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E-book da Unidade - Indicadores Nutricionais

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Livro Didático Digital
Avaliação 
Nutricional
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
HELENA MAIA ALMEIDA
TATIANE MELO DE OLIVEIRA
AUTORIA
Helena Maia de Almeida
Olá! Sou formada em Nutrição pela Universidade do Estado da 
Bahia (Uneb), especialista em Nutrição Clínica, sob a forma de residência 
multiprofissional (Uneb), com uma experiência técnico-profissional na 
área de Nutrição Clínica há mais de 7 anos. Durante a residência tive a 
oportunidades de conhecer o serviço de nutrição de vários hospitais na 
capital baiana, prestando assistência nutricional aos pacientes internados 
e em nível ambulatorial. Além da experiência clínica e hospitalar, 
fui docente das disciplinas: Avaliação Nutricional, Fisiopatologia da 
Nutrição e Dietoterapia, Terapia Nutricional Enteral e Parenteral e Estágio 
Supervisionado em Nutrição Clínica. Durante o período como docente, 
me tornei mediadora do Ambulatório de Nutrição da universidade. Sou 
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar o seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
Tatiane Melo de Oliveira
Olá! Sou formada em Nutrição pela Universidade Federal da Bahia 
(UFBA), especialista em Nutrição Clínica sob a forma de residência e mestre 
em alimentos, nutrição e saúde pela mesma universidade. Atualmente, 
estou cursando doutorado em Gerontologia pela Universidade Estadual 
de Campinas (Unicamp). Tenho experiência técnico-profissional na área de 
Nutrição Ambulatorial, Hospitalar — em todos os níveis de complexidade 
—, Atendimento Domiciliar de idosos, Home Care de Pacientes Crônicos e 
como palestrante e professora de graduação e pós-graduação nas áreas 
de Avaliação Nutricional, Terapia Nutricional, Assistência Nutricional a 
Pacientes Críticos (UTI), Nutrição do Adulto e do Idoso, tudo isso ao longo 
de 7 anos após minha formação. Atuei como nutricionista assistencial 
em hospitais particulares e públicos de médio a grande porte, e como 
professora/palestrante em universidades públicas e diversas faculdades 
particulares. Sou apaixonada pelo que faço, adoro transmitir minha 
experiência de vida e compartilhar conhecimento com aqueles que 
estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora 
Telesapiens a integrar o seu elenco de autores independentes. Estou 
muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. 
Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Avaliação Antropométrica ....................................................................... 12
Peso ........................................................................................................................................................... 13
Estatura/Comprimento ............................................................................................................... 15
Índice de Massa Corpórea (IMC) .......................................................................................... 19
Circunferências ................................................................................................................................. 19
Dobras Cutâneas .............................................................................................................................22
Perímetros ............................................................................................................................................23
Indicadores de Crescimento: Avaliação e Interpretação de 
Curvas ..............................................................................................................27
As Curvas de Crescimento .....................................................................................................28
Curvas de Crescimento Peso para Idade (P/I) .......................................29
Curvas de Crescimento Peso para Estatura (P/E) ...............................29
Curvas de Crescimento Índice de Massa Corporal para Idade 
(IMC/I) ...................................................................................................................................29
Curvas de Crescimento Estatura para Idade (E/I) .............................. 30
Interpretação das Curvas de Crescimento .................................................................. 30
Exames Laboratoriais ...............................................................................39
Perfil Lipídico ..................................................................................................................................... 40
Níveis Glicêmicos ............................................................................................................................42
Exames Laboratoriais para Identificação de Anemia Ferropriva ..................42
Proteínas ................................................................................................................................................44
Outros Indicadores Nutricionais ...........................................................46
Inquéritos Alimentares .................................................................................................................47
Recordatório de 24 horas .......................................................................................47
Registro Alimentar ...................................................................................................... 49
Questionário de Consumo Alimentar ........................................................... 49
Exame Físico ....................................................................................................................................... 51
Desnutrição Grave .......................................................................................................52
Obesidade .........................................................................................................................53
Hipovitaminose A .........................................................................................................54
Anemia Ferropriva .......................................................................................................55
9
UNIDADE
02
Avaliação Nutricional
10
INTRODUÇÃO
Você sabia que o Brasil deixou de ser um país com população 
infantil desnutrida e passou a ser um país com prevalência de crianças e 
adolescentes acima do peso? Além disso, a avaliação nutricional foi uma 
das principais responsáveis pela análise e interpretação dessa mudança. 
Saber realizar a avaliação nutricional e fazer a análise dos dados obtidos 
é de extremaimportância para acompanhar o desenvolvimento e as 
condições de saúde, como também determinar o diagnóstico nutricional e 
planejar/executar estratégias para melhorar ou manter o estado nutricional 
adequado, seja no atendimento individualizado ou no atendimento 
de populações. Com essas informações você já pode perceber que a 
avaliação nutricional nas fases iniciais da vida, infância e adolescência, 
ajuda a elaborar ações para a prevenção e a promoção de saúde dessa 
população. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar 
neste universo!
Avaliação Nutricional
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar 
você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Identificar os principais indicadores antropométricos para crianças 
e adolescentes.
2. Listar os indicadores de crescimento e desenvolvimento.
3. Verificar e interpretar as curvas de crescimento e desenvolvimento.
4. Analisar os indicadores clínicos, bioquímicos, avaliação do 
consumo, parâmetros de composição corporal e determinar 
estado nutricional.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Avaliação Nutricional
12
Avaliação Antropométrica
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de utilizar os 
métodos antropométricos padronizados para a infância 
e adolescência. Conhecer os métodos para a coleta dos 
dados antropométricos é importante para minimizar os 
erros na coleta e favorecer a análise correta do estado 
nutricional do indivíduo ou de uma população. Imagine 
que legal ter dados objetivos, coletados por você, obtidos 
da avaliação antropométrica realizada pelos protocolos 
padronizados pelo Ministério da Saúde! E então? Motivado 
para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!.
É importante para o nutricionista conhecer e dominar as técnicas 
de avaliação antropométrica infantil a fim de minimizar os erros e tornar 
a sua avaliação nutricional mais segura e com menos possibilidades de 
erros na sua interpretação. Durante uma avaliação nutricional muitos 
dados coletados são subjetivos, um bom exemplo são as anamneses 
nutricionais, instrumentos muito válidos para a construção do diagnóstico 
nutricional, que são mais sensíveis à percepção do profissional e da 
interpretação do entrevistado. Apesar de o termo “antropometria” parecer 
complicado os procedimentos realizados são simples, porém precisam 
ser executados com precisão e necessitam de equipamentos adequados 
e devidamente calibrados. É considerado um método de fácil e rápida 
coleta. São procedimentos não invasivos e de baixo custo, o que facilita 
a sua aplicação nos diversos serviços de saúde, inclusive nos serviços 
públicos de saúde.
Avaliação Nutricional
13
ACESSE:
O Ministério da Saúde tem um instrumento elaborado para 
padronizar a coleta dos dados antropométricos em serviços 
de saúde. Para acessar, clique aqui. 
A seguir serão descritos os principais parâmetros de 
avaliação antropométrica, incluindo circunferências, dobras 
cutâneas, peso, IMC, estatura, entre outros. 
Peso
É uma das medidas mais utilizadas na avaliação nutricional: é 
uma medida simples, não invasiva e tem alta sensibilidade em agravos 
nutricionais agudos ou crônicos. Tem como limitação englobar todos 
os componentes corporais, isso quer dizer que não permite avaliar as 
diferentes composições corporais, massa magra, tecido adiposo, água e 
osso. Para aferir o peso de crianças de 0 a 24 meses é necessário utilizar 
uma balança pediátrica mecânica ou balança pediátrica eletrônica. Vale 
lembrar que a criança deve estar despida. No caso de crianças maiores de 
24 meses, utilizar a balança de plataforma mecânica ou eletrônica.
Figura 1 ‒ Criança medindo peso
Fonte: Freepik.
Avaliação Nutricional
https://bit.ly/2PHhfan
14
Quando falamos em peso devemos conhecer a classificação do 
recém-nascido (RN) conforme o peso de nascimento e acompanhar o 
seu ganho regularmente, a fim de identificar alguma alteração no estado 
nutricional da criança e realizar possíveis intervenções. Veja o Quadro 1 
com a classificação do RN segundo o peso de nascimento.
Quadro 1 ‒ Classificação do RN conforme peso de nascimento
Classificação Peso ao nascer (g)
Extremo baixo peso < 1000
Muito baixo peso > 1.000 e ≤ 2.499
Baixo peso < 2.500
Peso insuficiente ≥ 2.500 e ≤ 2.999
Peso adequado ≥ 3.000 e ≤ 3.999
Macrossomia > 4.000
Fonte: Adaptada de Tavares e Rego (2007).
O aumento ponderal médio do peso durante o 1° ano de vida varia 
entre os trimestres, podendo ser definido da seguinte maneira:
 • Crianças no 1° trimestre ganham de 25 a 30 g/dia, o que resulta 
em ganho total do trimestre em 2.100 g, o equivalente a 700 g por 
mês.
 • Crianças no 2° trimestre ganham 20 g/dia, o que resulta em ganho 
total do trimestre em 1.800 g, o equivalente a 600 g por mês.
 • Crianças no 3° trimestre ganham 15 g/dia, o que resulta em ganho 
total do trimestre em 1.500 g, o equivalente a 500 g por mês.
 • Crianças no 4° trimestre ganham 10 g/dia, o que resulta em ganho 
total do trimestre em 1.200 g, o equivalente a 300 g por mês.
