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Prévia do material em texto

E-BOOK
RESPONSABILIDADE 
SOCIOAMBIENTAL
Responsabilidade Socioambiental
APRESENTAÇÃO
Para entender a responsabilidade socioambiental, é preciso conhecer como a sociedade e suas 
atividades diárias influenciam o meio ambiente, ou seja, no seu próprio meio. Nesta Unidade 
Aprendizagem, você vai conhecer os principais conceitos da responsabilidade social, seu papel e 
importância como conceito e prática norteadora de condutas mais sustentáveis. Você vai ver 
ações que irão orientar e auxiliar na redução de impactos negativos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar o conceito de responsabilidade socioambiental e relacioná-lo com os pilares do 
desenvolvimento sustentável e com as relações de consumo.
•
Verificar o conceito de capital natural relacionando-o com recursos naturais e impactos 
socioambientais.
•
Analisar nossa atual conjuntura de saúde e meio ambiente, apontando medidas e 
mecanismos para atingir condições de responsabilidade socioambiental.
•
DESAFIO
O Brasil apresenta em seu território, a maior parcela de Nióbio do mundo. Mesmo este mineral 
existindo no solo de diversos países, cerca de 98% das reservas conhecidas no mundo estão em 
nosso País. O país responde atualmente por mais de 90% do volume do metal comercializado no 
planeta, seguido pelo Canadá e Austrália.
O nióbio é um elemento químico usado como liga na produção de aços especiais, e um dos 
metais mais resistentes à corrosão e a temperaturas extremas.
Acompanhe na imgem a seguir o relato da expansão de uma cidade do interior de Minas Gerais.
Com base nos conhecimentos adquiridos nesta Unidade de Aprendizagem, responda: 
1. Neste caso, pode-se dizer que houve o desenvolvimento sustentável da cidade? 
2. O Nióbio (Nb) é considerado um exemplo de capital Natural? 
3. Com o aumento repentino da cidade, houve maior quantidade de impactos ambientais 
positivos ou negativos? 
4. Em relação a empresa mineradora, apresente ao menos 2 exemplos de possíveis impactos 
ambientais negativos no ambiente.
INFOGRÁFICO
Nesse infográfico, você vai conhecer os principais conceitos sobre a responsabilidade 
socioambiental, seu papel e importância como conceito e práticas mais éticas e sustentáveis.
CONTEÚDO DO LIVRO
Ao longo dos últimos cem anos, a concentração de Gases de Efeito Estufa vem aumentando, 
decorrente da maior atividade industrial, agrícola e de transporte, principalmente devido ao uso 
de combustíveis fósseis.
Porém, pelo fato do Homo sapiens ser considerado a espécies mais inteligente da Terra, temos a 
obrigação e o dever de proteger e garantir o bem estar deste planeta. Ou seja, temos uma 
responsabilidade socioambiental muito grande.
Nesse capítulo, você vai conhecer os principais conceitos da responsabilidade socioambiental, 
seu papel e importância como conceito e prática norteadora de condutas mais sustentáveis. Você 
vai conhecer ainda as ações que irão orientar e auxiliar na redução de impactos negativos.
Para entender a responsabilidade socioambiental, é preciso conhecer como a sociedade e suas 
atividades diárias influenciam o meio ambiente, ou seja, seu próprio meio.
Boa leitura.
RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL
Thais Miranda
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
M672r Miranda, Thais.
Responsabilidade socioambiental / Thais Miranda. – 2. 
ed. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
xi, 215 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-032-0
1. Meio ambiente - Sociedade. 2. Desenvolvimento 
sustentável I. Título. 
CDU 502.131.1:658
Responsabilidade 
Socioambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identifi car o conceito de responsabilidade socioambiental e relacioná-
-lo com os pilares do desenvolvimento sustentável e relações de
consumo.
 Verifi car o conceito de Capital Natural relacionando com recursos
naturais e impactos socioambientais.
 Analisar a nossa atual conjuntura de saúde e meio ambiente, apon-
tando medidas e mecanismos para atingir condições de responsa-
bilidade socioambiental.
Introdução
Neste texto, você vai conhecer os principais conceitos da responsabilidade 
social, seu papel e sua importância como conceito e prática norteadora de 
condutas mais sustentáveis. Iremos ver ações que irão orientar e auxiliar 
na redução de impactos negativos. Para entender a responsabilidade 
socioambiental, é preciso conhecer como a sociedade e suas atividades 
diárias influenciam o meio ambiente, ou seja, no seu próprio meio.
Responsabilidade socioambiental e os pilares 
do desenvolvimento sustentável 
A responsabilidade socioambiental é um termo atual, que fi cou muito eviden-
ciado no âmbito empresarial, como uma forma de conciliar produtividade, 
qualidade, ética e bem estar social e ambiental. Voltando sua atenção para 
condições laborais mais salubres e justas, estendendo-se também para con-
dições mais dignas às famílias dos trabalhadores e comunidade de entorno.
É preciso considerar que problemas e adversidades locais/pontuais im-
pactam e refletem de alguma forma e em algum momento no bem estar de 
todos. Para alguns autores pode representar um olhar, mecanicista e um tanto 
tendencioso a interesses corporativos de produção, mas de qualquer forma, é 
um ponto de partida, um movimento que se inicia de tempos onde “social e 
ambiental” estavam sempre dissociados entre eles e em segundo plano – sempre 
inferiores comparados à conjuntura produtiva e econômica.
Para melhor compreender o conceito socioambiental é importante conhecer 
três aspectos conhecidos como, “pilares” da sustentabilidade. 
Além disso, esses aspectos podem ser as engrenagens mais lógicas e mo-
trizes das interações humanas e da vida. De acordo com a imagem a seguir, 
podemos visualizar os três aspectos: 
Figura 1. Homem, dinheiro e natureza.
Social
EconômicoAmbiental
Observando a imagem, você pode ver que esses aspectos (social, ambiental 
e econômico) são mecanismos que não funcionam de forma independente, eles 
são como um sistema de produção. As maquinas dependem de alguém que as 
opere, esse suposto operador precisa de ferramentas e materiais para operar, e 
dessa forma produzindo, então, um subproduto. A última etapa não existe sem 
as anteriores, e as estas não precisariam existir se não houvesse a última etapa. 
Responsabilidade socioambiental120
Os círculos azul e verde (social e econômico) são extremamente dependentes 
entre si e do círculo vermelho (ambiental). É possível notar três fatores:
  a economia não precisaria existir se não houvesse pessoas ou se não 
existissem produtos para trocar;
  a sociedade não existiria sem a economia (dinheiro, produtos e troca), 
muito menos sem a natureza (água, ar e alimento), e;
  ironicamente, a única esfera que coexiste independentemente das outras 
é a ambiental, pois esta não precisa de pessoas e nem de moeda para 
se manter.
As relações de consumo e meio ambiente são claras, pois, a maioria dos 
produtos exige matéria–prima na produção, na qual provém de recursos na-
turais (extraídos da natureza), portanto, quanto maior o consumo, maior são 
os danos causados ao ambiente de onde os retiramos. O aumento do nosso 
consumo causa não apenas impactos ambientais, mas também sociais, como 
poluição da água, ar e contaminações do solo. Na Figura 2, você pode ver o 
homem interagindo com o ambiente e causando impactos negativos.
Figura 2. Prática de extração das castanheiras.
Fonte: Século Diário (2014).
É importante discutir causas e efeitos da problemática socioambiental. 
Pois estes estão vinculadas a distintas questões econômicas e geopolíticas, 
por exemplo, de quesitos que são cruciais a sobrevivência de espécies. 
Abraham Maslow foi um grande pesquisador que tentou entender a interação 
do ser humano com suas necessidades. Com isso em mente, ele dividiu as 
necessidades humanas em níveis hierárquicos, colocando como prioridadeas 
121Responsabilidade Socioambiental
necessidades de baixo nível, e assim que estas fossem realizadas seguiria até 
chegar as de nível mais alto, visando à autorrealização. Esta hierarquia ficou 
conhecida por pirâmide de Maslow. Você pode ver a pirâmide de Maslow e 
suas hierarquias na Figura 3: 
Figura 3. Hierarquia das necessidades na pirâmide de Maslow.
Autorrealização
Estima
Sociais
Segurança
Fisiológicas
Teoria das necessidades
Pirâmide de Maslow
A pirâmide define um conjunto de cinco necessidades: 
  Necessidades fisiológicas (básicas), tais como: a fome, a sede, sono 
abrigo, etc.
  Necessidades de segurança, tais como: sentir-se seguro em casa, ter 
emprego estável, ter condições de cuidar da saúde (plano de saúde), etc. 
  Necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos, tais 
como: pertencer a um grupo, fazer parte de um clube, etc. 
  Necessidades de estima, as quais passam por dois caminhos: o reconhe-
cimento da capacidade pessoal e o reconhecimento dos outros mediante 
a nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos. 
  Necessidades de autorrealização, nas quais o indivíduo procura tornar-se 
aquilo que ele pode ser.
Responsabilidade socioambiental122
Agora pare e reflita sobre a pirâmide de Maslow e sua relação com o 
capitalismo e com o consumo. Você notará que o ser humano sempre almeja 
mais em função do meio ao qual ele acessa. Quanto maior a satisfação de 
suas necessidades “básicas” (fisiológicas, de segurança e sociais), maior é a 
procura por novas necessidades, alimentadas pelo consumismo e pelo status. 
Logicamente, diante do sistema econômico vigente (capitalismo), o consumo é 
a base para a geração de renda, pois ele gera produção, a qual gera empregos. 
Estes, por sua vez, geram renda e, consequentemente, aumentam o consumo.
Capital Natural
Você sabe o que é capital natural? A expressão “Capital Natural” é utilizada 
para englobar todos os recursos naturais, como solo, água, ar, os serviços 
ecossistêmicos associados a eles e tudo o que torna possível a existência hu-
mana. Muitas vezes, essas matérias-primas são vistas apenas como meios de 
produção e nem sempre é dado o devido valor sobre a possibilidade de serem 
fontes renováveis ou não. Esse uso rotineiro dos recursos naturais acaba sendo 
feito de forma insustentável. Compreender a importância desses recursos nos 
ajuda, também, a entender a base de nossa economia, ou seja, é no Capital 
Natural que estão os elementos que garantem a existência de vida na terra. 
