Prévia do material em texto
Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Agrárias Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia – PDIZ Disciplina: Metabolismo de minerais e vitaminas METABOLISMO DO MOLIBDÊNIO E COBALTO NOS ANIMAIS Doutoranda: Valquíria Sousa Silva Fortaleza – CE 2019 1 INTRODUÇÃO Microminerais Molibdênio Cobalto Faz parte do centro ativo da molécula de vitamina B12 sendo de extrema importância para os animais ruminantes. 2 Indispensável componente da enzima xantina oxidase. O molibdênio e o cobre são antagônicos no organismo animal, onde o excesso de molibdênio e enxofre induz a deficiência de cobre. 3 FONTES DE MOLIBDÊNIO O Molibdênio (Mo) é um micronutriente aniônico originário da decomposição das rochas. Ele está presente no solo de 4 formas: Não disponível, retido no interior da estrutura de minerais; Parcialmente disponível ou trocável, absorvido nas argilas (na forma dos óxidos de Fe e Al, disponível em função do pH e do teor de Fósforo (P) disponível; Ligado à matéria orgânica; solúvel em água; Sua fixação nas plantas é dependente do pH do solo. 4 FUNÇÕES DO MOLIBDÊNIO 5 Tecidos do corpo do animal apresentarem baixas quantidades de molibdênio Elemento é um mineral essencial para os animais Dentre os órgãos corporais, o fígado e os rins são os que apresentam maiores quantidades desse mineral. No metabolismo animal, o Mo está envolvido na atividade xantina oxidase, Aldeído oxidase e sulfito oxidase (CAVALHEIRO; TRINDADE, 1992). 6 FUNÇÕES DO MOLIBDÊNIO A maioria das enzimas dependentes de molibdênio usam esse elemento para compor o cofator de molibdênio (Moco). O qual consiste de uma ligação covalente de molibdênio à molécula de ditiolato com uma pterina tricíclica, designada molibdopterina (MPT). Essas enzimas que contém Moco catalisam importantes reações redox no ciclo de carbono, enxofre e nitrogênio. 7 FUNÇÕES DO MOLIBDÊNIO Xantina oxidase Xantina oxidase 8 FUNÇÕES DO MOLIBDÊNIO ABSORÇÃO E METABOLISMO 9 A absorção ocorre rapidamente no estômago e ao longo do intestino delgado. Mecanismo passivo; Carreador (α-macroglobulina); Normalmente o Mo encontra-se ligado a proteínas tanto para o transporte no sangue quanto para o armazenamento em tecidos. O organismo pode reter Mo, em parte, pela formação do complexo molibdopterina. EXCREÇÃO 10 A principal via de excreção é a urinária A excreção urinária reflete o nível de ingestão de molibdênio. Existe uma maior retenção com a baixa ingestão, ao passo que com o aumento da ingestão a excreção foi bastante rápida, sugerindo ser o rim o principal local de regulação homeostática. INTERAÇÃO MO, CU E S 11 O Mo é antagonista ao cobre. Altos níveis de Mo aumentam as exigências dos animais por cobre. O aumento desse nível de Mo quando acomete o fígado compromete a síntese de ceruplasmina e, consequentemente, torna o cobre indisponível. INTERAÇÃO MO, CU E S 12 Molibdênio Enxofre Tiomolibdato Os tiomolibdato irá agir no rúmen ligando-se ao cobre tornando-o não disponível para absorção. Cu-TMs Cupro-tiomolibdatos INTERAÇÃO MO, CU E S 13 Quanto mais moléculas de enxofre ligadas ao molibdênio, maior será indisponibilidade do cobre, sendo as porcentagens com que participam os tiomolibdatos são: 41% como tetratiomolibdato (MoS4 2- ); 34% como tritiomolibdato (MoS3 2- ); monotiomolibdato (MoO3S 2- ) e ditiomolibdato (MoO2S 2- ) em menores quantidades; (MASON, 1990; COZZOLINO, 1997; VASQUEZ et al., 2001; PICCO et al., 2012). Os tiomolibdatos se ligam ao cobre e posteriormente associam-se às proteínas de alto peso molecular, principalmente albumina formando um complexo insolúvel e assim, reduzindo a biodisponibilidade cúprica para o metabolismo, resultando em diminuição do cobre como da albumina e a disponibilidade de cobre para síntese de