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Direito Penal - Regime de Pena

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PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.154-18
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
1 
 
 
Direito Penal – Parte Geral 
(Ponto 6) 
Regime inicial de cumprimento da pena privativa 
de liberdade. Das penas restritivas de direito. Da 
pena de multa. Das medidas de segurança. Da 
suspensão condicional da pena. Do livramento 
condicional. 
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2 
CURSO MEGE 
 
Site para cadastro: www.mege.com.br 
Celular / Whatsapp: (99) 982622200 (Tim) 
Turma: Clube Delta 
Material: Direito Penal – Parte Geral (Ponto 6) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Penal – Parte Geral 
(Ponto 6) 
Regime inicial de cumprimento da pena 
privativa de liberdade. Das penas restritivas 
de direito. Da pena de multa. Das medidas de 
segurança. Da suspensão condicional da pena. 
Do livramento condicional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CPF: 860.542.154-18
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3 
SUMÁRIO 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA ...................................................................... 4 
1. DOUTRINA (RESUMO) ................................................................................................... 5 
1.1. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE ................ 5 
1.2. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS ............................................................................ 13 
1.3. PENA DE MULTA ...................................................................................................... 27 
1.4. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE (SURSIS) ............. 34 
1.5. LIVRAMENTO CONDICIONAL ................................................................................... 43 
1.6. MEDIDAS DE SEGURANÇA ....................................................................................... 44 
2. JURISPRUDÊNCIA ........................................................................................................ 52 
3. QUESTÕES ................................................................................................................... 55 
4. GABARITO COMENTADO ............................................................................................ 60 
 
 
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4 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA RODADA 
(Conforme Edital Mege) 
 
 
 
DIREITO PENAL 
Regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade. Das penas restritivas de 
direito. Da pena de multa. Das medidas de segurança. Da suspensão condicional da 
pena. Do livramento condicional. 
 
 
 
 
 
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5 
1. DOUTRINA (RESUMO) 
1.1. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA PRIVATIVA DE 
LIBERDADE 
1.1.1. REGIMES DE CUMPRIMENTO DE PENA 
 
Conforme vimos no item anterior, após realizar a dosimetria da pena de acordo 
com o critério trifásico, o juiz deve fixar o regime inicial de cumprimento de pena. 
Assim, encontrada a pena definitiva e realizada a detração, deve-se definir o 
regime inicial de cumprimento da pena, que depende da análise de três fatores: 
 
- Quantidade da pena; 
- Reincidência; 
- Circunstâncias Judiciais. 
 
São três as espécies de penas privativas de liberdade: reclusão, detenção e 
prisão simples (exclusiva das contravenções penais). 
 
RECLUSÃO DETENÇÃO 
Regime inicial fechado, semiaberto ou 
aberto; 
Regime inicial semiaberto ou aberto; 
Internação como medida de segurança; 
Internação ou tratamento ambulatorial 
como medida de segurança. 
É cabível a interceptação telefônica; - 
Interdição do poder familiar como 
possível efeito da condenação. 
- 
 
Assim estabelece o Código Penal: 
 
Art. 33, § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser 
executadas em forma progressiva, segundo o mérito do 
condenado, (...) ressalvadas as hipóteses de transferência a 
regime mais rigoroso. 
 
O juiz, para identificar o regime inicial mais justo, deverá ater-se: à espécie de 
pena; à quantidade da pena definitiva; às condições pessoais do condenado; e às 
circunstâncias judiciais do art. 59 do CP. 
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6 
 
ATENÇÃO! No concurso de crimes, a fixação do regime inicial deve considerar a pena 
total. 
No caso de condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos 
distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da 
soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição 
(art. 111 da LEP). 
 
Existem três regimes: 
 
Fechado 
- A pena deve ser cumprida em estabelecimento de segurança máxima 
ou média (penitenciária - art. 33, § 1º, “a”). 
Regras: 
- O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a 
exame criminológico de classificação para individualização da 
execução (art. 34, caput). 
- O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento 
durante o repouso noturno (art. 34, § 1º). 
- O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, conforme as 
aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que 
compatíveis com a execução da pena (art. 34, § 2º). 
- Admissível trabalho externo, em caráter excepcional, em serviços ou 
obras públicas, se admitido pelo juiz ou diretor do estabelecimento 
(art. 34, § 3º). Pressupõe aptidão do condenado e o cumprimento de 
1/6 da pena. 
Semiaberto 
- A pena deve ser cumprida em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar (penitenciária) (art. 33, § 1º, “b”). 
Regras: 
- O condenado que iniciar a pena no regime semiaberto será submetido 
a exame criminológico de classificação para individualização da 
execução (art. 35, caput). 
- O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período 
diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar (art. 
35, § 1º). 
- Não há previsão para o isolamento durante o período noturno. 
- Admissível trabalho externo, inclusive na iniciativa privada 
(jurisprudência vem determinando a necessidade de autorização 
judicial) e a frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de 
instrução de segundo grau ou superior (art. 35, § 2º). 
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Aberto 
- A pena deve ser cumprida em casa de albergado ou estabelecimento 
adequado (art. 33, § 1º, “c”) 
Regras: 
- Baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do 
condenado (art. 36). 
- O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, 
trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, 
permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de 
folga (art. 36, § 1º). 
 
Regime especial de cumprimento de pena para mulheres 
Nos termos do art. 37 do CP, “as mulheres cumprem pena em estabelecimento 
próprio, observando-seos deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal (...)”. 
Sobre o tema, ver mais detidamente “Lei de Execução Penal” em item 
posterior. 
 
1.1.2. CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL 
A. Pena de reclusão 
 
Os critérios para fixação do regime inicial são trazidos no art. 33, § 2º, do CP: 
 
Fixação de regime inicial – Art. 33, § 2º, CP 
Regime inicial Quantidade de pena 
Fechado 
Superior a 8 anos (neste caso, o CP não distingue 
o condenado reincidente do primário). 
Semiaberto 
Superior a 4 anos e não excedente a 8 anos, 
desde que condenado não reincidente. 
Se reincidente, o regime inicial deverá ser o 
fechado. 
Aberto 
Igual ou inferior a 4 anos, desde que condenado 
não reincidente. 
Se reincidente, o regime inicial deverá ser fechado 
ou semiaberto, dependendo das circunstâncias 
judiciais. 
 
Como se vê, o legislador quis estabelecer sempre o regime inicial fechado para 
os reincidentes. Todavia, a súmula 269 do STJ (importantíssima) traz flexibilização: 
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Súmula 269 do STJ - É admissível a adoção do regime prisional 
semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior 
a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. 
 
Como podemos perceber, as circunstâncias judiciais desfavoráveis podem 
fundamentar a imposição de regime inicial mais gravoso ao condenado. A contrário 
sensu, as circunstâncias judiciais favoráveis podem levar a aplicação de regime inicial 
mais benéfico. 
Pela súmula, quanto ao reincidente, se favoráveis as circunstâncias judiciais, 
temos o seguinte: 
 
Fixação de regime inicial – Reincidente (súmula 269 do STJ) 
Regime inicial Quantidade de pena 
Fechado Superior a 4 anos 
Semiaberto Igual ou inferior a 4 anos 
 
ATENÇÃO! O juiz não pode fixar regime mais grave que o permitido em lei com base em 
sua opinião sobre a gravidade abstrata do crime. Ex.: “o roubo é muito grave”, “a 
receptação fomenta outros crimes”, “o tráfico de drogas é o mal do século” - não serve 
para fixar o mais gravoso! É preciso haver fundamentação idônea com base no caso 
concreto. 
 
Súmulas aplicáveis: 
 
Súmula 719 do STF - A imposição do regime de cumprimento 
mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação 
idônea. 
Súmula 718 do STF - A opinião do julgador sobre a gravidade 
em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a 
imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a 
pena aplicada. 
Súmula 440 do STJ - Fixada a pena-base no mínimo legal, é 
vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do 
que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na 
gravidade abstrata do delito. 
Súmula 443 do STJ - O aumento na terceira fase de aplicação da 
pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação 
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concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera 
indicação do número de majorantes. 
 
Algumas leis especiais, a exemplo da lei de tortura e da lei dos crimes 
hediondos, subtraem do juiz a possibilidade de fixar o regime inicial da pena, 
determinando regime inicial obrigatório, independentemente da quantidade da pena e 
das condições pessoais do condenado. 
O pleno do STF já declarou inconstitucional o art. 2º, § 1º da lei nº 8.072/90, 
determinando a análise do caso concreto para a fixação de regime inicial de pena. 
A hediondez do crime, por si só, também não autoriza regime mais grave que o 
permitido segundo os critérios trazidos acima. Ex.: se a pena é de 2 anos, o juiz não pode 
fixar o regime inicial fechado com o fundamento (abstrato) de que o crime é hediondo. 
 
STF: “A jurisprudência do STF consolidou o entendimento 
segundo o qual a hediondez ou a gravidade abstrata do delito 
não obriga, por si só, o regime prisional mais gravoso, pois o 
juízo, em atenção aos princípios constitucionais da 
individualização da pena e da obrigatoriedade de 
fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime 
imposto observando a singularidade do caso concreto”. (HC 
133.617, 2.ª T., rel. Gilmar Mendes, 10.05.2016, v.u.). 
 
A súmula 443 do STJ (acima) e os crimes hediondos serão melhor analisados 
em itens posteriores. 
 
ATENÇÃO! 
Súmula vinculante 56-STF: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza 
a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, 
nesta hipótese, os parâmetros fixados no Recurso Extraordinário (RE) 641320. 
Parâmetros: Havendo “déficit” de vagas, deve ser determinada 
1) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; 
2) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente 
ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; 
3) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que 
progrida ao regime aberto. 
 
B. Pena de detenção 
 
Fixação de regime inicial – Art. 33, § 2º, 2ª parte do CP 
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Regime inicial Quantidade de pena 
Fechado 
A pena de detenção não admite o regime inicial 
fechado (o que não significa que a esse tipo de pena 
não possa ser cumprida em tal regime, o que se faz 
possível por meio da regressão. Ver art. 118 da LEP). 
Semiaberto 
Superior a 4 anos, seja o condenado primário ou 
reincidente. 
Aberto 
Igual ou inferior a 4 anos, desde que condenado 
não reincidente. Se reincidente, o regime inicial 
deverá ser semiaberto. 
 
C. Pena de prisão simples 
 
É espécie de pena cominada às contravenções penais. Será cumprida em 
regime semiaberto ou aberto. Não admite o cumprimento em regime fechado sequer 
via regressão. 
 
1.1.2.1. Detração e fixação do regime inicial 
 
É o abatimento da pena privativa de liberdade do período já cumprido 
cautelarmente. Ex.: sujeito foi condenado a 5 anos de reclusão. Já cumpriu 2 anos de 
prisão cautelar. Por força da detração, deverá cumprir apenas os 3 restantes. 
 
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na 
medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou 
no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em 
qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. 
 
No passado, a detração era matéria relacionada à execução da pena. Mas a Lei 
12.736/2012 determina que a detração seja considerada na sentença, para fins de 
fixação do regime inicial: 
 
CPP, art. 387, § 2o O tempo de prisão provisória, de prisão 
administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, 
será computado para fins de determinação do regime inicial de 
pena privativa de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 
2012) 
 
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Ex.: Sujeito foi condenado a 5 anos. Já cumpriu 2 anos de prisão cautelar. Em 
princípio, a quantidade de pena indica a aplicação de regime inicial semiaberto. Todavia, 
considerando que o réu já cumpriu lapso considerável da pena, o juiz pode aplicar desde 
logo o regime aberto, com fulcro no art. 387, § 2º, do CPP. 
Na jurisprudência: 
 
STJ: “O art. 387, § 2º, do CPP refere-se ao regime inicial de 
cumprimento de pena e não possui relação com o instituto da 
progressão de regime, própria da execução penal, devendoo juiz 
sentenciante verificar, no momento da prolação da sentença, a 
possibilidade de se fixar um regime mais brando em razão da 
detração, não havendo que se falar em análise dos requisitos 
objetivos e subjetivos, mas tão somente no tempo de prisão 
provisória naquele processo” (HC 402971 / SP, Rel. Min. 
Reynaldo da Fonseca, 5ª T., j. 03/10/2017). 
 
APLICAÇÃO DA DETRAÇÃO 
Competência concorrente 
Juízo ou tribunal sentenciante Juízo das execuções 
Havendo elementos nos autos, cabe ao 
juízo ou tribunal sentenciante aplicar a 
detração no momento da fixação do 
regime inicial. (CPP - Art. 387, § 2º). 
Nos demais casos, a detração ficará a 
cargo do juízo das execuções. 
 
O que é detração anômala ou analógica? 
Detração aplicada por analogia (como o nome já diz), em hipóteses não 
previstas no art. 42. Ex.: Sujeito permaneceu preso cautelarmente, vem a ser condenado 
à pena restritiva de direitos. É majoritário o entendimento de que se admite a detração 
nesse caso, devendo o juiz, abater proporcionalmente da pena alternativa, o montante 
equivalente ao lapso de prisão cautelar. 
 
OBSERVAÇÃO: No entanto, não se admite detração penal no campo da pena de multa, 
diante da vedação da conversão, deste tipo de pena, em PPL. 
 