A somatória de todos os benefícios que os ecossistemas equilibrados for-
necem ao homem representa a ideia central de Capital Natural. Tais benefícios 
podem ser desde o uso de água potável, até conceitos ligados a valores culturais, 
por exemplo. A compreensão da importância do Capital Natural foi um dos 
pontos positivos resultantes da Rio +20. Veja na Figura 4, o infográfico com 
as principais abordagens vinculadas ao meio ambiente:
123Responsabilidade Socioambiental
As atividades humanas produzem impactos no meio ambiente. Muitas 
vezes, achamos que esses impactos sempre são negativos e, realmente, estes 
são os mais preocupantes. Os impactos estão diretamente relacionados com 
o aumento crescente das áreas urbanas, multiplicação de veículos automoti-
vos, uso irresponsável dos recursos, consumo exagerado de bens materiais, 
produção constante de lixo e o consumo de produtos e serviços. No entanto, 
também produzimos impactos positivos, como a recuperação de uma área 
degradada, a geração de emprego em um novo empreendimento, etc. 
Relembrando que, segundo a resolução Conama Nº001 de janeiro de 1986, 
o impacto ambiental é definido como
[...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas 
do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia 
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam 
a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e 
econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
e a qualidade dos recursos ambientais.
Você pode perceberá, portanto, que não apenas as grandes empresas afetam 
o meio, nós, provocamos impactos ambientais diariamente. Na Figura 5, você 
pode ver dois exemplos de impactos ambientais.
Figura 4. Abordagens vinculadas ao meio ambiente.
Principais
abordagens
vinculadas ao 
meio ambiente
Desenvolvimento
sustentável
Agenda 21
Capitalismo naturalEducação ambiental
Responsabilidade socioambiental124
  Positivo: manejo do solo – reconstituição de área degradada.
  Negativo: descartes de resíduos
Figura 5. Aspectos positivos e negativos.
Muitas empresas têm uma grande parcela de culpa em relação aos impactos 
negativos, por exemplo, emitem poluentes diretamente em corpos hídricos, 
impactam na qualidade da água e na possibilidade de ganhos que acontecem 
nas comunidades ribeirinhas.
As construções de hidroelétricas são outro exemplo de grande impacto ao 
ambiente e as comunidades locais, pois propiciam alagamentos, que destroem 
ambientes e fauna e reduzem as possibilidades econômicas locais. 
Você pode analisar os impactos ambientais qualificando e quantificando 
estas alterações, avaliando a qualidade ambiental com e sem determinada 
ação ou empreendimento.
125Responsabilidade Socioambiental
Você também pode ajudar a diminuir o impacto ambiental negativo. Veja a seguir 
algumas dicas:
  Economize água;
  Evite o consumo exagerado de energia;
  Separe os lixos orgânicos e recicláveis;
  Diminua o uso de automóveis;
  Consuma apenas o necessário e evite compras compulsivas;
  Utilize produtos ecológicos e biodegradáveis;
  Não jogue lixos nas ruas;
  Não jogue fora objetos e roupas que não usa mais. Opte por fazer doações.
Relações existentes entre saúde e 
meio ambiente 
É preciso ampliar as discussões entre saúde pública e ambiente. Somos seres 
consideravelmente vulneráveis, logo “bem estar e saúde” são pautas delicadas 
e que tem relações diversas com diferentes áreas, visto que, em países que 
ainda estão em desenvolvimento, um dos grandes problemas da área da saúde 
é relacionado às condições de saneamento – oferta de água, solo, alimentos 
em quantidades e qualidades signifi cativas e assistência médica, sempre foram 
alguns dos obstáculos quando tratado desse assunto, assim como condições e 
serviços disponíveis ao alcance de todos.
Saúde e meio ambiente são um conjunto de aspectos e condições físicas, 
químicas e biológicas estreitamente ligadas à qualidade de vida. Tais aspectos 
recebem influencia direta das condições e fatores de um meio ambiente em 
condições saudáveis, com níveis aceitáveis em qualidade de ar, água e solo. 
Você precisa entender que “meio ambiente” é todo espaço que cerca a sociedade, 
ou seja, nossa casa, trabalho, ruas, campo e cidades onde vivemos.
Nesse sentido, surge à necessidade de olhar com maior preocupação para 
a poluição sonora e visual, o trânsito e a falta de mobilidade urbana, além do 
saneamento básico, as relações pessoais, a água, o ar, enfim, tudo o que possa 
levar à degradação local e global do ambiente.
Responsabilidade socioambiental126
Nossa problemática em relação as interferências do homem no meio am-
biente é antiga. Na perseguição por avanços tecnológicos e das metrópoles, 
o homem foi criando outros problemas mais perigosos, muitas intervenções 
físico-químicas foram feitas e catástrofes como acidentes nucleares, incêndios, 
vazamentos de gases, entre outros, que cada vez mais fazem parte do nosso 
entorno e contato físico. 
Muitos problemas na saúde das pessoas são causados pelo meio em que 
vivem, assim, quanto mais urbanizado e industrializado o país se torna, mais 
o meio ambiente sofre alterações e, consequentemente a população é afetada. 
Os altos índices de gastroenterites ou doenças parasitárias em comunidades 
onde há falta de saneamento básico indicam essa influência. Nas Figuras 6 e 
7, você pode observar alguns problemas de impactona:
Figura 6. Impactos na saúde.
Fonte: Parasitologia (2010).
127Responsabilidade Socioambiental
Na Figura 8, você pode observar um infográfico que apresenta os fatores 
mais importantes do meio ambiente e que interferem na saúde humana. Observe 
que se trata de fatores físicos, químicos e sociais, ou seja, que pertencem ao 
meio ambiente no seu sentido mais amplo.
Figura 7. Problemas no saneamento.
Fonte: Obvious (2013). 
Responsabilidade socioambiental128
O meio ambiente deve ser visto como um sistema complexo em que in-
teratuam tanto os componentes físicos e biológicos quanto os econômicos e 
sociais. Estas interações podem interferir na saúde humana, principalmente 
quando não existe uma consciência clara desta relação ou quando medidas 
preventivas não são tomadas, apenas as corretivas.
Figura 8. Fatores que interferem na saúde humana.
Água para
consumo humano
Solo
Desastres naturais
Fatores físicos
Ar
Contaminantes ambientais
e substâncias químicas
Acidentes com produtos
perigosos
Ambiente de trabalho
Fatores determinantes e
condicionantes do meio
ambiente que interferem na 
saúde humana
129Responsabilidade Socioambiental
Em um cenário em que a população mundial e consequentemente a demanda 
por alimentos é crescente, vários estudos têm demonstrado que em torno de 
40% dos solos do mundo estão poluídos e degradados. Tudo isso é preocupante 
se levarmos em consideração que a natureza leva em torno de 400 anos para 
formar apenas uma camada de 1 cm de solo. 
Você precisa saber por meio dos livros de história, várias civilizações 
importantes tiveram seu declínio intimamente associado à falência de seus 
sistemas agrícolas, principalmente devido ao esgotamento da saúde de seus 
solos. O interesse mundial pelo tema qualidade/saúde do solo e água é cres-
cente e evidencia a preocupação da sociedade com esse recurso natural. A 
determinação da qualidade do solo e água não é uma tarefa fácil devido a 
multiplicidade de fatores químicos, físicos e biológicos que resultam no seu 
“funcionamento” e suas variações, em função do tempo e espaço. 
De alguma forma, todos os tipos de componentes que utilizamos e que 
podem se tornar poluentes entram em contato de alguma forma com o ar, 
Uma das interações que podem interferir na saúde humana é o aumento do número 
de indivíduos infectados pela dengue: 
a) O individuo pode ainda não estar cientes que não se pode deixar água parada 
em garrafas, pneus, etc. Se essa prática fosse inibida, a aparição dessa doença na 
população poderia diminuir e até mesmo ser erradicada.
b) O estado maior e os representantes da população devem seguir implantando 
programas preventivos, tais como campanhas de conscientização, recolhimento 
de lixo e entulhos, limpeza de terrenos desocupados e outros, com objetivo de 
evitar o surgimento desta doença em épocas de chuvas.
Problemas de saneamento. Dengue.
Responsabilidade socioambiental130
terra e água; principalmente se dispomos ou descartamos de qualquer forma 
no ambiente, como próximos de um leito aquático. Lâmpadas fluorescentes 
e baterias, por exemplo, possuem diversos poluentes e metais pesados, que 
com contato frequente com o corpo humano e em longo prazo ocasionam em 
dores, tumores e diversos outros sintomas. 
Em setembro de 1987, um dos mais graves casos de exposição à radiação do mundo 
ocorreu em Goiânia (GO), por meio da contaminação pelo material radioativo Césio 137. 
Na ocasião, dois catadores de lixo arrobaram um aparelho radiológico nos escombros 
de um antigo hospital e encontraram um pó branco que emitia luminosidade azul. 
Os catadores levaram o material radioativo a outros pontos da cidade, contaminando 
pessoas, água, solo e ar. Pelo menos quatro morreram devido à exposição, e centenas 
de outras desenvolveram doenças.