ceruloplasmina (SUTTLE, 1991; CONTI, 2014). TOXICIDADE DE MOLIBDÊNIO 14 Falência Renal; Alterações reprodutivas; Diarreia; Anemia; 15 FONTES DE COBALTO 16 O Cobalto é um metal branco-acinzentado com propriedades magnéticas similares ao ferro e ao níquel (Barceloux, 1999). Os principais estados de oxidação do Co são +2 e +3, mas, na maioria dos compostos de Co disponíveis, seu estado de valência é +2. O Co é um elemento relativamente raro. Ocorre na crosta terrestre na faixa de 0,001 - 0,002%, onde é encontrado na forma de minérios tais como a cobaltita (CoS2 .CoAs2 ), linaeita (Co3 S4 ), esmaltita (CoAs2 ) e eritrita (3CoO.As2 O5 .8H2 O) (Merck Index, 1996). FONTES DE COBALTO 17 As principais fontes de cobalto utilizadas na suplementação são: Sulfato de cobalto; Carbonato de cobalto (TEIXEIRA, 2001). Sulfato de cobalto Carbonato de cobalto FUNÇÕES DE COBALTO 18 Síntese de Vitamina B12 Essencial Os microrganismos do rúmen usam o cobalto para a síntese desta vitamina e para seu crescimento. Cerca de 3% do cobalto ingerido é convertido em vitamina B12, aproximadamente 43% do cobalto do corpo é estocado no músculo e aproximadamente 14% nos ossos, sendo o restante distribuído em outros tecidos (TEIXEIRA, 2001). FUNÇÕES DE COBALTO 19 Vitamina B12 Influencia o metabolismo energético, facilitando a formação de glicose através da ação da metilmalonil CoA mutase formando succinato a partir de propionato (Underwood & Suttle, 1999). Os ruminantes que apresentam deficiência de vitamina B12 não conseguem efetuar a conversão do propionato para succinato, prejudicando assim a utilização da energia pelo animal (LOPES, 1998). ABSORÇÃO E METABOLISMO 20 Nos animais ruminantes a absorção é pouco eficiente com 3% sendo convertido em vitamina B12 no rúmen. São sintetizadas no rúmen e liberadas no processo de digestão. ABSORÇÃO E METABOLISMO 21 Próximo de 43% do cobalto no corpo está armazenado nos músculos e aproximadamente 14% nos ossos, o restante localizando-se em tecidos como rins e fígado (McDowell, 1992). Considera-se que o fígado é o órgão que armazena vitamina B12 em excesso. EXCREÇÃO 22 A principal rota de excreção são as fezes, embora quantidades variadas possam ser excretadas pela urina. Vacas em lactação excretam entre 86 a 87% do Co ingerido pelas fezes e 12% através do leite; Bovinos e ovinos excretam até 98% do Co ingerido por via fecal; DEFICIÊNCIA DE COBALTO 23 Os sinais clínicos e patológicos de deficiência são precedidos por alterações bioquímicas nos tecidos e fluídos do corpo. Alguns dos sinais de deficiência de cobalto e consequentemente de vitamina B12 são anemia megaloblástica e lesões neurológicas (McDowell, 1992). Mas os principais sinais se relacionam com o metabolismo do propionato em ruminantes, onde há perda de peso, como consequência da falha de utilização do propionato para gliconeogênese. CONSIDERAÇÕES FINAIS O molibdênio e cobalto possui importância no desempenho dos animais, pois atua no organismo participando ativamente de enzimas importantes nas reações redox no ciclo de carbono, enxofre e nitrogênio, como também para síntese da vitamina B12 necessária para os animais ruminantes. Sendo portanto, necessário conhecimento dos mecanismos de absorção e utilização desses minerais pelos os animais, assim como, entender sua interação com outros nutrientes e sua influência sobre componentes do organismo visando obter melhores resultados zootécnicos. OBRIGADA! Valquíria Sousa Silva Doutorando em Zootecnia E-mail: walzoouft@gmail.com image5.png image1.png image2.png image3.png image4.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.png image19.png image20.png image21.jpeg image22.png image23.jpeg image24.jpeg image25.png image26.png image27.png image28.png image29.png image30.png image31.jpeg image32.png