É cabível detração em relação às penas restritivas de direitos? 
Sim. É cabível nas penas de prestação de serviços à comunidade, interdição 
temporária de direitos e limitação de final de semana. 
Entretanto, não é possível a aplicação da detração, na pena privativa de 
liberdade, do valor recolhido a título de prestação pecuniária. Isto ocorre porque, a 
prestação pecuniária tem caráter penal e indenizatório, com consequências jurídicas 
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12 
distintas da prestação de serviços à comunidade, interdição temporária de direitos e 
limitação de final de semana - em que se admite a detração (STJ - REsp 
1853916/PR/2020). 
A detração influencia a prescrição? 
A prescrição será baseada na pena aplicada na sentença SEM a detração. O 
período de prisão provisória do réu é considerado somente para o desconto da pena a 
ser cumprida e não para contagem do prazo prescricional, o qual será analisado a partir 
da pena definitiva aplicada, não sendo cabível a detração para fins prescricionais. (AgInt 
no AREsp 1428799/SP) 
É possível aplicar a detração com relação a processos distintos? 
É cabível a aplicação do benefício da detração penal, previsto no art. 42 do CP, 
em processos distintos, desde que o delito pelo qual o sentenciado cumpre pena tenha 
sido cometido antes da segregação cautelar, evitando a criação de um crédito de pena. 
Adota-se esse entendimento para evitar a criação de uma espécie de “crédito 
de pena”, que poderia ser utilizado no futuro pelo réu para praticar, impunemente, 
outros crimes. (HC 178894-RS) 
Assim, temos que: 
 
1) Se a prisão cautelar foi ANTERIOR ao crime pelo qual a pessoa 
foi condenada: NÃO 
2) Se a prisão cautelar foi POSTERIOR ao crime pelo qual a 
pessoa foi condenada: SIM 
 
É possível detração em função do tempo de cumprimento de pena em prisão 
domiciliar? 
Embora inexista previsão legal o cumprimento de prisão domiciliar, por 
comprometer o status libertatis da pessoa humana, deve ser reconhecido como pena 
efetivamente cumprida para fins de detração da pena, em homenagem ao princípio da 
proporcionalidade e em apreço ao princípio do non bis in idem. (HC 459.377/RS) 
A detração é aplicável no caso das medidas cautelares diversas da prisão? 
Não é possível a detração, na pena privativa de liberdade, do tempo em que o 
Réu foi submetido a medida cautelar diversa da prisão, em razão da ausência de 
previsão legal. Isso ocorre porque o STJ entende que as medidas cautelares diversas da 
prisão não se confundem com a prisão provisória e, portanto, a elas não se aplica a 
detração. (AgRg no AREsp 1406675/GO) 
Não obstante tal entendimento e, embora inexista previsão legal, o 
recolhimento domiciliar noturno, por comprometer o status libertatis da pessoa 
humana, deve ser reconhecido como pena efetivamente cumprida para fins de detração 
da pena, em homenagem ao princípio da proporcionalidade e em apreço ao princípio 
do non bis in idem. (AgRg no HC 508.191/SP) 
Nesse sentido também: 
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13 
 
STJ: É possível considerar o tempo submetido à medida cautelar 
de recolhimento noturno, aos finais de semana e dias não úteis, 
supervisionados por monitoramento eletrônico, como tempo de 
pena efetivamente cumprido, para detração da pena. (3ª Seção. 
HC 455.097/PR/2021) 
 
1.1.3. FIXAÇÃO DO REGIME EM CASO DE APLICAÇÃO SIMULTÂNEA DE RECLUSÃO E 
DETENÇÃO 
 
Imagine que o acusado praticou um crime de estupro, recebendo pena de 7 
anos de reclusão, e um crime de furto, sendo-lhe imposta pena de 2 anos de reclusão. 
Nesse caso, configurado o concurso material de infrações, o juiz somará as penas e 
chegará ao total de 9 anos de reclusão, quantidade de pena compatível com o regime 
fechado. 
Agora, suponha que o acusado praticou um crime de estupro, recebendo pena 
de 7 anos de reclusão, e um crime de desacato, sendo-lhe imposta pena de 1 ano de 
detenção. As penas de reclusão e de detenção são de espécies diferentes, de modo que 
não podem ser somadas aritmeticamente (para perfazerem, por exemplo, 8 anos de 
reclusão). 
Como fica a fixação do regime inicial de cumprimento de pena? 
Há 2 posições: 
 
a) O juiz deve fixar um regime inicial único, mesmo não sendo 
possível somar as penas; 
b) O juiz deve fixar um regime específico para os crimes 
apenados com reclusão e outro para os crimes apenados com 
detenção. Primeiro, porque as penas de detenção não admitem 
regime inicial fechado (art. 33, caput). Segundo, porque os arts. 
69, caput, 2ª parte e 76 do CP estabelecem que no concurso de 
infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave. 
Parece ser a melhor posição para provas de múltipla escolha, 
pois está em conformidade com a letra da lei. 
 
1.2. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e 
substituem as privativas de liberdade, quando: 
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro 
anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça 
à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for 
culposo; 
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14 
II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do condenado, bem como os motivos e as 
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 
§ 1o (VETADO) 
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição 
pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; 
se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser 
substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por 
duas restritivas de direitos. 
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a 
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a 
medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se 
tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. 
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de 
liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da 
restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a 
executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva dedireitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção 
ou reclusão. 
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por 
outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, 
podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado 
cumprir a pena substitutiva anterior. 
 
1.2.1. INTRODUÇÃO E NATUREZA JURÍDICA 
 
Diante dos notórios problemas envolvendo a pena de prisão, considerada 
ineficaz para promover a ressocialização, a busca por penas alternativas ganhou força, 
especialmente para os crimes menos graves. Por isso, as PRD’s são também chamadas 
de penas alternativas. 
No Código Penal, as penas restritivas de direitos são substitutivas e autônomas 
(arts. 44 e 54). 
 
SUBSTITUTIVIDADE AUTONOMIA 
Substituem a pena privativa de liberdade 
aplicada e tem a mesma duração da pena 
substituída. 
Se houver substituição, não podem ser 
cumuladas com a pena privativa de 
liberdade. Aplica-se uma, ou outra. 
 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
15 
Substitutivas – Mesmo quando puder aplicar uma pena restritiva de direitos, o 
juiz deve, primeiro, aplicar a pena privativa de liberdade e depois substitui-la por 
restritiva de direitos. 
 
OBSERVAÇÃO: Exceção – art. 28 da lei de drogas. Na posse da droga para consumo 
pessoal, não se impõe PPL, mas imediatamente penas restritivas de direitos, quais 
sejam, advertência sobre os efeitos da droga, prestação de serviços à comunidade e 
medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo. 
 
Autônomas – Significa que as penas restritivas de direitos não são meras penas 
acessórias. Uma vez realizada a substituição, ganham autonomia, sendo cumpridas 
como sanção principal, não podendo ser cumuladas com a pena privativa de liberdade. 
Nesse sentido, aliás, a súmula 493 do STJ. 
 
Súmula 493 do STJ – É inadmissível a fixação de pena substitutiva 
(artigo 44 do CP) como condição especial ao regime aberto. 
 
OBSERVAÇÃO: Exceção – lei nº 9.503/97. O CTB, em diversos delitos, previu a aplicação 
conjunta de PPL e PRD. 
 
ATENÇÃO! Não é possível a execução provisória da pena restritiva de direitos (antes 
do trânsito em julgado da condenação). 
Em respeito à literalidade do art. 147 da LEP, é indispensável o trânsito em julgado da 
sentença condenatória para a execução das penas restritivas de direitos. O 
cumprimento da pena somente pode ter início com o esgotamento de todos os 
recursos. É proibida a chamada execução provisória da pena. (STF. Plenário. ADC 
43/DF, ADC 44/DF, ADC 54/DF) 
 
1.2.2. CLASSIFICAÇÃO 
 
As penas restritivas de direitos podem ser: 
 
- Genéricas – aplicáveis para qualquer crime (ex.: prestação 
pecuniária, prestação de serviços à comunidade). 
- Específicas – somente podem ser aplicadas em crimes 
específicos (ex.: proibição do direito de dirigir pode ser aplicada 
em se tratando de crime de trânsito / proibição de exercício da 
profissão pode ser aplicada se o crime envolver a prática da 
profissão). 
 
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16 
1.2.3. DURAÇÃO 
 
Em regra, a pena restritiva de direito tem a mesma duração da pena privativa 
de liberdade que substituiu (art. 55 do CP). 
Observações Importantes: 
 
- isso não se aplica às penas restritivas que não podem ser 
mensuradas temporalmente, como a prestação pecuniária e a 
perda de bens e valores (penas alternativas de caráter 
patrimonial). 
- se a prestação de serviços à comunidade for superior a 1 ano, 
é facultado ao condenado cumpri-la em menor tempo, porém 
nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada 
(art. 46, § 4º). 
- o Estatuto do Torcedor prevê hipótese em que a pena restritiva 
pode ser cumprida em tempo maior do que a pena privativa 
substituída: Art. 41-B, § 2º Na sentença penal condenatória, o 
juiz deverá converter a pena de reclusão em pena impeditiva de 
comparecimento às proximidades do estádio, bem como a 
qualquer local em que se realize evento esportivo, pelo prazo de 
3 (três) meses a 3 (três) anos, de acordo com a gravidade da 
conduta, na hipótese de o agente ser primário, ter bons 
antecedentes e não ter sido punido anteriormente pela prática 
de condutas previstas neste artigo. 
- a Lei de Drogas, Lei 11.343/06, no seu art. 28, § 3º e § 4º, indica 
que as penas restritivas serão cumpridas em 5 ou 10 meses. 
 
1.2.4. REQUISITOS PARA SUBSTITUIÇÃO 
 
Existem requisitos objetivos e subjetivos (art. 44, I a III do CP). Se no caso 
concreto, estiverem presentes todos os requisitos, o juiz não poderá negar a 
substituição. 
 
A. Requisitos objetivos 
 
1º) aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos para 
crimes dolosos. 
O parâmetro é a pena aplicada pelo juiz, não é a pena mínima nem a pena 
máxima cominada em lei. Deve-se levar em conta as regras do concurso 
material/formal/crime continuado. 
 
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17 
OBSERVAÇÃO: No caso de concurso material, o magistrado fixa, na sentença, a pena de 
cada crime separadamente. Em seguida, em relação a cada delito, analisa o cabimento 
da substituição da PPL por PRD. Mas se para um dos crimes tiver sido negado o sursis, 
para os demais, a substituição por PRD será incabível (art. 69, §1º do CP). 
 
O limite de 4 anos é apenas para crimes DOLOSOS. 
Para crimes CULPOSOS não existe limite. 
Embora seja admissível a concessão de tal benesse a todos os crimes culposos, 
independentemente da quantidade de pena imposta e ainda que o crime resulte na 
produção de violência contra a vítima, deve ser avaliada a adequação e a suficiência da 
pena restritiva de direitos, com base em elementos concretos dos autos, cabendo ao 
julgador, dentro de sua discricionariedade motivada, indeferir o benefício, sem que se 
possa falar em flagrante ilegalidade. (HC 405.524/SP) 
 
ATENÇÃO! No caso de concursos de crimes dolosos, só caberá substituição se a pena 
total não ultrapassar 4 anos. 
 
2º) crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa. 
Se o crime for praticado com violência ou grave ameaça (ex.: roubo), não é 
cabível a substituição. Quando o crime doloso tiver sido praticado com violência 
imprópria, o entendimento dominante é de não ser possível a substituição. 
Já na hipótese de crimes culposos entende-se ser possível a substituição, ainda 
que tenha resultado na produção de violência contra a vítima. 
No caso de infração de menor potencial ofensivo, mesmo que haja violência 
ou ameaça à pessoa, a substituição será possível. A violência de menor potencial 
ofensivo não impede a substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva 
de direitos. (HC 209.154/MS) 
 
B. Requisitos subjetivos 
 
Referem-se à pessoa do condenado. 
1º) réu não reincidente em crime doloso. 
A reincidência em crime culposo não impede a substituição. 
Com efeito, mesmo para o reincidente em crime doloso, o CP (art. 44, § 3º) abre 
uma exceção: o juiz pode aplicar a substituição se a medida for socialmente 
recomendável e a reincidência não tenha ocorrido em virtude da prática do mesmo 
crime. 
Por reincidente específico, entende-se aquele que praticou o mesmo crime, ou 
seja, conduta apresentada pelo mesmo tipo penal, após condenado definitivamente. 
Ex.: furto + furto = incabível a substituição. 
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Se for reincidente não específico, o juiz poderá aplicar a substituição, desde 
que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável. 
Sobre o tema, o STJ já se manifestou indicando que: 
 
“A reincidência específica tratada no art. 44, § 3º, do Código 
Penal somente se aplica quando forem idênticos, e não apenas 
de mesma espécie, os crimes praticados”. STJ AREsp 1.716.664-
SP-2021) 
 
Assim, temos a seguinte orientação: 
 
- Se o condenado tiver praticado um novo crime doloso idêntico: 
não terá direito à substituição. 
- Se o condenado tiver praticado um novo crime doloso da 
mesma espécie (mas que não seja idêntico): pode ter direito à 
substituição, se for socialmente recomendável. 
 
2º) a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição 
seja suficiente. 
Trata-se do princípio da suficiência da pena restritiva de direitos, que precisa 
ser adequada e suficiente para atingir as finalidades da pena. 
Em síntese: 
 
Objetivos Subjetivos 
Aplicada PPL não superior a 4 anos para 
crimes dolosos. 
Não reincidente específico em crime 
doloso. 
Crime cometido sem violência ou grave 
ameaça à pessoa. 
Culpabilidade, antecedentes, conduta 
social e personalidade do condenado, 
bem como motivos e circunstâncias 
indicarem suficiente a substituição. 
 