Medidas e mecanismos para alcançar condições 
de Responsabilidade Socioambiental
Para uma mudança de paradigma é preciso envolver o setor econômico e pri-
vado para possibilitar avanços socioambientais. Portanto, a responsabilidade 
socioambiental corporativa é um conjunto de Políticas e Práticas de condução do 
negócio, que considera o diálogo entre a empresa e seu entorno (comunidades, 
empresas, governo, movimento social, ONGs, etc.). Esta área de temática se 
dedica a parcerias intersetoriais, na busca da melhoria da qualidade de vida das 
populações no entorno desses grandes empreendimentos, por meio de: 
a) Efetiva aplicação dos conceitos de Responsabilidade Social e Ambiental, 
priorizando o diálogo entre corporações e comunidades de seu entorno;
b) Desenvolvimento de metodologias de pesquisa-ação que criem siste-
mas de monitoramento, baseados em indicadores socioeconômicos e 
ambientais, capazes de mensurar a melhoria de qualidade de vida e o 
impacto das atividades empresariais;
131Responsabilidade Socioambiental
c) Por meio da pesquisa-ação facilitar a reflexão das comunidades sobre 
a realidade local e de seu entorno, internalizando os aprendizados em 
planos de desenvolvimento local e/ou politicagens práticas empresarias;
d) Incorporação das temáticas de Gênero nas estratégias de desenvolvi-
mento comunitário e nas políticas e práticas empresariais (a gênese das 
desigualdades e insustentabilidade);
e) Implementação de ações para evitar a perda da sociobiodiversidade e 
para enfrentar as mudanças climáticas.
Destaca-se também o princípio da atuação responsável o “Responsible 
Care”, este foi criado em 1984 no Canadá, pelas indústrias químicas, com o 
apoio da Chemical Manufactures Association (CMA). No Brasil, é difundido 
pela ABIQUIM desde 1992. A partir de 1998 a adesão dos sócios da ABIQUIM 
a este modelo é obrigatória. O programa enfoca saúde, segurança e meio 
ambiente, conhecidos internacionalmente pela sigla SHE (Safety, Health and 
Environmental).
Atualmente é cada vez mais difundido nas empresas o princípio básico 
da gestão sustentável da cadeia de suprimentos (supply chain management). 
É assegurar maior visibilidade aos custos e outros eventos relacionados com 
a produção para satisfação da demanda, com o objetivo de minimizar os 
gastos do conjunto das operações produtivas e da logística entre as empresas 
(FERNANDES; BERTON, 2005). O planejamento e controle da produção 
não apenas cuidam da parte de maximizar lucros e atender as demandas de 
materiais dos clientes internos, mas deve cuidar para evitar que a geração de 
estoques represente um gasto ambiental desnecessário.
O The Natural Step, ainda é um passo relativamente complexo por parte 
das empresas, e vem sendo proposto por uma organização independente 
que apresenta uma metodologia para atingir sustentabilidade empresarial. 
Considerando a concentração das substâncias extraídas da crosta terrestre, 
concentração das substâncias produzidas pela sociedade, degradação do meio 
físico e do meio biológico e necessidades humanas (BARBIERI, 2004).
Responsabilidade socioambiental132
A responsabilidade socioambiental (RSA) como estratégia organizacional vislumbra as 
questões sociais e ambientais que dizem respeito às preocupações com os impactos 
resultantes das operações organizacionais e seus efeitos. Isto ultrapassa fronteiras 
nacionais atingindo o mercado global que sofre pressões em torno da conservação 
ambiental. Neste contexto é crescente o número de organizações que procuram 
conformidades e normalizações da RSA reconhecidas em escala global, sob pena de 
perderem competitividade.
Tais conformidades e normatizações são assegurados aos órgãos fiscalizadores 
e parceiros de trabalho como selos, rótulos e certificações de qualidade. Hoje são 
inúmeras estas certificações e empresas que fazem este tipo de auditoria.
Para adquirir certificações, exemplo: Normas Brasileiras, é importante implementar 
um sistema de gestão (ambiental ou qualidade); Estas incluem respeito, ética e com-
prometimento com a qualidade de vida – afirmando a sua política. 
133Responsabilidade Socioambiental
Tecnologias sustentáveis, mais limpas e recursosrenováveis
O termo tecnologia sustentável, tem uma ligação obrigatória com a palavra “respon-
sabilidade”, pois esta é uma das principais premissas desta tecnologia. Todas as ações 
que são tomadas por nós, positivas ou negativas, possuem consequências que refletem 
diretamente no ambiente em que vivemos. Estas podem ser também adaptações de 
tecnologias já existentes, assim como as futuras tecnologias, dando-lhes cada vez mais 
eficiência, de modo que os impactos ambientais sejam menores.
Pode-se dizer que a combinação perfeita para companhias e produções seria uma 
união entre tecnologias sustentáveis e recursos renováveis. Veja a seguir as diferenças 
entre recursos renováveis e não renováveis:
  Um recurso renovável é aquele que, normalmente, não se esgota facilmente 
devido à rápida velocidade de renovação e capacidade de manutenção. Estes 
recursos surgem da natureza e são matérias-primas essenciais para a fabricação de 
produtos que atendem as necessidades das pessoas. A Energia Solar, por exemplo, 
é um recurso natural renovável, assim como a biomassa e a energia geotérmica.
  Um recurso não renovável é um recurso natural que não pode ser regenerado 
ou reutilizado a uma escala que possa sustentar o seu consumo. Esses recursos 
existem muitas vezes em quantidades fixas, ou são consumidos mais rapidamente 
do que a natureza pode produzi-los. Os combustíveis fósseis como o petróleo 
são exemplos de recursos não renováveis, enquanto que recursos como madeira 
(quando colhida de forma sustentável) ou metais (que podem ser reciclados) são 
considerados recursos renováveis. 
No entanto, estas definições não levam em consideração o aumento do consumo: 
para que a madeira seja um recurso renovável, é necessário aumentar a sua produção 
de acordo com as necessidades da sociedade; por outro lado, os metais existentes 
na crosta terrestre são finitos, e a sua reciclagem pode diminuir as consequências do 
aumento normal do consumo apenas em parte.
Responsabilidade socioambiental134
Produção mais limpa (P+L)
Visa conservação de matérias-primas, água e energia, eliminação de matérias-primas 
tóxicas e redução, na fonte, da quantidade e toxicidade das emissões e dos resíduos 
gerados; aos produtos, pela redução dos seus impactos negativos ao longo de seu ciclo 
de vida, desde a extração de matérias-primas até a sua disposição final; aos serviços, 
pela incorporação das questões ambientais em suas fases de planejamento e execução.
Neutralização de Carbono
São ações que buscam neutralizar a emissão de carbono gerada por suas atividades. 
Esta postura visa diminuir o impacto de gases como o dióxido de carbono (CO
2
), que 
são emitidos na natureza, gerando o efeito estufa e as mudanças climáticas que já são 
um problema atual no Planeta. A elevação do nível dos oceanos, os incêndios mais 
frequentes em áreas florestais e as alterações nas correntes marítimas são alguns dos 
resultados já aparentes.
Ecodesign
Concepção para produtos e embalagens que sejam mais respeitosos e compatibilizados 
com o meio ambiente, ou seja, que causem o menor impacto ambiental negativo 
possível. O objetivo é a concepção de produtos que produzam impactos positivos e 
reduzam impactos ambientais.
O Ecodesign também tem o papel de contribuir como coletivo educador, suprindo 
a falta de informações e preparo do público em geral a respeito de procedimentos 
ambientalmente mais corretos. Não somente procura minimizar os impactos dos 
produtos na fase de sua elaboração, mas se preocupa também na sua utilização e 
na gestão de seus resíduos, na medida em que prevê que o elemento antrópico 
(ação humana), colabore para a redução dos impactos também nas fases sujeitas ao 
comportamento humano.
135Responsabilidade Socioambiental
1. O homem ocasiona alterações no 
meio ambiente em geral, seja nos 
componentes físicos, biológicos 
ou sociais. Sua atividade provocam 
situações que afetaram a saúde 
humana. Analise os itens a seguir: 
I. Acidentes nucleares 
II. Tsunamis 
III. Epidemias, como a peste negra 
IV. Incêndios e vazamentos 
de gases em grandes 
indústrias V. Terremotos 
Tendo em vista os itens acima, 
assinale a alternativa que indica três 
problemas de responsabilidade 
humana que afetam o meio 
ambiente e provocam problemas 
de saúde: 
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) I, IV e V.
d) II, III e IV.
e) II, III e V.
2. O que podemos chamar de 
impactos ambientais? 
a) Conjunto de componentes 
físicos, químicos, biológicos 
e sociais capazes de causar 
efeitos diretos ou indiretos 
no ambiente ou sociedade.
b) Extração de matéria-prima.
c) Condições relacionadas 
a mudanças climáticas 
e efeito estufa.
d) Impactos sociais, principalmente 
em países em desenvolvimento.
e) Alteração ou efeito ambiental 
considerado significativo 
quando são detectados somente 
por meio da avaliação de 
projeto de um determinado 
empreendimento, podendo 
ser negativo ou positivo.
3. A educação ambiental nas 
organizações é muito importante. 
Geralmente muitas empresas 
elaboram projetos e programas 
de educação ambiental somente 
formalmente e para cumprirem 
com uma obrigação social;. Nesse 
sentido, se a organização deve 
cortar gastos, seguramente um dos 
primeiros projetos a serem cortados 
são os ambientais. No entanto, um 
trabalho sério com projeto sólido 
e integrado, pode trazer resultados 
positivos para a organização, 
basicamente por algumas razões 
básicas. Analise os itens a seguir:
I. Obriga os empresários a 
desenvolverem ações de EA.
II. Conduz aos profissionais a 
uma mudança de atitude 
perante o meio urbano.
III. Estimula investimentos 
na área ambiental.
IV. Desperta os funcionários para 
a ação e busca de soluções 
de problemas ambientais.
V. Estabelece multas pelo 
descumprimento da 
política ambiental.
VI. Automaticamente dá selo 
certificado de qualidade 
para a empresa
Responsabilidade socioambiental136
BARBIERI, J. C. Gestão ambiental organizacional: conceitos, modelos e instrumentos. São 
Paulo: Saraiva, 2004.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução CONAMA n.001, de 23 de 
janeiro de 1986. Brasília, DF, 1986. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/
conama/res/res86/res0186.html>. Acesso em: 21 dez. 2016.
FERNANADES, B. H. R.; BERTON, l. H. Administração estratégica: da competência empre-
endedora à avaliação de desempenho. São Paulo: Saraiva, 2005.
