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PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
1 
 
Direito Processual Civil 
(Ponto 4) 
Do Litisconsórcio. Da Intervenção de 
Terceiros. 
CPF: 860.542.154-18
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2 
CURSO MEGE 
 
Site para cadastro: https://loja.mege.com.br/ 
Celular / Whatsapp: (99) 982622200 (Tim) 
Turma: Clube Delta 2023.1 
Material: Direito Processual Civil (Ponto 5) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Processual Civil 
(Ponto 4) 
Do Litisconsórcio. Da Intervenção de 
Terceiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
SUMÁRIO 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA .................................................................... 4 
1. DOUTRINA (RESUMO) ................................................................................................... 5 
1.1. DO LITISCONSÓRCIO .................................................................................................. 5 
1.2. DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS ............................................................................ 17 
2. JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................ 43 
3. QUESTÕES ................................................................................................................... 47 
4. GABARITO COMENTADO ............................................................................................ 55 
 
 
 
 
 
 
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4 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA 
(Conforme Edital do Mege) 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Do litisconsórcio. Da intervenção de terceiros. (Ponto 4) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CPF: 860.542.154-18
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5 
1. DOUTRINA (RESUMO) 
1.1. DO LITISCONSÓRCIO 
1.1.1. CONCEITO 
 
Consiste na pluralidade de sujeitos em um ou nos dois polos da relação jurídica 
processual, que se reúnem para litigar em conjunto (art. 113 do NCPC). É hipótese, 
portanto, de cúmulo subjetivo (de partes) no processo. 
São objetivos do litisconsórcio: 
 
a) Economia processual; 
b) Evitar a prolação de decisões contraditórias. 
 
Para a existência do litisconsórcio é irrelevante a postura no processo dos 
sujeitos que litigam no mesmo polo, sendo admissível, inclusive, que sejam adversários 
entre si na demanda judicial. Como ocorre no litisconsórcio simples, que, por admitir 
decisões diferentes para cada litisconsorte, deixa clara a possibilidade de posturas 
diferentes de cada litisconsorte. 
 
1.1.2. ADMISSIBILIDADE 
 
Admite-se o litisconsórcio em qualquer processo ou procedimento, inclusive 
nas causas da competência dos juizados especiais (art. 10 da Lei 9.099/95). 
 
1.1.3. MODALIDADES 
1.1.3.1. Ativo (autores), passivo (réus) e BILATERAL (AUTORES E RÉUS) 
 
Leva em conta o polo em que estão localizados os litisconsortes. 
 
1.1.3.2. Litisconsórcio inicial e ulterior 
 
Litisconsórcio inicial ou originário é aquele que se forma 
contemporaneamente à formação do processo, quer porque mais de uma pessoa 
postulou, quer porque a demanda foi proposta em face de mais de uma pessoa. 
Litisconsórcio ulterior, posterior, incidental ou superveniente é aquele que 
surge após o processo ter se formado. Pode surgir por três motivos: 
 
a) Em função de uma intervenção de terceiros; 
b) Pela sucessão processual; 
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6 
c) Por conexão, caso se imponha a reunião das causas para 
processamento simultâneo; 
d) Por determinação do juiz, na hipótese de litisconsórcio 
passivo necessário não apontado na inicial, a denominada 
intervenção iussu iudicis (art. 115, parágrafo único, NCPC). 
 
A pergunta é “Até que momento é possível o ingresso de um litisconsorte no 
processo”? Quando é feita essa pergunta, o que se está questionando é quanto ao 
litisconsórcio facultativo, pois o litisconsórcio necessário é requisito de legitimidade da 
parte, tratando-se de condição da própria ação e requisito de eficácia da sentença, 
podendo ingressar em qualquer momento, sob pena de extinção do processo sem 
resolução do mérito. 
Em relação ao litisconsórcio facultativo, a matéria era tratada no art. 264 do 
CPC/73, que previa expressamente a chamada estabilização subjetiva da lide. Não há no 
novo diploma legal regra correspondente nesse sentido. O art. 329 do Novo CPC, que 
corresponde ao art. 264 do diploma legal revogado, limita-se a tratar da estabilização 
objetiva da demanda. Contudo, a doutrina entende que o momento limite para que 
alguém ingresse em processo alheio, facultativamente, é a citação. Mesmo diante da 
omissão legal do NCPC, entende-se que, antes da citação, a demanda não está 
estabilizada em termos subjetivos, de forma que a alteração das partes decorre da mera 
vontade do autor. 
Contudo, no caso do litisconsórcio facultativo ativo, não há a possibilidade de 
ingresso posterior. A doutrina e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça não 
aceitam a formação do litisconsórcio ativo facultativo ulterior, porque isto resultaria em 
burla ao princípio do juiz natural, uma vez que, neste caso, este litisconsorte facultativo 
ativo estaria escolhendo o juízo que irá julgar a demanda. Nesse sentido: [...] 2. 
Inadmissível a formação de litisconsórcio facultativo ativo após a distribuição do feito, 
sob pena de violação ao Princípio do Juiz Natural, em face de propiciar ao jurisdicionado 
a escolha do juiz. Precedentes do STJ. [...] (STJ-2ª. T - AgRg no REsp 1022615 / RS – Rel. 
Herman Benjamin, j. 10.03.2009). 
 
1.1.3.3. Litisconsórcio unitário e simples 
 
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da 
relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo 
uniforme para todos os litisconsortes. 
 
O litisconsórcio unitário ocorre quando, pela natureza da relação jurídica, o 
provimento jurisdicional tiver que ser igual para todos. A pluralidade de pessoas é 
considerada como se fosse apenas uma. Em todo litisconsórcio unitário, a relação 
jurídica discutida deverá ser indivisível. Porém, não necessariamente, há de se falar em 
solidariedade, já que nem sempre a obrigação solidária é indivisível. No litisconsórcio 
unitário existe apenas uma relação jurídica de direito material, que possui vários 
indivíduos a esta vinculados. 
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7 
Para a formação do litisconsórcio unitário, é necessária a presença de dois 
requisitos cumulativos: 
 
a) a existência de uma única relação jurídica; 
b) que esta relação jurídica seja indivisível. 
 
Nessas situações, portanto, em virtude da incindibilidade da relação jurídica, o 
juiz deverá decidira lide de maneira uniforme para todos os litisconsortes. 
A não citação de um litisconsorte unitário acarreta nulidade processual 
absoluta, já que ninguém poderá ter sua esfera jurídica atingida por relação processual 
da qual não participou. Como o provimento judicial não é cindível, afetando 
necessariamente o litisconsorte unitário não citado, caberá ação rescisória e, até mesmo, 
ação transrescisória. Nesse sentido, é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: 
PROCESSO CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA. QUERELA NULLITATIS. CABIMENTO. 
LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DE TODOS OS RÉUS. É cabível ação 
declaratória de nulidade (querela nullitatis), para se combater sentença proferida sem 
a citação de todos os réus que, por se tratar, no caso, de litisconsórcio unitário, 
deveriam ter sido citados (STJ, REsp 194.029/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS 
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 01/03/2007, DJ 02/04/2007, p. 310). 
É importante salientar que, diferentemente do que ocorre no litisconsórcio 
necessário, no litisconsórcio unitário, havendo nulidade por falta de um dos 
litisconsortes, o processo será anulado para todos, e não somente em relação ao que 
dele não participou. Já no litisconsórcio necessário, a sentença continuará válida para os 
litisconsortes, apenas não produzindo nenhum efeito para o não citado, conforme 
disposto no art. 115 do NCPC. 
 
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a 
integração do contraditório, será: 
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que 
deveriam ter integrado o processo; 
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram 
citados. 
 
Ademais, no litisconsórcio unitário os atos benéficos praticados por qualquer 
dos litisconsortes a todos aproveita. Já os atos prejudiciais ou omissões praticadas por 
um dos litisconsortes unitários não prejudicam aos demais. Como, por exemplo, a 
disposição contida no art. 1.005 do NCPC, o qual prevê que o recurso interposto por um 
dos litisconsortes a todos aproveita e é aplicável apenas ao litisconsórcio unitário no 
entendimento da doutrina majoritária e da jurisprudência do Superior Tribunal de 
Justiça (STJ. 3ª Turma. AgRg no REsp 908763-TO, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
julgado em 18/10/2012 - Informativo 507). 
O litisconsórcio simples, por sua vez, é aquele que decorre de uma relação 
jurídica cindível. Assim, podem existir decisões diferentes para cada litisconsorte. No 
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litisconsórcio simples, está-se diante de uma situação litisconsorcial em que cada um 
dos litisconsortes defende a sua própria relação jurídica de direito material. Em outras 
palavras, existe um litisconsórcio, mas cada um dos litisconsortes possui a sua própria 
relação jurídica de direito material sendo apresentada ao juiz. 
 
1.1.3.4. Litisconsórcio necessário e facultativo 
1.1.3.4.1. Litisconsórcio necessário 
 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou 
quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a 
eficácia da sentença depender da citação de todos que devam 
ser litisconsortes. 
 
O litisconsórcio necessário é aquele em que é obrigatória a participação de 
todos os interessados no processo por imposição legal ou pela natureza da relação 
jurídica. Uma sentença que repercutirá na esfera alheia impõe, necessariamente, a 
formação do litisconsórcio, devendo o juiz determinar o saneamento desse defeito para 
evitar nulidade processual. 
 
1.1.3.4.1.1. Impossibilidade do litisconsórcio ativo necessário 
 
Embora haja um intenso debate doutrinário, o entendimento que prevalece na 
doutrina e na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é o de que NÃO é possível 
um litisconsórcio ativo necessário, porque ninguém pode ser obrigado a propor 
demanda contra a sua vontade nem pode ser condicionado à vontade de outrem para 
ajuizar uma ação, ou seja, não se pode impedir o direito de qualquer pessoa postular 
em juízo em função da inércia de outra. 
 
1.1.3.4.1.2. Litisconsórcio necessário e eficácia da sentença (vício gerado pela ausência 
de litisconsórcio necessário) 
 
No litisconsórcio necessário, deve-se ter como ponto de vista o direito ao 
contraditório e à ampla defesa de todos os que estão vinculados à relação jurídica de 
direito material. Portanto, há a necessidade de citação de todos aqueles que venham a 
ser diretamente afetados pela decisão judicial, para que possam participar do processo 
e terem a oportunidade de influenciar a formação do convencimento do julgador. 
Ausência de litisconsórcio necessário: 
 
- Se unitário: nulidade da sentença. 
- Se simples: ineficácia da sentença para quem não participou. 
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A ausência de litisconsórcio necessário pode ser alegada em apelação? 
Perfeitamente possível a alegação em apelação. Lembrem-se: É UMA QUESTÃO DE 
ORDEM PÚBLICA. 
Pode ser alegada em recurso especial ou recurso extraordinário? A esse 
respeito há divergência: para a corrente clássica, só poderia ser objeto de alegação se 
fosse anteriormente objeto de prequestionamento. Mesmo sendo questão de ordem 
pública, há necessidade de prequestionamento para que seja possível sua alegação no 
recurso especial ou extraordinário. Contudo, uma segunda corrente, mais moderna, 
preconiza que não há necessidade de prequestionamento, defendendo, inclusive, a 
possibilidade de ser objeto de exame de ofício pelo STJ e STF, desde que o recurso 
especial ou o extraordinário tenha sido admitido por outro motivo. 
 
ATENÇÃO! A compreensão a respeito do tema foi cobrada pela banca CESPE/CEBRASPE, 
tendo a banca examinadora considerado incorreta a seguinte assertiva: “A sentença de 
mérito, quando proferida sem a integração do contraditório pelo litisconsorte 
necessário, será nula de pleno direito, não importando que o litisconsórcio seja 
simples ou unitário”. 
 
O dispositivo (parágrafo único), evidentemente, tem como destinatário o 
magistrado do processo em curso. 
Em sentido semelhante, observa-se a regra da súmula nº 631 do STF: 
 
Súmula nº 631 do STF - Extingue-se o processo de mandado de 
segurança se o impetrante não promove, no prazo assinado, a 
citação do litisconsorte passivo necessário. 
 
1.1.3.4.1.3. Litisconsórcio necessário (unitário ou simples) 
 
Conforme exposto, o litisconsórcio necessário pode ocorrer por vontade da lei 
ou pela unitariedade da relação jurídica envolvida. 
Com relação à unitariedade da relação jurídica envolvida, pode-se afirmar, 
então, que, EM REGRA, o litisconsórcio unitário (uma única relação jurídica indivisível) 
será necessário, nos termos do artigo 114 do NCPC. 
A ideia é que, se diversas pessoas serão atingidas pelos efeitos da decisão que 
se espraiarão sobre a mesma relação jurídica indivisível, estas devem ser 
citadas/intimadas para integrarem algum dos polos da relação processual ou para, ao 
menos, terem ciência da existência do processo. 
O litisconsórcio necessário pode ser simples (não unitário), mas apenas nas 
hipóteses em que a lei determina a citação/intimação de todos os interessados (por 
imposição legal). 
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Desta forma, pode ser que a lei determine a formação obrigatória do 
litisconsórcio, sem que este litisconsórcio seja unitário (nos casos em que a relação 
jurídica em disputa não é única ou, sendo,não é indivisível). 
Exemplos de litisconsórcio necessário simples (comum/não unitário): 
 
a) ação de divisão e demarcação proposta por um condômino, 
que deverá requerer a citação dos demais (art. 575 do NCPC). 
Nessa hipótese, em que pese a necessariedade do litisconsórcio 
(por imposição legal), a decisão do juiz poderá ser diferente para 
cada um dos condôminos. 
b) ação de usucapião, na qual os confinantes serão 
obrigatoriamente citados (art. 246, § 3º, do NCPC). Veja que os 
confinantes (confrontantes) serão citados, mas a decisão do juiz 
não necessariamente atingirá todos os confinantes. É apenas 
uma precaução legal para que estes depois não venham a arguir 
que uma parte do seu terreno foi invadida ou usucapida. 
 
1.1.3.4.2. Litisconsórcio facultativo 
 
O litisconsórcio facultativo (previsto no art. 113 do NCPC) é aquele que pode 
ocorrer de acordo com a vontade das partes. A ideia de litisconsórcio facultativo se faz 
por exclusão, de maneira que será facultativo quando não for necessário. 
 
ATENÇÃO 1! LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO UNITÁRIO. 
Pode existir litisconsórcio facultativo unitário, mas apenas no polo ativo. Ou seja, 
mesmo que a relação jurídica seja única e indivisível (litisconsórcio unitário), o 
litisconsórcio ativo será facultativo, uma vez que não se pode obrigar ninguém a litigar 
em juízo. Exemplos de litisconsórcios ativos facultativos unitários: a) ação reivindicatória 
de coisa comum proposta por qualquer dos condôminos (art. 1.314 do Código Civil); b) 
ação proposta por um dos herdeiros para haver de terceiros a universalidade da herança 
(art. 1.791 do Código Civil); c) ação popular; dentre outros. 
O tema foi objeto de questão pela (Vunesp), tendo a banca examinadora considerado 
incorreta a seguinte assertiva: “Haverá litisconsórcio necessário sempre que ele for 
unitário”. 
 
ATENÇÃO 2! LIMITES SUBJETIVOS DA COISA JULGADA E LITISCONSÓRCIO ATIVO 
FACULTATIVO UNITÁRIO. 
A questão dos limites subjetivos da coisa julgada no caso de litisconsórcio ATIVO 
facultativo unitário é uma das questões mais tormentosas do Processo Civil, não 
existindo uma posição pacífica na doutrina, nem na jurisprudência. 
Fredie Didier explica de maneira muito simples e didática a questão, razão pela qual 
prefiro expor o referido ensinamento (Didier Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: 
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11 
introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento I Fredie 
Didier Jr. - 17. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015. Págs. 462-463). 
“Questão das mais tormentosas sobre o litisconsórcio é a extensão subjetiva da coisa 
julgada aos titulares do direito litigioso que não propuseram a demanda. 
A extensão da coisa julgada àquele que poderia ter sido litisconsorte unitário, mas não 
o foi é uma das grandes polêmicas do processo civil, até hoje sem uma solução imune a 
sérios questionamentos. 
Há três correntes: 
a) Como os casos de litisconsórcio facultativo unitário são, rigorosamente, de 
legitimação extraordinária, pois alguém está autorizado a, em nome próprio, levar a 
juízo uma situação jurídica que não lhe pertence (no caso de litisconsórcio formado pelo 
titular do direito e por um terceiro) ou que não lhe pertence exclusivamente (no caso 
de litisconsórcio formado por cotitulares do direito, como os condôminos), a coisa 
julgada estenderá seus efeitos aos demais colegitimados, titulares do direito ou outros 
legitimados extraordinários, pois a relação jurídica já recebeu uma solução do Poder 
Judiciário, solução que deve ser única. Seria hipótese de extensão ultra partes dos 
efeitos da coisa julgada, mitigando a regra do artigo 506 do NCPC. 
Esse é o entendimento que adotamos, seguindo a linha de, entre outros, Barbosa 
Moreira e Ada Pelegrini Grinover. 
b) Uma segunda corrente prega a extensão subjetiva da coisa julgada secundum 
eventum litis. Assim, a coisa julgada somente se estenderia aos demais titulares do 
direito se fosse para beneficiar – a doutrina costuma dizer que somente se estende em 
caso de procedência do pedido. O artigo 506 do CPC autoriza a extensão da coisa julgada 
a terceiro, desde que favorável. 
Essa é a posição menos aceita, até pelo fato de o outro titular poder não querer o 
resultado alcançado por aquele que demandou. Por exemplo: um sócio logrou anular 
uma decisão da Assembleia; talvez o outro sócio quisesse, ao contrário, mantê-la em 
vigor. 
c) Há ainda uma terceira corrente, que obteve a adesão de Eduardo Talamini: em 
nenhuma hipótese haverá a extensão subjetiva dos efeitos da coisa julgada, que 
somente opera inter partes. Convém frisar que o posicionamento de Talamini foi 
construído com base no CPC-1973, que não permitia expressamente a extensão da coisa 
julgada favorável a terceiro, como o faz o CPC atual”. 
 