Crimes preterdolosos: No crime preterdoloso, há dolo na conduta e culpa no 
tocante ao resultado mais grave. Reputamos que o agente se submete aos requisitos do 
delito doloso (melhor opção para provas de múltipla escolha). 
É possível a substituição da pena em crimes hediondos? 
Sim (desde que presentes os demais requisitos, tais como pena aplicada não 
superior a 4 anos e crime sem violência ou grave ameaça. Ex.: tráfico privilegiado). 
 
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19 
Lei de Drogas (Lei 11.343/06) - O Pleno do STF, no julgamento 
do Habeas Corpus 97.256, decidiu que a expressão “vedada a 
conversão de suas penas em restritivas de direitos” contida no 
art. 44 da Lei nº 11.343/2006 é inconstitucional. Com base nesta 
decisão da Corte Suprema, o STJ também passou a permitir a 
substituição de penas privativas de liberdade por restritivas de 
direito para os crimes da Lei de Droga: 
Art. 33, § 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, 
as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, 
vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que 
o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às 
atividades criminosas nem integre organização criminosa. (o 
trecho riscado foi declarado inconstitucional pelo STF no HC 
97.256, por ofensa ao princípio da individualização da pena, e 
teve sua eficácia suspensa pela Resolução 5/12 do Senado 
Federal). 
 
É possível a substituição da pena nos crimes de lesão corporal leve (art. 129) 
e ameaça (art. 147)? 
O tema é bastante controvertido, mas prevalece que sim. Embora envolvam 
violência ou grave ameaça, são infrações de menor potencial ofensivo, que permitem 
até mesmo transação penal e suspensão condicional do processo, nos termos da Lei 
9.099/1995. 
Porém, se praticados no contexto de violência doméstica contra a mulher, não 
é possível a substituição. Afinal, a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) buscou conferir 
tratamento mais rigoroso para tais delitos, inclusive vedando a aplicação da Lei 9.099 
(art. 41). Nesse sentido a recente súmula 588 do STJ: 
 
Súmula 588 do STJ - A prática de crime ou contravenção penal 
contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente 
doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos. 
 
É possível a substituição nos crimes militares? 
Não. A substituição não é possível, sendo inaplicável a analogia. Ante o critério 
da especialidade, descabe observar o disposto no artigo 44 do Código Penal, no que 
prevê a substituição da pena restritiva da liberdade pela de direitos no caso dos crimes 
militares. (HC 127199) 
 
1.2.5. SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS E PENA RESTRITIVA DE DIREITOS 
 
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20 
Preceitua o art. 15, III, da Constituição Federal: “É vedada a cassação de direitos 
políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: (...) III – condenação criminal 
transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos”. 
Assim, durante o cumprimento da pena restritiva de direitos (que não deixa de 
ser uma pena), o condenado ficará com os direitos políticos suspensos. 
Esse é o entendimento do STF, que reconheceu a existência de repercussão 
geral no Recurso Extraordinário 601182, de Rel. do Min. Marco Aurélio, e firmou tese 
pela possibilidade suspensão dos direitos políticos quando ocorre a substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de direitos: 
 
(...) 1. A regra de suspensão dos direitos políticos prevista no art. 
15, III, é autoaplicável, pois trata-se de consequência imediata 
da sentença penal condenatória transitada em julgado. 2. A 
autoaplicação independe da natureza da pena imposta. 3. A 
opção do legislador constituinte foi no sentido de que os 
condenados criminalmente, com trânsito em julgado, enquanto 
durar os efeitos da sentença condenatória, não exerçam os seus 
direitos políticos. 4. No caso concreto, recurso extraordinário 
conhecido e provido. (RE 601182, Relator(a): Min. MARCO 
AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE DE MORAES, 
Tribunal Pleno, julgado em 08/05/2019, REPERCUSSÃO GERAL - 
MÉRITO DJe-214 DIVULG 01-10-2019 PUBLIC 02-10-2019) 
 
1.2.5.1. Conversão (pena privativa de liberdade em pena restritiva) 
 
O momento da substituição é o da prolação da sentença penal condenatória. 
 
Condenação igual ou inferior a 1 ano 
1 restritiva de direitos 
OU 
multa 
Condenação superior a 1 ano 
2 restritivas de direitos 
OU 
1 restritiva de direitos + multa 
 
Quanto à escolha dentre uma das opções de substituição previstas no art. 44 
do Código Penal, o STJ indica que “não existe direito subjetivo do réu em optar, na 
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos por qual medida 
prefere cumprir (se prefere duas penas restritivas de direitos ou uma restritiva de 
direitos e uma multa), cabendo ao judiciário fixar a medida mais adequada ao caso 
concreto”. (STJ AgRg no HC 582.302/SC). 
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21 
 
1.2.5.2. Reconversão (pena restritiva em pena privativa de liberdade) 
 
As penas restritivas de direitos se convertem em penas privativas de liberdade, 
se ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta (art. 44, § 4º do CP). 
A execução das penas restritivas, assim como, de modo geral, de todas as 
alternativas à prisão, demanda um MECANISMO COERCITIVO, capaz de assegurar o seu 
cumprimento e este só pode ser a pena privativa de liberdade. 
Assim, havendo expressa previsão legal de RECONVERSÃO da pena restritiva 
de direitos em privativa de liberdade, não há falar em arresto para o cumprimento 
forçado da pena substitutiva já que a reconversão da pena é a medida que, por força 
normativa, atribui coercividade à pena restritiva de direitos. (REsp 1699665/PR) 
 
Art. 44, § 4o A pena restritiva de direitos converte-se (que na 
verdade deve ser lido comoreconverte-se) em privativa de 
liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da 
restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a 
executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de 
direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção 
ou reclusão. 
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por 
outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a 
conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao 
condenado cumprir a pena substitutiva anterior. 
 
De acordo com a literalidade do art. 44 do CP, converte-se a pena restritiva de 
direito em privativa da liberdade. Ocorre que, trata-se, em verdade, de uma 
reconversão, isso porque, conforme ditam as regras de aplicação da pena, primeiro fixa-
se a pena privativa e, se preenchidos os requisitos legais, converte-se a pena privativa 
em restritiva. Assim sendo, a operação contrária, efetuada em caso de descumprimento, 
é uma reconversão. 
O Código Penal traz 2 hipóteses: 
a) descumprimento injustificado da restrição imposta; 
Ex.: sujeito simplesmente deixa de comparecer para prestar os serviços à 
comunidade. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o 
tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias 
de detenção ou reclusão. 
Prevalece que a pena de multa não pode ser convertida em pena privativa de 
liberdade. 
b) superveniência de condenação a pena privativa de liberdade por outro 
crime. 
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22 
Nesse caso, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo 
deixar de aplicá-la se for possível ao condenado que cumprir a pena substitutiva anterior 
(podem ser compatíveis). 
Ex.: Pedro foi condenado e recebeu uma pena restritiva de direitos consistente 
em prestação pecuniária de 1 salário mínimo. Sobrevém outra condenação a pena 
privativa de liberdade em regime fechado. São compatíveis, ou seja, nada impede que 
Pedro pague o salário mínimo e cumpra a pena privativa de liberdade. 
Ex2.: Pedro foi condenado e recebeu uma pena restritiva de direitos 
consistente em prestação de serviços à comunidade. Sobrevém outra condenação a 
pena privativa de liberdade em regime fechado. São incompatíveis, ou seja, não há como 
Pedro cumprir os serviços à comunidade enquanto está encarcerado. 
Há outras hipóteses previstas na Lei de Execução Penal: 
 
Art. 181, § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será 
convertida quando o condenado: 
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, 
ou desatender a intimação por edital; 
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa 
em que deva prestar serviço; 
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi 
imposto; 
d) praticar falta grave; 
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de 
liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa. 
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida 
quando o condenado não comparecer ao estabelecimento 
designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a 
atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das 
hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. 
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida 
quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito 
interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e 
"e", do § 1º, deste artigo. 
 
Dica para memorizar: de modo geral, as hipóteses da LEP estão contidas nas 
previstas no CP (consistem basicamente no fato de o sujeito deixar de cumprir 
adequadamente a pena restritiva ou sofrer condenação superveniente). 
 
1.2.5.3. Penas restritivas de direitos em espécie 
 
No Código Penal, são previstas as seguintes penas restritivas de direitos: 
CPF: 860.542.154-18
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- prestação pecuniária; 
- perda de bens e valores; 
- limitação de fim de semana; 
- prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; 
- interdição temporária de direitos; 
- limitação de fim de semana. 
 
1ª) Prestação pecuniária 
 
Art. 45, § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em 
dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou 
privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, 
não inferior a 1 salário mínimo nem superior a 360 salários 
mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual 
condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os 
beneficiários. 
Art. 45, § 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação 
do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em 
prestação de outra natureza. 
 
A prestação pecuniária possui natureza de pena restritiva de direitos de cunho 
real, além de ter finalidade reparatória cível. Extrai-se esta conclusão tanto da redação 
do art. 45, §1º do CP (consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes 
ou a entidade pública ou privada com destinação social), quanto do art. 387, IV, do CPP 
(valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os 
prejuízos sofridos pelo ofendido). 
Como se percebe, há correlação entre a prestação pecuniária (art. 45, §1º do 
CP) e a fixação de valor mínimo para a reparação dos danos (art. 387, IV, do CPP). Sobre 
o STJ já se pronunciou sobre o acerto da possibilidade de compensação destes 
institutos, vejamos: 
 
“A prestação pecuniária prevista no art. 45, §1º, do Código Penal 
pode ser compensada com o montante fixado com fundamento 
no art. 387, IV, do Código de Processo Penal, ante a coincidência 
de beneficiários”. (STJ REsp 1.882.059-SC-2021) 
 
Destinatário - Pagamento à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública 
ou privada com destinação social. Trata-se de uma relação preferencial. Assim, os 
dependentes somente serão destinatários na ausência da vítima. E as entidades, na falta 
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24 
da vítima e de seus dependentes. Este é o entendimento majoritário na doutrina e na 
jurisprudência (STJ 1905918/SP-2021). 
Explicitada a natureza jurídica dos institutos, em razão da finalidade reparatória 
presente em ambas disposições legais e, ainda, diante da coincidência de beneficiários 
(vítima), impõe-se a dedução do montante fixado a título de reparação de danos - art. 
387, IV, do Código de Processo Penal, do que foi estipulado a critério de prestação 
pecuniária substitutiva - art. 45, § 1º, do Código Penal. 
Se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em 
prestação de outra natureza. Na prática, a prestação de outra natureza consiste em 
pagamento de cestas básicas. 
Valor - não inferior a 1 nem superior a 360 salários mínimos (predomina que 
o valor é fixado com base na culpabilidade). Dada a sua finalidade reparatória cível, esta 
pena restritiva de direitos deve manter correspondência com o prejuízo causado pelo 
delito. 
Fixação do Valor - A prestação pecuniária possui caráter sancionatório e visa 
atingir a finalidade reparadora. A sua fixação não está vinculada ao quantum de pena 
privativa de liberdade, apesar de ser observada a capacidade/razoabilidade de ser 
cumprida (AgRg no AREsp 1449261/RS). Além disso, a fixação da prestação pecuniária, 
pena restritiva de direito, embora não esteja vinculada aos mesmos critérios formadores 
da pena privativa de liberdade, não está dissociada de uma análise acerca da condição 
econômicado réu (AgRg no REsp 1760446). 
 
OBSERVAÇÃO: Lei Maria da Penha. Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência 
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação 
pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de 
multa. 
 
2ª) Perda de bens e valores 
 
Pena restritiva de direitos de natureza real. 
 
Art. 45, § 3o A perda de bens e valores pertencentes aos 
condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor 
do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o 
que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento 
obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática 
do crime. 
 
Consiste na perda de patrimônio lícito do condenado. 
Valor – tem como teto o que for maior: montante do prejuízo causado ou do 
provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime. 
Destinatário - Fundo Penitenciário Nacional. 
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25 
Não se confunde com o efeito da condenação (art. 91 – ver item próprio). 
Não pode ultrapassar a pessoa do condenado. 
 
3ª) Limitação de fim de semana 
 
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de 
permanecer, aos sábados e domingos, por 5 horas diárias, em 
casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. 
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser 
ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas 
atividades educativas. 
 
A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos 
sábados e domingos, por 5 horas diárias, em casa de albergado ou outro 
estabelecimento adequado. Durante a permanência poderão ser ministrados ao 
condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas. 
Na prática, não havendo casas de albergado, fica em regime domiciliar. 
 
4ª) Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas 
 
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades 
públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de 
privação da liberdade. 
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades 
públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao 
condenado. 
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades 
assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros 
estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou 
estatais. 
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme 
as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de 
uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a 
não prejudicar a jornada normal de trabalho. 
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao 
condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 
55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade 
fixada. 
 
Aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. 
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26 
A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na 
atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. A prestação de serviço à comunidade dar-
se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos 
congêneres, em programas comunitários ou estatais. 
As tarefas devem ser atribuídas conforme as aptidões do condenado e 
cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a 
não prejudicar a jornada normal de trabalho. 
Logo, temos que, 1 hora de tarefa = 1 dia de pena. 
A prestação de serviços não corresponde a pena de trabalhos forçados, que é 
constitucionalmente proibida. 
Se a pena substituída for superior a 1 ano, é facultado ao condenado cumprir 
a pena substitutiva em menor tempo, nunca inferior à metade da pena privativa de 
liberdade fixada. 
 
OBSERVAÇÃO: No Código de Trânsito Brasileiro, há regra específica introduzida pela Lei 
13.281/2016: Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, 
nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por 
pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a 
entidades públicas, em uma das seguintes atividades: 
I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em 
outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito; II - 
trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem 
vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados; III - trabalho em clínicas ou 
instituições especializadas na recuperação de acidentados de trânsito; IV - outras 
atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de acidentes 
de trânsito. 
 