OBVIOUS. 2003. Disponível em: <http://obviousmag.org/>. Acesso em: 21 dez. 2016.
PARASITOLOGIA. 2014. Disponível em: <http://anacliceat2010.blogspot.com.br/>. 
Acesso em: 21 dez. 2016.
RIOS, T. de M. Educação e gestão socioambiental: a experiência do programa Catavida de 
Novo Hamburgo – RS. 95 fls. 2015. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade 
do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2015.
RIOS, T. M. (Org.). Responsabilidade socioambiental. Porto Alegre: SAGAH, 2016.
SÉCULO DIÁRIO. 2014. Disponível em: <http://seculodiario.com.br/>. Acesso em: 21 
dez. 2016.
Dos itens acima, quais poderiam 
ser considerados razões 
básicas para o trabalho de EA 
numa organização? 
a) I, II e III.
b) II, III e IV
c) III e IV.
d) II, IV e V.
e) III, VI
4. Aponte alguns fatores determinantes 
do meio ambiente que interferem 
na saúde humana. 
a) Água para consumo, 
substâncias químicas que 
contaminam o meio ambiente, 
turismo ecológico.
b) Desastres naturais, água 
para consumo humano, e 
micro bactérias do solo;
c) A não utilização de 
recursos renováveis;
d) A falta de projetos de Educação 
Ambiental corporativo;
e) Ar, água, acidentes com produtos 
perigosos e fatores físicos
5. Como opções de tecnologias 
sustentáveis podemos citar: 
a) Eco design e motores 
carburantes;
b) Motores a reação e energia eólica;
c) Combustíveis fosseis 
e energia solar;
d) Ecodesign e neutralização 
de carbono;
e) Recursos renováveis e 
combustível a base de carvão.
137Responsabilidade SocioambientalConteúdo:
DICA DO PROFESSOR
A Dica do professor para esta unidade sobre responsabilidade socioambiental é a aplicabilidade 
da teoria do pensamento sistêmico para ajudar a refletir sobre problemáticas ambientais e 
sociais.
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EXERCÍCIOS
1) O homem ocasiona alterações no meio ambiente em geral, seja nos componentes 
físicos, biológicos ou sociais. Sua atividade provoca situações que afetaram a saúde 
humana. Analise os itens a seguir: 
I. Acidentes nucleares 
II. Tsunamis 
III. Epidemias, como a peste negra 
IV. Incêndios e vazamentos de gases em grandes indústrias 
V. Terremotos 
 
Tendo em vista os itens acima, assinale a alternativa que indica três problemas de 
responsabilidade humana que afetam o meio ambiente e provocam problemas de 
saúde:
A) I, II e III.
B) I, III e IV.
C) I, IV e V.
D) II, III e IV.
E) II, III e V.
2) O que podemos chamar de impactos ambientais?
A) Conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos 
diretos ou indiretos no ambiente ou na sociedade.
B) Extração de matéria-prima.
C) Condições relacionadas a mudanças climáticas e efeito estufa.
D) Impactos sociais, principalmente em países em desenvolvimento.
E) Alteração ou efeito ambiental considerado significativo quando são detectados somente 
por meio da avaliação de projeto de um determinado empreendimento, podendo ser 
negativo ou positivo.
3) A responsabilidade socioambiental procura aliar produtividade, qualidade, ética e 
bem-estar social e ambiental, e assim está baseada em três pilares, os mesmos pilares 
da sustentabilidade. Marque a alternativa que indica corretamente quais são esses 
“pilares”.
A) Social, Econômico e Mundial.
B) Econômico, Ambiental e Jurídico.
C) Social, Ambiental e Econômico.
D) Ambiental, Jurídico e Mundial.
E) Econômico, Social e Político.
4) Capital Natural foi um importante conceito abordado durante a Rio+20. Acerca 
desse assunto, marque a alternativa correta.
A) A expressão “Capital Natural” é utilizada para englobar todos os recursos naturais, como 
solo, água, ar e os serviços humanos, essenciais à vida na Terra.
B) O termo está associado com o entendimento dos recursos naturais que garantem a 
existência na Terra.
C) O termo “Capital Natural” é utilizado para englobar todos os aspectos e impactos 
ambientais nas organizações.
D) O termo está associado com o entendimento dos danos ambiental causados ao meio 
ambiente.
E) A expressão “Capital Natural” é utilizada para englobar todos os recursos naturais, exceto 
solo e água.
5) Como opções de tecnologias sustentáveis podemos citar:
A) Eco design e motores carburantes.
B) Motores a reação e energia eólica.
C) Combustíveis fósseis e energia solar.
D) Ecodesign e neutralização de carbono.
E) Recursos renováveis e combustível à base de carvão.
NA PRÁTICA
As oficinas mecânicas autorizadas da Volkswagen que oferecem serviços, como troca de peças, 
acessórios, serviços mecânicos e elétricos são consideradas (legislação e política ambiental 
estadual e federal) empreendimentos de pequeno porte, portanto, não é compulsória a licença 
ambiental, ou seja, a realização de estudo de impacto ambiental para começar a funcionar.
Essa prestação de serviço irá precisar apenas de alvará de funcionamento para comprovar que 
está adequada às normas de segurança, mas, sem dúvidas, provoca alguns impactos (físico, 
biológico e social).
Esses impactos são de baixa magnitude e podem ser positivos e negativos. Para reduzir esses 
impactos e manter sua proposta de responsabilidade, essas autorizadas devem seguir passos 
rigorosos como:
- Ao fim de vida útil, as peças e os filtros não podem ser simplesmente descartados, devem ser 
reenviados ao produtor (logística reversa).
- Todos os resíduos devem ser separados para não comprometer resíduos que poderão ser 
reutilizados.
- Em unidades como da cidade de Novo Hamburgo, resíduos de qualidade são destinados a 
cooperativas que os vendem. Essas unidades possuem recirculação de água e filtros, para não 
entregá-la contaminada ao ambiente e comunidade de entorno; além de recirculação, possuem 
coifas e exaustores que reduzem a emissão de gases externamente e reduzem impactos da saúde 
laboral.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Capital natural
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Alcançando as metas de desenvolvimento através de um melhor uso sustentável dos 
recursos naturais
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Sustentabilidade - Saúde e meio ambiente
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Consumo sustentável - Manual de Educação
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Saneamento Ambiental e sua 
importância socioambiental
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem, serão estudados o saneamento ambiental e a sua importância 
socioambiental. As ações de saneamento são de fundamental importância para o 
desenvolvimento da saúde e da qualidade de vida da população, bem como para a proteção do 
meio ambiente. Por este motivo, tal conhecimento torna-se fundamental para os futuros gestores 
ambientais, assim como para o desenvolvimento mais sustentável dos centros urbanos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar o que é saneamento ambiental.•
Reconhecer a importância do saneamento básico para a população.•
Relacionar o desenvolvimento social com ações de saneamento ambiental.•
DESAFIO
O saneamento ambiental compreende um processo fundamental para a manutenção da qualidade 
de vida. Ao saber disso o prefeito solicita para você, gestor ambiental da prefeitura, o 
detalhamento de todos os passos que serão necessários para que o município construa o seu 
Plano Municipal de Saneamento.
- Capa 
- Sumário 
- Introdução(breve contextualização do seu município) 
- Plano de mobilização social (descrever a metodologia) 
- Diagnóstico técnico-participativo (descrever a metodologia)
INFOGRÁFICO
O infográfico a seguir contempla os objetivos e os principais problemas com respeito ao 
saneamento ambiental.
CONTEÚDO DO LIVRO
O livro Saneamento Ambiental e sua Importância Socioambiental é a base teórica para esta 
Unidade de Aprendizagem e proporciona melhor compreensão dos conteúdos apresentados aqui.
SANEAMENTO
Eliane Conterato
Saneamento ambiental 
e sua importância 
socioambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar o que é saneamento ambiental.
 � Reconhecer a importância do saneamento básico para a população.
 � Relacionar o desenvolvimento social com as ações de saneamento 
ambiental.
Introdução
Você já parou para pensar o quanto o saneamento interfere no desen-
volvimento social e ambiental da sociedade? O quanto a falta desse 
serviço interfere na qualidade de vida da população? Conforme Ataide 
e Borja (2017), pensar em justiça social é pensar no impacto socioam-
biental que representa o acesso a bens e serviços de um cidadão. A 
falta de saneamento, que é um serviço básico que deve ser oferecido a 
um cidadão, pode trazer diversos impactos como poluição dos recursos 
hídricos, transmissão de doenças, aumento da mortalidade infantil, baixa 
do rendimento escolar, entre outros. 
As ações de saneamento são de fundamental importância para o de-
senvolvimento e bem-estar da sociedade, bem como para a proteção do 
meio ambiente. Neste texto, você vai estudar o conceito de saneamento 
ambiental e sua importância socioambiental.
Saneamento ambiental
Segundo Rosen (2006), o saneamento — considerado, em seu aspecto físico, 
uma luta do homem em relação ao ambiente — existe desde o início da huma-
nidade, ora se desenvolvendo ora retrocedendo, de acordo com o surgimento, 
evolução, queda e renascimentodas civilizações.
Jordão e Pessoa (2014) enfatizam que o instinto e a necessidade levaram 
o homem a se fixar próximo às fontes de energia, mas não de medir a ne-
cessidade de afastar ou condicionar os resíduos refugados por ele. Com isso, 
historicamente, verifica-se a poluição das fontes de energia pelo homem até 
se tornarem, nos piores casos, inadequadas à vida.
Figura 1. Energia – Homem – Resíduos.
Fonte: Adaptada de Jordão e Pessoa (2014, p. 02).
LIXO
ESGOTO
A
LI
M
EN
TO
Á
G
U
A
AR
HOMEM
Em resumo, desde que o ser humano passou a viver por longos períodos 
em um mesmo espaço, passou também a conviver com a poluição causada 
por seus rejeitos e as consequências disso para a saúde e o meio ambiente. A 
Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela Lei Federal nº. 6.938, 
de 31 de agosto de 1981, define poluição como a degradação da qualidade 
ambiental resultante de atividades que, direta ou indiretamente:
Saneamento ambiental e sua importância socioambiental2
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como um estado 
de completo bem-estar físico, social e mental, e não apenas a ausência de do-
enças. A organização define ainda o saneamento ambiental como o controle 
de todos os fatores do meio físico do homem que exercem ou podem exercer 
efeitos nocivos sobre a saúde.