1.1.3.4.2.1. Hipóteses legais de litisconsórcio facultativo 
 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo 
processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações 
relativamente à lide; 
 
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12 
Exemplo: devedor e fiador são demandados juntos pela dívida assumida pelo 
primeiro e garantida pelo segundo. 
 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de 
pedir; 
 
Exemplo: dois acionistas de uma sociedade pretendem a anulação de certa 
deliberação social da empresa (conexão por pedido) ou, ainda, no caso de acidente de 
veículo, em que o causador do dano prejudicasse duas vítimas (conexão por 
fundamento). 
 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou 
de direito. 
 
Exemplo de ponto de direito: a propositura, por vários contribuintes, de ação 
tendente a desconstituir lançamento tributário fundada na inconstitucionalidade da 
exação. 
Exemplo de ponto de fato: fazendeiro que demanda seus vizinhos que, sem 
acordo prévio, colocam seus animais na fazenda do demandante. 
 
ATENÇÃO 1! Como o próprio nome já dá a entender, no caso de litisconsórcio 
facultativo, esse é formado de acordo com a vontade das várias partes. Dessa maneira, 
o Superior Tribunal de Justiça entendeu que “juiz não pode extinguir ações individuais 
idênticas (propostas por autores diferentes contra o mesmo réu) para que sejam 
repropostas em litisconsórcio”, podendo, no máximo, determinar a reunião de 
processos para julgamento conjunto em razão da conexão (arts. 55 e 58 do NCPC) (STJ, 
2ª Turma, AgRg no AREsp 410980-SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/2/2014 
- Informativo 537). 
 
ATENÇÃO 2! Em que pese a classificação a respeito das MODALIDADES ESPECIAIS DE 
LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO NOS CASOS DE CUMULAÇÃO DE PEDIDOS não seja tão 
debatida na doutrina, o tema foi objeto de questão tendo a banca (Banca 
Cespe/Cebraspe) cobrado da seguinte forma: 
Sendo assim, torna-se imprescindível trazer alguns breves comentários do Professor 
Fredie Didier Jr., a respeito do: a) litisconsórcio eventual; b) litisconsórcio sucessivo; e 
c) litisconsórcio alternativo. 
LITISCONSÓRCIO EVENTUAL – “Há a possibilidade de cumulação eventual de pedidos, 
de modo que o segundo pedido somente possa ser examinado se o primeiro não for 
acolhido (art. 326, caput, CPC) - trata-se de um dos casos de cumulação imprópria de 
pedidos, a ser examinado no capítulo sobre a petição inicial e o pedido. Da cumulação 
eventual de pedidos pode surgir um litisconsórcio facultativo. É possível cogitar a 
formulação de uma cumulação de pedidos, em que cada pedido seja dirigido a uma 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
13 
pessoa, mas o segundo pedido somente possa ser examinado se o primeiro não puder 
ser atendido (DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito 
processual civil, parte geral e processo de conhecimento/Fredie Didier Jr. – 20ª ed. - 
Salvador: Ed. Jus Podivm, 2021, p. 605)”. 
LITISCONSÓRCIO SUCESSIVO – “Há a possibilidade de cumulação sucessiva de pedidos, 
de modo que o segundo pedido somente possa ser acolhido se o primeiro também o for 
- trata-se de um dos casos de cumulação própria de pedidos, a ser examinado no 
capítulo sobre a petição inicial. A cumulação sucessiva de pedidos pode dar origem a um 
litisconsórcio em que cada litisconsorte formule um pedido, mas o pedido de um 
somente possa ser acolhido se o pedido do outro o for. Este é um exemplo de 
litisconsórcio facultativo surgido em razão de uma cumulação de pedidos formulados 
por partes distintas, em que o pedido de uma delas depende do acolhimento do pedido 
da outra. É o caso, por exemplo, do litisconsórcio entre mãe e filho, no qual o segundo 
pleiteia a investigação de paternidade e a primeira, o ressarcimento pelas despesas do 
parto. Ambos os pedidos podem ser acolhidos - por isso o caso é de cumulação própria 
de pedidos. Mas o pedido da mãe somente pode ser acolhido se o pedido do filho o for 
(DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual 
civil, parte geral e processo de conhecimento/Fredie Didier Jr. – 20ª ed. - Salvador: Ed. 
Jus Podivm,2021, p. 604)”. 
LITISCONSÓRCIO ALTERNATIVO – “Há a possibilidade de cumulação alternativa de 
pedidos, de modo que se formulem vários pedidos para que apenas um deles, qualquer 
deles, seja acolhido (art. 326, par. ún., CPC). O autor não expressa qualquer preferência 
entre os pedidos formulados - trata-se de um dos casos de cumulação imprópria de 
pedidos, a ser examinado no capítulo sobre a petição inicial e o pedido. Da cumulação 
alternativa de pedidos pode surgir um litisconsórcio facultativo. É possível cogitar a 
formulação de uma cumulação de pedidos, em que cada pedido seja dirigido a uma 
pessoa, mas somente um deles possa ser atendido. (...) Um bom exemplo costuma 
acontecer na consignação em pagamento: na dúvida, pode o autor dirigir-se a duas 
pessoas, por não saber a qual das duas se acha juridicamente ligado (art. 547, CPC), 
requerendo o devedor o depósito e a citação dos que disputam o crédito. Ao julgar a 
controvérsia entre os dois réus, decidirá o juiz qual deles era o legitimado perante o 
autor. O litisconsórcio alternativo é facultativo simples (DIDIER JR., Fredie. Curso de 
direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de 
conhecimento/Fredie Didier Jr. – 20ª ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2021, p. 606)”. 
 
1.1.3.4.2.2. Litisconsórcio multitudinário e a limitação da quantidade de litisconsortes 
 
O litisconsórcio multitudinário é aquele formado por uma quantidade 
considerável de pessoas, de forma que o art. 113, § 1º e § 2º, do NCPC prevê a 
possibilidade de limitação da quantidade de litisconsortes: 
 
Art. 113. (...) 
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao 
número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de 
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14 
sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida 
solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da 
sentença. 
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para 
manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da 
decisão que o solucionar. 
 
ATENÇÃO! Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que 
versarem sobre rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio, nos termos do artigo 
1.015, VIII, do NCPC. 
 
1.1.4. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA 
 
Art. 117 do NCPC. Os litisconsortes serão considerados, em suas 
relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto 
no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de 
um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar. 
 
Em suma: a regra é de que os prejuízos nunca se estenderão aos litisconsortes, 
mas é sim possível haver comunicação de BENEFÍCIOS quando for litisconsórcio 
UNITÁRIO ou quando a LEI assim determinar (exemplo: arts. 345, I, 506 e 1.005 do NCPC). 
 
1.1.5. AUTONOMIA PARA DAR ANDAMENTO AO PROCESSO E INTIMAÇÃO DE TODOS 
 
Art. 118 do NCPC - Cada litisconsorte tem o direito de promover 
o andamento do processo e todos devem ser intimados dos 
respectivos atos. 
 
1.1.6. PRERROGATIVAS NOS PRAZOS 
 
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, 
de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em 
dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou 
tribunal, independentemente de requerimento. 
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 
(dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles. 
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos 
eletrônicos. 
 
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15 
O dispositivo legal aduz que os litisconsortes poderão ter prazo em dobro em 
suas manifestações, desde que atendidos alguns requisitos, quais sejam: 
 
a) os litisconsortes devem ser assistidos por patronos diferentes; 
b) os advogados dos litisconsortes devem ser de escritórios de 
advocacia diferentes. 
 
Isso ocorre porque somente quando há a pluralidade de patronos e somente 
quando eles forem de diferentes escritórios, é que haverá efetivamente dificuldade de 
acesso aos autos, o que justificaria o prazo diferenciado. 
Frise-se que esse prazo em dobro NÃO SE APLICA AOS PROCESSOS 
ELETRÔNICOS (art. 229, § 2º, do NCPC), porque, nesse caso, NÃO HÁ A DIFICULDADE DE 
ACESSO aos autos que justifique o referido prazo diferenciado. 
 
ATENÇÃO! 
a) O prazo em dobro aplica-se ao Ministério Público, à Advocacia Pública e à Defensoria 
Pública, nos termos dos artigos 180, 183 e 186 do CPC, salvo quando a lei estabelecer, 
de forma expressa, prazo próprio para estes entes. 
b) O prazo em dobro aplica-se à impugnação ao cumprimento de sentença, conforme 
artigo 525, § 3º, do NCPC (art. 525, § 3º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229). 
c) NÃO SE aplica a contagem do prazo em dobro ao prazo para oferecimento dos 
embargos à execução, conforme artigo 915, § 3º, do NCPC (art. 915, § 3º Em relação ao 
prazo para oferecimento dos embargos à execução, não se aplica o disposto no art. 229). 
 
A despeito da previsão legal, a jurisprudência dos Tribunais Superiores firmou-
se no sentido de que “não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos 
litisconsortes haja sucumbido” (Súmula 641 do STF). 
 
1.1.7. FATOS COMUNS E REVELIA 
 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 
se: 
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
 
Veja que, se o litisconsorte contesta um fato que é comum a um outro 
litisconsorte que não contestou, o juiz julgará o fato da mesma forma, mesmo que se 
trate de litisconsórcio simples. 
Com efeito, “o simples fato de um dos litisconsortes ter apresentado 
contestação não é suficiente para afastar os efeitos da revelia ao litisconsorte revel. É 
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16 
imprescindível que o contestante impugne fato comum a ambos (STJ - AgRg no REsp 
557418 / MG)”. 
 
1.1.8. RECURSO 
 
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a 
todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. 
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso 
interposto por um devedor aproveitará aos outros quando as 
defesas opostas ao credor lhes forem comuns. 
 
A doutrina majoritária e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça 
interpretam o art. 1.005 do NCPC no sentido da sua aplicação apenas para o caso de 
litisconsórcio unitário. Entretanto, quando se trata de solidariedade (que nem sempre 
implica a unitariedade do litisconsórcio), o recurso de um litisconsorte simples pode 
aproveitar aos demais litisconsortes devedores solidários, desde que as defesas opostas 
ao credor lhes sejam comuns, conforme disposto no parágrafo único do artigo 
mencionado. 
Confira-se: “Na forma da jurisprudência desta Corte Superior, em não se 
caracterizando o litisconsórcio unitário, a interposição de recurso por um litisconsorte 
não aproveita aos demais. Inteligência do art. 1.005 do CPC/2015” AgInt no AREsp 
1185746/DF, julgado em 2020. 
Recentemente, registre-se, a 3ª Turma do STJ procedeu a uma nova 
interpretação do art. 1.005 do CPC: A regra do art. 1.005 do CPC/2015 não se aplica 
apenas às hipóteses de litisconsórcio unitário, mas, também, a quaisquer outras 
hipóteses em que a ausência de tratamento igualitário entre as partes gere uma situação 
injustificável, insustentável ou aberrante. STJ. 3ª Turma. REsp 1.993.772-PR, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 07/06/2022 (Info 743). 
 
ATENÇÃO! O entendimento do STJ é de que “na cumulação simples subjetiva de 
pedidos, o provimento do recurso que apenas atinge o pedido de um dos litisconsortes 
facultativos não impede a fixação de honorários recursais em relação aos pedidos 
autônomos do demais litisconsortes, que se mantiveram intactos após o julgamento”. 
(STJ. 3ª Turma. REsp 1.954.472-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/10/2021 - 
Info 714). 
O referido entendimento jurisprudencial foi objeto de cobrança pela banca 
examinadora CESPE/CEBRASPE. 
 
ATENÇÃO! O entendimento do STJ é de que “nas hipóteses de julgamento parcial, 
como ocorre na decisão que exclui um dos litisconsortes passivos sem por fim a 
demanda, os honorários devem observar proporcionalmente a matéria efetivamente 
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17 
apreciada”. STJ. 3ª Turma. REsp 1.760.538-RS, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 
24/05/2022 (Info 738). 
 
1.2. DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
1.2.1. CONCEITO DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
 
A intervenção de terceiro consiste na permissão legal para que um sujeito 
alheio à relação jurídica processual originária ingresse em processo já em andamento. 
 
1.2.2. OBJETIVO 
 
A intervenção de terceiros tem como propósito a economia processual (evitar 
a repetição de atos processuais) e a harmonização dos julgados (evitar decisões 
contraditórias). 
 
1.2.3. MUDANÇAS DO NCPC 
 
Uma das mudanças promovidas pelo NCPC foi em relação à intervenção de 
terceiros, pois a oposição deixou de ser intervenção e passou a ser procedimento 
especial (NCPC, art. 682 e seguintes). A nomeação à autoria foi excluída das espécies de 
intervenção de terceiro e passou a ser mera correção do polo passivo da demanda (vide 
artigos 338 e 339 do NCPC). 
Por outro lado, o NCPC incluiu como intervenção de terceiro a desconsideração 
da personalidade jurídica e a figura do amicus curiae. 
Portanto, as hipóteses de intervenção de terceiros previstas no NCPC são as 
seguintes: 
 
a) Assistência (art. 119); 
b) Denunciação da lide (art. 125); 
c) Chamamento ao processo (art. 130); 
d) Desconsideração da personalidade jurídica (art. 133); 
e) Amicus curiae (art. 138); 
f) Recurso de terceiro prejudicado (art. 996). 
 
Apesar da mudança supracitada promovida pelo NCPC, Daniel Amorim aduz 
que nem todas as intervenções encontram sua justificação nessas modalidades típicas 
de intervenção de terceiros, o que demonstra que o rol é meramente EXEMPLIFICATIVO. 
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18 
Assim, previsões legais esparsas que permitem a intervenção de terceiros em 
processos já em andamento e que não são tipificáveis em nenhuma das modalidades 
supracitadas constituem as chamadas “intervenções de terceiros ATÍPICAS”. 
São espécies de intervenções de terceiros atípicas: 
 
- Intervenção anômala da Fazenda Pública (art. 5º da Lei nº 
9.469/1997 – “Art. 5º A União poderá intervir nas causas em que 
figurarem, como autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, 
sociedades de economia mista e empresas públicas federais. 
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, 
nas causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, 
de natureza econômica, intervir, independentemente da 
demonstração de interesse jurídico, para esclarecer questões de 
fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais 
reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, 
hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, 
serão consideradas partes”.); 
- Intervenção do parente na Ação de alimentos (art. 1.698 do 
Código Civil – “Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em 
primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente 
o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; 
sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas 
devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, 
intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser 
chamadas a integrar a lide”.); 
- Intervenções durante a fase de execução (exemplo: 
adjudicação por legitimados que não o exequente/alienação do 
bem por corretor especializado ou por leiloeiro/arrematação). 
 
1.2.4. MUDANÇA DA COMPETÊNCIA 
 
Em regra, a intervenção de terceiros não modifica a competência já fixada, em 
virtude do princípio da perpetuatio jurisdictiones. Entretanto, nos casos de competência 
absoluta, haverá a modificação da competência pela intervenção de terceiros, como, 
por exemplo, quando alguns dos entes apontados no artigo 109 da Constituição ou no 
artigo 45 do NCPC requererem o ingresso nos autos. Nessas hipóteses, tramitando o 
feito perante a Justiça Estadual, o simples requerimento de ingresso importa em 
remessa dos autos à Justiça Federal, nos termos da súmula 150 do STJ. 
 
ATENÇÃO! No caso da intervenção anômala (art. 5º da Lei nº 9.469/1997), há apenas 
interesse ECONÔMICO. Se houvesse interesse JURÍDICO, poderiam os entes federais 
intervir como assistentes. Sendo assim, o STJ entende que “A intervenção anômala da 
União, com base unicamente na demonstração de interesse econômico no resultado da 
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19 
lide (artigo 5º da Lei 9.469/97), para juntada de documentos e memoriais reputados 
úteis, não implica o deslocamento automático da competência para a Justiça Federal. 
A lei ordinária não tem a força de ampliar a enumeração taxativa da competência da 
Justiça Federal estabelecida no art. 109, I, da Constituição Federal, razão pela qual o 
deslocamento da competência para a Justiça especializada somente se verificaria se 
configurado o efetivo interesse jurídico da União ou de outro ente federal (AgRg no REsp 
1045692 / DF)". 
Concluindo: 
1) Regra - Intervençãode Terceiros não desloca a competência. 
2) Exceção - Nos casos de competência absoluta haverá a modificação da competência 
pela intervenção de terceiros, como, por exemplo, quando alguns dos entes apontados 
no artigo 109 da Constituição ou no artigo 45 do NCPC requererem o ingresso nos autos. 
Nestas hipóteses, tramitando o feito perante a Justiça Estadual, o simples requerimento 
de ingresso importa em remessa dos autos à Justiça Federal, nos termos da súmula 150 
do STJ. 
3) Exceção à exceção - No caso de intervenção anômala (interesse econômico - sem 
interesse jurídico), não haverá modificação da competência. 
 
1.2.5. AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
Importante salientar que, em razão do rol taxativo das possibilidades de 
interposição do recurso de agravo de instrumento contra decisões interlocutórias, as 
decisões admitindo ou inadmitindo as intervenções de terceiros são atacáveis por tal 
recurso, em razão da previsão no art. 1.015, IX, do NCPC. 
 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões 
interlocutórias que versarem sobre: 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros. 
 