5ª) Interdição temporária de direitos 
 
O art. 47 do CP traz a interdição temporária de direitos como gênero, sendo 
suas espécies: 
 
I) proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, 
bem como de mandato eletivo; 
 
Essa pena específica e diz respeito à vida pública do condenado. É aplicável 
sempre que o crime for cometido no exercício da atividade pública e houver violação 
dos deveres que lhes são inerentes. Com o integral cumprimento da pena, encerra-se a 
proibição. Esta pena não se confunde com o efeito da condenação do art. 92, I, do CP 
(perda da função pública). 
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27 
No tocante à interdição temporária do exercício do mandato eletivo de 
deputados e senadores, parte da doutrina sustenta a inaplicabilidade desta pena, em 
razão do que dispõe o art. 55, VI e § 2º da CF. 
 
II) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que 
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do 
poder público; 
 
Esta pena de interdição aplica-se para todo o crime cometido no exercício de 
profissão, atividade, ofício, sempre que houver violação dos deveres que lhes são 
inerentes. Também é pena específica, mas refere-se à esfera privada de atuação do 
condenado. 
 
III) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir 
veículo; 
 
Pena aplicável aos crimes culposos de trânsito. Em razão do Código de Trânsito 
Brasileiro, o dispositivo encontra-se tacitamente revogado. No CTB, essa pena é 
cumulativa, não alternativa. 
Ex.: Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: 
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
Duração da suspensão no CTB: Art. 293. A penalidade de suspensão ou de 
proibição de se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem 
a duração de dois meses a cinco anos. 
 
OBSERVAÇÃO: Não se deve confundir essa espécie de PRD com o efeito da condenação 
do art. 92, III, do CP. 
 
IV) proibição de frequentar determinados lugares; 
V) proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame 
públicos; 
 
Esta pena volta-se, essencialmente, aos candidatos que concorrerem para 
fraudes em certames públicos (art. 311-A do CP). 
 
1.3. PENA DE MULTA 
 
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28 
A sanção penal é um gênero que engloba a pena e a medida de segurança. A 
pena, por sua vez, pode ser privativade liberdade, restritiva de direitos ou multa (art. 
32 do CP). Trata-se, assim, de uma pena de cunho patrimonial. 
 
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo 
penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-
multa. Será, no mínimo, de 10 e, no máximo, de 360 dias-multa. 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser 
inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente 
ao tempo do fato, nem superior a 5 vezes esse salário. 
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, 
pelos índices de correção monetária. 
Pagamento da multa 
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 dias depois de 
transitada em julgado a sentença. A requerimento do 
condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir 
que o pagamento se realize em parcelas mensais. 
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto 
no vencimento ou salário do condenado quando: 
a) aplicada isoladamente; 
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; 
c) concedida a suspensão condicional da pena. 
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos 
indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família. 
Conversão da Multa e revogação 
Conversão da Multa e revogação 
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa 
será executada perante o juiz da execução penal e será 
considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à 
dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às 
causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
A pena de multa é espécie de sanção patrimonial, consiste no pagamento da 
quantia fixada na sentença ao fundo penitenciário. 
 
1.3.1. APLICAÇÃO DA PENA DE MULTA 
 
Utiliza-se o sistema trifásico. 
 
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29 
1º) Fixação de quantidade de dias-multa 
 
A primeira etapa da aplicação da pena é a fixação da quantidade de dias-multa, 
entre o mínimo de 10 e o máximo de 360 dias-multa. 
Nesta etapa, trabalha-se com o critério trifásico estabelecido para fixação da 
pena privativa de liberdade (art. 68 do CP – circunstâncias judiciais, 
agravantes/atenuantes e causas de aumento/diminuição da pena). 
Ex.: crime de furto simples tentado (pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa). 
Vamos supor que o acusado seja reincidente e que, por conta da tentativa, o juiz decida 
reduzir a pena de metade. 
1ª fase – não há circunstâncias judiciais favoráveis ou desfavoráveis, ficando a 
pena-base no mínimo legal, ou seja, 1 ano de reclusão e 10 dias-multa; 2ª fase – em 
razão da reincidência, eleva-se a pena em 1/6, atingindo o patamar de 1 ano e 2 meses 
de reclusão e 11 dias-multa (obs.: as frações são desprezadas – art. 11); 3ª fase – diante 
da tentativa, considerando o iter criminis percorrido, reduz-se a pena de 1/2, ficando a 
pena definitiva em 7 meses de reclusão e 5 dias-multa. 
 
2º) Fixação do valor de cada dia-multa 
 
A segunda etapa é a fixação do valor de cada dia-multa, entre o mínimo de 
1/30 do salário mínimo e o máximo de 5 vezes o salário mínimo vigente ao tempo do 
fato (podendo ser triplicada, se em virtude da situação econômica do réu, for ineficaz 
embora aplicada no máximo – art. 60, §1º do CP). 
Nesta fase, observa-se, principalmente, a situação econômica do sentenciado 
(art. 60 do CP). 
Ex.: Se o acusado é pobre ou se não há qualquer elemento que indique sua 
capacidade econômica, o valor deve ser fixado no mínimo legal, ou seja, 1/30 do salário 
mínimo. 
Em suma: 
 
Etapas Mínimo Máximo 
Fixação da 
quantidade de dias-
multa; 
10; 360; 
Fixação do valor de 
cada dia-multa; 
1/30 do salário 
mínimo; 
5x o valor do 
salário mínimo 
(podendo ser 
triplicado); 
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30 
A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar 
que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, 
embora aplicada no máximo (art. 60, §1º do CP). 
 
Sabendo a quantidade de dias-multa e o seu valor, o juiz multiplica os dois, 
definindo a sanção pecuniária. 
É frequente o examinador formular questões “embaralhando” os critérios e 
valores acima. 
 
OBSERVAÇÃO: Aplicação da pena de multa na lei de drogas é diferente e será objeto de 
análise em momento oportuno, mas desde já, observem os arts. 29 e 42 da lei 
11.343/06. 
 
1.3.2. PAGAMENTO VOLUNTÁRIO DA PENA DE MULTA 
 
Antes de iniciar a execução da multa, deve-se oportunizar ao condenado o 
pagamento voluntário. 
Assim, estabelece o Código Penal que, após o trânsito em julgado, o condenado 
terá 10 dias para pagamento (art. 50 do CP). 
A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode 
permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais (art. 50, caput, CP e art. 169, 
caput, da LEP). 
O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar a real 
situação econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o número de 
prestações (art. 169, § 1º, da LEP). 
Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica, o Juiz, 
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, revogará o benefício (art. 169, § 2º, 
da LEP). 
Estabelece o Código Penal que a cobrança da multa pode efetuar-se mediante 
desconto no vencimento ou salário do condenado quando: aplicada isoladamente; 
aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; concedida a suspensão 
condicional da pena (art. 50, § 1º). O desconto não deve incidir sobre os recursos 
indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família (art. 50, § 2º). 
 
1.3.3. MULTA SUBSTITUTIVA OU VICARIANTE 
 
A multa substitutiva, também chamada de multa vicariante, é aplicada isolada 
ou cumulativamente com pena restritiva de direitos, nos termos do art. 44, §2º do CP: 
 
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31 
Art. 44, § 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a 
substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva 
de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade 
pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa 
ou por duas restritivas de direitos. 
 
É, portanto, uma espécie de pena de multa, razão pela qual se submete ao 
mesmo regramento conferido à pena de multa originária prevista no preceito 
secundário dos tipos penais. 
Logo, a multa substitutiva constitui dívida de valor. Por isso, é inviável a sua 
conversão em pena privativa de liberdade em caso de inadimplemento, nos termos do 
art. 51 do Código Penal. 
Percebam que a multa substitutiva não está elencada no rol taxativo das penas 
restritivas de direitos fixado no art. 43 do Código Penal. Não pode ser considerada como 
uma espécie de prestação pecuniária, pois tem natureza jurídica e finalidade diversa. 
Enquanto a prestação pecuniária destina-se ao pagamento de indenização à vitima do 
delito, ou de seus dependentes, sendo fixada em salários mínimos, a pena de multa 
substitutiva destina-se ao fundo penitenciário, sendo fixada em dias-multa (HC 
387259/SP). 
Por fim, é interessante destacar que, se ao tipo penal é cominada pena de multa 
cumulativa com a pena privativa de liberdade substituída, não se mostra socialmente 
recomendável a aplicação da multa substitutiva prevista no art. 44, § 2º, 2ª parte do 
Código Penal. Em casos como tais, a pena restritiva de direitos de prestação pecuniária, 
de índole reparadora, melhoratenderá ao caráter ressocializador da reprimenda, 
podendo inclusive ser convertida em pena corporal, se descumprida. (AgRg no HC 
415.618/SC) 
 
1.3.4. EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA 
 
Antes da Lei 9.268/1996, se o condenado não pagasse a multa, ela deveria ser 
convertida em pena privativa de liberdade (detenção). 
Porém, a referida lei alterou o art. 51 do CP, passando a tratar a multa como 
dívida de valor. A sistemática para a sua cobrança foi totalmente modificada. 
Transitada em julgado a condenação, tem-se entendido pela necessidade de intimação 
do acusado para pagamento voluntário. 
No ano de 2019, a Lei 13.964, procedeu com nova alteração na redação do art. 
51 do Código Penal, deixando previsão legal no que toca a competência para o 
processamento da execução da multa, vejamos: 
 
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa 
será executada perante o juiz da execução penal e será 
considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à 
CPF: 860.542.154-18
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32 
dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às 
causas interruptivas e suspensivas da prescrição. 
 
Assim, seguindo o art. 50 do CP, depois que a sentença transitar em julgado, o 
condenado terá um prazo máximo de 10 dias para pagar a multa imposta. Caso não haja 
o pagamento da multa, ela será considerada dívida de valor e deverá ser exigida por 
meio de execução. 
Segundo o STF (ADI 3150/DF e AP 470/MG de 12 e 13/12/2018 - Info 927), tal 
execução deve ser promovida por: 
 
- Prioritariamente: o Ministério Público, na vara de execução 
penal, aplicando-se a LEP. 
- Caso o MP se mantenha inerte por mais de 90 dias após ser 
devidamente intimado: a Fazenda Pública irá executar, na vara 
de execuções fiscais, aplicando-se a Lei nº 6.830/80. 
 
ATENÇÃO! Com essa decisão do STF, proferida em ação direta de inconstitucionalidade, 
com eficácia erga omnes e efeito vinculante, fica superada a súmula 521 do STJ, a qual 
tinha a seguinte redação: “A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de 
pagamento imposta em sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda 
Pública”. 
 
STF e STJ uniformizaram a jurisprudência para estabelecer que o 
inadimplemento da multa obsta a extinção da punibilidade. Veja: 
 
O STF, ao julgar a ADI 3.150/DF, declarou que, à luz do preceito 
estabelecido pelo art. 5º, XLVI, da Constituição Federal, a multa, 
ao lado da privação de liberdade e de outras restrições – perda 
de bens, prestação social alternativa e suspensão ou interdição 
de direitos –, é espécie de pena aplicável em retribuição e em 
prevenção à prática de crimes, não perdendo ela sua natureza 
de sanção penal. Diante da eficácia erga omnes e do vinculante 
dessa decisão, não se pode mais declarar a extinção da 
punibilidade pelo cumprimento integral da pena privativa de 
liberdade quando pendente o pagamento da multa criminal. STJ. 
5ª Turma. AgRg no REsp 1.850.903-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares 
da Fonseca, julgado em 28/04/2020 (Info 671). 
 
Assim: 
 
Em adequação ao entendimento do STF, o inadimplemento da 
pena de multa obsta a extinção da punibilidade do apenado. STJ. 
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33 
5ª Turma. AgRg no REsp 1.850.903-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares 
da Fonseca, julgado em 28/04/2020 (Info 671) 
 
1.3.5. CUMULAÇÃO DE PENAS DE MULTA 
 
A lei comina, para determinados delitos, pena privativa de liberdade e pena de 
multa, cumulativamente. Um exemplo é o crime de furto: 
 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
Presentes os requisitos legais, pode o juiz substituir a pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos ou por multa? 
Por restritiva de direitos, sim! 
Mas é possível substituir por pena de multa, ficando duas penas de multa 
cumulativas? De acordo com a súmula 171 do STJ, depende: se o crime estiver previsto 
no Código Penal, pode. Se estiver previsto em lei especial, não pode. 
 
Súmula 171 do STJ - Cominadas cumulativamente, em lei 
especial, penas privativas de liberdade e pecuniária, é defeso a 
substituição da prisão por multa. 
 
1.3.6. PENA DE MULTA E LEI MARIA DA PENHA 
 
É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a 
mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a 
substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa (art. 17 da Lei 
11.340/06). 
 
1.3.7. MULTA NO CONCURSO DE CRIMES 
 
Multas no concurso de crimes Art. 72 - No concurso de crimes, 
as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente. 
 
Neste ponto, temos que destacar que há divergência de entendimento entre a 
doutrina e a jurisprudência, vejamos: 
 
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34 
Para a doutrina: as penas de multa de cada crime devem ser 
somadas (cúmulo material), seja no concurso material, formal ou 
crime continuado. 
Para a jurisprudência: o art. 72 do CP só seria aplicável ao 
concurso formal e material, ao passo que o crime continuado 
enseja a aplicação de uma única pena de multa, em virtude da 
adoção da teoria da ficção jurídica. (STJ - HC 221782/RJ) 
 
1.4. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
(SURSIS) 
 
O instituto da suspensão condicional (da execução) da pena busca evitar os 
males da prisão de curta duração. Por razões de política criminal, é instrumento que 
consiste em sobrestar o cumprimento da pena aplicada, mediante a imposição de certas 
condições (legais e judiciais), durante um determinado período de tempo. Findo tal 
prazo, se não revogado o benefício, considera-se extinta a punibilidade do agente. 
 
