compreender o conceito da abordagem policial e seus pilares (princípios, fun- damentos e condutas), bem como suas fases, níveis, o estado de alerta e as zonas de ação é fundamental para sua justificação quanto à forma que será realizada e o conteúdo que apre- sentará. 1. CONCEITO Abordagem Policial é o ato de aproximar-se de pessoas, com o intuito de orientar, assis- tir, interpelar, advertir, realizar busca, identificar e/ou prender utilizando-se dos processos do Policiamento Ostensivo, executando-se para isso, se necessário for, as técnicas de busca em veículos, edificações ou perímetros. 2. PILARES DA ABORDAGEM POLICIAL Existem três pilares que embasam a Abordagem Policial: a) PRINCÍPIOS b) FUNDAMENTOS c) CONDUTAS Princípios São preceitos norteadores da abordagem policial, apresentando verdades universais que estabelecem valores inegociáveis: a) Preservação da vida b) Legalidade c) Dignidade da pessoa humana d) Isonomia e) Interesse público f) Proporcionalidade no uso da força Fundamentos São as bases para as condutas que estabelecem conceitos básicos nos quais se apoia e se desenvolve a abordagem policial: a) Segurança: aplicação de medidas adotadas pela força policial militar para diminuir os riscos na ação PM. É um conjunto de cautelas necessárias visando à redução do pe- rigo de uma reação por parte do abordado ou mesmo de perigos externos à abordagem. b) Unidade de Comando: é a atividade dinâmica de prever, dirigir, coordenar, fiscalizar a ação de uma tropa a cargo de uma pessoa, dentro de uma linha de comando vertica- lizada. A responsabilidade da ação será proporcional ao nível de comando. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 21 c) Flexibilidade: condição de realizar manobras diversificadas com viaturas ou efetivos, buscando atingir o objetivo da abordagem policial. Para este fundamento deve ser ob- servada a RAPIDEZ como uma atitude a ser adotada durante a ação, buscando executar corretamente as técnicas com velocidade e eficiência. d) Ação Vigorosa: é a atitude firme e resoluta dos componentes da ação policial que darão ordens claras e precisas ao abordado, caracterizadoras do conhecimento técnico- profissional. Jamais deverá confundir-se com arbítrio ou violência. e) Vigilância: capacidade de perceber a existência de ameaças, estando o PM sempre alerta ao perigo. Condutas São os procedimentos e ações desenvolvidas pelo policial militar durante a abordagem policial: a) Aproximação: consiste na técnica de aproximar-se do alvo a ser abordado, identifican- do possíveis pontos de perigo iminente, bem como prováveis desdobramentos no cenário da abordagem. Deve-se atentar para a SURPRESA como um elemento a ser utilizado na execução desta conduta, haja vista ser um ato de aparecer inopinadamente diante de uma pessoa, visando evitar sua reação. b) Contenção: técnica utilizada para controlar o ambiente e/ou pessoa a ser abordada impedindo qualquer reação contra a fração de tropa. Visa estabelecer a Zona de Segu- rança (Setor de Busca, Setor de Custódia) e a estabilização para a ação policial. c) Busca: é o procedimento técnico operacional que tem como objetivo a localização e a identificação de objetos ilícitos. d) Identificação: é o procedimento técnico de verificação de documentos e/ou caracteres que visa à identicação pessoal e/ou veicular. 3. FASES DA ABORDAGEM POLICIAL Planejamento Mental Nesta fase o PM que fará as indagações abaixo citadas e com base nessas informações elaborará uma linha de ação: • O que faremos? • Para que abordaremos? • Quem iremos abordar? • Onde se dará a ação? SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 22 Plano de Ação Nesta fase é elaborada uma linha de ação adaptável às circunstâncias do ambiente, devendo, também, ser respondidas as seguintes indagações: • Como atuaremos? • Quando realizaremos a abordagem? Execução A fase da execução consiste na aplicação prática do plano de ação concebido pelo PM, aplicando as Condutas da Abordagem Policial (Aproximação, Contenção, Busca e Identifica- ção). Conclusão Após a abordagem, o PM procederá a orientação, a assistência e, em caso de necessitar realizar a busca pessoal, ao verificar o cometimento de um ilícito, o abordado deverá ser con- duzido a uma delegacia de polícia. Em caso de realizar a busca pessoal e não ser constatado o cometimento de ilícito penal, o PM deverá explicar o motivo de sua atitude e o porquê de ter sido realizado daquela forma. 4. NÍVEIS DE ABORDAGEM POLICIAL NÍVEL DE ABORDAGEM SITUAÇÃO TIPO DE BUSCA POSTURA 1 ADMINISTRATIVA VISUAL BÁSICA 2 ORDINÁRIA LIGEIRA BÁSICA / RELATIVA 3 FUNDADA SUSPEITA MINUCIOSA SEMIPRONTA 4 SUSPEITA CONFIRMADA MINUCIOSA /COMPLETA MÁXIMA I. NÍVEL 1 – Adotada para situações de assistência, orientação e informações em geral; II. NÍVEL 2 - Adotada em situações onde haja necessidade de uma verificação rápida; III. NÍVEL 3 - Adotada em situações onde existe a fundada suspeita; IV. NÍVEL 4 – Adotada em situações onde existe a certeza do cometimento de delito. LEMBRETE Partindo do conceito do Uso Seletivo da Força, os níveis de abordagem podem pro- gredir ou regredir de acordo com o desenvolvimento da abordagem policial. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 23 ESTADOS DE ALERTA DESCRIÇÃO BRANCO Quando a condição ou o local em que se encontra permite o relaxamento, devido ao cansaço ou notória ausência de perigo. Neste estado o policial não está pronto para o enfrentamento. AMARELO Quando a condição ou o local em que se encontra não provoca tensão nem deses- tabiliza a calma, mas requer atenção multidirecional, devendo estar precavido e em constante vigilância. A agressão é possível e exige atenção a sinais que possam indi- car uma ameaça potencial. LARANJA Quando a condição ou o local em que se encontra apresenta probabilidade de con- fronto, momento em que são identificadas pessoas que possam apresentar ameaça, avaliando-se a postura de segurança adequada. VERMELHO Quando a condição ou o local apresenta suspeita confirmada,sendo o risco real, exigindo do policial postura máxima a fim de controlar a situação conforme as cir- cunstâncias. PRETO Quando a condição ou o local em que se encontra apresenta-se como ameaça para a qual não está preparado ou, devido ao período de tensão prolongada, há sobrecarga física e emocional de seu organismo gerando estado de pânico. Zonas de Ação São localidades em que devem ser observadas as condutas para circulação e atuação. Sua classificação tem a finalidade de antecipar as condições de exposição ao risco. Essas zo- nas serão estabelecidas em função do mapeamento das ocorrências policiais registradas e/ou informações de inteligência. SIGLA ZONA DESCRIÇÃO ESTADO DE ALERTA ZL ZONA LIVRE Área em que o policial militar deve manter a vigilância em face da possibilidade de ocorrên- cia de ilícitos. AMARELO ZR ZONA DE RISCO Área crítica que exige, para atuação do policial militar, a utilização de técnicas e táticas espe- cíficas. LARANJA ZPI ZONA DE PERIGO IMINENTE Zona de Risco em que há a possibilidade real de injusta agressão ao policial militar VERMELHO ZC ZONA CONFLAGRADA Zona de Risco em que há o confronto armado. VERMELHO 5. ESTADOS DE ALERTA E ZONAS DE AÇÃO POLICIAL MILITAR Estados de Alerta São os estados delineados para a preparação mental e adequação de comportamentos do policial militar durante o seu cotidiano, esteja ele em serviço ou fora dele, a fim de se portar de maneira compatível perante as possíveis ameaças. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 24 6. POSTURAS DE SEGURANÇA DA ABORDAGEM POLICIAL São quatro as posturas que podem ser adotadas pelo PM para realização da abordagem policial nas situações rotineiras proporcionalmente à ameaça. POSTURA DESCRIÇÃO BÁSICA Com a arma de porte o PM tomará a posição diagonal em relação ao abordado, ficando a arma no coldre no lado oposto ao abordado. Arma portátil fica voltada para baixo enga- jada com o cano para local seguro. RELATIVA Arma de porte e/ou portátil engajada à 45º para baixo em posição de segurança. SEMIPRONTA Arma de porte e/ou portátil engajada em condições de disparo, um pouco abaixo da linha de visada, com o objetivo de ampliar a visão periférica do policial. MÁXIMA Arma de porte e/ou portátil engajada em condições plenas de disparo. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 25 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 26 Conceitualmente, Buscas: “são inspeções executadas a qualquer hora do dia ou da noite em pessoas, veículos, edificações e/ou perímetros, respeitada a inviola- bilidade domiciliar, sob a égide da lei, por qualquer policial em serviço, com ou sem o respectivo mandado judicial, considerada a modalidade mais adequada e a técnica aplicada para sua realização com segurança e consecução de seu fim”. (ARANHA, 1995.) 1. TÉCNICAS DE BUSCA Modalidades de Busca São meios ou instrumentos utilizados para realizar a busca. Estão divididas conforme segue abaixo: MODALIDADE DESCRIÇÃO OCULAR Com o uso do sentido da visão, realiza-se a observação do indivíduo, objeto e/ou cenário. MANUAL Realizada através do contato físico entre o policial e o abordado, ou entre aquele e os seus pertences. MECÂNICA Realizada com utilização de aparelhos específicos, a exemplo de detectores de metais e equipa- mentos de raio-x. CANINA Utililizada através de cães de faro para busca em objetos, veículos ou perímetros. TIPO DESCRIÇÃO VISUAL É o primeiro momento da Busca Pessoal. O agente visa à localização e identificação de objetos ilícitos, apenas de forma visual, com uma distância segura e sem contato físico. LIGEIRA É o tipo de Busca Pessoal de caráter ordinário, onde há o prévio contato físico, sem que haja a informação e/ou cometimento de prática delituosa. MINUCIOSA É o tipo de Busca Pessoal manual que pode ser realizada em situação de fundada suspeita ou suspeita confirmada e utilizar-se-á da riqueza de detalhes para a consecução da abordagem. COMPLETA É aquela que dar-se-á após a busca minuciosa em situações de suspeita confirmada sendo necessária sua condução a um local apropriado, onde será feita a retirada de vestes e a busca visual nos orifícios corpóreos. Espécies de Busca As Técnicas de Busca apresentadas neste Manual estão divididas em quatro Espécies: Pessoal, Veicular, Domiciliar e de Perímetro, conforme descrito a seguir: Busca Pessoal Abrange as vestes e os demais objetos pertencentes ao abordado, como bolsa, carteira, mala, dentre outros. a) Tipos de Busca Pessoal Os tipos de busca pessoal serão empregados de acordo com o nível de abordagem e risco oferecido pelo abordado ou pelas circunstâncias da abordagem. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 27 b) Posições de Busca Pessoal As posições de busca pessoal podem ser feitas em pé (com e sem anteparo), ajoelhado e deitado. Em Pé com Anteparo - o abordado será posicio- nado com ambas as mãos apoiadas no anteparo, acima da linha da cabeça, com a visão voltada para o alto (im- pedindo que este visualize a movimentação das pernas e braços do Homem-Busca), com as pernas e o quadril afastados do anteparo no limite máximo. O Homem-Bus- ca deverá posicionar-se com um dos braços estendido apoiando na região escapular contrária ao braço de apoio (p.ex. braço estendido direito na escápula esquerda), e com o outro braço é executada a busca manual no corpo e vestes, tendo a mesma perna do lado que mantém o abordado sob domínio, pressionando a parte interna do pé do abordado, possibilitando desequilíbrio, em caso de esboço de reação por parte do indi- víduo. Em Pé sem Anteparo – é aquela que o aborda- do é colocado em posição de desequilíbrio sem pôr as mãos em local de apoio. Essa posição de desequilíbrio acontecerá quando o abordado estiver com as pernas afastadas, braços elevados, com as mãos sobre a região da nuca e os dedos entrelaçados. Ajoelhado – é aquela que será utilizada em sus- peita confirmada e o tipo de guarnição não dispuser de todos os elementos para suprir todas as funções requeri- das na abordagem, em relação aos abordados. Aqueles serão postos na posição de joelhos, afastados, pés cruza- dos à retaguarda, braços elevados, mãos sobre a região da nuca e dedos entrelaçados. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 28 Deitado – é aquela utilizada quando hou- ver a suspeita confirmada e o nível máximo de periculosidade da situação, onde o abordado será posto na posição de decúbito ventral, as pernas afastadas, braços abertos e estendidos horizontalmente com as palmas das mãos vol- tadas para cima e a cabeça virada para um dos lados. O Homem-Busca deverá algemá-lo e só então dar-se-á a busca pessoal. A busca pessoal será realizada colocando-se o abordado em posição lateralizada. LEMBRETES - Havendo objetos (mochilas, sacolas, pochetes) com os abordados, esta busca deve ser realizada em um segundo momento priorizando a busca nas pessoas. - A busca em objetos deverá ser realizada pelo policial permanecendo o abordado a uma distância de segurança, mas que possibilite a visualização de seus pertences. - Salienta-se que a busca ajoelhado ou deitado ocorrerá em situações de suspeita confirmada, colocando os abordados ajoelhados (suspeita con- firmada com ilícito) ou em decúbito ventral (suspeita confirmada com arma). - É importante salientar que após a busca na posição do abordado ajoelhado e deitado, o mesmo será colocado de pé, quando deverá ser re- alizada uma nova busca pessoal, visando proporcionar maior segurança no procedimento. - Vale ressaltar, que independente da posição empregada, durante a busca pessoal, se o abordado apresentar resistência, o agente deverá provo- car o desequilíbrio do mesmo e afastar-se facilitando a atuação do Segurança de Busca e adotar postura de segurança condizente com a situação. - Ao aproximar-se para executar a busca pessoal o Homem-Busca a realizará com a arma de porte coldreada e a portátil travada evitando que esteja afrente do corpo. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 29 PROCEDIMENTOS ESSENCIAIS PARA EXECUÇÃO DA BUSCA PESSOAL Busca Veicular É aquela realizada em veículos, desde que haja a fundada suspeita de que no seu interior possam existir objetos que constituam corpo de delito, mesmo que o condutor não permita. Deve ser observado que existem hipóteses em que o veículo pode ser considerado a extensão do lar, portanto, inviolável: • Se o carro está na garagem da casa; • Se é um veículo tipo trailer, enquanto parado; • Se é uma embarcação; • Eventualmente a cabine de um caminhão, no qual, assim como nos dois casos ci- tados anteriormente, o proprietário também se estabeleça com ânimo de moradia. Busca Domiciliar É aquela realizada em locais indicados como domicílio. Para a realização da busca pes- soal, o ordenamento jurídico usa o termo fundada suspeita, contudo, na busca domiciliar uti- liza-se o termo fundadas razões. É válido ressaltar que nem toda edificação será um domicílio, porém o policial deverá saber em que situações ele poderá realizar a intervenção. Busca de Perímetro É aquela realizada pelos policiais, nas proximidades ou interior de ruas, veículos ou edi- ficações no intuito de buscar algum material ilícito, que tenha sido guardado ou dispensado pelo abordado. BUSCA PESSOAL Afastamento entre as pernas Deslizar a mão no corpo do abordado Mão oposta do PM em relação a região escapular do abordado Não perder o contato com o abordado Controle de cano do Segurança de Busca Priorizar busca na pessoa em relação ao objeto Abordando olhando para cima Dedos entrelaçados na cabeça ou mãos espalmadas no anteparo Sentido da busca: da cintura para cima e depois para baixo, inclusive virilha Faz a busca de um lado do abordado depois do outro Só inicia a busca quando o abordado estiver contido SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 30 2. TÉCNICAS DE EMPREGO DA ALGEMA NA ABORDAGEM POLICIAL A algema será empregada antes, durante ou após a busca pessoal, dependendo das circunstâncias da ocorrência, estando o abordado na posição em pé, ajoelhado ou deitado, devendo ser observado pelo policial os aspectos legais que respalda esta ação. Algemação em Pé sem Anteparo Estando o abordado em pé, com as pernas afastadas, os braços elevados, dedos entrelaçados sobre a nuca, o Homem-Busca sacará a algema, segu- rando-a com a mão forte e com o gancho de fechamento voltado para frente. A algemação deverá ser iniciada de acordo com a mão forte do PM. Em seguida, será de- terminado que o abordado leve a outra mão às suas costas. Preferencialmente, a posição das duas mãos do abordado após a algemação, deverá ser “costa-costa”. Algemação em Pé com Anteparo Estando o abordado em pé, com as pernas afastadas, os bra- ços elevados, apoiados no anteparo, o Homem-Busca sacará a alge- ma, segurando-a com a mão forte e com o gancho de fechamento voltado para frente; com a mão fraca, o policial fará a torção no pu- nho do abordado em direção à região da nuca, procedendo, a partir deste momento, de maneira análoga à algemação sem anteparo. Algemação Ajoelhado Procederá de forma análoga à algemação em pé sem an- teparo, porém, devendo atentar para a altura que estará o abordado e a sua colocação em pé. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 31 Algemação Deitado O abordado será posto na posição de decúbito ventral, as pernas afastadas, braços abertos e estendidos horizontalmente, com a cabeça virada para um dos lados. O PM se aproximará pelo lado oposto ao rosto do abordado, posicionando ambos os joelhos nas costas do mesmo (sendo um na região cervical e outro na região dorsal), imobilizan- do um dos braços entre as pernas, realizando a algemação deste. Em seguida levará o bra- ço algemado às costas e será determinado que o abordado leve a outra mão às suas costas. a) Posicionamento das algemas – ao término da algemação, o abordado deverá estar com as mãos nas costas e a posição das mãos deverá ser “costa-costa”, sendo que as bases da algema deverão estar posicionadas na parte externa do antebraço, na altura do pulso, com a fechadura voltada para a nuca do abordado. b) Como levantar o abordado algemado ajoelhado - Mantendo-se o controle físico sobre um dos braços do abordado, será determinado ao mesmo que descruze os pés que estão à retaguarda e se posicione de pé. Dependendo da compleição física do abordado dentre outras variáveis, esse procedimento será realizado com apoio de outro policial que auxiliará manten- do o controle físico sobre o outro braço do abordado. c) Como levantar o abordado algemado deitado – O abordado será colocado numa posição lateralizada,e a partir dessa posição o policial irá entrelaçar o seu braço oposto ao braço do abordado que está voltado para cima, apoiando a outra mão na nuca do abordado. Estando o policial com um braço entrelaçado e o outro apoiado na SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 32 nuca do abordado, fará um movimento de rotação na direção do braço que está apoiado na nuca, até que o abordado se posicione totalmente de pé. Dependendo da compleição física do abordado dentre outras variáveis, esse procedimento será realizado com apoio de outro policial que auxiliará, mantendo o controle físico sobre o outro braço do abordado. d) Condução do abordado algemado – a depender da circunstância, o abordado poderá ser conduzido tanto com o controle físico do policial sobre a algema, como usando o braço entrelaçado ao braço oposto do abordado. LEMBRETE Quando for necessário o emprego de algemas plásticas (tipo lacre), serão utilizados dois lacres: 01 (um) para cada pulso, com um passando pelo elo do outro, fixando de forma que não prejudique o fluxo sanguíneo. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 33 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 34 Entre as intervenções mais usuais da atividade preventiva, a abordagem policial constitui a maioria das ocorrências do dia a dia do PM na rua, e deve respeitar técnicas simples, fruto da experiência do exercício da profissão, que promovem a segurança de todos quando da necessidade de sua realização. (ARANHA, 1995. ADAPTADO) Existem diversos casos que podem conduzir à suspeição, sendo normalmente situações atípicas e que despertam no policial a probabilidade da iminência do acontecimento de um fato delituoso, cabendo ao mesmo, o rápido planejamento de suas ações caso deseje realizar a abordagem. 