Avaliação Nutricional
15
VOCÊ SABIA?
O peso de uma criança que nasceu a termo, dentro do 
número de semanas esperado para o parto, com peso 
adequado e condições apropriadas para o seu crescimento 
e desenvolvimento dobra com 5 meses de vida, triplica 
com 1 ano e quadriplica com 2 anos? Fantástico, não é?
Estatura/Comprimento
Assim como o peso, essa medida reflete alterações nutricionais 
recentes e pregressas, porém leva mais tempo para recuperar essa 
alteração, o que torna um parâmetro que reflete melhor alterações que 
ocorreram há mais tempo. Para crianças menores de 2 anos utiliza-se o 
termo “comprimento” e, para as demais faixas etárias, o termo “estatura”. 
No momento de aferir o comprimento de crianças menores de 2 anos 
deve-se utilizar o antropômetro e posicionar a criança deitada, com a 
cabeça sem adereços, apoiada firmemente na parte fixa do equipamento, 
deixando-a reta para apoiar os pés na parte móvel do antropômetro. 
Para as demais faixas etárias utilizar o antropômetro vertical e executar o 
mesmo procedimento realizado em adultos.
Figura 2 ‒ Medindo comprimento e estatura
Fonte: Freepik.
Avaliação Nutricional
16
VOCÊ SABIA?
O comprimento é a medida que vai da sola dos pés 
descalços ao topo da cabeça. É um termo utilizado para 
crianças menores de 2 anos; já o termo “estatura” é a 
medida do indivíduo na posição de pé, encostado em uma 
parede ou antropômetro vertical. Existe diferença entre a 
medida aferida em pé e a aferida deitada, e essa diferença 
gira em torno de 0,5 cm, nada que venha a trazer grandes 
mudanças na avaliação antropométrica.
Em crianças e adolescentes com idade entre 2 e 12 anos que não 
possam ser medidas no antropométrico por limitações físicas, é possível 
fazer a estatura estimada. Essa estimativa pode ser realizada com a 
medida do comprimento superior do braço (CSB), comprimento tibial (CT) 
ou comprimento do joelho (CJ).
DEFINIÇÃO:
CSB é a distância do acrômio até a cabeça do rádio medida 
com o membro superior fletido a 90°.
CT é a medida da borda superomedial da tíbia até a borda 
do maléolo medial inferior.
Avaliação Nutricional
17
Figura 3 ‒ Comprimento da tíbia
Fonte: Wikimedia Commons.
CJ é o comprimento do joelho ao tornozelo.
Figura 4 ‒ CJ
Fonte: Freepik.
Avaliação Nutricional
18
Para calcular a estimativa de estatura é necessário encontrar os 
valores de CSB, CT ou CJ, aplicando as medidas nas fórmulas definidas 
por Stevenson (1995).
Quadro 2 ‒ Fórmulas definidas por Stevenson
Medidas do segmento Estatura estimada (cm)
CSB E = (4,35 X CSB) + 21,8
CT E = (3,26 X CT) + 30,8
CJ E = ( 2,69 X CJ) + 24,2
Fonte: Adaptada de Stevenson (1995).
Como acontece com o ganho de peso, existem referências para 
acompanhar a velocidade do crescimento de crianças e adolescentes. Emse tratando de crianças recém-nascidas, o seu crescimento é de 3,5 cm/
mês até o terceiro mês de vida; do quarto ao sexto mês 2,0 cm/mês; do 
sétimo ao nono mês 1,5 cm/mês; e do décimo até o primeiro ano de vida 1,2 
cm/mês. Quando nos referimos à fase pré-púbere, o crescimento gira em 
torno de 5 a 7 cm/ano. Na fase puberal existe diferença na velocidade de 
crescimento entre meninas e meninos. Enquanto as meninas iniciam o seu 
crescimento mais cedo, os meninos apresentam o estirão de crescimento 
na puberdade, e a velocidade de crescimento é de 1 a 1,5 cm/ano.
VOCÊ SABIA?
Ao completar 1 ano de vida a criança deve apresentar o 
dobro da estatura do seu nascimento? Isso mesmo, se uma 
criança nascer com 50 cm, em 1 ano ela apresentará 100 
cm. Devemos levar em consideração que a velocidade 
de crescimento é influenciada por fatores intrínsecos e 
extrínsecos.
Um dos fatores intrínsecos que se relaciona com o 
crescimento da criança e do adolescente é a carga genética, 
isso quer dizer que a altura do indivíduo tem muita relação 
com a altura dos seus pais. Vale lembrar que não é apenas 
esse fator que irá determinar a altura final. Para calcular a 
estatura-alvo, podemos utilizar as seguintes fórmulas:
Avaliação Nutricional
19
FÓRMULA:
Paciente do sexo feminino = (estatura do pai – 13) + estatura da mãe 
.
Paciente do sexo masculino= (estatura do pai + 13) + estatura da mãe 
2
2
Índice de Massa Corpórea (IMC)
Consiste na relação entre o peso, expresso quilogramas; e a 
estatura, expressa em metros, elevada ao quadrado. O seu resultado 
reflete o excesso de peso entre as populações, incluindo as crianças e os 
adolescentes. Uma das diferenças entre a avaliação do IMC em adultos e 
idosos da avaliação realizada nessas fases da vida é a inclusão da idade 
para a classificação do estado nutricional. Outra diferença na sua análise é 
a existência de curvas de crescimento definidas pela Organização Mundial 
da Saúde (OMS), que permitem a avaliação do estado nutricional. 
FÓRMULA:
IMC = Peso (kg) / Estatura (m)².
Circunferências
São medidas fáceis e não necessitam de equipamentos de alto 
custo. Assim como o peso. não diferenciam a composição corporal. Entre 
as circunferências mais utilizadas destacam-se a circunferência do braço 
(CB) e a circunferência abdominal (CA). 
A circunferência do braço (CB) é muito utilizada na prática clínica. 
No entanto, a circunferência é um conjunto da massa corporal daquela 
região, isso quer dizer que inclui massa muscular, osso e tecido adiposo. 
É muito eficaz para acompanhamento e evolução do estado nutricional 
individual quando é inviável realizar outras medidas. Para medir a CB é 
necessário usar uma fita métrica inelástica, que será passada em volta do 
ponto médio encontrado entre a medida do acrômio e a cabeça do rádio 
medida com o braço em ângulo de 90°. 
Avaliação Nutricional
20
EXPLICANDO MELHOR:
Veja como a CB se torna imprescindível na avaliação 
nutricional. Exemplo: criança internada para realizar 
tomografia computadorizada devido a quadro de cefaleia 
intensa. Após realizar exame foi diagnosticado um tumor 
cerebral muito extenso com indicação cirúrgica. Se 
pesarmos essa criança na balança estaremos pesando 
também o tumor dela e, após cirurgia para retirada do 
tumor, não teremos um valor real de comparação para 
acompanhamento durante internação e tratamento, porém 
se usarmos a CB também como padrão na avaliação, 
teremos o seu diâmetro tanto antes quanto após a cirurgia. 
Então, se o peso aferido antes da cirurgia foi 30 kg e, após 
cirurgia foi 26 kg; e CB antes da cirurgia 15 cm e, após 
cirurgia, 15 cm, significa dizer que a criança não perdeu 
peso, a redução do peso está relacionada à retirada do 
tumor. Já se após a cirurgia encontrássemos peso de 26 
kg e CB 13 cm, esse achado sugere que a redução do peso 
não se refere apenas à retirada do tumor, mas também a 
redução de peso. 
A circunferência muscular do braço (CMB) é um parâmetro baseado 
em duas medidas: a CB e a dobra cutânea tricipital (DCT), permitindo 
verificar a reserva de tecido muscular. Como referência para a avaliação 
da CMB é utilizada a tabela de referência de Frinsancho (1990).
FÓRMULA:
CMB (cm) = CB (cm) – (0,314 x DCT).
A CMB, além de calcular a quantidade de músculo, inclui a área 
referente à reserva óssea do braço, a fim de fazer a correção desse valor. 
Quando encontramos o valor apenas muscular dessa área, devemos 
utilizar a seguinte fórmula:
FÓRMULA:
AMB (cm²) = CB (cm) – (0,314 x DCT)² / 4 x 3,14.
Avaliação Nutricional
21
 • Circunferência abdominal: apesar de ser uma medida pouco 
empregada como indicador de risco para doenças cardiovasculares 
em crianças, passou a ser parte obrigatória do exame semiológico, 
devido à grande prevalência e incidência da obesidade nessa fase 
da vida. Essa medida é obtida por meio do ponto médio entre a 
última costela e a crista ilíaca. Para crianças a partir de 5 anos e 
adolescentes, considera-se risco cardiovascular quando os valores 
se encontram acima do percentil 95. Além desse parâmetro, 
podemos usar a relação entre circunferência abdominal e altura, 
e identificamos alteração no resultado quando o valor encontrado 
for superior a 0,5.
Figura 5 ‒ Imagem ilustrando a medida da circunferência abdominal
Fonte: Freepik.
 • Circunferência do pescoço: essa medida tem sido utilizada 
para diagnóstico da síndrome metabólica, risco de doenças 
cardiovasculares e resistência insulínica tanto em adultos 
como em adolescentes a partir de 10 anos. Comparando com a 
circunferência abdominal, tem vantagem de não sofrer alteração 
durante os horários de aferição dessa medida. Para ficar mais: ao 
medirmos a circunferência abdominal de uma criança antes da 
Avaliação Nutricional
22
refeição teremos um valor como resultado, porém se realizarmos 
a medida após uma grande refeição esse valor poderá apresentar 
outro resultado. Esse fato não acontece quando medimos a 
circunferência do pescoço.