ATENÇÃO! Com relação à recorribilidade da decisão que admite ou não admite a 
participação do amicus curiae no processo, o tema ainda é controvertido. O Plenário do 
Supremo Tribunal Federal, em 2018, decidiu que “a decisão do Relator que ADMITE ou 
INADMITE o ingresso do amicus curiae é irrecorrível” (STF. Plenário. RE 602584. AgR, 
Rel. para acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 17/10/2018). Porém, em que pese a decisão 
proferida em 2018 acima colacionada, em 2020, o Supremo Tribunal Federal analisou 
novamente o tema, decidindo que: É RECORRÍVEL a decisão DENEGATÓRIA de ingresso 
no feito como amicus curiae. É possível a impugnação recursal por parte de terceiro, 
quando denegada sua participação na qualidade de amicus curiae. STF. Plenário. ADI 
3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/8/2020 (Info 985). Observa-se, 
portanto, que o tema ainda não está pacificado no STF. Insta consignar, ainda, que a 
decisão proferida na ADI 3396 AgR/DF não foi julgada pela unanimidade dos Ministros, 
pois os Ministros Alexandre de Moraes e Roberto Barroso não votaram. 
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20 
 
Vamos, agora, analisar detalhadamente cada uma das espécies típicas de 
intervenção de terceiros prevista no NCPC. 
 
1.2.6. ASSISTÊNCIA 
1.2.6.1. Conceito 
 
A assistência será cabível quando um terceiro, que ainda não é parte no 
processo, tem interesse JURÍDICO na solução do processo, ou seja, quando o terceiro 
tem interesse em que a sentença seja favorável a uma das partes. 
 
Art. 119. Pendendo causa entre 02 (duas) ou mais pessoas, o 
terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja 
favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. 
 
ATENÇÃO! O entendimento do STJ é de que a assistência exige interesse jurídico, não 
bastando interesse corporativo. Neste sentido: “O acionista de uma sociedade 
empresária, a qual, por sua vez, tenha ações de outra sociedade, não pode ingressar em 
processo judicial na condição de assistente simples da última no caso em que o interesse 
em intervir no feito esteja limitado aos reflexos econômicos de eventual sucumbência 
da sociedade que se pretenda assistir” (STJ. Corte Especial. AgRg nos EREsp 1262401-
BA, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 25/4/2013 - Info 521). 
O referido entendimento jurisprudencial foi objeto de cobrança pela banca 
examinadora CESPE/CEBRASPE, tendo a banca examinadora considerado incorreta a 
seguinte alternativa: “Considera-se possível o ingresso de terceiro como assistente 
simples, desde que demonstrada a presença de interesse jurídico, revelando-se como 
tal o interesse corporativo”. 
 
É modalidade interventiva voluntária, pois o próprio terceiro, por suas forças, 
decide intervir no processo. 
Pode ocorrer em qualquer tempo e grau de jurisdição, devendo o assistente 
receber o processo no estado em que se encontra, ou seja, não existe a possibilidade de 
repetição dos atos jurídicos já praticados. Dessa forma, o limite é a ocorrência da coisa 
julgada. 
 
Art. 119. Parágrafo único. A assistência será admitida em 
qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, 
recebendo o assistente o processo no estado em que se 
encontre. 
 
1.2.6.2. Tipos 
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a) Assistência Simples (adesiva, “ad coadjuvandum”) 
Quando o terceiro tiver interesse jurídico na solução da demanda, 
representado, no caso, pela existência de uma relação jurídica NÃO controvertida, 
distinta daquela discutida no processo principal, que possa vir a ser afetada pela 
decisão a ser proferida no processo do qual NÃO participa. 
Exemplo: intervenção assistencial do sublocatário na ação de despejo 
promovida pelo locador contra o locatário, pois o sublocatário mantém com o locatário 
uma relação jurídica não controvertida, diversa daquela discutida no processo, que será 
afetada na hipótese de sentença de procedência que decrete o despejo. 
b) Assistência Litisconsorcial (qualificada) 
Na assistência litisconsorcial, o terceiro é TITULAR da relação jurídica de 
direito material discutida no processo, sendo, portanto, diretamente atingido em sua 
esfera jurídica pela decisão a ser proferida. 
Dessa forma, o assistente litisconsorcial tem relação jurídica tanto com o 
assistido como com a parte contrária. 
Exemplo: quando um condômino está em juízo defendendo o bem do 
condomínio, admitir-se-á a intervenção dos demais condôminos. 
 
1.2.6.3. Impugnação ao Pedido de Assistência 
 
Uma vez tendo sido feito o pedido de assistência e não sendo o caso de 
improcedência liminar, as partes terão o prazo de 15 dias para se opor a tal pedido de 
terceiro. 
 
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, 
o pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de 
rejeição liminar. 
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao 
requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o 
incidente, SEM suspensão do processo. 
 
Observe que a instauração desse incidente NÃO suspenderá o andamento do 
procedimento principal, que continuará tramitando normalmente. 
 
1.2.6.4. Poderes do assistente simples 
 
Como o assistente simples NÃO defende direito próprio na demanda, mas 
apenas auxilia o assistido na defesa do seu direito, a atuação do assistente simples está 
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22 
condicionada à vontade do assistido, NÃO se admitindo que sua atuação contrarie os 
interesses deste. 
Isso NÃO significa que o assistente simples só possa praticar os atos que o 
assistido já tenha praticado. O assistente simples pode, sim, praticar atos na omissão do 
assistido. Exemplo: o assistente pode requerer a produção de provas mesmo quando o 
assistido ficou em silêncio a respeito, mas o assistente NÃO pode requerer a produção 
de provas quando o assistido pediu o julgamento antecipado da lide. 
 
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte 
principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos 
mesmos ônus processuais que o assistido. 
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, 
omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto 
processual. 
 
O assistente será considerado o substituto processual do assistido, de forma 
que poderá livremente praticaros atos processuais. 
 
Art. 122. A assistência simples NÃO obsta a que a parte principal 
reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie 
ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos 
controvertidos. 
 
1.2.6.5. Poderes do assistente litisconsorcial 
 
Exatamente porque o assistente litisconsorcial também é titular do direito que 
compõe o objeto do processo, os atos de disposição praticados exclusivamente pelo 
assistido NÃO terão efeito nenhum, sendo necessário que AMBOS pratiquem tais atos 
(como renúncia, reconhecimento jurídico do pedido, transação etc.). 
 
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o 
assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre 
ele e o adversário do assistido. 
 
Ou seja, o art. 122 do NCPC, que determina a natureza acessória da assistência, 
NÃO será aplicado em relação à assistência litisconsorcial, considerada AUTÔNOMA em 
relação à ação principal. Além disso, na assistência litisconsorcial, o assistente também 
NÃO será o substituto processual do assistido revel, porque o assistente está em nome 
próprio litigando direito próprio. 
 
1.2.6.6. Imutabilidade da justiça da decisão 
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23 
 
A participação do assistente SIMPLES no processo faz com que a justiça da 
decisão após o seu trânsito em julgado se torne imutável e indiscutível para o assistente. 
O que se entende por “justiça da decisão”? Por justiça da decisão, entende-se que são 
os fundamentos fáticos e jurídicos que motivaram a sentença. 
 
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que 
interveio o assistente, este NÃO poderá, em processo posterior, 
discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: 
 
Exceções: há, contudo, duas situações nas quais o assistente NÃO sofre o efeito 
da imutabilidade e indiscutibilidade da justiça da decisão: 
 
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que 
interveio o assistente, este NÃO poderá, em processo posterior, 
discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: 
I - Pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações 
e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas 
suscetíveis de influir na sentença; 
II - Desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais 
o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. 
 
1.2.7. DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
1.2.7.1. Conceito 
 
A denunciação da lide é cabível para que uma das partes traga ao processo um 
terceiro que tem responsabilidade de ressarci-la pelos eventuais danos advindos do 
resultado desse processo. O direito regressivo da parte contra terceiros, portanto, é o 
fator principal que legitima a denunciação da lide. 
A denunciação da lide tem natureza de verdadeira ação do denunciante contra 
o denunciado. Assim, são duas relações processuais discutidas nos autos de um só 
processo. 
 
1.2.7.2. Características da Denunciação da lide: 
 
a) Incidental - Exige que já exista ação em trâmite. 
b) Regressiva - Seu objetivo é efetivar o direito de regresso. 
c) Eventual - Caso a ação originária em face do denunciante seja 
julgada improcedente, a litisdenunciação perde o objeto. 
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24 
d) Antecipada - A denunciação da lide evita que haja a 
proposição de outra demanda em outro processo. Dessa forma, 
antecipa o julgamento de outra possível demanda. 
e) Facultativa. 
 
ATENÇÃO! A denunciação da lide NÃO É OBRIGATÓRIA. Em qualquer das hipóteses de 
cabimento da denunciação da lide, caso o interessado não o faça (não promova a 
denunciação da lide), nada impedirá que busque o seu direito de regresso por ação 
autônoma, conforme dispõe o § 1º do artigo 125 do NCPC, segundo o qual “o direito 
regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for 
indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida”. 
Ademais, deve-se observar que o próprio “caput” (ao contrário do que fazia o artigo 70 
do CPC/73) afirma ser ADMISSÍVEL a denunciação da lide, e não obrigatória. 
 
ATENÇÃO! A compreensão a respeito da facultatividade da denunciação da lide foi 
objeto de questão pela BANCA VUNESP, tendo a banca examinadora considerado 
incorreta a seguinte assertiva: “O direito regressivo poderá ser objeto de ação 
autônoma apenas no caso de não ser permitida pela lei ou no caso de ter sido 
indeferida pelo juiz”. 
 
1.2.7.3. Procedimentos que não aceitam denunciação 
 
Alguns procedimentos não aceitam, em regra, a denunciação da lide, tais como: 
 
a) Procedimento dos Juizados Especiais Cíveis (art. 10 da Lei 
9.099/95); 
b) Processo de execução ou cumprimento de sentença (arts. 126 
e 131 do NCPC); 
c) Denunciação da Lide nas ações de reparação de dano oriundas 
de relação de consumo, referentes à responsabilidade pelo fato 
do produto ou serviço (art. 88, CDC e AgInt no REsp 1635254/SP 
– É pacífico o entendimento no Superior Tribunal de Justiça 
segundo o qual, em se tratando de relação de consumo, descabe 
a denunciação da lide, nos termos do art. 88 do Código de Defesa 
do Consumidor. O STJ entende que “a vedação à denunciação da 
lide nas relações de consumo refere-se tanto à responsabilidade 
pelo fato do serviço quanto pelo fato do produto”). 
 
ATENÇÃO! Segundo o artigo 88 do CDC, “na hipótese do art. 13, PARÁGRAFO ÚNICO 
deste código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada 
a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, VEDADA A DENUNCIAÇÃO DA LIDE”. 
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25 
 A doutrina majoritária, entretanto, entende que a remissão apenas aos casos de 
responsabilidade por fato DO PRODUTO (art. 13 do CDC), e não aos demais, contudo, 
não se justifica. É que também, nas outras hipóteses de responsabilidade, podem existir 
vários responsáveis – fornecedores que compõem a cadeia de consumo –, cuja 
permissão de ingresso em juízo, contra a vontade do consumidor-autor (que não os 
escolheu como réus, embora pudesse fazê-lo, repita-se, em razão da solidariedade), 
poderia ser-lhe bastante prejudicial. 
Neste mesmo sentido, o STJ começou ampliando a vedação da denunciação à lide para 
as hipóteses de responsabilidade para FATO DO SERVIÇO TAMBÉM – artigo 14 do CDC 
(já houve uma ampliação, pois o art. 88 do CDC refere-se apenas ao artigo 13 do CDC, 
que trata da responsabilidade pelo fato do produto) (REsp 1.165.279-SP). 
Não bastasse isto, o STJ vem ampliando, CADA VEZ MAIS, as hipóteses de vedação à 
denunciação da lide nas relações de consumo, existindo diversos julgados proibindo a 
denunciação da lide, GENERICAMENTE, EM QUALQUER CASO DE RESPONSABILIDADE 
CONSUMERISTA (AgInt no AREsp 803824 / RJ), e, até mesmo, em outros julgados, 
mencionado, especificamente, a vedação à denunciação da lide nos casos de VÍCIOS DO 
PRODUTO OU SERVIÇO (AgRg no REsp 1191577 / RS). 
Não afirmaria que a vedação da denunciação da lide é pacífica nos casos de VÍCIO DO 
PRODUTO, pois na maioria dos julgados, em que se afirma, genericamente, a vedação 
da lide nas relações de consumo, trata-se de discussão por fato do produto ou serviço. 
Todavia, acredito que esta seja a tendência, e se perguntarem em prova, afirmaria “ser 
vedada a denunciação da lide em qualquer lide consumerista”. 
 
1.2.7.4. Hipóteses de Cabimento 
 
a) Denunciação para exercer os direitos da evicção: 
 
Art. 125. É admissível a denunciaçãoda lide, promovida por 
qualquer das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo 
domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa 
exercer os direitos que da evicção lhe resultam; 
 
A primeira hipótese trata da denunciação da lide ao alienante sempre que o 
terceiro reivindicar a coisa, possibilitando-se ao adquirente exercer os direitos que da 
evicção resultam. Em termos mais simples, se o adquirente de um imóvel for 
demandado por um terceiro, que alega ter direito sobre este imóvel, esse adquirente 
(réu) pode denunciar à lide a pessoa que lhe vendeu o imóvel, a fim de que esta 
responda pelos prejuízos caso venha a ser sucumbente na ação. 
 
ATENÇÃO! Denunciação per saltum. 
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26 
Embora a denunciação da lide per saltum fosse admitida no CPC-1973, de forma que o 
denunciante podia escolher qualquer um dos sujeitos que participou da cadeia de 
transmissão do bem, inclusive aqueles com quem NÃO manteve relação jurídica, o NCPC 
repudiou a denunciação per saltum ao prever expressamente que a denunciação da lide 
deve ter como denunciado o alienante “imediato”. 
 
A DENUNCIAÇÃO SUCESSIVA consiste na situação na qual se permite que o 
denunciado (o terceiro que foi denunciado à lide) também denuncie outro terceiro, ou 
seja, é como se houvesse a denunciação da lide da denunciação da lide. Contudo, o NCPC 
previu expressamente que a denunciação sucessiva só será admitida UMA VEZ. Isto é, 
aquele que foi denunciado à lide (o terceiro que foi denunciado à lide) poderá denunciar 
a lide também. Mas este outro terceiro denunciado não poderá fazer o mesmo, sendo 
certo que, nesta hipótese, este outro terceiro poderá ajuizar ação autônoma de regresso: 
 
Art. 125. § 2º - Admite-se UMA ÚNICA denunciação sucessiva, 
promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na 
cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, NÃO 
podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, 
hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por 
ação autônoma. 
 
ATENÇÃO! A compreensão a respeito da denunciação sucessiva foi cobrada pela banca 
VUNESP, tendo a banca examinadora considerado correta a seguinte assertiva: 
“Considerando-se a cadeia dominial, a denunciação da lide sucessiva é admitida ao 
originariamente denunciado, mas vedada ao sucessivamente denunciado, ressalvada 
a propositura de ação autônoma”. 
 
b) Denunciação ao obrigado, por lei ou contrato, a indenizar regressivamente 
 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por 
qualquer das partes: 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a 
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no 
processo. 
 
É a hipótese mais comum de denunciação da lide, na qual a pessoa que está 
sendo processada (réu) denuncia à lide um terceiro que tem obrigação legal ou 
contratual de lhe indenizar. Exemplo típico é o da seguradora que é denunciada à lide 
para ressarcir o réu em eventual condenação pelo acidente de veículo que provocou. 
 
1.2.7.5. Legitimidade para a denunciação da lide 
 
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27 
Apesar de ser mais comum o réu denunciar à lide, nada impede que o autor 
também o faça, nos termos dos artigos 126 e 127 do NCPC. 
Caso a denunciação seja feita pelo autor, deverá ser requerida na própria 
petição inicial ou por meio de petição de aditamento a esta última. Na petição inicial, 
será pedida a citação do denunciado, juntamente com a do réu. 
Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de 
litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, 
procedendo-se, em seguida, à citação do réu. 
No caso do réu, este deverá requerer a denunciação na contestação. 
 
ATENÇÃO! Sabe-se bem que a denunciação da lide, quando feita pelo réu, deve ser 
apresentada na própria contestação, nos termos do art. 126 do NCPC. No entanto, 
eventual falta de observância de regra procedimental (denunciação no prazo) não 
implica, necessariamente, o reconhecimento de invalidade dos atos praticados. Desta 
forma, se o denunciado simplesmente contesta o pedido principal do autor, acaba 
reconhecendo a sua condição de garantidor do eventual prejuízo (já que nada disse 
quanto à denunciação em si), razão pela qual “não é extinta a denunciação da lide 
apresentada intempestivamente pelo réu nas hipóteses em que o denunciado 
contesta APENAS A PRETENSÃO DE MÉRITO DA DEMANDA PRINCIPAL” (STJ. 3ª Turma. 
REsp 1.637.108-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/6/2017 (Info 606)). 
O referido entendimento jurisprudencial foi objeto de cobrança pela banca 
examinadora CESPE/CEBRASPE. 
 
1.2.7.6. Procedimento 
 
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição 
inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o 
denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos 
prazos previstos no art. 131. 
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá 
assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar 
novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à 
citação do réu. 
 
ATENÇÃO! Apesar de não ser tão comum, a compreensão a respeito da denunciação da 
lide promovida pelo próprio autor foi objeto de cobrança, tendo a banca examinadora 
considerado incorreta a seguinte assertiva: “Em caso de denunciação à lide pelo autor, 
o denunciado, comparecendo, assumirá a posição de litisconsorte, mas não poderá 
aditar a petição inicial”. 
 