1.4.1. SISTEMAS 
 
Existem três sistemas envolvendo a suspensão condicional da pena: 
 
Sistema do 
probation of first 
offenders act 
O réu é submetido a um período de prova antes mesmo 
que se reconheça a sua responsabilidade. Descumpridas 
as condições, o processo é retomado para apuração da 
responsabilidade, condenação e aplicação da pena. É 
semelhante ao adotado no art. 89 da Lei 9.099/1995 - 
suspensão condicional do processo, também chamada 
sursis processual (não é o instituto que estamos 
analisando!). 
Sistema anglo-americano 
(probation) 
O réu é submetido a um período de prova após 
comprovada a sua responsabilidade, porém sem a 
aplicação de pena. Descumpridas as condições, o 
processo é retomado para prolação de sentença 
condenatória e aplicação da pena. 
Sistema franco-belga 
O réu é submetido a um período de prova após 
comprovada a sua culpa e aplicada a pena, ou seja, o réu 
é condenado. O juiz, no entanto, suspende o 
cumprimento da pena. Descumpridas as condições, o 
processo é retomado para a execução da pena. É o 
sistema adotado no Brasil no tocante à suspensão 
condicional da pena – sursis (art. 77 e segs.). 
CPF: 860.542.154-18
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1.4.2. NATUREZA JURÍDICA 
 
Embora a lei use o termo “poderá”, o sursis é um direito subjetivo do acusado. 
Presentes os requisitos legais, deve ser concedido. 
 
STJ: “Preenchidos os requisitos previstos no art. 77 do Código 
Penal, deve ser reconhecido o direito subjetivo do paciente à 
suspensãocondicional da pena (sursis). Precedentes”. (HC 
309535 / SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, 5a T., j. 22/08/2017, 
v.u.). 
 
1.4.3. ESPÉCIES 
 
1) Simples (art. 78, § 1º) – no primeiro ano, o agente deve se submeter ao 
cumprimento de prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana. 
2) Especial (art. 78, § 2º) – em regra, o condenado não cumpre prestação de 
serviços à comunidade nem limitação de fim de semana, submetendo-se apenas às 
seguintes condições cumulativas: proibição de frequentar determinados lugares; 
proibição de ausentar-se da comarca, sem autorização do juiz; comparecimento 
pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. 
Observe que o sursis especial é mais brando que o simples. Porém, exige mais requisitos 
para concessão. 
Há quem entenda como espécies de sursis, além do simples e do especial, o 
etário e o humanitário. 
3) Etário ou Profilático (art. 77, § 2º, 1ª parte) – aplicável para condenado 
maior de 70 anos. 
4) Humanitário (art. 77, § 2º, 2ª parte) – aplicável quando razões de saúde 
justificarem. 
Tanto o sursis etário quanto o humanitário podem ser simples ou especial. A 
diferença é que nesses dois casos, ele é admitido para condenações maiores e o período 
de prova é mais extenso (como veremos a seguir). 
 
1.4.4. REQUISITOS (ART. 77) 
 
Analisemos os requisitos das 4 espécies de sursis. 
1º) Requisitos do sursis simples: 
a) Requisitos objetivos: 
 
I) Pena privativa de liberdade aplicada não superior a 2 anos. 
CPF: 860.542.154-18
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36 
O sursis não se estende às penas restritivas de direitos nem à 
pena de multa (art. 80). 
II) Não indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 
deste Código. 
O sursis é subsidiário em relação à pena restritiva de direito. 
Somente se aplica o sursis quando não for possível a 
substituição. Ex.: crime praticado com violência ou grave 
ameaça. 
 
b) Requisitos subjetivos: 
 
I) Condenado não reincidente em crime doloso. 
Condenação anterior a pena de multa não impede a concessão 
do benefício (art. 77, § 1º). No mesmo sentido a súmula 499 do 
STF: Não obsta à concessão do "sursis" condenação anterior à 
pena de multa. 
II) Culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade 
do agente, bem como os motivos e as circunstâncias 
autorizarem a concessão do benefício. 
 
2º) Requisitos do sursis especial: 
a) Requisitos objetivos: 
 
I) Pena privativa de liberdade aplicada não superior a 2 anos. 
II) Não indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 
deste Código. 
III) Reparação do dano pelo condenado, salvo impossibilidade 
de fazê-lo (Art. 78, § 2º do CP). 
 
b) Requisitos subjetivos: 
 
I) Condenado não reincidente em crime doloso. 
II) Circunstâncias do art. 59 forem inteiramente favoráveis (art. 
77, II). 
 
3º) Requisitos Sursis etário 
Aplicável ao condenado maior de 70 anos de idade. 
Tem os mesmos requisitos do sursis simples ou especial, mas com uma benesse: 
pode ser aplicado para pena não superior a 4 anos. 
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4º) Requisitos do Sursis humanitário 
Aplicável ao condenado que, por razões de saúde, justifique-se a suspensão 
(enfermo). 
Tem os mesmos requisitos do sursis simples ou especial, mas com uma benesse: 
pode ser aplicado para pena não superior a 4 anos. 
 
OBSERVAÇÃO: Algumas leis trazem regras especiais sobre o período de prova, vejamos: 
a) Lei de Contravenções Penais 
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo não 
inferior a 1 ano nem superior a 3, a execução da pena de prisão simples, bem como 
conceder livramento condicional. 
b) Lei de Crimes Ambientais 
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser 
aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a 3 anos. 
c) Lei de Segurança Nacional 
Art. 5º - Em tempo de paz, a execução da pena privativa da liberdade, não superior a 2 
anos, pode ser suspensa, por 2 a 6 anos, desde que (...) 
 
1.4.5. CONDIÇÕES 
 
1º) Sursis simples 
O período de prova tem duração de 2 a 4 anos. 
No 1º ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade ou 
submeter-se à limitação de fim de semana (art. 78, § 1º). 
2º) Sursis especial 
O período de prova tem duração de 2 a 4 anos. 
O juiz poderá substituir a exigência do art. 78, § 1º pelas seguintes condições, 
aplicadas cumulativamente: 
 
a) proibição de frequentar determinados lugares; 
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem 
autorização do juiz; 
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, 
para informar e justificar suas atividades. 
 
3º) Sursis etário ou humanitário 
O período de prova tem duração de 4 a 6 anos. 
Aplicam-se as condições do sursis simples ou do especial. 
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38 
 
OBSERVAÇÃO 1: A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada 
a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado (art. 79). 
 
OBSERVAÇÃO 2: Há regra específica na Lei de Contravenções Penais: 
Art. 11. “Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo não 
inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de prisão simples, bem como 
conceder livramento condicional”. 
 
Em suma: 
 
Espécie de 
sursis 
Simples Especial 
Etário ou 
humanitário 
Requisitos 
- PPL não superior a 2 
anos. 
- Incabível 
substituição por PRD. 
- Condenado não 
reincidente em crime 
doloso. 
- Culpabilidade, 
antecedentes, 
conduta social, 
personalidade do 
agente, motivos e 
circunstâncias 
autorizarem. 
- PPL não superior a 2 
anos. 
- Incabível 
substituição por PRD. 
- Condenado não 
reincidente em crime 
doloso. 
- Circunstâncias do 
art. 59 inteiramente 
favoráveis. 
- Reparação do dano 
pelo condenado, 
salvo impossibilidade 
de fazê-lo. 
- PPL não superior a 4 
anos. 
- Condenado maior de 
70 anos ou enfermo. 
- Demais condições 
do sursis simples ou 
do especial. 
Período 
de prova 
- 2 a 4 anos - 2 a 4 anos - 4 a 6 anos 
Condições 
- No 1º ano, deverá 
prestar serviços à 
comunidade 
ou 
limitação de fim de 
semana 
(art. 78, §1º) 
- A exigência do art. 
78, § 1º poderá ser 
substituída pelas 
condições 
cumulativas: 
- proibição de 
frequentar lugares 
- proibição de 
ausentar-se da 
- As mesmas do sursis 
simples ou do 
especial 
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39 
comarca sem 
autorização do juiz 
- comparecimento 
mensal a juízo para 
informar e justificar 
atividades 
 
1.4.6. REVOGAÇÃO DO SURSIS 
 
Revogado o sursis, o condenado cumprirá integralmente a pena que estava 
suspensa. Dependendo da causa, a revogação pode ser obrigatória ou facultativa. 
 
1.4.6.1. Revogação obrigatória (art. 81, caput) 
 
A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: 
 
- é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; 
 
O crime pode ter sido praticado antes ou durante o período de prova. 
Há firme entendimento de que a condenação à pena de multa não autoriza a 
revogação. Isso porque, se a multa não impede aconcessão do sursis, também não 
permite a sua revogação. 
Prevalece que o perdão judicial não é causa de revogação do sursis. 
 
- frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não 
efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; 
 
Quanto à 1ª parte, há o entendimento de que foi tacitamente revogada pela 
Lei 9.268/1996 à multa imposta deve ser executada como dívida de valor. 
 
- descumpre a condição do § 1º do art. 78. 
 
Ou seja, haverá revogação obrigatória se o condenado, no 1º ano do período 
de prova, deixar de prestar serviços à comunidade ou de se submeter à limitação de fim 
de semana. 
 
1.4.6.2. Revogação facultativa (art. 81, § 1º) 
 
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40 
- Se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta. 
- Se o condenado é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por 
contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. 
Há firme entendimento de que a condenação à pena de multa não autoriza a 
revogação, conforme vimos acima. 
Nas hipóteses de revogação facultativa, o juiz pode, ao invés de revogar o 
sursis, prorrogar o período de prova até o máximo se este não foi o fixado, ou exacerbar 
as condições (art. 81, § 3º, do CP, e art. 707, p. único, do CPP). 
Sintetizando: 
 
Revogação obrigatória 
Revogação facultativa 
(aqui, ao invés de revogar, o juiz pode 
prorrogar o período de prova até o 
máximo, se este não foi o fixado, ou 
exacerbar as condições) 
Condenação irrecorrível por crime 
doloso. 
Condenação irrecorrível por crime 
culposo ou por contravenção, a pena 
privativa de liberdade ou restritiva de 
direitos. 
Frustração, embora solvente, da 
execução de pena de multa ou não 
reparação do dano, sem motivo 
justificado. 
Descumprimento de qualquer outra 
condição imposta. Descumprimento das condições do 
sursis simples 
(no 1º ano do período de prova, prestar 
serviços à comunidade ou submeter-se à 
limitação de fim de semana). 
 
1.4.6.3. Prorrogação do período de prova 
 
Durante a prorrogação, prevalece que não se aplicam as condições do sursis. 
Haverá a prorrogação: 
 
- Quando FACULTATIVA a revogação, o juiz pode, ao invés de 
decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este 
não foi o fixado (art. 81, § 3º). Conforme visto acima. Aqui a 
revogação deve ser decidida pelo julgador. 
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41 
- Se o beneficiário está sendo PROCESSADO por outro crime ou 
contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão 
até o julgamento definitivo (art. 81, § 2º). 
A prorrogação é automática (independe de decisão judicial), até 
o julgamento definitivo do processo: 
“Esta Corte tem firmado o entendimento no sentido de que o 
período de prova do sursis fica automaticamente prorrogado 
quando o beneficiário está sendo processado por outro crime ou 
contravenção” (STJ, HC 175758 / SP, Rel. Min. Laurita Vaz, 5ª T., 
j. 04/10/2011, v.u.) 
 
1.4.6.4. Cumprimento das condições 
 
Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena 
privativa de liberdade (art. 82). 
Se após o término do prazo for descoberta uma causa de revogação do sursis, 
é possível a sua revogação? 
Prevalece que sim, desde que não tenha sido extinta a punibilidade do agente. 
Nesse sentido: 
 
“Inexiste constrangimento ilegal quanto à revogação do 
benefício da suspensão condicional da pena em razão de 
condenação pelo cometimento de outro crime durante o 
período de prova, desde que não tenha sido extinta a 
punibilidade do agente mediante sentença transitada em 
julgado, nos termos do inciso I do art. 81 do Código Penal. Esta 
Corte tem firmado o entendimento no sentido de que (...) a 
superveniência de sentença condenatória irrecorrível é caso de 
revogação obrigatória do benefício, mesmo quando 
ultrapassado o período de prova” (STJ, HC 175758 / SP, Rel. Min. 
Laurita Vaz, 5ª T., j. 04/10/2011, v.u.). 
 
1.4.7. OUTRAS QUESTÕES 
 
Qual a diferença entre revogação e cassação do sursis? 
A cassação ocorre antes do início do período de prova, ao passo que a 
revogação ocorre após. 
A cassação pode ocorrer: 
 
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42 
- Se o réu não comparecer injustificadamente à audiência 
admonitória. A suspensão ficará sem efeito e será executada 
imediatamente a pena (art. 161 da LEP). 
 - Se o réu for condenado à pena privativa de liberdade não 
suspensa (se isso ocorrer durante o período de prova, haverá 
revogação do sursis; se ocorrer antes, haverá cassação). 
- Reforma da sentença pelo tribunal (por ex., elevando a pena de 
modo a torná-la incompatível com a suspensão da pena). 
 
Suspensão dos direitos políticos 
Preceitua o art. 15, III, da Constituição Federal: 
 
“É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou 
suspensão só se dará nos casos de: (...) III – condenação criminal 
transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos”. 
 