O Ministério das Cidades define saneamento ambiental como o con-
junto de ações técnicas e socioeconômicas que, quando aplicadas, resultam 
em maiores níveis de salubridade ambiental. Essas ações compreendem o 
abastecimento de água em quantidade e em qualidade adequada; a coleta, o 
tratamento e a disposição adequada dos resíduos sólidos, efluentes líquidos e 
emissões atmosféricas; o manejo de águas pluviais; o controle ambiental de 
vetores e reservatórios de doenças; a promoção sanitária e o controle ambiental 
do uso e ocupação do solo; e a prevenção e controle do excesso de ruídos.
Para o desenvolvimento dessas ações, são necessárias diversas obras e 
serviços: 
 � O abastecimento de água compreende a escolha de um manancial 
que tenha qualidade e volume suficiente, a construção de adutoras e 
estações de tratamento de água e a construção de reservatórios e redes 
que levem a água potável até as residências. 
 � Para a coleta de esgoto, são necessárias construções de redes de coleta e 
acessórios, interceptores, emissários e estações de tratamento de esgoto. 
 � Para a destinação adequada de resíduos sólidos, é necessário um 
sistema de coleta adequado e a construção e aterros sanitários. 
 � Para a drenagem urbana, é necessária a construção de redes de coleta 
pluviais e obras para amenizar o efeito de chuvas intensas e inundações. 
Além dessas obras, também é necessária a gestão adequada de todos esses 
serviços, seja pelo poder público, seja por concessionária. Como você pode 
observar nessas definições, o saneamento ambiental compreende uma gama 
de ações visando desde a conscientização da população até a elaboração e 
execução de políticas públicas. 
3Saneamento ambiental e sua importância socioambiental
Saneamento e desenvolvimento
A existência de saneamento adequado é uma condição primordial para o 
desenvolvimento de uma nação, sendo um fator essencial para o país ser cha-
mado de “desenvolvido”. A falta de saneamento afeta as áreas de preservação, 
turismo, trabalho, saúde, educação e cidadania.
Segundo o Instituto Trata Brasil, em estudo realizado em 2015, as perdas de 
água devido a condições insatisfatórias de funcionamento de redes e desvios 
de água atingem 38,1% no Brasil, ou seja, de toda a água tratada para a distri-
buição, quase 40% se perdem antes de chegar ao consumidor (INSTITUTO 
TRATA BRASIL, 2015). Essa perda demonstra um descaso com o meio am-
biente, uma vez que a água é retirada dos mananciais, tratada e desperdiçada 
antes mesmo de ser utilizada. No setor de turismo, o instituto indica que, em 
2015, deixaram de ser gerados R$ 5,8 bilhões de renda do trabalho por conta 
da degradação ambiental de áreas por falta de saneamento básico.
Em relação ao trabalho, o investimento no setor de saneamento gera renda 
que movimenta diversos setores, como construção civil e comércio. Em re-
lação à saúde, o investimento gera economia, já que diminui as internações 
causadas, principalmente, por doenças de origem ou transmissão hídrica. 
Segundo informações do Trata Brasil, a cada R$ 1 investido em saneamento 
é gerada uma economia de R$ 4 em saúde. Existem estatísticas que mostram 
também que doenças vinculadas com a falta de saneamento geram prejuízos por 
afastamentos das atividades diárias de trabalhadores no mercado de trabalho. 
Outro índice importante que cabe apresentar é a mortalidade infantil. O gráfico 
da Figura 2 mostra uma relação entre a população com acesso ao esgotamento 
sanitário e a taxa de mortalidade infantil (dados da UNICEF e OMS).
A educação é outra área afetada diretamente pela falta de saneamento. 
Conforme o Instituto Trata Brasil (2017), moradores de áreas sem acesso 
à rede de distribuição de água e de coleta de esgotos têm um aumento do 
atraso escolar Uma menor escolaridade implica em perda de produtividade e 
de remuneração das gerações futuras. Somente o custo desse atraso escolar 
devido à falta de saneamento alcançou R$ 16,6 bilhões em 2015. 
Saneamento ambiental e sua importância socioambiental4
Figura 2. Relação entre saneamento e mortalidade infantil (dados de 2015).
Fonte: Instituto Trata Brasil (2017).
180
150
120
90
60
30
0
0 20 40 60 80 100
População com acesso ao esgotamento sanitário (%)
Ta
xa
 d
e
 m
o
rt
al
id
ad
e
 in
fa
n
ti
l *
 (
%
)
Brasil
Outro dado importante disponibilizado é a falta de saneamento básico 
nas escolas: na zona rural, 14,7% das escolas de ensino fundamental não têm 
esgoto sanitário e 11,3% não têm abastecimento de água. Na zona urbana, 
esses percentuais são 0,3% e 0,2%, respectivamente. Esse dado é preocupante 
considerando-se que a escola deveria ser exemplo para o aluno, o que, mais 
uma vez, demostra a importância do saneamento.
Em relação à cidadania e à informação da população, os dados são preo-
cupantes no Brasil. Pesquisas mostram que parcela significativa da população 
desconhece o que é saneamento e não sabe o destino do esgoto que produz; 75% 
das pessoas entrevistadas disseram nunca ter cobrado do órgão responsável 
uma providência em relação à falta de saneamento.
5Saneamento ambiental e sua importância socioambiental
Pelo link e código a seguir, você pode acessar o site do 
Instituto Trata Brasil e conhecer mais sobre as principais 
áreas afetadas pela falta de saneamento e as estatísticas 
sobre elas.
https://goo.gl/EpMq9k
Ações voltadas para o saneamento
Para falarmos de ações voltadas para o saneamento, é necessário primeiro 
entendermos como são avaliadas as condições do município pelo gestor mu-
nicipal para verificar quais ações devem ser realizadas. Para uma correta 
análise dessa situação, o gestor precisa ter indicadores reais. O estudo que 
embasou a proposta do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), 
cuja elaboração é prevista na Lei do Saneamento Básico (Lei nº. 11.445, de 5 
de janeiro de 2007), considera, além da infraestrutura implantada, aspectos 
socioeconômicos e culturais e a qualidade dos serviços prestados. 
A população que conta com oferta de serviço coletivo nem sempre recebe 
esse serviço em condições adequadas. Por exemplo, a oferta de água tratada 
deve ser feita dentro dos padrões e de forma ininterrupta; contudo, existem 
casos de cidades que passam por frequentes interrupções, seja por problemas 
no sistema ou porracionamento. Nessa parcela da população, ainda existe 
quem não utiliza o serviço público, mesmo o tendo disponível, como no caso 
de faltas de ligações prediais na rede coletora de esgoto.
A parcela de população sem oferta de serviço, ou ainda que não usa o 
serviço público disponível, em parte tem solução individual. Esse tipo de 
solução conta, por exemplo, com coleta de água em poços (dentro dos padrões 
de potabilidade) e descarte de esgoto após tratamento em sistema individual 
adequado, como fossa e filtro.
A pior das situações é a que não utiliza situação sanitária alguma, ou seja, 
que não tem garantia de qualidade da água que ingere, não possui descarte 
adequado dos resíduos e, muitas vezes convive com a própria poluição. 
Saneamento ambiental e sua importância socioambiental6
Conhecer a parcela da população que se encontra em cada um dos casos 
citados acima é o primeiro passo para propor ações visando a regulação dos 
serviços de saneamento. A Lei nº. 11.445/2007 coloca o município como 
competente por legislar sob o amparo da Constituição Federal. A lei define 
quatro funções básicas para a gestão (BRASIL, 2007): 
 � planejamento;
 � prestação de serviços;
 � regulação;
 � fiscalização.
A função planejamento é de responsabilidade do município. Ele que formu-
lará a política municipal de saneamento básico e elaborará o plano municipal 
de saneamento básico, fundamental para contratar ou conceder os serviços. 
As demais funções de regulação, fiscalização e prestação de serviços são de 
responsabilidade do titular do serviço de saneamento, com o município atuando 
de forma direta (concessão ou permissão) ou indireta (cooperação e contrato).
A Figura 3 mostra os principais princípios da Lei do Saneamento Básico, 
que devem ser abordados na política municipal.
Figura 3. Principais princípios da Lei do Saneamento Básico.
Universalização
Integralidade
Equidade
Participação e
controle social
Titularidade
municipal
Intersetorialidade
Gestão pública
7Saneamento ambiental e sua importância socioambiental
Perceba que a universalização pressupõe que toda a população tenha acesso 
de forma igual aos serviços de saneamento. A integralidade requer interseto-
rialidade, ou seja, diferentes setores dentro do município atuando em conjunto. 
A equidade possibilita igualdade e justiça, alcançadas com a prestação de 
serviços. A participação e o controle social devem estar presentes em todo o 
processo, a fim de democratizá-lo. A titularidade municipal estabelece que o 
município tem autonomia e competência para organizar, regular, controlar e 
promover a realização dos serviços dentro de seu território. A intersetorialidade 
permite compatibilizar e racionalizar diversas ações, aumentando a eficácia. 
Em relação à gestão pública, entende-se que os serviços de saneamento são 
essenciais para a elevação da qualidade de vida e da salubridade ambiental, 
por isso as ações e serviços de saúde pública são considerados de obrigação 
do estado.
Veja o texto completo da Lei do Saneamento Básico, Lei nº. 
11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o 
saneamento básico acessando o link ou o código a seguir. 
https://goo.gl/Bt55F
O plano municipal, que é elaborado pelo município, deve englobar os 4 
eixos descritos a seguir: 
 � abastecimento de água;
 � esgotamento sanitário;
 � drenagem urbana;
 � limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos.