Dobras Cutâneas
A avaliação do percentual de gordura por meio das dobras cutâneas 
é baseada na hipótese que metade da gordura corporal se encontra no 
tecido adiposo da região subcutânea, o que reflete diretamente na massa 
gorda total do corpo. Pode ser uma alternativa na estimativa de estatura 
ou peso de crianças e adolescente que estão impossibilitados de realizar 
tais medidas, podendo ser utilizada no acompanhamento de pacientes 
com doenças como o câncer, que tem característica de catabolismo 
rápido, sendo importante avaliar e monitorar os compartimentos corporais 
e relacionar a perda de peso com o que de fato foi perdido, se foi perda de 
tecido adiposo ou muscular. 
Apesar de ser uma técnica não invasiva, precisa ser realizada por 
avaliador bem treinado, além de utilizar equipamento específico para 
aferir as dobras, o plicômetro, que deve estar calibrado. Para crianças e 
adolescentes utiliza-se como referência as dobras cutâneas bicipital (DCB), 
a dobra cutânea tricipital (DCT), a dobra cutânea subescapular (DCSE) e 
a dobra cutânea suprailíaca (DCSI). Para avaliar os valores encontrados, 
verificar as tabelas de referência de Frisancho (1990).
Avaliação Nutricional
23
Figura 6 ‒ Imagem ilustrando como medir DCSI
Fonte: Freepik.
Perímetros
 • Perímetro cefálico: é o perímetro mais usado para acompanhamento do 
crescimento e desenvolvimento da criança, sendo um indicador usado 
para acompanhar o crescimento do encéfalo até o terceiro ano de vida, 
isso significa que se o perímetro cefálico da criança for classificado 
como reduzido ou aumentado pela recomendação para idade e sexo, 
essa alteração está associada a um prognóstico neurológico.
VOCÊ SABIA?
O perímetro cefálico é um parâmetro usado para 
diagnosticar bebês com microcefalia secundária ao Zika 
vírus. Inclusive, os valores adotados para a classificação 
sofreram alterações no ano de 2006, reduzindo a faixa de 
normalidade que era entre 34 e 35 cm para31,9 e 31,5 cm, 
parâmetro que já é utilizado pela OMS.
Avaliação Nutricional
24
Para medir o perímetro cefálico, recomenda-se: 
I. Que a fita seja posicionada sobre a proeminência occipital e sobre 
o arco das orelhas.
II. Que a cabeça da criança seja fixada.
III. Que a fita deve ser colocada firmemente ao redor do osso frontal 
sobre o sulco supraorbital, passando-a ao redor da cabeça, no mesmo 
nível de cada lado, e colocando-a sobre a proeminência occipital máxima.
Figura 7 ‒ Imagem ilustrando como medir perímetro cefálico
Fonte: Freepik.
NOTA:
Além do perímetro cefálico é importante avaliar o 
fechamento da fontanela. Se referindo à fontanela anterior 
(bregmática), ela se fecha entre os 9 e 18 meses; já se 
tratando da fontanela posterior (lambdoide), a criança pode 
nascer com ela já fechada ou ocorrer o seu fechamento 
aos 2 meses de vida. Caso o fechamento ultrapasse esses 
períodos, esse achado pode estar associado a um quadro 
de desnutrição.
Avaliação Nutricional
25
 • Perímetro torácico: até os 2 anos é um parâmetro usado para avaliar 
a reserva de tecidos adiposo e muscular. Para realizar a medida 
é necessária uma fita inelástica. Durante a infância a medida é 
aferida passando a fita pelos mamilos com o tórax em inspiração; 
já na adolescência, a medida é realizada passando a fita pelo 
apêndice xifoide. Pode ser utilizado para avaliar desnutrição em 
crianças por meio da relação do perímetro torácico e do perímetro 
cefálico. Até os 6 meses essa relação é igual a 1. As duas medidas 
são bem próximas e, muitas vezes, o perímetro torácico é até 2 cm 
menor que o perímetro cefálico. Com idade superior a 6 meses e 
inferior a 5 anos essa relação é maior que 1. Caso esteja inferior é 
um indicativo de desnutrição.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso 
à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Avaliação 
nutricional da criança e do adolescente. Para acessar, 
clique aqui. 
Avaliação Nutricional
https://bit.ly/2Q5fovd
26
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que 
você realmente entendeu o tema de estudo deste Capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
neste módulo os principais parâmetros antropométricos 
utilizados para determinar e/ou acompanhar as medidas de 
crianças e adolescentes, os equipamentos que deverão ser 
utilizados para coletar essas medidas, algumas formas de 
realizar as medidas, termos que são utilizados apenas nessa 
faixa etária, assim como já ficou ciente que existem tabelas 
específicas para acompanhar essa população e as curvas de 
crescimento. Sei que você já está ansioso para desvendar 
as curvas, mas calma, isso será abordado no próximo 
módulo. Ainda sobre o que você aprendeu, você conheceu 
os valores de referência determinados para a classificação 
de peso de uma criança recém-nascida e alguns fatores 
que influenciam no crescimento e no desenvolvimento da 
criança. De posse das informações contidas neste módulo 
você é capaz de determinar qual é o melhor parâmetro a 
ser coletado e avaliado segundo a faixa etária desse público. 
Pronto! Cientes dos principais parâmetros preconizados 
pela OMS, vamos dar início aos instrumentos utilizados para 
avaliar as curvas de crescimento.
Avaliação Nutricional
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Indicadores de Crescimento: Avaliação e 
Interpretação de Curvas
OBJETIVO:
Ao término deste Capítulo você será capaz de avaliar 
e interpretar as curvas de crescimento de crianças 
e adolescentes preconizadas pela OMS. Isso será 
fundamental para o exercício de sua profissão. Imagine 
que legal poder realizar a análise dos dados obtidos 
da avaliação antropométrica e estar capacitado para 
classificar o indivíduo segundo os parâmetros utilizados em 
diversos países! E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Vamos lá. Avante!
De forma resumida, o crescimento está relacionado ao aumento 
da altura do indivíduo. No entanto, se formos buscar um conceito mais 
amplo para o seu significado, entenderemos que o crescimento é iniciado 
muito antes do nosso nascimento, no início da vida intrauterina, e não 
acaba após alcançarmos a nossa estatura na vida adulta, o crescimento 
termina no final da vida. Adotado pela OMS como parâmetro de avaliação 
nutricional, é considerado um dos melhores indicadores de saúde da 
criança, pois é sensível a alterações ambientais, a exemplo da qualidade 
e da quantidade de alimentos ofertados, higiene e cuidados com a saúde, 
a ocorrência de doenças, acesso ao saneamento básico, entre outros. 
Esses exemplos citados anteriormente são fatores extrínsecos que afetam 
o crescimento linear (altura) da criança. Vale salientar que o crescimento 
pode sofrer alterações intrínsecas também, a exemplo de doenças como 
hipotireoidismo, síndrome de Down e fatores genéticos.
Avaliação Nutricional
28
EXPLICANDO MELHOR:
O nosso crescimento acontece até o último dia das nossas 
vidas. O termo “crescimento” está relacionado tanto ao 
nosso crescimento linear (altura) como também com 
a síntese e regeneração de alguns tecidos. Para você 
entender melhor, um adolescente, mesmo que já tenha 
alcançado a sua altura máxima, passa por transformações 
hormonais, estruturais, de maturação sexual (exemplo: 
aumento das mamas em meninas e aumento dos testículos 
em meninos).
As Curvas de Crescimento 
As curvas de crescimento são ferramentas usadas para registrar, 
monitorar e acompanhar o crescimento e desenvolvimento durante a 
infância e adolescência. As referências das curvas foram elaboradas 
com base no estudo de referência sobre o crescimento multicêntrico 
da OMS. São consideradas referenciais antropométricas utilizadas para 
avaliar medidas aferidas no exame físico, incluindo peso, comprimento 
e estatura, circunferência do braço, perímetro cefálico e torácico, dobras 
cutâneas, entre outros parâmetros. Essas curvas apresentam valores de 
comparação diferentes entre os sexos e a faixa etária. 
No Quadro 3 estão descritos os índices antropométricos usados 
pelo Ministério da Saúde por faixa etária para realizar a avaliação e a 
classificação de crianças e adolescentes.
Avaliação Nutricional
29
Quadro 3 ‒ Índice antropométricos para realizar avaliação de crianças e adolescentes
Faixa etária
Crianças de 
0 a 5 anos 
incompletos
Crianças de 
0 a 5 anos 
incompletos
Adolescentes
(10 a 19 anos)
ÍNDICE 
ANTROPOMÉTRICO
Peso para idade Peso para idade -
Peso para 
estatura
- -
IMC para idade IMC para idade IMC para idade
Estatura para 
idade
Estatura para 
idade
Estatura para 
idade
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria (2009).
Curvas de Crescimento Peso para Idade (P/I)
Esse parâmetro de avaliação permite verificar a relação entre o 
peso e a idade da criança. Avalia desde crianças com meses de vida até 
os 9 anos e 11 meses. É um bom método para acompanhar o ganho de 
peso da criança, porém apresenta a desvantagem de não diferenciar se a 
criança apresenta comprometimento nutricional atual ou pregresso.
Curvas de Crescimento Peso para Estatura (P/E)
Esse índice expressa a relação entre os dados antropométricos 
de massa corporal (peso) e estatura. É importante falar que a análise do 
resultado obtido dessa relação não inclui a faixa etária. É usada tanto para 
verificar emagrecimento como ganho excessivo de peso. 