Como o sursis é uma forma alternativa de cumprimento da pena, enquanto 
estiver no período de prova, o condenado em gozo de sursis estará com seus direitos 
políticos suspensos. Entende o TSE que, por continuar a existir condenação com trânsito 
em julgado, mantém-se a suspensão dos direitos políticos do condenado enquanto 
durarem os efeitos da condenação (Ac. 466, de 31.10.06, do TSE, DJ de 27.11.06). 
Violência doméstica: É inadmissível a substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos nos casos de violência doméstica. Todavia, cabe 
suspensão condicional da pena. A vedação constante da súmula 536 do STJ refere-se à 
suspensão condicional do processo (art. 89 da lei 9.099/95). 
Sursis e crime hediondo: Tem-se entendido que não há óbice legal. Se 
presentes os requisitos legais (objetivos e subjetivos), deve ser concedido. 
Sursis e Lei de Drogas: O art. 44 da Lei de Drogas proíbe sursis aos crimes dos 
arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37. No mesmo prisma: “Consoante entendimento deste 
Superior Tribunal de Justiça, a vedação ao sursis (prevista no artigo 44 da Lei n. 
11.343/06) não foi objeto de controle de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal 
Federal, razão pela qual mantém-se em plena vigência, ainda que a reprimenda 
definitiva fixada não seja superior a 2 anos de reclusão” (AgRg no REsp 1615201/MG, 
Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª T., j. 08/08/2017, v.u.). 
Sursis a estrangeiros: É admissível. Segundo o art. 5.º, caput, da Constituição 
Federal, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. 
Sursis simultâneos: É possível em duas hipóteses: a) o réu, durante o período 
de prova, é condenado por crime culposo ou contravenção a pena privativa de liberdade 
de até 2 anos. Pode ser concedido novo sursis, havendo cumprimento simultâneo; b) o 
réu primário é condenado por crime doloso antes do período de prova e obtém novo 
sursis. 
CPF: 860.542.154-18
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43 
Sursis sucessivos: o réu já cumpriu sursis anteriormente e comete outro crime 
culposo ou contravenção penal. Como não é reincidente em crime doloso, não há óbice 
à concessão de novo sursis. 
Suspensão condicional da pena x Suspensão condicional do processo: 
 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 
SUSPENSÃO CONDICIONALDO 
PROCESSO 
Sursis penal; Sursis processual; 
Há condenação e a pena é suspensa, se 
preenchidos os requisitos; 
Não há condenação e suspende-se a 
ação penal nos crimes em que a pena 
mínima cominada for igual ou inferior a 
1 ano; 
A condenação poderá ser utilizada 
futuramente, para caracterizar 
reincidência ou maus antecedentes. 
A ausência de condenação impede que o 
fato seja considerado futuramente, para 
caracterizar reincidência ou maus 
antecedentes. 
 
1.5. LIVRAMENTO CONDICIONAL 
 
O instituto está relacionado à execução da pena e será examinado com 
profundidade oportunamente (ver item “Lei de Execução Penal”). 
No entanto, desde já, fiquem atento: 
 
Súmula 617 do STJ: “A ausência de suspensão ou revogação do 
livramento condicional antes do término do período de prova 
enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da 
pena”. 
 
Vale a pena checar a nova redação do art. 83, III do CP: 
 
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao 
condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 
(dois) anos, desde que: 
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for 
reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; 
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em 
crime doloso; 
III - comprovado: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
CPF: 860.542.154-18
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44 
a) bom comportamento durante a execução da pena; (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho 
honesto; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o 
dano causado pela infração; 
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de 
condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, 
se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa 
natureza. 
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido 
com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do 
livramento ficará também subordinada à constatação de 
condições pessoais que façam presumir que o liberado não 
voltará a delinqüir. 
 
1.6. MEDIDAS DE SEGURANÇA 
 
Inimputáveis 
Art. 26 – É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao 
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender 
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
Redução de pena 
Parágrafo único – A pena pode ser reduzida de um a dois terços, 
se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era 
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Espécies de medidas de segurança 
Art. 96. As medidas de segurança são: 
I – Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico 
ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; 
II – sujeição a tratamento ambulatorial. 
CPF: 860.542.154-18
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45 
Parágrafo único – Extinta a punibilidade, não se impõe medida 
de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta. 
Imposição da medida de segurança para inimputável 
Art. 97 – Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua 
internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for 
punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento 
ambulatorial. 
Prazo 
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo 
indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, 
mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo 
mínimo deverá ser de 1 a 3 anos. 
Perícia médica 
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo 
fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer 
tempo, se o determinar o juiz da execução. 
Desinternação ou liberação condicional 
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional 
devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes 
do decurso de 1 ano, pratica fato indicativo de persistência de 
sua periculosidade. 
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o 
juiz determinar a internação do agente, se essa providência for 
necessária para fins curativos. 
Substituição da pena por medida de segurança para o semi-
imputável 
Art. 98 – Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código 
e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a 
pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, 
ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 a 3 anos, 
nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. 
 
1.6.1. CONCEITO 
 
Ao lado da pena, a medida de segurança é espécie de sanção penal aplicável 
aos inimputáveis ou semi-imputáveis, com finalidade essencialmente preventiva - ou 
seja, seu escopo maior é evitar que o agente perigoso volte a delinquir (prevenção 
especial), e curativa (obtenção de cura ou tratamento que minimize a perturbação 
mental). 
 
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46 
1.6.2. ESPÉCIES (ART. 97) 
 
a) Medida de segurança detentiva à Internação em hospital de custódia e 
tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado. De acordo 
com o CP, é aplicável se há prática de fato punível com pena de reclusão ou detenção. 
b) Medida de segurança restritiva à sujeição a tratamento ambulatorial. De 
acordo com o CP, é aplicável se há prática de fato punível com pena de detenção. 
Em suma: 
 
 Reclusão 
Detentiva 
 Detenção 
 
Restritiva Detenção 
 
Para a escolha da espécie de medida de segurança, o CP leva em consideração 
a gravidade da infração (reclusão ou detenção). Mas há precedentes jurisprudenciais 
considerando que essa escolha deve considerar o tipo de tratamento indicado ao 
agente, e não a gravidade do crime. Confira: 
 
“Semi-imputabilidade. Medida de segurança. Internação. 
Alteração para tratamento ambulatorial. Possibilidade. 
Recomendação do laudo médico. Inteligência do art. 26, caput e 
§ 1º do Código Penal. Necessidade de consideração do propósito 
terapêutico da medida no contexto da reforma psiquiátrica. 
Ordem concedida. Em casos excepcionais, admite-se a 
substituição da internação por medida de tratamento 
ambulatorial quando a pena estabelecida para o tipo é a 
reclusão, notadamente quando manifesta a desnecessidade da 
internação” (STF, HC 85401/RS, Rel. Min. Cezar Peluso, 2ª T., j. 
04/12/2009). 
“Esta Corte Superior de Justiça firmou o entendimento no 
sentido de que os artigos 96 e 97, ambos do Código Penal, não 
devem ser aplicados de forma isolada, mas sim analisando-se 
qual medida de segurança melhor se ajusta à natureza do 
tratamento de que necessita o inimputável. Dessa feita, relativa 
a presunção de necessidade do regime de internação para o 
tratamento do inimputável que praticou o delito punível com 
reclusão, admitindo-se assim, a submissão a tratamento 
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47 
ambulatorial” (STJ, HC 361214 / SP, Rel. Min. Maria Thereza de 
Assis Moura. 6ª T., j. 06/12/2016, v.u.) 
 
1.6.3. PRESSUPOSTOS 
 
A aplicação da medida de segurança tem por pressupostos: 
 
- prática de fato previsto como crime. Por “crime”, entenda-se 
fato típico + antijurídico. As contravenções penais também estão 
compreendidas. 
- periculosidade do agente. A periculosidade do agente indica a 
sua maior ou menor propensão à prática de crimes (juízo de 
probabilidade). 
- punibilidade não extinta. Extinta a punibilidade, não se impõe 
medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta. 
(art. 96, pu, do CP) 
 
Surgem duas possibilidades: 
 
a) Inimputáveis (art. 26, caput) - A periculosidade é presumida 
(ou ficta). A própria lei estabelece que o sujeito deve se sujeitar 
à medida de segurança. 
Consequência: absolvição imprópria - juiz absolve e aplica 
medida de segurança. 
b) Semi-imputáveis (art. 26, p. único) - A periculosidade é real, 
ou seja, precisa ser comprovada no caso concreto (por meio de 
perícia). 
Consequência: condenação, podendo o juiz impor uma pena 
diminuída de 1/3 a 2/3 ou substituir a pena privativa de 
liberdade por medida de segurança quando necessitar o 
condenado de especial tratamento curativo. 
 
Resumindo: 
 
Inimputável 
(art. 26, caput) 
Semi-imputável 
(art. 26, parágrafo único) 
Por doença mental ou desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado, era, ao 
tempo da ação ou da omissão, 
Por perturbação de saúde mental ou por 
desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado não era inteiramente capaz 
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
48 
inteiramente incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou determinar-se 
de acordo com esse entendimento. 
de entender o caráter ilícito do fato ou 
determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
Periculosidade presumida (ou ficta). 
Periculosidade real 
(precisa ser comprovada). 
Absolvição imprópria 
(medida de segurança). 
Condenação 
(pena diminuída de 1/3 a 2/3 
ou 
medida de segurança). 
 
Sistema vicariante ou unitário - é o adotado. Ou o juiz aplica pena ou medida 
de segurança (alternatividade). Não se aplica o sistema do duplo binário, pelo qual são 
aplicadas cumulativamente pena e medida de segurança. 
 
1.6.4. DURAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA 
1.6.4.1. Prazo mínimo (art. 97, § 1º) 
 
O CP prevê apenas o prazo mínimo - 1 a 3 anos. 
Alcançado o prazo mínimo, deve ser realizado exame de cessação de 
periculosidade. Como a medida de segurança tem finalidade curativa, admite-se que o 
exame seja realizado até mesmo antes desse período. 
O exame será repetido de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar 
o juiz da execução (art. 97, § 2º). 
Se demonstrada a cessação da periculosidade, o juiz desinternará ou liberará 
o sentenciado. No entanto, essa liberação é condicional pois, se o agente, no prazo de 
1 ano, vier a praticar fato indicativo de persistência de sua periculosidade (não 
necessariamente fato previsto como crime!), terá a medida de segurança anteriormente 
aplicada reestabelecida (art. 97, § 3º). 
O juiz pode determinar a conversão do tratamento ambulatorial em 
internação, se essa providência for necessária para fins curativos (art. 97, § 4º). 
Apesar de não prevista na LEP, tem-se admitido a possibilidade de 
desinternação progressiva, quando constatado em perícia a melhora de seu quadro 
clínico. Pode-se substituir a internação por semi-internação ou por tratamento 
ambulatorial. 
 
1.6.4.2. Prazo máximo 
 
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49 
O CP determina que a internação ou o tratamento ambulatorial durará por 
tempo indeterminado. Perdura enquanto não for verificada, por perícia médica, a 
cessação da periculosidade. 
Contudo, os Tribunais Superiores consolidaram o entendimento de que a 
medida de segurança é uma forma de sanção penal e, como tal, não pode ser perpétua. 
O prazo máximo então é de: 
Para o STF - 40 anos, que é o limite trazido no art. 75. Nesse sentido: HC 100383, 
Rel. Min. Luiz Fux, 1ª T., j. 18/10/2011. 
Para o STJ - máximo da pena abstratamente cominada ao delito perpetrado. 
 
Súmula 527 - O tempo de duração da medida de segurança não 
deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente 
cominada ao delito praticado. 
 
1.6.5. CONVERSÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE EM MEDIDA DE SEGURANÇA 
 
Imagine-se que, no curso da execução da pena privativa de liberdade, 
sobrevenha ao condenado doença mental ou perturbação da saúde mental que o 
tornem total ou parcialmente incapaz (sujeito era saudável, mas se tornou doente 
mental durante a execução da pena privativa de liberdade). 
O juiz tem duas opções: 
 
- Regra do art. 108 da LEP - Internação para tratamento e cura 
de anomalia passageira que acomete o sentenciado. Ele será 
transferido para hospital ou outro estabelecimento psiquiátrico 
adequado. Quando se recuperar, volta a cumprir o resto da 
pena, computando-se o período de internação. 
- Regra do art. 183 da LEP - Medida geralmente utilizada quando 
se percebe que é improvável a recuperação do condenado, pois 
a anomalia que lhe acomete não é passageira. Consiste na 
conversão da PPL em medida de segurança. Não é uma mera 
transferência, como no caso anterior. É irreversível. Cessando a 
periculosidade, ainda que antes do tempo que corresponderia à 
pena a ser cumprida, a medida deve ser extinta (aplica-se o 
disposto no art. 97, § 3º - ver acima). 
 
Há forte entendimento de que a medida de segurança substitutiva não pode 
durar mais que o correspondente à pena privativa de liberdade substituída. Nesse 
sentido: 
 
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50 
“Em se tratando de medida de segurança aplicada em 
substituição à pena corporal, prevista no art. 183 da Lei de 
Execução Penal, sua duração está adstrita ao tempo que resta 
para o cumprimento da pena privativa de liberdade estabelecida 
na sentença condenatória. Precedentes desta Corte” (STJ, HC 
373405 / SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª T., j. 
06/10/2016, v.u.). 
 