1. QUANDO FAZER A ABORDAGEM • Quando acionado pela Central de Operações; • Para controle de acesso a locais específicos; • Em caso de suspeição; • Quando na prática de crime. 2. ABORDAGEM COM POLICIAL MILITAR A PÉ Policial Militar Isolado Não é recomendado que o policial isolado realize a abordagem. Caso o policial esteja isolado e ocorra uma situação extrema, que ofereça risco iminente à segurança do policial ou à vida de terceiros, e que necessite sua intervenção, este deverá adotar a postura de segurança condizente com a situação, colocar o abordado na posição de joelhos ou em decúbito ventral e solicitar reforço/apoio. Dois Policiais Militares I – Deverá ser feita a aproximação observando a disposição em linha entre policiais, for- mando um triângulo, cujo vértice será o abordado, atentando para a distância de cerca de 2 (dois) metros entre os policiais e de 1 (um) a 3 (três) metros destes para o abordado. II – A postura de segurança do arma- mento dos policiais deverá ser compatível com o nível de segurança da abordagem. III – O Comandante deve fornecer todas as orientações para que o abordado tome a posição de busca pessoal evitando, nesse ins- tante, o contato físico. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 35 IV – O Comandante será o Segurança de Busca além de responsável pela observação periférica relativa à segurança externa. V - Havendo 2 (dois) abordados, o Comandante, após o estabelecimentoda Zona de Segurança, quando da execução da Busca Pessoal deverá estabelecer locais distintos para este procedimento. O Setor de Busca deverá ser estabelecido a cerca de 1 (um) metro à re- taguarda do Setor de Custódia. Para o segundo abordado será feito o mesmo procedimento, havendo a inversão dos setores. Esta abordagem necessita de aumento no estado de alerta, pois o Comandante será o Segurança de Busca, acumulando a segurança de custódia, além da observação periférica relativa à segurança externa. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 36 VI – Em caso de mais de 2 abordados, a abordagem será executada somente em caso de suspeita confirmada, colocando os abordados ajoelhados (suspeita confirmada com ilícito) ou em decúbito ventral (suspeita confirmada armado). Três Policiais Militares I – Havendo uma pessoa, deverá ser feita a aproximação observando a dis- posição em linha entre policiais, for- mando um triângulo, cujo vértice será o abordado, atentando para a distân- cia de cerca de 1 (um) metro entre os policiais e de 1 (um) a 3 (três) metros destes para o abordado. O Coman- dante fará a função de Segurança de Busca, o Patrulheiro nº 1 a função de Homem-Busca e o Patrulheiro nº 2 atuará como Segurança Externa da abordagem. II – Havendo mais de uma pessoa, inicialmente, o enquadramento dos abordados deverá ser realizado por todos os policiais da guarnição sendo que, completada a aproximação e a contenção, o Patrulheiro nº 2 acumu- lará a função de Segurança de Custó- dia e Segurança Externa. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 37 Quatro Policiais Militares I – Deve ser obser- vado o quanto disposto no item anterior, salientando que cada um dos policiais assumirá uma função específica, a saber: Ho- mem-Busca, Segurança de Busca, Segurança de Custódia e Segurança Ex- terna, sendo que havendo necessidade da função de Segurança de Custódia 2, esta será acumulada com a Segurança Externa. Mais de Quatro Policiais Militares Estabelecidos todos os setores (Busca, Custódia 1 e 2, Segurança Externa), o Co- mandante fará a coordena- ção e o controle observando o desempenho de todos, bem como procederá a entrevista dos suspeitos já abordados. Se houver outros policiais, es- tes poderão observar o rádio ou fazer o controle de trânsito. LEMBRETE Para o estabelecimento dos setores de abordagem, o policial deverá observar os seguintes critérios de avaliação de risco: 1) pessoas que não foram abordadas 2) quem está sendo abordado 3) segurança externa 4) pessoas que já foram abordadas 5) liberdade de ação para o comandante SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 38 TIPO DE GUARNIÇÃO NÍVEL DE ABORDA- GEM SITUAÇÃO POSTURA DE SEGURANÇA VIABILIDADE DA ABORDA- GEM POSICIONA- MENTO DO ABORDADO OUTRAS CONDUTAS À SEREM ABOR- DAS PM ISOLADO 03 Fundada suspeita Semipronta Não Não OBSERVAR/ SOLICITAR RE- FORÇO/APOIO 04 Suspeita con- firmada com ilícito Máxima Não Não OBSERVAR/ SOLICITAR RE- FORÇO/APOIO 04 Suspeita con- firmada com arma de fogo Máxima Não Não OBSERVAR/ SOLICITAR RE- FORÇO/APOIO DUPLA 03 Fundada suspeita Semipronta Sim até 02 (dois) abor- dados Colocar no an- teparo (regra) ou em pé CONTER/SOLICI- TAR REFORÇO/ APOIO 04 Suspeita con- firmada com ilícito Máxima Sim até 02 (dois) abor- dados Colocar no anteparo ou em pé/joelho CONTER/SOLICI- TAR REFORÇO/ APOIO 04 Suspeita con- firmada com arma de fogo Máxima Sim até 01 (um) abordado Deitado CONTER/SOLICI- TAR REFORÇO/ APOIO TRIO 03 Fundada suspeita Semipronta Sim até 03(três) abor- dados Colocar no an- teparo (regra) ou em pé CONTER/SOLICI- TAR REFORÇO/ APOIO 04 Suspeita con- firmada com ilícito Máxima Sim até 03(três) abor- dados Colocar no anteparo ou em pé/joelho CONTER/SOLICI- TAR REFORÇO/ APOIO 04 Suspeita con- firmada com arma de fogo Máxima Sim até 02 (dois) abor- dados Deitados CONTER/SOLICI- TAR REFORÇO/ APOIO 3 - QUADRO RESUMO DA ABORDAGEM COM PM A PÉ 4 - ABORDAGEM COM POLICIAIS EMBARCADOS EM VIATURA Ao iniciar a abordagem a pessoas a pé, independente do tipo de guarnição, deverá ser feita a verbalização e em ato contínuo, o semidesembarque. O semidesembarque se dará com a abertura das portas da viatura e o posicionamento dos policiais, iniciando a descida da mesma com uma das pernas já no solo e as armas dos policiais voltadas para os abordados. As armas deverão ser empunhadas entre as colunas da porta e a de sustentação do teto da viatura, a qual será desligada após o estabelecimento da Zona de Segurança. Tipos de Guarnição Uma guarnição motorizada poderá ser composta por um número variável de componen- tes, o que fará com que existam procedimentos diferentes a serem adotados, a depender do tipo de guarnição. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 39 GUARNIÇÃO FORMAÇÃO TIPO NÚMERO DE POLICIAIS POSICIONAMENTO NA VIATURA LADO DO MOTORISTA LADO DO CARONA A 2 Motorista Comandante B 3 Motorista Patrulheiro nº 1 Comandante C 4 Motorista Patrulheiro nº 1 Comandante Patrulheiro nº 2 Guarnição TIPO A Ao avistar o abordado, observada a distância preconizada para abordagem a pessoas a pé - 03 (três) metros, os integrantes da guarnição realizarão o semidesembarque de imediato, determinando a parada e tomada da posição de Busca Pessoal. Guarnição TIPO B Ao avistar os abordados, observada a distância preconizada para abordagem a pessoas a pé – 03 (três) metros – os integrantes da guarnição realizarão o semidesembarque de ime- diato, determinando-lhes a parada e tomada da posição de Busca Pessoal. O Patrulheiro nº 1 desembarca pela porta traseira esquerda, posicionando-se na segu- rança externa, até que os abordados estejam dispostos nos respectivos setores, posteriormente será o Homem-Busca. O Motorista fará a Segurança Externa, podendo acumular com a Se- gurança de Custódia, caso necessário, mantendo constante contato visual com o restante da guarnição. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 40 Guarnição TIPO C Seguirá o quanto previsto no item anterior, sendo que durante o semidesembarque o Pa- trulheiro nº2 se posicionará ao lado do Comandante, e durante a Busca Pessoal exercerá a função de Segurança de Custódia 1. 5. ABORDAGEM EM ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS As peculiaridades relacionadas à aplicação de técnicas de abordagem a pessoas em es- tabelecimentos comerciais tem sua complexidade aumentada, tornando ideal a atuação de um efetivo maior que a fração elementar. Variáveis como reputação do local, presença de indivídu- os embriagados ou que compõem grupos criminosos, desconhecimento dos diversos acessos (portas, vasculantes ou janelas), utensílios e objetos que podem ser empregados como armas, iluminação inadequada e som alto são algumas das observações a serem consideradas quan- do do planejamento para a atuação. Procedimentos a serem adotados em abordagens a quaisquer estabelecimentos co- merciais: • Em regra geral, desembarcar afastado do estabelecimento; • Havendo som no local, solicitar que seja desligado; • Determinar que todas as pessoas se desloquem para a parte externa do estabelecimen- to, direcionando para a Zona de Segurança, indicada pelo Comandante da abordagem; • Observar o ambiente interno do estabelecimento antes de iniciar a Busca Pessoal; • Não havendo suspeita específica, iniciar a abordagem pelos homens. As mulheres so- mente serão abordadas posteriormente atentando para bolsas e sacolas; • Após a Busca Pessoal, far-se-á a busca de perímetro no ambiente do estabelecimento respeitando a legislação pertinente; • Ter, sempre que possível, um dos funcionários do local como testemunha. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 41 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 42 Abordagem a veículo é o ato de uma guarnição policial, motorizada ou a pé, que se utilizando da técnica adequada, aproxima-se de um veículo com o intuito de abordarpessoas que estejam no seu interior e dependendo do nível da abordagem, realizará a busca e/ou a identificação veicular. Esta é uma ação policial de risco, por oferecer perigo a integridade física dos policiais, dos cidadãos, bem como, danos à propriedade. Considerando que o abordado já possui em seu poder uma arma que é o veículo, torna- -se uma séria ameaça à vida dos policiais e ao público em geral, pois, uma ação fora da técni- ca, poderá ocasionar danos pessoais, materiais (imóveis e veículos), principalmente, durante os acompanhamentos em alta velocidade. Os componentes de uma guarnição devem procurar sempre visualizar os ocupantes do veículo, identificando suas posições em todos os ângulos, devendo ter consciência que a se- gurança da ação é fundamental, atentando para a sua segurança e a de terceiros. Existem muitas dificuldades encontradas pelos policiais no que diz respeito à falta de visualização total dos ocupantes do veículo ou de suas atividades no interior do mesmo. O próprio veículo proporciona coberta e abrigo para os abordados em relação à polícia. Daí a importância da aplicação das técnicas preconizadas neste capítulo. 1. QUANDO FAZER A ABORDAGEM. • Quando acionado pela Central de Operações; • Para Controle e/ou Fiscalização de Trânsito; • Em caso de suspeição; • Quando usado na prática de crime. 2. CASOS DE SUSPEIÇÃO DE VEÍCULOS Vejamos alguns exemplos: a) Veículo se deslocando em baixa velocidade próximo a estabelecimento comercial; b) 02 (dois) veículos ou mais se deslocando juntos em área comercial; c) Veículo com placas que causem suspeição ou sem elas; d) Pessoas passando de um veículo para outro (abandonando o primeiro); e) Veículo estacionado em local ermo ou em local sem justificativa aparente; f) Veículo de carga ou com compartimento fechado que possa abrigar pessoas, estacio- nado em frente a estabelecimentos comerciais ou bancários com placas suspeitas; g) Veículo circulando à noite com as luzes apagadas; h) Veículo que passa pelo mesmo local várias vezes; i) Pessoas que estão deitadas no interior do veículo; j) Veículos abandonados ou abertos por longo período; k) Condutores que alteram o seu comportamento com a aproximação da viatura ou ao avistá-la; l) Veículos com características semelhantes a algum comunicado de alerta passado pela Central de Operações. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 43 3. ETAPAS DA ABORDAGEM A VEÍCULOS A abordagem a veículo poderá ser desencadeada a qualquer momento, mas o coman- dante da guarnição policial deve, inicialmente, avaliar a situação e decidir por qual ação ele deve proceder, pois nem sempre será possível ou viável realizar a abordagem, podendo o local onde se encontra possuir um tráfego intenso (requer maiores cuidados) ou presença conside- rável de pessoas que seriam expostas a riscos sem necessidade. O Comandante poderá aguardar o momento mais adequado ou a chegada de reforço/ apoio antes de executar a abordagem. Neste manual são consideradas as etapas seguintes: acompanhamento, bloqueio, cerco e interceptação. Acompanhamento É a monitoração visual e física do veículo suspeito, enquanto estiver em deslocamento até o momento da abordagem. Durante o acompanhamento, a guarnição deve observar os movimentos dos seus ocu- pantes, procurando identificar suas características, assim como as do veículo (marca, modelo, tipo, cor, placa policial e outros detalhes que facilitem a identificação), munindo a Central de Operações com informações (sua localização, itinerário, número de ocupantes, comportamen- to e outros) que possam servir para o planejamento das ações até o momento da interceptação. Dificuldades É importante ter em mente que durante o acompanhamento a veículo suspeito, existem algumas dificuldades: a) Identificação dos ocupantes através do veículo, não só pela escassez de dados, mas devido ao uso de películas ou ao movimento do veículo; b) A intensidade do trânsito de veículos e o grande fluxo de pedestres, visto que pode causar acidentes e oferecer riscos a terceiros; c) Identificar e perceber os locais que favoreçam as manobras evasivas. Cuidados Alguns cuidados e procedimentos devem ser adotados pela guarnição quando do acom- panhamento a veículos suspeitos. Nunca se deve: a) Emparelhar a viatura com o veículo suspeito; b) Ultrapassar o veículo suspeito, “fechar” ou efetuar qualquer manobra perigosa, que force a parada abrupta do veículo que se acompanha; c) Dar marcha a ré ao detectar a suspeição em veículo parado; d) Efetuar disparos no veículo acompanhado, por desconhecer os ocupantes do veículo (se vítimas ou se infratores da lei). LEMBRETE Nem sempre um veículo que promove fuga implica no entendimento de que seus ocupantes sejam infratores da lei (dentre as inúmeras hipóteses, pode tratar-se de um menor sem habilitação ou um cidadão que esteja sem documentação de porte obrigatório). SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 44 Bloqueio É a ação que consiste na participação de várias viaturas com o objetivo de fechar as vias de fuga para o veículo suspeito. A disposição tática das demais viaturas no teatro de operações, facilita o procedimento de acompanhamento do veículo em fuga, dando tempo ao planejamento e execução da interceptação policial. Dificuldades Para ação de bloqueio, são identificadas algumas dificuldades que podem favorecer a fuga do veículo suspeito: a) Conhecimento pleno do local e as possíveis rotas de fuga, visto que os infratores da lei, normalmente, planejam uma rota principal e outra alternativa e, caso os policiais envolvi- dos na ação não tenham esse conhecimento, poderão deixar livre esses locais. b) Disponibilidade de viaturas suficientes para realizar o bloqueio, ou o tempo levado para dispor essas viaturas nos pontos estabelecidos. Cuidados a) Não se recomenda o uso de bloqueios em aclives, declives ou curvas. b) Em vias urbanas pode-se utilizar a própria viatura e outros recursos para realizar o fechamento do trânsito, atentando para o aspecto de segurança da guarnição. Em vias rurais recomenda-se a utilização de outros suplementos operacionais. Cerco É a ação policial que consiste no controle de uma determinada área ou alvo para isola- mento e atuação da guarnição policial. O cerco pode ser iniciado após o bloqueio e serve de preparação para a interceptação. Dificuldades Assim como no bloqueio, a disponibilidade de viaturas e o tempo resposta também são fatores que dificultam esta etapa. Cuidados Quando do cerco decorrer situações em que não se faz viável proceder com a abor- dagem, a exemplo, uma crise envolvendo refém, deve-se requerer a intervenção de equipe especializada. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 45 Interceptação É o momento da imobilização do veículo suspeito para o início da fase de execução da abordagem. A interceptação é um momento crucial da abordagem a veículos, pois nessa eta- pa o emprego correto das técnicas será de vital importância para o desfecho positivo da ação policial. Dificuldades Visualizar e perceber os movimentos dos ocupantes do veículo em atitude suspeita. Cuidados A escolha do local para a abordagem, sempre que possível dar-se-á em locais com pouca movimentação de veículos e pedestres para aumentar a segurança da ação policial. 4. CONDUTAS NA ABORDAGEM A VEÍCULOS Aproximação Uso de Sirene, Giroflex e Megafone Durante o dia quando o fluxo de veículos é intenso, tais dispositivos sonoros e luminosos são indispensáveis para a rapidez e desobstrução no atendimento de ocorrências policiais, contudo, deve-se ponderar sua utilização para não comprometer a eficiência da ação policial. A utilização do megafone na abordagem a veículos, em alguns casos, torna-se impres- cindível, por exemplo, se a abordagem ocorrer a uma distância considerável ou durante acom- panhamento. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 46 Porta (Fechada/Destravada/Vidros Abertos) Por questões de segurança e para um desembarquerápido e tomadas de posições dos integrantes da guarnição, os policiais devem certificar-se de que as portas estejam destravadas e com os vidros arriados. Semidesembarque O procedimento de semidesembarque dever ser realizado com rapidez que associada à precisão das técnicas, gera um impacto psicológico e diminui o poder de reação por parte dos abordados, demonstrando ainda, o grau de eficiência e entrosamento da guarnição. Posicionamento da Guarnição As posições dos integrantes da guarnição, durante a execução da abordagem visam: a. À visão total da área da abordagem, posições e movimentos dos abordados; b. À não exposição dos integrantes a possíveis disparos de arma por parte dos abor- dados; c. À não exposição dos policiais ao disparo acidental de seus companheiros; d. Ao não cruzamento das linhas de tiro. Utilização das Proteções Oferecidas pela Viatura A viatura possui alguns locais que oferecem mais segurança e proteção aos componen- tes da guarnição. O motor, pela sua composição e estrutura, é o local mais compacto e o que oferece maior proteção contra disparos de armas de fogo. As colunas de sustentação do teto, oferecem uma segurança relativa, por serem um ponto reforçado do veículo. As portas da viatura, utilizadas naturalmente pelos policiais, devem ficar no ângulo de 45 graus (semiabertas) em relação ao veículo. Existem outros locais da viatura que oferecem uma segurança relativa, como os pneus e aros. Verbalização A entonação da voz deverá ser compatível à distância e atitude do abordado, e como citado anteriormente, a utilização do megafone poderá facilitar ao abordado ouvir e bem entender as ordens do policial. A ação vigorosa associada a gestos precisos, clareza e entona- ção de voz, impõem aos abordados a idéia de profissionalismo e firmeza, o que com certeza inibirá possíveis atitudes de reação. Contenção Ao aproximar-se do veículo em atitude suspeita que será abordado, o comandante da guarnição determinará: A parada do veículo: “- ATENÇÃO! ABORDAGEM POLICIAL, PARE O VEÍCULO! - DESLIGUE O VEÍCULO! COLOQUE A CHAVE SOBRE O TETO! - TODOS OS OCUPANTES MANTENHAM AS MÃOS PARA FORA DO VEÍCULO!” SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 47 Saída do condutor: “- SAIA DO VEÍCULO COM A MÃO SOBRE A CABEÇA! - ABRA A PORTA DO FUNDO!” Saída dos demais ocupantes pela porta correspondente, com as mãos sobre a cabeça, um por vez, deslocando para o local determinado, deixando todas as portas abertas. Os abordados deverão ser colocados em um local seguro, denominado Zona de Seguran- ça, onde será feita a Busca Pessoal, utilizando anteparo, se houver, do lado direito, equidistan- te entre o veículo e a viatura, de costas para a via. Verificação do Veículo O Homem-Busca deslocar-se-á com a silhueta reduzida pela lateral esquerda do veículo suspeito, utilizando-se da técnica de tomada de ângulo, onde observará atentamente o veícu- lo, com postura de segurança conforme o nível da abordagem, tentando visualizar se existe mais algum ocupante no interior deste. Após esse momento, deve também certificar, rapida- mente, se o porta-malas está fechado e dar o “limpo” para a guarnição. Abertura do Porta-Malas Será realizada pelo Homem-Busca com apoio do Segurança de Busca, do lado esquerdo do veículo abordado, visando localizar pessoas. O procedimento de abertura do porta-malas será realizado pelos dois policiais, no sentido da via ao anteparo (Zona de Segurança). Antes da abertura do porta-malas, os abordados serão posicionados mais próximos da viatura (des- locamento lateral da Zona da Segurança). LEMBRETE Os policiais deverão tomar todos os cuidados na observação para não confundir um infrator com: uma vítima, uma pessoa alcoolizada ou drogada que diante de uma atitude brusca possam provocar uso de arma de fogo indevidamente. Verificação do Capô A depender do nível de abordagem poderá ser realizada a busca no capô do veículo, visando encontrar materiais ilícitos e/ou para a identificação veicular. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 48 5. OS 15 (QUINZE) PASSOS DA ABORDAGEM VEICULAR PASSOS PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS 01 Planejamento mental. 02 Parada do veículo suspeito e posicionamento da viatura com semidesembarque da guarnição. 03 Verbalização do comandante da guarnição para estabelecer a Zona de Segurança (Contenção). 04 Busca visual do veículo, utilizando-se da Técnica de Tomada de Ângulo, visando à localização de pessoas no seu interior. 05 Verificação inicial do porta malas para saber se está fechado, dando o “-limpo!” para a guarnição. 06 Desembarque da guarnição e posicionamento na zona de segurança. 07 Busca Pessoal nos ocupantes do veículo. 08 Afastar os abordados do veículo, colocando ao lado da viatura (deslocamento lateral da zona de segurança). 09 Abertura e busca visual no porta malas do veículo, a fim de verificar se não há pessoas no seu interior. 10 Busca veicular no sentido horário e de cima para baixo (a depender do nível de suspeição verificar o capô do veículo). 11 Busca de Perímetro no entorno do veículo e na Zona de Segurança. 12 Técnica de identificação pessoal. 13 Técnica de identificação veicular. 14 Conclusão da abordagem com a exposição de motivos e liberação dos abordados ou adoção das medidas cabíveis, conforme previsão legal, além de consignar todos os dados para relatório de serviço. 15 Realizar a segurança dos abordados e aguardar a saída do veículo. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 49 6. ABORDAGEM COM OS DIVERSOS TIPOS DE GUARNIÇÃO MOTORIZADA Abordagem com Guarnição Tipo A Por questões de segurança, as Guarnições Tipo A não são adequadas para realizar abor- dagem a veículo, pois deixará de ser empregada a técnica na sua plenitude. Isso se dá, so- bretudo, pela falta do Patrulheiro que seria encarregado do Setor de Custódia e/ou Segurança Externa, que no caso da Guarnição Tipo A será feita pelo próprio Comandante. Um veículo suspeito tendo apenas um ocupante, proporcionará à Guarnição Tipo A uma possibilidade de controle maior da abordagem em comparação em uma situação que conte- nha dois ocupantes, pois nesse último caso, quando o Comandante se encarregar da custódia do condutor do veículo, deixará de prestar atenção exclusiva ao segundo ocupante, pois estará ocupado também com o primeiro abordado (condutor) e é justamente nesse momento que surge o maior ponto de risco na ação, pois o Comandante por alguns instantes dividirá a sua atenção entre o abordado que está no anteparo e o que está desembarcando do veículo. LEMBRETE Abordagem a veículo com três ou mais ocupantes não é tecnicamente viável ser realizada por esse tipo de guarnição. Quando uma Guarnição Tipo “A” se deparar com veículos com mais de 2 (dois) ocupantes, deve solicitar reforço/apoio à Central e continuar acompanhando o veículo, até a chegada de outra Guarnição. Procedimentos O Comandante da guarnição realiza o semidesembarque ao mesmo tempo que o Moto- rista, e tomam as seguintes posições: COMANDANTE O Comandante posiciona-se semidesembarcado, entre a coluna do teto e a porta, pro- curando reduzir ao máximo a sua silhueta e determina que o condutor do veículo desligue o veículo (antes deverá abaixar o vidro, destravar a porta e retirar o cinto de segurança). A partir desse momento será determinado ao abordado que retire a chave da ignição e a coloque sobre o teto, nessa mesma ação será ainda determinado ao abordado colocar as duas mãos para fora do veículo e a descida do veículo com as mãos sobre a cabeça, descendo do veículo de frente e se deslocando até a Zona de Segurança. A partir desse momento utiliza-se as Técnicas de Contenção e Busca Pessoal. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 50 MOTORISTA O Motorista semidesembarca e se posiciona entre a coluna e a porta da viatura. Ele será responsável por observar toda a parte esquerda do veículo (lateral e fundo). Estando o abor- dado já posicionado naZona de Segurança, deslocar-se-á com a silhueta reduzida pela lateral esquerda do veículo suspeito, utilizando-se da Técnica de Tomada de Ângulo, onde observará atentamente o veículo, com postura de segurança máxima, tentando visualizar se existe mais algum ocupante no interior deste. Após este momento, deve também certificar, rapidamente, se o porta-malas está fechado e dar o “limpo” para a guarnição, e, em seguida, assume a fun- ção de Homem-Busca, com o apoio do Comandante que será o Segurança de Busca. Havendo um segundo abordado, a função do Motorista da guarnição será de grande responsabilidade, pois o Comandante estará dividido entre o primeiro abordado, que estará sendo custodiado na Zona de Segurança, e o segundo, que estará desembarcando, devendo o Motorista policial não desviar sua atenção do segundo abordado até que este esteja no local de custódia. Além disso, o Motorista fará a verificação do veículo sem apoio de fogo do Coman- dante, visto que este estará com atenção na Zona de Segurança. Por esses motivos é que não é recomendável a abordagem a veículo com dois ocupantes. Este caso deve ser considerado como excepcional e em situações inevitáveis. LEMBRETE Atualmente na PMBA, praticamente todas as Unidades Operacionais se utilizam desse tipo de guarnição no policiamento, devendo os policiais terem a consciência do risco que uma abordagem com esse tipo de guarnição oferece, quando não observado os requisitos mínimos de segurança. Abordagem com Guarnição Tipo B Procedimentos O Comandante da guarnição semidesembarca junto com o Motorista e o Patrulheiro nº 1 e tomam as seguintes posições: COMANDANTE O Comandante posiciona-se semidesembarcado, entre a coluna do teto e a porta, procu- rando reduzir ao máximo a sua silhueta e determina que o condutor desligue o veículo (antes deverá abaixar o vidro, destravar a porta e retirar o cinto de segurança). A partir desse mo- mento será determinado ao abordado que retire a chave da ignição e a coloque sobre o teto, SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 51 nesta mesma ação será ainda determinado ao abordado colocar as duas mãos para fora do veículo e a descida do veículo com as mãos acima da cabeça, descendo do veículo de frente e deslocando-se até a Zona de Segurança. A partir desse momento utiliza-se as Condutas de Contenção e Busca Pessoal. MOTORISTA O Motorista semidesembarca e se posiciona entre a coluna e a porta da viatura. Ele será responsável por observar toda a parte esquerda do veículo (lateral e fundo). Após estabelecida a Zona de Segurança com todos os abordados dispostos, assume a função de Segurança Ex- terna, na passagem do patrulheiro para a Busca Visual do veículo. PATRULHEIRO Nº 1 O Patrulheiro nº 1 desembarca pelo lado do Motorista, voltado para a retaguarda, rea- lizando em um primeiro momento a segurança externa da guarnição. Estando o abordado já posicionado na Zona de Segurança, o patrulheiro deslocar-se-á com a silhueta reduzida pela lateral esquerda do veículo suspeito utilizando-se da Técnica de Tomada de Ângulo, onde ob- servará atentamente o veículo, com postura de segurança máxima, tentando visualizar se exis- te mais algum ocupante no interior do mesmo. Após este momento, deve também certificar, rapidamente, se o porta-malas está fechado e dar o “limpo” para a guarnição, e em seguida, assume a função do Homem-Busca. Na passagem do Patrulheiro nº 1 pelo Motorista, este assumirá a função de Segurança Externa. Após a Busca Pessoal, será realizada a verificação do porta-malas do veículo no intuito de localizar pessoas. Ao finalizar a verificação do porta-malas será realizada a Busca Veicular, acompanhada pelo condutor. Abordagem com Guarnição Tipo C Procedimentos O Comandante da guarnição na posição de semidesembarque junto com o Motorista, Patrulheiro nº 1 e Patrulheiro nº 2, tomam as seguintes posições: COMANDANTE O Comandante posiciona-se semidesembarcado, entre a coluna do teto e a porta, pro- curando reduzir ao máximo a sua silhueta, e determina que o condutor desligue o veículo (antes deverá abaixar o vidro, destravar a porta e retirar o cinto de segurança). A partir deste momento será determinado ao abordado que coloque a chave sobre o teto, mantenha as mãos para fora do veículo e desça com as mãos sobre a cabeça, deslocando-se, de frente, até a SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 52 Zona de Segurança, utilizando as Condutas de Conteção e Busca Pessoal. O Comandante será o Segurança de Busca. MOTORISTA O Motorista desembarca do seu lado, posicionando-se entre a coluna e a porta da viatu- ra. Ele será responsável por observar toda a parte esquerda do veículo (lateral e fundo). Quan- do o Patrulheiro nº 1 fizer a verificação do veículo, ele assumirá a Segurança Externa, podendo acumular com a Segurança de Custódia 2, a depender do número de ocupantes do veículo. PATRULHEIRO Nº 1 O Patrulheiro nº 1 desembarca pelo lado do Motorista e se posiciona, inicialmente, fa- zendo a segurança externa. Quando o abordado estiver posicionado na Zona de Segurança, o Patrulheiro nº 1 deslocar-se-á com a silhueta reduzida pela lateral esquerda do veículo sus- peito, utilizando-se da Técnica de Tomada de Ângulo, onde observará atentamente o veículo abordado, com postura de segurança máxima, tentando visualizar se existe mais algum ocu- pante no seu interior. Após este momento, deve também certificar, rapidamente, se o porta- malas está fechado e dar o “limpo” para a guarnição, momento em que assume a função de Homem-Busca. Na passagem do Patrulheiro nº 1 pelo Motorista, este assumirá a função de Segurança Externa. PATRULHEIRO Nº 2 O Patrulheiro nº 2 desembarca pelo lado do Comandante e se posicionam ambos do mesmo lado, atentos ao flanco direito do veículo abordado e à saída dos ocupantes até a Zona de Segurança. Após a saída do primeiro abordado e durante o seu deslocamento para o Setor de Custódia, o patrulheiro se volta para esse local e assume a função de Segurança de Custó- dia até o fim da abordagem. LEMBRETE A depender do número de ocupantes do veículo a ser abordado, o acúmulo da fun- ção de Segurança de Custódia 2 pelo Motorista é de vital importância, pois este setor ficará próximo ao veículo que ainda não foi abordado. Abordagem com Duas Guarnições Poderá haver situações em que duas guarnições realizarão uma abordagem em conjun- to. Tais situações ocorrerão em duas circunstâncias: quando uma guarnição solicitar reforço/ apoio para realizar a abordagem e quando as duas guarnições estiverem em comboio. Procedimentos a) UMA GUARNIÇÃO JÁ NO ACOMPANHAMENTO OU INTERVENÇÃO REFORÇADA OU APOIADA POR OUTRA GUARNIÇÃO Neste caso, a segunda guarnição (reforço ou apoio) completará o efetivo da primeira, no momento inicial, ocupando as funções remanescentes, como se fosse uma guarnição do Tipo C. Após a Contenção, deverá ser obedecido o princípio da unidade de comando. Excedendo algum componente, este assumirá uma das funções conforme descrito neste Manual quando de uma abordagem com “mais de quatro policiais militares a pessoas a pé”, obedecendo os critérios de avaliação de risco. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 53 b) GUARNIÇÕES EM COMBOIO Para este tipo de intervenção, a guarnição de maior porte, havendo a possibilidade, assumirá a frente do comboio (neste primeiro momento independente de posto/graduação), e realizará a interceptação. Os componentes da segunda guarnição irão ocupar as funções rema- nescentes, como se fosse uma guarnição do Tipo C. Após a Contenção, deverá ser obedecido o princípio da unidade de comando. Excedendo algum componente, este assumirá uma das funções conforme descrito neste Manual quando de uma abordagem com “mais de quatro policiais militares a pessoas a pé” obedecendo os critérios de avaliação de risco. 7. TÉCNICAS DE ABORDAGEM A MOTOCICLETA OU SIMILARES Esta abordagem pode ser realizada por quaisquer tipos de guarnição, para tanto, os po- licias militaresenvolvidos nesta ação devem atentar aos seguintes procedimentos: a) A aproximação será feita respeitando a distância de 3 (três) a 5 (cinco) metros da motocicleta a ser abordada. b) A viatura deve ser posicionada à retaguarda da moto de forma a estabelecer a Zona de Segurança. c) O semidesembarque dos componentes da guarnição será simultâneo e a partir daí o Comandante inicia a verbalização: “ABORDAGEM POLICIAL!”; “DESLIGUE A MOTOCICLE- TA!”; “NÃO RETIRE O CAPACETE!”; “MÃOS SOBRE O CAPACETE!”. d) O Comandante determinará que os indivíduos desmontem da motocicleta sem retirar o capacete ou qualquer outro objeto e, a partir daí, serão adotados os procedimentos relativos às técnicas de abordagem a pessoas a pé. e) O Homem-Busca, além de realizar a busca pessoal, fará a busca veicular, de períme- tro e a identificação pessoal e veicular. 8. TÉCNICAS DE ABORDAGEM A VEÍCULOS DE CARGA Este tipo de abordagem exige uma atenção redobrada dos policiais militares, haja vista que, em caso de transporte de material ilícito, há grande probabilidade de outros veículos rea- lizarem a segurança da carga. Diante disso, a equipe ideal, para realização de uma abordagem a veículos de carga, deve ser composta por no mínimo quatro policiais militares. Abordagem com Guarnição Tipo C a) Através de sinal sonoro e visual, determinar a parada do veículo de carga em local apropriado (preferencialmente em terreno plano e próximo à calçada ou acostamento). b) A viatura deve parar à retaguarda do veículo afastada entre 03 (três) e 05 (cinco) metros, procurando alinhar o farol do lado direito da viatura com o eixo central do veículo abor- dado. Neste momento, a Guarnição deve estar com a atenção redobrada para uma possível escolta, adotando contramedidas caso ocorra. c) A Guarnição fará o desembarque, exceto o Motorista que permanece semidesembar- cado e controla a lateral esquerda do veículo. O Patrulheiro nº 1, neste momento, fará a segu- rança externa. O Comandante e o Patrulheiro nº 2 ficarão cobertos na porta dianteira direita da viatura. Será adotada a Postura de Segurança adequada a situação. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 54 d) Após determinação do Comandante, o Patrulheiro nº 1 desloca mantendo o controle da lateral esquerda. Ao mesmo tempo, o Patrulheiro nº 2 desloca para verificar o comparti- mento de carga e o Comandante faz a segurança do Patrulheiro nº 2 e mantém o controle da lateral direita do veículo de carga. O Motorista, por sua vez, desembarcará e ficará responsável pela Segurança Externa, posicionando-se à frente da viatura, alinhado ao farol esquerdo, na Zona de Segurança e fazendo, se necessário for, o controle do trânsito. e) Verificado o compartimento de carga, o Patrulheiro nº 1 deslocará pelo lado esquerdo, próximo à carroceria, em direção à boleia, ao mesmo tempo em que o Comandante e o Patru- lheiro nº 2 deslocarão pelo lado direito próximo à carroceria, também em direção à boleia, de forma que visualize a sua parte interna. f) O Patrulheiro nº 1 determinará que o condutor desligue o veículo e que todos os ocu- pantes desçam da boleia pela porta do lado do carona (lado direito). Ao descer, o Comandante ordenará que o abordado se posicione paralelo à lateral direita do veículo, sendo ali estabele- cido a Zona de Segurança. g) Após a contenção dos ocupantes que desceram do veículo, o Patrulheiro nº 2 deslo- car-se-á com a silhueta reduzida em direção à boleia, utilizando-se da técnica de tomada de ângulo, onde fará busca visual na parte interna do veículo suspeito, com postura de segurança máxima, tentando visualizar se existe mais algum ocupante no seu interior dando “LIMPO”. h) O Patrulheiro nº 1, ao ouvir o “LIMPO”, deslocar-se-á pela frente do veículo de carga, para o Setor de Busca, e após o posicionamento para a busca dos ocupantes do veículo, o Comandante dará autorização para iniciar este procedimento, onde o Patrulheiro nº 1 terá a função de Homem-Busca, com o Comandante fazendo a Segurança de Busca, e o Patrulheiro nº 2 fará a Segurança de Custódia até o final da busca. i) Na Abordagem a Veículos de Carga, a Busca Veicular será dividida em busca no com- partimento de carga, se houver, e busca na boleia. j) Após a busca pessoal, será realizada a busca no compartimento de carga. O Patru- lheiro nº 1 fará a abertura do compartimento, enquanto o Comandante fará a busca visual. Durante esta ação, o abordado será colocado em local que possa visualizar a parte interna do compartimento, enquanto o Patrulheiro nº 1 fará a busca em seu interior. k) Antes da busca no compartimento de carga, a Zona de Segurança será deslocada a região lateral da viatura, evitando cruzamento da linha de tiro. l) Em seguida o Patrulheiro nº 1 fará a busca no interior da boleia (portas, chão, bancos e teto nesta ordem, bem como no compartimento de descanso, se houver). O condutor será posicionado em local que possa visualizar a busca, sendo acompanhado pelo Comandante. m) Após a conclusão da abordagem, a guarnição fará a segurança do trânsito e aguar- dará a saída do veículo. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 55 9. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES São fatores a serem observados na aplicação das técnicas, que servem para complemen- tar e aumentar a segurança da ação policial quando numa abordagem a veículo: Luzes Durante a abordagem, o giroflex e o pisca-alerta da viatura deverão permanecer ligados. Em situações de baixa visibilidade (a depender da zona de ação), o farol alto da viatura será ligado e determinado ao condutor do veículo que desligue o farol e acenda as luzes internas do veículo. Confirmação da Supeita Havendo suspeita confirmada, os ocupantes deverão sair do veículo abordado e serem posicionados de joelhos (suspeita confirmada com ilícito aliada aos fatores: efetivo policial e local da ação) ou imediatamente em decúbito ventral (suspeita confirmada com a presença de arma de fogo), seguido da verificação do interior do veículo, contenção, algemação e Busca Pessoal nos abordados. 10. QUADRO RESUMO DE ABORDAGEM A VEÍCULOS COM DIFERENTES TIPOS DE GUARNIÇÃO TIPO DE GUARNIÇÃO NÍVEL DE ABORDAGEM SITUAÇÃO POSTURA DE SEGURANÇA VIABILIDADE DA ABORDAGEM POSICIONAMENTO DOS SUSPEITOS OUTRAS CONDUTAS À SEREM ABORDAS A 03 Fundada suspeita Semipronta SIM ATÉ 02 (dois) SUSPEITOS COLOCAR NO AN- TEPARO (REGRA) OU EM PÉ ACOMPANHAR/SO- LICITAR REFORÇO/ APOIO 04 Suspeita confir- mada com ilícito Máxima SIM ATÉ 02 (dois) SUSPEITOS COLOCAR NO ANTEPARO (REGRA) OU EM PÉ/JOELHO ACOMPANHAR/SO- LICITAR REFORÇO/ APOIO 04 Suspeita confir- mada com arma de fogo Máxima Não Não OBSERVAR/SOLI- CITAR REFORÇO/ APOIO B 03 Fundada suspeita Semipronta Sim até 03 (três) suspeitos COLOCAR NO AN- TEPARO (REGRA) OU EM PÉ CERCAR/CONTER/ SOLICITAR REFOR- ÇO/APOIO 04 Suspeita confir- mada com ilícito Máxima Sim até 03 (três) suspeitos COLOCAR NO ANTEPARO (REGRA) OU EM PÉ/JOELHO CERCAR/CONTER/ SOLICITAR REFOR- ÇO/APOIO 04 Suspeita confir- mada com arma de fogo Máxima Sim até 03 (três) suspeitos DEITADOS CERCAR/CONTER/ SOLICITAR REFOR- ÇO/APOIO C 03 Fundada suspeita Semipronta Sim até 04 (qua- tro) suspeitos COLOCAR NO AN- TEPARO (REGRA) OU EM PÉ CERCAR/CONTER/ SOLICITAR REFOR- ÇO/APOIO 04 Suspeita confir- mada com ilícito Máxima Sim até 04 (qua- tro) suspeitos COLOCAR NO ANTEPARO (REGRA) OU EM PÉ/JOELHO CERCAR/CONTER/ SOLICITAR REFOR- ÇO/APOIO 04 Suspeita confir- mada com arma de fogo Máxima Sim até 04 (qua- tro) suspeitos DEITADOS CERCAR/CONTER/ SOLICITAR REFOR- ÇO/APOIO SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 56 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 57 As ocorrências de ilícitos praticados em ônibus coletivo tem compelido a Polícia Militar a intensificar as abordagens às pessoas neles embarcadas. Não obstante, as diferentes carro- cerias – portas únicas, duplas ou triplas, catracas dianteira ou traseira, variações no tamanho,altura e de visibilidade da ocupação interna – fazem com que tais procedimentos primem pela supremacia da técnica ante a inferioridade numérica da guarnição policial. Assim sendo, re- comenda-se um efetivo mínimo de 04 (quatro) policiais, de forma que o fiel cumprimento das técnicas aqui apresentadas, assegure a redução dos riscos inerentes à abordagem realizada. 1. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM ÔNIBUS COLETIVO, COM CATRACA DIANTEIRA, COM UMA GUARNIÇÃO TIPO C Aproximação I. Sempre que possível, a viatura deverá parar à retaguarda do ônibus, com seu farol direito alinhado à placa do ônibus, com distância mínima de 05 (cinco) metros. II. O desembarque dos integrantes será simultâneo, devendo o Comandante e o Patrulheiro nº 2 deslocar até a frente do ônibus, parando em diagonal à colu- na de sustentação do para-brisa, junto à porta dianteira, que lhes dará cober- tura. O Patrulheiro nº 2 irá à frente do Comandante, com sua arma em posição semipronta, voltado para porta da frente e dianteira do coletivo e o Comandante, por sua vez, irá à retaguarda do Patrulhei- ro nº 2 em postura semipronta, voltado para o ônibus. Após cobertos pela coluna do veículo, a postura do armamento pas- sará a ser relativa. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 58 III. O Patrulheiro nº 1 deslocará por trás da viatura e se posicionará na coluna traseira do ônibus. Ao mesmo tempo, o Motorista deslocará pela frente da viatura, aproveitando para observar se algum objeto foi arremessado do coletivo ou mesmo se houve uma tentativa de fuga, posicionando-se na retaguarda do Patrulheiro nº 1. Os mesmos adotarão posicionamen- to simétrico ao adotado pelo Patrulheiro nº 2 e Comandante na coluna dianteira. LEMBRETE Preferencialmente, o deslocamento será pelo lado oposto à circulação da via, para evitar o risco de atropelamento e sempre buscando cobertas e abrigos que os protejam da exposição aos ocupantes do ônibus. Contenção I. O Patrulheiro nº 2, de onde está, pedirá ao condutor do coletivo que abra a porta da frente, desligue o veículo e mantenha as demais portas fechadas. Ato contínuo, determinará que todos os homens localizados no espaço entre a escada e a catraca desembarquem com seus pertences e coloquem as mãos acima da cabeça na lateral do ônibus, que será utilizada como anteparo compondo o Setor de Custódia nº 1. II. Após o desembarque desses passageiros, solicitará a abertura da porta traseira. Em seguida, o Patrulheiro nº 1, em postura semipronta, deslocará para a sua direita, ficando diante da janela lateral traseira e determinará que todos homens desembarquem com seus pertences e coloquem as mãos acima da cabeça na lateral do ônibus, que será utilizada como anteparo compondo o Setor de Custódia nº 1. O Motorista acompanhará o Patrulheiro nº 1 em seu deslocamento até a janela, na postura semipronta voltado para a porta traseira do ônibus. Os demais passageiros (mulheres, crianças e idosos), que porventura permaneçam no interior do ônibus, serão posicionados nos bancos do lado esquerdo com a mão no corrimão do banco da frente. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 59 III. Desembarcados todos os passageiros do sexo masculino, o Patrulheiro nº 2 adentrará cautelosamente o interior do coletivo tão somente para se certificar de que não há mais ne- nhum passageiro do sexo masculino e em seguida descerá do ônibus. IV. Após seu desembarque, o Patrulheiro nº 2 determinará ao condutor o fechamento das portas e, junto com o Comandante, se dirigirá ao Setor de Custódia nº 1, onde cada um fará a custódia de metade do setor. O Patrulheiro nº 2 ficará à direita do Comandante, acumulando a função de Segurança Externa. Busca I. O Patrulheiro nº 1 chamará os passageiros ao Setor de Busca, um por vez, da direita para a esquerda, e lhes fará busca pessoal, tendo o Motorista como seu Segurança de Busca. Após passar pela busca, o abordado será direcionado ao Setor de Custódia nº 2, sendo acumu- lada sua responsabilidade pelo Motorista, que deverá garantir que os abordados não fiquem à sua retaguarda e nem ao fundo do veículo. II. Finalizada a busca pessoal, o Motorista se voltará para o Setor de Custódia nº 2, cui- dando de observar, também, todo o ambiente no seu campo visual. O Comandante, por sua vez, se posicionará ao lado do Motorista e voltará sua frente para o lado oposto ao do Motoris- ta, observando todo o ambiente no seu campo visual e também, o interior do ônibus. III. O Patrulheiro nº 1 determinará ao condutor do ônibus a abertura da porta traseira e por ela embarcará cuidadosamente, posicionando-se ao fundo do ônibus, de onde guarnecerá o Patrulheiro nº 2, que embarcará simultaneamente, fará uma varredura visual e, em seguida, começará a revistar os pertences das passageiras, uma a uma, do fundo para a frente, solici- tando, inclusive, que se levantem e saiam do assento, para verificar o local. IV. Chegando à catraca, o Patrulheiro nº 2 solicitará ao condutor que abra as portas do centro e da frente, caso haja, e por ela desembarcará, observando a escada, em busca de objetos ilícitos. Em seguida, embarcará pela porta da frente realizando a busca nos pertences das passageiras e dos espaços onde se possa ocultar objeto ilícito. V. Finalizada a busca no interior do ônibus e nos pertences das passageiras, os Patrulheiros nº 1 e 2 desembarcarão e se dirigirão à lateral esquerda do ônibus para a busca de perímetro, inclusive, embaixo do veículo, em busca de algum objeto ilícito que possa ter sido dispensado por algum passageiro. Em segui- SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 60 da, retornarão para o lado do Comandante e Motorista, recompondo a Linha de Segurança ao longo do ônibus. VI. O Comandante realizará a devida conclusão da abordagem e autorizará o embarque dos passageiros, liberando o deslocamento do ônibus. A guarnição fará a segurança do trânsito até a saída do ônibus e somente depois embarcará na viatura. 2. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM ÔNIBUS COLETIVO, COM CATRACA TRASEIRA, COM UMA GUARNIÇÃO TIPO C Aproximação Proceder-se-á como no tópico APROXIMAÇÃO do item anterior. Contenção I. O Patrulheiro nº 2, de onde está, pedirá ao condutor do ônibus que desligue o veículo e abra a porta traseira. Ato contínuo, o Patrulheiro nº 1, em postura semipronta, irá deslocar à sua direita, ficando diante da janela lateral traseira e determinará que todos os passageiros que estão no fundo do veículo passem para a frente. O Motorista acompanhará o Patrulheiro nº 1 em seu deslocamento até a janela, na postura semipronta, voltado para a porta traseira do ônibus. Em seguida, o Patrulheiro nº 1 embarcará pela porta traseira verificando o fundo do veículo e rapidamente se voltará para a catraca, de onde dará a ordem para o desembarque dos homens com seus pertences e que as mulheres passem para o lado esquerdo com as mãos no corrimão da cadeira da frente. O Motorista embarcará juntamente com o Patrulheiro nº 1 e voltará sua atenção para o fundo do veículo, retornando à sua posição anterior assim que se iniciar o desembarque dos passageiros masculinos. II. Durante o desembarque dos homens, o Patrulheiro nº 2 lhes determinará que colo- quem as mãos na lateral do ônibus e acima da cabeça. Finalizado este desembarque o Patru- lheiro nº 1 descerá do ônibus e assumirá a posição de Homem-Busca. III. Após o desembarque do Patrulheiro nº 1, o Patrulheiro nº 2 determinará ao condutor que feche as portas e, junto com o Comandante, se dirigirão ao Setor de Custódia nº 1, onde cada um fará a custódia de metade do setor. O Patrulheiro nº 2 ficará à direita do Comandante, acumulando a função de Segurança Externa. Busca I. Proceder-se-á conforme tópico BUSCA do item anterior. II. O Patrulheiro nº 2 embarcará cuidadosamente pela porta da frente e se dirigirá até a parte traseira, em postura relativa, fazendo uma varredura visual do interior do ônibus. Em seguida,começará a busca nos pertences das passageiras, uma a uma, do fundo para frente, solicitando, inclusive, que se levantem e saiam do assento, para verificar o local. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 61 III. O Patrulheiro nº 1, por sua vez, embarcará simultaneamente com o Patrulheiro nº 2 e permanecerá na frente, junto ao condutor do veículo, fazendo a segurança do Patrulheiro nº 1. Finalizada a busca no interior do ônibus e nos pertences das passageiras, o Patrulheiro nº 2 determinará ao condutor que abra a porta do centro, caso haja, e por ela desembarcará, observando a escada, em busca de objetos ilícitos; IV. O Patrulheiro nº 1 desembarcará e ambos se dirigirão à lateral esquerda do ônibus para realizar a busca de perímetro, inclusive, embaixo do veículo, em busca de algum objeto ilícito que possa ter sido dispensado por algum passageiro. Em seguida, retornarão para o lado do Comandante e Motorista, recompondo a linha de segurança ao longo do ônibus; V. O Comandante realizará a devida conclusão da abordagem e autorizará o embarque dos passageiros, liberando o deslocamento do ônibus. A guarnição fará a segurança do trânsito até a saída do ônibus e somente depois embarcará na viatura. 3. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM ÔNIBUS COLETIVO, COM CA- TRACA DIANTEIRA, COM UMA GUARNIÇÃO TIPO A E UMA GUARNIÇÃO TIPO B Aproximação I. Sempre que possível, as viaturas deverão parar à retaguar- da do ônibus, com seu farol di- reito alinhado à placa do ônibus, com distância mínima de 05 (cin- co) metros. II. O desembarque dos integrantes será simultâneo, devendo o ComandanteA (CMTA) e o MotoristaA (MOTA) deslocar até a frente do ônibus, parando em diagonal à coluna de sus- tentação do para-brisa, junto à porta dianteira, que lhes dará cobertura. O MOTA irá à frente do CMTA, com sua arma em posição semipronta, voltado para a porta da frente e a dianteira do coletivo e o MOTA em postura semipronta, voltado para o ônibus. Uma vez cobertos pela coluna do veículo, a postura do armamento passará a ser relativa. III. CMTB e PTRB da guarnição tipo B, deslocarão e se posicionarão na coluna traseira, com o CMTB à retaguarda. IV. O MOTB desembarcará e observará se algum objeto foi arremessado do veículo ou mesmo uma tentativa de fuga e deslocará e acumulará as funções de Segurança Externa e Segurança de Custódia nº 2. Contenção I. O MOTA, de onde está, determinará ao condutor do coletivo que abra a porta da fren- te, desligue o veículo e mantenha as demais portas fechadas. Ato contínuo, determinará que todos os homens localizados no espaço entre a escada e a catraca desembarquem com seus pertences e coloquem as mãos acima da cabeça na lateral do ônibus, que será utilizada como SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 62 anteparo compondo o Setor de Custódia nº 1. II. Após o desembarque desses passageiros, determinará a abertura da porta traseira. Em seguida, o PTRB, em postura semipronta, deslocará para a sua direita, ficando diante da janela lateral traseira e determinará que todos homens desembarquem com seus pertences e coloquem as mãos acima da cabeça na lateral do ônibus, que será utilizada como anteparo compondo o Setor de Custódia nº 1. O CMTB acompanha o PTRB em seu deslocamento até a janela, na postura semipronta voltado para a porta traseira do ônibus. Os demais passageiros (mulheres, crianças e idosos), que porventura permaneçam no interior do ônibus, serão posi- cionados nos bancos do lado esquerdo com a mão no corrimão do banco da frente. III. Desembarcados todos os passageiros do sexo masculino, o MOTA adentrará caute- losamente o interior do coletivo tão somente para se certificar de que não há mais nenhum passageiro do sexo masculino e em seguida descerá do ônibus. IV. Após seu desembarque, o MOTA determinará ao condutor o fechamento das portas e, junto com o CMTA se dirigirá ao Setor de Custódia nº 1, onde cada um fará a custódia de me- tade do setor. O MOTA ficará à direita do CMTA, acumulando a função de Segurança Externa. Busca I. O PTRB chamará os passageiros ao Setor de Busca, um por vez, da direita para a es- querda, e lhes fará busca pessoal, tendo o CMTB como seu Segurança de Busca. Após passar pela busca, o abordado será direcionado ao Setor de Custódia nº 2, que terá como responsável o MOTB, que não deverá permitir que os abordados fiquem à sua retaguarda e nem ao fundo do veículo. Finalizada a busca pessoal, o CMTB se voltará para o Setor de Custódia nº 2. II. O MOTB fará a Segurança Externa e o CMTA, por sua vez, posicionará ao lado do CMTB e voltará sua frente para a dianteira do veículo, observando todo o ambiente no seu campo visual e também, o interior do ônibus. III. O PTRB determinará ao condutor do ônibus a abertura da porta traseira e por ela em- barcará cuidadosamente e se posicionará no fundo do coletivo, de onde guarnecerá o MOTA, que embarcará simultaneamente, fará uma varredura visual e, em seguida, começará a busca nos pertences das passageiras, uma a uma, do fundo para frente, solicitando, inclusive, que se levantem e saiam do assento, para verificar o local. IV. Chegando à catraca, o MOTA solicitará ao condutor que abra as portas do centro e da frente, caso haja, e por ela desembarcará, observando a escada, em busca de objetos ilícitos. Em seguida, embarcará pela porta da frente, realizando a busca nos pertences das passageiras e nos espaços onde se possa ocultar objeto ilícito. V. Finalizada a busca no interior do ônibus e nos pertences das passageiras, os PTRB e MOTA desembarcarão e se dirigirão à lateral esquerda do coletivo para realizar a busca de perímetro, inclusive, embaixo do veículo, em busca de algum objeto ilícito que possa ter sido dispensado por algum passageiro. Em seguida, retornarão para o lado dos CMTAB, recompondo a linha de segurança ao longo do ônibus. VI. O Comandante mais antigo realizará a devida conclusão da abordagem e autorizará o embarque dos passageiros, liberando o deslocamento do ônibus. A guarnição fará a segurança do trânsito até a saída do ônibus e somente depois embarcará na viatura. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 63 4. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM ÔNIBUS COLETIVO, COM CA- TRACA TRASEIRA, COM UMA GUARNIÇÃO TIPO A E UMA GUARNIÇÃO TIPO B Para a execução dessa técnica, far-se-á a analogia com as técnicas anteriores, mantendo a devida observância na relação entre função na guarnição e função na abordagem. 5. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM MICRO-ÔNIBUS, COM UMA GUARNIÇÃO TIPO C Aproximação I. Proceder-se-á como nas demais técnicas para guarnições tipo C Contenção I. O Patrulheiro nº 2 determinará ao condutor que desligue o veículo e abra a porta, bem como a todos os homens que desembarquem com seus pertences e coloquem as mãos acima da cabeça na lateral do ônibus, que será utilizada como anteparo compondo o Setor de Custó- dia nº 1. Os demais passageiros (mulheres, crianças e idosos), que porventura permaneçam no interior do ônibus, serão posicionados nos bancos do lado esquerdo com a mão no corri- mão do banco da frente. II. Desembarcados todos os passageiros do sexo masculino, o Patrulheiro nº 2 adentrará cautelosamente o interior do coletivo tão somente para se certificar de que não há mais ne- nhum passageiro do sexo masculino e em seguida descerá do ônibus. III. Após seu desembarque, o Patrulheiro nº 2 determinará ao condutor o fechamento da porta e, junto com o Comandante, se dirigirá ao Setor de Custódia nº 1, onde cada um fará a custódia de metade do setor. O Patrulheiro nº 2 ficará à direita do Comandante, acumulando a função de Segurança Externa. Busca I. A parte da lateral do veículo, que fica após o pneu traseiro, deverá ser reservada para ser utilizada como setor de busca. II. Proceder-se-á a busca como descrito nos itens anteriores. III. O Patrulheiro nº 1, por sua vez, embarcará simultaneamente com o Patrulheiro nº 2 e permanecerá na frente,junto ao condutor do veículo, fazendo a segurança do Patrulheiro nº 2. Finalizada a busca no interior do ônibus e nos pertences das passageiras, ambos desembar- carão e se dirigirão à lateral esquerda do ônibus para realizar a busca de perímetro, inclusive, embaixo do veículo, atentando para algum objeto ilícito que possa ter sido dispensado. Em seguida, retornarão para o lado do Comandante e Motorista, recompondo a linha de segurança ao longo do ônibus. IV. O Comandante realizará a devida conclusão da abordagem e autorizará o embarque dos passageiros, liberando o deslocamento do ônibus. A guarnição fará a segurança do trânsito até a saída do ônibus e somente depois embarcará na viatura. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 64 6. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM MICRO-ÔNIBUS, COM UMA GUARNIÇÃO TIPO A E UMA TIPO B Para a execução dessa técnica far-se-á a analogia com as técnicas anteriores, mantendo a devida observância na relação entre função na guarnição e função na abordagem. 7. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM ÔNIBUS EXECUTIVO, COM UMA GUARNIÇÃO TIPO A E UMA TIPO B Devido ao risco elevado de uma abordagem a ônibus executivo em rodovias, como exce- ção à regra, a abordagem preventiva deve ser realizada por no mínimo cinco policiais militares. Aproximação Proceder-se-á a aproximação descrita nos itens anteriores. I. A guarnição Tipo B fará a progressão em coluna, tendo PTRB como ponta, seguido do MOTB e do CMTB, nesta ordem, sendo que o Patrulheiro nº 1 deslocará na posição semipron- ta direcionado para a porta e os demais, na mesma posição, com foco nas janelas devido a abertura diferenciada da porta, sendo que o CMTB também fará a Segurança Externa. II. CMTA e MOTA se posicionarão na coluna traseira. Contenção I. De onde está o PTRB determinará que o condutor do Executivo desligue o veículo, abra a porta e transmitirá a ordem para que todos os homens desçam com seus pertences e coloquem as mãos acima da cabeça na lateral do ônibus, que será utilizada como anteparo compondo o Setor de Custódia nº 1. A GU Tipo A permanecerá coberta pela coluna traseira do coletivo, e o CMTA orientará o adequado posicionamento dos passageiros na lateral do ônibus. II. Desembarcados todos os homens, o PTRB determinará ao condutor do veículo que transmita a ordem para que todas as mulheres e demais passageiros (idosos, crianças etc.) desçam do veículo e se posicionem à frente do ônibus, ao tempo em que o MOTB orientará o posicionamento adequado, enquanto o CMTB comporá o Setor de Custódia nº 2. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 65 Busca I. Após a formação dos setores de custódia, o PTRB e o MOTB embarcarão no ônibus para verificar se há ainda algum passageiro homiziado, inclusive no banheiro. Após verifica- ção, desembarcarão e o MOTB substituirá o CMTB na função de Segurança de Custódia nº 2. Os Comandantes assumirão o Setor de Custódia nº 1, o MOTA será o Segurança de Busca do PTRB, que será o Homem-Busca. II. Quando reduzirem os homens no Setor de Custódia nº 1, o CMTA assumirá o Setor de Custódia nº 3. III. Concluída a Busca Pessoal nos homens, as mulheres e demais passageiros, serão po- sicionados no Setor de Custódia nº 1, de costas para o ônibus. Em seguida, o PTRB iniciará a revista de seus pertences, da traseira para a dianteira do ônibus, sendo que esses passageiros não serão movimentados durante e após a busca, sendo mantidos em linha. IV. Concluída a revista dos pertences das mulheres e demais passageiros, o MOTB e o PTRB embarcarão novamente no ônibus, para fazer a busca veicular à procura de objetos ilíci- tos. Em seguida, desembarcarão para recompor a linha de segurança. V. O Comandante mais antigo realizará a devida conclusão da abordagem e autorizará o embarque dos passageiros, liberando o deslocamento do ônibus. A guarnição fará a segurança do trânsito até a saída do ônibus e somente depois embarcará na viatura. LEMBRETE Na abordagem a veículos de transporte coletivo tipo “vans” será utilizada a técnica análoga à de ônibus executivo, porém com efetivo mínimo de quatro poli- ciais militares. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 66 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 67 O crescimento populacional desorganizado nos centros urbanos acarretou o aumento da incidência de delitos praticados com o uso de motocicletas e, para combater estas práticas delituosas, haja vista as vias congestionadas, o processo de Motopatrulhamento se destaca como o mais eficaz nestes momentos devido a sua agilidade. 1. FORMAÇÕES DE MOTOPATRULHAMENTO São equipes que poderão ser formadas para realização do policia- mento, podendo ser elas, com duas, três, quatro ou mais motocicletas, as quais se posicionarão na via de acordo com seu efetivo. 2. ABORDAGEM A MOTOCICLETAS Com 02 Motocicletas (02 PM) Por questões de segurança, o patrulhamento com dois motociclistas não é recomendado para realizar abordagens em deslocamento, visto que a aproximação aos suspeitos traz a im- possibilidade de pilotagem e o enquadramento do armamento com a devida segurança para a dupla. Recomenda-se que a dupla, ao avistar indivíduos em atitude suspeita realize acompa- nhamento e solicite apoio via rádio. Caso o condutor desmonte ou estacione o veículo, deve a dupla desmontar da motocicleta à distância segura e realizar a aproximação a pé, na forma recomendada neste manual. Com 02 Motocicletas (03 PM) O Comandante observa a motocicleta a ser abordada e indica à dupla piloto/garupa que inicie a aproximação, por meio de gestos que facilitem a identificação do veículo a ser abordado. A dupla piloto/garupa se aproxima pela late- ral da motocicleta a ser abordada, e em um ângulo de 45 graus e cerca de 3 metros à retaguarda, uti- lizando-se de equipamentos sonoros e luminosos, o garupa realizará o enquadramento do abordado e determinará a parada da motocicleta. O Coman- dante acompanha o procedimento à retaguarda da motocicleta abordada. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 68 Após parada da motocicleta abordada, o garupa verbalizará: “ABORDAGEM POLICIAL!” “DESLIGUE A MOTOCICLETA!” “NÃO RETIRE O CAPACETE!” “MÃOS SOBRE O CAPACETE!”. O Comandante descerá rapidamente da motocicleta, enquadrará e assumirá a custódia do abordado, posicionando-se à retaguarda da motocicleta abordada, assumindo nesse momento toda verbalização, determinando que os indivíduos desmontem da motocicleta, sem retirar o ca- pacete ou qualquer outro objeto e se posicionem na calçada ou local que não ofereça risco aos mesmos, mantendo as mãos sobre o capacete ou anteparo, conforme já tratado neste Manual. Após a contenção dos abordados, o Garupa assumirá a segurança externa, na sequência, o Pi- loto desmonta da motocicleta e assume a função de Homem-Busca. Durante a busca pessoal o comandante fará a segurança de busca e de custódia, enquanto o piloto fará a busca pessoal nos abordados, de forma similar à abordagem realizada por 2 PM a 2 abordados. LEMBRETE Recomenda-se que, havendo dois suspeitos em uma motocicleta, se priorize a aborda- gem do Garupa, pois é mais provável que este porte arma de fogo. O Piloto recolhe os capacetes realizando a busca em seus interiores e os coloca na motoci- cleta abordada. Posteriormente, será iniciada a busca veicular, verificando-se toda a carenagem da motocicleta, sobretudo onde há folga ou parafusos desgastados. Após a busca veicular o Comandante iniciará a identificação das pessoas e do veículo. Caso as motocicletas estejam blo- queando o fluxo normal do trânsito, o Piloto as retirará evitando a obstrução da via. Ao final da abordagem, não se configurando a existência de delito, o Comandante da equipe deverá explicar os motivos que levaram a realizá-la e agradecer a cooperação dos abordados e aguardar que retornem ao trânsito. Após o deslocamento dos abordados, Comandante e Piloto vão para suas motocicletas, funcionando-as. O Garupa, então, monta namotocicleta ocupada pelo piloto e a equipe retorna ao patrulhamento. Com 03 Motocicletas (04 PM) O Comandante observa a motocicleta a ser abordada e indica a dupla piloto/garupa que inicie a aproximação, por meio de gestos que facilitem a identificação do veículo a ser abordado. A dupla Piloto/Garupa se aproxima pela lateral da motocicleta a ser abordada em um ângulo de 45 graus e cerca de 3 metros a retaguarda, utilizando-se de equipamentos sonoros e lumino- sos. O Garupa realizará o enquadramento do abordado e determinará a parada da motocicleta. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 69 A dupla Piloto/Garupa se aproxima pela lateral da motocicleta a ser abordada em um ângulo de 45 graus e cerca de 3 metros a retaguarda, utilizando-se de equipamentos sonoros e luminosos. O Garupa realizará o enquadramento do abordado e determinará a parada da motocicleta. O Comandante acompanha o procedimento à retaguarda da motocicleta suspeita, enquanto o Subcomandante rapidamente assume a segurança externa, à retaguarda da equi- pe, bloqueando na fase inicial da abordagem, por ser a fase mais crítica, o trânsito de veículos e pessoas. Após a parada da motocicleta abordada, o Garupa verbalizará: “ABORDAGEM POLI- CIAL!” “DESLIGUE A MOTOCICLETA!” “NÃO RETIRE O CAPACETE!” MÃOS SOBRE O CA- PACETE!”. O comandante descerá rapidamente da motocicleta, enquadrará e assumirá a custódia do abordado, posicionando-se à retaguarda da motocicleta abordada, assumindo nesse momento toda verbalização, determinando que os indivíduos desmontem da motocicleta, sem retirar o capacete ou qualquer outro objeto e se posicionem na calçada ou local que não ofereça risco aos mesmos, mantendo as mãos sobre a cabeça ou no anteparo. Nesta fase, será realizada a técnica de abordagem a pessoa a pé, e posteriormente a busca veicular e a identificação dos abordados e veículo, conforme já tratado neste Manual. Ao final da abordagem, exceto o Subcomandante, que permanecerá na segurança exter- na, todos os demais aguardam sobre a calçada, até que os abordados retornem ao trânsito. Posteriormente o Garupa assume o lugar do Subcomandante, que juntamente com os demais vão para suas motos, funcionando-as. O Garupa, então, monta na motocicleta ocupada pelo Piloto e a equipe retorna ao patrulhamento. Com 04 Motocicletas (05 PM) Caso a equipe seja composta por 04 motos e 05 policiais, o quinto homem auxiliará os demais integrantes da equipe, conforme determinar o Comandante: • Como Segurança de Busca, deixando livre o Comandante, que passa a ser supervisor da abordagem; • Como segundo homem de segurança externa; • Como Segurança de Custódia 2. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 70 LEMBRETES 1. O capacete dos abordados só é retirado após a busca pessoal; 2. Caso o veículo abordado empreenda fuga, a equipe deve efetuar o acom- panhamento, evitando troca de tiros, limitando-se a segui-los à distância e solici- tando apoio imediato para efetuar o cerco; 3. A velocidade média ideal para o patrulhamento com motocicletas é de 40km/h, possibilitando uma melhor visão periférica durante o motopatrulhamen- to; 4. O posicionamento das motocicletas após a contenção será feita à reta- guarda de forma paralela ou diagonal da equipe que efetua o primeiro contato, tendo em vista a segurança dos policiais; 5. Caso haja a necessidade de uma incursão, deverá observar as Técnicas de Progressão de Tropa descritas neste Manual, retirar capacetes colocando-os sobre a motocicleta, pois esses dificultam a visão periférica, bem como as chaves das motocicletas . 3. ABORDAGEM A VEÍCULOS DE PASSEIO Com 02 Motocicletas (3 PM) O Comandante observa o veículo a ser abordado e indica à dupla Piloto/Garupa que ini- cie a aproximação. A dupla Piloto/Garupa se aproxima pela lateral do veículo suspeito e em um ângulo de 45 graus e cerca de 03 (três) metros à retaguarda, utilizando-se de equipamentos sonoros e luminosos. O Garupa realizará o enquadramento do veículo a ser abordado e determinará sua pa- rada, enquanto o Comandante acompanha o procedimento com a motocicleta à retaguarda. Após a interceptação do veículo, o Garupa verbalizará: “ABORDAGEM POLICIAL!” “DESLIGUE O VEÍCULO!”. O Comandante desmontará rapidamente da motocicleta e realizará o enquadramento do veículo, permitindo que o Garupa desmonte da motocicleta e assuma a SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 71 segurança externa. Na sequência o Comandante determina que os indivíduos desçam do veí- culo com as mãos sobre a cabeça e se posicionem na calçada ou local que não ofereça risco aos mesmos, mantendo as mãos no anteparo ou sobre a cabeça, conforme já tratado neste Manual. O Piloto desmonta da motocicleta e verifica a existência de outras pessoas no veículo. Durante a busca pessoal o Comandante fará a segurança de busca e de custódia, enquanto o Piloto fará a busca pessoal. A execução da busca veicular, a identificação e a busca de perímetro devem ser as mesmas descritas no Capítulo V deste Manual. Ao final da abordagem deverão ser adotados os procedimentos descritos neste capítulo. Com 03 Motocicletas (04 PM) O Comandante observa o veículo a ser abordado e indica a dupla Piloto/Garupa que ini- cie a aproximação. A dupla Piloto/Garupa se aproxima pela lateral do veículo suspeito e em um ângulo de 45 graus e cerca de 03 (três) metros à retaguarda, utilizando-se de equipamentos sonoros e luminosos; O Garupa realizará o enquadramento do veículo a ser abordado e determinará sua pa- rada, enquanto o Comandante acompanha o procedimento com a motocicleta à retaguarda. Após a interceptação do veículo, o Garupa verbalizará: “ABORDAGEM POLICIAL!” “DESLIGUE O VEÍCULO!”. O Comandante desmontará rapidamente da motocicleta e rea- lizará o enquadramento do veículo, permitindo que o Garupa desmonte. O Subcomandante rapidamente assume a segurança externa, à retaguarda da equipe, estabelecendo a Zona de Segurança, bloqueando provisoriamente o trânsito de veículos e pessoas. Na sequência, o Comandante determina que os indivíduos desçam do veículo, adotando os procedimentos já tratados neste Manual. O Piloto desmonta da motocicleta e verifica a existência de outras pessoas no veículo. Durante a busca pessoal, o Comandante fará a segurança de busca, o Garupa fará a segurança de custódia, enquanto o Piloto fará a busca pessoal nos abordados. A execução da busca veicular, a identificação e a busca de perímetro devem ser as mesmas descritas no Capítulo V deste Manual. Ao final da abordagem deverão ser adotados os procedimentos descritos neste capítulo. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 72 Com 04 Motocicletas (05 PM) Caso a equipe seja composta por 04 motocicletas e 05 policiais, as técnicas adotadas serão as mesmas citadas anteriormente, sendo que o quinto homem auxiliará os demais inte- grantes da equipe, conforme determinar o Comandante: 1. Como Segurança de Busca (neste caso, o Comandante terá liberdade de atuação); 2. Como segundo homem de Segurança Externa; 3. Como Segurança de Custódia 2. 4. ABORDAGEM A VEÍCULOS DE CARGA Neste tipo de abordagem, o efetivo mínimo empregado deverá ser o de 04 (quatro) PM. Dispondo de um efetivo maior, as funções deverão ser reforçadas ou redistribuídas. Com 03 Motocicletas (04 PM) O Comandante observa o veículo a ser abordado e indica em local apropriado (preferen- cialmente em terreno plano e próximo à calçada ou acostamento) que a dupla Piloto/Garupa inicie a aproximação. A dupla Piloto/Garupa se aproxima pela lateral do veículo de carga, e em um ângulo de 45 graus e cerca de 3 metros à retaguarda utilizando-se de equipamentos sonoros e lumino- sos. O Garupa realizará o enquadramento e determinará a parada do veículo. O Comandante acompanha o procedimento com a motocicleta à retaguarda do veículo abordado. Após a parada do veículo, os demais componentes da equipe descem rapidamente de suas motocicletas, com armasem punho na postura semipronta e deslocam até o comparti- mento de carga para verificar se o mesmo está aberto. O Piloto desloca pelo lado esquerdo até a boleia de forma que possa visualizar a parte interna e determina aos ocupantes para descerem pelo lado direito. Simultaneamente, o Co- mandante e o Garupa deslocam pelo lado direito até a boleia, posicionando-se de forma que vizualizem o seu interior e aguardam a descida dos abordados, que serão colocados na Zona de Segurança para a busca pessoal. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 73 O Garupa realiza a tomada de ângulo para verificar o interior da boleia certificando-se que não há mais ninguém, e posteriormente realizará a segurança de custódia. O Piloto assu- mirá a função de Homem-Busca, o Comandante, a função de Segurança de Busca e o Subco- mandante, a segurança externa, ficando à frente das motocicletas na Zona de Segurança. Após a busca pessoal, o Piloto fará a busca no interior da boleia, sempre acompanhado visualmente pelo condutor. O Comandante determinará que o condutor acompanhe a abertura do compartimento de carga que será executada pelo Piloto com a segurança do próprio Co- mandante. Após a busca veicular o Comandante executará a identificação do abordado e do ve- ículo. Não sendo constatadas irregularidades, o Comandante da equipe deverá explicar os motivos que o levaram a realizar a abordagem, agradecer a cooperação e liberar os abordados. Exceto o Subcomandante, que permanece na segurança externa, todos os demais aguardam na Zona de Segurança, até que o caminhão retorne ao trânsito. Posteriormente, o Garupa assume o lugar do Subcomandante, que juntamente com os demais vão para as suas moto- cicletas, funcionando-as. O Garupa então monta na motocicleta que se encontra o Piloto e a equipe retorna ao patrulhamento. 5. ABORDAGEM A VEÍCULO DE TRANSPORTE COLETIVO Neste tipo de abordagem, o efetivo mínimo empregado deverá ser o de 04 (quatro) PM. Dispondo de um efetivo maior, as funções deverão ser reforçadas ou redistribuídas. Com 03 Motocicletas (04 PM) O Comandante observa o coletivo a ser abordado e indica à dupla Piloto/Garupa que inicie a aproximação. A dupla Piloto/Garupa se aproxima pela lateral do coletivo em ângulo de 45 graus e cerca de 3 metros à retaguarda, utilizando-se de equipamentos sonoros e lumino- sos e adota os procedimentos descritos no Capítulo VI - Técnicas de Abordagem a Veículos de Transporte Coletivo. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 74 6. QUADRO COMPARATIVO DE GUARNIÇÕES/FUNÇÕES NO MOTOPATRULHAMENTO QUADRO COMPARATIVO DE GUARNIÇÕES/FUNÇÕES TIPO DE EQUIPE FUNÇÃO NA GUARNIÇÃO SUGESTÃO DE ARMAMENTO FUNÇÃO NA BUSCA BÁSICO COMPLEMENTAR FACULTATIVO COM 02 PM CMT DE PORTE ----------- SB PILOTO DE PORTE ----------- HB COM 03 PM CMT DE PORTE ----------- SB PILOTO DE PORTE ----------- HB GARUPA DE PORTE PORTÁTIL SE COM 04 PM CMT DE PORTE ----------- SB PILOTO DE PORTE ----------- HB GARUPA DE PORTE PORTÁTIL SC LEGENDA SB - SEGURANÇA DE BUSCA HB - HOMEM-BUSCA SE - SEGURANÇA EXTERNA SC - SEGURANÇA DE CUSTÓDIA SUP - SUPERVISOR SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 75 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 76 É o ato de deslocar, nos diferentes tipos de terreno, utilizando técnicas, formações e pos- turas de segurança adequadas, com vistas a atingir um objetivo predeterminado. A progressão de tropa a ser observada neste capítulo não é fato incomum no policia- mento ostensivo convencional, visto que a guarnição policial poderá se deparar, durante seu serviço ordinário, com situações onde seja necessário o emprego de técnicas específicas de deslocamento no terreno, cabendo ao Comandante da guarnição adotar as táticas mais ade- quadas para a ação. O tipo do terreno a ser progredido pela tropa será elemento determinante da técnica a ser adotada na conduta da guarnição, podendo ser área edificada ou de mato. 1. CONCEITOS Zona Urbana: é o espaço ocupado por uma cidade, caracterizado pela edificação contí- nua e pela existência de infraestrutura urbana, que compreende o conjunto de serviços públi- cos que possibilitam a vida da população. Zona Rural: é o espaço compreendido no campo, sendo uma região não urbanizada. Área Edificada: é toda localidade onde exista edificação, caracterizada por um conjunto de construções, não devendo ser confundido com zona urbana, uma vez que se pode encon- trar áreas com características edificadas na zona rural. Área de Mato: é toda área ou localidade onde possa ser observada vegetação abundan- te, podendo possuir construções esparsas ou isoladas. Pode-se observar Área de Mato na zona urbana. Em Área Edificada, o número mínimo de policiais para compor uma guarnição neste tipo de terreno será de 04 (quatro) policiais militares. Já em Área de Mato, o efetivo mínimo para a constituição de uma guarnição é de 06 (seis) policiais militares. Como exceção, pode-se empregar quatro policiais progredindo em terreno urbano de pequena área, onde possa ter a visualização da delimitação dessa área. 2. ORGANIZAÇÃO DA GUARNIÇÃO POLICIAL Fatores a serem Observados para Progressão de Tropa a. Objetivo – ação policial a ser executada: reconhecimento, busca e captura, busca e salvamento e outros; b. Segurança da tropa – a guarnição deverá dotar-se de condições mínimas de seguran- ça (efetivo, armamento, equipamentos) necessárias à execução da missão; c. Visibilidade – condições de visibilidade necessárias para a execução e sucesso da missão; d. Proximidade do contato com o objetivo – a possibilidade de confronto iminente vai influenciar na velocidade do deslocamento, nas formações, na postura de segurança e no es- tado de alerta dos componentes da guarnição; SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 77 e. Controle do efetivo – o Comandante da fração de tropa deve observar o quantitativo de policiais, definindo suas funções, atentando para a indivisibilidade da equipe e unidade de comando; f. Condições do terreno – condições gerais de relevo, vegetação e área (edificada ou mato), que contribua ou dificulte o deslocamento da guarnição no terreno; g. Velocidade do deslocamento – velocidade que a guarnição deslocará, observando se- gurança, condições do terreno, proximidade do contato com o abordado, visibilidade e controle do efetivo, visando obter sucesso na missão; h. Sigilo nas ações – atentar para a disciplina de luzes e ruídos na progressão para não comprometer a segurança da fração de tropa no cumprimento do objetivo; i. Formações – disposição dos policiais no terreno levando em consideração o efetivo, as suas condições, visibilidade e proximidade do contato com o objetivo. Sendo formação em linha e coluna por um. LEMBRETE A progressão de tropa em área de mato no período noturno não é recomendada, e, ocorrendo, deverão ser observados os fatores de segurança, condições do terreno e visibili- dade necessárias, diante do alto risco que a ação representa. A guarnição poderá solicitar reforço ou apoio, realizar o cerco e aguardar melhores condições de visibilidade para atuar. 