Curvas de Crescimento Índice de Massa Corporal 
para Idade (IMC/I)
Para esse parâmetro é avaliado o peso dividido pela estatura ao 
quadrado, relacionado com a idade das crianças e adolescentes. É um 
bom índice para avaliar excesso de peso, tendo a grande vantagem de 
poder ser acompanhado durante as outras fases da vida.
Avaliação Nutricional
30
Curvas de Crescimento Estatura para Idade (E/I)
É considerado o melhor índice para apontar desordens nutricionais 
pregressas, além de ser sensível para aferir a qualidade de vida de uma 
população. Analisa o crescimento linear da criança, e tem parâmetrosdesde a primeira infância até adolescência.
Interpretação das Curvas de Crescimento
Para fazermos a interpretação das curvas de crescimento é 
importante você saber como elas foram elaboradas. 
As curvas de crescimento representam os dados obtidos por meio de 
índices, ou seja, da combinação de dois dados antropométricos (exemplo: 
peso e estatura) ou a combinação de um dado antropométrico com um 
dado demográfico (exemplo: peso e idade). A classificação desses índices 
é feita através de percentis ou em escore-z. São valores de referência que 
foram elaborados em uma população considerada saudável, com boas 
condições sociais, econômicas, ambientais e culturais, que permitisse o 
crescimento e o desenvolvimento esperado da criança. Podemos realizar 
a classificação dos dados antropométricos por percentil ou por escore. 
Quando utilizamos o percentil para classificação, significa dizer que o 
percentil ao qual o índice se encontra representa a posição que aquele valor 
tem na distribuição ordenada dos valores considerados como normais. 
EXPLICANDO MELHOR:
Se ao analisarmos a curva de crescimento referente ao 
peso para idade (P/I) e classificarmos a criança no percentil 
93, isso significa que apenas 7% das crianças com a mesma 
idade e sexo apresentam peso maior que o dela. Mais um 
exemplo: se ao medirmos o comprimento de um bebê e na 
classificação de percentil ele se encontrar no percentil 5, 
significa que 95% dos bebês que se encontram na mesma 
faixa etária e têm mesmo sexo, têm comprimento maior 
que o dele.
Avaliação Nutricional
31
Quando utilizamos o parâmetro escore-z avaliamos a distância do 
valor encontrado do índice avaliado (exemplo: P/I) em relação à mediana 
desse índice. Existe uma fórmula para encontrar o valor de escore-z que 
corresponde à diferença padronizada entre o valor aferido e a mediana 
dessa medida.
FÓRMULA:
Escore-z = (valor observado) – (valor da mediana de referência) / 
desvio padrão da população de referência.
EXPLICANDO MELHOR:
Ao realizar a medida de estatura de uma menina com 
idade de 3 anos, encontrou-se 115 cm, sendo a mediana 
de estatura para idade 106 cm e o desvio padrão 3 cm. 
Para encontrar o escore-z dessa criança basta aplicar a 
fórmula que se encontra logo acima: valor observado (115 
cm) – valor da mediana (106 cm) / desvio padrão (3 cm) = 3. 
Então, podemos concluir que ela se encontra no escore-z 
= 3. Vamos praticar um pouco mais! Caso a medida de 
estatura dessa mesma menina tivesse sido 100 cm em vez 
de 115 cm, em qual escore ela se encontraria? Aplicando a 
fórmula: valor observado (100 cm) – valor da mediana (106 
cm) / desvio padrão (3 cm) = -2. Então, podemos concluir 
que ela se encontraria no escore-z = -2.
Entendendo o que são os índices e como eles foram elaborados 
você deve estar se perguntando como é possível utilizar e/ou interpretar 
esses valores encontrados para realizar o diagnóstico antropométrico. 
Então vamos lá! Para elaborar um diagnóstico antropométrico precisamos 
fazer a comparação entre o valor encontrado na avaliação e os valores 
de referência, que são os pontos de corte. Para padronizar a avaliação do 
crescimento de crianças e adolescentes no Brasil, o Ministério da Saúde 
adotou como referência as curvas de crescimento da OMS, sendo utilizada 
a referência de 2006 (WHO, 2006) para as crianças menores de 5 anos, 
e a referência de 2007 (WHO, 2007) para crianças acima de 5 anos e 
adolescentes. 
Avaliação Nutricional
32
VOCÊ SABIA?
O Ministério da Saúde, a fim de monitorar o crescimento 
e o desenvolvimento das crianças, utiliza a Caderneta de 
saúde da criança (BRASIL, 2013a; BRASIL, 2017). Esta é 
distribuída gratuitamente aos pais de toda criança nascida 
em maternidade pública ou privada do Brasil. Além das 
curvas de crescimento, a caderneta traz informações sobre 
o direito das crianças e o direito dos pais, informações sobre 
os cuidados nos primeiros dias da criança, orientações 
sobre amamentação e alimentação nos primeiros anos de 
vida, estímulos de desenvolvimento afetivos entre os pais 
e a criança, além de outros cuidados com a saúde, como 
saúde bucal e calendário de vacinação.
ACESSE:
Veja a Caderneta de saúde da criança: meninas. Para 
acessar, clique aqui. 
Veja, também, a caderneta destinada aos meninos. Para 
acessar, clique aqui. 
A seguir, são apresentados os pontos de corte para a avaliação do 
estado antropométrico de crianças e adolescentes segundo cada índice. 
É importante saber interpretar as curvas de crescimento para realizar a 
classificação antropométrica por meio dos pontos de corte preconizados 
pela OMS.
Avaliação Nutricional
https://bit.ly/38X1xj2
https://bit.ly/34DVWLj
33
Quadro 4 ‒ Pontos de corte peso para idade (0 a 10 anos)
Valores críticos Diagnóstico nutricional
< percentil 0,1 < Escore - 3 Muito baixo peso para idade.
≥ percentil 0,1 e < 
percentil 3
≥ Escore -3 e < 
Escore -2
Baixo peso para idade.
≥ percentil 3 e ≤ 
percentil 97
≥ Escore -2 e ≤ 
Escore +2
Peso adequado para idade.
> percentil 97 >Escore +2 Peso elevado para idade.
Fonte: Adaptada Brasil (2011).
Apesar de existirem parâmetros que indicam peso elevado, o índice 
peso para idade não é o mais utilizado para acompanhar excesso de 
peso infantil. A recomendação para a avaliação desse índice é peso para 
estatura para crianças menores de 5 anos ou IMC para idade para crianças 
maiores de 5 anos e adolescentes.
Quadro 5 ‒ Pontos de corte estatura para idade (0 a 10 anos)
Valores críticos Diagnóstico nutricional
< percentil 0,1 < Escore - 3
Muito baixa estatura para 
idade.
≥ percentil 0,1 e < 
percentil 3
≥ Escore -3 e < 
Escore -2
Baixa estatura para idade.
≥ percentil 3 ≥ Escore -2 
Estatura adequada para 
idade.
Fonte: Brasil (2011).
Avaliação Nutricional
34
Quadro 6 ‒ Pontos de corte peso para estatura (0 a 5 anos)
Valores críticos Diagnóstico 
nutricional
< percentil 0,1 < Escore - 3 Magreza acentuada.
≥ percentil 0,1 e < 
percentil 3
≥ Escore -3 e < 
Escore -2
Magreza.
≥ percentil 3 e ≤ 
percentil 85
≥ Escore -2 e ≤ 
Escore +1
Eutrofia.
> percentil 85 e ≤ 
percentil 97
> Escore +1 ≤ 
Escore +2
Risco de sobrepeso.
> percentil 97 e ≤ 
percentil 99,9
> Escore +2 ≤ 
Escore +3
Sobrepeso.
> percentil 99,9 > Escore +3 Obesidade.
Fonte: Adaptada de Brasil (2011).
Quadro 7 ‒ Pontos de corte IMC para idade (< 5 anos)
Valores críticos Diagnóstico 
nutricional
< percentil 0,1 < Escore - 3 Magreza acentuada.
≥ percentil 0,1 e < 
percentil 3
≥ Escore -3 e < 
Escore -2
Magreza.
≥ percentil 3 e ≤ 
percentil 85
≥ Escore -2 e ≤ 
Escore +1
Eutrofia.
> percentil 85 e ≤ 
percentil 97
> Escore +1 ≤ 
Escore +2
Risco de sobrepeso.
> percentil 97 e ≤ 
percentil 99,9
> Escore +2 ≤ 
Escore +3
Sobrepeso.
> percentil 99,9 > Escore +3 Obesidade.
Fonte: Adaptada de Brasil (2011).
Avaliação Nutricional
35
Quadro 8 ‒ Pontos de corte IMC para idade (5 a 10 anos)
Valores críticos Diagnóstico 
nutricional
< percentil 0,1 < Escore - 3 Magreza acentuada.
≥ percentil 0,1 e < 
percentil 3
≥ Escore -3 e < 
Escore -2
Magreza.
≥ percentil 3 e ≤ 
percentil 85
≥ Escore -2 e ≤ 
Escore +1
Eutrofia.
> percentil 85 e ≤ 
percentil 97
> Escore +1 ≤ 
Escore +2
Risco de sobrepeso.
> percentil 97 e ≤ 
percentil 99,9
> Escore +2 ≤ 
Escore +3
Sobrepeso.
> percentil 99,9 > Escore +3 Obesidade.
Fonte: Adaptada de Brasil (2011).
IMPORTANTE:
Ao fazer a avaliação antropométrica de crianças é 
necessário elaborar a padronização da idade, pois as 
curvas foram desenvolvidas para serem avaliadas em 
meses e precisamos saber com precisão sua idade em dias 
ou meses de vida. Para fazer a aproximação de idades não 
exatas devemos seguir as seguintes regras: 
1. Fração de idade até 15 dias: devemos utilizar a idade do último 
mês completado.