1.6.6. MEDIDA DE SEGURANÇA PROVISÓRIA OU PREVENTIVA 
 
A internação provisória está prevista no art. 319, VII, do CPP (com redação dada 
pela Lei 12.403/2011), entre as medidas cautelares diversas da prisão. É medida que visa 
a garantia da ordem pública. 
 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
(...) 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes 
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos 
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código 
Penal) e houver risco de reiteração; 
 
1.6.7. DETRAÇÃO EM MEDIDA DE SEGURANÇA 
 
No tocante à medida de segurança, a detração se opera em relação ao prazo 
mínimo de internação ou tratamento ambulatorial (um a três anos), de modo a 
antecipar a realização do exame de cessação de periculosidade (art. 97, § 1º e 2º do CP 
e art. 175 da Lei 7.210/1984). 
 
1.6.8. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE E MEDIDA DE SEGURANÇA 
 
Dispõe o art. 96, p.u, do CP, que extinta a punibilidade do agente, não se impõe 
a medida de segurança e nem subsiste a que tenha sido imposta. Assim, quando a lei 
exige respeito às causas extintivas da punibilidade, está a abranger todas as formas de 
extinção do poder punitivo Estatal. 
Mas como se calcula o prazo para a prescrição da pretensão executória no 
caso desentença absolutória imprópria? 
A sentença absolutória imprópria fixa, para os absolutamente inimputáveis, 
apenas um prazo mínimo para a medida de segurança. Ainda não há tese consolidada 
sobre a matéria. Para a 1ª turma do STF, a prescrição da pretensão executória deve ser 
calculada sobre a pena máxima abstratamente cominada ao delito. Já para a 2ª Turma 
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51 
do mesmo Tribunal, a prescrição da pretensão executória será regulada pela duração 
máxima da medida de segurança, ou seja, pelo prazo de 40 anos. 
 
 
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52 
2. JURISPRUDÊNCIA 
 
SÚMULAS 
 
Súmula 269 do STJ - É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos 
reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as 
circunstâncias judiciais. 
Súmula 719 do STF - A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena 
aplicada permitir exige motivação idônea. 
Súmula 718 do STF - A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não 
constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido 
segundo a pena aplicada. 
Súmula 440 do STJ - Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento 
de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com 
base apenas na gravidade abstrata do delito. 
Súmula 443 do STJ - O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo 
circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua 
exasperação a mera indicação do número de majorantes. 
Súmula 493 do STJ - É inadmissível a fixação de pena substitutiva (artigo 44 do CP) como 
condição especial ao regime aberto. 
Súmula 588 do STJ - A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com 
violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
Súmula 527 do STJ - O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar 
o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado. 
 
JULGADOS 
 
STF: “A jurisprudência do STF consolidou o entendimento segundo o qual a hediondez 
ou a gravidade abstrata do delito não obriga, por si só, o regime prisional mais gravoso, 
pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da individualização da pena e da 
obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime 
imposto observando a singularidade do caso concreto”. (HC 133.617, 2.ª T., rel. Gilmar 
Mendes, 10.05.2016, v.u.). 
STF: “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. ARTS. 15 E 16 DA LEI N. 10.826/06. 
PENA DE 6 ANOS DE RECLUSÃO. REGIME INICIAL FECHADO. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS. 
VALORAÇÃO NEGATIVA. POSSIBILIDADE. FUNDAMENTOS INIDÔNEOS. INOVAÇÃO 
VEDADA. 1. Se as penas-base de ambos os crimes são fixadas acima do mínimo legal em 
face da valoração negativa das circunstâncias do art. 59 do Código Penal, não há 
ilegalidade na imposição de regime inicial mais gravoso do que o abstratamente previsto 
de acordo com a quantidade de pena aplicada. 2. Embora a pena corporal não supere 
oito anos de reclusão, o regime inicial fechado decorreu da existência de circunstâncias 
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53 
judiciais desfavoráveis, de acordo com os arts. 33, §§ 2º e 3º, e 59, ambos do Código 
Penal. 3. A tese segundo a qual valoração negativa das circunstâncias judiciais procede 
de fundamentação inidônea não foi suscitada no recurso especial, o que impede sua 
análise, por se tratar de indevida inovação. 4. Agravo regimental conhecido em parte e 
desprovido. (AgRg no REsp 1471969/RN, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, 
julgado em 20/11/2014, DJe 27/11/2014) 
STJ: “O art. 387, § 2º, do CPP refere-se ao regime inicial de cumprimento de pena e não 
possui relação com o instituto da progressão de regime, própria da execução penal, 
devendo o juiz sentenciante verificar, no momento da prolação da sentença, a 
possibilidade de se fixar um regime mais brando em razão da detração, não havendo 
que se falar em análise dos requisitos objetivos e subjetivos, mas tão somente no tempo 
de prisão provisória naquele processo” (HC 402971 / SP, Rel. Min. Reynaldo da Fonseca, 
5ª T., j. 03/10/2017). 
STJ: “Preenchidos os requisitos previstos no art. 77 do Código Penal, deve ser 
reconhecido o direito subjetivo do paciente à suspensão condicional da pena (sursis). 
Precedentes”. (HC 309535 / SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, 5a T., j. 22/08/2017, v.u.). 
STJ: “Em se tratando de medida de segurança aplicada em substituição à pena corporal, 
prevista no art. 183 da Lei de Execução Penal, sua duração está adstrita ao tempo que 
resta para o cumprimento da pena privativa de liberdade estabelecida na sentença 
condenatória. Precedentes desta Corte” (STJ, HC 373405 / SP, Rel. Min. Maria Thereza 
de Assis Moura, 6ª T., j. 06/10/2016, v.u.). 
STJ: “As penas restritivas de direitos se convertem em penas privativas de liberdade, se 
ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta (art. 44, § 4º do CP). 2. A 
execução das penas restritivas, assim como de modo geral de todas as alternativas à 
prisão, demandam um mecanismo coercitivo, capaz de assegurar o seu cumprimento e 
este só pode ser a pena privativa de liberdade. 3. Havendo expressa previsão legal de 
reconversão da pena restritiva de direitos em privativa de liberdade, não há falar em 
arresto para o cumprimento forçado da pena substitutiva já que a reconversão da pena 
é a medida que, por força normativa, atribui coercividade à pena restritiva de direitos. 
(...) (REsp 1699665/PR, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
julgado em 07/08/2018, DJe 15/08/2018) 
STJ: Não é possível a execução da pena restritiva de direitos antes do trânsito em julgado 
da condenação. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.619.087-SC, Rel. para acórdão Min. Jorge Mussi, 
julgado em 14/6/2017 (Info 609). 
STF: O STF, ao julgar a ADI 3.150/DF, declarou que, à luz do preceito estabelecido pelo 
art. 5º, XLVI, da Constituição Federal, a multa, ao lado da privação de liberdade e de 
outras restrições – perda de bens, prestação social alternativa e suspensão ou interdição 
de direitos –, é espécie de pena aplicável em retribuição e em prevenção à prática de 
crimes, não perdendo ela sua natureza de sanção penal. Diante da eficácia erga omnes 
e do vinculante dessa decisão, não se pode mais declarar a extinção da punibilidade pelo 
cumprimento integral da pena privativa de liberdade quando pendente o pagamento da 
multa criminal. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.850.903-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da 
Fonseca, julgado em 28/04/2020 (Info 671). 
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54 
Assim: Em adequação ao entendimento do STF, o inadimplemento da pena de multa 
obsta a extinção da punibilidade do apenado. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.850.903-
SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 28/04/2020 (Info 671) 
 
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553. QUESTÕES 
 
1. A pena restritiva de direitos (CP, arts. 43 a 48): 
a) na modalidade perda de bens e valores pertencentes ao condenado, dar-se-á em 
favor da vítima. 
b) na modalidade prestação de serviços, pode ser substitutiva de qualquer pena 
privativa de liberdade igual ou inferior a quatro anos. 
c) admite exclusivamente as modalidades de prestação pecuniária, perda de bens e 
valores, limitação de fim de semana e prestação de serviço à comunidade ou entidade 
pública. 
d) converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento 
injustificado da restrição imposta. 
e) só pode ser aplicada a condenados primários. 
 
2. No que concerne às penas restritivas de direitos, é correto afirmar que: 
a) a prestação pecuniária consiste no pagamento à vítima, a seus dependentes ou a 
entidade pública ou privada com destinação social, de importância não inferior a 10 
(dez) nem superior a 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. 
b) a interdição temporária de direitos, nos crimes ambientais, pode consistir em 
proibição de participar de licitações, pelo prazo de 5 (cinco) anos, no caso de crimes 
dolosos, e de 3 (três) anos, no de crimes culposos. 
c) são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando, entre outros 
requisitos legais, o réu não for reincidente em crime doloso, a culpabilidade, os 
antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e 
circunstâncias autorizarem a concessão do benefício, e não for indicada ou cabível a 
suspensão condicional da pena. 
d) a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável a qualquer 
condenação a privação de liberdade, facultado ao condenado cumprir a pena em menor 
tempo, nunca inferior à metade da sanção corporal imposta. 
 
3. Sobre aplicação da pena ou de medida de segurança, assinale a alternativa correta: 
a) O crime de resistência (CP, art. 329, caput), com pena privativa de liberdade, 
abstratamente cominada, de 2 (dois) meses a 2 (dois) anos de detenção, pode admitir 
substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, desde que, fixado 
o quantum final de pena, se verifique que o autor não é reincidente, e que as 
circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal lhe são favoráveis. 
b) O crime de homicídio qualificado por recurso que dificulte a defesa do ofendido (CP, 
art. 121, § 2º, inciso IV – pena: 12 a 30 anos de reclusão), se praticado na forma 
privilegiada, pode admitir início de cumprimento de pena privativa de liberdade em 
regime aberto, desde que, fixado o quantum final de pena, se verifique que o autor não 
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é reincidente, e que as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal lhe são 
favoráveis. 
c) De acordo com o Código Penal, no critério trifásico de aplicação da pena: a 
culpabilidade, os antecedentes do agente e as consequências do crime devem ser 
considerados na 1ª fase; a confissão espontânea, a reincidência e o arrependimento 
posterior devem ser considerados na 2ª fase; a participação de menor importância, a 
coação moral resistível e o erro de proibição evitável devem ser considerados na 3ª fase. 
d) Na sentença condenatória, a fixação do quantum de pena privativa de liberdade deve 
observar o critério trifásico de aplicação da pena, e, diferentemente, a fixação do 
número de dias-multa – caso concretamente aplicada em cumulação –, limita-se à 
observância das circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal e da condição 
socioeconômica do agente. 
e) A prática do crime de homicídio por inimputável por doença mental pode contar com 
sentença de absolvição sumária por reconhecimento judicial da causa de justificação da 
legítima defesa, hipótese em que não haverá aplicação de pena ou de medida de 
segurança. 
 
4. Avalie as afirmações abaixo e assinale a alternativa CORRETA: 
a) A revogação da suspensão condicional da pena é facultativa no caso de ser o agente 
irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa 
de liberdade ou restritiva de direitos. 
b) De acordo com o art. 92, do Código Penal, a inabilitação para dirigir veículo 
automotor, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso, é efeito 
automático da condenação. 
c) Extinta a punibilidade do agente, não se lhe imporá medida de segurança, mas é 
possível a subsistência daquela que já houver sido imposta. 
d) Se o Tribunal do Júri desclassifica o crime para outro de competência do Juiz singular, 
a pronúncia não pode ser considerada como marco interruptivo da prescrição. 
 
5. Assinale a opção que contenha assertiva verdadeira no tocante às Medidas de 
Segurança: 
a) A prescrição de medida de segurança deve ser calculada pelo máximo da pena 
cominada ao delito atribuído ao agente, interrompendo-se-lhe o prazo com o início do 
seu cumprimento. 
b) Perigoso o agente, ainda que extinta sua punibilidade, é possível a aplicação de 
medida de segurança, subsistindo a que tenha sido imposta. 
c) A medida de segurança deve perdurar enquanto não cessada a periculosidade do 
agente, não sendo cabível, na espécie, a limitação do período máximo de quarenta anos, 
prevista no art. 75 do Código Penal. 
d) A regra da detração da prisão provisória em relação à medida de segurança se justifica 
para o fim de ser levantada a medida e não para desconto do tempo para a realização 
do exame de averiguação de periculosidade ao termo do prazo mínimo. 
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6. À luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta. 
a) Não há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, mas o agente não realiza 
a subtração de bens da vítima. 
b) Admite-se a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da 
pena mínima da 
infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano. 
c) A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime constitui motivação 
idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena 
aplicada. 
d) A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se sua 
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 
 
7. Em cada uma das opções a seguir, é apresentada uma situação hipotética seguida 
de uma assertiva a ser julgada, a respeito da substituição das penas privativas de 
liberdade por penas restritivas de direitos. 
a) Antônio, com anterior condenação transitada em julgado pelo delito de dano ao 
patrimônio público, foi processado e condenado à pena privativa de liberdade de um 
ano e dois meses de reclusão pelo cometimento do delito de receptação. Nessa 
situação, em razão da reincidência criminal em crime doloso, não é cabível a substituição 
da pena corporal imposta a Antônio por pena restritiva de direitos. 
b) Manoel foi processado e condenado pela prática de violência física, de ameaça e de 
lesão corporal em contexto de violência doméstica contra a mulher, tendo-lhe sido 
impostas as penas privativas de liberdade de quinze dias de prisão simples e de três 
meses e um mês de detenção, em regime aberto. Nessa situação, somente é possível a 
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em relação à 
contravenção de violência física. 
c) Pedro, réu primário, foi processado e condenado pela prática de delito de roubo 
simples na modalidade tentada, tendo-lhe sido imposta pena privativa de liberdade de 
dois anos e oito meses de reclusão, em regime aberto. Nessa situação, a pena privativa 
de liberdade imposta a Pedro poderá sersubstituída por uma pena restritiva de direitos 
e multa ou por duas penas restritivas de direitos. 
d) Alberto, réu primário e em circunstâncias judiciais favoráveis, praticou crime de 
homicídio culposo qualificado ao conduzir embriagado veículo automotor. Em razão 
dessa conduta, ele foi processado e condenado ao cumprimento de pena privativa de 
liberdade de cinco anos de reclusão, inicialmente em regime semiaberto. Nessa 
hipótese, o quantum de pena fixado não impede a substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos. 
e) João foi processado e condenado à pena privativa de Liberdade de um ano e oito 
meses de reclusão, em regime aberto, pela prática de delito de tráfico de drogas na 
forma privilegiada. Nessa hipótese, haja vista a condenação por delito equiparável a 
hediondo, não é admitida a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos. 
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8. O benefício da suspensão condicional da pena — sursis penal: 
a) é cabível nos casos de crimes praticados com violência ou grave ameaça, desde que a 
pena privativa de liberdade aplicada não seja superior a dois anos. 
b) pode estender-se às penas restritivas de direitos e à de multa, casos em que se 
suspenderá, também, a execução dessas penas. 
c) deverá ser, obrigatoriamente, revogado no caso da superveniência de sentença 
condenatória irrecorrível por crime doloso, culposo ou contravenção contra o 
beneficiário. 
d) impõe que, após o cumprimento das condições impostas ao beneficiário, seja 
proferida sentença para declarar a extinção da punibilidade do agente. 
e) pode ser concedido a condenado a pena privativa de liberdade, desde que esta não 
seja superior a quatro anos e que aquele não seja reincidente em crime doloso. 
 