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
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28 
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o 
processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, 
denunciante e denunciado; 
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de 
prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-
se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; 
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na 
ação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa 
ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência 
da ação de regresso. 
 
Citado, o denunciado poderá adotar três condutas: 
 
a) se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o 
processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, 
denunciante e denunciado; 
b) se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de 
prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-
se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; 
c) se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na 
ação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa 
ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência 
da ação de regresso. 
 
Observe-se que o denunciado assume duas posições, quais sejam, a de réu da 
denunciação e de assistente simples do denunciante (ou de litisconsorte, dependendo 
do entendimento adotado), esta quando considerada a relação processual originária. 
Há entendimento doutrinário no sentido de que o denunciado não é titular do 
direito discutido no processo, razão pela qual não poderia ser considerado um 
litisconsorte. No entanto, é evidente que a lei, ao menos, efetuou sua equiparação ao 
litisconsorte, conforme se depreende da redação dos artigos 127 e 128, I, do NCPC. 
Inclusive, o Superior Tribunal de Justiça já semanifestou no sentido de que “o 
acordo celebrado entre o autor e o réu denunciante na ação principal não vincula o 
denunciado” (REsp 316.046). 
Fosse um assistente simples, o denunciado estaria nas mãos do réu, que 
poderia reconhecer a procedência do pedido sem poder fazer nada, ante a redação do 
artigo 122 do NCPC (A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a 
procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação 
ou transija sobre direitos controvertidos.). 
Ademais, segundo o Superior Tribunal de Justiça, não é admissível a 
denunciação da lide introduzir fundamento novo à causa, estranho ao processo 
principal, apto a provocar uma lide paralela, a exigir ampla dilação probatória, tendo em 
vista que tumultuaria a lide originária, indo de encontro aos princípios da celeridade e 
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29 
economia processuais, que essa modalidade de intervenção de terceiros busca atender 
(STJ. 4ª Turma. REsp 701868-PR, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 11/2/2014 - 
Informativo 535). 
 
ATENÇÃO! O referido entendimento jurisprudencial foi objeto cobrança, tendo a banca 
examinadora considerado incorreta a seguinte assertiva: “Admite-se a denunciação da 
lide àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação 
regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo, ainda que introduzir 
fundamento novo à causa”. 
 
Apesar de a denunciação consistir num novo exercício do direito de ação, 
caracterizando uma relação jurídica autônoma, esta não se processa mediante a 
instauração de um novo processo, e ambos os objetos serão decididos por meio de uma 
única sentença - art. 129 do NCPC: 
 
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz 
passará ao julgamento da denunciação da lide. 
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de 
denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da 
condenação do denunciante ao pagamento das verbas de 
sucumbência em favor do denunciado. 
 
1.2.7.7. Possibilidade de cumprimento de sentença direto contra o denunciado 
 
O Superior Tribunal de Justiça já vinha admitindo a possibilidade da 
condenação direta da seguradora denunciada. Dessa forma, comparecendo a 
seguradora em juízo, aceitando a denunciação da lide feita pelo réu e contestando o 
pedido principal, assume a condição de litisconsorte passiva, sendo possível ser 
condenada e executada, direta e solidariamente, com o réu. 
 
Súmula nº 537 do STJ: Em ação de reparação de danos, a 
seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o 
pedido do autor, pode ser condenada, DIRETA e 
SOLIDARIAMENTE junto com o segurado, ao pagamento da 
indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice. 
 
Para fundamentar tal entendimento, o STJ se baseia na celeridade processual e 
na concreção do princípio da função social do contrato de seguro, ampliando o âmbito 
de eficácia da relação contratual. 
 
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30 
ATENÇÃO! A compreensão a respeito do referido entendimento jurisprudencial foi 
objeto de cobrança: 
1) já foi cobrado, tendo a banca examinadora considerado correta a seguinte assertiva: 
“Em ação de reparação de danos movida em face do segurado, a seguradora 
denunciada pode ser condenada direta e solidariamente junto com este a pagar 
indenização à vítima, nos limites contratados da apólice”; 
2) Pela banca FCC: “C ajuizou ação contra M no âmbito da qual requereu indenização 
por danos materiais em razão de acidente veicular. Citado, M denunciou a lide à 
Seguradora Z, a qual apresentou resposta. De acordo com jurisprudência dominante do 
Superior Tribunal de Justiça, se o juiz se convencer da existência dos elementos para a 
responsabilização civil, a Seguradora Z: (...) pode ser condenada direta e solidariamente 
junto com o segurado M a pagar indenização à vítima C, nos limites contratados na 
apólice”. 
3) Pela banca CESPE/CEBRASPE, tendo a banca examinadora considerado correta a 
seguinte assertiva: “Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada que 
aceitar a denunciação ou contestar o pedido do autor poderá ser condenada, direta e 
solidariamente, junto com o segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, 
nos limites contratados na apólice”. 
 
Corroborando com tal entendimento, o NCPC trouxe em seu art. 128, parágrafo 
único, a possibilidade expressa de cumprimento de sentença direto contra o denunciado: 
 
Art. 128. Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, 
pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença 
também contra o denunciado, nos limites da condenação deste 
na ação regressiva. 
 
1.2.7.8. Impossibilidade de Ação Direta Contra a Seguradora 
 
Segundo entendimento atual do STJ, descabe ação de terceiro prejudicado 
ajuizada direta e exclusivamente contra seguradora do apontado causador do dano. 
Para o Tribunal, não há que se falar em legitimidade passiva da seguradora em demanda 
contra ela proposta diretamente por terceiro, pois este não possui vínculo jurídico com 
aquela. 
 
Súmula nº 529 do STJ: No seguro de responsabilidade civil 
facultativo, NÃO cabe o ajuizamento de ação pelo terceiro 
prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do 
apontado causador do dano. 
 
1.2.8. CHAMAMENTO AO PROCESSO 
1.2.8.1. Conceito 
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31 
 
O chamamento ao processo é uma intervenção de terceiros na qual o RÉU tem 
a faculdade de chamar outrem para com ele responder solidariamente, sendo esta um 
tipo de intervenção própria das ações de conhecimento. 
Trata-se de uma intervenção coativa ao chamado, o qual não tem a faculdade 
de aceitar o chamamento. 
 
1.2.8.2. Cabimento 
 
Verifica-se exclusivamente em questões de natureza obrigacional (art. 130 do 
NCPC). Com efeito, dispõe o artigo 130 do NCPC que: 
 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido 
pelo RÉU: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns 
deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de 
um ou de alguns o pagamento da dívida comum. 
 
Observa-se, portanto, que são pressupostos do chamamento ao processo as 
seguintes relações: 
 
a) a existência de uma relação de direito material, da qual o 
chamado também é devedor (em caráter principal, ou em 
caráter subsidiário) ao mesmo credor; 
b) a existência do direito de reembolso, no qual, em face da 
relação de direito “material” deduzida em juízo, o pagamento da 
dívida pelo “chamante” dê a este o direito de reembolso, total 
ou parcialmente, contra o chamado. 
 
ATENÇÃO! Impossibilidade de Chamamento do Fiador pelo Devedor. 
Se a ação de cobrança for ajuizada contra o “devedor principal”, não poderá este chamar 
ao processo seu fiador (mesmo na hipótese em que o fiador seja também “principal 
pagador”, como prevê o art. 828, II, do CC), pois a relação de direito material 
evidentemente não lhe autoriza qualquer pretensão de regresso contra o fiador. 
 
ATENÇÃO! NÃO CABIMENTO do chamamento ao processo em caso de demandas de 
medicamento. 
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32 
PRIMEIRA SEÇÃO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CHAMAMENTO AO PROCESSO EM 
AÇÃO DE FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO MOVIDA CONTRA ENTE FEDERATIVO. 
RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ). Nas ações para 
fornecimento de medicamentos, apesar de a obrigação ser solidária entre Municípios, 
Estados e União, caso o autor tenha proposto a ação apenas contra o Estado-membro, 
não cabe o chamamento ao processo da União, medida que apenas iria protelar a 
solução da causa (STJ. 1ª Seção. REsp 1203244-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado 
em 9/4/2014 (recurso repetitivo) (Info 539)). 
 
1.2.8.3. Prazo 
 
O Chamamento ao Processo deve ser feito pelo réu NA PRÓPRIA 
CONTESTAÇÃO (e não no prazo de contestação). 
Outrossim, o réu deverá providenciar toda a documentação e efetuar o 
pagamento das despesas processuais necessárias para viabilizar a citação do terceiro 
chamado no prazo de 30 dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento. 
Caso o chamado estiver em outro foro ou estiver em local incerto, este prazo 
será de dois meses. 
 
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio 
passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser 
promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem 
efeito o chamamento. 
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção 
ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 02 
(dois) meses. 
 
1.2.8.4. Sentença 
 
A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que 
satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal ou de 
cada um dos codevedores a quota devida, na proporção que lhes tocar. 
Ou seja, a sentença opera efeito direto ao autor e ao chamante, mas já traz 
embutida a sub-rogação deste último no direito do credor. 
 
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo 
em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-
la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos 
codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar. 
 
1.2.9. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
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33 
 
Uma das novidades trazidas pelo NCPC foi a previsão do incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica como uma espécie de intervenção de 
terceiros. 
 
1.2.9.1. Cabimento 
 
O fato de o incidente de desconsideração da personalidade jurídica ter sido 
disciplinado pelo NCPC entre as intervenções de terceiro cabíveis no procedimento civil 
comum não exclui sua aplicação aos procedimentos especiais e à execução forçada. 
 
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as 
fases do processo de conhecimento, no cumprimento de 
sentença e na execução fundada em título executivo 
extrajudicial. 
 
Segundo o art. 1.062 do NCPC, o incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica aplica-se, inclusive, ao processo de competência dos juizados 
especiais. 
 
ATENÇÃO! O entendimento do STJ é de que: A inexistência ou não localização de bens 
da pessoa jurídica não é condição para a instauração do procedimento que objetiva a 
desconsideração, por não ser sequer requisito para aquela declaração, já que 
imprescindível a demonstração específica da prática objetiva de desvio de finalidade ou 
de confusão patrimonial. Assim, o incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica pode ser instaurado mesmo nos casos em que não for comprovada a 
inexistência de bens do devedor, pois o que é condição para a instauração do incidente 
é a prova do desvio de finalidade ou de confusão patrimonial (STJ. 4ª Turma. REsp 
1729554/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 08/05/2018). 
Além disso, segundo a Corte Superior, o encerramento das atividades ou dissolução da 
sociedade, ainda que irregulares, não é causa, por si só, para a desconsideração da 
personalidade jurídica prevista no Código Civil (STJ. 2ª Seção. EREsp 1306553-SC, Rel. 
Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 10/12/2014 - Info 554). 
Os referidos entendimentos jurisprudenciais foram objeto de cobrança pela banca 
examinadora CESPE/CEBRASPE, tendo a banca examinadora considerado incorreta a 
seguinte assertiva: “É suficiente para a instauração do incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica a demonstração de inexistência de patrimônio da pessoa jurídica 
ou de dissolução irregular da empresa sem a devida baixa na junta comercial”. 
 
1.2.9.2. Obrigatoriedade do procedimento 
 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
34 
Nos termos do art. 795, § 4º, do NCPC, para a desconsideração da 
personalidade jurídica, é obrigatória a observância do incidente previsto no Código, mas 
o art. 134, § 2º, do NCPC, consagra a dispensa da instauração do incidente se a 
desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial da própria 
ação. 
 
Art. 795. § 4º - Para a desconsideração da personalidade jurídica 
é obrigatória a observância do incidente previsto neste Código. 
Art. 134. § 2º - Dispensa-se a instauração do incidente se a 
desconsideração da personalidade jurídica for requerida na 
petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa 
jurídica. 
 
ATENÇÃO 1! Segundo o Superior Tribunal de Justiça, “É PRESCINDÍVEL o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica para o redirecionamento da execução fiscal 
na sucessão de empresas com a configuração de grupo econômico de fato e em 
confusão patrimonial”. Quando evidenciadas as situações previstas nos arts. 124, 133 
e 135, todos do CTN, não se apresenta impositiva a instauração do incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica, podendo o julgador determinar diretamente 
o redirecionamento da execução fiscal para responsabilizar a sociedade na sucessão 
empresarial, uma vez que a previsão constante no art. 134, caput, do CPC/2015, sobre 
o cabimento do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, na execução 
fundada em título executivo extrajudicial, não implica a sua incidência na execução 
fiscal, regida pela Lei n. 6.830/1980, verificando-se verdadeira incompatibilidade entre 
o regime geral do Código de Processo Civil e a Lei de Execuções, que, diversamente da 
Lei geral, não comporta a apresentação de defesa sem prévia garantia do juízo, nem a 
automática suspensão do processo, conforme a previsão do art. 134, § 3º, do CPC/2015. 
Na execução fiscal “a aplicação do CPC é subsidiária, ou seja, fica reservada para as 
situações em que as referidas leis são silentes e no que com elas for compatível” (REsp 
1786311/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em 
09/05/2019, DJe 14/05/2019 – Informativo 648). 
 
ATENÇÃO 2! Veja que o entendimento exposto acima refere-se à desnecessidade de 
instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica na Execução 
Fiscal, quando a Fazenda exequente pretende alcançar pessoa jurídica distinta (MAS DO 
MESMO GRUPO ECONÔMICO) daquela contra a qual, originalmente, foi ajuizada a 
execução quando demonstrada a responsabilidade, na qualidade de terceiro, em 
consonância com os artigos 134 e 135 do CTN, ou ainda, quando o nome daquela 
consta na Certidão de Dívida Ativa, após regular procedimento administrativo (já que 
a CDA goza de presunção de legitimidade). Não sendo esse o caso, “é necessária a 
instauração do incidente de desconsideração da personalidade da pessoa jurídica 
devedora para o redirecionamento de execução fiscal à pessoa jurídica que integra o 
mesmo grupo econômico, mas que não foi identificada no ato de lançamento 
(Certidão de DívidaAtiva) ou que não se enquadra nas hipóteses dos arts. 134 e 135 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
35 
do CTN” (REsp 1775269/PR, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado 
em 21/02/2019, DJe 01/03/2019 – Informativo 463). 
 
1.2.9.3. Desconsideração INVERSA da personalidade jurídica 
 
Trata-se de uma nova modalidade do instituto. Caracteriza-se pelo 
afastamento da autonomia patrimonial da sociedade, para, contrariamente do que 
ocorre na desconsideração da personalidade jurídica propriamente dita, atingir o ente 
coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por 
obrigações do sócio. Em termos mais simples, a desconsideração inversa da 
personalidade jurídica poderá ocorrer quando o sócio, pessoa física, for réu em uma 
ação, mas, fraudulentamente, transferir o seu patrimônio para a pessoa jurídica da qual 
é sócio, a fim de frustrar a execução contra si. 
 
Art. 133. § 2º - Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de 
desconsideração inversa da personalidade jurídica. 
 
1.2.9.4. Pedido 
 
Será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber 
intervir no processo. 
 
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério 
Público, quando lhe couber intervir no processo. 
 
A hermenêutica do artigo leva à conclusão de que o juiz NÃO pode declarar de 
ofício o incidente. 
 
ATENÇÃO! O conhecimento a respeito da impossibilidade de o juiz instaurar o incidente 
de desconsideração da personalidade jurídica de ofício foi cobrado pela BANCA 
FAURGS, tendo a banca examinadora considerado incorreta a seguinte assertiva: “o 
Ministério Público poderá requerer o incidente, podendo ser instaurado de ofício pelo 
juiz, se o caso”. 
 
ATENÇÃO! Caso o pedido de desconsideração seja feito na própria petição inicial, 
dispensa-se a instauração do incidente, devendo o sócio ser citado, juntamente com a 
pessoa jurídica, conforme dispõe o artigo 134, § 2º, do NCPC. 
 
1.2.9.5. Suspensão do Processo 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
36 
 
A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo se o requerimento de 
desconsideração da personalidade jurídica for feito na própria petição inicial. 
 
Art. 134, § 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, 
salvo na hipótese do § 2º. 
 
1.2.9.6. Citação 
 
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será 
citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo 
de 15 (quinze) dias. 
 
1.2.9.7. Decisão 
 
O incidente deverá ser julgado pelo juiz logo após a defesa ou depois de 
realizada a instrução, se necessária, por meio de decisão interlocutória, contra a qual 
caberá agravo de instrumento (arts. 136, caput, e 1.015, IV, do CPC). 
Se o incidente for resolvido em sede recursal, pelo relator, a decisão será 
atacável por meio de agravo interno (art. 136, §1º, do CPC). 
O conteúdo da decisão para fins de recorribilidade é irrelevante, podendo ter 
sido o pedido acolhido, rejeitado ou mesmo decidido sem a análise do mérito em razão 
de alguma imperfeição formal. 
 
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será 
resolvido por decisão interlocutória. 
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe 
agravo interno. 
 
Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, 
havida em fraude de execução, será INEFICAZ em relação ao requerente. 
 
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou 
a oneração de bens, havida em fraude de execução, será 
INEFICAZ em relação ao requerente. 
 
ATENÇÃO! A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça entende que a 
responsabilidade dos sócios alcançados pela desconsideração da personalidade jurídica 
da sociedade NÃO SE LIMITA AO CAPITAL INTEGRALIZADO, sob pena de frustrar a 
satisfação do credor lesado pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial (AgInt no 
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37 
AREsp 866.305/MA, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 
27/02/2018, DJe 08/03/2018). 
Frise-se que o referido entendimento jurisprudencial foi cobrado pela BANCA FAURGS, 
tendo a banca examinadora considerado incorreta a seguinte assertiva: “como efeito 
do acolhimento do pedido de desconsideração, passarão a estar sujeitos à execução 
os bens do responsável limitado a sua cota social”. 
 