2. Fração de idade igual ou maior a 16 dias: devemos utilizar a idade 
do último mês somado a 1.
Avaliação Nutricional
36
EXEMPLO:
Camila, data de nascimento 5/7/2018 e Felipe, datade nascimento 
7/11/2017 compareceram a uma consulta com a nutricionista para 
acompanhamento de seu crescimento no dia 22/1/2019. Qual idade 
deve ser considerada para avaliar os gráficos de crescimento infantil da 
Caderneta de saúde da criança para fazer o diagnóstico nutricional?
Camila: 6 meses e 17 dias = 7 meses.
Felipe: 2 anos, 2 meses e 15 dias = 2 anos e 2 meses.
Pronto, você agora já conhece os índices usados pela OMS para 
avaliar o crescimento da população infantil e adolescente, pontos de corte 
e as curvas de crescimento usadas internacionalmente. Com base no que 
foi mostrado ao longo desses tópicos, vamos praticar alguns exemplos de 
avaliação antropométrica.
EXEMPLO:
Luísa, nascida no dia 2/3/2013, compareceu à consulta de 
acompanhamento no dia 3/4/2019. Classifique a avaliação antropométrica 
segundo às curvas de crescimento adequadas para à sua faixa etária. 
Esse passo a passo vai lhe auxiliar na antropometria e diagnóstico 
nutricional da criança:
1. Calcular a idade em anos completos e meses. Caso seja 
necessário, deve realizar o cálculo de aproximação de idade feito 
no item anterior.
2. Realizar avaliação antropométrica conforme recomendação para 
idade, usando as técnicas e os equipamentos adequados.
3. Anotar os dados encontrados e marcar nos gráficos de crescimento 
o ponto de inserção que a criança se encontra.
4. Fazer análise dos itens encontrados e realizar diagnóstico 
nutricional.
Resposta: 
Avaliação Nutricional
37
1. Luísa tem 6 anos, 1 mês e 1 dia de vida. Realizando a regra de 
aproximação, Luísa tem 4 anos e 1 mês.
2. Na avaliação antropométrica temos peso = 16 kg e estatura = 95 
cm, IMC = 17.7 kg/m². Como base na recomendação do Ministério 
da Saúde para a idade de Luísa devemos fazer análise dos gráficos: 
P/I, E/I e IMC/I.
3. Analisando o gráfico P/I Luísa encontra-se > -2 escore e < -1 
escore; no gráfico E/I Luísa encontra-se > -3 escore e < -2; já no 
gráfico P/E, IMC/I encontra-se > 0 escore e < +1. Munidos desses 
achados devemos ir nos quadros que descrevem os pontos de 
corte: quadros 4, 5 e 8, que são os cortes referentes a E/I, P/I e 
IMC/I.
4. Segundo os pontos de corte no Quadro 4, Luísa é classificada 
como peso adequado para idade; no Quadro 5, Luísa é classificada 
como baixa estatura para idade; e no Quadro 8, Luísa é classificada 
como eutrofia. Que fácil, então posso dizer que Luíza é eutrófica? 
Na verdade, Luísa se encontra eutrófica nessa fase da vida, mas 
fazendo a análise crítica das curvas podemos notar que essa criança tem 
baixa estatura para idade, o que nos traz um reflexo sobre o crescimento 
linear insatisfatório evidenciando que essa menina sofreu um quadro de 
má nutrição anteriormente. Vale verificar se há registros anteriores na 
curva de crescimento e investigar quais fatores estão associados a essa 
baixa estatura. 
Avaliação Nutricional
38
RESUMINDO:
E então? Aprendeu tudo sobre as curvas de crescimento? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste Capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que as curvas 
de crescimento da OMS são ferramentas utilizadas 
mundialmente para acompanhar as crianças e os 
adolescentes. Ainda, aprendeu que essas curvas têm dois 
tipos de parâmetros para avaliação, os valores expressos 
em percentis e os valores expressos em escore. Depois 
de estudar as curvas, você deve ter entendido que é 
importante termos valores reais ou próximos da realidade 
(caso sejam medidas estimadas), pois é a partir das 
medidas encontradas que fazemos a análise das curvas 
de crescimento e podemos classificar a criança e o 
adolescente conforme escore ou percentil.
Avaliação Nutricional
39
Exames Laboratoriais 
OBJETIVO:
Ao concluir a leitura e estudo deste Capítulo, você vai 
ser capaz de identificar quais são os principais exames 
laboratoriais utilizados na prática clínica da avaliação 
pediátrica e do adolescente, além de interpretar os seus 
resultados. Imagine só que fantástico você ser capaz de 
verificar alterações nos exames de sangue, colesterol, 
glicemia e utilizar esses resultados para auxílio de suas 
condutas dietoterápicas, que podem ajudar na melhora 
dos padrões laboratoriais. E então? Não é interessante e 
importante desenvolver estas competências? Vamos lá..
Os exames laboratoriais são ferramentas de auxílio na elaboração 
do diagnóstico nutricional, além de fornecerem informações objetivas 
relacionadas ao estado nutricional e dados sobre o estado geral da criança 
e do adolescente. É de extrema importância tanto para diagnosticar 
doenças como para acompanhar a evolução de tratamentos.
Por meio da avaliação laboratorial é possível confirmar deficiências 
nutricionais e até mesmo descobrir carências que ainda não são 
observadas no exame físico ou que não apresentem sintomas. Com a 
análise dos resultados laboratoriais, o nutricionista ainda pode verificar 
a eficácia de condutas nutricionais adotadas para melhoria ou cura de 
algumas doenças, a exemplo do perfil lipídico em crianças dislipidêmicas. 
Para interpretar os resultados dos exames laboratoriais é preciso 
considerar a condição clínica, o estado nutricional, a hidratação e os 
processos inflamatórios.
Avaliação Nutricional
40
VOCÊ SABIA?
Que o nutricionista tem regulação para solicitação dos 
exames laboratoriais? Compreendendo que os exames 
laboratoriais são complementares para o acompanhamento 
do estado nutricional, a Lei Federal n°. 8.234, de 17 de 
setembro de 1991, art. 4°, inciso VIII, regulamenta essa 
prática. Que legal, não é? No entanto, mesmo com essa 
regulamentação alguns planos e seguros de assistência 
à saúde recusam as solicitações feitas por nutricionistas. 
É preciso verificar antes de qualquer atendimento quais 
os planos e locais que aceitam a guia de solicitação de 
exames carimbada por um nutricionista a fim de evitar 
constrangimentos.
Veja os exames mais solicitados para avaliar o estado nutricional.
Perfil Lipídico
A expressão “perfil lipídico” se refere aos triglicérides, colesterol 
total e suas frações. É o parâmetro laboratorial que avalia dislipidemias, 
porém o seu diagnóstico só pode ser fechado após repetição de exame, 
coletado no mesmo laboratório, seguindo de jejum de, pelo menos, 12 
horas. 
A preocupação com esses parâmetros está na relação direta das 
dislipidemias e o surgimento das doenças cardiovasculares. Acredita-
se que o perfil lipídico da criança tende a se manter na sua vida adulta. 
Mesmo ciente dos riscos de uma dislipidemia na infância, não existe 
consenso para determinar dislipidemia nesse período. Em diversos países 
utiliza-se a referência do National Heart, Lung and Blood Institute (NHLBI), 
parâmetro também usado no Brasil, associado aos valores recomendados 
pela V Diretriz brasileira de dislipidemia e prevenção da aterosclerose, da 
Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013).
Avaliação Nutricional
41
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura 
do artigo a seguir. Para acessar, clique aqui. 
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013), a 
determinação do perfil lipídico deve ser realizada quando: 
avós, pais, irmãos e primos de primeiro grau apresentam 
dislipidemia, principalmente grave ou manifestação 
de aterosclerose prematura; há clínica de dislipidemia; 
tenham outros fatores de risco; há acometimento por 
outras doenças, como hipotireoidismo, síndrome nefrótica, 
imunodeficiência etc.; há utilização de contraceptivos, 
imunossupressores, corticoides, antirretrovirais e outras 
drogas que possam induzir a elevação do colesterol.
Os valores de referência para crianças e adolescente estão descritos 
no Quadro 9.
Quadro 9 ‒ Valores de referência do perfil lipídico (de 2 a 19 anos)
Variáveis 
lipídicas
Valores (mg/dL)
Desejáveis Limítrofes Elevados 
CT < 150 150 – 169 ≥ 170
LDL-c < 100 100 – 129 ≥ 130
HDL-c ≥ 45 - -
TG < 100 100 – 129 ≥ 130
Fonte: Adaptada de SociedadeBrasileira de Cardiologia (2017).
Avaliação Nutricional
https://bit.ly/398U6FI
42
Níveis Glicêmicos
A avaliação laboratorial dos níveis glicêmicos é um dos parâmetros 
mais úteis e acessíveis na rotina de atendimento nutricional em 
ambulatório. Devido à elevada taxa de sobrepeso/obesidade que vem 
acometendo crianças e adolescentes é comum verificarmos, durante 
atendimento nutricional, sinais e sintomas sugestivos de alterações de 
parâmetros relacionados à resistência insulínica, à hiperglicemia e até 
mesmo ao diabetes mellitus (DM). No Quadro 10, estão descritos os 
valores de referência para os níveis glicêmicos.