9. Em relação ao livramento condicional, correto afirmar que: 
a) a prática de falta grave não interrompe o prazo para sua obtenção, mas o Juiz só 
poderá revogá-lo a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do 
Conselho Penitenciário, ouvido o liberado. 
b) as penas correspondentes a infrações diversas não podem ser somadas para atingir o 
limite mínimo necessário para a sua concessão. 
c) condicionada a sua concessão à prévia progressão do condenado ao regime aberto, 
por expressa previsão legal. 
d) obrigatória a revogação se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações 
constantes da sentença concessiva. 
e) a ausência de suspensão ou revogação antes do término do período de prova enseja 
extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena. 
 
10. Quanto ao livramento condicional: 
a) a ausência de suspensão ou revogação antes do término do período de prova não dá 
ensejo à extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena. 
b) é exigível o cumprimento de dois terços da pena para o condenado por associação 
para o tráfico, a despeito da não hediondez do delito, segundo entendimento do 
Superior Tribunal de Justiça. 
c) é cabível ao condenado a pena igual ou superior a dois anos, desde que comprovado 
o não cometimento de falta grave nos últimos vinte e quatro meses. 
d) a pena unificada para atender o limite de quarenta anos de cumprimento deve ser 
considerada para efeito de concessão do benefício. 
e) a falta grave interrompe o prazo para a sua obtenção, da mesma forma que se verifica 
para a progressão de regime. 
 
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11. No que se refere às penas restritivas de direitos: 
a) a prestação pecuniária, se não paga, não poderá ser convertida em pena privativa de 
liberdade e será considerada dívida de valor, aplicando-se as normas da legislação 
relativa à dívida ativa da Fazenda Pública. 
b) a correspondente execução independe do trânsito em julgado da condenação, mas 
poderá o juiz, motivadamente, alterar a forma de cumprimento da prestação de serviços 
à comunidade, ajustando-a às condições pessoais do condenado. 
c) o juiz poderá estabelecer condição especial para a concessão do regime aberto, sem 
prejuízo das gerais e obrigatórias, desde que não constitua pena substitutiva. 
d) o descumprimento injustificado da restrição, imposta em sentença condenatória ou 
acordada em sede de transação penal, conduz à conversão para pena privativa de 
liberdade. 
e) a prestação de serviços à comunidade é aplicável a qualquer condenação não superior 
a quatro anos, facultado ao condenado cumpri-la em menor tempo, nunca inferior à 
metade da pena privativa de liberdade, se a pena substituída foi superior a um ano. 
 
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4. GABARITO COMENTADO 
 
1. D 
É o que prevê o artigo 44, §4º, do CP. Ressalte-se, ainda, que o prazo de prisão, com 
conversão da pena restritiva de direitos em PPL deve respeitar o saldo mínimo de 30 
dias. 
A. Errada. A perda de bens ou valores se dá em favor do FUNPEN (art. 45, §3º, CP). O 
que se dá em favor da vítima é a pena de prestação pecuniária (art. 45, §1º, CP), cujo 
valor será fixado entre 1 e 360 salários mínimos. 
B. Errada. De acordo com o artigo 46, Caput do CP, a prestação dos serviços à 
comunidade é aplicável às condenações superiores a 6 meses de PPL. 
C. Errada. Também são admitidas pelo CP, sem prejuízo de outras penalidades previstas 
em legislação especial, as penas de interdição temporária de direitos (art. 43, V, CP) e 
limitação de fim de semana (art. 43, VI, CP). 
E. Errada. A aplicação da PRD, excepcionalmente, é permitida para os condenados 
reincidentes, caso a medida seja socialmente recomendável e que a reincidência não 
seja específica (art. 44, §3º, CP). 
 
2. B 
É a exata previsão contida no art. 10 da Lei 9.605/98. 
A. Errada. A prestação pecuniária consiste no “pagamento em dinheiro à vítima, a seus 
dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância 
fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e 
sessenta) salários mínimos”, na forma do art. 45, §1º do CP. 
C. Errada. Nos termos do art. 44 c/c art. 77, III do CP, a análise da suspensão condicional 
da pena é posterior à análise da possibilidade de substituição pela pena restritiva de 
direitos. Além disso, mesmo o reincidente em crime doloso pode obter a substituição, 
desde que a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha 
operado em virtude da prática do mesmo crime, na forma do art. 44, §3º do CP. 
D. Errada. A prestação de serviços à comunidade só é cabível para as condenações 
superiores a 06 meses de pena privativa de liberdade, nos termos do art. 46 do CP. 
 
3. E 
As causas justificantes, que excluem a ilicitude do crime, são aplicáveis a todos. 
Portanto, o fato de o agente ser inimputável por doença mental não afasta a 
possibilidade de este, ao realizar um comportamento típico, estar amparado numa das 
excludentes de ilicitude e ser absolvido sumariamente. 
A. Errada. Art. 329 do CP - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou 
ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando 
auxílio 
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Por se tratar de crime que envolve violência ou grave ameaça à pessoa há vedação legal 
da substituiçãoda PPL por PRD, conforme o disposto no inc. I do art. 44, I do CP. 
B. Errada. Ainda que a pena se fixe no mínimo legal restará inviável aplicação de regime 
inicial aberto, pois o art. 33, §2º, c, do CP, determina que para aplicação deste regime, 
além de o condenado não ser reincidente, que a quantidade da pena não ultrapasse o 
patamar de 4 anos. 
C. Errada. Observar o critério trifásico na aplicação da pena. Conforme o art. 68 do CP, 
em primeiro lugar o juiz analisará as circunstâncias judicias contidas no art. 59 do CP; 
depois considerará as agravantes e atenuantes; após, levará em conta as causas de 
aumento e de diminuição. O arrependimento posterior é causa de diminuição de pena, 
e deve ser considerado na 3 ª fase da dosimetria. No mesmo sentido a participação de 
menor importância (ver art. 29, § 1º do CP). Já a coação moral resistível é atenuante 
genérica, cuja previsão encontra-se no art. 65, III, c, do CP, devendo incidir na 2º fase da 
aplicação da pena 
D. Errada. A fixação dos dias-multa não se limita à observância das circunstâncias 
judiciais do art. 59 do Código Penal e da condição socioeconômica do agente, devendo 
o magistrado adotar, por analogia, o mesmo critério utilizado para fixação da pena. 
 
4. A 
Art. 81, § 1º do CP - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre 
qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo 
ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. 
B. Errada. Ver art. 92 do CP - São também efeitos da condenação: quando for aplicada 
pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. III - 
a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime 
doloso. Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, 
devendo ser motivadamente declarados na sentença. 
C. Errada. Ver art. 96, parágrafo único, do CP - Extinta a punibilidade, não se impõe 
medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta. 
D. Errada. Súmula 191 do STJ: “A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda 
que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime”. 
 
5. A 
Nos termos da súmula 527 do STJ, “O tempo de duração da medida de segurança não 
deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado”. 
 
6. D 
Veja o quadro: 
Súmula 610 do STF 
Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda 
que não realize o agente a subtração de bens da vítima. 
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62 
Súmula 711 do STF 
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade ou da permanência. 
Súmula 718 do STF 
A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime 
não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais 
severo do que o permitido segundo a pena aplicada. 
Súmula 723 do STF 
Não se admite a suspensão condicional do processo por crime 
continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave 
com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano. 
 
7. D 
(A) Incorreta. O art. 44, §3º do CP admite a possibilidade de substituição de pena para 
reincidente em crime doloso quando a reincidência for pela prática de crime diverso. 
(B) Incorreta. Súmula 588 do STJ: “A prática de crime ou contravenção penal contra a 
mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a 
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos”. 
(C) Incorreta. Não é possível a substituição em crime praticado com violência ou grave 
ameaça, em razão do disposto no art. 44, I do Código Penal. 
(D) Correta. Art. 44, I do Código Penal. Permite-se a substituição em crime culposo, ainda 
que a pena aplicada seja superior a 4 anos. 
(E) Incorreta. É possível a substituição, segundo o STF, para o tráfico de drogas. Ademais, 
o tráfico privilegiado não é equiparado a hediondo, conforme os tribunais superiores. 
 
8. A 
(A) CORRETA. Art. 77 do CP. 
(B) INCORRETA. Art. 80 do CP. 
(C) INCORRETA. Art. 81, § 1º, do CP. 
(D) INCORRETA. Art. 82 do CP. 
(E) INCORRETA. Art. 77, § 2º, CP. 
 
9. E 
(A) Incorreta. Súmula 441-STJ e Art. 131 da Lei de Execuções Penais. 
(B) Incorreta. Art. 84 do Código Penal. 
(C) Incorreta. Art. 83 do Código Penal. 
(D) Incorreta. Art. 86 e 87 do Código Penal. 
(E) Correta. Súmula 617-STJ. 
 
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10. Letra B 
a) falso. Súmula 617 do STJ: “A ausência de suspensão ou revogação do livramento 
condicional antes do término do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo 
integral cumprimento da pena”. 
b) verdadeiro. “O crime de associação para o tráfico de drogas, previsto no art. 35 da Lei 
11.343/2006, não é hediondo nem equiparado. No entanto, mesmo assim, o prazo para 
se obter o livramento condicional é de 2/3 porque este requisito é exigido pelo 
parágrafo único do art. 44 da Lei de Drogas”. (HC 311656-RJ) 
c) falso. Código Penal - Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao 
condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: III 
- comprovado: b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses. 
Enunciado 4 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ. A ausência de falta 
grave nos últimos 12 (doze) meses como requisito à obtenção do livramento condicional 
(art. 83, III, "b", do CP) aplica-se apenas às infrações penais praticadas a partir de 
23/01/2020, quando entrou em vigor a Lei n. 13.964/2019. 
d) falso. STJ – “A unificação de nova condenação definitiva já possui o condão de 
recrudescer o quantum de pena restante a ser cumprido pelo reeducando; logo, a 
alteração da data-base para concessão de novos benefícios, a despeito da ausência de 
previsão legal, configura excesso de execução, com base apenas em argumentos 
extrajurídicos. O período de cumprimento de pena desde a última prisão ou desde a 
última infração disciplinar não pode ser desconsiderado, seja por delito ocorrido antes 
do início da execução da pena, seja por crime praticado depois e já apontado como falta 
grave”. (REsp 1.753.512 e REsp 1.753.509) 
e) falso. Súmula 441 do STJ: "A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de 
livramento condicional." 
 
11. Letra C 
a) falso. STJ: “Tendo em vista que a lei estabelece expressamente a consequência para 
o descumprimento da restritiva de direitos, não é possível, no caso de inadimplemento 
da prestação pecuniária, determinar o arresto de bens para garantir o pagamento do 
valor imposto no ato de substituição da pena privativa de liberdade. Se o condenado 
não efetua o pagamento, cabe ao juiz promover a conversão e determinar a prisão”. 
(REsp 1.699.665/PR). A prestação pecuniária não se confunde com a pena de multa, 
considerada dívida de valor, que não admite a conversão em privação de liberdade. 
b) falso. Súmula 643 do STJ: “A execução da pena restritiva de direitos depende do 
trânsito em julgado da condenação”. 
LEP – “Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, 
a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de 
limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e às 
características do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou 
estatal”. 
c) verdadeiro. STJ: “O juiz pode estabelecer condições especiais para a concessão do 
regime aberto, em complementação daquelas previstas no artigo 115 da Lei de 
CPF: 860.542.154-18
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
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Execuções Penais (LEP), desde que tais condições não correspondam a alguma medida 
já classificada como pena substitutiva pelo artigo 44 do Código Penal”. (REsp 1.107.314) 
LEP – “Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de 
regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatória”. 
d) falso. CP “Art. 44, § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de 
liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No 
cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da 
pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou 
reclusão”. 
Súmula vinculante 35 do STF: “A homologação da transação penal prevista no artigo 76 
da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-
se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da 
persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito 
policial”. 
e) falso. CP – “Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é 
aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. § 4o Se a 
pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena 
substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de 
liberdade fixada.”.

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