1.2.10. AMICUS CURIAE 
1.2.10.1. Conceito 
 
O Amicus Curiae/Amigo da Corte/Amigo do Tribunal é uma pessoa que atua em 
causas de relevância social, repercussão geral ou cujo objeto seja bastante específico, 
de modo que o magistrado necessite de apoio técnico. 
O amicus curiae tem por objetivo melhorar o debate processual e contribuir 
para uma decisão mais justa e fundamentada. 
 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da 
matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a 
repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão 
irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem 
pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de 
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com 
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de 
sua intimação. 
 
1.2.10.2. Cabimento 
 
A intervenção somente será cabível se: 
 
a) a matéria discutida nos autos for relevante; 
b) o tema objeto da demanda for específico; 
c) ou a controvérsia tiver repercussão social. 
 
1.2.10.3. Quem pode requerer 
 
A participação do amicus curiae no processo pode se dar: a) por iniciativa do 
juiz, de ofício; b) a requerimento das partes; c) a requerimento do próprio amigo do 
tribunal. 
 
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38 
1.2.10.4. Quem pode atuar como amicus curiae 
 
Conforme visto, o amicus curiae pode ser pessoa natural ou jurídica, órgão ou 
entidade especializada, com representatividade adequada (art. 138 do CPC). 
É fundamental, contudo, que tenha conhecimento específico sobre a matéria 
objeto da lide, de modo a propiciar ao juiz elementos e informações relevantes para 
bem solucionar a causa. Do ponto de vista prático, a análise de julgados do STF 
demonstra que o parâmetro mais utilizado em seus acórdãos é o da pertinência 
temática entre o assunto debatido e os objetivos institucionais das entidades que se 
candidatam à participação no processo na qualidade de amicus curiae. 
 
ATENÇÃO! Segundo decidiu o plenário do Supremo Tribunal Federal, a pessoa física não 
tem representatividade adequada para intervir na qualidade de amigo da Corte em ação 
direta (STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/8/2020 -
Info 985). Contudo, a despeito do julgado acima, vale mencionar que o Min. Roberto 
Barroso, em decisão monocrática proferida no dia 17/06/2021, admitiu o ingresso do 
Senador Renan Calheiros, relator da CPI da Covid-19, como amicus curiae na ADI 6855, 
proposta pelo Presidente da República contra medidas administrativas restritivas 
instituídas por Governadores de Estado, em razão da pandemia do novo coronavírus. 
Ademais, segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o ingresso de amicuscuriae é previsto para as ações de natureza objetiva, sendo excepcional a admissão no 
processo subjetivo quando a multiplicidade de demandas similares indicar a 
generalização do julgado a ser proferido (STJ. 2ª Turma. AgInt na PET no REsp 
1700197/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 19/06/2018). Para a Corte 
superior, é imprescindível a demonstração, pela entidade pretendente a colaborar, de 
que não está a defender interesse privado, mas, isto sim, relevante interesse público 
(STJ. 4ª Turma. EDcl no REsp 1733013/PR, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, julgado em 
29/06/2020). 
 
1.2.10.5. Interesse Institucional do amicus curiae 
 
Exige-se do amicus curiae, que poderá ser pessoa natural ou jurídica, órgão ou 
entidade especializada, ‘representatividade adequada’, isto é, que mostre 
satisfatoriamente a razão de sua intervenção e de que maneira seu ‘interesse 
institucional’ – que é o traço distintivo desta modalidade interventiva, que não se 
confunde com o ‘interesse jurídico’ das demais modalidades interventivas – relaciona-
se com o processo. 
 
1.2.10.6. Prazo e oportunidade para a manifestação 
 
Uma vez convocado a se manifestar, o amigo do tribunal deve fazê-lo no prazo 
de 15 dias, a contar de sua intimação (art. 138, in fine, do CPC). 
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39 
 
1.2.10.7. Momento da intervenção 
 
Sua intervenção é meramente colaborativa, isto é, não tem por função 
comprovar fatos, mas, sim, opinar sobre eles, interpretá-los segundo seus 
conhecimentos técnicos específicos, a fim de auxiliar o juiz no julgamento do feito. Pela 
especialidade da intervenção colaborativa, não se há de cogitar de preclusão a seu 
respeito. 
O Código nada dispôs acerca da oportunidade em que a intervenção deva 
ocorrer. Assim, entende a doutrina que a participação do amicus curiae pode dar-se a 
qualquer momento, desde que seja assegurado o contraditório para as partes com ele 
dialogarem. 
Cassio Scarpinella Bueno, porém, ensina que o ingresso do amicus curiae deve 
ser admitido apenas até o julgamento da ação. O STF, nos julgamentos de ações de 
controle concentrado de constitucionalidade, já decidiu que a intervenção pode ocorrer 
até a liberação do processo, pelo relator, para inclusão em pauta (STF - ACO 779 AgR-
segundo / RJ - 30/11/2016). 
Além disso, é intuitivo que sua manifestação somente é cabível no processo de 
conhecimento, mesmo porque a atuação do amicus curiae, como intervenção de 
terceiro, é voltada, naturalmente, para contribuir para o proferimento de melhor 
julgamento da causa. Assim, não há lugar para sua participação nos processos 
executivos, que não se destinam a julgar a lide. 
 
ATENÇÃO! Há divergência a respeito da intervenção do amicus no procedimento do 
mandado de segurança. 
Diversos doutrinadores, mesmo antes do NCPC, já defendiam a possibilidade de 
intervenção do Amicus Curiae no Processo de Mandado de Segurança. Até mesmo no 
âmbito do próprio STF, já existiam decisões admitindo a intervenção do Amicus Curiae 
em Mandado de Segurança (Por exemplo: MS 32033/DF - DISTRITO FEDERAL). Com o 
advento do NCPC, vários doutrinadores afirmaram que “ocorreu uma ampliação das 
hipóteses de cabimento de intervenção do Amicus Curiae”, possibilitando a intervenção 
do Amicus Curiae até mesmo nos processos de Mandado de Segurança, desde que 
presentes os requisitos do artigo 138 do NCPC. 
Neste sentido, dispõe o enunciado 249 do Fórum Permanente de Processualistas Civis 
que “a intervenção do amicus curiae é cabível no mandado de segurança”. 
Frise-se que há decisões recentes do STF admitindo a intervenção do amicus curiae nos 
Procedimentos de Mandado de Segurança, na qual é mencionada, inclusive, a ampliação 
dada pelo artigo 138 do NCPC, conforme se observa da decisão monocrática proferida 
pelo Fux no MS 35196 (Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 18/05/2018, publicado em 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-099 DIVULG 21/05/2018 PUBLIC 22/05/2018). No entanto, 
também existem decisões recentes de outros Ministros não admitindo a intervenção do 
Amicus Curiae no Procedimento de Mandado de Segurança, conforme se observa no MS 
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40 
35506, (Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 12/04/2018, publicado em 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-168 DIVULG 16/08/2018 PUBLIC 17/08/2018). 
 Veja que a questão não é pacífica. 
Sendo assim, se for questionado em uma prova objetiva de maneira crua e fria se é 
admissível a intervenção de terceiro nos Procedimentos do Mandado de Segurança, é 
mais seguro assinalar a alternativa de que NÃO CABE, tendo em vista a redação do artigo 
24 da Lei 12.016/09, o qual dispõe que “aplicam-se ao Mandado de Segurança os arts. 
46 a 49 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil” (artigos 
correspondentes no NCPC – 113 a 118), os quais permitem apenas o Litisconsórcio. 
 
1.2.10.8. Representação por meio de advogado 
 
A intervenção do terceiro, como amicus curiae, quando realizada 
espontaneamente, só pode dar-se por meio de representação por advogado, por ser 
esta a forma legal obrigatória de pleitear em juízo. Quando, porém, a iniciativa é do 
próprio órgão judicial, que procura obter contribuição técnica para melhor avaliação da 
causa, não há como sujeitar o interveniente a se fazer representar por advogado para 
apresentar a manifestação requisitada pelo juízo. 
 
1.2.10.9. Poderes do amicus curiae 
 
O NCPC NÃO determinou especificamente os poderes do amicus curiae, 
dispondo apenas que caberá ao juiz ou relator, na decisão que solicitar ou admitir a 
intervenção, definir os seus poderes (art. 138, § 2º, do CPC). Ou seja, o magistrado 
deverá delimitar a atuação do terceiro, caso a caso, sempre levando em consideração 
sua função de auxiliar no julgamento, assim como a adequação de sua 
representatividade. 
 
Art. 138. § 2º - Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que 
solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus 
curiae. 
 
Contudo, poderá, segundo jurisprudência do STF, fazer sustentação oral e 
apresentar informações e memoriais nos autos: na dicção do Ministro Celso de Mello, 
ocorre “a necessidade de assegurar, ao amicus curiae, mais do que o simples ingresso 
formal no processo de fiscalização abstrata de constitucionalidade, a possibilidade de 
exercer a prerrogativa da sustentação oral perante esta Suprema Corte”. 
Embora não tenha previsto, de maneira expressa, os atos que o amicus curiae 
possa praticar, é certo que a lei NÃO o autorizou a interpor recursos, em regra. Apenas 
lhe permitiu opor embargos de declaração (art. 138, § 1º, “in fine”, do CPC) e recorrer 
da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 138, § 3º, 
do CPC). 
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41 
 
Art. 138. § 1º - A intervenção de que trata o caput não implica 
alteração de competência nem autoriza a interposição de 
recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a 
hipótese do §3º. 
§ 3º - O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o 
incidente de resolução de demandas repetitivas. 
 
ATENÇÃO 1! É irrecorrível a decisão na qual o relator indefere pedido de ingresso de 
amicus curiae na ação (STF. Plenário. ADO 70 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
04/07/2022). 
É irrecorrível a decisão que indefere o pedido de ingresso na condição de amicus curiae. 
A diretriz vigora tambémrelativamente a processos de índole subjetiva (RE 1017365 
AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, DJe de 24/9/2020). 
(STF. Plenário. Inq 4888 AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 22/08/2022). 
ATENÇÃO 2! Ainda sobre o tema, importante ressaltar que, segundo decisão do STF, o 
amicus curiae não possui legitimidade para pleitear medida cautelar (STF. Plenário. 
ADPF 347 TPI-Ref/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de 
Moraes, julgado em 18/3/2020 - Info 970). 
 
1.2.10.10. Deslocamento de competência 
 
A legislação atual (art. 138, § 1º, do CPC) foi expressa em determinar que a 
intervenção do amicus curiae “NÃO implica alteração de competência”, razão pela qual, 
ainda que o terceiro seja ente da administração pública federal, não haverá, nos 
processos afetos a outras justiças, o deslocamento de competência para a justiça federal 
(NCPC, art. 138, § 1º, primeira parte). Isso se deve à circunstância de que o interveniente, 
“in casu”, não assume a qualidade de parte. 
 
ATENÇÃO! A compreensão do tema foi cobrada pela banca VUNESP, tendo a banca 
examinadora considerado correta a seguinte assertiva: “A intervenção do amicus curiae 
não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, 
ressalvados a oposição de embargos de declaração e o recurso da decisão que julgar o 
incidente de resolução de demandas repetitivas”. 
 
1.2.10.11. Custas e honorários processuais 
 
O amicus curiae é um colaborador do juízo, razão pela qual se encontra 
dispensado do pagamento de custas, despesas e honorários processuais. Entretanto, 
ressalta-se que ele poderá ser condenado como litigante de má-fé (NCPC, art. 79), se 
incidir numa das hipóteses do art. 80 do CPC. 
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42 
 
1.2.11. INTERVENÇÃO ANÔMALA DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO 
1.2.11.1. Conceito 
 
Denomina-se a intervenção feita pelas pessoas jurídicas de direito público 
como anômala, pois não é necessária a demonstração de interesse jurídico na 
intervenção. 
 
1.2.11.2. Previsão Legal 
 
Lei nº 9.469/97, Art. 5º. A União poderá intervir nas causas em 
que figurarem, como autoras ou rés, autarquias, fundações 
públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas 
federais. 
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, 
nas causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, 
de natureza ECONÔMICA, intervir, independentemente da 
demonstração de interesse jurídico, para esclarecer questões de 
fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais 
reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, 
hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, 
serão consideradas partes. 
 
 
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43 
2. JURISPRUDÊNCIA 
 
SÚMULAS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES 
 
Súmula 529 do STJ - No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o 
ajuizamento de ação pelo terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da 
seguradora do apontado causador do dano. 
Súmula 537 do STJ - Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se 
aceitar a denunciação ou contestar o pedido do autor, pode ser condenada, direta e 
solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, 
nos limites contratados na apólice. 
 
PRINCIPAIS JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES 
 
AÇÃO DEMARCATÓRIA PARCIAL E INEXISTÊNCIA DE LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO 
COM OS CONFINANTES DE IMÓVEIS CUJOS LIMITES NÃO ESTÃO SENDO DISCUTIDOS. 
Em ação demarcatória de parte de imóvel, é FACULTATIVO - e não necessário - o 
litisconsórcio passivo entre o réu e os confinantes da área do bem que não é objeto de 
demarcação. No caso concreto, tinha-se uma ação demarcatória parcial, porque só se 
está pleiteando a demarcação de parte da propriedade do autor, que teria sido objeto 
de esbulho possessório pelo réu indicado na petição inicial. O confinante que foi 
regularmente citado não tem legitimidade para arguir a nulidade por ausência de 
participação dos proprietários das áreas contíguas. Para ele não há nenhum prejuízo no 
fato de os demais vizinhos não estarem participando da lide, já que estes não têm 
qualquer relação com a discussão entre o autor e o réu. A participação dos demais 
confinantes como réus não traria qualquer benefício ou utilidade para o processo. Assim, 
nas demarcatórias parciais, há o litisconsórcio passivo necessário apenas entre os 
vizinhos lindeiros da área específica cuja demarcação é pretendida. Quanto aos demais 
vizinhos, trata-se, no máximo, de litisconsórcio passivo facultativo (REsp 1.599.403-MT, 
23/6/2016 – lnformativo 586). 
 
NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE MOTIVOS PARA A FORMAÇÃO DE 
LITISCONSÓRCIO ATIVO FACULTATIVO ENTRE O MPE E O MPF. Em ação civil pública, a 
formação de litisconsórcio ativo facultativo entre o Ministério Público Estadual e o 
Federal depende da demonstração de alguma razão específica que justifique a 
presença de ambos na lide. Isso ocorre porque a formação desnecessária do 
litisconsórcio poderá, ao fim e ao cabo, comprometer os princípios informadores do 
instituto, implicando, por exemplo, maior demora do processo pela necessidade de 
intimação pessoal de cada membro do Parquet, com prazo específico para manifestação. 
Justamente por isso, o litisconsórcio somente deverá ser autorizado quando houver 
razão para tanto (REsp 1.254.428-MG, 2/6/2016 – lnformativo 585). 
 
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QUARTA TURMA. DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. INTERPRETAÇÃO 
DO ART. 88 DO CDC. DENUNCIAÇÃO À LIDE. Descabe ao denunciado à lide, nas 
relações consumeristas, invocar em seu benefício a regra de afastamento da 
denunciação (art. 88 do CDC) para eximir-se de suas responsabilidades perante o 
denunciante. Em que pese o entendimento do Superior Tribunal de Justiça seja a 
inadmissibilidade da denunciação da lide em qualquer hipótese de acidente de consumo, 
o propósito do legislador foi proteger o consumidor, de maneira que se este não se opôs 
à denunciação da lide, não pode o denunciado alegar tal vedação em seu favor (REsp 
913.687-SP, Rel. Min. Raul Araújo, por unanimidade, julgado em 11/10/2016, DJe 
4/11/2016. Informativo 592). 
 
Em ação indenizatória decorrente de ato ilícito, não há litisconsórcio necessário entre 
o genitor responsável pela reparação (art. 932, I, do CC) e o menor causador do dano. 
É possível, no entanto, que o autor, por sua opção e liberalidade, tendo em conta que 
os direitos ou obrigações derivem do mesmo fundamento de fato ou de direito, intente 
ação contra ambos (pai e filho), formando-se um litisconsórcio facultativo e simples. 
Exemplo: Leonardo, 15 anos de idade, brincava com a arma de fogo de seu pai e, por 
imprudência, acabou acertando um tiro em Vieira, que ficou ferido, mas sobreviveu. 
Vieira ajuizou ação de indenização por danos morais e materiais contra Joaquim (pai de 
Leonardo). Não era necessário que Vieira propusesse a ação contra Joaquim e Leonardo, 
em litisconsórcio. Vale a pena esclarecer, no entanto, que seria plenamente possível que 
o autor (vítima) tivesse, por sua opção e liberalidade, ajuizado a ação contra ambos (pai 
e filho). Neste caso, teríamos uma hipótese de litisconsórcio: facultativo e simples (STJ, 
4ª Turma, REsp 1.436.401-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017 - 
Informativo 599).Ação demolitória. Litisconsórcio passivo necessário em ação demolitória. Na hipótese 
de ser proposta ação real imobiliária, o CPC determina que haja a citação não apenas do 
réu, mas também de seu cônjuge. Confira: CPC 2015 - Art. 73 (...) § 1º Ambos os cônjuges 
serão necessariamente citados para a ação: I - que verse sobre direito real imobiliário, 
salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. Como a ação de 
nunciação de obra nova e de ação demolitória são ações reais imobiliárias, o réu que for 
casado deverá ser citado, salvo se, nos termos do novo CPC, o regime de bens for da 
separação absoluta (art. 73, § 1º, I, do CPC 2015). Assim, nos casos de ação de nunciação 
de obra nova e a ação demolitória haverá litisconsórcio passivo necessário entre o 
proprietário do imóvel e seu cônjuge, salvo se eles forem casados sob o regime de 
separação absoluta de bens, situação na qual somente será réu o proprietário do bem 
(STJ, 2ª Turma, REsp 1.374.593-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 5/3/2015 - 
Informativo 565). 
 