3. FORMAÇÃO DE GUARNIÇÃO POLICIAL PARA PROGRESSÃO Formação em Coluna Empregada quando a prioridade for a velocidade e não existir possibilidade de contato iminente com o objetivo, limita o potencial de fogo e o desenvolvimen- to da guarnição à frente e à retaguarda, por outro lado, possibilita uma maior potencial de fogo para os flan- cos. O deslocamento até chegar ao local do objetivo será em coluna por um, onde o primeiro integrante fará a observação do que ocorrer à sua frente, o Reta- guarda cuidará da segurança da retaguarda do grupo, sendo que os demais dirigirão as suas vistas para os lados esquerdo e direito alternadamente. A distância entre os integrantes da guarnição deverá ser relativa às condições de tempo e lugar, devendo ser mais reduzi- das, conforme a dificuldade de visualização dos seus integrantes e do acesso ao local. Emse tratando de área edificada a guarnição se posicionará no lado que oferecer maior segurança. Em uma guarnição de quatro policiais, o Comandante se deslocará após o primeiro policial (o Homem-Ponta), que desloca à frente da guarnição e preferencialmente, deverá estar SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 78 com uma arma portátil que ofereça uma melhor segurança aos componentes da guarnição. Caso todos conduzam armas portáteis, cada Policial deverá voltá-la para o lado em que estiver dirigida a sua atenção. Formação em Linha Empregada principalmente em área de mato, pois possibilita um volume de fogo à frente superior à formação em coluna, ideal para a busca em perímetros e aproximação do objetivo. Em caso de cerco em área de mato, onde o abordado estiver homiziado esta formação facilitará a cobertura de uma área maior, todavia exige o emprego de um grande efetivo. Neste caso de- verá ser verificada toda a área sob pena de facilitar a fuga do abordado ou mesmo possibilitar um ataque surpresa pela retaguarda. Quadro Comparativo QUADRO INDICATIVO DAS VANTAGENS ENTRE AS FORMAÇÕES EM LINHA E COLUNA FATORES A SEREM OBSERVADOS DURANTE O DESLOCAMENTO DA GUARNIÇÃO COLUNA LINHA Visibilidade 360º (por parte da Guarnição) x Velocidade da marcha x Em Vielas/Corredores x Em campo aberto x Apoio de Fogo x Varredura Perimetral x Aproximação segura do objetivo x Disciplina de luz e ruído x x SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 79 4. TÉCNICAS INDIVIDUAIS PARA PROGRESSÃO DE TROPA Alto Guardado Estacionamento realizado com proteção em todas as direções (360º) objetivando instru- ção ou proteção contra eventuais contatos. Deslocamento Formas de progressão adotadas de acordo com as condições do terreno, velocidade de deslocamento e proximidade do contato com o objetivo. Tipos de deslocamento a. Normal - deslocamento realizado pelos policiais mantendo a atenção para a sua zona de responsabilidade. b. Lanço - é um deslocamento curto e rápido, realizado entre duas posições abrigadas ou cobertas. Deve ser feito um movimento decidido por quem o executa, pois a parada ou recuo podem ser fatais. Antes de iniciá-lo, deve ser procedido um cuidadoso estudo da situação, para evitar uma indecisão no decorrer do deslocamento. Vale salientar que a técnica do lanço é mais indicada para áreas edificadas e com o policiamento disposto em coluna por um, para que cada componente possa prestar apoio de fogo quando do deslocamento de cada membro da fração de tropa. Para uma decisão firme e acertada, o policial ao se preparar para o lanço, deve responder para si próprio as perguntas que se seguem no quadro abaixo: QUESTIONAMENTOS EXEMPLO 01 EXEMPLO 02 EXEMPLO 03 EXEMPLO 04 para onde vou? Para a próxima pilastra à minha es- querda, a aproxima- damente 04 metros à frente. Para a lateral da porta do quarto. Primeira curva da escada. Até o fim do corre- dor. por onde vou? Pelo canto, colado à parede. Cruzando a sala. Próximo ao parapeito ou corrimão. Pelo canto da parede. como vou? Deslocando rápido, arma em condições de uso, voltada para a porta. Deslocando rápido, arma voltada para frente em condições de uso. Deslocando rápido com silhueta redu- zida, até me abrigar na curva, no próprio corrimão de pedra. Semiagachado, lentamente, sem fazer barulho, arma voltada para frente (fim do corredor). quando vou? Quando meu compa- nheiro se posicionar para me oferecer cobertura. Quando o compa- nheiro da frente cessar o “flash” da lanterna e se posicionar para a cobertura. Quando houver cobertura para a pri- meira curva e para o final da escada (lado oposto). Quando o compa- nheiro da frente, cessar o “flash” e se posicionar para a cobertura. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 80 c.Rastejo – deslocamento com a silhueta zerada em situações de risco iminente visando sigilo nas ações e/ou diante da proximidade de contato com o objetivo. Características do Deslocamento Durante os deslocamentos todo policial deve se preocupar com a execução de três ativi- dades simultâneas: a progressão, a ligação e a observação. Progressão – Deve-se utilizar sempre as cobertas e abrigos e manter a disciplina de luzes e ruídos. Ligação – Nunca perder o contato visual com o componente da guarnição que está à frente e à retaguarda, no deslocamento em coluna, e à esquerda e à direita, no deslocamento em linha, ficar atento para a transmissão de qualquer gesto ou sinal, retransmiti-lo e/ou exe- cutá-lo, conforme o caso. Observação – Cada policial deve manter constante observação no seu setor. O coman- dante deve tomar medidas visando que a observação seja feita em todas as direções, inclusive para cima. 5. SINAIS CONVENCIONADOS Para uma abordagem, muitas vezes, a fim de garantir maior segurança nas progressões e possibilitar a surpresa na aproximação, faz-se necessário a utilização de sinais que levem os componentes da guarnição policial a entender o que fazer sem necessariamente utilizar a voz ou outros ruídos. Assim sendo, convencionou-se alguns sinais que deverão ser treinados pelos policiais a fim de colocá-los em prática sempre que seja preciso. Dentre esses sinais destacamos: ATENÇÃO - Levantar um braço na vertical, mão espalmada, palma da mão voltada para frente. ALTO - Partindo da posição de atenção o Policial que estiver à frente cerrará o punho para cima. De imediato os Policias devem abrigar-se, livrando-se ao menos das vistas do(s) abordados (s). COLUNA POR UM - partindo do sinal de atenção o Cmt da Ptr fecha- rá o punho conservando o dedo indicador estendido para o alto. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 81 FORMAÇÃO EM LINHA - - após o sinal de atenção com o braço levantado à altura do ombro, aberto horizontalmente e palma da mão voltada para frente, indicará a direção da linha a seguir. DIREÇÃO - partindo da posição de atenção o Cmt abaixará o braço até a posição horizontal ao solo indicando a direção a ser seguida com o dedo indicador. NÚMERO DE PESSOAS - o Policial indicará que exis- tem pessoas com os dedos indicador e médio voltados para baixo formando um ângulo aberto, logo em seguida indicará a quantidade distendendo os dedos para cima conforme o número. REUNIR - partindo do sinal de atenção descrever círculos horizontais acima da cabeça. COMBATE IMINENTE - partindo da posição de atenção levará os dedos indicador e o médio à altu- ra da cabeça apontando para sua própria fronte. COBERTURA – fazer sinalização com a mão espalmada sobre a cabeça movimentando-a para frente e para trás. APOIO – bater levemente a mão espalmada sobre o próprio ombro do policial. LEMBRETE Os comandos por gestos deverão ser repetidos até o último policial para que o co- mandante tenha certeza que a mensagem chegou a todos. Devem ser realizados utilizando a mão fraca, uma vez que a mão forte encontra-se com o armamento. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 82 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 83 É a abordagem policial onde são praticadas técnicas específicas de progressão e domínio de área edificada, em ocorrências que não sejam de alta complexidade. EDIFICAÇÕES: todo e qualquer tipo de construção, que tenha como finalidade atender ao interesse do homem: edifício, prédio, casa, barraco, ruínas ou construções inacabadas. 1. TIPOS DE EDIFICAÇÕES ÁREA EDIFICADA EM ZONA URBANA: Conglomerado de construções dispostas ho- rizontalmente (casas e vilas) ou verticalmen- te (edifícios e conjuntos habitacionais). CASA ISOLADA: Construção afastada de ou- tras edificações em área urbana ou rural. FAVELAS: Conglomerado de construções dis- postas de formas variadas, construídas nor- malmente com diversos tipos de materiais, caracterizando-se pela falta de planejamento urbano e ocupação desordenada do solo. 2. TIPOS DE ABORDAGEM A EDIFICAÇÃO ABORDAGEM FURTIVA: é o tipo de abordagem mais indicada para o policiamento convencional,pois trata-se de uma ação lenta e minuciosa, executada de forma sistemática obedecendo a disciplina de luzes e ruídos. Por isso também é conhecida como abordagem sistemática ou silenciosa. Dessa forma a abordagem furtiva serve para ocultar a presença dos policiais na edificação, onde a duração e a velocidade não são essenciais, principalmente, quando se desconhece a localização do suspeito. A proteção deve ser realizada em 360º durante toda ação. Havendo treinamento específico, podem ser utilizados espelhos e escudo balístico. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 84 ABORDAGEM DINÂMICA: é um tipo de intervenção rápida, caracterizada pela neces- sidade de resguardar a vida de terceiros, onde é priorizada a velocidade da abordagem, ne- cessitando de treinamento, armamento e equipamentos específicos. É uma das alternativas táticas no gerenciamento de ocorrências de alta complexidade e não deve ser utilizada pelo policiamento convencional. ABORDAGEM EMERGENCIAL: Durante o curso de uma abordagem furtiva, se houver evolução da ocorrência com ameaça a vida, pode ser necessário a adoção de condutas da abordagem dinâmica. 3. ASPECTOS ESSENCIAIS DE SEGURANÇA Entendendo a realização de abordagem a edificações como uma ação de risco elevado e iminente, o PM deve considerar os seguintes aspectos: a. DESLOCAMENTO: realizado preferencialmente abrigado e/ou coberto, devendo evitar os ruídos de qualquer natureza e a emissão de luz deve ser empregada observando as técnicas preconizadas. b. PROTEÇÃO 360º: todos os policiais devem manter a sua zona de responsabildade durante a ação. O PM é responsável pela sua segurança e a dos demais componentes da equipe. c. LIGAÇÃO: o policial não deve perder o contato visual e deve estar em constante co- municação com os demais componentes da equipe. 4. CONCEITOS • ABRIGOS: são acidentes naturais ou artificiais que ocultam o policial da visão do oponente e permitem uma proteção balística a depender do calibre utilizado. • COBERTAS: são acidentes naturais ou artificiais que ocultam o policial da visão do oponente e não oferecem proteção balística. • SILHUETA: é a parte do corpo que pode ser percebida pela vista do opositor. • REDUÇÃO DE SILHUETA: consiste na diminuição da silhueta do policial mantendo uma postura diminuta em relação à posição habitual, deixando-o assim menos vul- nerável a uma agressão, bem como em condições de evoluir para uma progressão. • VARREDURA: é o conjunto de técnicas utilizadas para realização da busca de perí- metro, podendo esta ser feita com a utilização de equipamentos específicos. • TÉCNICA DO TERCEIRO OLHO: é a técnica em que o policial mantém o armamento na postura máxima para o local que estiver observando. • TOMADA DE ÂNGULO: é a técnica de realizar a visualização paulatina através da abertura de campo visual, distanciando-se das paredes, com o armamento em con- SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 85 dições de pronta resposta, evitando a exposição desnecessária do corpo. • FATIAMENTO: é um método utilizado na técnica da tomada de ângulo, visando obter a visualização completa (alto e baixo) de um ambiente durante a varredura. • OLHADA RÁPIDA: consiste em uma jogada rápida de cabeça para o local a ser varri- do retornando imediatamente para o local de proteção mantendo a postura máxima. No caso de uma segunda obervação, o ponto de olhada deve ser outro. Esta técnica é uma opção, devido a falta de espaço. • ÂNGULO MORTO: local de difícil visualização inicial na realização da varredura. • PONTOS DE PERIGO IMINENTE (PPI): é o ponto, local ou situação em um ambien- te onde existe a maior probabilidade de surgir uma ameaça contra o policial, podendo ser um indivíduo ou um local que possa estar escondida ou sair uma pessoa. • CONE DA MORTE: são pontos extremamente perigosos nas edificações (portas, ja- nelas, corredores, escadas, feixes de luz) os quais o policial militar deve se expor o mínimo possível. • SEGURANÇA DE PROFUNDIDADE: apoio para que seja mantida a segurança em todos os PPI durante a varredura. • TOMADA DE AMBIENTE: controle dos locais que já foram alvo da varredura. 5. FUNÇÕES DURANTE A ABORDAGEM A EDIFICAÇÕES Após a contenção do local a ser abordado, serão definidas as Equipes de Varredura e de Apoio, com a finalidade de estabelecer as funções conforme se segue: Equipe de Varredura É a fração constituída responsável pela busca no interior de uma edificação, atuando de maneira técnica e coordenada dentro das funções durante a ação. A composição ideal é a par- tir de 04 (quatro) policiais e os seus integrantes não possuem funções fixas (ponta, alas e reta- guarda), sendo que o comandante da ação poderá executar quaisquer umas delas, entretanto deve evitar ficar preso em situações como custódia de cômodo, vítimas e abordados, para que a fração não siga a abordagem sem seu comando. São funções na Equipe de Varredura: • PONTA – é o policial que está na frente da fração, tendo a responsabilidade de ex- plorar e conferir o que se encontra à frente no sentido da progressão da equipe, bem como proteger o avanço da fração. • ALA – são os policiais que vêm atrás do “Ponta”, responsáveis por promoverem a co- bertura daquele quando estiver executando a conferência do ambiente à sua frente, bem como realizarem a segurança das laterais da equipe. • RETAGUARDA – esta função caberá ao último homem que estiver na fração, deven- SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 86 do fazer a segurança dos locais já explorados durante a progressão. Equipe de Apoio É a fração que permanece fora da edificação, realizando a segurança da Equipe de Var- redura, tendo como responsabilidade manter observação dos Pontos de Perigo Iminente, bem como na observação das rotas de fuga, além de apoiar a equipe de varredura na edificação quando solicitado. 6. ASPECTOS GERAIS DA ABORDAGEM A EDIFICAÇÃO Nas abordagens a edificações devem ser observados os seguintes aspectos: a) Deve-se evitar a todo custo passar ou parar em frente ao local, priorizando o desem- barque das viaturas em local não visível por quem esteja na edificação a ser abordada; b) Deve ser providenciado o cerco e isolamento da edificação a ser abordada. Escolhendo pontos estratégicos, onde os policiais possam permanecer abrigados ou cobertos e com boa visibilidade da edificação; c) O Comandante da ação deverá: recolher todas as informações disponíveis; identificar os policiais envolvidos, distribuindo funções; escolher o local da entrada, que deverá ser única para evitar o fogo amigo. d) Analisar a edificação como um todo, identificando as vias de acesso e possíveis rotas de fuga; e) Manter-se abrigado ou coberto, sempre atento à fuga ou saída de pessoas da área cercada, bem como de ameaças externas; f) Manter controle visual sobre todos os pontos possíveis da edificação cercada; g) Posicionar-se fora da linha de tiro dos demais companheiros; h) Evitar o disparo de arma de fogo na direção da edificação, principalmente quando nela estiver atuando integrantes da equipe de varredura; i) Reorganizar o efetivo na finalização da abordagem. A equipe de varredura, depois de concluído todo o procedimento no interior da edificação, realiza a saída e conferência do seu efetivo, sendo relatadas as evidências relevantes. 7. PROCEDIMENTOS NA ABORDAGEM A EDIFICAÇÕES Procedimentos Gerais • Realizar varredura nos cômodos, um por vez, obedecendo as técnicas específicas; • Solicitar aos moradores ou quem for encontrado no local, informações relacionadas à ocorrência; • A fração deverá tomar cuidado com animais que possam ser ameaças à segurança da mesma; • Os elevadores devem ser evitados pela fração e devem ser mantidos no térreo; • Evitar o máximo não danificar objetos, móveis e outros pertences de forma desne- cessária; SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 87 • Realizar a Busca Pessoal antes de conduzir alguém para a viatura, evitandosua reali- zação em locais próximos a portas, janelas e junções do ambiente; • Se uma porta durante a progressão estiver entreaberta, o policial postando-se do lado da fechadura, poderá empurrá-la com a ponta dos dedos, ou com o pé, fazendo com que se abra totalmente até tocar a parede, possibilitando perceber caso haja alguém atrás desta; • Ao arrombar portas: deve-se observar a forma de abertura da mesma; atingir próximo à fechadura e evitar exposição devido à segurança; • Lembrar-se que o abordado, quando acuado procura qualquer meio, qualquer lugar, por mais difícil que pareça, para homiziar-se; • Durante a realização da varredura deve-se priorizar a comunicação por gestos, res- guardada algumas peculiaridades, como as progressões em ambientes de baixa visi- bilidade; • Ao adentrar um cômodo, não sendo encontrado suspeito, deve ser anunciado que o ambiente está “limpo”; • Verificando a existência de PPI cuja fração de tropa não tenha condições de cobrir, deve-se então pedir “apoio”. Procedimentos em Corredores O corredor é uma via de acesso limitada nas laterais. É uma área de circulação interna na edificação, que conduz aos seus cômodos, permitindo acesso às construções que a compõe. Por ser considerado, para efeitos de condutas a serem adotadas, como sendo uma viela ou uma avenida, é necessário que sejam aplicadas as técnicas de progressão. É importante frisar que o espaço físico dos corredores de uma edificação é menor que uma viela ou beco, e em virtude deste fato, a possibilidade de confronto é muito maior. Logo, devem ser considera- das as seguintes orientações: • Deslocar próximo à parede ou por lanços quando houver abrigos; • Reduzir a distância entre os componentes da equipe; • Manter apoio de fogo para todos os PPIs; • Atentar para as portas, janelas, telhado e o final do corredor; • Manter o controle do corredor, evitando o deslocamento do homiziado para atacar quem aborda o cômodo; • Entrar e sair pelo mesmo local na abordagem aos cômodos, por questões de seguran- ça, para evitar ser confundido com o procurado. • Controlar a região que ainda não foi tomada, e havendo equipe de apoio, não será necessário a varredura de retorno; SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 88 Procedimento em Escadas Numa abordagem a edificações o policial poderá se deparar com escadas, o que se cons- titui uma dificuldade, já que a possibilidade de reação por parte do efetivo policial é diminuída, tendo em vista o espaço físico e a irregularidade do piso. Para facilitar a transposição deste tipo de obstáculo, o PM deve seguir os seguintes procedimentos: • Controlar os PPIs; • Durante o deslocamento não cruzar as pernas, pois, se for necessário um movimento brusco, possivelmente ficará desequilibrado comprometendo a segurança; • Os PPI deverão ser cobertos a partir do mais próximo para o mais distante e por quantos policiais forem necessários, sempre observando a segurança de profundida- de; • Caso existam pessoas deslocando na mesma escada em direção à equipe, esta deve- rá ser conduzida para um local apropriado que favoreça a busca pessoal, mantendo o controles dos PPIs; • Cuidado para não cruzar a linha de tiro; • A verificação da escada poderá ser feita utilizando o espelho, diminuindo o risco para quem executa a progressão. Procedimentos em Cômodos Ao desenvolver a abordagem nos cômodos internos de uma edificação, a equipe deverá cumprir as seguintes etapas: Aproximação do Cômodo Os procedimentos adotados antecipadamente por parte dos integrantes da equipe, po- derão ser reavaliados e modificados durante a progressão no interior da edificação, conforme as orientações: • Manter a segurança para os locais ainda não tomados; • Parar e ouvir bem, analisar todos os detalhes do cômodo e destacar os pontos onde não tenha visão completa; • Verificar abrigos que possam ser usados a seu favor; • Partir sempre do princípio de que possam existir mais suspeitos do que foi detectado na coleta de dados; • Os abordados podem estar distribuídos em cômodos diferentes; • É fundamental a postura correta nos abrigos e nos lanços; • Os policiais, ao terminarem a abordagem ao cômodo, deverão retornar pelo mesmo lugar, evitando situações de risco com a segurança do grupo; • Estando os suspeitos barricados e resistindo à abordagem policial, deve-se verbalizar de maneira a persuadi-los, forçando-os a rendição. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 89 Busca Visual É a observação da parte interna do cômodo com o emprego de técnicas específicas, cha- madas de varreduras, que são procedimentos adotados pela equipe para identificar a existên- cia de pessoas durante a progressão, ou antes do adentramento do local, evitando a exposição dos policiais. Nas varreduras utilizam-se as seguintes técnicas: a) Técnica da Olhada Rápida – esta técnica consiste em um movimento rápido de corpo mantendo a postura máxima direcionando para o interior do cômodo, e retornando imediata- mente à posição inicial, evitando assim que se torne alvo fácil de ataque dos seus possíveis opositores; enquanto o policial executa este movimento, outros estarão fazendo a segurança do local bem como o apoio de fogo para quem observa o cômodo; esta observação deverá ser feita da forma mais dissimulada possível; se for necessário repetir este movimento, é impor- tante a mudança do ponto de observação. Esta técnica deve ser utilizada quando o espaço da edificação seja curto ou apertado e a equipe tenha dificuldade em ganhar ângulo. b) Técnica da Tomada de Ângulo – Consiste em abrir seu campo visual, distanciando-se das paredes. Isso fará com que seu campo visual domine a área não visualizada mantendo um ponto de proteção. Quanto maior seu ângulo de abertura, maior a percepção sem perder a proteção. Nessa técnica, ao mesmo tempo em que se observa o ambiente, apresenta-se pron- to para a execução do tiro, caso seja necessário; a varredura visual tem início determinando um ponto fixo, coincidente com a extremidade do cano da arma, e o executor fará um giro em torno deste, cobrindo “ângulo a ângulo”, “fatia a fatia”, todo o espaço físico que possa ser vi- sualizado; a desvantagem é que em ambientes de pouco espaço, os policiais terão dificuldade de “ganhar ângulos” podendo assim utilizar a olhada rápida. Ao ganhar os ângulos, o policial deve primar para que a ponta do cano da arma, a cabeça, o cotovelo, o ombro e o pé estejam juntos em cada ângulo conquistado. Essa técnica pode ser usada para escadas, corredores, carros, cômodos, cantos de armários etc. c) Técnica do Uso de Espelho - é a forma mais segura de se observar um ambiente sem necessariamente o executor precisar se expor pois, um espelho preferencialmente convexo, será projetado para dentro do cômodo através de um extensor, permitindo a busca visual no interior do ambiente; o policial que desenvolve esta manobra precisará de apoio de fogo, pois terá diminuída a sua capacidade de reação, já que a princípio estará deitado ou ajoelhado. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 90 Entrada no Cômodo Existem diversas técnicas a serem utilizadas pelo policial na entrada em cômodos, ca- bendo ao mesmo escolher uma delas de acordo com o cenário encontrado. As principais Técnicas de Entrada são: a) Entrada por Setor – deverá ser utilizada quando a equipe só tiver condições de se postar em um lado da entrada do cômodo. Os dois primeiros se postarão ombro a ombro e adentrarão quase que simultaneamente varrendo os seus respectivos “ângulos mortos”, dei- xando espaço suficiente para o restante da tropa adentrar o recinto. b) Entrada Cruzada – o policial deverá buscar na entrada os PPI como o “ângulo morto”, não sendo esta apropriada para tomadas de corredores ou outros locais que possuam paredes internas próximas à abertura. Esta entrada deverá ser feita em dupla, de forma que cada um dos policiais se aproxime até a porta de lados diferentes.c) Entrada em Gancho – essa entrada deve ser realizada quando no ambiente seguinte o policial se deparar com dois ou mais “ângulos mortos”, ou um dos lados já tenha alguma parede. 8. USO DO ESCUDO BALÍSTICO Um dos equipamentos essenciais para a proteção coletiva é o escudo balístico. Este ins- trumento pode ser utilizado na Abordagem a Edificações. Aspectos Gerais Alguns aspectos devem ser considerados quanto à utilização do escudo balístico: • Postura do Escudeiro: a postura mais indicada para o policiamento convencional é a que o escudeiro empunha o escudo com as duas mãos. Nesta hipótese sempre com apoio de fogo. • Uso em Corredores: verificar o melhor lado para deslocamento evitando portas, ja- nelas e becos. • Técnicas de Varredura com Escudo: posicionar o escudo de forma segura próximo ao PPI, permitindo ao segundo homem fazer a aproximação utilizando as diversas técnicas. • Extração de Feridos: em caso do integrante da equipe ter sido ferido ou alvejado o escudo pode proporcionar a segurança para a equipe efetuar a extração. • Retração: em caso de emboscada permite o regresso da equipe com segurança. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 91 Técnicas de Utilização do Escudo São as técnicas mais recomendadas para o policiamento convencional: Lambida: é a técnica que consiste em posicionar o escudo rente a porta girando e to- cando a parede (esquerda ou direita) com sua lateral, possibilitando a entrada da equipe ao cômodo com mais segurança, evitando que esta seja atingida. Esmagamento: é a técnica que consiste no avanço da equipe contra a ameaça até que a esmague contra algum anteparo, impossibilitando a reação do suspeito. Quadro Comparativo VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DO ESCUDO BALÍSTICO VANTAGENS DESVANTAGENS Maior proteção Menor mobilidade Forte Impacto Psicológico Dificulta a empunhadura de armas de fogo O escudo atrai atenção e possíveis disparos LEMBRETES 1. A realização de abordagem a edificações consiste em uma ação que oferece risco considerável ao policial. Desta forma, em situações onde exista confirmação ou evidências que pressuponham a presença de marginais de alta periculosidade, o ideal é solicitar apoio de tropa especializada. 2. Em situações de crise com reféns, o indicado é que o policiamento convencional atue conforme as orientações previstas para o primeiro interventor em ocorrências com refém. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 92 REFERÊNCIAS • ARANHA, Roberto. Manual de Policiamento Ostensivo. Ed. Garamond, Sal- vador, 1993. • GUEDES, Edmundo. O Planejamento Operacional em Polícia Militar – PMBA, 1990. • LEÃO, Décio José Aguiar. Doutrina para ações antibombas. Monografia (Pós Graduação Lato Senso em Política e Estratégica) – Universidade de São Pau- lo, São Paulo, 2000). • MAGALHÃES, Antônio Carlos Silva (Org.); LUCAS, Miguez Palma (Org.). Ma- nual Básico de Abordagem Policial – PMBA, 2000. • PMBA. Portaria n° 002-CG. Procedimento Operacional Padrão n° 001. Nor- mas para Radiopatrulhamento Motorizado Terrestre – 2011. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 93 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 94 TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM ABORDAGEM COM EMPREGO DE CÃES O emprego de cães em apoio na atividade policial deve ser solicitado em ocorrências que favoreçam as habilidades naturais desses semoventes, já legitimadas no âmbito das forças policiais, sendo elas basicamente a guarda e proteção, e atividades com utilização do faro. Essas habilidades básicas dos cães se subdividem em especialidades específicas, a sa- ber: • guarda e proteção em abordagens a pessoas em ambientes comuns; • guarda e proteção em ambientes prisionais; • guarda e proteção em operações de controle de distúrbios civis; • busca e captura em locais complexos (matas fechadas, áreas alagadas, pântanos, ruínas etc.); • buscas e varreduras de narcóticos; • buscas e varreduras de explosivos; • buscas e varreduras de armas de fogo; • outras buscas e varreduras mais exóticas de acordo com a disponibilidade (animais silvestres, celulares etc.). 1. O acionamento do apoio especializado com cães deverá ser realizado via Central de Operações. 2. Ao solicitar o apoio é de extrema importância que o efetivo da área passe um diagnós- tico completo da situação, fornecendo todos os dados necessários para avaliação do emprego útil dos cães. Entre os dados técnicos estão: • objetivo da missão (guarda e proteção, busca e captura de pessoas, busca de narcó- ticos, busca de explosivos); • tipo do ambiente, especificando as características (solo, vegetação, presença de meio aquático etc.); • dimensão aproximada da área; • temperatura estimada; e • informações diversas julgadas pertinentes. 3. Para a abordagem policial com cães, o efetivo habilitado para tal será o da Companhia de Operações com Cães, situada no Batalhão de Polícia de Choque, o qual está devidamente capacitado a lidar com esse tipo de especialidade (Canil Central) ou canis setoriais do interior do Estado desde que referendados pelo Canil Central, conforme a legislação vigente. 4. O efetivo da área poderá prestar apoio em abordagens e eventuais incursões, desde que sejam seguidas instruções em relação a como se comportar na presença dos cães. Tam- bém deverá orientar os cidadãos quanto aos cuidados de aproximação dos animais e de movi- SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 95 mentações bruscas, com vistas a evitar acidentes. Salientando que o efetivo da área não está habilitado para conduzir os cães, sendo responsabilidade exclusiva dos cinotécnicos; 5. O efetivo mínimo padrão utilizado para operações com cães é de 2 (dois) policiais e 1 (um) cão, sendo que o primeiro será o responsável pela condução do cão e o segundo respon- sável pelo suporte. Mais policiais de outras frações de tropa poderão compor o dispositivo de abordagem. Mediante as peculiaridades do local, a distância de segurança entre os policiais e o cão será estabelecida com orientação do(s) cinotécnico(s) presente(s); 6. O emprego dos cães estará condicionado à avaliação criteriosa de todos os aspectos técnicos que propiciem a atuação. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 96 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 97 TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM TROPA MONTADA A tropa montada é um processo que se utiliza do cavalo para realizar policiamento os- tensivo e é utilizada em terrenos de difícil acesso para o policial militar a pé ou com viatura, a exemplo de parques, dunas, barrancos etc. Uma guarnição de policiamento montado possui elevada mobilidade podendo se deslocar de um local a outro com rapidez. O policial militar montado por conta de estar elevado consegue visualizar e atuar em um grande raio; em gran- des centros urbanos os cavalos impõe um grande efeito psicológico sendo também utilizado como tropa de choque montado. Por outro lado, o cavalo apresenta reações que impõem cui- dados da parte do cavaleiro. • Em nenhum momento deve haver aproximação de um cavalo pela sua retaguarda, em virtude do risco de coices. • Ambientes energizados e com pisos escorregadios impõem restrições ao policiamento montado. • No ambiente rural, o cavalo torna-se um aliado em deslocamentos de grandes dis- tâncias. • Para evitar a propagação de doenças infectocontagiosas deve-se evitar o contato com outros animais, principalmente, os de origens desconhecidas. • O deslocamento em vias de trânsito deve ocorrer no sentido estabelecido pelo Código de Trânsito Brasileiro. • Em locais de aglomeração de pessoas deve-se redobrar os cuidados com crianças e idosos. A fração elementar de tropa montada é o conjunto composto por um cavalo e um policial militar. A fração ideal para o policiamento ordinário com tropa montada é composta por três conjuntos. Durante a busca pessoal, um dos policiais militares exercerá a função de guarda- -cavalos ficando, também, responsável pela segurança externa. Em eventosesportivos, estabelecimentos prisionais e festas populares, a atuação da tro- pa montada deve ser priorizada em áreas de estacionamentos, vias de acesso e locais abertos. Não é recomendado adentrar com tropa montada em ambientes confinados. Os locais de apeamento são pontos preestabelecidos que tem como objetivo permitir ao policial militar descer da sua montaria para conferir o encilhamento ou efetuar abordagens. Em regra, o policial militar deve permanecer 45 min montado e 15 min apeado a cada hora cheia. As armas portáteis não são recomendáveis para o uso no policiamento com tropa mon- tada. As armas de porte deverão estar em coldres de cintura ou nos coletes balísticos e sempre que possível, deverão estar presas em fiéis. São equipamentos suplementares de segurança do policial militar que atua em tropa montada: o bastão policial, espargidor de agente químico, arma de choque elétrico. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 98 A condução do preso deve ser realizada por viatura. Havendo disponibilidade o Coman- dante deve solicitar o apoio da Unidade; caso não seja possível, deve solicitar apoio ao CICOM. Em caso de disparo de arma de fogo contra a Guarnição admite-se o revide imediato por parte do policial montado, todavia, por motivo de segurança e para possibilitar uma maior estabilidade de tiro, recomenda-se tão logo seja possível, o apeamento para o revide até ces- sar a agressão. O disparo deve ser realizado estando o policial militar com as rédeas justas e deve-se evitar a direção da cabeça do cavalo. Deve-se evitar montar e apear com a arma na mão para evitar acidentes. O policial militar montado deve observar os níveis de segurança estabelecidos neste Manual. A abordagem e busca pessoal estando o policial militar montado, em dupla, não é reco- mendada, mas caso seja extremamente necessária deve-se adotar extrema cautela, devendo o Comandante realizar a função de guarda-cavalos e segurança de busca; Vejamos, didaticamente, quais procedimentos devem ser adotados: 1. APROXIMAÇÃO – Nesse momento, a Guarnição, já ciente do objetivo, realizará a aproximação ao cidadão que será sujeito à abordagem. Para tanto, os policiais militares se deslocarão ao passo em direção à sua locali- zação, podendo ser adotada a andadura trote se a situação e o terreno permitirem. Durante o deslocamento, a fração que antes se deslocava na formação coluna por um passará para a formação em linha, devendo o patrulheiro 1 e 2 se posicionar à esquerda e à direita do Co- mandante, respectivamente. 2. VERBALIZAÇÃO – Ao se aproximar do cidadão, o Comandante da Guarnição se po- sicionará a uma distância que permita uma verbalização adequada, fazendo alto. Logo após, procederá com a identificação do cidadão e os comandamentos necessários (Polícia. - Você de camisa vermelha, abordagem policial, coloque as mão na cabeça, entrelace os dedos e vire de costas). 3. APEAMENTO – Após o cidadão ado- tar a postura de busca se iniciará o processo de apeamento. O patrulheiro 1, situado à es- querda, será o primeiro a apear devendo, para tanto, acondicionar a arma no coldre; caso não esteja, proceder o apeamento, retirar as réde- as do pescoço do cavalo, voltar a frente para o abordado, com uma das mãos segurará as rédeas e com a outra ficará em condições de reagir a qualquer agressão. Logo após, o Comandante guarda a arma no coldre, apea do cavalo, P2 P1 CMT SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 99 retira as rédeas do pescoço do animal, passa as rédeas ao patrulheiro 1 e volta à frente ao abor- dado, nesse instante o Patrulheiro 1 assume as rédeas do cavalo do Comandante e volta o seu olhar para a retaguarda do local da abordagem, ficando responsável pela segurança externa a partir de então. O patrulheiro 2 guarda a arma, apea do cavalo, retira as rédeas, entrega ao pa- trulheiro 1 e se aproxima do abordado. 4. BUSCA PESSOAL – O comandante será o Segurança de Busca e o patrulheiro 2 será o Homem-Busca. 5. CONCLUSÃO – O comandante finaliza a abordagem registrando os dados básicos para fins estatísticos, bem como, orienta o cidadão acerca dos objetivos da atuação policial militar naquela localidade. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 100 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 101 TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM ABORDAGEM EM AMBIENTE AQUÁTICO Quando se trata de abordagem policial em ambiente aquático, há necessidade de efetivo policial militar especializado, que possua conhecimento, habilidade e equipamentos específi- cos tanto individuais quanto coletivos, sem os quais, não existe condição de efetuar a aborda- gem de forma eficaz e segura. Sequência das Ações 1. O Policial Militar ao ter necessidade de efetuar abordagem de suspeito(s) em ambiente aquático deverá de imediato solicitar o apoio da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental – COPPA, ou de qualquer outra OPM, na Capial ou interior do Estado, que possua no seu orgânico guarnição especializada para este tipo de intervenção policial. Dependendo da circunstância, também poderá ser solicitado o apoio do GRAER, devendo esta solicitação, em quaisquer um dos casos, ser rea- lizada via rádio ou telefonia celular, através do CICOM; 2. O Policial Militar não deverá adentrar no ambiente aquático em hipótese nenhu- ma, haja vista não deter as técnicas, táticas e equipamentos necessários para este tipo de intervenção policial; 3. Até a chegada da guarnição especializada para atuar neste tipo de intervenção policial, o Policial Militar deverá da margem, manter a vigilância, visando obter o máximo de características do(s) suspeito(s). Ao se fazer presente a guarnição especializada, o Policial Militar deverá transmitir as ca- racterísticas colhidas do(s) suspeito(s) via rádio, bem como apoiar na possível fuga do suspeito para a margem, executando os procedimentos de abordagens correspondentes ao local e a proporcionalidade referenciados neste manual. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 102 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 103 TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM PROCEDIMENTOS EM ABORDAGENS COM APOIO AÉREO As aeronaves empregadas no apoio aéreo serão utilizadas como plataforma de observa- ção que irá possibilitar a ampliação do campo de visão do policial militar, bem como o raio do alcance de sua atuação. Emprego do Helicóptero • Apoio em abordagens de maior complexidade • Fuga utilizando veículo (acompanhamento) • Rebeliões e fugas em estabelecimentos prisionais • Operações policiais multimissão (diversos tipos de missões no âmbito policial e de- fesa civil) • Cerco diversos (plataforma de observação e apoio de fogo) • Remoções aeromédicas • Monitoramento de trânsito – retenções e acidentes (urbano e rodoviário) • Escoltas diversas (escolta de valores / escolta de dignitários) • Manifestações e distúrbios civis (levantamento e registro de imagens) • Incêndios urbanos e florestais • Salvamento em altura e salvamento aquático • Ações de busca a pessoas perdidas • Fuga de marginais por ambiente líquido • Policiais feridos Acionamento e Comunicação - CICOM – STELECOM a) Telefone - 190 b) Rádio (Freq. da área) - CENOP - GRAER visto. Peculiaridades • Rapidez – Velocidade de cruzeiro 203 Km/h • Possibilidade de visão noturna e térmica (FLIR) • Capacidade de captar e transmitir imagens (FLIR) • Autonomia – 3 (três) horas de voo – após reabastecimento, poderá retornar para a operação • Equipe – Piloto (Cmt. de Aeronave) – Copiloto (Oficial de operações aéreas) • Tripulantes Operacionais (Patrulheiros - Direita / Esquerda) • Iluminação – Farol de busca com grande potência • Comunicação – Canal Tetra SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 104 Utilizar a Técnica do Relógio A referência será a aeronave, da seguinte forma: Para a frente = 12 horas da aeronave Para trás = 06 horas da aeronave Para a direita = 03 horas da aeronave Para a esquerda = 09 horasda aeronave LEMBRETE O policial militar deverá buscar a comunicação bilateral terra-ar-terra (solo com ae- ronave). A equipe que está no solo deverá informar via rádio ou telefone a sua localização para a aeronave, binômio ver e ser visto. Cuidados • Não se aproximar da aeronave sem permissão da tripulação • Proibida a aproximação do PM em direção a aeronave por trás, devido ao risco do rotor de cauda • A aproximação para a aeronave deve ser realizada pela frente • Não aproximar conduzindo objetos acima da cabeça e na vertical • Caso a aeronave necessite pousar, isolar o local, não permitindo a aproximação de curiosos, principalmente crianças, junto ao rotor de cauda • Se for o caso, deve-se identificar um local para a adaptação de uma zona de pouso de helicóptero (ZPH) • Não lançar nenhum objeto em direção a aeronave • Aproximação pela frente da aeronave com silhueta baixa • Não olhar diretamente para o foco de luz emitido pelo farol de busca, no período noturno • Não efetuar disparos de armas de fogo para cima sob nenhuma hipótese LEMBRETE Após a chegada do apoio aéreo, o policial militar deverá permanecer engajado na missão e manter o seu ritmo de trabalho. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 105 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 106 TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM PRIMEIRAS RESPOSTAS EM OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO BOMBAS E ARTE- FATOS EXPLOSIVOS Objetivando a padronização de conceitos e definições, bem como a aplicação dos proce- dimentos constantes deste manual, temos: Conceitos • EXPLOSIVO: é todo produto que, por meio de uma excitação adequada, se transforma rápida e violentamente de estado, produzindo gases, altas pressões e elevadas temperaturas, bem como os produtos explosivos industrializados comerciais e militares; • BOMBA: engenho construído com a utilização de substâncias ou produtos explosivos ou inflamáveis com a finalidade de causar danos, lesões ou mortes; • SIMULACRO: engenho construído e, dolosamente colocado ou instalado, que apresen- te características similares às de uma bomba, mas que não detenha potencial lesivo, seja em virtude da ineficácia dos materiais, produtos ou componentes utilizados em sua confecção, seja pela inexistência e/ou ineficiência absoluta de mecanismos capazes de promover o seu acionamento; • INCIDENTE CRÍTICO ENVOLVENDO BOMBAS E EXPLOSIVOS: toda situação não rotineira que envolva ameaça, atentado, colocação, desvio, localização ou utilização ilícita ou não autorizada de materiais, produtos, artefatos ou engenhos construídos com substâncias explosivas e/ou inflamáveis, que exija resposta especializada dos órgãos de segurança pública, em razão do potencial lesivo, inquietação ou perturbação da paz pública, com grande risco à segurança, vida, integridade física ou ao patrimônio das pessoas; • EXPLOSÃO DE BOMBAS E EXPLOSIVOS: incidente que resulta nos efeitos do seu potencial danoso (explosivo, incendiário ou de outros resultados), podendo ser decorrente de atentado (ação criminosa prevista pelo seu agente), ou iniciação acidental (oriunda de manu- seio errôneo ou falha de algum mecanismo de acionamento ou segurança); • EXPLOSIVISTA: policial habilitado através de curso específico para operar em ocorrên- cias que envolvam ameaça, localização e destruição/desativação de substâncias e artefatos explosivos oriundos de ação criminosa ou terrorista. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 107 Procedimentos Em virtude do seu potencial lesivo, os incidentes críticos envolvendo bombas e explo- sivos deverão ter prioridade no atendimento, demandando medidas de prevenção, suporte, apoio e/ou emprego técnico-especializado, devendo-se para tanto adotar os seguintes proce- dimentos: • O primeiro Policial Militar que tiver conhecimento de incidente crítico en- volvendo bombas e explosivos ou objeto suspeito, dirigir-se-á ao local de modo a verificar, com segurança, a veracidade do fato; • Não mexer, não tocar e não remover o objeto suspeito; • Isolar o local, estabelecendo um perímetro mínimo de segurança de 50 (cinquenta) metros, não permitindo a aproximação de curiosos ou pessoas não autorizadas; • Informar imediatamente, ao seu escalão superior, o qual acionará o Centro Integrado de Gestão de Emergências (CIGE), para que sejam adotadas as medidas iniciais no local e, caso necessário, haja o encaminhamento de recursos especiali- zados; • Coletar o maior número de informações possíveis acerca do ocorrido, bem como das características do objeto suspeito; • Manter-se afastado do objeto suspeito aguardando a chegada do efetivo especializado (Companhia Antibomba – BOPE). SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 108 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 109 TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM PRIMEIRA INTERVENÇÃO EM ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS As Operações Policiais em Estabelecimentos Prisionais possuem características específi- cas que as diferem das demais operações, requerendo assim condutas apropriadas no Teatro de Operações e emprego de tropa especializada. A tropa convencional tem um papel impor- tante no primeiro contato com ocorrências em Estabelecimentos Prisionais, pois a contenção e isolamento são medidas iniciais de extrema relevância a serem tomadas pelo Primeiro Inter- ventor e que, sendo realizadas de forma inadequada, poderão prejudicar as demais etapas do processo de retomada da ordem. Dessa forma, a tropa convencional deverá realizar, com prioridade, o cerco e o isola- mento do Estabelecimento Prisional, além de proceder com o patrulhamento motorizado no perímetro externo do local com vistas a evitar fugas e capturar presos fugitivos, se for o caso. Conceitos Básicos ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS Estruturas carcerárias destinadas à custódia de pessoas em conflito com a lei, abran- gendo presídios, cadeias públicas, penitenciárias, conjuntos penais, colônias penais, casas de albergado e delegacias. PRIMEIRO INTERVENTOR Policial Militar ou Guarnição PM que primeiro atende a ocorrência em Estabelecimento Prisional. FUGA Quando o interno ou grupo de internos, com ou sem auxílio (pessoal ou material), ultra- passa os limites carcerários conseguindo evadir das instalações do Estabelecimento Prisional. REBELIÃO É um tipo de delito contra a ordem pública caracterizado pela recusa do interno ou grupos de presos em obedecer as ordens legais estabelecidas pelas autoridades do sistema prisional, podendo iniciar com uma desobediência civil e evoluir para uma resistência armada. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 110 Procedimento em Presídios, Cadeias Públicas, Penitenciárias, Conjuntos Penais ou Colônias Penais. Procedimento Geral • No caso de estabelecimento prisional com atividade de guarda realizada por Unidade de Polícia de Guarda da PM, deverá o Oficial de serviço ou o Coman- dante da Guarda, tão logo tome conhecimento da informação de ocorrência, deslocar ao local para verificar a veracidade do fato; • O Oficial de serviço deverá coletar todas as informações a respeito da ocorrên- cia e informar ao escalão superior, que por sua vez, poderá solicitar reforço e acionar, seguindo a cadeia de comando, a(s) Unidade(s) Operacional(is) Es- pecializada(s) e Corpo de Bombeiros Militar, se for necessário, para adoção de medidas especiais; • As informações coletadas a respeito da ocorrência serão transmitidas à tropa especializada apresentando todos os dados necessários; • A tropa deverá estar instruída a só efetuar disparo de arma de fogo em caso de agressão injusta pelo mesmo instrumento letal contra si ou terceiros, priorizan- do o uso de outros meios de força disponíveis; • Ao final da ocorrência, deverá constar em relatório específico todos os fatos e as providências adotadas. Procedimento em Ocorrência de Fuga • Adotar os itens dos Procedimentos Gerais; • Caso a situação seja confirmada, o Oficial de serviço ou Comandante da Guar- da deverá convocartodo o efetivo disponível, a fim de realizar o cerco e isola- mento do local; • O efetivo envolvido na ocorrência deverá, durante o cerco e isolamento, identi- ficar possíveis acessos e locais que possam ser usados como meio de evasão; • Deverá ser reforçado o perímetro externo com o patrulhamento motorizado, a fim de evitar novas fugas, mantendo a contenção nas imediações e acessos ao local, além de executar a busca e captura dos presos fugitivos; • Isolar o local da ocorrência, retirando pessoas que não estejam envolvidas di- retamente com a solução do problema e restringindo o acesso ao ponto crítico; • As tropas especializadas poderão ser acionadas, seguindo a cadeia de Coman- do, as quais adotarão as medidas especiais de sua competência; • Se algum fugitivo for capturado, aquele deverá ser conduzido até o estabeleci- mento penal para adoção das medidas pertinentes. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 111 Procedimento em Ocorrência de Rebelião • Adotar os itens do Procedimento Geral; • Caso a situação seja confirmada, o Oficial de serviço ou Comandante da Guarda deverá convocar todo o efetivo disponível, a fim de realizar o cerco e isolamento do local; • Isolar o local, retirando funcionários civis e pessoas que não estejam envolvidas diretamente com a solução do problema, bem como restringindo o acesso ao ponto crítico; • Deverá ser reforçado o perímetro externo com o patrulhamento motorizado, a fim de auxiliar no impedimento de fugas, mantendo a contenção nas imediações e acessos ao local, robustecendo a segurança nesses locais; • As tropas especializadas deverão ser acionadas seguindo a cadeia de Comando, as quais adotarão as medidas especiais de sua competência; • Providenciar socorro inicial a possíveis vítimas entregando-as a prepostos da área de saúde que deverão estar no local da ocorrência; • Após a solução da crise, as Unidades Operacionais envolvidas retomarão as suas atividades normais. Procedimento em Delegacias Procedimento Geral • Ao ser acionado para atender a ocorrência, informar deslocamento à Central de Rádio ou CICOM; • Ao chegar ao local, manter contato com o responsável pelo estabelecimento a fim de colher informações a respeito do tipo de ocorrência, motivação e envol- vidos; • Ficando constatada a ocorrência, deverá informar ao escalão superior, que, por sua vez, poderá solicitar reforço e acionar, seguindo a cadeia de comando, a(s) Unidade(s) Operacional(is) Especializada(s) para adoção de medidas especiais; • Coletar todas as informações a respeito da ocorrência a fim de transmitir à tropa especializada todos os dados necessários; • Ao final da ocorrência, deverá constar em relatório específico todos os fatos e as providências adotadas. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 112 Procedimento em Ocorrência de Fuga • Adotar os itens dos Procedimentos Gerais; • O efetivo envolvido na ocorrência deverá, durante o cerco e isolamento, identi- ficar possíveis acessos e locais que possam ser usados como meio de evasão. • Deverá ser reforçado o perímetro externo com o patrulhamento motorizado, a fim de evitar novas fugas, mantendo a contenção nas imediações e acessos ao local, além de executar a busca e captura dos presos fugitivos; • Isolar o local da ocorrência, retirando pessoas que não estejam envolvidas di- retamente com a solução do problema e restringindo o acesso ao ponto crítico; • Solicitar reforço de efetivo ao Comando Regional da área de responsabilidade, se for necessário; • As tropas especializadas poderão ser acionadas, seguindo a cadeia de Coman- do, as quais adotarão as medidas especiais de sua competência; • Se algum fugitivo for capturado, aquele deverá ser conduzido até a Delegacia para adoção das medidas pertinentes. • Providenciar socorro inicial a possíveis vítimas entregando-as a prepostos da área de saúde que deverão estar no local da ocorrência. • Após a solução da crise, as Unidades Operacionais envolvidas retomarão as suas atividades normais Procedimento em Ocorrência de Rebelião • Adotar os itens dos Procedimentos Gerais; • Caso a situação seja confirmada, o Oficial de serviço deverá convocar todo o efetivo disponível, a fim de realizar o cerco e isolamento do local; • Isolar o local, retirando funcionários civis e pessoas que não estejam envolvidas diretamente com a solução do problema, bem como restringindo o acesso ao ponto crítico; • Deverá ser reforçado o perímetro externo com o patrulhamento motorizado, a fim de auxiliar no impedimento de fugas, mantendo a contenção nas imediações e acessos ao local, robustecendo a segurança nesses locais; • Solicitar reforço de efetivo ao Comando Regional da área de responsabilidade, se for necessário; • As tropas especializadas deverão ser acionadas seguindo a cadeia de Comando, as quais adotarão as medidas especiais de sua competência; • Providenciar socorro inicial a possíveis vítimas entregando-as a prepostos da área de saúde; • Após a solução da crise, as Unidades Operacionais envolvidas retomarão as suas atividades normais. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 113 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 114 TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM PRIMEIRA INTERVENCÃO EM OCORRÊNCIAS COM REFÉNS Ocorrências pouco comuns, a exemplo daquelas envolvendo reféns, doutrinariamente classificadas como eventos críticos, têm exigido uma atuação cada vez mais especializada por parte dos órgãos de segurança pública. Esta preocupação aumenta tendo em vista o imi- nente risco de morte ao qual todos os envolvidos estão submetidos. Portanto, a capacitação do profissional de segurança pública, para a primeira intervenção em ocorrências com reféns, fornecerá ao agente de segurança, informações essenciais sobre procedimentos e posturas a serem adotadas primariamente, minimizando o risco para todos os envolvidos e colaborando para a solução pacífica e aceitável da crise. Procedimentos Para tanto, apresenta-se o seguinte rol de procedimentos a serem adotados quando da atuação policial militar neste tipo de ocorrência. 1. Cerco do local (contenção); 2. Coleta de informações essenciais: a. Causador (criminoso comum ou mentalmente perturbado); b. Reféns (informações diversas, nomes, quantidade etc.); c. Instrumento de ameaça (poder letal); d. Motivação e finalidade; e. Características do local. 3. Solicitar reforço; 4. Estabelecer isolamento inicial; 5. Não entrar no ponto crítico; 6. Havendo disparos, buscar abrigo e não revidar; 7. Não usar a força, exceto em situações de iminente ou deflagrada violência contra o refém; 8. Providenciar socorro a eventuais vítimas; 9. Preferencialmente, manter contato verbal se solicitado pelo causador. Havendo conta- to, não o fazer cara a cara. Se proteger; 10. Deixar o causador falar à vontade; 11. Ser honesto e evitar truques; 12. Não fazer concessões e não oferecer algo; 13. Não fazer ameaças; 14. Não exigir a imediata rendição do causador e libertação do refém; 15. Evitar linguagem negativa, pejorativa e/ou imperativa; 16. Não aceitar e não estabelecer prazos fatais; SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 115 17. Não envolver não policiais na comunicação com o causador, mesmo com promessa de rendição; 18. Não trocar o refém; 19. Havendo rendição, permanecer em postura de segurança; 20. Sempre usar equipamento de proteção individual, escudo balístico (se disponível) e permanecer armado. Ressalta-se que as orientações acima são de aplicabilidade por parte do Primeiro Inter- ventor, que é o policial que primeiro chega ao local do evento crítico, para dar o atendimento inicial à ocorrência, não devendo ir além do que está orientado, sob pena de colaborar para um possível desfecho trágico. A tarefa de negociar é de exercício exclusivo do policial militar Negociador, devidamen- te capacitado para atuar dentro das táticas e técnicas da Negociação Policial, devidamente amparadopor outros negociadores e sob gestão de um policial militar Gerente de Crise, num cenário especialmente montado para atender o evento crítico. Compete ainda ao Primeiro Interventor, a cessão de todas as informações colhidas, de modo a subsidiar a atuação das equipes especializadas, sendo ele, portanto, uma ferramenta essencial para o sucesso das respostas à crise, dadas pela Polícia Militar da Bahia. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 116 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 117 TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM ABORDAGENS EM CONDIÇÕES DE BAIXA VISIBILIDADE A abordagem por si só, já representa grandes riscos para os policiais, potencializando-os em ambientes escuros. Sendo assim, a lanterna passa a ter fundamental importância para a se- gurança da equipe, como também para as pessoas envolvidas na ocorrência. Deverá ser utilizada de forma bastante consciente, pois da mesma forma que servirá para facilitar o deslocamento do grupo policial, poderá denunciar a presença da equipe e até mesmo favorecer aos procurados esboçarem algum tipo de reação. Procedimentos Seguem alguns procedimentos básicos para abordagens em baixa luminosidade, com a utilização da lanterna: a) FAZER A LEITURA DOS NÍVEIS DE ILUMINAÇÃO - em caso de abordagem noturna ou em local que não penetre luz natural, o policial que estiver à frente deverá fazer a correta leitura dos níveis de luminosidade do ambiente a ser abordado. Existem vários níveis de luminosidade, luzes brilhantes, luzes médias, pouca luz e nenhuma luz. O policial ao se aproximar de seu ob- jetivo que estiver com luzes brilhantes, ou seja, luzes acesas, deverá ao adentrar no ambiente o fazer com luzes acesas, visando ofuscar sua ameaça ao tempo que blinda sua equipe. Quando estiver progredindo de um ambiente iluminado para um ambiente escuro ou com pouca lumino- sidade deverá proceder de forma semelhante a anterior. Contudo, deverá desligar as luzes de sua lanterna assim que esteja dentro do ambiente, procurando sempre utilizar o escuro em seu favor. Quando estiver progredindo do ambiente escuro para outro ambiente escuro deverá proceder com lanternas apagadas, objetivando sua ocultação evitando que seja visualizado por alguma ameaça ou agressor. b) EVITE LUZES NAS COSTAS – o policial nas abordagens em baixa luminosidade deverá estar sempre evitando iluminar as costas dos outros policiais. As luzes nas costas é uma das fa- lhas mais comuns neste tipo de situação. Ao acender de forma errada a lanterna em ambientes de baixa luminosidade o PM poderá, além de denunciar sua equipe, projetar silhuetas facilitando desse modo a visualização da tropa pelo infrator. c) ILUMINE E MOVA - este procedimento básico é a forma mais segura que o policial deve adotar para progredir ou se deslocar em ambientes de pouca ou nenhuma luminosidade. Com a iluminação direcionada sempre para os ambientes escuros, na postura máxima – todo local escuro possui ameaça – ele estará atuando de forma a conseguir identificar e engajar possíveis ameaças que se encontrem no ambiente. Esse procedimento também deve ser executado traba- lhando sua lanterna em diferentes alturas. d) USO INTERMITENTE DA LUZ - o operador deverá trabalhar um ambiente a ser tomado SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 118 utilizando também da técnica de fatiamento, entretanto, neste tipo de situação ele o fará como o auxílio da lanterna. Utilizando a intermitência da luz em diferentes alturas, o operador fatiará todo o ambiente, antes de ser adentrado. Desta forma, ele causará em sua ameaça algumas sensações inquietantes e desagradáveis que servirá como vantagem tática. e) DOMINE COM A LUZ - toda ameaça ao ser localizada deverá receber o foco de luz dire- cionada para os seus olhos, com as luzes ligadas o tempo inteiro sem perder o direcionamento, simultaneamente o restante da equipe deverá estar cobrindo áreas de responsabilidade com uso intermitente da luz. Com o foco direcionado para os olhos do agressor o operador deverá estar controlando e verbalizando até que se tenha total controle da ameaça. f) CARREGUE MAIS DE UMA LANTERNA - o operador, sempre que possível, deverá estar carregando mais de uma lanterna quando de serviço. Isso se dá pelo fato de que em ambien- tes de baixo ou nenhuma visibilidade é imprescindível uma lanterna de backup, pois é comum acontecerem defeitos nestes equipamentos ou mesmo baterias descarregarem, neste caso, de imediato, o policial deverá realizar a transição para o seu segundo equipamento. Técnicas Além dos procedimentos básicos relacionados faz-se necessário conhecermos algumas téc- nicas de uso da lanterna, conforme padrões difundidos em todo o mundo, dentre os quais des- tacamos: a) TÉCNICA HARRIES – o policial deverá posicionar-se ligeiramente de lado em relação ao alvo, com os braços fletidos, estando a arma em uma mão e a lanterna na outra, e as costas destas se encontram e se apóiam mutuamente, proporcionado firmeza e inércia, que favorecem ao tiro de combate; o braço que segura a lanterna passa por baixo do outro que empunha a arma. Um dos pontos desfavoráveis desta técnica é que o ponto de referência visto pela ameaça será o tórax do policial. b) TÉCNICA CHAPMAN – esta técnica só é aconselhável para pessoas que tenham as mãos grandes, já que o policial deverá segurar a lanterna com o polegar e o indicador, e os três dedos restantes darão maior firmeza para a mão que segura a arma de fogo através de uma em- punhadura dupla, favorecendo assim maior segurança e precisão para o disparo. Um dos pontos desfavoráveis é que só poderá ser usada lanterna com acionamento no corpo. c) TÉCNICA AYOOB – para aplicação desta técnica, o policial deverá empunhar a arma com uma das mãos, enquanto a outra empunha a lanterna, estando as duas posicionadas lado a lado e unidas pelos polegares. Um dos pontos desfavoráveis é que só poderá ser usada lanterna com acionamento no corpo. SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 119 SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145 Pág. 120 ANSELMO ALVES BRANDÃO - CEL PM COMANDANTE-GERAL 302836248 Carimbo