Quadro 10 ‒ Critérios de laboratoriais para diagnóstico do DM
Glicemia de 
jejum (mg/
dL)
Glicose 2 horas após 
sobrecarga com 75 g 
de glicose (mg/dL)
Hemoglobina 
glicosilada (%)
Normal < 100 < 140 < 5,7
Pré-diabetes ≥ 100 e < 126 ≥ 140 e < 200 ≥ 5,7 e < 6,5
Diabetes ≥ 126 ≥ 200 ≥ 6,5
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes (2017).
Exames Laboratoriais para Identificação 
de Anemia Ferropriva
A anemia ferropriva apresenta alta prevalência no Brasil mesmo 
havendo medidas profiláticas e educativas. Como a infância é uma 
das fases da vida com maior susceptibilidade de desenvolver anemia 
ferropriva, é de extrema importância avaliar parâmetros que os evidenciam 
para diagnóstico e tratamento adequados, a fim de minimizar as alterações 
resultantes dessa doença no crescimento e desenvolvimento dessa 
população.
Avaliação Nutricional
43
Antes de ocorrer as manifestações clínicas da anemia ferropriva 
o indivíduo pode já estar apresentando alterações laboratoriais que são 
assintomáticas, a exemplo da depleção e a deficiência de ferro. 
 • Depleção de ferro: é a diminuição dos depósitos de ferro no fígado, 
baço e medula óssea. Para avaliar a depleção são utilizados os 
valores de ferritina sérica. Como indicativo de depleção temos:
Crianças menores de 5 anos: valores inferiores a 12 µg/L.
Crianças e adolescente de 5 a 12 anos: valores inferiores a 15 µg/L.
 • Deficiência de ferro: é a diminuição do ferro sérico (ferro circulante 
no nosso sangue), aumento da transferrina e diminuição da 
saturação de transferrina. É considerada deficiência quando o 
ferro sérico se encontra menor que 30mg/dl.
NOTA:
A transferrina é a proteína responsável por se ligar ao ferro e 
realizar o seu transporte pelo corpo. Se há aumento dessa 
proteína, entende-se que existe pouco ferro se ligando à 
transferrina e pouco ferro sendo distribuído pelo corpo. Já 
a saturação de transferrina corresponde ao percentual de 
transferrina que está ocupada pelo ferro.
A anemia ferropriva ocorre após depleção e deficiência de 
ferro, estando relacionada a alterações no hemograma: 
diminuição da hemoglobina e hematócritos e alterações 
hematimétricas.
Quadro 11 ‒ Pontos de corte para diagnóstico de anemia
6 – 60 meses > 5 anos e < 11 
anos
Hemoglobina (mg/ dL) < 11 < 11,5 
Hematócrito (%) < 33 < 34
Fonte: Adaptado de OMS (2017).
Avaliação Nutricional
44
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Confira a seguinte fonte de 
consulta. Para acessar, clique aqui. 
Proteínas
Algumas proteínas séricas podem ser utilizadas na avaliação da 
condição nutricional. Antes de você conhecer os valores de referência de 
algumas proteínas séricas é importante saber que estas sofrem alterações 
em algumas condições clínicas e que conhecer o tempo de meia-vida 
de cada uma delas será essencial para você fazer a melhor interpretação 
possível dessas proteínas.
Veja a descrição das condições clínicas que causam alterações dos 
resultados, tempo de meia-vida e valores de referência.
 • Albumina: é uma proteína sintetizada pelo fígado. Encontra-se 
reduzida na fase aguda no processo inflamatório, em disfunções 
renais e hepáticas e enteropatias perdedora de proteína, sendo 
alterada pela hidratação.
Meia-vida: 18 a 20 dias.
Valores normais: 1 a 3 meses: 3 a 4,2 g/dL.
3 a 12 meses: 2,7 a 5 g/dL.
1 ano: 3,2 a 5 g/dL.
 • Pré-albumina: tem papel fundamental no transporte dos 
hormônios tireoidianos. Encontra-se reduzida nas doenças 
hepáticas, fibrose cística, hipertireoidismo, infecções e traumas.
Meia-vida: 2 a 3 dias.
Valor de referência: 20 a 50 mg/dL.
 • Transferrina: também é uma proteína hepática. É responsável por 
se ligar ao ferro, mas também se liga a outros micronutrientes, 
Avaliação Nutricional
https://bit.ly/2ZeBuiP
45
como zinco, cobre, vanádio e cromo. É alterada pela hidratação, 
sofre redução no processo inflamatório agudo e disfunção 
hepática, no entanto, encontra-se elevada na deficiência de ferro.
Meia-vida: 8 a 9 dias.
Valor de referência: 180 a 260 mg/dL.
 • Proteína transportadora de retinol: como o próprio nome já diz, 
é uma proteína responsável pelo transporte de retinol (vitamina 
A). Encontra-se reduzida nas doenças hepáticas, deficiência de 
zinco e vitamina A; e elevada nas doenças renais. Também é 
uma proteína de fase aguda, sofrendo redução nos processos 
inflamatórios.
Meia-vida: 12 horas.
Valor de referência: 30 a 40 ug/dL.
RESUMINDO:
E então? Aprendeu tudo sobre os exames laboratoriais? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste Capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você aprendeu que os achados laboratoriais 
podem evidenciar situações clínicas e nutricionais que ainda 
não podem ser percebidas na semiologia nutricional, além 
de serem utilizadas para concluir o diagnóstico nutricional 
baseado em sinais e sintomas clínicos. Os exames 
laboratoriais abordados incluíram o perfil lipídico com 
descrição dos parâmetros utilizados e valores de referência; 
perfil glicêmico, sendo descrito os parâmetros utilizados 
pela Sociedade Brasileira de Diabetes e as classificações 
que incluem glicemia de jejum alterada, pré-diabetes e 
diagnóstico de diabetes; além dos exames solicitados para 
avaliar depleção de ferro, deficiência de ferro e anemia 
ferropriva. Além disso, viu quais são as proteínas séricas mais 
utilizadas para avaliar estado nutricional, o tempo de meia-
vida de cada uma dessas proteínas e as possíveis situações 
clínicas que causam alterações dos resultados laboratoriais 
dessas proteínas.
Avaliação Nutricional
46
Outros Indicadores Nutricionais
OBJETIVO:
Conhecer outros indicadores nutricionais possibilitará a 
você, futuro nutricionista, a identificar o padrão de consumo 
alimentar dessa população, além de avaliar e associar os 
sinais e sintomas encontrados a possíveis deficiências ou 
excesso de alguns macros e micronutrientes. Imagine só 
você poder avaliar o padrão de consumo alimentar e fazer 
intervenções caso seja necessário, a fim de melhorar o 
padrão alimentar do indivíduo ou da população, além 
de ser capaz de identificar alterações no exame físico 
que evidenciam distúrbios nutricionais? E então? Não é 
interessante e importante desenvolver estas competências? 
Vamos lá. Avante!
A avaliação do consumo alimentar é de extrema importância 
para completar o diagnóstico nutricional da criança e do adolescente. 
Conhecendo os inquéritos alimentares você poderá identificar a ingestão 
qualitativa e/ou quantitativa do indivíduo ou de uma população. Esses 
parâmetros auxiliarão você, futuro nutricionista, na prescrição dietética, 
na estratégia nutricional que deverá ser adotada em uma população, 
direcionam as atividades de educação alimentar, além de serem utilizados 
para identificar indivíduos ou grupos em risco nutricional, o que chamamos 
de “vigilância alimentar”. Apesar da utilidade dos inquéritos alimentares, 
temos que estar cientes que nenhuma das ferramentas é capaz de 
apresentar os dados coletado sem erros. De modo a minimizar os erros 
desses instrumentos é necessário ter um avaliador treinado, bem como 
conhecer bem as vantagens e desvantagens dos inquéritos alimentares, o 
que possibilitará a escolha do método mais adequado para cada situação. 
Além os inquéritos, nesse módulo serão abordados os achados doexame físico, conhecido também como “semiologia nutricional”, o que lhe 
auxiliará na conclusão do estado nutricional, além de confirmar queixas 
da anamnese, resultados evidenciados pela antropometria e análise dos 
exames laboratoriais.
Avaliação Nutricional
47
Inquéritos Alimentares
Em se tratando de crianças e adolescentes é importante saber que 
as informações coletadas na anamnese alimentar nem sempre serão 
fornecidas por eles. Os dados coletados de crianças menores de 7 anos, 
em sua maior partem são fornecidos pelos pais ou responsáveis. Após 
essa idade as informações podem ser fornecidas pelas próprias crianças 
e adolescentes. Caso os dados coletados estiverem incompletos ou 
incompreensíveis pode-se solicitar aos pais ou responsáveis informações 
complementares.
Para a escolha do inquérito alimentar que melhor se aplica à situação 
do paciente é necessário conhecer algumas vantagens e desvantagens 
desses métodos.
NOTA:
Em relação à temporalidade, os inquéritos são divididos em 
prospectivos e retrospectivos. 
Os métodos prospectivos coletam informações recentes 
que refletem a dieta atual. Como exemplo para caracterizar 
esses métodos temos o recordatório de 24 horas, o registro 
alimentar diário, a pesagem direta e o orçamento familiar. 
Os métodos retrospectivos refletem tanto o consumo 
alimentar de um passado imediato quanto o consumo 
alimentar de um passado a longo prazo. Exemplificando 
esses métodos temos a frequência alimentar, a história 
dietética e os recordatório periódicos de 24 horas.
Recordatório de 24 horas
É um dos inquéritos mais utilizados na prática clínica consiste em 
coletar os dados referentes à alimentação no dia anterior, das últimas 
24 horas. Nessa coleta é necessário que o entrevistador colete todos os 
alimentos, incluindo as bebidas consumidas nesse período.