Divórcio. Em caso de divórcio no qual se pede a desconsideração inversa da 
personalidade jurídica, deve-se incluir no polo passivo a pessoa que teria participado 
do conluio com o cônjuge. A sócia da empresa, cuja personalidade jurídica se pretende 
desconsiderar, que teria sido beneficiada por suposta transferência fraudulenta de cotas 
sociais por um dos cônjuges, tem legitimidade passiva para integrar a ação de divórcio 
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45 
cumulada com partilha de bens, no bojo da qual se requereu a declaração de ineficácia 
do negócio jurídico que teve por propósito transferir a participação do sócio/ex-marido 
à sócia remanescente, dias antes da consecução da separação de fato (STJ, 3ª Turma, 
REsp 1.522.142-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/6/2017 - Informativo 
606). 
 
Procedimento de dúvida. Descabimento de intervenção de terceiros em procedimento 
de dúvida registraria. Não é cabível a intervenção de terceiros em procedimento de 
dúvida registral suscitada por Oficial de Registro de Imóveis - arts. 198 a 207 da Lei nº 
6.015/73 (STJ, 4ª Turma, RMS 39.236-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 26/4/2016 
- Informativo 582). 
 
“A desconsideração da personalidade jurídica, ainda que com fundamento na Teoria 
Menor (art. 28, § 5º, do Código de Defesa do Consumidor), não pode atingir o 
patrimônio pessoal de membros do Conselho Fiscal sem que haja a mínima presença 
de indícios de que estes contribuíram, ao menos culposamente, e com desvio de 
função, para a prática de atos de administração”. Isso porque, a atuação do conselho 
fiscal e dos seus membros está sujeita a limites precisos. De um lado, é mero fiscal e não 
pode substituir os administradores da companhia no tocante à melhor forma de 
conduzir os negócios sociais. Não lhe compete apreciar a economicidade das decisões 
da diretoria ou conselho de administração nem interferir na conveniência dos negócios 
realizados. Sua tarefa limita-se aos aspectos da legalidade e regularidade dos atos de 
gestão. De outro lado, o conselho fiscal tem atuação interna, ou seja, os destinatários 
de seus atos são os órgãos sociais". Conclui-se que a desconsideração da personalidade 
jurídica de uma sociedade cooperativa, ainda que com fundamento no art. 28, § 5º, do 
CDC (Teoria Menor), não pode atingir o patrimônio pessoal de membros do Conselho 
Fiscal sem que que haja a mínima presença de indícios de que estes contribuíram, ao 
menos culposamente, e com desvio de função, para a prática de atos de administração. 
(REsp 1.766.093-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
Terceira Turma, por maioria, julgado em 12/11/2019, DJe 28/11/2019 – Informativo 
661) 
 
É cabível a intervenção de amicus curiae em reclamação (STF, Plenário, Rcl 11949/RJ, 
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2017 - Informativo 857). 
 
Somente há prazo em dobro para litisconsortes com diferentes procuradores quando, 
além de existir dificuldade em cumprir o prazo processual e consultar os autos, for 
recolhido mais de um preparo recursal. Havendo interposição de recurso em conjunto 
e o recolhimento de um só preparo, não há que se falar na duplicação legal do prazo 
(STJ. 3ª Turma. REsp 1694404/SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 22/05/2018). 
 
A pessoa física não tem representatividade adequada para intervir na qualidade de 
amigo da Corte em ação direta (STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, 
julgado em 6/8/2020 - Info 985). 
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O ingresso de amicus curiae é previsto para as ações de natureza objetiva, sendo 
excepcional a admissão no processo subjetivo quando a multiplicidade de demandas 
similares indicar a generalização do julgado a ser proferido (STJ. 2ª Turma. AgInt na PET 
no REsp 1700197/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 19/06/2018). É 
imprescindível a demonstração, pela entidade pretendente a colaborar com a Corte, de 
que não está a defender interesse privado, mas, isto sim, relevante interesse público. 
Isso porque, não se trata de uma intervenção de terceiros, e sim de um ato de admissão 
informal de um colaborador da corte (STJ. 4ª Turma. EDcl no REsp 1733013/PR, Rel. Min. 
Luís Felipe Salomão, julgado em 29/06/2020). 
 
O amicus curiae não tem legitimidade para propor ação direta; logo, também não possui 
legitimidade para pleitear medida cautelar. Assim, a entidade que foi admitida como 
amicus curiae em ADPF não tem legitimidade para, no curso do processo, formular 
pedido para a concessão de medida cautelar (STF. Plenário. ADPF 347 TPI-Ref/DF, rel. 
orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/3/2020 
- Info 970). 
 
É recorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus curiae. É possível a 
impugnação recursal por parte de terceiro, quando denegada sua participação na 
qualidade de amicus curiae (STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, 
julgado em 6/8/2020 - Info 985). Vale ressaltar que existem decisões em sentido 
contrário e que o tema não está pacificado. Nesse sentido: Tanto a decisão do Relator 
que ADMITE como a que INADMITE o ingresso do amicus curiae é irrecorrível (STF. 
Plenário. RE 602584 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, 
julgado em 17/10/2018. Info 920). 
 
Nas hipóteses de julgamento parcial, como ocorre na decisão que exclui um dos 
litisconsortes passivos sem por fim a demanda, os honorários devem observar 
proporcionalmente a matéria efetivamente apreciada. STJ. 3ª Turma. REsp 1.760.538-
RS, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 24/05/2022 (Info 738). 
 
Na hipótese de composse (quando mais de uma pessoa exerce a posse do mesmo bem), 
a decisão judicial de reintegração de posse deverá atingir de modo uniforme todas as 
partes ocupantes do imóvel, configurando-se caso de litisconsórcio passivo necessário. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.811.718-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
02/08/2022 (Info 743). 
 
A regra do art. 1.005 do CPC/2015 não se aplica apenas às hipóteses de litisconsórcio 
unitário, mas, também, a quaisquer outras hipóteses em que a ausência de tratamento 
igualitário entre as partes gere uma situação injustificável, insustentável ou aberrante. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.993.772-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 07/06/2022 
(Info 743). 
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3. QUESTÕES 
 
1. Sobre o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, é correto afirmar 
que: 
a) como efeito do acolhimento do pedido de desconsideração, passarão a estar sujeitos 
à execução os bens do responsável limitado a sua cota social. 
b) é uma forma de intervenção de terceiros, podendo criar-se um litisconsórcio passivo 
facultativo. 
c) instaurado na petição inicial, ocorrerá a suspensão do processo, independentemente 
do requerimento do interessado. 
d) resolvido o incidente em sentença, que julgar o mérito da demanda, caberá agravo 
de instrumento quanto a esta questão. 
e) o Ministério Público poderá requerer o incidente, podendo ser instaurado de ofício 
pelo juiz, se o caso. 
 
2. Há litisconsórcio unitário quando: 
a) pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir de modo uniforme para todas 
as partes. 
b) entre as partes houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide. 
c) entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir. 
d) ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito. 
e) cada litisconsorte tiver o direito de promover o andamento do processo, devendo 
todos ser intimados dos respectivos atos. 
 
3. (ADAPTADA DE ACORDO COM O NCPC) Assinale a assertiva incorreta relativamente 
à intervenção de terceiros. 
a) A intervenção do amicus curiae não implicará a alteração de competência, ainda que 
a intervenção seja de autarquia federal. 
b) É admissível o chamamento ao processo dos outros fiadores, quando para a ação for 
citado apenas um deles. 
c) Em ação de reparação de danos movida em face do segurado, a seguradora 
denunciada pode ser condenada direta e solidariamente junto com este a pagar 
indenização à vítima, nos limites contratados da apólice. 
d) Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade 
jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa 
jurídica. 
e) Em caso de denunciação à lide pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumirá a 
posição de litisconsorte, mas não poderá aditar a petição inicial. 
 
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4. Com referência ao litisconsórcio e à intervenção de terceiros, assinale a opção 
correta. 
a) No incidente de desconsideração da personalidade jurídica, estará sempre presente 
interesse público que torne obrigatória a intervenção do MP como fiscal da ordem 
jurídica. 
b) O magistrado deve indeferir o requerimento de ingresso de amicus curiae em 
processo que esteja em primeira instância, porque essa hipótese de intervenção de 
terceiro somente pode ocorrer em causa que tramite no tribunal. 
c) Na hipótese de desmembramento do litisconsórcio multitudinário, a interrupção da 
prescrição deve retroagir à data de propositura da demanda original, inclusive para os 
autores que forem compor um novo processo. 
d) A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório pelo 
litisconsorte necessário, será nula de pleno direito, não importando que o litisconsórcio 
seja simples ou unitário. 
 
5. Mário propõe ação reivindicatória contra João Roberto, a quem acusa de ter 
invadido ilicitamente área imóvel de sua propriedade. Após a citação de João Roberto 
e oferecimento de sua contestação, ingressa nos autos José Antônio, alegando que o 
imóvel não é de Mário nem de João Roberto e sim dele, juntando documentos e 
pedindo a retomada do imóvel para si. A intervenção processual de José Antônio 
denomina-se: 
a) litisconsórcio. 
b) chamamento ao processo. 
c) denunciação da lide. 
d) assistência litisconsorcial. 
e) oposição. 
 
6. Haverá litisconsórcio necessário: 
a) sempre que ele for unitário. 
b) entre alienante e adquirente quando ocorrer a alienação de coisa ou de direito 
litigioso. 
c) ativo, entre os cônjuges, na ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo se 
casados sob regime de separação absoluta de bens. 
d) passivo, entre os cônjuges, na ação fundada em obrigação contraída por um deles, 
em proveito da família. 
 
7. Considerando a denunciação da lide, assinale a alternativa correta. 
a) Considerando-se a cadeia dominial, a denunciação da lide sucessiva é admitida ao 
originariamente denunciado, mas vedada ao sucessivamente denunciado, ressalvada a 
propositura de ação autônoma. 
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b) Pode ser requerida e deferida originariamente em grau de apelação, nos casos em 
que seja dado ao tribunal examinar o mérito desde logo, por estar o processo em 
condições de julgamento. 
c) Pode ser determinada de ofício pelo juiz, nos casos em que a obrigação de indenizar 
decorra expressamente da lei. 
d) O direito regressivo poderá ser objeto de ação autônoma apenas no caso de não ser 
permitida pela lei ou no caso de ter sido indeferida pelo juiz. 
 
8. C ajuizou ação contra M no âmbito da qual requereu indenização por danos 
materiais em razão de acidente veicular. Citado, M denunciou a lide à Seguradora Z, a 
qual apresentou resposta. De acordo com jurisprudência dominante do Superior 
Tribunal de Justiça, se o juiz se convencer da existência dos elementos para a 
responsabilização civil, a Seguradora Z: 
a) pode ser condenada apenas subsidiariamente a pagar indenização à vítima C, nos 
limites contratados na apólice. 
b) não pode ser condenada a pagar indenização à vítima C, ainda que subsidiariamente, 
em razão do princípio da relatividade dos contratos. 
c) pode ser condenada direta e solidariamente junto com o segurado M a pagar 
indenização integral à vítima C, ainda que supere os limites da apólice. 
d) pode ser condenada direta e solidariamente junto com o segurado M a pagar 
indenização à vítima C, nos limites contratados na apólice. 
e) pode ser condenada apenas subsidiariamente a pagar indenização integral à vítima C, 
ainda que supere os limites contratados na apólice. 
 
9. O Código de Processo Civil de 2015 introduziu no sistema processual um mecanismo 
próprio e diferenciado, destinado a disciplinar situações que envolvem a 
desconsideração da personalidade jurídica. Acerca desse incidente, assinale a 
alternativa correta. 
a) Será resolvido por decisão interlocutória, recorrível por agravo de instrumento, 
quando proferida pelo relator. 
b) Não se aplica ao processo de competência dos juizados especiais. 
c) A instauração será dispensada se o pedido de desconsideração da personalidade 
jurídica for requerido na petição inicial. 
d) Não é cabível na fase de cumprimento de sentença. 
e) Quando tramitar em autos apartados não suspenderá o processo principal. 
 
10. Renato, recém-nascido, e Antônia, sua mãe, são autores de ação ajuizada em 
desfavor de Luiz, suposto pai de Renato. Na ação, são pleiteados a declaração de 
paternidade de Luiz em favor de Renato e o ressarcimento de despesas decorrentes 
do parto em favor de Antônia. 
Essa situação configura hipótese de litisconsórcio facultativo e: 
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a) eventual. 
b) sucessivo. 
c) alternativo. 
d) unitário. 
 
11. É cabível denunciação da lide: 
a) dos fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles. 
b) ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao 
denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam.c) quando alguém pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que 
controvertem autor e réu. 
d) para instaurar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. 
e) para atuar como amicus curiae nas hipóteses legalmente previstas. 
 
12. A pessoa obrigada por contrato a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de 
quem for vencido na demanda ingressará no processo como: 
a) assistente simples. 
b) denunciado à lide. 
c) assistente litisconsorcial. 
d) chamado ao processo. 
e) nomeado à autoria. 
 
13. Questão adaptada. Com relação aos sujeitos do processo, assinale certo ou errado. 
A assistência deve ser requerida, por petição do interessado, dentro dos autos do 
processo, devendo ser deferido o ingresso do terceiro se não houver impugnação das 
partes no prazo de 10 (dez) dias, salvo se for o caso de rejeição liminar. 
( ) Certo. 
( ) Errado. 
 
14. Questão adaptada. Com relação aos sujeitos do processo, assinale certo ou errado. 
A intervenção do amicus curiae não implica alteração de competência nem autoriza a 
interposição de recursos, ressalvados a oposição de embargos de declaração e o recurso 
da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. 
( ) Certo. 
( ) Errado. 
 
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15. XPTO Ltda, oi demandada por Y, que, pretendendo atingir bens dos sócios, por 
vislumbrar a ocorrência de confusão patrimonial, deverá instaurar incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica, o qual: 
a) deve ser instaurado ainda que o pleito conste da petição inicial e suspende o processo 
até que seja decidido, por decisão interlocutória. 
b) implica, se acolhido, anulação das alienações havidas em fraude à execução. 
c) é cabível apenas no cumprimento de sentença e se infrutíferas as tentativas de 
penhora de bens da sociedade empresária. 
d) suspende o processo, salvo se a desconsideração houver sido pleiteada na petição 
inicial. 
e) é decidido por sentença. 
 
16. Caio e Tício, em conjunto e solidariamente, firmaram compromisso de compra e 
venda para aquisição de um imóvel de Semprônio. Em razão da falta de pagamento, o 
vendedor pretende resolver o negócio, propondo demanda a esse fim em face dos 
compradores. A partir dessa narrativa, temos não é possível a identificação do tipo de 
litisconsórcio sem que se saiba qual o teor da sentença. 
a) não é possível a identificação do tipo de litisconsórcio sem que se saiba qual o teor da 
sentença. 
b) litisconsórcio passivo, necessário e unitário. 
c) litisconsórcio passivo, facultativo e unitário. 
d) litisconsórcio passivo, facultativo e comum. 
 
17. Em uma demanda judicial proposta por um único autor em face de dois réus, em 
litisconsórcio passivo comum, apenas um deles ofereceu contestação, não obstante 
ter o revel constituído procurador distinto e de outro escritório de advocacia. 
Tratando-se de autos eletrônicos, e sabendo-se que o juízo julgou procedente o 
pedido, é correto afirmar que: 
a) será contado em dobro o prazo para que qualquer um dos litisconsortes ofereça o 
recurso de apelação; 
b) não será admissível a apelação do réu revel, uma vez que a revelia gerou presunção 
de certeza do direito do autor; 
c) o prazo para o réu contestante oferecer o recurso de apelação não será contado em 
dobro; 
d) o prazo para o réu contestante recorrer será contado em dobro, e para o réu revel 
será contado de forma simples; 
e) o prazo para o autor recorrer será contado em dobro, caso entenda existir interesse 
recursal. 
 
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52 
18. Em razão de um acidente de trânsito, Luiz, condutor de um dos veículos envolvidos, 
ajuizou ação de indenização em face de Carlos, o condutor do outro automóvel, a 
quem atribuiu a culpa no episódio. Regularmente citado, Carlos apresentou a sua 
contestação, alegando que a culpa no evento danoso fora apenas de um pedestre, não 
identificado, que surgira de inopino na via pública, assim obrigando-o a desviar e 
colidir com o veículo de Luiz. Considerando que os elementos probatórios carreados 
aos autos confirmavam inteiramente a versão defensiva de Carlos, deve o juiz da 
causa: 
a) determinar-lhe que promova a denunciação da lide em relação ao pedestre 
responsável pelo acidente; 
b) determinar-lhe que promova o chamamento ao processo em relação ao pedestre 
responsável pelo acidente; 
c) reconhecer a sua ilegitimidade passiva ad causam, extinguindo o feito sem resolução 
do mérito; 
d) julgar improcedente o pedido do autor, visto que não foi configurada a 
responsabilidade civil atribuída ao réu; 
e) determinar a suspensão do feito, no aguardo de elementos que permitam a 
identificação do pedestre causador do acidente. 
 