O planejamento deve ser integrado com todas as políticas e planos do 
município, e deve ser feito para um período de 20 anos, considerando revisão a 
cada 4 anos. O plano municipal deve assegurar a correta aplicação dos recursos 
e usar indicadores de saneamento para a elaboração e o acompanhamento do 
processo de implantação.
Saneamento ambiental e sua importância socioambiental8
Um plano municipal de saneamento básico deve conter pelo menos o 
diagnóstico da situação do município, os objetivos e metas, os programas, as 
projeções e ações para o alcance dos objetivos e o mecanismo para avaliação 
sistemática e eficácia das ações.
A situação do saneamento no Brasil ainda é preocupante, mas existem municípios 
que vêm se destacando como exemplos positivos. Um deles é o município de Jundiaí, 
no interior de São Paulo. Conforme indicadores do Instituto Trata Brasil, o município 
vem mostrando, ano a ano, evolução nos índices de coleta e tratamento de esgotos. 
Atualmente, a cidade é referência no tratamento de esgotos, com 100% do esgoto 
coletado tratado e com abastecimento de mais de 97% da população com água 
tratada. Veja a seguir os índices apresentados pela cidade no período de 2008 a 2015.
Indicador de 
atendimento 
total de água (%)
Indicador de 
atendimento total 
de esgoto (%)
Indicador de esgoto 
tratado por água 
consumida (%)
2008 95 91 95
2009 97 98 91
2010 100 100 88,94
2011 98,28 98,30 91,38
2012 98 97,71 97,71
2013 98,28 98,30 98,28
2014 97,80 97,80 91,94
2015 97,80 97,80 100
A boa classificação de Jundiaí é resultado de investimentos realizados ao longo dos 
anos. É um exemplo de cidades de aderiram a um planejamento para o desenvolvi-
mento de saneamento e assim melhoraram o abastecimento de água, a coleta e o 
tratamento dos esgotos e, principalmente, a qualidade de vida da população.
9Saneamento ambiental e sua importância socioambiental
1. Sobre saneamento ambiental, 
assinale a alternativa correta. 
a) É um conjunto de ações 
realizadas individualmente, 
apenas pelo poder público.
b) É um conjunto de ações 
realizadas de forma coletiva, pelo 
poder público e por técnicos.
c) É um conjunto de ações 
realizadas de forma coletiva, pelo 
poder público, com participação 
popular e de técnicos.
d) É um conjunto de ações 
realizadas de forma coletiva, 
pelo poder público e com 
participação popular.
e) É um conjunto de ações realizadas 
individualmente, apenas por 
técnicos especializados.
2. Marque a alternativa INCORRETA 
quanto às causas da degradação 
ambiental das águas superficiais, 
imprescindível para o adequado 
saneamento básico.
a) O crescimento populacional 
e o aumento da pobreza.
b) O uso de fertilizantes 
na agricultura.
c) Lançamento de 
efluentes industriais.
d) A retirada da mata ciliar.
e) Lançamento de resíduos sólidos.
3. Marque a alternativa INCORRETA 
quanto à destinação de resíduos:
a) O lixão é a técnica adequada 
de disposição de resíduos 
sólidos urbanos.
b) A queima de resíduos a 
céu aberto é proibida.
c) Uma das principais ações de 
saneamento ambiental é a 
limpeza urbana e o manejo 
adequado de resíduos sólidos.
d) Uma das principais dificuldades 
para a construção de uma 
política de saneamento 
ambiental sustentável é 
a baixa conscientização 
ambiental da população.
e) O despejo irregular de efluentes 
industriais provoca a poluição e 
a contaminação das águas e é 
considerado crime ambiental.
4. São exemplos de obras com 
a finalidade de melhorar o 
saneamento básico:
a) sistema de gestão ambiental, 
sistema de abastecimento de 
água e sistema de esgoto.
b) recomposição da mata 
ciliar e aterros sanitários.
c) sistema de esgoto, sanitários 
públicos e lixão.
d) pavimentação pública e 
sanitários públicos.
e) sistema de esgoto, sanitários 
públicos e aterros sanitários.
5. A eutrofização é um processo 
acelerado pela poluição hídrica. A 
esse respeito, qual das alternativas 
a seguir é consequência desse 
processo e contribui para a 
diminuição da qualidade da água 
disponível para consumo?
a) O despejo de efluentes industriais.
b) A proliferação de zooplâncton.
c) A proliferação de algas 
unicelulares e cianobactérias.
d) O despejo de efluentes 
domésticos.
e) O despejo de fertilizantes 
oriundos da agricultura.
Saneamento ambiental e sua importância socioambiental10
ATAIDE, G. V. de T. L.; BORJA, P. C. Justiça social e ambiental em saneamento básico: 
um olhar sobre experiências de planejamento municipais. Ambiente &Sociedade, v. 
20, n. 3, p. 61-78, set. 2017. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/asoc/v20n3/
pt_1809-4422-asoc-20-03-00061.pdf>. Acesso em: 21 maio 2018.
BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o 
saneamento básico. Lex: Legislação federal, Brasília, DF, p. 1-2, 5 jan. 2007. 
JORDÃO, E. P.; PESSÔA, C. A. Tratamento de esgotos domésticos. 7. ed. Rio de Janeiro: 
ABES, 2014.
INSTITUTO TRATA BRASIL. Casos de sucesso: Jundiaí é referência no tratamento de 
esgotos. 2017. Disponível em: <http://www.tratabrasil.org.br/blog/2017/07/27/casos- 
de-sucesso-jundiai/>. Acesso em: 10 jun. 2018.
INSTITUTO TRATA BRASIL; REINFRA CONSULTORIA. Ociosidade das redes de esgotamento 
sanitário no Brasil. 2015. Disponível em: <http://www.tratabrasil.org.br/datafiles/estu-
dos/ociosidade/relatorio-completo.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
ROSEN, G. Uma história da saúde pública. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.
Leituras recomendadas
BORJA, P. C. Procedimentos metodológicos para elaboração de planos municipais 
de saneamento básico. In: BRASIL. Ministério das Cidades. Peças técnicas relativas a 
planos municipais de saneamento básico. Brasília, DF: Ministério das Cidades, 2011. p. 
53-85. Disponível em:<http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/
Arquivos_PDF/Pe%C3%A7as_Tecnicas_WEB.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
NUVOLARI, A. (Coord.). Esgoto sanitário: coleta, transporte, tratamento e reúso agrícola. 
2. ed. São Paulo: Blucher, 2011.
PROJETO Acertar Manual de Melhores Práticas de Gestão da Informação sobre Sa-
neamento. Brasília, DF: Ministério das Cidades, 2017. Disponível em: <http://www.
snis.gov.br/downloads/arquivos/Manual-de-Melhores-Praticas-dos-Prestadores-de- 
Servicos-Agua-e-Esgoto-MARCO2018.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
UNITED NATIONS CHILDREN’S FUND; WORLD HEALTH ORGANIZATION. 25 years: Pro-
gresso n Sanitation and Drinkig Water. Geneva, Suíça, 2015. Disponível em: <http://files.
unicef.org/publications/files/Progress_on_Sanitation_and_Drinking_Water_2015_
Update_.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
11Saneamento ambiental e sua importância socioambiental
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
O vídeo a seguir apresenta uma contextualização relacionada ao saneamento ambiental e a 
sua importância socioambiental.
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EXERCÍCIOS
1) Sobre saneamento ambiental, assinale a alternativa correta.
A) É um conjunto de ações realizadas individualmente, apenas pelo poder público.
B) É um conjunto de ações realizadas de forma coletiva, pelo poder público e por técnicos.
C) É um conjunto de ações realizadas de forma coletiva, pelo poder público, com participação 
popular e de técnicos.
D) É um conjunto de ações realizadas de forma coletiva, pelo poder público e com 
participação popular.
E) É um conjunto de ações realizadas individualmente, apenas por técnicos especializados.
2) Marque a alternativa INCORRETA quanto às causas da degradação ambiental das 
águas superficiais, imprescindível para o adequado saneamento básico.
A) O crescimento populacional e o aumento da pobreza.
B) O uso de fertilizantes na agricultura.
C) Lançamento de efluentes industriais.
D) A retirada da mata ciliar.
E) Lançamento de resíduos sólidos.
3) Marque a alternativa INCORRETA quanto à destinação de resíduos:
A) O lixão é a técnica adequada de disposição de resíduos sólidos urbanos.
B) A queima de resíduos a céu aberto é proibida.
C) Uma das principais ações de saneamento ambiental é a limpeza urbana e o manejo 
adequado de resíduos sólidos.
D) Uma das principais dificuldades para construção de uma política de saneamento ambiental 
sustentável é a baixa conscientização ambiental da população.
E) O despejo irregular de efluentes industriais provoca a poluição e a contaminação das águas 
e é considerado crime ambiental.
4) São exemplos de obras com a finalidade de melhorar o saneamento básico:
A) sistema de gestão ambiental, sistema de abastecimento de água e sistema de esgoto.
B) recomposição da mata ciliar e aterros sanitários.
C) sistema de esgoto, sanitários públicos e lixão.
D) pavimentação pública e sanitários públicos.
E) sistema de esgoto, sanitários públicos e aterros sanitários.
5) A eutrofização é um processo acelerado pela poluição hídrica. A esse respeito, qual 
das alternativas a seguir é consequência desse processo e contribui para a diminuição 
da qualidade da água disponível para consumo?
A) O despejo de efluentes industriais.
B) A proliferação de zooplâncton.
C) A proliferação de algas unicelulares e cianobactérias.
D) O despejo de efluentes domésticos.
E) O despejo de fertilizantes oriundos da agricultura.