Avaliação Nutricional
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As medidas, geralmente, são mencionadas pelo entrevistado em 
medidas caseiras (exemplo: 1 xícara de chá equivale a 250 ml). Cabe 
ao entrevistador encontrar a forma mais clara de comunicação a fim de 
coletar os dados de forma mais detalhada possível, tendo o cuidado de 
não fazer indução nas respostas.
Entre os pontos positivos temos: baixo custo, fácil e rápida 
aplicação, podendo ser usado em várias faixas etárias, incluindo crianças 
e adolescentes. Além disso, os dados podem ser coletados em pacientes 
analfabetos, já que o questionário é preenchido pelo entrevistador; não 
influencia na ingestão habitual do indivíduo, pois se trata de relatos do dia 
anterior; os dados coletados podem ser usados para estimar ingestão de 
calorias e nutrientes (o nutricionista pode utilizar um software específico 
para fazer esses cálculos). Caso esse método seja realizado várias vezes 
em períodos diferentes ele fornecerá uma estimativa da ingestão habitual 
do entrevistado.
Parece ser uma ferramenta perfeita, não é? Mas, tenha calma! 
Todos os métodos têm limitações e com o recordatório de 24 horas não 
é diferente. Entre as limitações no uso desse questionário destacam-se: o 
entrevistador deverá ser treinado para evitar induções e coletar o máximo 
de informações possíveis; além disso, mesmo que o entrevistador esteja 
preparado o recordatório depende da memória do entrevistado; e a coleta 
de dados não reflete diferenças entre os dias da semana, então, o dia 
anterior à consulta pode ter sido um dia atípico. 
Fique atento às consultas nas segundas-feiras, pois o dia anterior foi 
um domingo, dia que geralmente as pessoas exageram na alimentação; 
bem como às terças-feiras, pois segunda-feira, geralmente, é considerado 
o dia da dieta. 
Ainda sobre as limitações do recordatório de 24 horas, muitas 
pessoas têm dificuldade de estimar o tamanho das porções e omitem 
as bebidas e os lanches que realizam entre as grandes refeições (café da 
manhã, almoço e jantar).
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Registro Alimentar
Nesse método de inquérito alimentar é necessário o registro com 
o máximo de detalhes (inclui tipo de preparação, ingredientes, marca do 
produto, porção em medidas caseira e registro do horário das refeições) 
de todos os alimentos e bebidas que foram consumidos em um intervalo 
de tempo determinado. A recomendação é realizar o registro alimentar no 
período de 3 a 7 dias, realizando as anotações em dias alternados. 
Além dessa forma de registro, existe a variação desse método, que 
é o registro alimentar por pesagem, isso significa que todos os alimentos e 
bebidas devem ser pesados, incluindo a sobra deles. Essa variação exige 
a utilização de uma balança calibrada.
Apesar de mais precisa, é pouco utilizada na prática clínica 
porque requer a aquisição de um equipamento, a balança, bem como 
treinamento. Entre os pontos positivos destacam-se: não depende da 
memória do entrevistado, isso minimiza possíveis omissões sobre o que 
consumiu anteriormente; e possibilita uma maior precisão quantitativa dos 
alimentos, isso facilita a realização dos cálculos de calorias e nutrientes 
de forma mais precisa, como as informações ficam anotadas é mais fácil 
identificar as preparações, tipos de alimentos e os intervalos entre as 
refeições.
Bem legal esse instrumento, mas vamos conhecer as suas 
limitações? Sendo um registro que requer anotações é impossível utilizar 
esse inquérito alimentar com indivíduos analfabetos. Além disso, para 
preencher as planilhas é necessário tempo disponível, já que ela envolve 
várias informações. Outro ponto limitante para o registro alimentar é que 
após a consulta e as orientações, as anotações podem sofrer modificações 
e não registrar o consumo habitual anterior à consulta.
Questionário de Consumo Alimentar
Esse inquérito alimentar estima o consumo habitual de alimentos 
ou se determinado grupo alimentar foi ingerido durante um período 
estabelecido, que pode ser dia, semana ou mês. É elaborado com dois 
Avaliação Nutricional
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componentes: uma lista de alimentos e um espaço para preencher com a 
frequência de consumo do alimento ou grupo alimentar.
Tem entre as vantagens ser uma ferramenta simples e de fácil 
aplicação, o que não exige muito treinamento do entrevistador, podendo 
ser autoaplicável, de forma a gerar resultados padronizados, o que 
possibilita a utilização de suas pesquisas epidemiológicas.
Falando de algumas limitações, assim como o recordatório de 24 
horas, o questionário de consumo alimentar depende da memória do 
entrevistado. Caso esse questionário seja aplicado pelo próprio paciente, 
é necessário que este seja alfabetizado. Os questionários devem ter itens 
limitados para serem interrogados a fim de evitar cansaço e indução nas 
respostas ,
Apesar de não haver padronização no questionário de frequência do 
consumo alimentar para crianças, essa ferramenta pode ser utilizada para 
avaliar o consumo de alguns grupos alimentares, de forma a relacioná-
los com o surgimento de algumas doenças, um bom exemplo é aplicar o 
questionário em uma população que apresenta sobrepeso e obesidade 
com perguntas direcionadas ao consumo de alimentos ultraprocessados, 
bebidas açucaradas, gorduras saturadas, entre outras informações que 
possam justificar o desenvolvimento da doença em questão.
Com relação aos outros inquéritos alimentares, na literatura existem 
algumas recomendações específicas relacionadas à cada faixa etária. Com 
lactentes em aleitamento exclusivo, basta avaliar o número de mamadas, 
as trocas de fraldas por diurese e por dejeções, monitorar cor e quantidade 
destas, bem como se o ganho de peso está satisfatório para a sua idade. 
Quando o lactente está em alimentação complementar e/ou aleitamento 
misto, o que deverá ser contabilizado como calorias e nutrientes são os 
alimentos ofertados além do leite materno; nesse caso não contabilizamos 
o que foi consumido por meio do leite materno. Caso o lactente esteja 
utilizando fórmula láctea ou leite de outra espécie é importante saber da 
diluição,da oferta de água, do modo de armazenamento e se há adição 
de farináceos ou outros preparados. O método que deverá ser utilizado é 
o recordatório de 24 horas ou dia alimentar habitual.
Avaliação Nutricional
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Em se tratando de pré-escolares deve-se realizar o recordatório 
de 24 horas ou dia alimentar habitual associado ao registro alimentar de, 
pelo menos, 3 dias. Nesse registro alimentar é possível avaliar variações 
no consumo alimentar que são comuns nessa faixa etária. Avaliar dias da 
semana e dias do final de semana trará dados mais reais da alimentação 
dessa criança, já que é muito comum o apetite variar muito nessa etapa 
da vida.
Crianças em fase escolar, maiores de 7 anos, já podem responder 
alguns inquéritos, e é recomendado utilizar o dia alimentar habitual. 
Durante a aplicação desse inquérito é possível observar, além do 
consumo alimentar, o estilo de vida da criança. Cabe ao nutricionista, no 
momento de aplicar o inquérito alimentar, optar entre o recordatório de 
24 horas ou a ingestão habitual, vai depender de como será a abordagem 
com a criança. Por meio da utilização dos inquéritos alimentares podemos 
observar, além do consumo alimentar da criança e do adolescente, o 
grau de autonomia que ele tem para se alimentar, como as refeições são 
feitas, se há refeições que são realizadas em família, se há utilização de 
algum equipamento multimídia (exemplo: televisão, computador, celular, 
tablet) e observar o comportamento dos pais e/ou responsáveis durante 
as refeições.
Exame Físico
O exame físico é realizado de forma geral e específica. Já que é 
uma avaliação geral, inclui os achados clínicos e antropométricos; e o 
específico requer uma avaliação mais minuciosa, que inclui o registro da 
avaliação de todas as partes do corpo, que se inicia no cabelo e termina 
na região plantar.
Vale destacar que na adolescência é necessário avaliar a maturação 
sexual, que inclui desenvolvimento das mamas, pelos pubianos e genitália. 
Essa avaliação pode ser realizada com o auxílio da escala de Tanner, que 
é baseada na avaliação do adolescente sobre o seu corpo.
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É importante começar o registro com a impressão do estado geral, 
e isso inclui a percepção do indivíduo sobre a sua condição, além da 
percepção do entrevistador.
Em crianças e adolescente são observadas alterações no exame 
físico que estão relacionadas a distúrbios nutricionais. Para tanto, devemos 
estar mais atentos a essas condições clínicas e aos seus sinais e sintomas 
a fim de promover recuperação ou melhora do estado nutricional de 
forma rápida e eficaz, de forma a minimizar os danos no seu crescimento 
e desenvolvimento.
Desnutrição Grave
É uma doença que pode ser identificada na avaliação 
antropométrica e laboratorial. No entanto, com o exame físico podemos 
avaliar características específicas entre as duas condições.
Quadro 12 ‒ Características entre os tipos de desnutrição grave
Marasmo Kwashiorkor
Lactentes < 12 meses Lactentes > 2 anos
Emagrecimento acentuado.
Atrofia muscular e subcutânea, 
o que resulta em membros 
delgados.
Pele flácida, nádegas atróficas.
Fáceis senil devido ao 
desaparecimento da bola de 
Bichat.
Abdomên pode ser globoso, 
sem hepatomegalia.
Cabelos finos e escassos.
Hipoatividade, irritabilidade.
Emagrecimento pode estar 
mascarado com edema e 
anasarca.
Edema em membros inferiores.
Alterações na pele: manchas 
hipocrômicas e hipercrômicas.