19. Assinale a opção correta em relação à intervenção de terceiros, conforme disposto 
no Código de Processo Civil/2015. 
a) Deve ser extinta a denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas 
hipóteses em que o denunciado conteste apenas a pretensão de mérito da demanda 
principal. 
b) Considera-se possível o ingresso de terceiro como assistente simples, desde que 
demonstrada a presença de interesse jurídico, revelando-se como tal o interesse 
corporativo. 
c) Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada que aceitar a denunciação 
ou contestar o pedido do autor poderá ser condenada, direta e solidariamente, junto 
com o segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, nos limites contratados 
na apólice. 
d) Admite-se a denunciação da lide àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, 
a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo, ainda que 
introduzir fundamento novo à causa. 
e) É suficiente para a instauração do incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica a demonstração de inexistência de patrimônio da pessoa jurídica ou de 
dissolução irregular da empresa sem a devida baixa na junta comercial. 
 
20. Considere ter ocorrido a propositura de ação popular por Ágata e Antônia, cidadãs 
porto-alegrenses, contra ato da Prefeitura Municipal de Uruguaiana. A ação tem por 
objetivo fomentar a preservação de patrimônio artístico- cultural da cidade 
interiorana. Pode-se afirmar que: 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
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a) o litisconsórcio ativo formado é facultativo e unitário. 
b) o litisconsórcio ativo formado é necessário e simples. 
c) o litisconsórcio ativo formado é facultativo e simples 
d) o litisconsórcio ativo formado é necessário e unitário. 
e) não há formação de litisconsórcio ativo, considerando- se a ocorrência de 
ilegitimidade ativa. 
 
21. Assinale a opção correta em relação à intervenção de terceiros, conforme disposto 
no Código de Processo Civil/2015. 
a) Deve ser extinta a denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas 
hipóteses em que o denunciado conteste apenas a pretensão de mérito da demanda 
principal. 
b) Considera-se possível o ingresso de terceiro como assistente simples, desde que 
demonstrada a presença de interesse jurídico, revelando-se como tal o interesse 
corporativo. 
c) Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada que aceitar a denunciação 
ou contestar o pedido do autor poderá ser condenada, direta e solidariamente, junto 
com o segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, nos limites contratados 
na apólice. 
d) Admite-se a denunciação da lideàquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, 
a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo, ainda que 
introduzir fundamento novo à causa. 
e) É suficiente para a instauração do incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica a demonstração de inexistência de patrimônio da pessoa jurídica ou de 
dissolução irregular da empresa sem a devida baixa na junta comercial. 
 
22. Tendo sido desclassificada em uma determinada licitação, a sociedade empresária 
Alfa, reputando ilegal tal desfecho, ajuizou ação pelo rito comum, pleiteando a 
anulação do ato administrativo que importou na sua desclassificação no certame e, 
também, do ato que adjudicara o objeto da licitação à empresa Beta. 
Apreciando a petição inicial, o juiz da causa procedeu ao juízo positivo de 
admissibilidade da ação e, também, deferiu a tutela provisória requerida, 
determinando a suspensão tanto do ato adjudicatório quanto a do ato que havia 
desclassificado a demandante no procedimento licitatório. 
Após a vinda aos autos da contestação da pessoa jurídica de direito público a que 
estava vinculada a autoridade que presidiu o procedimento administrativo, duas 
outras peças processuais foram protocolizadas: a primeira, da própria autora, 
consubstanciada numa emenda à sua inicial, a fim de incluir no polo passivo do feito 
a sociedade empresária Beta, que se sagrara vitoriosa na licitação; e a outra, da 
empresa Gama, que, afirmando que também havia sido ilegalmente desclassificada na 
mesma licitação, postulou o seu ingresso no polo ativo no feito, além da extensão, em 
seu favor, dos efeitos da medida liminar originalmente concedida à autora. 
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Nesse cenário, deverá o juiz: 
a) receber a emenda, deferindo a inclusão da empresa Beta no polo passivo do processo, 
além de deferir o ingresso da empresa Gama em seu polo ativo; 
b) receber a emenda, deferindo a inclusão da empresa Beta no polo passivo do processo, 
mas indeferir o ingresso da empresa Gama em seu polo ativo; 
c) deixar de receber a emenda, indeferindo a inclusão da empresa Beta no polo passivo 
do processo, além de indeferir o ingresso da empresa Gama em seu polo ativo; 
d) deixar de receber a emenda, indeferindo a inclusão da empresa Beta no polo passivo 
do processo, mas deferir o ingresso da empresa Gama em seu polo ativo; 
e) receber a emenda, deferindo a inclusão da empresa Beta no polo passivo do processo, 
além de deferir o ingresso da empresa Gama em seu polo ativo, desde que a parte ré 
manifeste concordância num e noutro sentido. 
 
23. No que concerne à denunciação da lide, é CORRETO afirmar que: 
a) é cabível em processos de conhecimento, de execução e cautelares, tocando ao 
interessado formulá-la, sob pena de perda do direito de regresso; 
b) se o denunciante for sucumbente na demanda original, a litisdenunciação não terá o 
seu mérito apreciado pelo juiz, diante da perda de seu objeto; 
c) sendo julgados procedentes os pedidos da ação original e da litisdenunciação, poderá 
o autor requerer o cumprimento da sentença em desfavor do réu e, também, do 
denunciado; 
d) é modalidade provocada de intervenção de terceiros, cabendo apenas à parte ré da 
ação original formulá-la, não havendo interesse jurídico para a parte autora em fazê-lo; 
e) é admissível a formulação de litisdenunciações sucessivas, de modo a viabilizar a 
composição de diversas lides no mesmo feito, desde que isso não comprometa a sua 
duração razoável. 
 
 
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4. GABARITO COMENTADO 
 
1. RESPOSTA: B 
A – INCORRETA: A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça entende que a 
responsabilidade dos sócios alcançados pela desconsideração da personalidade jurídica 
da sociedade NÃO SE LIMITA AO CAPITAL INTEGRALIZADO, sob pena de frustrar a 
satisfação do credor lesado pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial (AgInt no 
AREsp 866.305/MA, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 
27/02/2018, DJe 08/03/2018). 
B – CORRETA: O incidente de desconsideração da personalidade jurídica foi incluído no 
CPC como uma nova modalidade de intervenção de terceiros. Um de seus reflexos é a 
possibilidade de ele vir a criar um litisconsórcio passivo facultativo, na medida em que 
amplia subjetivamente o processo. 
C – INCORRETA: A regra do § 2º do art. 133 do CPC dispõe que se dispensa a instauração 
do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição 
inicial. Vejamos: § 2º “Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da 
personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o 
sócio ou a pessoa jurídica”. 
D – INCORRETA: Se o incidente de desconsideração da personalidade jurídica for 
resolvido em sentença, que julgar o mérito da demanda, caberá apelação. 
E – INCORRETA: Nos termos do artigo 133 do CPC, o juiz não pode instaurar o incidente 
de ofício. A alternativa está correta apenas na parte em que afirma a possibilidade de o 
MP requerer a instauração do incidente. Vejamos o que dispõe o art. 133 do CPC: Art. 
133. “O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a 
pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo”. 
Alertamos que existe previsão legal de desconsideração da personalidade jurídica de 
ofício e ela está no art. 28 do CDC. 
 
2. RESPOSTA – A 
A – CORRETA – Art. 116 do NCPC – “Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela 
natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para 
todos os litisconsortes”. 
B - INCORRETA – Trata-se de uma das hipóteses em que poderá ocorrer o litisconsórcio, 
e não de uma modalidade deste, conforme dispõe o artigo 113, I, do NCPC: “Art. 113. 
Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou 
passivamente, quando: I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações 
relativamente à lide”. 
C - INCORRETA – Trata-se de uma das hipóteses em que poderá ocorrer o litisconsórcio, 
e não de uma modalidade deste, conforme dispõe o artigo 113, II, do NCPC: “Art. 113. 
Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou 
passivamente, quando: II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa 
de pedir”. 
CPF: 860.542.154-18
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56 
D - INCORRETA – Trata-se de uma das hipóteses em que poderá ocorrer o litisconsórcio, 
e não de uma modalidade deste, conforme dispõe o artigo 113, III, do NCPC: “Art. 113. 
Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou 
passivamente, quando: III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou 
de direito”. 
E – INCORRETA – A assertiva não trata da classificação do litisconsórcio unitário, mas 
sim da autonomia que cada litisconsorte tem para dar andamento ao processo e para 
ser intimado, conforme dispõe o artigo 118 do NCPC: “Art. 118 do NCPC - Cada 
litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo e todos devem ser 
intimados dos respectivos atos”. 
 
3. RESPOSTA – E 
A – CORRETA – Art. 138, § 1º, do NCPC – “Art. 138, § 1º A intervenção de que trata o 
caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, 
ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º”. 
B – CORRETA – Art. 130,II, do NCPC – “Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, 
requerido pelo réu: II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns 
deles”. 
C – CORRETA – Art. 128, Parágrafo único, do NCPC e Súmula 537 do STJ – “Art. 128, 
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, 
requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da 
condenação deste na ação regressiva. / Súmula 537 - Em ação de reparação de danos, a 
seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o pedido do autor, pode 
ser condenada, direta e solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da 
indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice”. 
D – CORRETA – Art. 134, § 2º, do NCPC, “Art. 134, § 2º Dispensa-se a instauração do 
incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, 
hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica”. 
E – INCORRETA – Art. 127 do NCPC – “Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o 
denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar 
novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu”. 
 
4. RESPOSTA: C 
A – INCORRETA: art. 133 do NCPC – “Art. 133. O incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, 
quando lhe couber intervir no processo”. 
B – INCORRETA: art. 138 do NCPC – “Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a 
relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão 
social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das 
partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa 
natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, 
no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação”. 
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C – CORRETA: art. 113, §§ 1º e 2º e art. 240, §1º, ambos do NCPC – “Art. 113, § 1º O juiz 
poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de 
conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a 
rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. § 2º O 
requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que 
recomeçará da intimação da decisão que o solucionar. / Art. 240, § 1º A interrupção da 
prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo 
incompetente, retroagirá à data de propositura da ação”. 
D – INCORRETA: art. 115 do NCPC – “Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida 
sem a integração do contraditório, será: I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em 
relação a todos que deveriam ter integrado o processo; II - ineficaz, nos outros casos, 
apenas para os que não foram citados. Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio 
passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que 
devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do 
processo”. 
 
5. RESPOSTA: E 
Comentário em comum - art. 682 do NCPC – “Art. 682. Quem pretender, no todo ou em 
parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida 
a sentença, oferecer oposição contra ambos”. 
 
6. RESPOSTA: D 
A – INCORRETA: Segundo o artigo 114 do NCPC, “o litisconsórcio será necessário por 
disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia 
da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes”. Por sua vez, 
dispõe o artigo 116 do NCPC que “o litisconsórcio será unitário quando, pela natureza 
da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os 
litisconsortes”. Não obstante a regra seja que, no caso de litisconsórcio unitário, ele seja 
necessário, há hipóteses em que ele será facultativo e unitário. O litisconsórcio 
facultativo unitário é aquele no qual a lei permite expressamente que apenas um titular 
do direito o defenda solitariamente no processo, fazendo-o em nome próprio na defesa 
do interesse de todos os titulares. Fala-se, nessa hipótese, de legitimação ordinária 
individual, significando que a parte litigante também será titular do direito debatido, 
mas poderá demandar mesmo sem a presença dos demais titulares. Existem inúmeros 
exemplos, como a ação reivindicatória da coisa comum, que pode ser proposta por 
qualquer condômino; ação de dissolução de sociedade, que pode ser proposta por 
qualquer sócio; ação que tenha como objetivo a anulação de uma assembleia geral em 
sociedade por ações, a declaração de indignidade do herdeiro, que pode ser proposta 
por qualquer interessado na sucessão; na ação de sonegados, que pode ser proposta 
por qualquer herdeiro ou credor da herança etc. 
B – INCORRETA: Trata-se de hipótese de assistência litisconsorcial, a qual somente é 
possível nos casos de litisconsórcio facultativo, nos termos do artigo 109 e do artigo 124 
ambos do NCPC. 
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C – INCORRETA: O cônjuge não precisa litigar no mesmo processo, basta que consinta 
com o ajuizamento da ação, nos termos do artigo 73 do NCPC. Caso não consinta, o 
consentimento poderá ser suprido judicialmente, na forma do artigo 74 do NCPC. 
D – CORRETA: Segundo o artigo 114 do NCPC, “o litisconsórcio será necessário POR 
DISPOSIÇÃO DE LEI ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia 
da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes”. Neste sentido, 
o inciso III do §1º do artigo 73 do NCPC dispõe que “ambos os cônjuges serão 
necessariamente citados para a ação fundada em dívida contraída por um dos cônjuges 
a bem da família”, verificando-se, portanto, a necessidade de formação de litisconsórcio 
passivo por determinação legal. 
 
7. RESPOSTA: A 
A – CORRETA: Dispõe o artigo 125, § 2º, do NCPC, que “admite-se uma única 
denunciação sucessiva, promovida PELO DENUNCIADO, contra seu antecessor imediato 
na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, NÃO PODENDO O 
DENUNCIADO SUCESSIVO promover nova denunciação, hipótese em que eventual 
direito de regresso será exercido por ação autônoma”. 
B – INCORRETA: A natureza da denunciação da lide é de verdadeira ação de regresso 
eventual, tendo cabimento no processo de conhecimento. Permitir a denunciação da 
lide em grau recursal, nos casos de aplicação da teoria da causa madura, poderá causar 
a indevida supressão de instância e cerceamento de defesa do denunciado, que está 
vinculado ao capítulo de sentença impugnado, nos termos do 1013, § 1º, do NCPC. 
Mesmo que assim não se considerasse, o momento para requerer a denunciação da lide 
é na petição inicial, se feita pelo autor, ou na contestação, caso feita pelo réu, sob pena 
de preclusão, nos termos do artigo 126 do NCPC. 
C – INCORRETA: A natureza da denunciação da lide é de verdadeira ação de regresso 
eventual, podendo ser oferecida tanto pelo autor quanto pelo réu da demanda 
originária, ensejando o ingresso de um terceiro na lide, o qual poderá ser condenado a 
indenizar o denunciante por prejuízos de que era responsável em virtude de lei ou do 
contrato. Vê-se, portanto, que, em razão da sua natureza de ação, a denunciação da lide 
deve ser requerida pelo autor ou pelo réu, na forma do artigo 126 do NCPC. 
D – INCORRETA: O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a 
denunciação da lide for indeferida, DEIXAR DE SER PROMOVIDA ou não for permitida 
(art.125, § 1º, do NCPC). 
 
8. RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS COMUNS - RECURSO REPETITIVO REsp 925130/SP Para fins do art. 543-
C do CPC: Em ação de reparação de danos movida em face do segurado, a Seguradora 
denunciada pode ser condenada direta e solidariamente junto com este a pagar a 
indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice. 
Súmula 537 do STJ - Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se 
aceitar a denunciação ou contestar o pedido do autor, pode ser condenada, direta e 
solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, 
nos limites contratados na apólice. 
CPF: 860.542.154-18
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9. RESPOSTA: C 
(A) INCORRETA. Realmente, a decisão que julga o incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica é uma decisão interlocutória. Mas se este incidente for julgado 
pelo relator, no Tribunal, o recurso cabível não é o agravo de instrumento, mas o Agravo 
Interno, conforme artigo 136, Parágrafo único, do NCPC – “Art. 136. Concluída a 
instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Parágrafo 
único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno”. 
(B) INCORRETA. Art. 1.062 do NCPC – “Art. 1.062. O incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais”. 
(C) CORRETA. Art. 134, § 2º, do NCPC – “Art. 134, §2o Dispensa-se a instauração do 
incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, 
hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica”. 
(D) INCORRETA. Art. 134 do NCPC – “Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível 
em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na 
execução fundada em título executivo extrajudicial”. 
(E) INCORRETA. Não há esta diferenciação em autos apartados, de maneira que, 
instaurado o incidente, o juiz deverá suspender o processo, salvo se requerido na 
petição inicial, nos termos do artigo 134, § 3º, do NCPC: “Art. 134. O incidente de 
desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no 
cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. § 3o 
A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º”. 
 