NA PRÁTICA
Locais sem saneamento básico transformam a população dos arredores em uma população 
condenada à contaminação de todo e qualquer tipo. Observe o ciclo básico que ocorre nesses 
lugares.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
LEONETI, A. B.; PRADO, E. L.; OLIVEIRA, S. V. W.B. Saneamento Básico no Brasil: 
Considerações sobre investimentos e sustentabilidade para o século XXI. Revista de 
Administração Pública, Rio de Janeiro, 45(2): 331-348, 2011:
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Relações entre saneamento, saúde pública e meio ambiente: elementos para formulação de 
um modelo de planejamento em saneamento:
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Diretrizes Nacionais de Saneamento 
Básico – Parte I
APRESENTAÇÃO
Grande parcela da população brasileira e mundial não tem acesso à água potável e sofre com 
problemas sanitários. Nesta Unidade de Aprendizagem, será possível conhecer a situação do 
saneamento básico, a partir de dados de pesquisas contemporâneas. Serão abordados também os 
benefícios e os problemas associados à presença e à ausência de saneamento básico.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Analisar dados genéricos sobre as condições de saneamento básico no Brasil e no mundo.•
Definir saneamento básico segundo a Lei Federal número 11.445/2007.•
Identificar benefícios e problemas associados à presença e à ausência de saneamento 
básico, respectivamente.
•
DESAFIO
Atualmente, você é o gestor ambiental de uma indústria.
Com o intuito de atender às condicionantes da licença ambiental e de realizar uma ação de 
responsabilidade socioambiental relevante, você está propondo ao seu diretor que seja 
desenvolvido um programa educativo sobre a importância do saneamento básico na comunidade 
do entorno do seu empreendimento.
Mencione razões relevantes para que essa iniciativa seja aprovada e implementada.
INFOGRÁFICO
O infográfico a seguir ilustra os principais pontos relacionados ao saneamento básico discutidos 
nesta Unidade de Aprendizagem. 
CONTEÚDO DO LIVRO
O texto "O abastecimento de água e o esgotamento sanitário: propostas para minimizar os 
problemas no Brasil", do livro Meio ambiente e sustentabilidade, permite uma interessante 
abordagem sobre aspectos relacionados ao saneamento básico.
Boa leitura!
M514 Meio ambiente e sustentabilidade [recurso eletrônico] / 
 Organizadores, André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes 
 Fraceto, Viviane Moschini-Carlos. – Dados eletrônicos. – 
 Porto Alegre : Bookman, 2012. 
 Editado também como livro impresso em 2012. 
 ISBN 978-85-407-0197-7
 1. Meio ambiente. 2. Sustentabilidade. I. Rosa, André 
 Henrique. II. Fraceto, Leonardo Fernandes. III. Moschini- 
 Carlos, Viviane. 
CDU 502-022.316
Catalogação na publicação: Natascha Helena Franz Hoppen CRB10/2150
2
O abastecimento de água 
e o esgotamento sanitário: 
propostas para minimizar 
os problemas no Brasil
MARCELO LUIZ MARTINS POMPÊO e VIVIANE MOSCHINI-CARLOS
Objetivos do capítulo
Grande parcela da população mundial não tem acesso à água potável e sofre com 
problemas sanitários. Como consequência da faltade acesso à água potável e da 
inadequação do esgotamento sanitário, um número alarmante de pessoas morre 
ou vive em níveis inadmissíveis de qualidade de vida. Na cidade de São Paulo (Brasil), 
esse fato não é diferente, cerca de 50% do esgoto gerado é lançado sem tratamen-
to. Este capítulo visa discutir a situação do saneamento básico no Brasil, em parti-
cular sobre a oferta de água potável e o esgotamento sanitário nas grandes metró-
poles, e contribuir com sugestões visando minimizar o problema.
INTRODUÇÃO
O volume total de água na Terra é estimado 
em 1.386 Mkm3, sendo 2,5% ou cerca de 
35,0 106 km3 constituídos de água doce e, 
destes, apenas 0,3% representa a água doce 
contida nos rios e lagos (Shiklomanov, 1998 
citado em Rebouças, 1999). Além do restrito 
volume de água doce disponível, sua distri-
buição é desigual do ponto de vista espacial 
e temporal (Rebouças, 1999).
A água é fundamental para a manu-
tenção da vida, e, desde os primórdios, o 
homem a utiliza como recurso para múlti-
plas finalidades. No entanto, apesar de sua 
importância, mesmo no século XXI, não 
está acessível a todos.
É estimada em 20% a população mun-
dial atual que não tem acesso à água potá-
vel, em 50% da população que sofre com 
problemas sanitários e, conforme relatório 
da ONU, 2,5 bilhões de pessoas do mundo 
vivem em regiões completamente desprovi-
das de saneamento básico (Suguio, 2006). 
Segundo esse autor, 8% da população urba-
na e 22% da população rural no Brasil não 
dispõem de água tratada para seu consumo. 
Já a FIESP (2008) apresenta que 110 mi-
lhões de brasileiros não têm esgoto tratado, 
70 milhões não têm esgoto coletado e 22 
48 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
milhões de habitantes não têm água trata-
da. Suguio (2006) complementa que a ca-
rência de saneamento atinge 22% da popu-
lação urbana e 50% dos moradores rurais 
na América Latina, onde 117 milhões de 
pessoas não têm acesso aos serviços essen-
ciais de saneamento. No mundo, mais de 
125 milhões de crianças de menos de 5 
anos vivem em casas sem acesso a uma 
fonte de água potável, e mais de 280 mi-
lhões vivem sem acesso a facilidades de es-
gotamento sanitário (UNICEF, 2006). Já 
na América Latina e Caribe, em 2004, cerca 
de 50 milhões e 127 milhões de pessoas, 
respectivamente, não tinham acesso à água 
potável e cobertura de saneamento. Em 
2002, 83% da população mundial, aproxi-
madamente 5,2 bilhões de pessoas, foi aten-
dida com água potável, no entanto, 1,1 bi-
lhão de pessoas não tinha fontes saudáveis 
de água potável, sendo que destes quase 
dois terços viviam na Ásia (WHO/UNICEF, 
2004). Como consequência da falta de aces-
so à água potável e da inexistência de qual-
quer forma de esgotamento sanitário, mor-
rem por volta de 8 milhões de pessoas por 
ano no mundo (Camdessus et al., 2005).
Países como Bahamas, Malta e Singa-
pura têm restrita oferta de água, com um 
volume potencial de menos de 500 m3/ha-
bitante/ano. Já os EUA (Baixo e Alto Colo-
rado), Azerbaijão e Suriname, são muito 
ricos, com mais de 100.000 m3/habitante/
ano. A oferta de menos de 500 m3/habitan-
te/ano implica escassez de água (Falkenma-
rk, 1986 citado em Rebouças, 1999). Além 
da pouca oferta de água, segundo Rebouças 
(1999), muitos países têm excessiva depen-
dência da água gerada fora de seus territó-
rios. Há também que se preocupar com a 
má qualidade da água. Embora muitas regi-
ões tenham água em quantidade suficiente 
para o abastecimento, esta não é de boa 
qualidade para os usos desejados. Além 
disso, há necessidade de se investir em siste-
mas de tratamento de água cada vez mais 
sofisticados induzindo a cobrança pelo uso 
da água tratada em níveis impraticáveis 
pela maioria da população.
O saneamento básico constitui-se de 
um conjunto de ações que visam propor-
cionar níveis crescentes de salubridade am-
biental em determinado espaço geográfico, 
em beneficio da população que habita esse 
espaço. Essas ações, se adequadamente im-
plantadas, produzem efeitos positivos sobre 
o bem-estar e a saúde das populações bene-
ficiadas. Em consequência dos benefícios 
que proporciona, o saneamento básico ade-
quado é considerado parte constituinte do 
modo moderno de viver e um dos direitos 
fundamentais dos cidadãos das sociedades 
contemporâneas (Brasil, 2004). O bem-es-
tar das populações – apreendido pelos indi-
cadores sociais e de saúde – nos diversos pa-
íses, bem como no território brasileiro, é 
mais bem retratado pela abrangência dos 
serviços de água e de esgotamento sanitário, 
do que propriamente pelo potencial hídrico 
ou pela disponibilidade de água per capita 
(Libânio et al., 2005).
São efeitos positivos do saneamento 
básico (Esgoto é vida – Dossiê do sanea-
mento, 2006): melhoria da saúde da popu-
lação e redução dos recursos aplicados no 
tratamento de doenças; diminuição dos 
custos de tratamento da água para abaste-
cimento; melhoria do potencial produtivo 
das pessoas; dinamização da economia e 
geração de empregos; eliminação da po-
luição estético-visual e desenvolvimento do 
turismo; eliminação de barreiras não tari-
fárias para os produtos exportáveis das em-
presas locais; conservação ambiental; me-
lhoria da imagem institucional; reconhe-
cimento dos eleitores. Além disso, o 
investimento em esgoto sanitário tem um 
forte impacto positivo sobre a economia 
dos municípios com valorização dos imó-
veis residenciais e comerciais; viabilização 
a instalação de novos negócios nos bairros 
beneficiados e o crescimento dos já insta-
lados; crescimento da atividade de cons-
trução civil para atender o aumento da 
Meio ambiente e sustentabilidade 49
procura por imóveis residenciais e comer-
ciais; criação de novos empregos a partir 
da dinamização da construção civil, da 
abertura de novos negócios ou do cresci-
mento daqueles já existentes; aumento da 
arrecadação municipal de tributos.
Há tempos não é mais possível utilizar 
a água seguindo o modelo histórico, bas-
tando recorrer a novo manancial quando se 
quer mais água, seja pelo atual uso excessivo 
da água ou por redução da qualidade de-
corrente do uso dos mananciais como di-
luidores de esgotos, principalmente próxi-
mo aos grandes centros urbanos. O uso da 
água deve estar inserido no conceito de sus-
tentabilidade (a manutenção de um ecossis-
tema saudável, produtivo, com sua biodi-
versidade e processos ecológicos intactos, 
que gere emprego e renda compatíveis ao 
ecossistema explorado, garantindo a vida 
com qualidade para as gerações presentes e 
futuras, sempre).
Portanto, esses fatos sugerem que o 
planejamento e a implantação de sistemas 
de uso de água e o esgotamento sanitário 
envolvem uma complexidade de interesses e 
atores e que infelizmente não atingiu a uni-
versalidade desejada.