Face de Lua.
Abdômen globoso: ascite e 
hepatomegalia.
Cabelos avermelhados, 
quebradiços e opacos.
Apatia.
Fonte: Adaptado de Sociedade Brasileira de Pediatria (2009).
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Obesidade
A obesidade é uma doença crônica que resulta do acúmulo 
excessivo de gordura corporal, resultado de fatores que englobam fatores 
endócrinos, psicológicos e externos (alimentação, estilo de vida, prática 
de atividade física, etc.).
Em adultos, basta utilizar o IMC para sua classificação, porém em 
crianças e adolescentes o IMC sofre alterações devido ao crescimento e 
desenvolvimento acelerado dessas fases de vida, o que torna necessário 
avaliar o IMC em relação à sua idade.
Além do IMC, é importante verificar a circunferência abdominal, 
pois ela está relacionada à obesidade central e ao risco de doenças 
cardiovasculares. Atentar para a hepatomegalia, sinal sugestivo 
relacionado à esteatoepatite não alcóolica. Observar manchas na pele, 
principalmente na região do pescoço, axilas, região inframamária e 
superfícies flexoras dos membros: essas manchas são sinais clássico de 
Acanthosis nigricans. Verificar a presença de pelos com crescimento de 
padrão masculino em pacientes do sexo feminino, a exemplo de pelos no 
rosto e nas costas: esses sinais estão relacionados ao hirsutismo. Tanto a 
Acanthosis nigricans como o hirsutismo estão relacionados à resistência 
insulínica.
NOTA:
A Acanthosis nigricans é uma condição dermatológica 
caracterizada por espessamento, hiperpigmentação e 
acentuação das linhas da pele, gerando aspecto grosseiro 
e aveludado no local afetado. É comum crianças e 
adolescentes com obesidade apresentarem edema e dor 
nas articulações, desvios na coluna vertebral e alterações 
de marcha.
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SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura 
das Diretrizes brasileiras de obesidade. Para acessar, clique 
aqui. 
Hipovitaminose A
A hipovitaminose A é um problema de saúde pública no Brasil que 
acomete, principalmente, crianças na fase pré-escolar. As causas que 
justificam esses dados são baseadas na falta de amamentação ou desmame 
precoce (antes dos 6 meses) e alimentação infantil desequilibrada com 
baixa ingestão de gorduras. A vitamina A é lipossolúvel, sendo necessários 
lipídios para a sua absorção, além da baixa ingestão desse micronutriente.
A sua deficiência afeta as estruturas epiteliais de diversos órgãos, 
destacando alterações nos olhos e na visão. Por ser uma vitamina 
antioxidante, é comum a redução das respostas imunológicas.
Ao exame físico devemos estar atentos, principalmente, às 
alterações de crescimento, maior predisposição a infecções, alterações 
cutâneas e alterações oculares. Nas alterações cutâneas podemos 
encontrar pele seca com aspecto escamoso, conhecida como xerose; 
e pele áspera e acúmulo de células descamadas, o que chamamos de 
hiperceratose folicular.
Já as alterações oculares são divididas em seis estágios, que 
ocorrem de forma progressiva.
 • A primeira alteração é a nictalopia, conhecida como cegueira 
noturna. É caracterizada como redução da acuidade visual em 
ambientes pouco iluminados. Esse sintoma é de difícil percepção 
por crianças menores de 7 anos, o que dificulta o seu tratamento 
nas crianças dessa faixa etária.
 • A segunda alteração é a xerose conjuntival, caracterizada pela 
perda de brilho e umidade da conjuntiva; os reflexos luminosos se 
tornam difusos e de baixa intensidade.
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 • A terceira alteração são as manchas de Bitot, placas com coloração 
acinzentada de aparência espumosa que, geralmente, acometem 
a região nasal da conjuntiva ocular.
 • A quarta alteração corresponde à xerose corneal, momento 
em que a córnea se encontra seca e sem brilho, apresentando 
aspecto granular.
 • A quinta alteração é a ulceração de córnea, resultado da xerose 
corneal, que gera a destruição do epitélio e estroma corneal, 
podendo haver perfuração.
 • O último estágio é a queratomalácia, que é o resultado progressivo 
da ulceração da córnea, gerando destruição do globo ocular e, 
consequentemente, cegueira irreversível.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura 
da matéria a seguir. Para acessar, clique aqui. 
Anemia Ferropriva
É uma doença com alta prevalência na nossa população, antes 
de surgir a doença ocorrem estágios anteriores, que podem ser 
assintomáticos, assimcomo a deficiência de ferro e a depleção de ferro, o 
que dificulta a sua investigação no exame físico.
Alguns sinais e sintomas são comuns em indivíduos anêmicos 
como: apatia, astenia e mucosas e pele hipocrômica. Verificar a ocorrência 
de processos infecciosos de repetição, visto que esse sintoma pode 
estar associado a um comprometimento do sistema imune. Ainda 
devemos estar atentos ao padrão de crescimento peso/estatura e ao 
desenvolvimento neuropsicomotor. A anemia ferropriva pode resultar em 
comprometimento do desenvolvimento motor e da coordenação. Além 
disso, devem ser analisados os sinais de fadiga, insegurança e grau de 
atenção durante a avaliação nutricional.
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RESUMINDO:
E então? Estamos finalizando mais um módulo e, nesse 
último Capítulo você conheceu os inquéritos alimentares e 
a semiologia aplicada à nutrição de crianças e adolescentes. 
Entre os inquéritos aprendidos você pôde conhecer quais 
os inquéritos são utilizados por faixa etária, sua classificação 
quanto à temporalidade e seus pontos positivos e limitantes. 
Essas competências lhe auxiliarão na escolha do melhor 
método a ser aplicado. Além dos inquéritos, você aprendeu 
sobre os principais sinais e sintomas associados às 
doenças e condições clínicas que mais se relacionam com 
o estado nutricional. Antes de concluirmos esse Capítulo 
sobre avaliação nutricional, é importante lembrar que 
você aprendeu os principais parâmetros antropométricos 
utilizados em crianças e adolescentes, as curvas de 
crescimento da OMS, a avaliação laboratorial, a semiologia 
nutricional e os inquéritos alimentares. Para concluir o 
diagnóstico nutricional é imprescindível analisar as diversas 
ferramentas utilizadas na avaliação nutricional, além de 
associar os achados clínicos à condição socioeconômica, 
cultural e regional do indivíduo. Agora, é só praticar bastante 
tudo que vimos até aqui e se tornar um expert em avaliação 
nutricional.
Avaliação Nutricional
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Federal n°. 8.234, de 17 de setembro de 1991. 
Regulamenta a profissão de nutricionista e determina outras 
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1991.
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderneta de saúde da criança: 
menina. 8. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2013a.
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderneta de saúde da criança: 
menino. 11. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 
Departamento de Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise 
de dados antropométricos em serviços de saúde: norma técnica do 
sistema de vigilância alimentar e nutricional – Sisvan. Brasília: Ministério 
da Saúde, 2011. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 
Departamento de Atenção Básica. Manual de condutas gerais do 
programa nacional de suplementação de vitamina A. Brasília: Ministério 
da Saúde, 2013b.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 
Departamento de Atenção Básica. Programa nacional de 
suplementação de ferro: manual de condutas gerais. Brasília: Ministério 
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CURVAS de crescimento: orientações para profissionais de 
saúde. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do 
Adolescente, 2019. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.
fiocruz.br/atencao-crianca/curvas-de-crescimento-orientacoes-para-
profissionais-de-saude. Acesso em: 21 dez. 2021.
DEFICIÊNCIA de vitamina A. Biblioteca Virtual em Saúde, 2014. 
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/deficiencia-de-vitamina-a-2. 
Acesso em: 21 dez. 2021.
Avaliação Nutricional
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FISBERG, M.; LYRA, I.; WEFFORT, V. Consenso sobre anemia 
ferropriva: mais que uma doença, uma urgência médica! Sociedade 
Brasileira de Pediatria, 2018. 
FRISANCHO, A. R. Anthropometric standards for the assessment 
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PALHARES, H. M. da C. et al. Associação entre Acantose Nigricans e 
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Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 101, n. 9, 2013.
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sociedade brasileira de diabetes 2017-2018. São Paulo: Clannad, 2017.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (SBP). Avaliação nutricional 
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TAVARES, E. C.; REGO, M. A. S. Prematuridade e retardo de 
crescimento. Tratado de Pediatria, v. 18, p. 1325-1323, 2007.
Avaliação Nutricional
	_Hlk91089210
	Avaliação Antropométrica
	Peso
	Estatura/Comprimento
	Índice de Massa Corpórea (IMC)
	Circunferências
	Dobras Cutâneas
	Perímetros
	Indicadores de Crescimento: Avaliação e Interpretação de Curvas
	As Curvas de Crescimento 
	Curvas de Crescimento Peso para Idade (P/I)
	Curvas de Crescimento Peso para Estatura (P/E)
	Curvas de Crescimento Índice de Massa Corporal para Idade (IMC/I)
	Curvas de Crescimento Estatura para Idade (E/I)
	Interpretação das Curvas de Crescimento
	Exames Laboratoriais 
	Perfil Lipídico
	Níveis Glicêmicos
	Exames Laboratoriais para Identificação de Anemia Ferropriva
	Proteínas
	Outros Indicadores Nutricionais
	Inquéritos Alimentares
	Recordatório de 24 horas
	Registro Alimentar
	Questionário de Consumo Alimentar
	Exame Físico
	Desnutrição Grave
	Obesidade
	Hipovitaminose A
	Anemia Ferropriva

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