10. RESPOSTA: B 
(A) INCORRETA. Fredie Didier Jr., ao tratar do Litisconsórcio eventual, ensina que, “Há a 
possibilidade de cumulação eventual de pedidos, de modo que o segundo pedido 
somente possa ser examinado se o primeiro não for acolhido (art. 326, caput, CPC) - 
trata-se de um dos casos de cumulação imprópria de pedidos, a ser examinado no 
capítulo sobre a petição inicial e o pedido. Da cumulação eventual de pedidos pode 
surgir um litisconsórcio facultativo. É possível cogitar a formulação de uma cumulação 
de pedidos, em que cada pedido seja dirigido a uma pessoa, mas o segundo pedido 
somente possa ser examinado se o primeiro não puder ser atendido (DIDIER JR., Fredie. 
Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e 
processo de conhecimento/Fredie Didier Jr. – 20ª ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2018, 
p. 547)”. 
(B) CORRETA. Fredie Didier Jr., ao tratar do litisconsórcio sucessivo, ensina que, “Há a 
possibilidade de cumulação sucessiva de pedidos, de modo que o segundo pedido 
somente possa ser acolhido se o primeiro também o for - trata-se de um dos casos de 
cumulação própria de pedidos, a ser examinado no capítulo sobre a petição inicial. A 
cumulação sucessiva de pedidos pode dar origem a um litisconsórcio em que cada 
litisconsorte formule um pedido, mas o pedido de um somente possa ser acolhido se o 
pedido do outro o for. Este é um exemplo de litisconsórcio facultativo surgido em razão 
de uma cumulação de pedidos formulados por partes distintas, em que o pedido de 
uma delas depende do acolhimento do pedido da outra. É o caso, por exemplo, do 
CPF: 860.542.154-18
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60 
litisconsórcio entre mãe e filho, no qual o segundo pleiteia a investigação de 
paternidade e a primeira, o ressarcimento pelas despesas do parto. Ambos os pedidos 
podem ser acolhidos - por isso o caso é de cumulação própria de pedidos. Mas o pedido 
da mãe somente pode ser acolhido se o pedido do filho o for (DIDIER JR., Fredie. Curso 
de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo 
de conhecimento/Fredie Didier Jr. – 20ª ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2018, p. 546)”. 
(C) INCORRETA. Fredie Didier Jr., ao tratar do Litisconsórcio alternativo, explica que “Há 
a possibilidade de cumulação alternativa de pedidos, de modo que se formulem vários 
pedidos para que apenas um deles, qualquer deles, seja acolhido (art. 326, par. ún., 
CPC). O autor não expressa qualquer preferência entre os pedidos formulados - trata-se 
de um dos casos de cumulação imprópria de pedidos, a ser examinado no capítulo sobre 
a petição inicial e o pedido. Da cumulação alternativa de pedidos pode surgir um 
litisconsórcio facultativo. É possível cogitar a formulação de uma cumulação de pedidos, 
em que cada pedido seja dirigido a uma pessoa, mas somente um deles possa ser 
atendido. (...) Um bom exemplo costuma acontecer na consignação em pagamento: na 
dúvida, pode o autor dirigir-se a duas pessoas, por não saber a qual das duas se acha 
juridicamente ligado (art. 547, CPC), requerendo o devedor o depósito e a citação dos 
que disputam o crédito. Ao julgar a controvérsia entre os dois réus, decidirá o juiz qual 
deles era o legitimado perante o autor. O litisconsórcio alternativo é facultativo simples 
(DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual 
civil, parte geral e processo de conhecimento/Fredie Didier Jr. – 20ª ed. - Salvador: Ed. 
Jus Podivm, 2018, p. 548)”. 
(D) INCORRETA. Segundo Fredie Didier Jr., “Há litisconsórcio unitário quando o 
provimento jurisdicional de mérito tem de regular de modo uniforme a situação jurídica 
dos litisconsortes, não se admitindo, para eles, julgamentos diversos. O julgamento terá 
de ser o mesmo para todos os litisconsortes. Esta é, aliás, a definição legal, prevista no 
art. 116 do CPC: “O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, 
o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. (...) Para 
que se caracterize como unitário, o litisconsórcio dependerá da natureza da relação 
jurídica controvertida: haverá unitariedade quando o mérito envolver uma relação 
jurídica indivisível. É imprescindível perceber que são dois os pressupostos para a 
caracterização da unitariedade, que devem ser investigados nesta ordem: a) os 
litisconsortes discutem uma única relação jurídica; b) essa relação jurídica é indivisível 
(DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual 
civil, parte geral e processo de conhecimento/Fredie Didier Jr. – 20ª ed. - Salvador: Ed. 
Jus Podivm, 2018, p. 526 e 527)”. 
 
11. RESPOSTA – B 
A – INCORRETA – Essa seria uma hipótese de chamamento ao Processo, nos termos do 
artigo 130, II, do NCPC (Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido 
pelo réu: II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles). 
B – CORRETA – Art. 125, I, do NCPC – “Art. 125. É admissível a denunciação da lide, 
promovida por qualquer das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à 
coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos 
que da evicção lhe resultam”. 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
61 
C – INCORRETA – Essa seria uma hipótese de Oposição, prevista no artigo 682 do NCPC, 
a qual não é mais prevista como Intervenção de Terceiro, mas sim como Procedimento 
Especial de Jurisdição Contenciosa (Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a 
coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a 
sentença, oferecer oposição contra ambos). 
D – INCORRETA – Não se exige a denunciação da lide para a instauração do incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica, a qual tem seus requisitos previstos em lei, 
conforme artigo 133, § 1º, do NCPC. 
E – INCORRETA – Os requisitos para que alguém se intervenha no processo como amicus 
curiae estão previstos no artigo 138 do NCPC, e não guardam qualquer relação com o 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica. 
 
12. RESPOSTA – B 
COMENTÁRIO COMUM A TODAS AS ASSERTIVAS – Art. 125, II, do NCPC – “Art. 125. É 
admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I - ao alienante 
imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim 
de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; II - àquele que estiver 
obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem 
for vencido no processo”. 
 
13. RESPOSTA – INCORRETA 
Art. 120 do NCPC – “Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o 
pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar”. 
 
14. RESPOSTA – CORRETA 
Art. 138, § 1º, do NCPC – “Art. 138, § 1º A intervenção de que trata o caput não implica 
alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a 
oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º”. 
 
15. RESPOSTA – D 
(A) INCORRETA. Art. 134, § 3º, CPC/2015 - A instauração do incidente suspenderá o 
processo, salvo na hipótese do § 2º. § 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a 
desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em 
que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
(B) INCORRETA. Art. 137 do CPC/2015 - Acolhido o pedido de desconsideração, a 
alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em 
relação ao requerente. 
(C) INCORRETA. Art. 134 do CPC/2015 - O incidente de desconsideração é cabível em 
todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na 
execução fundada em título executivo extrajudicial. 
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(D) CORRETA. Art. 134, § 3º, CPC/2015 - A instauração do incidente suspenderá o 
processo, salvo na hipótese do § 2º. § 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a 
desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em 
que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
(E) INCORRETA. Art. 136 do CPC/2015 - Concluída a instrução, se necessária, o incidente 
será resolvido por decisão interlocutória. 
 
16. RESPOSTA – B 
COMENTÁRIO COMUM A TODAS AS ASSERTIVAS – A questão retrata caso de 
litisconsórcio passivo, tendo em vista a existência de pluralidade de sujeitos no polo 
passivo da demanda. Como a questão fala que o credor propôs uma ação para fins de 
resolver o contrato em razão do inadimplemento dos devedores, utilizando-se da 
cláusula resolutiva prevista no art. 475 do CC/02, temos, portanto, um litisconsórcio 
necessário e unitário. Nos termos do art. 116 do CPC, a questão trata-se de litisconsórcio 
unitário, pois a demanda de resolução do contrato em face do inadimplemento exige 
que juiz decida de forma uniforme para ambos os litisconsortes. E conforme nos ensina 
o professor Fredie Didir Jr. (Curso de Direito Processual Civil: introdução ao direito 
processual civil, parte geral e processo de conhecimento, 23. Ed., 2021), trata-se de 
litisconsórcio necessário, em razão de o litisconsórcio unitário passivo ser, em regra, 
necessário. 
 
17. RESPOSTA – C 
(A) INCORRETA. A alternativa encontra-se incorreta, pois nos termos do § 2º do art. 229 
do CPC/2015, não se aplica o prazo em dobro para os litisconsortes em autos 
eletrônicos. 
(B) INCORRETA. A alternativa encontra-se incorreta, em razão do disposto no art. 345, 
inciso I, do CPC/2015, que estabelece que, havendo pluralidade de réus, se algum deles 
contestar a ação não se aplica o efeito da revelia de presunção de veracidade das 
alegações de fato formuladas pelo autor. 
Art. 344 do CPC/2015 - Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-
se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. 
Art. 345 do CPC/2015 - A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I - 
havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
(C) CORRETA. A alternativa encontra-se correta, pois nos termos do § 2º do art. 229 do 
CPC/2015, não se aplica o prazo em dobro para os litisconsortes em autos eletrônicos. 
(D) INCORRETA. A alternativa encontra-se incorreta, tendo em vista que não há 
diferenciação de contagem de prazo recursal pelo CPC/2015 para réu revel. 
(E) INCORRETA. A alternativa encontra-se incorreta, visto que o CPC/2015 não 
estabelece contagem em dobro do prazo recursal para o autor que litiga contra réus em 
litisconsórcio. 
 
18. RESPOSTA – D 
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(A) INCORRETA. A alternativa encontra-se incorreta, pois no caso narrado na questão, o 
réu não foi vencido, visto que os elementos probatórios apresentados nos autos 
confirmam inteiramente a versão defendida pelo demandado em sua contestação, não 
sendo, assim, caso de denunciação da lide, nos termos do art. 125, inciso II, do CPC/2015. 
(B) INCORRETA. A alternativa encontra-se incorreta por não se enquadrar em nenhuma 
das hipóteses de chamamento do processo previstas no art. 130 do CPC/2015. 
(C) INCORRETA. A alternativa encontra-se incorreta, pois Carlos é parte legítima no 
processo, uma vez que, conforme narrado na questão, colidiu o seu veículo com o de 
Luís, ocasionado, assim, um acidente de trânsito. Contudo, comprovou, durante o 
processo, que agiu conforme a legalidade, provando que a culpa pelo evento danoso foi 
de terceiro, um pedestre não identificado, que surgira de inopino na via pública, 
obrigando-o a desviar e colidir com o veículo do autor. 
(D) CORRETA. A alternativa encontra-se correta, tendo em vista que foi comprovado 
durante o processo que o réu não possui responsabilidade pelo acidente de trânsito 
ocasionado, e sim o terceiro, devendo, portanto, o juiz julgar improcedente o pedido do 
autor proferindo sentença com resolução do mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do 
CPC/2015. 
(E) INCORRETA. A alternativa encontra-se incorreta, visto que foi comprovado nos autos 
que o réu não possui responsabilidade pelo acidente de trânsito ocasionado, e sim o 
terceiro, devendo, portanto, o juiz julgar improcedente o pedido do autor proferindo 
sentença com resolução do mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do CPC/2015. 
 
19. RESPOSTA: C 
(A) INCORRETA. A alternativa encontra-se incorreta, tendo em vista que conforme a 
jurisprudência do STJ, “não é extinta a denunciação da lide apresentada 
intempestivamente pelo réu nas hipóteses em que o denunciado contesta apenas a 
pretensão de mérito da demanda principal”. STJ. 3ª Turma. REsp 1.637.108-PR, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/6/2017 (Info 606). 
(B) INCORRETA. A alternativaencontra-se incorreta, pois o entendimento do STJ é de 
que a assistência exige interesse jurídico, não bastando interesse corporativo. Neste 
sentido: “O acionista de uma sociedade empresária, a qual, por sua vez, tenha ações de 
outra sociedade, não pode ingressar em processo judicial na condição de assistente 
simples da última no caso em que o interesse em intervir no feito esteja limitado aos 
reflexos econômicos de eventual sucumbência da sociedade que se pretenda assistir”. 
STJ. Corte Especial. AgRg nos EREsp 1262401-BA, Rel. Min. Humberto Martins, julgado 
em 25/4/2013 (Info 521). 
(C) CORRETA. Súmula 537 STJ - Em ação de reparação de danos, a seguradora 
denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o pedido do autor, pode ser 
condenada, direta e solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da 
indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice. 
(D) INCORRETA. Não é admissível a denunciação da lide embasada no art. 70, III, do 
CPC 1973 (art. 125, II, do CPC 2015) quando introduzir fundamento novo à causa, 
estranho ao processo principal, apto a provocar uma lide paralela, a exigir ampla dilação 
probatória, o que tumultuaria a lide originária, indo de encontro aos princípios da 
CPF: 860.542.154-18
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
64 
celeridade e economia processuais, que essa modalidade de intervenção de terceiros 
busca atender. STJ. 4ª Turma. REsp 701868-PR, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 
11/2/2014 (Info 535). 
(E) INCORRETA. A alternativa encontra-se incorreta, pois o entendimento do STJ é de 
que: A inexistência ou não localização de bens da pessoa jurídica não é condição para 
a instauração do procedimento que objetiva a desconsideração, por não ser sequer 
requisito para aquela declaração, já que imprescindível a demonstração específica da 
prática objetiva de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial. Assim, o incidente 
de desconsideração da personalidade jurídica pode ser instaurado mesmo nos casos em 
que não for comprovada a inexistência de bens do devedor, pois o que é condição para 
a instauração do incidente é a prova do desvio de finalidade ou de confusão patrimonial. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1729554/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 08/05/2018. 
O encerramento das atividades ou dissolução da sociedade, ainda que irregulares, não 
é causa, por si só, para a desconsideração da personalidade jurídica prevista no Código 
Civil. STJ. 2ª Seção. EREsp 1306553-SC, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 
10/12/2014 (Info 554). 
 
20. RESPOSTA: A 
COMENTÁRIO COMUM A TODAS AS ASSERTIVAS – O litisconsórcio na ação popular é 
facultativo, tendo em vista que pode ou não se formar, e unitário, pois a decisão deve 
ser uniforme, não se admitindo julgamento diverso em face de cada litisconsorte, em 
virtude da incindibilidade da relação jurídica pleiteada. 
 
21. RESPOSTA: C 
(A) INCORRETA. 
A alternativa encontra-se incorreta, tendo em vista que conforme a jurisprudência do 
STJ, “não é extinta a denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas 
hipóteses em que o denunciado contesta apenas a pretensão de mérito da demanda 
principal”. STJ. 3ª Turma. REsp 1.637.108-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
6/6/2017 (Info 606). 
(B) INCORRETA. 
A alternativa encontra-se incorreta, pois o entendimento do STJ é de que a assistência 
exige interesse jurídico, não bastando interesse corporativo. Neste sentido: “O acionista 
de uma sociedade empresária, a qual, por sua vez, tenha ações de outra sociedade, não 
pode ingressar em processo judicial na condição de assistente simples da última no caso 
em que o interesse em intervir no feito esteja limitado aos reflexos econômicos de 
eventual sucumbência da sociedade que se pretenda assistir”. STJ. Corte Especial. AgRg 
nos EREsp 1262401-BA, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 25/4/2013 (Info 521). 
(C) CORRETA. 
Súmula 537 STJ - Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar 
a denunciação ou contestar o pedido do autor, pode ser condenada, direta e 
solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, 
nos limites contratados na apólice. 
CPF: 860.542.154-18
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
65 
(D) INCORRETA. 
Não é admissível a denunciação da lide embasada no art. 70, III, do CPC 1973 (art. 125, 
II, do CPC 2015) quando introduzir fundamento novo à causa, estranho ao processo 
principal, apto a provocar uma lide paralela, a exigir ampla dilação probatória, o que 
tumultuaria a lide originária, indo de encontro aos princípios da celeridade e economia 
processuais, que essa modalidade de intervenção de terceiros busca atender. STJ. 4ª 
Turma. REsp 701868-PR, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 11/2/2014 (Info 535). 
(E) INCORRETA. 
A alternativa encontra-se incorreta, pois o entendimento do STJ é de que: A inexistência 
ou não localização de bens da pessoa jurídica não é condição para a instauração do 
procedimento que objetiva a desconsideração, por não ser sequer requisito para 
aquela declaração, já que imprescindível a demonstração específica da prática objetiva 
de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial. Assim, o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica pode ser instaurado mesmo nos casos em 
que não for comprovada a inexistência de bens do devedor, pois o que é condição para 
a instauração do incidente é a prova do desvio de finalidade ou de confusão patrimonial. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1729554/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 08/05/2018. 
O encerramento das atividades ou dissolução da sociedade, ainda que irregulares, não 
é causa, por si só, para a desconsideração da personalidade jurídica prevista no Código 
Civil. STJ. 2ª Seção. EREsp 1306553-SC, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 
10/12/2014 (Info 554). 
 
22. RESPOSTA: B 
COMUM A TODAS AS ASSERTIVAS – Não é possível o ingresso da sociedade Gama no 
polo ativo, tendo em vista que é vedado pela jurisprudência dos tribunais superiores o 
litisconsórcio facultativo posterior por violar o princípio do juiz natural, tendo em vista 
que o litisconsorte estaria escolhendo o juízo que iria analisar o seu pedido. Contudo, 
com relação à sociedade Beta, é discutível o seu ingresso posterior à contestação, tendo 
em vista o teor do art. 329 do CPC/2015 que trata sobre a estabilização da demanda, 
prevê que após a citação o autor só poderá aditar o pedido com a concordância do réu, 
o que não é retratado na questão. Ainda que a jurisprudência do STJ “admita, 
excepcionalmente, a emenda da inicial após oferecimento da contestação, quando tal 
diligência não ensejar a modificação do pedido ou da causa de pedir” (STJ - AgInt no 
AREsp: 1673739 SP 2020/0055269-4, Relator: Ministro Marco Aurélio Bellizze, Data de 
Julgamento: 19/10/2020, – 3ª Turma, Data de Publicação: DJe 26/10/2020), no caso 
retratado na questão haverá alteração do pedido ou da causa de pedir para incluir a 
empresa Beta como parte que será influenciada pela decisão objeto da lide. 
 
23. RESPOSTA: C 
(A) INCORRETA. 
Conforme disposto no § 1º do 125 do CPC/2015, a parte não perde o direito de regresso 
se não interpuser a denunciação da lide. Portanto, com o novo CPC, é um direito da 
parte exercer o seu direito de regresso mediante a interposição de denunciação da lide 
ou por meio de ação autônoma. 
CPF: 860.542.154-18
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66 
(B) INCORRETA. 
Art. 128, II, CPC/2015- Se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de 
prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, 
restringindo sua atuação à ação regressiva; 
(C) CORRETA. 
Art. 128, Parágrafo único, CPC/2015 - Procedente o pedido da ação principal, pode o 
autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o 
denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva. 
(D) INCORRETA. 
Art. 125 do CPC/2015 - É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das 
partes: 
(E) INCORRETA. 
Art. 125, § 2º, CPC/2015 - Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo 
denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja 
responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova 
denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação 
autônoma.

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