Este capítulo visa discutir a situação 
do saneamento ambiental no Brasil, em 
particular sobre a oferta de água potável e o 
esgotamento sanitário na Região Metropo-
litana de São Paulo (RMSP), e contribuir 
com sugestões visando minimizar os im-
pactos negativos sobre o meio e a saúde hu-
mana.
Os sistemas de 
abastecimento de água 
e de esgotamento sanitário
A implantação de sistema de abastecimento 
de água e do sistema de esgotamento sanitá-
rio, em municípios e localidades urbanas e 
rurais, constitui-se em importantes ações 
de saneamento ambiental. O fornecimento 
de água em quantidade e qualidade, neces-
sária aos diversos usos propostos pelo 
homem, há muito tempo é um dos grandes 
desafios dos administradores públicos. O 
acesso restrito não só constitui entrave ao 
crescimento econômico, como gera desi-
gualdades e se torna barreira ao rápido pro-
gresso (PNUD, 2006). Da mesma forma, a 
não coleta e tratamento sistemático dos es-
gotos gerados e o seu contínuo e indiscri-
minado lançamento nos corpos de água 
também constituem entrave ao desenvolvi-
mento e à melhoria da saúde da população, 
comprometendo ações futuras.
Há que se levar em consideração, que o 
planejamento e o investimento em abasteci-
mentode água e esgotamento sanitário, devi-
do à abrangência de tais propostas, por si só é 
tarefa árdua. No presente momento, iniciati-
vas em saneamento básico se tornam parti-
cularmente desafiadoras para algumas regi-
ões, por exemplo, como nas regiões costeiras 
da Baixada Santista (Estado de São Paulo) e 
na costa catarinense (Estado de Santa Catari-
na), ambos no Brasil, com os grandes afluxos 
de turistas que ocorrem em feriados prolon-
gados, em festas de final de ano e no Carna-
val, trazendo transtorno de toda sorte tanto 
para a população local quanto aos próprios 
turistas, em particular incluindo restrições 
ao acesso à água e ampliando a geração de es-
goto e os problemas decorrentes do seu lan-
çamento sem tratamento.
Saúde pública
Há duas posturas, em alguns casos antagô-
nicas, sobre as verdadeiras causas associa-
das à mortalidade em geral e à infantil, em 
particular: os “modelos sociais” e os “mode-
los médicos” (Simões, 2002). Os modelos 
sociais enfatizam o poder das variáveis so-
ciais na determinação da sobrevivência in-
fantil e a importância das mudanças estru-
turais na superação dos elevados índices de 
mortalidade, tais como o status ocupacio-
50 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
nal e o nível educacional da mãe, a desigual-
dade na distribuição social e regional dos 
recursos, entre outros. Já os modelos médi-
cos enfatizam o caráter fisiológico da doen-
ça e seu potencial de interrupção por inter-
médio de intervenções clínicas, tais como 
maior abrangência dos exames pré-natal. 
Também no contexto médico, a contamina-
ção do ambiente é uma das variáveis inter-
mediárias da mortalidade na infância. A 
água contaminada seria a porta de entrada 
de agentes infecciosos no organismo afe-
tando a qualidade de vida. Simões (2002) 
enfatiza ainda, que a não disponibilidade de 
água e de esgoto adequado está associada a 
menores valores de esperança de vida ao 
nascer, independentemente de renda fami-
liar. Segundo dados da Fundação Nacional 
de Saúde, para o período compreendido 
entre os anos de 1995 a 1999, 3,4 milhões de 
brasileiros foram internados em hospitais 
por doenças transmitidas pela água (Costa 
e Silva, 2007). Para Magnoni (2007), a falta 
de saneamento básico é a principal causa da 
mortalidade na infância por doenças para-
sitárias (dengue, malária, cólera, febre ama-
rela, teníase, cisticercose, esquistossomose, 
diarreia, etc.), e doenças infecciosas (hepa-
tite A, amebíase, leptospirose, etc.), males 
que proliferam em áreas sem coleta e trata-
mento de esgoto, o que também é sugerido 
por Teixeira e Guilhermino (2006). Para 
Ghosh (2004), a falta de acesso à água e ao 
esgotamento sanitário são algumas das 
principais causas do ciclo da pobreza. Os 
pobres não são contemplados por serem 
pobres e, por não terem acesso, continuam 
sendo pobres, refletindo a péssima qualida-
de de vida, com mais enfermidades, menos 
educação para seus filhos e vivendo em 
condições anti-higiênicas e ambientalmen-
te degradantes. Segundo a UNESCO (2003), 
o simples ato de lavar as mãos melhoraria a 
saúde e aumentaria a taxa de sobrevivência 
de crianças, reduzindo a mortalidade rela-
cionada à diarreia, pneumonia e outras 
doen ças contagiosas.
Além do meio aquático veicular eleva-
do número de enfermidades, a quantidade 
insuficiente de água gera hábitos higiênicos 
insatisfatórios e doenças relacionadas à ina-
dequada higiene dos utensílios de cozinha, 
do corpo e do ambiente domiciliar. Outro 
mecanismo compreende a situação da água 
no ambiente físico, proporcionando condi-
ções propícias à vida e à reprodução de ve-
tores ou reservatórios de doenças, como 
exemplo a água é hábitat de larvas de mos-
quitos vetores de doenças, como o mosquito 
Aedes aegypti transmissor da dengue (Brasil, 
2006b).
Oferecer água em quantidade e quali-
dade adequadas é condição sine qua non 
tanto para garantir melhores condições de 
vida como para garantir a própria manu-
tenção da vida. Assim, visando contribuir 
para a melhoria das condições de vida e da 
saúde da população, deveriam ser empre-
endidos esforços tanto para melhorar os 
indicadores sociais, bem como para am-
pliar os serviços de saúde ofertados à po-
pulação.
O saneamento no Brasil
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamen-
to Básico 2000 (IBGE, 2000), quase todos 
os municípios brasileiros têm rede de abas-
tecimento de água. Em 2000, o serviço de 
abastecimento alcançou uma proporção de 
97,9% dos municípios do país, enquanto 
em 1989 abrangia 95,9%. A pesquisa reve-
lou que 116 municípios brasileiros, ou 2% 
do total, não têm abastecimento de água 
por rede geral; a maior parte deles situada 
nas regiões Norte e Nordeste. No que se re-
fere aos domicílios brasileiros, a cobertura é 
mais restrita, de 63,9%, e se caracteriza por 
um desequilíbrio regional. Na região Sudes-
te, a proporção de domicílios atendidos é de 
70,5%, nas regiões Norte e Nordeste, o ser-
viço alcança 44,3% e 52,9% dos domicílios, 
respectivamente. A abrangência do abaste-
Meio ambiente e sustentabilidade 51
cimento de água também varia de acordo 
com o tamanho populacional dos municí-
pios: quanto mais populosos forem, maio-
res as proporções de domicílios abastecidos. 
Os menores municípios apresentam maior 
deficiência nos serviços e apenas 46% dos 
domicílios situados em municípios com até 
20.000 habitantes contam com abasteci-
mento de água por rede geral.
O esgotamento sanitário é o serviço 
de saneamento básico com menor cobertu-
ra no Brasil (IBGE, 2000). Em 2000, dos 
5.507 municípios, 52,2% tinham esgota-
mento sanitário, portanto, 2.630 (47,8%) 
municípios não eram atendidos por rede 
coletora, utilizando soluções alternativas 
(fossas sépticas e sumidouros, fossas secas, 
valas abertas e lançamentos em cursos 
d’água). Em relação aos domicílios, a situa-
ção é mais crítica, apenas 33,5% são atendi-
dos por rede geral de esgoto, chegando ao 
nível mais baixo na região Norte (2,4%), se-
guidos da região nordeste (14,7%), Centro-
-Oeste (28,1%), Sul (22,5%) e Sudeste 
(53,0%). Nos municípios, a desigualdade 
dos serviços prestados se repete: quanto 
maior a população do município, maior a 
proporção de domicílios com serviço de es-
goto. O Norte é a região com a maior pro-
porção de municípios sem coleta (92,9%), 
seguido do Centro-Oeste (82,1%), do Sul 
(61,1%), do Nordeste (57,1%) e do Sudeste 
(7,1%). Nesses casos, os principais recepto-
res do esgoto in natura não tratado são os 
rios e mares. No Brasil, dos 52,2% municí-
pios que têm esgotamento sanitário, 32,0% 
têm serviço de coleta e 20,2% coletam e tra-
tam o esgoto. Em volume, no país, diaria-
mente, 14,5 milhões m3 de esgoto são coleta-
dos, sendo que 5,1 milhões m3 são tratados. 
O Sudeste é a região que tem a maior pro-
porção de municípios com esgoto coletado e 
tratado (33,1%), seguida do Sul (21,7%), 
Nordeste (13,3%), Centro-Oeste (12,3%) e 
Norte (3,6%). Cerca de 1 milhão de m3 de 
esgoto são tratados diariamente na Região 
Metropolitana de São Paulo (RMSP) (Brasil) 
(www.sabesp.com.br, acessado em fevereiro 
de 2009).
IBGE (2000) considerou que o muni-
cípio tivesse rede geral de distribuição de 
água quando este atendesse pelo menos um 
distrito, ou parte dele, independentemente 
da extensão de rede, número de ligações ou 
de economias abastecidas. Relativo à rede 
coletora, considerou que tivesse rede cole-
tora quando atendesse pelo menos um dis-
trito, ou parte dele, independentemente da 
extensão da rede, número de ligações ou de 
economias esgotadas.
É relevante constatar que, além das es-
tatísticas relacionadas ao abastecimento de 
água e à coleta e tratamento dos esgotos 
apresentadas pelo IGBE (2000) IBGE (2004), 
de um total de 5560 municípios brasileiros, 
existiam 1.791 municípios sem órgão de 
meio ambiente na estrutura da prefeitura 
em 2002 e 1.607 municípios em 2004. Isso 
implica que, apesar do avanço, em 2004 
ainda havia muitos municípios sem estru-
tura formal em gestão ambiental, aí consi-
derados os que têm